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Acção de Formação: “Práticas e Modelos na Auto-Avaliação das Bibliotecas

Escolares”
Formanda: Brígida de Freitas Cerqueira Pinto

Tarefa 2

A integração do processo de auto-avaliação no contexto da


escola é crucial.

A biblioteca escolar assume uma importância cada vez mais


acrescida na escola. Sobejamente reconhecida por Organizações
e Associações Internacionais que definem o seu espaço como
sendo “um núcleo de trabalho e de aprendizagem ao serviço da escola”1.

Segundo Sarah McNicol “ Tradicionalmente as bibliotecas


escolares eram avaliadas principalmente em termos de gestão, o impacto
que tinham sobre o ensino e a aprendizagem raramente era focado.(…) A
auto-avaliação pode ajudar as escolas a prepararem-se para a avaliação,
mas o mais importante para identificar pontos fortes e fracos e ajudar as
escolas a melhorar a sua biblioteca através de uma avaliação
aprofundada das áreas específicas. (…)” 2

Esta autora realça a necessidade que a BE tem de


demonstrar a contribuição que os seus serviços prestam no
domínio do apoio curricular e na aprendizagem para os
professores e alunos. Há necessidade de articular as actividades
para as questões de toda a escola e relacionar a avaliação da
biblioteca com os objectivos da escola.

Ericson reforça as razões da auto - avaliação “(…) auto-


conhecimento (…) estar numa posição melhor para priorizar as suas
necessidades e orientar as suas energias para os objectivos
desejados.(…) As escolas precisam de prestar contas e demonstrar que
estão a fazer um trabalho profissional e de melhoria contínua. A avaliação
deve ser “ uma parte integrante e evidente “ de melhoria da escola. (… )
1
-Texto da sessão
2
Mac Nicol,Sarah-Incorporing Library provision in school self-evaluation-Published in Educational Review (
Novembro de2004)
[Formanda Brígida Pinto] Página 1
Claro que perante esta situação novos desafios são colocados à
BE, o professor bibliotecário tem que redefinir práticas e orientar
a sua acção, assim, “…transita de gestor da informação a interventor
no percurso formativo e curricular dos alunos e no desenvolvimento
curricular em cooperação com os professores. Trabalhar e trabalhar no
desenvolvimento das diferentes Literacias, nomeadamente para as
literacias digitais e para a literacia da informação (…) um reforço no
conceito de cooperação, baseado na planificação e no trabalho
colaborativo com os professores das diferentes disciplinas.(…)O professor
coordenador deve ter um papel activo no funcionamento e no sucesso da
escola que serve.” 3
Ele deve saber agir e demonstrar o seu desempenho.
É novamente retomada a “liderança“ e o “VALOR” da BE através do
desempenho do professor bibliotecário. “A visão e a gestão estratégica “
do professor bibliotecário permitirá que ele estabeleça prioridades, recolha
as evidências e identifica os pontos fortes e fracos da sua BE.
Como refere o documento da sessão,”o processo de auto – avaliação
deve enquadrar-se no contexto da escola e ter em conta as diferentes
estruturas com as quais é necessário interagir.”
Este ponto apela ao papel do Director que se deve envolver, logo no início,
no processo e manifestar as prioridades da escola, só dessa forma será
possível ir ao encontro dos objectivos da BE.
Paralelamente,os professores ,os alunos, os pais também serão chamados
para participar no processo de auto – avaliação.

Análise à realidade da escola

No que diz respeito à minha escola, o Agrupamento de Escolas Dr.


Leonardo Coimbra - Lixa fica localizado na cidade da Lixa, Concelho de
Felgueiras e distrito do Porto, sendo repartido por trinta e duas freguesias.
Com base na leitura efectuada ao Projecto Educativo de Escola, constata-
se que a maior parte dos pais e encarregados de educação possuem um
nível de escolaridade baixo, o 6º ano de escolaridade.
Um número significativo de encarregados de educação tem dificuldades
em acompanhar a vida escolar dos seus educandos.

3
-Texto da sessão
[Formanda Brígida Pinto] Página 2
O meio sociocultural fragilizado, não contribuindo para que os alunos
tenham um ambiente familiar favorável ao desenvolvimento de bons
hábitos escolares ( leitura, escrita, interesses culturais,etc.)
Relativamente às categorias sócio-profissionais dos encarregados de
educação, constata-se que a maior parte são empregados fabris e um
elevado número de mães domésticas.

