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Comentário ao trabalho da colega Lurdes da Escola Ana de

Castro Osório, Mangualde

Depois de abrir uma série de trabalhos, decidi-me por este pelo facto
de conhecer a escola (já passaram 8 anos!). Entretanto tudo mudou
relativamente às bibliotecas e por isso fiquei com curiosidade
relativamente à realidade desta Biblioteca em particular.

Tal como a Lurdes refere, no que diz respeito às competências do


professor bibliotecário, a nossa própria preparação e investimento
na formação contínua constitui um ponto forte na nossa acção
enquanto PB. É claro que só isso não chega. É preciso que haja
também a capacidade de liderança, uma boa equipa (que não esteja
sempre a mudar), também ela preparada e envolvida na importância
da missão da Biblioteca na escola de hoje.

Quanto à Organização e Gestão da BE, a colega refere que “a


Direcção ainda está aquém do desejado relativamente ao
reconhecimento do valor da BE”. Neste ponto sinto-me privilegiada
uma vez que ao nível do órgão de gestão da escola existe uma
enorme expectativa relativamente ao papel que a Biblioteca deve
desempenhar na Escola. Por vezes tenho até algum receio de não
conseguir corresponder às expectativas .Parece um paradoxo mas
quanto mais tempo passo na Biblioteca mais trabalho tênho que fazer
e menos tempo para o realizar.

No que diz respeito à Gestão da colecção tenho ainda muito


caminho para andar. Ao contrário do que se passa na Biblioteca da
Lurdes, o nosso Catálogo ainda não está totalmente informatizado,
ainda não existe uma política documental definida para o
Agrupamento e embora exista uma boa relação entre as Bibliotecas
do concelho de Castro Daire e a respectiva Biblioteca Municipal ,
ainda não temos uma rede partilhada de documentação. Também ao
nível da utilização da colecção pelos professores, estamos muito
aquém do desejado.

Parece-me que no que se refere à BE como espaço de


conhecimento e aprendizagem. Trabalho colaborativo e
articulado com Departamentos e docentes, também eu sinto
que existe uma predisposição para a adesão da comunidade às
actividades propostas pela BE. O que por vezes também acontece é a
dificuldade de conciliar horários e dispor de algum tempo para a
preparação das actividades em conjunto. Não se trata de “ouvir um
discurso” da PB mas de planear e articular efectivamente as
actividades para as turmas. Ainda teremos de continuar a explorar as
“conversas de café” até conseguirmos convencer os colegas que é
um bom investimento…

Embora não o tenha registado no meu trabalho, concordo plenamente


com a colega quando esta refere que há pouca motivação dos alunos e
dos professores para a leitura. Acrescento ainda a falta de literacia na
população em geral.

Combater mentalidades é o mais difícil. Enquanto o livro e a leitura forem


considerados hábitos supérfluos, de “quem não faz nada”, será muito difícil
seduzir para a leitura os nosso alunos.

Temos no entanto uma grande vantagem em relação às gerações anteriores


que passaram pela escola e cresceram sem terem entrado numa Biblioteca:
hoje em dia os nossos alunos, atrevo-me mesmo a dizer, todos os alunos
têm uma biblioteca perto de si, que se importa e que certamente não
baixará os braços até os conquistar para a leitura.

Afinal de contas, na minha perspectiva pessoal, este é o maior dos desafios


ao nosso papel como PB. Para tal teremos de conseguir mobilizar todos os
recursos possíveis seja presencialmente sejam os novos ambientes digitais
e, claro fazê-lo recorrendo também a uma persistente atitude de auto-
avaliação, recolhendo evidências para assim podermos melhorar.

Margarida Araújo

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