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Introdução
O prazer é algo inerente à vida do homem. É impossível viver sem prazer.
Ele pode ser controlado pela nossa própria vontade. Assim, o homem como ser
social nasce em uma família, freqüenta uma escola, pratica uma religião e
obedece às leis de um Estado. Pertencendo a essas quatro instituições, ele
busca a sua realização, ou seja, a sua própria felicidade.
O objetivo deste artigo é focalizar o prazer na dimensão religiosa.
Aceitando desde já que o homem é ser religioso. Ele, o homem, em busca de
algo que está fora de si, sente o desejo e o prazer pelo transcendente. Mas a
Religião oferece algum prazer ao homem? Ele sente prazer diante da esfera do
Sagrado?
Nas décadas de 60 e 70 com a secularização achava-se que o homem da
pós-modernidade deixaria de buscar o sagrado, porém aconteceu o inverso, o
homem nunca buscou o “sagrado” em toda a sua vida, como nos tempos atuais.
Esse fenômeno acontece devido ao prazer que a Religião proporciona ao
homem, com suas celebrações, ritos, orações e mensagens de esperança .
1 - A religião
A religião é um fenômeno universal que permite ao homem explicar o que
não compreende, o que lhe causa medo: a vida, a morte, o sofrimento. A fé
religiosa é baseada em um conjunto de crenças derivadas de uma “revelação”
original que compromete a vontade. Essas crenças perpetuam-se de geração em
geração por meio da tradição. Além dos dogmas (crenças fundamentais),
definem uma moral, (conjunto de leis e proibições que os fiéis devem observar no
caminho da salvação de sua alma).
É sabido da existência de várias religiões no mundo. Cada qual, procura
transmitir aos seus fiéis, suas doutrinas. Seus ensinamentos são expressos de
diversas maneiras. Assim, o homem busca o sagrado e pelo mecanismo
religioso é colocado na relação com a divindade. Nessa relação, a religião
utiliza-se de expressões e manifestações, que podem oferecer ao homem prazer
ou felicidade de viver aqui e agora na perspectiva de um futuro transcendente.
3- A Igreja Católica
A Igreja Católica é ao mesmo tempo caminho e finalidade do desígnio de
Deus: prefigurada na criação, preparada na Antiga Aliança, fundada pelas
palavras e atos de Jesus Cristo, realizada pela sua Cruz redentora e
Ressurreição; ela é manifestada como mistério de salvação pela efusão do
Espírito Santo. Ela é ao mesmo tempo visível e espiritual, sociedade hierárquica
e Corpo Místico de Cristo. É una, formada de um elemento humano e um
elemento divino.
A Igreja é anunciadora da mensagem salvadora de Jesus Cristo a todos os
homens. Ela é sinal de salvação no meio do mundo; o sinal e o instrumento da
comunhão de Deus e dos homens. Ela deseja a libertação do homem e sua
promoção social e espiritual como um todo. Nesse sentido, não se deve olhar o
passado da Igreja com olhos que a condenam, mas, é preciso compreender o
período histórico, o pensamento, os costumes e a maneira em que se vivia
naquela época. O tempo passou, e assim, a Igreja renovou-se no sentido de ser
coerente com o Evangelho. Questiona-se então: Ela oferece prazer ao homem?
Que tipo de prazer? Ou será que o homem para fugir de seus problemas, busca
na religião o prazer e o conforto espiritual para esquecê-los?
1
LEPARGNER, Hubert. Antropologia do prazer.Campinas(SP): Papirus, 1985, p. 27.
2
FREIRE, Roberto. Sem tesão não há solução. 5ª ed., RJ: Guanabara S. A., 1987, p. 13.
Primeiramente, não se deve combater o catolicismo. Se realmente isto aconteceu
no passado, hoje não mais “acontece”. A ação catequética da Igreja apresenta
uma imagem de um Cristo vivo e Ressuscitado, pois é dinâmica em sua missão
evangelizadora. É preciso ver no crucificado, a figura gratuita do amor de Deus.
Não é da vontade do Cristo que o homem sinta dor, culpa e remorso mediamente
a cruz, pois ela tornou-se um sinal de salvação e esperança para o mundo.
A Igreja católica, hoje oferece ao homem, o prazer de estar em harmonia
com Deus, que é o Deus da vida, que se fez humano para nos salvar e caminha
com o seu povo. A própria religião não teria sentido se o homem encontrasse
somente dor, tristeza ou sentimentos de culpa, imposições etc. A Religião
Católica não é a “Religião” da dor, do sofrimento e que culpa os seus fiéis pelos
sofrimentos e morte de Jesus na cruz. Ela anuncia a Boa-Nova aos homens,
ensinada por Jesus Cristo. A Igreja prega a salvação a todos os homens, o
perdão dos pecados e a reconciliação dos homens para com Deus e com os
irmãos. A Igreja deseja salvar e preservar a dignidade do ser humano. Nesse
sentido, é possível o prazer de viver dentro da Religião que oferece vida
abundante ao homem e o sensibiliza para um futuro escatológico cheio de
esperança e felicidade.
A atitude em relação “a culpabilização do prazer em si vinha de certa
concepção da religião, não necessariamente evangélica, mas antes clerical ou
jansenista ”.3 Alguns cléricos e jansenistas, viam na religião um rigorismo
exagerado em relação ao modo de viver e sobre a idéia de Deus. Não era
possível o homem ter prazer, ele deveria ser puro e repugnar os desejos.