Análise à realidade da escola


Constatou-se, na análise ao projecto, que há algum desinteresse dos
alunos relativamente aos currículos escolares;
Alunos pouco responsáveis para o seu sucesso escolar ;
Insuficiente envolvimento da Comunidade Educativa nos projectos e
actividades escolares.
Actividades extracurriculares pouco desenvolvidas;
A comunicação entre a família e a escola, principalmente ao nível do
3ºciclo nem sempre é fácil.
Paralelamente a estes factores, por vezes, os responsáveis pelos
departamentos, não respondem atempadamente às solicitações dos
responsáveis da equipa da BE (talvez por falta de tempo).
Há dificuldade em encontrar tempo para a realização de trabalho
cooperativo.
A BE ainda é vista, por alguns, apenas um espaço que oferece recursos
e equipamentos.
Como há uma grande preocupação na implementação da gestão da
colecção (na base de dados), a equipa da BE sente a falta do apoio da
autarquia. Portanto, torna-se urgente sensibilizar a autarquia para
colaborar no tratamento técnico do fundo documental.
A BE está a disponibilizar sites de interesse para apoio ao currículo,
mesmo assim serão elaborados mais recursos de informação, em
diferentes suportes, e adequados às necessidades dos utilizadores.
Gradualmente a participação dos pais e o seu envolvimento na promoção
dos hábitos de leitura serão reforçados.

Como a biblioteca do Agrupamento procura responder às preocupações


educativas da escola, ela visa proporcionar recursos ricos em ideias e
informação, variados nos seus formatos, que apoiem e enriquecem o
currículo escolar, estimulem o desenvolvimento cultural, promovam a
leitura e permitam o crescimento pessoal, social e cívico.
Nesse sentido o plano de acção como documento de afirmação da BE,
da sua equipa e, em última análise, diferenciador da escola, define o seu
plano de desenvolvimento em três dimensões:
[Formanda Brígida Pinto] Página 3
I –Dimensão curricular:

Objectivo 1: Apoiar o plano de desenvolvimento curricular da escola


2009/2010 2010/2011 2011/2012 2012/2013

Implicar todas as áreas e a frequência regular da


x x x x
biblioteca no aperfeiçoamento da Língua Portuguesa.
Preparar e disponibilizar um conjunto de materiais
pedagógicos para uso em sala de aula ,em actividades
x x x x
de ocupação plena de tempos escolares e outras
solicitadas
Colaborar com os professores na concretização de
x x x x
actividades curriculares com base em recursos da BE
Disponibilizar recursos documentais, nos diversos
formatos, físicos e digitais online de acordo com as x x x x
necessidades de informação dos planos curriculares
Gerir os conteúdos dos programas de forma a
fomentar diferentes técnicas e processos de x x x x
aprendizagem.

Objectivo 2: Implementar um programa de desenvolvimento das competências em literacia de informação e


tecnológicas
2009/2010 2010/2011 2011/2012 2012/2013
Promover reflexão nos órgãos de gestão pedagógica
x x x x
sobre questões de literacia.
Disponibilizar um conjunto de guias para apoio ao
desenvolvimento das competências tecnológicas x x x x

Construir materiais /recursos educativos e


x x x x
disponibilizá -los, sempre que possível no Moodle.

[Formanda Brígida Pinto] Página 4


II – Dimensão cultural

Objectivo 1: Promover a leitura


2009/2010 2010/2011 2011/2012 2012/2013
No âmbito do Plano Nacional de leitura e com vista à
promoção do sucesso dos nossos alunos no campo da
x x x x
literacia, a equipa responsável traçou um plano de
actividades.
Dinamizar a hora do conto. x x x x
Dinamizar «o clube dos amigos da Biblioteca». x x x x
Participar na Semana da Leitura. x x x x
Realizar a Feira do Livro x x x x

Objectivo 2: Promover a cultura


2009/2010 2010/2011 2011/2012 2012/2013
Promover o gosto pela poesia x x x x
Realizar um concurso de poesia. x x x x
Participar nas comemorações do Centenário da
x x
República
Aprofundar o conhecimento da figura do Dr.
x x
Leonardo como personalidade da República.
Organizar uma mostra/ exposições de professores
x
artistas.
Divulgar o Mês Internacional das Bibliotecas Escolares x x x x
Organizar debates, conferências e actividades
x x x x
culturais de diferentes natureza.
Celebração de Efemérides e de datas relevantes para
x x x x
a Comunidade Educativa.
Dinamizar actividades potencializadores do gosto
pela escola, promovendo a socialização e combater o x x x x
insucesso escolar.

