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O MODELO DE AUTO-AVALIAÇÃO NO CONTEXTO DA

ESCOLA/ AGRUPAMENTO

SESSÃO 4 – TAREFA 2

“Está comprovado que, quando os bibliotecários e os


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professores trabalham em conjunto, os alunos atingem
níveis mais elevados de literacia, de leitura, de
aprendizagem, de resolução de problemas e competências
no domínio das tecnologias de informação e comunicação.”
(IFLA/UNESCO, 1999)

O modelo de Auto-Avaliação apresentado e discutido na última sessão está


associado a alguns conceitos básicos que quero aqui relembrar:
Assim, segundo a literatura recomendada, a BE funciona como:
um instrumento fundamental no desenvolvimento dos currículos;
um espaço privilegiado de construção do conhecimento e das aprendizagens
em meio escolar;
um recurso basilar no desenvolvimento das várias literacias;
um importante contributo para o sucesso educativo.
Segundo recorda o texto apresentado como síntese desta quarta sessão: “ A ligação
entre a biblioteca escolar, a escola e o sucesso educativo é hoje um facto assumido por
Organizações e Associações Internacionais que a definem como núcleo de trabalho e
aprendizagem ao serviço da escola.”

Para comprovar o contributo e o impacto que tem nas aprendizagens, assim como a
eficiência dos serviços que presta, a BE deverá proceder, de forma regular e sistemática,
a uma processo cíclico de:
Recolha de evidências – através de inquéritos, questionários, formulários,
entrevistas e debates;
Interpretação e gestão da informação recolhida – análise SWOT (Strengths;
Weaknesses; Opportunities; Threats). Segundo Scott, a informação recolhida
poderá ser contextual (tipo de Escola/Agrupamento; área disponível; contexto
sócio-cultural, etc.), quantitativa (equipa, serviços afectos, orçamento, entre
outros) ou qualitativa (impacto que os recursos têm sobre as aprendizagens dos

A Formanda: Maria Celeste Salvado Nunes


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alunos);
Divulgação dos resultados da acção da BE ao nível da Escola/Agrupamento,
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através dos diferentes canais de comunicação da BE com o exterior (Blogues,
sites, Plataforma Moodle, Boletim Informativo), da sua apresentação e discussão
em sede de Conselho Pedagógico e do relatório de avaliação interna e externa
da Escola/Agrupamento.
Ou seja, a BE deverá fazer a sua Auto-Avaliação.

A Auto-Avaliação irá:
Contribuir para a afirmação e reconhecimento do papel da BE em contexto
escolar, ao demonstrar o impacto que tem no processo de ensino-
aprendizagem;
Determinar o grau de consecução da missão da BE e dos objectivos que se
propõe atingir;
Aferir a qualidade e eficácia dos serviços que presta à comunidade assim
como o grau de satisfação dos seus utilizadores;
Identificar pontos fortes – strengths –, a manter, e pontos fracos –
weaknesses –, a melhorar;
Ajustar as práticas regulares na BE, com vista à melhoria dos resultados;
Conhecer o desempenho da BE, para poder perspectivar e planificar o futuro,
quer em termos do orçamento a afectar quer em termos da equipa a indicar
quer ainda das acções a desenvolver;
“Publicitar” a estrutura BE no seio de toda a comunidade escolar.

A Implementação do Modelo far-se-á seguindo as seguintes etapas:


Diagnóstico;
Selecção do domínio a avaliar (avaliação de um domínio por ano);
Adequação do modelo à realidade da escola;
Divulgação da aplicação do modelo à comunidade;
Calendarização do processo (estabelecimento de um cronograma);
Escolha da amostra;

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Definição dos instrumentos de recolha a utilizar para cada indicador temático;


Produção de outros instrumentos além dos fornecidos pelo Modelo;
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Recolha de evidências;
Análise dos dados recolhidos;
Determinação dos perfis de desempenho;
Perspectivação de acções de melhoria;
Elaboração do relatório de auto-avaliação;
Análise do relatório em Conselho Pedagógico;
Projecção de um plano de melhoria;
Divulgação dos resultados a toda a comunidade educativa.

