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Pro. RET FABRE GET ae sem VP: 20} 2108 oy a Ste COP.AS WENGE I TECNOLOGIAS DA NOVA MIDIA: As MAQUINAS DE INFORMAGAO O cendiia € familiar: previsdes sobre o brithante papel que os serviges de midia de-ltima geragio tero no nosso futuro. Elas sugerem uma Utopia eletrOnica onde, no conforto de nosscs easas, sentamos defronte de nossos consoles multimidia ligadcs a um murdo de vastos recursos de informa- 30. E um mundo revigorante, limps, onde todos os problemas tém resposts, porque temas pleno acesso z0s Fatos.! A perspectiva & cutiosa ‘mas decididamente prematura. Mudencas draméticas esto realmente ‘ocorrensio na comunicagaode massa, mas o caminho a frente est marcado com uma quantidade semelhante de armadilhas © oportunidades. Neste capitulo, examinamos as tecnologias da informagio que determinario a forma e a diregio da mfdia de massa na préxima década, ‘As atuais mudangas so. terceira grande transformagéo nas tecrologias dda mfdia de massa nos tempos modemcs. A primeira aconteceu no sé2ulo XIX, ecm a introdugaio das impressorasa vapor edo papel de jomalbarato. 5 resultado foi a primeira mfdia de massa verdadeira — 0s jomais “baratos” ¢ as editoras de livros e revistas em grande escala. A segunda transformagio ocorreu com a introdugio da transmissio por ondas eletro- magnéticas — 0 radio em 1920 ¢ a televisio em 1939. Aterceira transfor- ago na mfdia de massa — que estamos presenciando agora —- envolve 8 SM ANova ions uma transigao para « produgto, armazenagem e distribuigio de informago ¢ entretenimento esiruturadss em computadores, Ela nos leva para 0 mando dos compuladores multimidia, compact dises, bancos de dados portateis, redes nacionais de fibras Gticas, mensagens enviadas por fax de lltima geragao, paginas de Web e outros servigos que nao existiam hd vinte ans Sob varios aspectos, esse novo padrlo de midia € qualitativamente ferente dos anteriores. Uma tecnologia —a computadorizagdo— agora 0 médulo para was as formas de produgto de informagio: som, viico ¢ impressos. Como resultado, os computadores estdo obrigando a uma restruturagtio maciga dos servigos de midia antigos, criando, ao mesmo tempo, um novo grupo de servigos concorrentes. As linkas t-adicionais, en‘re um veiculo e outros se desagregam quando compartilham de um médulo de computador comum. Aparelhos de fax so jomais. Compact discs sio livros. Satélites so transmissores de (elevisdo, As velhas dife- rengas perdem a nitidez & medida que os computadores tcansormam os produtos tradicionais e acrescentam novos. A tecnologia sempre foi deter- minante na definigao e atuagéo ca midia de massa. Isso contin yard sendo assim nos proximos anos, confcrme as indstriss de midia se ajustarem pa-a novas oportunidades operacionais e de producao. Primeiramente, as novas tecnologias da informagao serviram principal- mente as necessidades das grandes empresas e dos grandes governos — 4s instituigdes que podiam arcar (na verdade, subsidiar) com a expansio da estrutura eletrOnica de informagdo nos EUA.? Isso estd mudando. ‘Testemunhamos 0 répido consumo desses recursos de informacio de poata, A midia de massa serd uma beneficidria bisica dessa mudanea, jé que as redes de comunicagées se expandem para fornecer servigos eletr®~ nicos aos lares ¢ a outros locais de consumo.? AERA VINDOURADOS TELECOMPUTADORES Essa mudanga para os servigos de consumo tem seu ritmo imposto pela fusio tecnoldgica de duas méquinas familiares — computadores ¢ televi- sores. Os computadores cada vez mais se tomam parecidcs com os televisores; 0s televisores estio se tornando computadorizados. O resulta- Go € um tipo novo de hibrido eletrOnico, o telecomputador. Sendo um aparetho voltado para o consumidor, o telecompatador aeabar por subs- Licir os televisores antiquados, ¢ também os computadores pessoais, aparelhos de videocassete, méquinas de jogos, toca-discos digitcise outros ispositivos eletrdnicos que atravancam os lares americanos.* Os televi- ASMAqUIASDS INERMAGhO 55 sores serdotransformados de receptores passivos de imagens distantes em istrumentos inerativos de muitimidia, ceapazes de lidarcomtodos os pos de servigosde video, dados ou som. Esses servigos serao disribuidos para ‘casas € oulras localidades através de redes a cabo e redes sem fio, cada tuma com capacidade de centenas de cansis de video interativos e milhares de links bid ecionais de dados. Pela primeira vez, todauma gama de midia, antiga © nova, estard eletronicamente disposigdo dos consumidores, domésticn (Qual seréaaparéncia desse novo padrio impulsionado pe'a tecnologia”? Podemos ver seus contomos gerais com certo grau de nitidez até talvez uma déeads 3 frente, Para além desse tempo, a visio fica enevoada. Prever ‘impacto de novas tecnologias 6 uma tare“a ariscada. Meso 0s astutos administradores da TBM, esse bastifo des tecnologias sofisticadas, as vvezes erram. Em fins de 1940, cles previrem que o mercado mundial em potencial para seus modernos computadores de grande porte comportaria cerca de uma dizia de méquinas. Mais rec2ntemente, em 1981, quando & IBM comercializou seu primeiro computador pessoal, os executives d ‘empresa projetaram que as vendas totais seriam de, aproximadamente, 25 mil aparethos. Desde entdo, mais de 200 milhes dos pequeros computa- dores, fabs pela IBM e por seus eoncorrentes, foram vendidos nos Estados Unidos ¢ no exterior. ‘Quando se trata de mediro mercado paraseus produtos, os pontos eegos ‘empresariais da IBM colocam a empresa em boa companhia. Alexander Graham Bell via uma utilidade apenas limitada para o telefone que inventara, Na sua opinido, seu principal valor seria como transmissor de concertos masicais ¢ outros tipos de entretenimento para as residéncias. Foi o relativamente desconhecido Theodore Vail, um dos primeiros presi- dentes da co™npanhia telefénica de Bell, quem reconheceu as possibilida- des para urrz rede nacional de telefones ligando as pessoas. Foi Vail, enc Bell, que compreendeu as conseqiiéncias sociais e econémicas mais amplas da teznologia do telefone. Na verdade, a maioria esmagadora das decisdes criticas para a adogio de qualquer tecnologia é tomada por motivos poifticos ¢ econdmicos.