Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Turma 10
Sessão 7 – Tarefa 2
Comentário crítico
O critério que orientou a minha selecção foi o conhecimento, mais ou menos aprofundado e por diversas razões de âmbito
pessoal, de cada uma destas escolas ou das suas bibliotecas, sendo que teria necessariamente de incluir a escola onde trabalho há 16
anos, a Escola Básica 2.3. Ciclos Cardoso Lopes, agora sede do agrupamento de escolas com o mesmo nome. Outras razões
prendem-se com o facto de estarem abrangidas quatro diferentes direcções regionais, apesar de algumas escolas ficarem
geograficamente próximas (Cardoso Lopes e Carcavelos; as duas unidades de gestão de Castelo Branco); de duas terem processos de
auto-avaliação da BE; de terem sido todas avaliadas no último ciclo avaliativo da IGE, logo, num momento em que os inspectores
estariam já, presumo eu, mais familiarizados com as potencialidades da BE na vida da escola e o seu contributo para o sucesso
educativo. Refira-se ainda que as BE destas escolas estão todas integradas na RBE.1
O MABE é tão abrangente que permite a recolha de evidências conducentes à produção de enunciados avaliativos susceptíveis
de serem enquadrados nos vários domínios avaliados pela IGE. Contudo, mesmo nas escolas da amostra em que se depreende que
houve auto-avaliação (as de Castelo Branco), as referências à BE escasseiam.
Irei de seguida comentar brevemente alguns dos relatórios. Começando pela “ minha” BE, a Cardoso Lopes, interrogo-me porque
aparecerá a BE como ponto forte e associada à sala de informática. Aliás, as duas referências à BE são sempre associadas à sala de
informática, como se estivessem ao mesmo nível e o cerne da questão estivesse no nível de equipamento de ambas. Certamente que
esta situação, quando li o relatório pela primeira vez, me chocou, uma vez que não há referências ao trabalho concreto realizado, quer
de forma positiva, quer menos positiva. Como já tive oportunidade de referir num trabalho anterior, foi por pressão minha que a BE foi
incluída na apresentação feita à IGE e, enquanto professora coordenadora, não fui convidada a integrar nenhum painel, nem a
Inspecção, ao que sei, se interrogou sobre o porquê de a responsável por um serviço técnico-pedagógico de crucial importância não
1
Foram ainda lidos os relatórios da Escola Augusto Gil e Agrupamento de Escolas do Cerco, no Porto; o primeiro contém uma referência à BE no domínio 3 e o segundo zero
referências.
1
FORMANDA: Maria Filomena Rocha
Turma 10
Sessão 7 – Tarefa 2
estar representado. A expressão que consta do texto do relatório, “pólo de aprendizagens activas” é inclusive retirada de um documento
orientador da escola.
A BE do agrupamento de Carcavelos é referenciada sobretudo ao nível da articulação curricular e extra-curricular, sendo por isso
um ponto forte da organização. No que diz respeito ao relatório da visita ao Agrupamento de Escolas João Roiz , é de saudar a ligação
feita entre a BE e a melhoria das aprendizagens, embora indexada aos resultados de Língua Portuguesa, e o facto de a sua dinâmica
ser considerada um ponto forte, o que se depreende das referências anteriores.
Quanto à BE de André Gouveia, é destacado o acervo bibliográfico e a pouca cobertura em termos de horário. O caso da BE do
agrupamento de Olhão é paradigmático: uma BE que pertence à rede desde 2003 e que não é objecto de qualquer referência, para
além da constatação de que existe…
Com excepção da BE de Carcavelos, todas as BE são referidas no domínio 3, ao nível da gestão dos recursos.
As explicações para tão poucas e vagas, em alguns casos, referências à BE podem ser variadas. No contexto deste comentário,
mais do que explicar, gostaria de deixar algumas interrogações:
2
FORMANDA: Maria Filomena Rocha
Turma 10
Sessão 7 – Tarefa 2
• O agrupamento de Escolas Cidade de Castelo Branco é o que teve melhor avaliação nos vários domínios, de entre as escolas
seleccionadas. Onde fica espelhada a contribuição da BE para os bons resultados alcançados? Ou será que não teve qualquer
influência?
