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I.

Disposições Gerais

Art. 1". A atividade judicial deve se desenvolver de modo a garantir e


fomentar a dignidade da pessoa humana, objetivando assegurar e promover
o solidarismo e justiça na relação entre as pessoas.

Art. 2". Para consecução das finalidades de sua atuação, o juiz deve se
manter permanente atualizado, em processo de constante aperfeiçoamento,
de formação continuada, não só com relação as matérias estritamente
jurídicas, como ainda outras que possam favorecer o melhor desempenho
o de suas funções.

11. Independência e imparcialidade

Art. 3". O juiz deve pautar o desempenho de suas atividades pelo conjunto
das normas jurídicas, as razões de sua edição e a função social que se Ihes
reconhece. sem receber influências externas e estranhas ao direito.

Art. 4'. O comportamento e atos do juiz, na vida pública ou privada, devem


ser de modo a evidenciar que não recebe qualquer espécie de influência,
direta ou indireta, em sua atuação jurisdicional, de ninguém e de nenhum
outro órgão, público ou privado.

Art. 5'. É dever do juiz denunciar qualquer interferência que vise a atingir
sua independência.

Art. 6". É vedado ao juiz, de qualquer modo, interferir na atuação


jurisdicional de outro colega.
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Art.7". O juiz deve se abster de qualquer conduta que possa gerar dúvida

I em sua equidistância das partes e evitar situações que possam ensejar


impedimento ou suspeição.

Art. 8". O juiz, no desempenho de sua atividade, deve dispensar as partes


1 tratamento materialmente igualitário, vedada qualquer espécie de indevida
1 discriminação.

Art. 9". No tratamento dispensado aos membros do Ministério Público,


advogados, procuradores ou defensores, veda-se ao juiz a adoção de
0 qualquer conduta que implique ou possa induzir 5 crença de indevido
favorecimento ou consideração diferenciada.

111. Transparência

Art. 10. A atuação do juiz deve ser transparente, documentando-se seus


atos, mesmo quando não legalmente exigível, mas sempre que possível, de
modo a favorecer sua publicidade.

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0 Art. I 1. O juiz deve sempre procurar oferecer, sem infringência as regras
do sigilo, informação útil, compreensível, confiável e clara.

Art. 12. O juiz deve se comportar, na relação com os meios de


comunicação social, de maneira prudente e equitativa, cuidando
especialmente para que não sejam prejudicados direitos e interesses
legítimos de partes e seus procuradores.
Art. 13. O juiz deve evitar comportamentos ou atitudes que possam ser
entendidos como de busca injustificada e desmesurada por reconhecimento
social.

Art. 14. O juiz há de cuidar da preservação do sigilo, quando a lei o


imponha, e, nos demais casos, guardar reserva, na vida publica e privada,
sobre dados ou fatos pessoais de que tenha tomado conhecimento em
função do exercício de sua atividade.

Art. 15. Os juizes pertencentes a órgãos colegiados devem preservar o


a0 sigilo de votos que ainda não tenham sido proferidos, de cujo teor venham,
antes do julgamento, a tomar conhecimento.

Art. 16 O juiz deve ostentar conduta positiva e de colaboração com os


órgãos de controle, bem assim com iniciativas de aferição de seu
desempenho e do movimento judiciário.

IV. Integridade e honestidade profissional

0 Art. 17. O juiz deve se comportar de modo a dignificar a função e estar


consciente de que o exercício da atividade jurisdicional impõe restrições e
exigências pessoais nem sempre vigentes para os cidadãos em geral.

Art. 18. O juiz não deve ostentar conduta que, aos olhos de um observador
razoável, pareça atentatória aos valores e sentimentos comuns da
comunidade em que desempenha suas funções.

Art. 19. Ao juiz é vedado receber dádivas, presentes ou benefícios a


margem da lei ou que, de qualquer modo, sirvam a colocar em xeque a
dignidade da função, nela compreendidas as atribuições jurisdicionais e
administrativas, mesmo relativas ao mister correcional dos serviços
extrajudiciais.

Art. 20. Ao juiz é vedado usar para fins próprios os bens públicos ou meios
disponibilizados para exercício de suas funções.

Art. 21. O juiz deve adotar as medidas necessárias para evitar que possa
surgir qualquer dúvida razoável sobre a legitimidade de suas receitas e de
sua situação econômico-patrimoniai.
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Art. 22. O juiz não deve contrair obrigações que perturbem o cumprimento
apropriado de suas funções.

V. Diligência

Art. 23. O juiz deve cuidar para que os processos a seu cargo se resolvam
em prazo razoável, sancionando qualquer iniciativa dilatória ou atentatória
a boa fé processual.

Art. 24. O juiz deve velar para que os atos sejam praticados com a máxima
pontualidade.

Art. 25. O juiz deve manter uma atitude aberta e paciente para receber
argumentos ou criticas razoáveis de modo a confirmar ou retificar posições
antes assumidas.
Art. 26. O juiz deve agir de forma prudente, avaliando as diferentes teses
que lhe são apresentadas e ponderando as diferentes conseqüências que
cada qual delas pode provocar.

1 VI. Cortesia

Art. 27. O juiz deve sempre se portar de modo a externar respeito e


consideração pelos colegas, promotores, advogados, servidores, partes,
testemunhas e todos quantos se relacionem com a administração da Justiça.

' O Art. 28. A atividade disciplinar, de correição e de fiscalização, deve ser


exercida sem infringência ao devido respeito pelos correicionados.

Disposições finais
I
I Art. 29. Os preceitos do presente ato normativo complementam os deveres
funcionais dos juízes que emanam da Constituição Federal, do Estatuto da
Magistratura e das demais disposições legais.

0 Art. 30. A infração as disposições éticas erigidas sujeita o juiz a


1 responsabilização disciplinar, na forma da lei vigente.

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