® sso que devemos ter em mente ao examinarmos a gama de tecnolo- as disponiveis para os servigos ampliadosda midia de massana préxima década, Mus tecnologias promissoras serdo postas de lado porque ndo se encaixam numa necessidade econémiea ¢ social clara Na cortida ‘competitiva para explorar novas técnicas, navers empresas perdedoras € empresas vencedoras. Nenhur dos jogadores envolvidos conhece com certeza o tananho ¢ a forma do mercado para novos serviges. 56 ANowa Miva ‘Suas dividas so reforgadas por um recorde ce fracassos, nos Itimos anos, na venda de noves servigoscletrdnicos. Na maioria dos casos, esses projetos se defrontam com a resisténcia dos consumidores a novos produtos glamou- rosos, independente das vantcgens que s¢ Ihes prometa. A despeito dessa cexperiéncia, a maioria das grandes empresas de midiaestdinvestindo grandes quantias em dinheiro c outros recursos em servigos de ponta, Essas empresas cenvolvem-se ead vez mais com decisbes dificeis sobre coma gerir as novas ‘opontunidaes. Sejam quas forem suas hesitagdes fntimas sobre as pers= pectivas de Bxito,cles saben que nio podem ficr para trésrtum mercado cada ‘vez mais competitivo e dependente da tecnologia. Duas tecnologias basicas estio forgando essas decisdee — computa- ores de tltima geragio ¢ ci-cuitos de telecomunicagées de alta capaci- dade. Juntas, elas estdo criando uma estrutura de informagao que esti remodelando a sociedade americana e, por extensio, 0 resto do mundo Michael Dertouzos, chefe do Laboratério de Ciéncias da Computagio do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), prevé alguns resultados terriveis da crescente integragao entre computadores ¢ comunicagces: Essa combinagio inexorivel de capacidades transformou uma téaue promessa de snergia numpotencalimerso e rea... Esses dois pigantes, os computadores fas edes, podem fundir-se para formar uma infa-estrutura ainda mais promis- sora do que as tecnologiasind:viduas.” ‘A midia de massa é uma pequena parte das insttuigdessocisis e econdmi- cas que estio sendo moldadas por essa mudanga. Os bencos © outras organizagées financeiras, por exemplo, dependem quase que totalmente das novas ligagBes eompatadoricomunicagdes. O setor da midia apenas omega a alcangé-los. Cada vez mais, ela vé seu futuro papel como 0 de tum provedor eletrinico de produtos de informago e entretenimento.* AREVOLUGAG DO CHIP Acchave para essa mudauga € um dispositive do tamanho de.uma-unha ompartlhado por compulacores e maquinas de comunicagSes. E 0 chip sernicondutor, apedra angular da crada informagao. Amaioriadosavangos eletronicos nas dtimas décadas se bascia em aperfeigcamentos na tecno- Jogia do chip. Uma nova geragto de chips mais eficients surge, em média, 2 eada dois anos desde que 0s primeiros dispositivos semicondutores de silico foram desenvolvidos na década de 6). Os te6 og0s outrora pon- deravam sobre quantos anjos poderiam dangar na ponta de uma agulha; tengenheiros de semicondatores perguntam quantos transistores podem se ASMAguaasoe lromacio ST encaixar num floco de silico. Os primeiros microprocessadores comer- Ciais deszavolvidos pela Intel, o maior fabricante americano de chips, no inicio des anos 70 continham 2.740 transistores. No final dos anos 90, 0 Pentium I da Intel continha 7,7 milhGes de transistores. Em 1998, uma cequipe de pesquisadores da Universicade de Maryland divulgou que ‘estava trabalhando em um chip avangado que poderia conter cerca de 700 smilhdes de transistores? ‘A tecnologia de ponta dos chips jéreduziu os computadores de mciui- ‘nas do tamanho de Uma sala para disposiivos que cabem ra palma da mio. Uina tecnologia recente — 0 flash-memory chip — resultaré em compu- tadores cinda menores. Ao contrario dos chips anteriores, 0 flash-memory chip relém a informagéo quando o computador é desligado. Isso tama desnecessério 0 uso de sistemas de armazenagem em disc-drivers volu- 'mosos em dispositivos leves como os laptops € outros pequenos compu- tadores. A Intel fabrica um cartio de meméria muito leve que pade ‘armazenar uma quantidade de dados tio grande quanto um disco rigido de PPC, literelmente colocando uma enorme quantidade de midia ¢ outros recursos nas mis dos consumidores. [As tecrologias baseadas em chips esido transformando as indisias de ridia de duas maneiras: primeiro, na computadorizagio da produgac de informasio; segundo, na distribuigdo dos produtos de micia através de cir- cuitos de comunicagies de alta capacidade. Embora essas fungdes venbam eventualmente a convergir num tnico se-vigo de informagio, elas ainda 40

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