A interação universidade-empresa se torna cada vez mais importante no contexto econômico atual. As
universidades buscam uma nova definição de seu papel na sociedade e as empresas, novas alternativas de
competitividade para garantir sua permanência no mercado. Durante alguns anos, as empresas desenvolveram seu
planejamento estratégico, buscando alternativas de ação que garantissem sua competitividade no mercado. A
partir dos anos 90, o processo de planejamento estratégico começa ser questionado e começa-se a desenhar algo
mais amplo. Não é suficiente planejar, é preciso administrar de forma estratégica. Por sua vez, as universidades
também buscam alternativas de ação que as mantenham num patamar que atenda à necessidade da sociedade. A
aproximação entre as universidades e as empresas, deu origem à interação universidade-empresa. À medida que a
interação universidade-empresa se torna importante no contexto econômico e social onde estão inseridas as
universidades, também cresce a importância dos escritórios de transferência de tecnologia e a atuação dos agentes
que fazem a interlocução entre o pesquisador e o empresário. Dentro deste contexto, o artigo tem por objetivo
identificar, a partir de uma abordagem teórica, estratégias empresariais que podem ser adaptadas pelos escritórios
de transferência de tecnologia para promover a interação universidade-empresa. O método adotado é um estudo
exploratório. A partir de estratégias identificadas por autores reconhecidos na academia, serão propostas ações
estratégicas para os referidos escritórios. Como resultados do artigo, serão evidenciadas estratégias que
possibilitem a intensificação e o aprimoramento das relações entre universidades e empresas promovidas pelos
Escritórios de Transferência de Tecnologia.
Título original
ALTERNATIVAS DE AÇÕES ESTRATÉGICAS PARA PROMOVER A INTERAÇÃO UNIVERSIDADE-EMPRESA ATRAVÉS DOS ESCRITÓRIOS DE TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA
A interação universidade-empresa se torna cada vez mais importante no contexto econômico atual. As
universidades buscam uma nova definição de seu papel na sociedade e as empresas, novas alternativas de
competitividade para garantir sua permanência no mercado. Durante alguns anos, as empresas desenvolveram seu
planejamento estratégico, buscando alternativas de ação que garantissem sua competitividade no mercado. A
partir dos anos 90, o processo de planejamento estratégico começa ser questionado e começa-se a desenhar algo
mais amplo. Não é suficiente planejar, é preciso administrar de forma estratégica. Por sua vez, as universidades
também buscam alternativas de ação que as mantenham num patamar que atenda à necessidade da sociedade. A
aproximação entre as universidades e as empresas, deu origem à interação universidade-empresa. À medida que a
interação universidade-empresa se torna importante no contexto econômico e social onde estão inseridas as
universidades, também cresce a importância dos escritórios de transferência de tecnologia e a atuação dos agentes
que fazem a interlocução entre o pesquisador e o empresário. Dentro deste contexto, o artigo tem por objetivo
identificar, a partir de uma abordagem teórica, estratégias empresariais que podem ser adaptadas pelos escritórios
de transferência de tecnologia para promover a interação universidade-empresa. O método adotado é um estudo
exploratório. A partir de estratégias identificadas por autores reconhecidos na academia, serão propostas ações
estratégicas para os referidos escritórios. Como resultados do artigo, serão evidenciadas estratégias que
possibilitem a intensificação e o aprimoramento das relações entre universidades e empresas promovidas pelos
Escritórios de Transferência de Tecnologia.
A interação universidade-empresa se torna cada vez mais importante no contexto econômico atual. As
universidades buscam uma nova definição de seu papel na sociedade e as empresas, novas alternativas de
competitividade para garantir sua permanência no mercado. Durante alguns anos, as empresas desenvolveram seu
planejamento estratégico, buscando alternativas de ação que garantissem sua competitividade no mercado. A
partir dos anos 90, o processo de planejamento estratégico começa ser questionado e começa-se a desenhar algo
mais amplo. Não é suficiente planejar, é preciso administrar de forma estratégica. Por sua vez, as universidades
também buscam alternativas de ação que as mantenham num patamar que atenda à necessidade da sociedade. A
aproximação entre as universidades e as empresas, deu origem à interação universidade-empresa. À medida que a
interação universidade-empresa se torna importante no contexto econômico e social onde estão inseridas as
universidades, também cresce a importância dos escritórios de transferência de tecnologia e a atuação dos agentes
que fazem a interlocução entre o pesquisador e o empresário. Dentro deste contexto, o artigo tem por objetivo
identificar, a partir de uma abordagem teórica, estratégias empresariais que podem ser adaptadas pelos escritórios
de transferência de tecnologia para promover a interação universidade-empresa. O método adotado é um estudo
exploratório. A partir de estratégias identificadas por autores reconhecidos na academia, serão propostas ações
estratégicas para os referidos escritórios. Como resultados do artigo, serão evidenciadas estratégias que
possibilitem a intensificação e o aprimoramento das relações entre universidades e empresas promovidas pelos
Escritórios de Transferência de Tecnologia.
