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Pessoa Sinestésica Faz a Música Doce

Ruth Francis

Musicista profissional distingue intervalos com a língua.

Uma flautista que toca a flauta-doce tem fascinado os neuro-cientistas com sua
capacidade de sentir sabores de acordo com as diferenças de intervalos entre as notas.

A condição na qual o cérebro conecta dois ou mais sentidos é conhecida como Elizabeth Sulston pode
sinestesia, e algumas combinações de sentidos são relativamente comuns. Mas esta é saborear as notas
a primeira vez que se verifica esta capacidade como sendo útil para a execução de uma musicais que ela toca na
tarefa mental, tal como a identificação de uma terça maior. flauta-doce.

Elisabeth Sulston estava na escola quando notou pela primeira vez que via cores
enquanto ouvia música. Ela compreendeu que isto não era verdade para os seus colegas, embora a ligação entre tons
e cores seja uma combinação sinestésica conhecida.

Conforme ela começou a aprender música de maneira mais formal, descobriu que quando ouvia intervalos tonais
particulares, experimentava um sabor característico em sua boca. Por exemplo, uma terça menor parecia salgada para
ela, enquanto que uma sexta menor lhe dava o sabor de creme. Ela começou a usar o gosto para ajudá-la a reconhecer
os diferentes acordes.

Falando a news@nature.com, ela diz: "Eu sempre tive sinestesia, mas me tornei realmente consciente dela aos 16
anos. Então, comecei a usá-la para a identificação dos intervalos tonais. Antes eu podia conferir os intervalos contando
o espaço entre as notas, e depois por 'sentir' a minha língua."

O gosto da música

Lutz Jäncke, um neuro-cientista da Universidade de Zurique, Suíça, trabalha com músicos que relatam qualidades ou
habilidades incomuns. Graças a um estudante que investigava a sinestesia, ele foi apresentado à flautista Sulston.

Para testar a sua habilidade única, ele e seus colegas tocavam diferentes intervalos, enquanto colocavam sabores
diferentes em sua língua. Eles usavam ou o mesmo sabor que Sulston associava com um intervalo ou um sabor
diferente (veja tabela abaixo).

Eles descobriram que ela era capaz de identificar os intervalos muito mais rapidamente quando o sabor combinava com
aquele que ela disse que associava normalmente com o intervalo. Este tipo e padrão seria muito difícil de simular, diz
Jäncke. Ele relatou os resultados na revistaNature (1).

"Com um sabor diferente ela era, às vezes, mais lenta do que os outros músicos; normalmente ela é
extraordinariamente rápida," ele diz. "A sinestesia está como que impulsionando a sua performance. Sua taxa de
acertos foi perfeita, mas a diferença estava nos tempos de reação."

Analogia para o aprendizado

Quando perguntado se a habilidade de Sulston teria alguma implicação mais abrangente, Jäncke ri. "Esta é uma
pergunta que vale um milhão de dólares!", ele diz.

"Alguém poderia especular que esta poderia ser uma boa analogia para o aprendizado: nossas habilidades aumentam
se associamos o item que aprendemos com muitos outros itens. Isto também pode demonstrar que a sinestesia pode
ser modificada pelo aprendizado e usada para outras coisas."

"A música é muito rica. É difícil de dizer se eu teria me tornado uma musicista de não fosse sinestésica."

Tabela 1 - Saboreando os tons

Estes são os sabores experimentados por Sulston em resposta à audição de diferentes intervalos
tonais. Os intervalos de quarta e trítono fornecem respostas visuais e emocionais, em vez de
sabores. Os intervalos dissonantes parecem induzir sabores desagradáveis, enquanto que os
intervalos consonantes induzam sabores agradáveis.

Segunda menor Azedo


Segunda maior Amargo
Terça menor Salgado
Terça maior Doce
Quarta Grama recém-cortada
Trítono Repulsa
Quinta Água pura
Sexta menor Creme
Sexta maior Creme desnatado
Sétima menor Amargo
Sétima maior Azedo
Oitava Sem sabor

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