O processo de Auto-Avaliação irá, no entanto, confrontar-se com alguns


constrangimentos. Alguns elencam-se a seguir:
A capacidade de aferição da qualidade e eficiência da Biblioteca Escolar e não do
desempenho individual do seu coordenador, dos elementos da sua equipa ou da
gestão da BE;
O envolvimento de toda a comunidade escolar (professores bibliotecários,
membros da sua equipa, Direcção Executiva, professores, Conselho Pedagógico,
alunos, Encarregados de Educação);
A procura da melhoria através da acção colectiva;
A ligação aos objectivos, estruturas e outros aspectos da gestão da
Escola/Agrupamento;
A capacidade de liderança do PB;
A ausência de práticas de avaliação baseadas em evidências;
A avaliação centrada em inputs e processos e não em resultados e impactos.

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ANÁLISE DA REALIDADE DA ESCOLA/AGRUPAMENTO FACE AO PROCESSO DE AUTO-AVALIAÇÃO DA BE

Para realizar esta tarefa, recorremos ao método SWOT, por entendermos ser uma ferramenta facilitadora do trabalho:

Pontos Fortes Pontos Fracos

 Preocupação com uma cultura de avaliação e de auto-avaliação  Falta de tempo para dedicar efectivamente aos processos de auto-
por parte da Escola/Agrupamento em geral e a BE em particular; avaliação em curso na BE e na Escola/ Agrupamento, os quais
 Existência de ferramentas operacionais de gestão, tais como o exigem uma vasta recolha de evidências;
Plano Anual de Actividades da BE, o Plano de Acção Anual, o  Processo de marketing da BE considerado ainda insuficiente;
Factores
Internos

Documento da Definição de Política de Aquisição, o Guia do  Falta de recursos humanos que possam fazer face à sobrecarga
Utilizador; de trabalho que constitui o trabalho em rede no Agrupamento,
 Realização, pela equipa da BE, de um Relatório Anual de Acção da decorrente da não existência de recurso partilhado para Primeiro
BE; Ciclo e JIs;
 Participação no processo de auto-avaliação, no ano lectivo  Gestão de três BEs, sendo duas delas de Primeiro Ciclo;
transacto (Domínio A);  Fraca colaboração por parte dos professores em geral e de
 Existência de um Coordenador a tempo inteiro desde o ano lectivo algumas estruturas intermédias de decisão – muitos docentes ou
2007/08; órgãos ainda vêem a BE como um serviço à margem do seu
 Formação especializada do Coordenador; trabalho e colaboram com ela com dificuldade;

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 Nomeação de um segundo PB;  Imagem do PB e do papel que deve desempenhar na sua


 Assento, em sede de Conselho Pedagógico, do Coordenador da Escola/Agrupamento.
BE;
 Equipa regular, multidisciplinar e coesa;
 Apoio por parte dos Auxiliares de Acção Educativa que trabalham
em ligação directa com a BE;
 Participação do Coordenador na equipa PTE.

Oportunidades Constrangimentos

 Integração da BE nos documentos orientadores do Agrupamento:  Dificuldade em articular efectivamente práticas que constam do
Projecto Educativo; Projecto Curricular; Regulamento Interno; programa da BE com o corpo docente e, especificamente, no
Externos
Factores

Plano Anual de Actividades; Plano de Formação (do Agrupamento); âmbito dos Projectos Curriculares de Turma;
 Existência de uma prática de auto-avaliação da escola sede, com  Insuficiente formação na área da gestão estratégica, por parte do
vista à Certificação da Qualidade, com base em indicadores e corpo docente da Escola/ Agrupamento;
evidências;  Dificuldade em estabelecer metas qualitativas, ficando-se muitas
 Articulação da BE com o PE e PAA, com metas estipuladas; vezes pelas metas quantitativas;
 Integração da BE no processo de auto-avaliação da Escola/  Modelo de Avaliação docente, no ano transacto, que levou à
Agrupamento; confusão entre sucesso dos alunos/sucesso pessoal e sucesso