ALTERNATIVAS DE AES ESTRATGICAS PARA PROMOVER A INTERAO
UNIVERSIDADE-EMPRESA ATRAVS DOS ESCRITRIOS DE TRANSFERNCIA DE
TECNOLOGIA
Tema II: Estrategias de vinculacin y estructuras para acelerar la innovacin Subtema 1: Diseo de estrategias de vinculacin para acelerar la innovacin.
Neila C. Viana da CUNHA Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul - PUCRS neila@portoweb.com.br
Adalberto A. FISCHMANN Universidade de So Paulo - USP aafischm@usp.br
RESUMO A interao universidade-empresa se torna cada vez mais importante no contexto econmico atual. As universidades buscam uma nova definio de seu papel na sociedade e as empresas, novas alternativas de competitividade para garantir sua permanncia no mercado. Durante alguns anos, as empresas desenvolveram seu planejamento estratgico, buscando alternativas de ao que garantissem sua competitividade no mercado. A partir dos anos 90, o processo de planejamento estratgico comea ser questionado e comea-se a desenhar algo mais amplo. No suficiente planejar, preciso administrar de forma estratgica. Por sua vez, as universidades tambm buscam alternativas de ao que as mantenham num patamar que atenda necessidade da sociedade. A aproximao entre as universidades e as empresas, deu origem interao universidade-empresa. medida que a interao universidade-empresa se torna importante no contexto econmico e social onde esto inseridas as universidades, tambm cresce a importncia dos escritrios de transferncia de tecnologia e a atuao dos agentes que fazem a interlocuo entre o pesquisador e o empresrio. Dentro deste contexto, o artigo tem por objetivo identificar, a partir de uma abordagem terica, estratgias empresariais que podem ser adaptadas pelos escritrios de transferncia de tecnologia para promover a interao universidade-empresa. O mtodo adotado um estudo exploratrio. A partir de estratgias identificadas por autores reconhecidos na academia, sero propostas aes estratgicas para os referidos escritrios. Como resultados do artigo, sero evidenciadas estratgias que possibilitem a intensificao e o aprimoramento das relaes entre universidades e empresas promovidas pelos Escritrios de Transferncia de Tecnologia. Palavras-chaves: estratgia, escritrios de transferncia de tecnologia, interao universidade-empresa. ALTERNATIVAS DE AES ESTRATGICAS PARA PROMOVER A INTERAO UNIVERSIDADE-EMPRESA ATRAVS DOS ESCRITRIOS DE TRANSFERNCIA DE TECNOLOGIA
INTRODUO A interao universidade-empresa se torna cada vez mais importante no contexto econmico atual. As universidades buscam uma nova definio de seu papel na sociedade e as empresas, novas alternativas de competitividade para garantir sua permanncia no mercado. Durante alguns anos, as empresas desenvolveram seu planejamento estratgico, buscando alternativas de ao que garantissem sua competitividade no mercado. A partir dos anos 90, o processo de planejamento estratgico comea ser questionado e comea-se a desenhar algo mais amplo. No suficiente planejar, preciso administrar de forma estratgica. Por sua vez, as universidades tambm buscam alternativas de ao que as mantenham num patamar que atenda as necessidades da sociedade. Esta necessidade no se limita mais a formao de recursos humanos especializados, mas na realizao de pesquisas que possam gerar novas tecnologias para as empresas. A aproximao entre universidades e empresas, deu origem ao que se chama hoje de interao universidade-empresa ou cooperao universidade- indstria. medida que a interao universidade-empresa se torna importante no contexto econmico e social onde esto inseridas as universidades, tambm cresce a importncia dos escritrios de transferncia de tecnologia e a atuao dos agentes que fazem a interlocuo entre o pesquisador e o empresrio. Os escritrios de transferncia de tecnologia nascem como um mecanismo institucional para promover a interao universidade-empresa. Eles so adaptados realidade, misso e filosofia da instituio onde esto inseridos o que faz variar tambm o nome que recebem. A poltica, a misso e a filosofia da instituio tambm iro nortear a forma de atuao dos agentes que promovem a transferncia de tecnologia dentro dos escritrios. Como exemplos, pode-se citar: Escritrio de Interao e Transferncia de Tecnologia (EITT) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Agncia de Gesto Tecnolgica (AGT) da Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul; Escritrio de Gesto Tecnolgica (EGT) da Universidade do Vale do Rio dos Sinos; Coordenadoria Executiva de Cooperao Universitria e Atividades Especiais (CECAE) da Universidade de So Paulo. Dentro deste contexto, o artigo tem por objetivo identificar, a partir de uma abordagem terica, estratgias empresariais que podem ser adaptadas pelos escritrios de transferncia de tecnologia para promover a interao universidade-empresa. O mtodo adotado um estudo exploratrio. A partir de estratgias identificadas por autores reconhecidos na academia, sero propostas aes estratgicas para os referidos escritrios. O artigo est dividido em cinco sees a saber: estratgia, interao universidade-empresa, escritrios de transferncia de tecnologia, proposta de aes para os escritrios e consideraes finais dos autores. 