Este documento discute a linguística como uma ciência cognitiva que estuda como a linguagem é adquirida e processada na mente humana. Ele explica que a linguística é dividida em três áreas: teoria linguística, psicolinguística e neurolinguística, cada uma abordando questões sobre a linguagem em níveis conceituais, comportamentais e cerebrais, respectivamente. O documento argumenta que uma maior integração entre essas áreas poderia fornecer respostas mais completas sobre como a linguagem funciona na
Este documento discute a linguística como uma ciência cognitiva que estuda como a linguagem é adquirida e processada na mente humana. Ele explica que a linguística é dividida em três áreas: teoria linguística, psicolinguística e neurolinguística, cada uma abordando questões sobre a linguagem em níveis conceituais, comportamentais e cerebrais, respectivamente. O documento argumenta que uma maior integração entre essas áreas poderia fornecer respostas mais completas sobre como a linguagem funciona na
Este documento discute a linguística como uma ciência cognitiva que estuda como a linguagem é adquirida e processada na mente humana. Ele explica que a linguística é dividida em três áreas: teoria linguística, psicolinguística e neurolinguística, cada uma abordando questões sobre a linguagem em níveis conceituais, comportamentais e cerebrais, respectivamente. O documento argumenta que uma maior integração entre essas áreas poderia fornecer respostas mais completas sobre como a linguagem funciona na
CAROLINA ARAJO 1. A linguagem como fenmeno cognitivo i
na mente humana que a lngua produzida e compreendida. A comunicao entre pessoas comumente vista de forma simples. Entretanto, mesmo por trs de dilogos simples, h uma enorme tarefa psicolgica realizada por aqueles envolvidos na conversa. Na reproduo de poucas palavras h uma sequncia de codificao/decodificao para que haja interao. Esse processo ainda pouco conhecido, mas, sem dvida, envolve a mente.
A linguagem um conhecimento lingustico ou competncia lingustica. Durante um processo comunicativo o indivduo envolvido raramente se d conta do processo necessrio para que ele oua, entenda e responda a uma mensagem. A codificao dos pensamentos em morfemas, palavras, sintagmas e frases acontece de forma inconsciente. Isso classifica a linguagem como conhecimento tcito.
As estruturas das lnguas naturais manipuladas pela mente so geralmente muito complexas. Frases que aparentemente so simples escondem diversas regras de concordncia e regncia, envolvendo escolhas de pronomes e palavras. No entanto, isso no impede que haja comunicao entre os humanos. Em fato, no s no impede como na maioria da vezes esse processo ocorre facilmente.
A faculdade da linguagem , com efeito, a disposio biolgica que todos os indivduos humanos saudveis possuem para adquirir uma lngua e para produzir e compreender palavras, frases e discursos. Segundo resultado de pesquisas, a capacidade dos humanos de se comunicarem facilmente natural da espcie. No entanto, a lingustica enquanto cincia cognitiva procura entender no somente porque a linguagem ocorre na mente humana mas tambm como.
2. A lingustica como cincia cognitiva
a lingustica somente uma dentre diversas outras cincias cognitivas - psicologia, neurocincia, inteligncia artificial, etc. - essas cincias, apesar de independentes, dialogam entre si; e seus objetos de estudo variam entre memoria, aprendizagem e viso, por exemplo. No caso da lingustica, h o estudo da linguagem, que um dos fenmenos mentais mais importantes no estudo da cognio humana. , inclusive, a partir do momento que os linguistas interpretam a linguagem como uma faculdade psicolgica que ela passa a integrar as cincias cognitivas. o papel da lingustica como cincia cognitiva explicar como possvel o uso da linguagem, qual a sua natureza e origem. Procurando responder a essas perguntas a lingustica se subdivide em trs reas teoria lingustica, a psicolingustica e a neolingustica cada uma focando em questes especificas. Entretanto, elas procuram, ou pelo menos deviam, trabalhar juntas. 3. As subdivises da lingustica
3.1. Teoria Lingustica (Em que consiste o conhecimento lingustico existente na mente das pessoas?)
Essas teorias no so baseadas em possiblidades, abstrao. O lingustica terico objetiva formular uma hiptese que procure responder como o funcionamento da linguagem na mente humana.
apesar de haver outros modelos de teorias lingusticas, Kenedy focou seu texto no modelo mais influente, o Gerativismo.
