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Luísa Lopes
Como dizia Simone de Beauvoir “quando leio um livro, um livro que me toca,
sinto que alguém me está a falar; o autor faz parte do livro; a literatura começa
nesse momento preciso, nesse momento em que oiço uma voz singular”. A
ideia é e será sempre esta porque de facto cada homem é feito de todos os
outros homens e só se compreende o mundo através deles, só se compreende
através do que eles deixam transparecer de si próprios e através de si próprios.
Portanto, passem os milénios, surjam novas tecnologias e a Literatura existirá
sempre.
E agora?
As novas tecnologias avançam finalmente com um modelo revolucionário... o
livro electrónico... uma espécie de computador portátil, de dimensões práticas
onde poderemos ter toda a obra de um, vários ou uma infinidade de escritores,
com a vantagem de simultaneamente servir de bloco de notas, onde
escrevemos manualmente como em qualquer outro papel e tudo num objecto
que pode ter afinal a dimensão de um livro, uma máquina com a qual qualquer
leitor poderá manter a mesma relação que mantém com o livro, saboreando o
seu conteúdo, virando páginas, anotando à margem, fazendo comentários.
Será isto finalmente a morte do livro e da Literatura?