1 - ESTRATGIA Na viso de Porter (1986:17), o conceito de estratgia pode ser empregado como guia do comportamento global da empresa. Segundo Wright, Kroll e Parnell (2000:45), a estratgia e a administrao estratgica se complementam. As estratgias so planos da alta administrao para alcanar resultados consistentes com a misso e objetivos da organizao. J a administrao estratgica um processo contnuo de determinao da misso e objetivos da empresa no contexto de seu ambiente externo e de seus pontos fortes e fracos internos, formulao das estratgias apropriadas, implementao dessas estratgias e execuo do controle para assegurar que as estratgias organizacionais sejam bem sucedidas quanto ao alcance dos objetivos. TIPOS DE ESTRATGIAS Na literatura, da mesma forma que existem muitos conceitos de estratgia, tambm existem muitas classificaes de estratgia. Nesta seo so apresentadas algumas classificaes identificadas na literatura. Estratgia competitiva. Porter (1986:16) define estratgia competitiva como uma combinao dos fins que a empresa busca e dos meios pelos quais ela se utiliza para atingir um objetivo. O mesmo autor tambm aponta que o desenvolvimento de uma estratgia competitiva , em essncia, o desenvolvimento de uma frmula ampla para o modo como uma empresa ir competir, quais deveriam ser suas metas e quais as polticas necessrias para levar-se a cabo estas metas. Seguindo esta linha, Tachizawa e Rezende (2000:68) definem estratgia competitiva como o conjunto de aes que uma organizao empreende para melhorar o seu desempenho presente e futuro. Essas aes visam melhorar a posio da empresa diante dos concorrentes reais ou potenciais e materializam-se atravs da busca de: manuteno das atuais posies de mercado e rentabilidade; aumento do market share; aumento da rentabilidade; aumento da flexibilidade; busca de legitimidade. De acordo com os mesmos autores, a estratgia competitiva compe-se de elementos estratgicos genricos e especficos de cada organizao. Estratgia de Crescimento. Esta estratgia tem por objeto a definio do posicionamento da empresa em termos de produto ou unidade estratgica de negcios. O objeto central definir para onde a empresa vai, em quais reas ir atuar, com quais produtos ou servios ir se posicionar. Em outras palavras, definir um padro de crescimento futuro, verificar as melhores alternativas e indicar sua posio futura (Tachizawa e Rezende, 2000: 77). Para estes autores, a estratgia de crescimento pode ser de expanso, diversificao, diversificao lateral, integrao vertical, globalizao, desinvestimento/desmobilizao e parcerias e alianas estratgicas (Tachizawa e Rezende, 2000: 77-116). Zaccarelli e Fischmann (1994) aps levantamento realizado na literatura existente na poca, identificaram 13 estratgias genricas. A seguir so apresentadas aquelas estratgias consideradas pertinentes proposta deste artigo. Estratgia de oportunidade. A empresa vive disputando e conseguindo, eventualmente, condies especialmente favorveis em certos perodos. Fora desses perodos, a empresa opera tipicamente no menor nvel possvel, aguardando melhores tempos. Alguns exemplos de empresas que aplicam estratgia de oportunidade so as empreiteiras de obras para o governo; empresas que trabalham para a moda; e algumas prestadoras de servios como investigao. A estratgia destas empresas podem passar por dois perodos: explorao da oportunidade e o perodo entre oportunidades. Estratgia de adaptao. A empresa modifica sua forma de atuao para manter seu equilbrio no mercado. Com isso, a empresa pode obter novos pontos fortes e eliminar pontos fracos existentes. Cada empresa tem sua peculiaridade, mas uma caracterstica comum a busca de alterao na forma de relacionamento com os agentes do ecossistema empresarial. Estratgia de diferenciao produto-mercado. A empresa busca uma diferenciao em relao a seus concorrentes para conseguir um espao de competio fcil. A diferenciao pode ser de segmento de mercado, de produto, de linha de produto ou da forma de atuar comercialmente. Estratgia de diferenciao funcional. A empresa busca diferenciar-se de seus concorrentes pela maior eficincia ou eficcia em sua operao interna. A diferenciao pode ser em: tempo, pela maior rapidez e confiabilidade de prazos; flexibilidade; qualidade; tecnologia; custo baixo. uma estratgia tpica para administrao da produo. Estratgia de inovao. uma estratgia pr-ativa que se baseia na oportunidade de mudar qualitativamente o ambiente empresarial, seja provocando o surgimento de novas empresas ou a extino de empresas existentes. Um exemplo a formao de uma nova unidade estratgica de negcios para o lanamento de um produto ou servio novo. Estratgia de evoluo. O empreendedor entende como certo que o ambiente empresarial vai evoluir, seja por ao de seus concorrentes inovadores ou por mudanas derivadas de alteraes na sociedade, nos governos, na tecnologia