O documento analisa um curta-metragem sobre um presidiário que reivindica seu direito de tomar banho e como isso ilustra a necessidade de mudanças nos sistemas de saúde e prisionais. Ele defende que a educação permanente em saúde pode promover mudanças descentralizando o poder e envolvendo todos os atores, e que mudanças só ocorrem através do questionamento, diálogo e envolvimento coletivo.
Descrição original:
Excelente material que faz uma articulação da educação popular em saúde e o curta metragem o Dia em que Dorial encarou a Guarda.
Título original
Resenha sobre o curta metragem "O dia em que Dorival encarou a guarda"
O documento analisa um curta-metragem sobre um presidiário que reivindica seu direito de tomar banho e como isso ilustra a necessidade de mudanças nos sistemas de saúde e prisionais. Ele defende que a educação permanente em saúde pode promover mudanças descentralizando o poder e envolvendo todos os atores, e que mudanças só ocorrem através do questionamento, diálogo e envolvimento coletivo.
O documento analisa um curta-metragem sobre um presidiário que reivindica seu direito de tomar banho e como isso ilustra a necessidade de mudanças nos sistemas de saúde e prisionais. Ele defende que a educação permanente em saúde pode promover mudanças descentralizando o poder e envolvendo todos os atores, e que mudanças só ocorrem através do questionamento, diálogo e envolvimento coletivo.
EM SADE, COM CURTA-METRAGEM O DIA EM QUE DORIVAL ENCAROU A GUARDA
TERESINA-PI 2014
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ARTICULAO DOS CONTEDOS DE EDUCAO PERMANENTE
EM SADE, COM CURTA-METRAGEM O DIA EM QUE DORIVAL ENCAROU A GUARDA
Segunda atividade do AVA da disciplina Educao para sade,
do curso de Psicologia da Faculdade Santo Agostinho, turma 01T8A, como requisito parcial para obteno da terceira nota, sob orientao da Professora: Samila Marques.
TERESINAPI 2014
ARTICULAO DOS CONTEDOS DE EDUCAO PERMANENTE EM SADE,
COM CURTA-METRAGEM O DIA EM QUE DORIVAL ENCAROU A GUARDA
O presente trabalho tem como objetivo analisar o curta-metragem O dia em
que Dorival encarou a guarda, de Jorge Furtado, a partir do texto A educao permanente como estratgia de gesto de coletivos. Ressaltando e articulando com os principais contedos de Educao permanente em sade. No curta-metragem O dia em que Dorival encarou a guarda, recomendado pela professora, pode-se perceber que Dorival ao enfrentar o guarda e os demais chefes da priso, estava gritando por um direito que estava sendo omitido simplesmente por ordens que no poderiam ser descumpridas. A nica forma que ele encontrou para chamar a ateno foi gritar com todos que estavam sua volta e reivindicar o seu direito enquanto presidirio e ser humano. Depois de sofrer e ser espancado pelos seus superiores, Dorival finalmente conseguiu aquilo que mais queria, tomar banho. Esse foi um exemplo clssico do que acontece com muitos cidados brasileiros, que ao questionar seus direitos so ameaados e at marginalizados. necessrio tomar posicionamento de forma prudente de maneira que venha a chamar a ateno dos superiores responsveis. Como afirma no texto Educao permanente em sade como estratgia de interveno de coletivos necessrio dialogar. Esse dilogo deve ser colaborativo onde exista uma horizontalidade na participao ativa de gestores, usurios e comunidade de um modo geral. Primeira coisa a se fazer abrir caminhos e problematizar a realidade que estamos. preciso construir sujeitos autnomos e crticos. Dessa forma, necessrio desconstruir o modelo piramidal em que, quem est no topo quem tem todo poder e os outros que esto abaixo, so sujeitos passivos que no criticam. No vdeo esse modelo bem representado, s que, Dorival resolveu criticar se posicionar para mudar essas ordens, e mesmo de uma maneira errada e violenta Dorival conseguiu o que queria. Assim como aqueles homens no vdeo no sabiam responder o porqu daquela ordem, muitas pessoas recebem ordens sem saber o porqu de cada uma delas, sem problematizar. Para produzir essas mudanas preciso usar tambm o modelo da roda, onde vrias subjetividades iro construir juntos uma co-gesto, onde todos os envolvidos esto presentes, preciso envolver os vrios atores que
compe esse sistema, os profissionais, gestores, formao e o controle social. Tem
que haver um dilogo com essas prticas e concepes vigentes. A educao permanente em sade uma das estratgias para construir um novo estilo de gesto, em que essa construo feita em coletivos preciso um trabalho transdisciplinar, preciso compartilhar experincias, para se ter um aprendizado ampliado. E o que precisamos para agir? Em minha opinio preciso mais conhecimento, e preciso "coragem" para enfrentar esse sistema que cristalizado. As mudanas para que sejam ativadas de forma efetiva poderia comear a ser estruturada a partir da prpria academia, propondo para os estudantes melhores formas humanas de trabalhar no s no sistema carceral como em vrias reas que apresentam vulnerabilidade para o sujeito. Precisamos agir de forma participativa e ativa diante da sociedade atravs de medidas educativas que podem ser inserida dentro da prpria comunidade de forma preventiva. Assistindo ao vdeo podemos constatar o descaso das autoridades no trato com as pessoas, no apenas com detentos, mas de forma geral com atitude de arrogncia dentro dos rgos pblicos. Podemos citar aqui como exemplo os profissionais da rea da sade, que deveriam atender as pessoas com respeito e humanismo, ao contrrio o que encontramos o descaso e a agressividade. Observamos a necessidade urgente de mudanas, porem elas no ocorrem de uma hora para outra, elas comeam individualmente, na