1. TEMA Hermenutica Jurdica. 2. TITULO A Simplificao da Linguagem Jurdica como Acesso Justia 3. JUSTIFICATIVA DO TEMA, TTULO E COLOCAAO DO PROBLEMA A reflexo sobre a linguagem jurdica no tem grande destaque nos livros que versam sobre a garantia fundamental de acesso Justia, apresentada de maneira superficial entre os fatores socioculturais que dificultam esse acesso. Seria razovel que a linguagem jurdica ocupasse um lugar relevante entre as discusses sobre acesso Justia, haja visto que o Direito , por excelncia, entre as que mais o sejam, a cincia da palavra (XAVIER, 2003, p.1) 1 . Este estudo visa ampliar a discusso da importncia do papel da linguagem jurdica no acesso Justia, trazendo ao fenmeno da linguagem jurdica pressupostos tericos, normalmente negligenciados no meio jurdico, que viessem ao encontro da problemtica levantada: Em que medida a complexidade linguagem jurdica dificulta o acesso Justia? Outras questes se colocam paralelamente a essa problemtica: o reconhecimento da linguagem jurdica como tal, o entendimento da linguagem jurdica como meio ao acesso Justia, a compreenso dos mecanismos de manuteno de uma linguagem, o reconhecimento do direito constitucional de acesso Justia e, finalmente, o grau de importncia que tem a linguagem jurdica, como elemento de interao entre o Judicirio e os cidados, e como veiculadora do direito em um Estado democrtico. O direito de acesso Justia para todos, se constitui em um dos pilares da cidadania plena, sendo um direito fundamental garantido no artigo 5, XXXV da Constituio Federal. O amadurecimento do Estado Democrtico de Direito leva ao entendimento de que o direito de acesso Justia no contempla a amplitude do termo acesso. Tal amplitude de que se fala o acesso como compreenso do sistema para com
1 XAVIER, R. C. Portugus no direito: linguagem forense. 15. ed. rev. e aum. Rio de Janeiro: Forense, 2003.
ele interagir de forma cidad. , ainda, o acesso a uma ordem jurdica justa, em que os conflitos sejam tratados e resolvidos de forma igualitria. Esse acesso jamais se concretizar isoladamente, sem que outros direitos se efetivem e lhe sirvam de alicerce. Nesse pensamento, o conceito de acesso Justia ultrapassa o fato de o cidado ter ou no ter seus conflitos nas gavetas do Judicirio. A justia gratuita, por exemplo, permite que litgios de alguns indivduos desfavorecidos economicamente venham apreciao do Judicirio. Entretanto, mesmo durante o processo no qual so partes, a Justia permanecer inacessvel para essas pessoas. O fato que nem todo cidado brasileiro tem direito a uma educao jurdica ou no tem condies econmicas para pagar seu acesso. No tem direito de acesso Justia todos aqueles para os quais a linguagem jurdica lhes afigura como uma lngua aliengena. Fundada foi a preocupao do legislador em dar ao direito de acesso Justia uma moldura constitucional. Entretanto, preciso que se viabilize o direito a ter direitos, que nada mais que desobstruir o caminho que leva Justia. Segundo o juiz Rodrigo Collao, ex-presidente da Associao dos Magistrados Brasileiros, a linguagem jurdica afasta a populao do Poder Judicirio 2 o que nos leva a consider-la como um dos obstculos ao acesso ao direito. A linguagem jurdica produto de construo sociocultural, imprescindvel efetivao do acesso Justia e deveria estar, por princpio constitucional, ao alcance de todos. No entanto, via de regra, ela que se coloca como um grande divisor entre o cidado e o texto jurdico, seja ele escrito ou oral, tornando-se grande responsvel pelo desconhecimento do direito e, por consequncia, obstculo ao acesso Justia. inegvel que o direito, para muitos, adormece na letra fria da lei porque sua compreenso efetiva est muito distante do cidado mdio, embora tenha consequncias diretas na vida de todos. No esforo de trazer ao texto jurdico clareza, preciso e abrangncia, a linguagem jurdica acaba por homogeneizar os sentidos, ignorando a desigualdade
2 Associao dos Magistrados Brasileiros. O Judicirio ao alcance de todos: noes bsicas de juridiqus. 1.ed. Braslia: Ediouro Grfica e Editora, 2005.