etc e no pretende ficar passivo assistindo a evoluo ocorrer. Existem dois subtipos de estratgias de evoluo: baseada em monitoramento do ambiente empresarial e baseada em cenrios. Estratgia de reao. Existe uma deciso prvia de ao em funo do que os competidores fazem ou tm planos de fazer. Esta estratgia necessita de um eficiente sistema de espionagem para que a empresa perceba com antecedncia qualquer estratgia do competidor. Estratgia de cooperao. A empresa age para ajudar outras empresas sem preocupao com retorno financeiro, mas com algum ganho no mensurvel. Nos ltimos tempos, com o surgimento e fortalecimento dos clusters, a estratgia de cooperao entrou em evidncia. A idia de gerar vantagem competitiva a todas as empresas integrantes do cluster. Alm de Zaccarelli e Fischmann, Sliwotzky e Morrison (1998) tambm identificaram 22 modelos de lucro ou estratgias focadas no lucro. Destes modelos, foram selecionados aqueles considerados complementares e adequados para o objetivo deste artigo. Solues para os clientes. Investir para conhecer o cliente, criar uma soluo, desenvolver um relacionamento. Marca. O desenvolvimento de uma marca cria conscientizao, reconhecimento, confiana e credibilidade. Esses intangveis so reforados pela experincia do cliente com o produto ou servio. Aps a apresentao das estratgias genricas, a prxima seo trata da questo interao universidade-empresa. 2 INTERAO UNIVERSIDADE-EMPRESA Segundo Vogt e Ciacco (1995), no processo de inovao atual so fundamentais as interaes entre o mercado e progresso tcnico. Estas interaes podem ocorrer por novas formas associaes entre empresas e destas com universidades e instituies de pesquisa para o desenvolvimento conjunto de novas tecnologias. A diminuio do ciclo tecnolgico e a densidade crescente dos conhecimentos cientficos que se fazem necessrios para a gerao de inovao tecnolgica apontam para a cooperao universidade-empresa como uma alternativa para modernizar o parque industrial nacional. A parceria entre universidade e empresas tem sido incentivada em vrios pases desenvolvidos e considerada a grande responsvel pelo desenvolvimento tecnolgico de vrias reas do conhecimento como por exemplo: informtica, sade e cincia dos materiais, entre outras. Na Europa, a interao tem sido incentivada como estratgia de globalizao da economia. Nos Estados Unidos, uma lei garante s universidades maior participao nos lucros provenientes dos resultados de pesquisas financiadas com verbas federais. Atualmente, um grande nmero de universidades americanas financiam a implantao de novas empresas para explorar tecnologias desenvolvidas por seus pesquisadores (Vogt e Ciacco, 1995). De acordo com Zagottis (1995:79), a necessidade de interao surge, na rea cientfica, quando o setor produtivo precisa absorver uma tecnologia nova para ele, ou quando o setor cientfico desenvolve conhecimentos novos que podem ter aplicaes prticas. Este novo papel da universidade ser cobrado pela sociedade brasileira. A universidade dever ter condies de assumir uma nova obrigao social (Zagottis, 1995). Apesar da importncia da interao universidade-empresa ser apontada por muitos autores e considerada importante tanto para a academia como para as empresas, existem muitas barreiras na conduo deste processo que precisam se rompidas para a efetiva interao. Para uma clara viso das diferenas existentes entre estes dois mundos, universidade e empresa, recorre-se a Moraes e Stal (1994) que abordam a questo da interao no Brasil, mostrando, entre outras coisas, suas peculiaridades. A partir destes autores foi possvel montar o quadro a seguir. ITEM EMPRESA UNIVERSIDADE Foco Especfico do segmento da empresa. Diversas reas de conhecimento. Objetivo Gerar lucro para criar empregos e atender s carncias da sociedade. Gerao de conhecimento, justificando a tecnologia como necessria ao desenvolvimento da sociedade em geral. Tratamento das informaes Fechada e extremamente seletiva quanto sua utilizao. Informaes relevantes cuidadosamente resguardadas dos concorrentes. Trabalho permanentemente exposto avaliao da comunidade cientfica, havendo abertura das informaes e imparcialidade quanto a seu uso. Tempo Eficincia, qualidade e produtividade associadas a resultados de curto prazo. Orientao para longo prazo. Deve-se gerar conhecimentos e difundi-los para a sociedade. Tecnologia Definida. Mltipla e difusa. Figura 1: Quadro com as principais caractersticas que diferenciam universidade e empresa. Fonte: quadro elaborado a partir de Moraes e Stal (1994). O processo de interao universidade-empresa bastante complexo por tratar com dois universos distintos. As peculiaridades destes universos acabam criando possibilidades de complementaridade, mas certamente gerando barreiras interao. Estas barreiras so apontadas a seguir. 