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Análise crítica ao documento de Auto-avaliação

O modelo de avaliação que se procura implementar visa dotar as escolas/Be


de um instrumento que possibilite auferir o impacto que tem o trabalho
desenvolvido pelas BE junto da comunidade escolar. Desta forma deve
constituir um instrumento pedagógico ao serviço dos coordenadores e
órgãos directivos para identificarem as áreas em que denotam falhas e, por
isso, necessitam de um maior investimento ou até de reformulação como
também aquelas em que os resultados já são positivos e por isso devem ser
intensificados.

Os conceitos que estão na base deste modelo são:

- A importância do trabalho que se desenvolve na BE, mais do que as


condições físicas que ela poderá ter, muito embora esta últimas
devam ser sempre garantidas e passem sempre por uma actualização
e modernização;

- A avalição deverá ser sempre entendida como um processo e não


como um fim;

- A avaliação deverá ter como principal objectivo a reflexão e a


mudança das práticas que apresentarem resultados menores ou
desajustados, constituindo uma base para a elaboração de um novo
modelo.

Pertinência do modelo

No novo contexto de mudança em que as bibliotecas escolares devem


evoluir parece-me, e concerteza a todos os que trabalham nas BE por este
país fora, pertinente e urgente aplicar um modelo de avaliação que leve
toda a comunidade a questionar o trabalho desenvolvido pela e com a BE,
de forma a repensarmos todos o nosso contributo para a missão primordial
da BE – o desenvolvimento das competências dos alunos a nível curricular
e social. O que se procura com este modelo é medir a eficácia e não a
eficiência.

Com esta aplicação deveremos obter questões para algumas perguntas


como:

- Os nossos alunos são melhores leitores?

- Os nossos alunos sabem manusear instrumentos de consulta?

- Sabem retirar a informação necessária e transformá-la em


conhecimento próprio?

- Sabem utilizar documentos impressos de vários tipos?

- Evoluiram o seu conhecimento literário?

- Sabem apresentar um trabalho?

- Melhoraram os seu aproveitamento ao nível da leitura, da escrita, da


realização de trabalhos?

- Envolvem-se nos projectos de dinamização de leitura, são


colaboradoes, interventivos e críticos?

Estas e muitas questões nos deverão nortear para descurtinarmos o


melhor caminho a seguir. Quando digo nós, estou a referir-me a nós
professores bibliotecários e aos docentes dos outros departamentos. Este
trabalho só será possível se envolver em pimeiro lugar os coordenadores
de departamento e depois todos os professores. Em conjunto temos que
definer prioridades de acordo com as necessidades dos nossos alunos,
metas a atingir e só depois as estratégias para alcançar os resultados – o
desenvolvimento curricular e os sucesso escolar dos nossos alunos.

Como medimos o impacto que a BE tem nas atitudes, valores e


conhecimento dos utilizadores/ alunos?

É pois necessário a recolha de evidências e para tal a construção de


instrumentos e mecanismos que constituam elementos de referência fiáveis.
Esses instrumentos deverão ser elaborados em conjunto e em articulação e
permitir uma análise clara e eficaz. Os resultados devem ser discutidos e
apresentados nos órgãos respectivos e tornados, posteriormente, públicos
para que toda a comunidade apreenda a importância e o papel da BE na
escola.

Organização estrutural e funcional. Adequações e constrangimentos.

Quanto à organização e estrutura do modelo este encerra os domínios e


subdomínios que parecem contemplar claramente todos os elementos a
avaliar. Será sem dúvida um processo complexo, mas uma vez que se
desenvolverá ao longo de quatro anos permitirá uma adaptação e
esclarecimento que conduzirão à sua correcta aplicação, em benefício do
nosso trabalho e das nossas escolas.

Integração / Aplicação à realidade da escola

Sendo a Biblioteca escolar um recurso da escola a sua avaliação deve,


portanto, ser participada a nível de escola e os seus resultados serem do
conhecimento de toda a comunidade escolar.
A mudança que se deve verificar nas suas práticas, o impacto que o papel
da BE deve assumir passa, tal como refere Todd (2001) no doc evidence-
based pratice, por:

- action, not position;

- i tis about evidence, not advocacy;

- anda t the heart of this is inquiry-based learning for knowledge


construction.

Num tempo em que tudo e todos são avaliados é pois necessário envolver
e responsabilizar todos os intervenientes no processo de aprendizagem,
resultando assim este modelo não só de uma avaliação da estrutura e a
dinâmica da BE mas de todos os órgãos pedagógicos da escola.

Papel do professor bibliotecário

Temos pois em mãos a tarefa, nada fácil, de implementar todo este


processo. Assim, teremos que sensibilizar toda a comunidade para a
necessidade desta aplicação e desenvolvermos, com ajuda dos outros
professores bibliotecários e equipa mecanismos que facilitem a articulação
de todos os intervenientes.

Como disse não será tarefa fácil, mas se conseguirmos estabelecer uma
comunicação constante com todos os órgãos, fizermos um boa exposição
do modelo e uma calendarização adequada, que me parece ser o ponto mais
problemático, chegaremos a bom porto.

A nossa capacidade de comunicação e persuasão será posta à prova.

Há que ter esperança que tudo corra pelo melhor em prol de uma Biblioteca
e Ensino de qualidade.
Carla Brito

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