O Gerativismo iniciou-se nos anos 1950, quando Noam Chomsky publicou suas ideias iniciais em um livro chamado Estruturas Sintticas ii . Segundo ele, na mente das pessoas h aplicao de regras inconscientes, que formam as frases que so pronunciadas e compreendidas.
a teria de Chomsky foi importante pois antes de seu trabalho a lingustica ocupava-se quase totalmente da dimenso social e histria da linguagem. Aps suas publicaes, a preocupao deixou de ser essencialmente estrutural. Os lingusticos passaram a se perguntar como a mente humana era capaz de adquirir e processar essas estruturas.
3.2. Psicolingustica (Como as crianas adquirem o conhecimento lingustico? Como esse conhecimento colocado em uso?) A psicolingustica, diferentemente da Teoria Lingustica, uma cincia emprica. Seus mtodos experimentais so baseados na psicologia cognitiva. Esta surgiu ao final dos anos 1950, sendo um campo recente de pesquisa em psicologia. Baseia-se no estudo da mente, ou seja, nas funes cognitivas que apresentam-se visveis atravs do comportamento do ser humano.
Por buscar respostas cientificas, a psicolingustica pode tentar provar as hipteses abstratas propostas pelos lingusticos tericos. Ao realizar descobertas, a psicolingustica novamente pode vir a ajudar os tericos. Estes, ao basearem-se em descobertas provadas empiricamente tem maior possibilidade de formular uma hiptese que se sustente ao levar em considerao a psicologia do real funcionamento da linguagem.
3.3. Neurolingustica ou Neurocincia da Linguagem (Quais so os fundamentos fsicos, no crebro humano, do conhecimento lingustico?)
subdiviso da neurocincia moderna, a Neurolingustica, cincia emprica, procura compreender como o crebro, enquanto sistema fsico, qumico e biolgico, trabalha para dar origem a linguagem.
4. Trs realidades no estudo da linguagem As relaes entre as trs realidades da linguagem no so imediatas ou transparentes. Como foi visto, cada subdiviso da lingustica procura responder a uma pergunta especifica, trabalhando de forma individual, mas, ao mesmo tempo, se interligando. A etimologia do conhecimento lingustico fica a cargo das teorias lingusticas. A psicolingustica, estuda a linguagem no nvel psicolgico, analisando seu comportamento atravs da mente humana. O objeto de estudo da neurocincia como o fenmeno da linguagem ocorre no crebro, em relao as questes eletroqumicas envolvidas no processo. De acordo com essas diferenas possvel identificar o grau de potencial cognitivo de cada uma.
essa distino necessria pois preciso que fique claro que apesar dessas subdivises serem interligadas elas tambm so relativamente independentes, visto que se tratam de realidades diferentes. Logo, um conceito terico que diz como a mente forma uma frase no pode ser usado para explicar como o crebro estaria envolvido no mesmo processo.
a teoria lingustica possui uma qualidade cognitiva moderada. Isso pois seu processo envolve suposies e completamente conceitual, no dependendo de testes cientficos ou pesquisas para comprovar possveis hipteses.
a psicolingustica classificada como possuidora de uma abordagem cognitiva forte. Isso porque os psicolingusticas trabalham empiricamente. Suas descobertas so baseadas em pesquisas experimentais. Atravs destes eles formulam teses sobre compreenso do processo da linguagem, pois so capazes de reproduzir e observar tarefas cognitivas em laboratrios.
a neurolingustica vista como fortemente cognitiva. Pois, o neurolinguista no somente considera o abstrato e o psicolgico, mas o fsico. Ele analisa cientificamente o local do crebro responsvel pela linguagem e as interaes que nele ocorrem durante esse processo.
5. A interao entre as trs realidades
como as distintas realidades so pouco integradas as respostas formadas s podem ser usadas em relao a reas especificas do estudo da linguagem. Kenedy destaca a importncia que teria se isso mudasse. Segundo ele, no futuro, se tal integrao ocorresse, seria possvel responder questes mentais, teorias e cerebrais de uma nica maneira. Esse cenrio seria possvel se os estudos de teorias lingusticas se articulassem as descobertas psicolgicas e neurolgicas da linguagem, o que possibilitaria uma melhor representao do conhecimento lingustico humano.
i Cognio o termo cientifico atualmente utilizado para fazer referncia ao conjunto das inteligncias humanas. Diz respeito, portanto, a todos os fenmenos mentais que tenham relao com a aquisio, o armazenamento, a ativao e o uso do conhecimento. (Eduardo Kenedy) ii Publicado em 1957