2.1 - BARREIRAS INTERAO UNIVERSIDADE-EMPRESA As barreiras interao acontecem tanto por parte das empresas como por parte das universidades, pois cada lado tem suas peculiaridades que acabam se confrontando no momento da interao. Posada (1992) agrupa as barreiras interao em trs categorias: organizacionais, pessoais e culturais. Krahe (1993) classifica as barreiras em culturais, institucionais, poltico-financeiras e burocrticas. Solleiro (1993) divide as barreiras em estruturais, motivacionais e de procedimentos. A partir destes autores, possvel apontar as principais barreiras da interao universidade-empresa. formao monodisciplinar dos pesquisadores; universitrios isolados da realidade e que no compreendem os problemas e necessidades do setor produtivo; alguns acadmicos julgam que a pesquisa tecnolgica tem menor valor que a pesquisa bsica; pesquisador no quer perder liberdade de escolha das pesquisas; dificuldade na elaborao de projetos devido a entraves burocrticos; existem diferenas de valores, atitudes e formas de trabalho que impedem a comunicao entre empresrio e pesquisador; universidade e empresa com diferentes concepes de tempo; diferena de objetivos no processo de interao; empresa desconhece o potencial acadmico; empresrios no sabem quem procurar dentro das universidades; organizao inadequada da universidade para a prestao de servios; empresas necessitam de sigilo sobre os resultados da pesquisa enquanto a universidade quer e precisa publicar seus resultados de pesquisa; falta de recursos financeiros por parte da empresa para financiar projetos. Apesar das barreiras ao processo de interao universidade-empresa, muitas so as vantagens da mesma para ambas instituies. As vantagens da interao so apresentadas na prxima seo. 2.2 VANTAGENS DA INTERAO UNIVERSIDADE-EMPRESA A partir das publicaes de Santos (1990), Fracasso (1993) e Solleiro (1993) possvel apontar as principais complementaridades e vantagens da interao universidade-empresa para ambas instituies. Vantagens para a empresa: desenvolvimento tecnolgico com menor investimento; acesso aos laboratrios e bibliotecas da universidade; apoio de recursos humanos altamente qualificados; atualizao tecnolgica constante; prestgio por estar trabalhando com universidades; resoluo de um problema especfico ou obteno de informao especfica. Vantagens para a universidade: oportunidade de captar recursos adicionais para execuo das pesquisas bsica e aplicada; permite aos pesquisadores aplicar suas pesquisas no mundo real; melhor formao de recursos humanos para setor produtivo; acesso aos recursos governamentais para projetos conjuntos; acesso s demandas da sociedade para aperfeioar curricula de cursos e desenvolver pesquisas que possibilitem o desenvolvimento de novas tecnologias; permite a definio de um novo papel da universidade na sociedade como promotora de desenvolvimento econmico e social. Como forma de minimizar as barreiras existentes na interao universidade-empresa e desfrutar das vantagens desta interao, algumas instituies criaram mecanismos de interao para gerenciar esta relao. Dentre estes mecanismos pode-se citar: incubadoras, parques tecnolgicos, plos tecnolgicos e escritrios de transferncia de tecnologia. Este artigo trata especificamente deste ltimo mecanismo. 3 - ESCRITRIOS DE TRANSFERNCIA DE TECNOLOGIA O escritrio um mecanismo institucional que presta servios de gesto e monitoramento contnuo das atividades de interesse tanto da universidade como da empresa. Segundo Solleiro (1993), por servios de gesto entende-se o estabelecimento e desenvolvimento de objetivos comuns que sirvam de guia para o processo de interao. Os escritrios oferecem apoio negociao em transferncia de tecnologia, auxiliando os pesquisadores na elaborao de solicitao de patentes, assim como redao de contratos e convnios. Dependendo das condies de sua estrutura, os escritrios podem comercializar ou licenciar patentes de propriedade da universidade e apoiar e facilitar a criao de novas empresas, seja por meio de incubadoras de empresas ou por meio de demandas especficas (Conde e Santos, 1999). O nome que recebe o escritrio varia de acordo com as polticas e as diretrizes da universidade. A posio na hierarquia da universidade tambm varia. H casos de escritrios localizados em pr-reitorias de pesquisa, de extenso e/ou de planejamento e outros ainda vinculados diretamente reitoria da universidade. De acordo com Cunha (1999) e Conde e Santos (1999), os principais objetivos de um escritrio de transferncia de tecnologia so: estabelecer contatos com empresas; colaborar com os pesquisadores na orientao do projeto face s necessidades das empresas; ajudar os pesquisadores na conduo do processo de negociao de contratos de pesquisa tecnolgica; relatar e negociar os contratos de transferncia de tecnologia; acompanhar o desenvolvimento dos projetos contratados entre a empresa e a universidade; buscar financiamento para o projeto em fontes governamentais; assessorar as empresas sobre os diversos aspectos da administrao da tecnologia; estabelecer a proteo industrial e o registro de patentes; e, principalmente, divulgar os produtos da universidade para a interao. O pesquisador tem suas atividades voltadas para as pesquisas bsicas ou aplicadas