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 Integração da BE no processo de avaliação externa do das estruturas escolares;


agrupamento;  Competências atribuídas ao PB – demasiadas e muito
 Integração da BE na rede RBE e consequente preocupação com os diversificadas;
mecanismos de gestão estratégica por parte da tutela;  Visão da BE e do papel que deve desempenhar no processo de
 Apoio da Direcção escolar à BE; construção do conhecimento e desenvolvimento de literacias.
 Apoio por parte da Coordenação Interconcelhia;
 Articulação com outras BEs, nomeadamente as do Concelho do
Fundão, e com a Biblioteca Municipal Eugénio de Andrade;
 Cultura da escola, favorável à inovação, preocupação com o
sucesso dos alunos e respectiva qualidade desse sucesso.

Para obviar a alguns dos constrangimentos sentidos e poder melhorar alguns pontos considerados fracos no que à avaliação da BE diz
respeito, proponho aqui algumas linhas orientadoras para um Plano de Acção a desenvolver na Escola/Agrupamento:

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PLANO DE ACÇÃO

OBJECTIVOS ACTIVIDADES
 Aperfeiçoar mecanismos de  Apresentação em Conselho Pedagógico do modelo de auto-avaliação proposto pelo Gabinete da Rede de
gestão da BE; Bibliotecas Escolares e escolha do domínio a implementar;
 Divulgar o processo de auto-  Elaboração de um desdobrável para divulgação do processo de auto-avaliação a entregar a todos os docentes,
avaliação da BE, não só nos nos Departamentos Curriculares/ Conselho de Docentes;
órgãos de Gestão escolar mas  Elaboração de um Powerpoint sucinto, para divulgação, junto dos alunos, docentes, auxiliares de educação e
em toda a Escola/Agrupamento; Pais/EE, da auto-avaliação em curso na BE - (Dada a qualidade de alguns que já foram apresentados nesta
 Divulgar potencialidades da BE formação, poderei vir a utilizá-los, com as devidas referências);
na promoção do sucesso e da  Divulgação dos materiais referidos anteriormente na plataforma Moodle do Agrupamento;
qualidade do sucesso dos alunos;  Implementação do processo de recolha de evidências por parte da BE, com envolvimento directo dos Directores
 Aferir práticas de gestão comuns de Turma, professores de Área de Projecto e Departamentos Curriculares, ao nível dos questionários e fichas de
no Agrupamento; observação directa;
 Avaliar o programa da BE no  Divulgação dos resultados da auto-avaliação e do plano de acção definido pela Coordenação da BE nos
âmbito da promoção de literacias; seguintes órgãos e estruturas: Conselho Pedagógico; Conselho Geral; Departamentos Curriculares; Conselho de
 Promover a colaboração efectiva Docentes; Assembleia de Delegados de Turma;
entre a BE e o corpo docente ao  Definição de metas de cariz qualitativo, a par das quantitativas, no Plano Anual de Actividades, nomeadamente
nível da auto-avaliação (recolha no que ao sucesso dos alunos diz respeito (estratégias referentes à promoção de Literacias);
de evidências; plano de acção;  Apresentação de propostas de actividades de promoção de literacias (da informação, da leitura, das tecnologias),

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PAA); em tempo útil, por forma a permitir a sua articulação com os Projectos Curriculares de Turma;
 Elaborar um plano de  Integração de uma síntese dos resultados da auto-avaliação efectuada no ano transacto no relatório de Avaliação
desenvolvimento da BE, de forma Interna da escola;
colaborativa, com a comunidade  Realização de reuniões regulares com os Coordenadores de Departamento Curricular (ou presença do PB em
escolar. determinadas reuniões de Departamento), por forma a estreitar a cooperação entre os docentes e a BE;
 Divulgação junto de todos os Departamentos dos recursos que a BE possui e que podem melhorar o processo de
aprendizagem em áreas específicas – Construção de Kardex e dossiers temáticos a serem divulgados
(pessoalmente, no blogue ou na Plataforma);
 Divulgação do catálogo OPAC da BE (catálogo online).

AESG – 21 de Novembro 2009

A Formanda: Maria Celeste Salvado Nunes

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