nas formaes sociais, e o discurso tcnico, que segue risca a norma padro, elaborado em grande formalidade, acaba por marginalizar e excluir sujeitos com baixo grau de letramento. Diante desse cenrio, buscou-se aprofundar o tema no que tange constituio da linguagem jurdica e as implicaes de suas especificidades como causa de excluso do acesso Justia. 4. OBJETIVOS 4.1 GERAIS O presente projeto monogrfico tem como objetivo principal analisar os obstculos causados pela linguagem jurdica ao acesso a Justia. 4.2 ESPECFICOS a. Tecer uma breve analise do acesso justia em sua totalidade; b. Trazer, ainda que superficialmente, consideraes a respeito da evoluo do acesso justia e quais so os obstculos percebidos ainda nos dias atuais; c. Analisar de que forma a linguagem se relaciona com o poder e em um Estado Democrtico de Direito; d. Compreender, com base em doutrinas e jurisprudncias, a complexidade da linguagem jurdica perante ao Direito, de que forma ela utilizada como ferramenta para o Direito; e. Estabelecer em quais pontos h uma rebusques da linguagem jurdica para o cidado comum; f. Apresentar a necessidade e as finalidades da simplificao da linguagem jurdica para que seja efetivado o acesso justia. 5. SUMARIO PRELIMINAR 1) RESUMO 2) INTRODUO 3) ACESSO JUSTIA 3.1 O que Acesso Justia 3.2 A evoluo do Acesso Justia 3.3 Obstculos ao acesso Justia
4) CONCEPO DE LINGUAGEM 4.1 Linguagem como forma de poder 4.2 Linguagem em um Estado Democrtico de Direito
5) A LINGUAGEM JURDICA 5.1 Conceitos e caractersticas 5.1.1 A palavra como ferramenta do Direito 5.2 Funo Social da Linguagem Jurdica 5.2.1 A fundamentao de sentenas 5.3 O Juridiqus 5.3.1 O problema da terminogia jurdica 5.3.2 O arcasmo e o latim na linguagem jurdica 5.3.3 A manuteno dos termos tcnicos 5.4 A necessidade da simplificao da linguagem jurdica 5.4.1 Mecanismos jurdicos para facilitar a compreenso da linguagem jurdica 5.4.2 Iniciativas brasileiras para simplificao da linguagem jurdica
6) CONSIDERAES FINAIS 6. PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS Para uma melhor elaborao e esclarecimento deste estudo, sero utilizados doutrinas gerais e especficas sobre o tema abordado, revistas jurdicas, teses de dissertaes, entendimentos jurisprudncias, normas constitucionais e casos concretos. 7. CRONOGRAMA a. Assinatura e Entrega do Termo de Compromisso: 21/02/2014 b. Elaborao e entrega do projeto de pesquisa: 04/06/2014 c. Pesquisa bibliogrfica: Jul/2014 d. Desenvolvimento da pesquisa redao: Ago/2014 e. Reviso e digitao: Set-Out/2014 f. Entrega para o professor orientador para aprovao ou correo: Out/2014 g. Depsito formal perante a Direo do Curso: Nov/2014 h. Defesa perante banca examinadora: Nov/2014
8. REFERNCIAS
ARRUDO, Bia. O juridiqus no banco dos rus. In: Revista Lngua Portuguesa, ano I. So Paulo: segmento, n. 2, junho/dez. 2007, p. 18-23.
ASSOCIAO DOS MAGISTRADOS BRASILEIROS. O Judicirio ao alcance de todos: noes bsicas de juridiqus. 1.ed. Braslia: Ediouro Grfica e Editora, 2005.
ASSOCIAO DOS MAGISTRADOS BRASILEIROS. Campanha para a Simplificao da Linguagem Jurdica. Disponvel em: <http://www.amb.com.br/portal/juridiques/book_premiados.pdf >. Acesso em: 27 mai. 2014.
BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. 14 ed., So Paulo: Hucitec, 2010.
BITTAR, Eduardo Carlos Bianca. Linguagem Jurdica. 5 ed., So Paulo: Saraiva, 2010.
BRASIL. Constituio (1988). Constituio da Repblica Federativa do Brasil, 1988. Braslia: Senado Federal, 1988.
CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso Justia. Traduo de Ellen Gracie Northfleet. Porto Alegre: Fabris, 1988.
DANTAS, Andra Medeiros. Linguagem jurdica e acesso Justia. Jus Navigandi, Teresina, ano 17, n.3111, 7 jan. 2012. Disponvel em: <http://jus.com.br/artigos/20812>. Acesso em: 29 de maio 2014.
HESS, Heliana Maria Coutinho. Acesso Justia por reformas judiciais. Campinas, SP: Millennium Editora, 2004.
MORALLES, Luciana Camponez Pereira. Acesso Justia e princpio da Igualdade. Porto Alegre: Sergio Antnio Fabris Ed. 2006.
PEREIRA, Marcio Henrique. Desafios e perspectivas da compreenso social da terminologia jurdica. CEPPG Revista (Catalo), Catalo - GO, v. 7, p. 116-126, 2002.
TFOUNI, Leda Verdiani; MONTE-SERRAT, Dionia Motta. Letramento e Discurso Jurdico. Disponvel em <http://www.uff.br/cadernosdeletrasuff/40/artigo4.pdf>. Acesso em 27 mai. 2014.
WARAT, Luis Alberto. O direito e sua linguagem (com a colaborao de Leonel Severo Rocha e Gisele Guimares Cittadino) - 2. verso - 2. ed. aum. - Porto Alegre: Fabris, 1995.
Projeção da Autonomia Privada no Direito Processual Civil e sua contribuição para a prestação de uma tutela jurisdicional efetiva: autonomia privada e processo civil
A Linguagem Jurídica Como Obstáculo Ao Acesso à Justiça. Uma Análise Sobre o Que é o Direito Engajado Na Dialética Social e a Consequente Desrazão de Utilizar a Linguagem Jurídica Como Barreira Entre a Sociedade e o Direito_Jus
A MEDIAÇÃO COMO MEIO ALTERNATIVO NA BUSCA PELA JUSTIÇA, REALIZAÇÃO DA AUTONOMIA, CIDADANIA, DIREITOS HUMANOS E CONCRETIZAÇÃO DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO Giovana Krüger Charlise P. Colet Gimenez