As referências mais consistentes, e mais de acordo com as potencialidades da BE, ao nível da articulação e melhoria de
resultados, são as existentes nos relatórios de Carcavelos e Escola João Roiz. Quando o panorama geral se situa mais ao nível das
restantes escolas, será legítimo perguntar: estas BE são referenciadas pela qualidade do seu trabalho ou apenas porque esse trabalho
foi valorizado pela escola ou houve sensibilidade dos inspectores para o reconhecerem?
Embora muito mais se possa dizer, penso que o acima exposto comprova que a visão tradicionalista e passadista de BE de que
tenho vindo a falar nos meus trabalhos está também presente em alguma tutela, salvo as devidas excepções e não querendo
generalizar demasiadamente: a BE como espaço físico agradável, funcional e bem equipado que disponibiliza recursos. A ocorrência de
tão poucas referências à BE, quer pela positiva, quer pela negativa confirma a ideia, quanto a mim, de que, para muitos, a BE é ainda
vista como um serviço adicional na escola e não como um recurso educativo privilegiado e abrangente com potencialidades
inequívocas.
Ao nível das escolas, o professor bibliotecário tem muito que fazer. Ao nível da tutela, a RBE não tem menos.
3
FORMANDA: Maria Filomena Rocha
Turma 10
Sessão 7 – Tarefa 2
Quadro I
Resultados da avaliação feita pela IGE às escolas da amostra, nos vários domínios
Agrupamento
Agrupamento Agrupamento ES, 3.º ciclo EB Agrupamento
de Escolas Agrupamento
de Escolas João de Escolas de André de de Escolas José
Cardoso Lopes de Escolas de
Roiz (Castelo Cidade de Gouveia Carlos da Maia
(Amadora) Carcavelos
Branco) Castelo Branco (Évora) (Olhão)
Data da
Abril 2009 Novembro 2008 Abril 2009 Novembro 2008 Janeiro 2009
avaliação
Domínios Avaliação
1. Resultados
SUFICIENTE BOM BOM MUITO BOM SUFICIENTE SUFICIENTE
2. Prestação do
Serviço
BOM SUFICIENTE MUITO BOM MUITO BOM BOM BOM
Educativo
3. Organização
e gestão escolar BOM BOM BOM BOM BOM BOM
4. Liderança
MUITO BOM MUITO BOM MUITO BOM MUITO BOM BOM MUITO BOM
5. Capacidade
de auto-
regulação e BOM BOM BOM MUITO BOM BOM BOM
melhoria da
escola
4
FORMANDA: Maria Filomena Rocha
Turma 10
Sessão 7 – Tarefa 2
Quadro II
Referências à Biblioteca Escolar na amostra de relatórios seleccionada (acedidos através da página da IGE)
2
Ou a áreas tradicionalmente ligadas à BE
5
FORMANDA: Maria Filomena Rocha
Turma 10
Sessão 7 – Tarefa 2
“As actividades
propostas pelo
Gabinete de
Acompanhamento
1.3.
Disciplinar são
Comportamento e
supervisionadas […]
disciplina
e pela auxiliar de
acção educativa que
trabalha na
BE/CRE.”
Referências a
actividades que penso
1.4.
que são do âmbito da
Valorização e
BE, mas sem a
impacto das
referenciar
aprendizagens
explicitamente
2. Prestação do “O Agrupamento
Serviço Educativo articula
frequentemente as
actividades lectivas
com as de
enriquecimento do
currículo,
destacando-se a
qualidade do serviço
prestado pela
Biblioteca Escolar/
Centro de Recursos
Educativos.”
6
FORMANDA: Maria Filomena Rocha
Turma 10
Sessão 7 – Tarefa 2
[…] “ a Biblioteca/
Escolar Centro de
Recursos Educativos
desenvolve as suas
2.1. actividades no
Articulação e mesmo espírito,
sequencialidade tornando-se um
exemplo bem
elucidativo daquela
articulação.”
[interdepartamental]
2.2.
Acompanhamento
da prática lectiva
em sala de aula
2.3.
Diferenciação e
apoios
“O Agrupamento “O Agrupamento Referência a
tem valorizado as desenvolve um projectos de
aprendizagens currículo leitura, mas sem
dos alunos […] abrangente, referência à BE
2.4.
designadamente incorporando
Abrangência do
através dos componentes activas,
currículo e
Quadros de culturais, sociais e
valorização dos
Honra de artísticas,
saberes e da
Progresso na articulando
aprendizagem
aprendizagem e frequentemente as
do Prémio de actividades lectivas
Leitura” com as de
enriquecimento
7
FORMANDA: Maria Filomena Rocha
Turma 10
Sessão 7 – Tarefa 2
curricular, sendo de
destacar o papel da
BE/CRE e dos clubes
e projectos.”