escola, na faculdade, nos relacionamento que construmos ao longo de nossa vida, um processo em longo prazo de educao continuada. O vdeo nos confronta com a necessidade de mudanas urgentes no sistema Mudar um sistema j estabelecido no tarefa fcil, porm necessrio que problematizemos o modelo vigente a fim de produzirmos alteraes significativas. Dorival e os outros presidirios eram submissos hierarquia militar, at que o primeiro questionou as prticas e ordens daquele lugar, sendo assim, manteve contato com os vrios nveis da polcia, tendo a ideia de que nem mesmo eles sabiam a origem da ordem que estavam passando a diante. Depois de tamanha violncia Dorival conseguiu o realizar o seu pedido. essa reflexo que devemos fazer. No ser de um dia para o outro que se consegue a mudana de um modelo; ao longo dessa jornada haver dificuldades, porm deve-se perseverar no sentido de buscar uma melhoria na vida da populao, principalmente o que tange aos diretos de cada indivduo. preciso um
posicionamento crtico, estratgias interventivas e participao ativa na luta por
respeito e ampliao dos diretos, visando tambm a horizontalizao das prticas, para que uma verdadeira integralidade seja alcanada. pertinente ressaltarmos que o processo de mutao se estabelece de maneira rdua, lenta e sofrvel, mas que a partir do questionar-se, do problematizar as amarras de um sistema vigente; o caminho da mudana toma corpo no seio social por intermdio da produo de incmodos. Desta forma a produo de tencionamentos fundamenta o movimento da ao reflexiva, retirando-nos das zonas de conforto individualizantes e cerceadoras, produtoras da ignorncia; e nos prope aglomerao coletiva, na perspectiva de que juntos a mudana possa ser consolidada, e assim respostas surjam de seus grandes protagonistas o povo , no cabendo aqui o elencar de procedimentos fomentadores da mudana, mas que as respostas so nicas e surgem a partir daquela dinmica grupal. A produo de mudana pode ser obtida atravs da inconformidade com a realidade na qual se est inserido, assim como podemos ver no vdeo de Dorival, que inconformado com sua situao procurou meios pra reverte-la, porm o coletivo no compartilhava da mesma ideia, pelo contrrio estavam cmodos com a situao, como visto os policias nem se questionavam de onde vinha a ordem. Representando bem o que ocorre em nossa sociedade o comodismo e a falta de interesse em produzir mudanas. E essas mudanas s podero ser alcanadas atravs do empoderamento da sociedade, colocando em ao e de maneira consciente a sua viso da realidade e se apropriando dela, alm de um sujeito responsvel pelo processo e pelo seu resultado. Assim a mudana to necessria em nossa sociedade s ocorrera quando o sujeito torna-se consciente de seu papel dentro do processo, responsabilizando-se de forma coletiva pela mudana to necessria para o bom funcionamento da sociedade. As mudanas devem ocorrer com o objetivo de promover melhorias na vida das pessoas, e consequentemente nos grupos ao qual elas so pertencentes. O permanente desafio de construir novos caminhos inicia na faculdade no primeiro ano de formao, atravs de prticas interventivas que posicionem o indivduo ao contexto ao qual ele pertence, no reproduzindo prticas e moralismos que ganharam fora atravs do tempo e seus construtos, conforme mostrado no vdeo. No o sistema que deve promover essas mudanas. Mas, as pessoas que compe este sistema. Atravs de facilitadores que superem as concepes tradicionais
constituindo uma cultura crtica, que fomentem os valores e concepes as quais
pertencem. Dorival, o presidirio que sozinho se mostrou capaz de conquistar seu objetivo que era tomar banho, porm seu pedido no foi aceito e procurou outra forma embora no confortvel, mas conseguiu mesmo sendo punido no desistiu. Diante disso importante entendermos que a educao permanente vai produzir saberes na populao para agir de forma articulada a um determinado problema, na qual a unio de saberes vo possibilitar novas reflexes capazes de provocar fortes mudanas Produzimos mudanas, quando nos questionamos, quando nos botamos em xeque! Dessa forma, necessrio que mudemos sempre, as ressignificaes so muito importantes. Portanto, mediante ao que foi exposto e em consonncia, percebo que Mudar difcil, mas possvel (Freire, 1995), bastando apenas nos ater a vontade de nos metamorfosear (prticas, crenas e esteretipos), de dar o melhor de si, e de se comprometer com o papel libertador de nossa ao-reflexiva, e acima de tudo acreditar na mudana apesar de que ela no se mostre de prontido e com ligeireza, mas que ela se alicera atravs de um processo perseverante e subjetivocoletivo. Enfim, produzir mudanas no significa que seja fcil e rpido, devemos lutar para poder conquist-las, e no desistir no primeiro obstculo. Precisamos utilizar da Educao Permanente em sade para descentralizarmos o poder envolvendo todos que podem contribuir e desta forma transformar o que era central em coletivo. Precisamos tambm provocar desconforto no que est acontecendo no momento a partir
da
vivncia
das
prticas
realizadas,
partir
disso
buscar
formas/estratgias/alternativas de prticas, problematizar a situao e assim
produzir mudanas.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS:
BRASIL. MINISTRIO DA SADE. Secretaria de Gesto do Trabalho e da
Educao na Sade. Departamento de Gesto da Educao na Sade. Curso de formao de facilitadores de educao permanente em sade: unidade de aprendizagem - anlise do contexto da gesto e das prticas de sade. Rio de Janeiro: Ministrio da Sade/Fiocruz, 2005b. 160p. O dia em que Dorival encarou a guarda. Direo: Jorge Furtado. Produo: Porto Alegre RS, 1986.14 min, 36 mm.