de sua rea especfica de atuao. O seu mundo o estudo da cincia. Porm, quando se depara com a necessidade de apresentar sua pesquisa e de estabelecer relaes para transferncia de tecnologia, surgem os problemas. O pesquisador no est familiarizado com as questes burocrticas do processo. difcil localizar nichos de mercado, negociar preos, vender seu produto, pois essa no sua rea de atuao. Visando solucionar esses problemas, torna-se importante o marketing da universidade para a interao (Cunha, 1999). Tambm cabe ao escritrio de transferncia de tecnologia minimizar as dificuldades ou barreiras que surgem ao longo do processo de interao universidade-empresa, seja como mediador ou como esclarecedor para questes muitas vezes mistificadas com relao universidade, por parte dos empresrios e vice-versa. A transferncia de tecnologia pode acontecer de empresa para empresa, de universidade para universidade, de universidade para empresa ou de empresa para universidade. De acordo com Cruz (1989:765), a transferncia de tecnologia dos institutos de pesquisa para as unidades do sistema produtivo no um processo realizado automaticamente. Cada setor da economia possui peculiaridades que devem ser observadas para que o processo de transferncia de tecnologia seja conduzido de forma eficiente e eficaz. No caso das universidades, o caso mais freqente que os conhecimentos desenvolvidos em laboratrios sejam transferidos para as empresas. Estas, de posse do conhecimento da universidade, desenvolvem o mesmo at obter um novo produto ou a melhoria de produtos ou processos j existentes. De qualquer forma, o escritrio precisa de interlocutores que desencadeiem este processo de interao universidade-empresa. Segundo Conde e Santos (1999), os escritrios de transferncia de tecnologia tm se constitudo em importantes articuladores das relaes universidade-empresa-governo ao estimularem iniciativas conjuntas com o setor empresarial, contribuindo para a inovao em produtos, processos e servios. Aps a apresentao do referencial terico, a prxima seo trata das aes propostas aos escritrios para promover a interao universidade-empresa. 4 PROPOSTA DE AES PARA OS ESCRITRIOS DE TRANSFERNCIA DE TECNOLOGIA A PARTIR DA ADAPTAO DE ESTRATGIAS EMPRESARIAIS A partir do referencial terico desenvolvido, possvel propor algumas aes aos escritrios de transferncia de tecnologia para facilitar seu trabalho no processo de aproximao da universidade para as empresas. Tendo em vista que as universidades tm suas peculiaridades, os autores propem algumas estratgias consideradas adequadas ao contexto acadmico. Das estratgias identificadas na literatura, foi feito um agrupamento daquelas consideradas similares e criado um nome nico para determinado grupo de aes. Aplicam-se ao contexto acadmico as estratgias de oportunidade, adaptao, diferenciao, especializao, inovao, reao, cooperao e marca. A estratgia de oportunidade tem relao com as diferentes reas de atuao da universidade e que devem ser potencializadas para uma aproximao com as empresas. A estratgia de adaptao tem relao com as pessoas envolvidas com os escritrios que precisam despertar diferentes habilidades de negociao para um melhor entendimento com as empresas. As estratgias de diferenciao e especializao visam, a partir das informaes sobre a demanda tecnolgica, apontar nichos de mercado que a universidade pode atuar. A estratgia de inovao, entre todas talvez seja aquela primordial para a atuao dos escritrios. A universidade a fonte de pesquisas que vo gerar novas tecnologias para o mercado. fundamental que os escritrios estejam atentos s mudanas do mercado e s descobertas dos pesquisadores para fazer o link da interao. A partir da inovao, a estratgia de reao que abrir as portas da universidade para o empresrio descobrir as potencialidades que podem ser aproveitadas neste universo desconhecido. Outra oportunidade para os escritrios surge a partir da estratgia de cooperao, pois de posse de informaes sobre diferentes empresas possvel articular uma cooperao entre empresas com necessidades afins que no sejam concorrentes. Os escritrios podem contribuir para a estruturao de clusters setoriais e formao de redes de valor entre diferentes empresas. A estratgia da marca est diretamente associada ao respaldo institucional que os escritrios devem receber de suas universidades. Os escritrios devem valer-se do prestgio e do reconhecimento poltico institucional da universidade para consolidar-se como uma porta de entrada da universidade para as empresas. Estas estratgias e as respectivas aes so apresentadas na figura dois, a seguir. ESTRATGIA AES ESTRATGICAS PROPOSTAS AOS ESCRITRIOS DE TRANSFERNCIA DE TECNOLOGIA
Oportunidade Identificar as potencialidades da universidade, suas reas de fora em pesquisa com possibilidade de desenvolvimento para gerao de tecnologias que possam ser utilizadas por empresas. Esta identificao possvel a partir da criao de um banco de dados da oferta tecnolgica existente na universidade e da demanda tecnolgica do mercado.