“Os prémios
atribuídos pela
BE/CRE no âmbito
dos concursos que
promove […] são
elucidativos da
valorização das
aprendizagens dos
alunos.”
“Os recursos da
Biblioteca são bem
geridos e as suas
actividades,
devidamente
3. Organização e programadas,
gestão escolar envolvem os discentes
de todos os níveis de
educação e ensino,
concorrendo
notoriamente para as
aprendizagens.”
3.1.
Concepção,
planeamento e
desenvolvimento da
actividade
8
FORMANDA: Maria Filomena Rocha
Turma 10
Sessão 7 – Tarefa 2
“A Biblioteca
não está
aberta no
período da
3.2. hora de
Gestão dos recursos almoço e na
humanos tarde de 4.º
feira,
encerrando
todos os dias
às 16.30h.”
“A Biblioteca “ A biblioteca da “ A biblioteca, “A Biblioteca Referência à
Escolar / Centro escola sede, integrada integrada na possui um existência de
de Recursos na Rede Nacional de Rede Nacional acervo uma biblioteca
Educativos Bibliotecas, é um de Bibliotecas, é bibliográfico
(BE/CRE) e a espaço agradável, um espaço de grande
sala de funcional e agradável, valor. Para
informática da suficientemente funcional e além da
escola sede estão dotado de recursos. A dotado de pesquisa em
3.3. bem equipadas, sua acção, pelas recursos, tendo suporte papel
Gestão dos recursos constituindo-se actividades que um programa os alunos
materiais e em pólos oferece, contribui de acção podem fazer
financeiros dinamizadores notoriamente para as adequado aos consultas,
de aprendizgens aprendizagens dos dois níveis de utilizando os
activas.” alunos (ateliers de educação e meios
contos e escrita ensino.” informáticos”
criativa, leitura inter--
ciclos e encontros com
escritores)[…] é
realizada a
distribuição periódica
9
FORMANDA: Maria Filomena Rocha
Turma 10
Sessão 7 – Tarefa 2
4.1.
Visão e estratégia
4.2.
Motivação e
empenho
4.3. Plano Nacional
Abertura à de Leitura
inovação
“O Agrupamento “Constatou-se o […] “implementar “rede de
aderiu […] ao envolvimento do acções conjuntas com Bibliotecas
Programa Rede agrupamento em a BM” Escolares”
4.4. de Bibliotecas projectos nacionais
Parcerias, Escolares, ao […]Rede Nacional
protocolos e Plano Nacional de Bibliotecas
projectos de Leitura[…]” Escolares, ao Plano
Nacional de
Leitura[…]”
10
FORMANDA: Maria Filomena Rocha
Turma 10
Sessão 7 – Tarefa 2
“A avaliação realizada
tem estado na origem
da implementação de
algumas acções de
5. Capacidade de
melhoria, destacando-
auto-regulação e
se a qualidade do
melhoria da escola
serviço prestado pela
BE/CRE com reflexo
nas aprendizagens em
Língua Materna.”
“São desenvolvidas “A organização
práticas coerentes de dispõe de
avaliação interna para estruturas
algumas dimensões responsáveis
organizacionais, pela avaliação
especialmente no que interna […] que
diz respeito[…] à avaliam o
biblioteca escolar […]” funcionamento
“A avaliação da […] por
biblioteca escolar exemplo da
5.1.
revela-se consequente biblioteca […]”
Auto-avaliação
e tem tido impacto no
planeamento e gestão
das suas actividades,
designadamente nas
direccionadas ao
desenvolvimento das
aprendizagens em LM
[…] e na gestão do
acervo […]”
11
FORMANDA: Maria Filomena Rocha
Turma 10
Sessão 7 – Tarefa 2
“As práticas
avaliativas têm
permitido à
5.2.
organização conhecer
Sustentabilidade do
alguns dos seus pontos
progresso
fortes (serviço
prestado pela
biblioteca) […]”
PONTOS
FRACOS
12