[Formanda Brígida Pinto] Página 5


III - Dimensão organizacional:

Objectivo 1: Estabelecer relações institucionais com os órgãos pedagógicos da Escola


2009/2010 2010/2011 2011/2012 2012/2013
Representar a BE no Conselho Pedagógico x x x x
Estabelecer/consolidar interacção efectiva e parcerias
com os departamentos curriculares, os directores de
x x x x
turma, os professores e a sala de aula, nas actividades
das áreas curriculares e não curriculares

Objectivo 2: Rever os normativos


2009/2010 2010/2011 2011/2012 2012/2013
Rever e adequar os normativos da BE à luz do PEE e
x x
do PCE, em revisão em 2009-2010
Rever o regimento da BE e proceder às alterações
x x
necessárias.

Objectivo 3: Realizar a interacção BE/Escola


2009/2010 2010/2011 2011/2012 2012/2013
Espaço
Adaptar a implantação da colecção no espaço do CRC x
Reorganizar as sinaléticas das estantes. x
Equipamentos
Revisão regular ao equipamento informático. x x x x
Condições de funcionamento
Adequar as rotinas necessárias. x x x x
Serviços
Prestar os serviços adequados para o bom
x x x x
funcionamento da BE.
Reformular os serviços, sempre que se revela
x x x x
necessário.
Implicar todas as áreas e a frequência regular da BE
x x x x
no aperfeiçoamento da Língua Portuguesa.
Acesso aos serviços
Implementar ferramentos Web 2.0 para o acesso aos
x x x x
serviços, dentro e fora da escola
Plano de comunicação
Criar o blog da BE . x x x x
Criar um organigrama estruturando as actividades,
x x x x
intervenientes e fontes de informação
Colocar no Moodle as actividades referentes à BE
Staff
Negociar com o Director a composição da equipa e a
x x x x
distribuição dos tempos no respectivo horário
Gerir as diferentes valências x x x x
Orçamento
Estabelecer um plano orçamental anual em função do
x x x x
Plano de Actividades

[Formanda Brígida Pinto] Página 6


Objectivo 4: Actualizar a colecção
2009/2010 2010/2011 2011/2012 2012/2013
PDC
Elaborar o documento PDC. x
Gestão da colecção
Estabelecer o plano de aquisições, a reavaliar
x x x x
anualmente
Realizar o desbaste x x x x
Avaliação
Estabelecer um plano de avaliação da colecção x x
Disponibilização da colecção via catálogo
Disponibilização do catálogo online x X X

Objectivo 5: Avaliar a BE enquanto serviço técnico-pedagógico


2009/2010 2010/2011 2011/2012 2012/2013
Actividades:
Rever/criar procedimentos/ instrumentos de
observação, registo e monitorização do impacto das x x x x
actividades e articulação entre os intervenientes
Criar e aplicar instrumentos de monitorização do
x x x x
serviço de BE
Aplicar o modelo de avaliação das BEs - RBE x x x x

[Formanda Brígida Pinto] Página 7


A elaboração deste plano de acção para o próximo quadriénio
pretende realçar o novo papel da BE e concretizar os seguintes
objectivos:
- Promover a formação individual dos alunos e suas aprendizagens;
- Suportar o desenvolvimento das competências, incluindo a literacia da
informação;
- Apoiar o desenvolvimento do currículo e projectos em curso na escola.
- Incentivar o gosto pela leitura e pela escrita;
- Responder a necessidades lúdicas, recreativas e de ocupação de
tempos livres dos alunos
Anualmente e com base no domínio seleccionado, há um relatório de
auto-avaliação e um plano de melhoria que deverão ser apresentados no
Conselho Pedagógico. Após a sua análise e discussão o mesmo será
integrado no relatório da escola. Dessa forma será possível à inspecção
avaliar o impacto do seu desempenho na escola.
Como concluiu Mac Beath “ No modelo de avaliação da BE, a auto-
avaliação não é vista como uma alternativa à inspecção externa, mas
como complementar, como eles têm diferentes objectivos e abordagens,
os dois devem apoiar-se um no outro.”4

Bibliografia:

Texto disponibilizado para a sessão.

McNicol,Sarah -“Incorporing Library provision in school self-evaluation”,


Educational Review(2004)

Scott,Elspeth – How Good is your School Library Resource Centre?,


Libraries for life (2002)

Johnson,Doug – Getting the Most from Your School Library Media


Programa.(2005)

Projecto Educativo Do Agrupamento de Escolas Dr. Leonardo Coimbra - Lixa

4
Mc Nicol,Sarah –“Incorporating library provision in school self-evaluation”, Educational Review (2004)
[Formanda Brígida Pinto] Página 8
[Formanda Brígida Pinto] Página 9

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