Adaptao Os agentes que atuam nos escritrios podem desenvolver habilidades especficas para o contato e a negociao de possveis projetos tanto com o pesquisador quanto com o empresrio. preciso conhecer as diferenas destas duas realidades e buscar o entendimento, a traduo das necessidades de ambas as partes.
Diferenciao A partir do banco de dados da oferta e da demanda tecnolgica da universidade, o escritrio pode definir quais resultados de pesquisa podem trazer o diferencial para a universidade.
Especializao Na busca de especializao, os escritrios podem buscar apoio em sistemas de informao e conexes em rede com rgos de apoio como fundaes, prefeituras, organizaes no governamentais, federao das indstrias, associaes empresariais etc.
Inovao As universidades so fontes de inovao para as empresas. Os escritrios so a porta da universidade para que as empresas encontrem as pesquisas necessrias para s inovaes pretendidas. Os escritrios precisam estar atentos s mudanas do ambiente empresarial para poder identificar entre os seus pesquisadores as potencialidades que podem ser disponibilizadas aos empresrios. importante que os agentes dos escritrios freqentem os ambientes empresariais como coquetis e almoos executivos, reunies setoriais, reunies de associaes empresariais etc.
Reao
Os escritrios devem oportunizar s empresas o acesso a oferta tecnolgica da universidade para que os empresrios possam identificar oportunidades de reao. Os escritrios precisam promover eventos com carter empresarial que atraiam o pblico executivo e que no tenham um carter meramente acadmico. A presena de algum empresrio de determinado setor pode ser utilizada como isca para empresas de outros setores. importante ter cuidado com a concorrncia entre as empresas para no reunir no mesmo evento empresas concorrentes.
Cooperao
O escritrio de transferncia de tecnologia atua como mecanismo de interao entre a universidade e a empresa e pode atuar como agente facilitador para buscar a cooperao entre diferentes empresas. A partir dos projetos de parceria, o escritrio pode formar um banco de dados e identificar empresas afins que possam estabelecer alianas e parcerias. Podem ainda empreender estudos que procurem criar ou aprimorar os clusters setoriais existentes, tornando-os mais slidos e competitivos.
Marca O escritrio pode obter credibilidade de sua marca a partir do apoio institucional da universidade a que est vinculado. importante que o escritrio tenha o reconhecimento poltico da administrao da universidade e o reconhecimento tcnico dos pesquisadores. Com o apoio poltico institucional da universidade, a partir da curva de experincia da universidade, o escritrio poder utilizar a marca institucional e consolidar-se como a porta de entrada para as empresas. Figura 2: Quadro de propostas de aes estratgicas para os ETTs. Fonte: Elaborado a partir do referencial terico e da experincia dos autores.
