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Vereação do Partido Socialista

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PROPOSTA DE DISCUSSÃO SOBRE A NECESSIDADE DE UM NOVO
MERCADO MUNICIPAL

Tendo sido ontem à noite confrontados com a proposta do Sr.


Presidente da Câmara sobre a discussão da alegada necessidade de um
novo mercado municipal, a qual, pelo menos, tem o mérito de abrir o período
de discussão pública, leva-nos, desde já, sem prejuízo de ulterior
aprofundamento e em consonância com o que defendemos sobre este
assunto durante a campanha eleitoral, a dizer o seguinte:
É certo que o edifício e instalações do mercado municipal não
tem, no estado em que se encontra, a qualidade mínima exigida para servir
condignamente a população em geral, atentas as desadequadas e
deficientes instalações, os problemas de estacionamento e o
congestionamento de trânsito.
Porém, tais problemas têm solução e bem mais barata do que a
construção de um novo mercado.
Entendemos que a conservação do mercado municipal onde
actualmente se encontra é um imperativo cultural, histórico social e
económico. Estamos perante um património cultural e histórico insubstituível,
sendo que a sua salvaguarda como mercado municipal deve constituir uma
obrigação para o município.
Este mercado deve ter o lugar que historicamente lhe cabe e a
sua localização geográfica requer.
É fundamental preservá-lo como património integrante da nossa
memória colectiva, cujo uso indevido e inapropriado como call center ou
actividade afim acabará por apagar, com graves consequências para a
salvaguarda da nossa identidade cultural como comunidade.
Por outro lado, acabar com o mercado municipal onde
actualmente se encontra é um ineficiente acto de gestão e de
subrendibilização de consideráveis montantes de capital fixo situado no
centro da cidade com enormes custos económicos e sociais.
Somos da opinião de que é possível encontrar espaços
disponíveis com uso mais apropriado às actividades empresariais
actualmente existentes no último piso do edifício do mercado municipal.
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Câmara Municipal da Covilhã -1-
Vereação do Partido Socialista
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Estamos a pensar, por exemplo, no emblemático e devoluto edifício da
Garagem de S. João, que o município podia e devia adquirir como o mesmo
espírito de recuperação e preservação do património industrial com que o
tem feito a UBI. Sendo certo que tal edifício tem melhores condições do que o
do mercado municipal para nele ser exercida a actividade empresarial ali
existente, está numa zona central da cidade e tem capacidade para lá se
instalarem empresas que podem empregar mais do que os 800 postos de
trabalho alegadamente previsto. Assim a maioria do executivo tenha o
engenho e a arte de para ali captar empresas… Esta é, com certeza, uma
solução mais barata e vantajosa do que a de construir um edifício de raiz
para o mercado.
Defendemos que deve ser elaborado um projecto de
recuperação e revitalização do edifício do mercado municipal através do
lançamento de um concurso de ideias, mantendo a traça do edifício, com a
construção no espaço actualmente ocupado pelo mercado do peixe de um
museu temático e da instalação de bons cafés, restaurantes e esplanadas no
último piso, que animem o local e a zona, criando desta forma uma real
centralidade e uma verdadeira forma de combate à desertificação, até como
forma de apoio efectivo ao comércio tradicional da zona envolvente.
Não é difícil encontrar exemplos idênticos no nosso país,
recomendamos uma visita ao mercado municipal de Lagos.
Comungando das três principais preocupações do Sr.
Presidente da Câmara, entendemos que é possível criar melhores condições
para vendedores e consumidores com obras de beneficiação e adaptação no
interior do edifício, que é possível repensar o estacionamento interior
existente e que é também possível minimizar os congestionamentos de
trânsito
Não temos dúvidas de que é bem menos oneroso e
inconveniente recuperar e revitalizar o edifício do Mercado Municipal nos
termos sobreditos e adquirir e adaptar o edifício da garagem de S. João do
que construir um mercado de raiz e inutilizar o Campo das Festas que bem
pode ser transformado em jardim ou ser-lhe dada outra utilidade de natureza
pública.

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Câmara Municipal da Covilhã -2-
Vereação do Partido Socialista
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Cumpre, por último, salientar que aqui está uma questão de
relevante interesse local que poderá ser objecto de um referendo local.
Deixamos estas reflexões e modestos contributos para
discussão pública do tema à consideração deste executivo e da Assembleia
Municipal

Covilhã, 4 de Dezembro de 2009

Os Vereadores do Partido Socialista,

Vitor Pereira,

Graça Sardinha,

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Câmara Municipal da Covilhã -3-

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