Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
br/saberes
SABERES, Natal RN, v. 2, n.3, dez 2009
18
A LIO DO ALUNO
UMA INTRODUO OBRA DE JACQUES RANCIRE
Eduardo Pellejero
Resumo:
Entre a ruptura com Althusser na dcada de 1970 e as suas ltimas intervenes polticas em
2009, a obra de Jacques Rancire tem mostrado uma consistncia mpar na sua prtica da
dissidncia, contramo dos tempos consensuais que vivemos. Retomando os seus principais
conceitos, o presente artigo pretende articular uma aproximao possvel sua filosofia, que
para alm das suas variaes estticas, ticas e polticas, tem por horizonte comum a idia
crtica de emancipao.
Palavras-chave: Rancire. Emancipao. Partilha do sensvel. Igualdade. Democracia.
Quando Foucault admira Kant por ter levantado a questo da filosofia,
no com relao ao eterno, mas com relao ao Agora, quer dizer que
a filosofia no tem por objeto contemplar o eterno, nem refletir sobre a
histria, mas diagnosticar nossos devires atuais: um devir-
revolucionrio que, segundo o prprio Kant, no se confunde com o
passado, o presente nem o porvir das revolues. Um devir
democrtico que no se confunde com o que so os Estados de
direito...
Deleuze-Guattari, O que a filosofia?
De uma afortunada colaborao com Louis Althusser provm a primeira referncia
bibliogrfica que conhecemos de Jacques Rancire: um precoce ensaio de 1965 (Rancire
contava ento apenas 25 anos), intitulado: O conceito de crtica e a crtica da economia
poltica, que formava parte do difundido volume coletivo conhecido como Ler o Capital
(Lire le Capital, Maspero, 1965). Precoce incurso no mundo universitrio da poca, da mo
de um Althusser em plena atividade, que situava Rancire no centro da cena poltica e