Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Unidade x Variedade
Geralmente uma
composição é
feita por diversos
elementos, que
dispostos pre-
cisam passar uma
idéia ou percep-
ção. Precisamos,
por isso, que essa
variedade de
elementos se
constitua em
uma unidade
de significado. Se houver variedade excessiva, o recep-
tor irá se desconcentrar, e não obteremos unidade no
conjunto. Por outro lado, se não houver variedade algu-
ma, a composição se tornará monótona e chata. É pre-
ciso, portanto, a unidade dentro da variedade (obter um
todo de significado) quanto a variedade dentro da uni-
dade (dar vida aos elementos que compõe a imagem).
Equilíbrio
A linha do horizonte (horizontal) e a linha imaginária
que liga o céu à terra (vertical) são as duas princi-
pais referências de equilíbrio do ser humano. Usar es-
tes dois eixos (foto acima) naturaliza a imagem. Sub-
vertê-lo pode causar estranhamento (foto ao lado).
Tensão
Uma imagem simétrica ou totalmente ordenada, confere a
quem a observa uma sensação de estabilidade, calma, ausên-
cia de mudança ou movimento, conservadorismo, solenidade,
severidade. Há pouca ou nenhuma variedade nessa unidade.
Nem sempre, porém, desejamos a estabilidade. O contrário dela, ou seja, a instabilidade, pode
ser útil quando desejamos chamar a atenção do observador, necessidade comum quando se
trabalha com comunicação. Podemos provocar tensão pela assimetria, pelo desalinhamento,
por algo que se impõe por ser diferente da vizinhança. Devemos, no entanto, tomar cuidado
para que essa assimetria não leve a imagem a perder a unidade ou noção de conjunto.
Mesmo assimétrica, uma composição pode estar equilibrada ou não. O equilíbrio em uma com-
posição assimétrica é obtido através da compensação de formas, volumes, cores, etc., como
em uma balança de pesos.
Proporções
Se dividirmos a cena em partes iguais (simetricamente) daremos equilíbrio mas não provoca-
remos tensão. Tirar o centro de atenção da ima-
gem do centro geométrico provoca tensão, pois
sai do que é esperado, e assim permite destacar
deteminado(s) elemento(s).
Já na antiguidade, a matemática ajudou a que se chegasse a uma boa distribuição dos elemen-
tos. O arquiteto romano Vitrúvio definiu que “para que um espaço dividido em partes desiguais
torne-se agradável e estético, deverá haver, entre a parte menor e a maior, a mesma relação
existente entre esta maior e o todo” (Parremón, p. 21). Nasce assim o que passou a ser con-
hecido como ‘sessão dourada’ ou ‘sessão áurea’, cuja simplificação matemática resulta na ‘lei
dos terços’.
Movimento
Busca-se dar movimento a uma composição através da sucessão
de linhas, pontos, planos ou figuras geométricas, que vão se trans-
formando (de cor, de forma, de tamanho, etc.) ao longo do quadro.
Esse movimento pode ser usado, por exemplo, para levar a atenção
do observador a algum ponto específico sugerido pela direção do
movimento. Pode também ser usado para criar associação entre el-
ementos distantes, que são ligados por figuras secundárias ou aux-
iliares na composição.
Referências:
DONDIS, Donis A.. Sintaxe da linguagem visual. Tradução: Jefferson L. Camargo. 3ª edição.
São Paulo: Martins Fontes, 2007.
PARRAMÓN, José M. Assim se compõe um quadro. Instituto Parramón Ediciones, 1974.