5 - CONSIDERAES FINAIS O artigo teve por objetivo identificar na literatura as estratgias que pudessem ser adaptadas das empresas para os escritrios de transferncia de tecnologia das universidades para a promoo da interao universidade-empresa. Apesar de universidade e empresa atuarem em diferentes esferas, as universidades precisam adaptar-se as novas exigncias do mercado que precisa de inovaes e novas tecnologias alm da formao de profissionais. Para adaptar-se s exigncias deste mercado, possvel buscar nas estratgias empresariais a fonte para definir aes estratgicas que possam auxiliar os escritrios na sua atuao junto s empresas. Inicialmente, o escritrio precisa identificar o potencial da universidade atravs da criao de um banco de dados da oferta e da demanda tecnolgica. Os agentes que atuam nos escritrios, com apoio de sistemas de gesto de informaes, podem fazer a aproximao entre pesquisadores e empresrios a partir do conhecimento da demanda e da oferta tecnolgica e de uma infra-estrutura que permita a promoo de eventos de cunho empresarial que atraiam executivos para conhecer o potencial da universidade. As diferentes aes estratgicas propostas visam apontar sugestes aos escritrios na conduo das atividades de seu dia-a-dia. O artigo partiu de um referencial terico e da experincia prtica dos autores para apontar alternativas de aes que podem ser desenvolvidas. Porm, os autores tm convico de que estas aes no se esgotam neste artigo. Existem outras alternativas interessantes e peculiares para a realidade de cada escritrio. Cabe a cada equipe de escritrios de transferncia de tecnologia definir aquelas aes estratgicas que considerar adequadas ao seu contexto. 6 - REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS CONDE, Yolanda Calvo e SANTOS, M. Elizabeth Ritter (1999). Oficinas de transferencia de tecnologia: un analisis comparativo entre las experiencias de una universidad espaola y outra brasilea. In: VIII SEMINARIO LATINO-IBEROAMERICANO DE GESTIN TECNOLGICA ALTEC. Anais ..., Valencia. CRUZ, Maria Helena Lopes. (1989). Transferncia de tecnologia de um centro de pesquisa ao setor produtivo: o caso de farinhas mistas. In: XIV SIMPSIO NACIONAL DE PESQUISA DE ADMINISTRAO EM C&T. Anais ..., Curitiba, pp. 764-776. CUNHA, Neila Viana (1999). Mecanismos de Interao Universidade-Empresa e seus Agentes: o Gatekeeper e o Agente Universitrio de Interao. Revista Eletrnica de Administrao REAd (www.ppga.ufrgs/read), n 9. FRACASSO, Edi Madalena (1993). A percepo dos empresrios sobre a interao com a universidade. In: 17 ENCONTRO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PS- GRADUAO EM ADMINISTRAO. Anais..., Salvador, v. 1, p. 39-52. KRAHE, Paulo R. (1993) Cooperao entre universidades e centros de pesquisa com o setor produtivo no Brasil. Revista Cincia Hoje, suplemento. Vol. 16, n. 91, pp. 28-33. MORAES, Ruderico e STAL, Eva (1994). Interao empresa-universidade no Brasil. Revista de Administrao de Empresas. So Paulo, v. 34, n 4, pp. 98-112. PORTER, Michael E. (1986) Estratgia Competitiva. Rio de Janeiro : Campus. POSADA, Flix Moreno (1992). Colombia: el inicio de la formalizacin de las relaciones entre la universidad y el sector productivo. In: PLONSKI, G. A. Cooperacin empresa- universidad en Iberoamerica. Programa CYTED, So Paulo. SANTOS, Silvio A. (1990) Evolucin Institucional de la Universidad con el Sector Productivo. In: WAISSBLUTH, Mrio. Vinculacin Universidad-Sector Productivo. Santiago, Chile: CINDA, Coleccion Ciencia y Tecnologa, n. 24, p.193-234. SLIWOTZKY A J. e MORRISON, D. J.(1998) A estratgia focada no lucro. Rio de Janeiro: Editora Campus. SOLLEIRO, Jos Luis (1993). Gestin de la vinculacin universidad-sector productivo. In: MARTNEZ, Eduardo, Estrategias, planificacin y gestin de ciencia y tecnologa. Caracas, CEPAL - ILPES/UNESCO/UNU/CYTED-D, Editorial Nueva Sociedad, p. 403-429. TACHIZAWA, Takeshy e REZENDE, Wilson (2000). Estratgia Empresarial: tendncias e desafios. So Paulo : Makron Books. VOGT, Carlos e CIACCO, Cesar (1995). Universidade e empresa: a interao necessria. Revista da Universidade de So Paulo: Dossi Universidade-Empresa. So Paulo, (25): pp. 24-31. WRIGHT, P., KROLL, M. J. e PARNELL, J.(2000). Administrao Estratgica: conceitos. So Paulo: Atlas. ZACCARELLI, Srgio B. e FISCHMANN, Adalberto A.(1994) Estratgicas Genricas: classificao e usos. Revista de Administrao de Empresas, v. 34, n. 4, pp. 13-22. ZAGOTTIS, Dcio Leal (1995) Sobre a interao entre a universidade e o sistema produtivo. Revista da Universidade de So Paulo: Dossi Universidade-Empresa. So Paulo, (25): pp. 74-83.
Estratégia - Unindo Planejamento & Execução: um ciclo sistêmico de implementação, de execução e de retroalimentação da estratégia, que permite a gestores compreender causas e efeitos, e assim literalmente guiar a estratégia no ambiente empresarial