Gregório Niceno (séc. IV) não exclui o desejo de sua antropologia cristã. O
desejo é um “pendor que não leva apenas às coisas baixas e desprezíveis; opera
também em nossa elevação para Deus. Sem o desejo nada poderia nos elevar e
nos unir ao Deus celeste”.4 Gregório Niceno, destaca ainda, em sua antropologia
cristã, um ponto negativo e outro positivo em relação ao desejo. O desejo leva a
certas atitudes que não condizem com a dignidade do homem. Por outro lado,
sem o desejo seria impossível a nossa relação com Deus, ou seja, nossa união.
Logo, o desejo do homem deve levá-lo à plenificação de sua vida em
Deus. A Religião deve apresentar ao homem uma concepção antropológica cristã
do prazer. O prazer não pode ser tabu, mas vivência compreensiva do sentido
último da vida. Não podendo chegar a ser alienante, sinônimo de escravidão e
desonrar o homem.
Pierre Vasserot, teólogo francês, afirma que a “fragilidade do prazer é
necessária para que tenhamos acesso à alegria plena; mas a espessura do
prazer nos é necessária para que essa alegria seja real e não imaginária, eficaz e
não alienante. O prazer, que é elã dado ao homem para introduzi-lo na alegria, é
a comida que o assiste na caminhada para a alegria”. 5 Nesse sentido, o prazer é
caminho para alegria, pois é a satisfação de viver e de realizar os seus desejos. A
Religião Católica deve ser caminho de alegria para os homens. Para conquistar
essa alegria, o homem precisa sentir prazer estando participando da Igreja.
Martin Le Maistre (1432 - 1481), foi o autor antigo que mais contribuiu, não sem
lucidez e excepcional coragem, para se contrapor à corrente pessimista no
tocante ao prazer. Ele dizia: “que o prazer pode ser vivenciado para um fim
honesto e, portanto para Deus”.6 Nesta sociedade consumista, como vivenciar o
3
Jansenismo: Doutrina de Jasen, teólogo holandês (1585-1638) sobre a graça e a predestinação; rigorismo
exagerado e falso.
4
LEPARGNER , p. 13.
5
Ibid., p. 23.
6
Ibid.
prazer para um fim honesto? A Religião é capaz de canalizar a dimensão do
prazer para Deus? Como? A Igreja tem por objetivo primeiro o Anúncio do
Evangelho. Ela deve inculturar-se nas culturas diversificadas por valores e
costumes, purificando-as com a mensagem viva do Evangelho, que proporciona
ao homem felicidade, ou seja, o prazer de sentir-se a presença de Deus em sua
vida.
“A natureza do desejo é a de ser sem limites, e a maioria dos homens vive
apenas para tentar satisfazê-lo”7, observou Aristóteles. O homem não deve viver
em vista somente do prazer pelo prazer. Para o filósofo, o prazer coroa como
aperfeiçoamento último qualquer atividade boa devidamente desenvolvida até o
fim. O prazer é “experiência indizível e totalizante, toda concentrada no momento
em que se vive”.8 A Igreja coloca o homem em relação ao sagrado, na
manifestação de seus ritos, nas celebrações, nos sacramentos, nas orações,
nos cantos etc. É possível falar de prazer nesse sentido ?
“O desejo procura a felicidade e encontra o prazer: eis a antinomia de
base que pertence à estrutura das vivências e que a Igreja traduziu em normas
rígidas, ainda que sem perceber a globalidade do desafio”. 9 A Igreja chegou a
combater no desejo o risco do prazer e no prazer o risco de perversão, como se
prazer não fosse tão natural quando o desejo. Viu no prazer o risco de obter no
instante uma plenitude que imita aquela reservada à eternidade, podendo
dispensar a árdua procura dessa última.
No absurdo, a Igreja Católica chegou “a negar pastoral senão
doutrinalmente a bondade do prazer como fim intermediário, reconforto na etapa
presente. Talvez fosse por compensação que ela incentivou as formas atenuadas
do prazer que são celebrações, festas, reuniões, assembléias de sadio
divertimento e lazer, inaugurações e homenagens, jogos e artes, jubileus e
comemorações, férias e aniversários”10. Nesta temática, pode se concluir que a
“Igreja” proporciona prazer ao homem, mesmo querendo refutá-lo de certa
maneira.
Jacques Lacan, sem entrar em desarmonia com a tradição eclesial faz um
esclarecimento sobre as raízes do prazer, na “psiqué” humana. Ele dizia: “o
desejo do homem é o desejo do outro”. Está no inconsciente do homem o desejo
do outro. O outro é sinal de realização e significação para sua vida. Aqui, deve-se
entender o outro como sinal humano e divino em sua vida. O ser humano
desperta sua humanidade através do desejo e da busca do prazer.
Anders Nygren, explica que “o sentido do desejo é que o homem procure
adquirir algo que não possuía anteriormente. Esse sentido desaparece quando
dirige seu desejo, sua culpa, para as coisas temporais, porque, ainda que as
obtenha, não adquire nada que ultrapasse o que já possuía... Como o desejo,
sob a forma de culpa, nos une às coisas perecíveis, sob a forma de amor, nos
une a Deus e ao mundo da Eternidade. Só assim, o desejo reveste sua
verdadeira significação”.11 Aqui, centrada nessa reflexão encontra-se o significado
último do desejo, ou seja, o próprio Deus.
O prazer será sempre uma realidade sedutora, ao mesmo tempo atraente
e perigosa, ambígua e necessária, provocadora de reações extremadas à beira
da alienação, condimento indispensável para a caravana humana em marcha.
Ele toma lugar na vivência humana como um valor, alias muito diversificado,
7
Ibid., p. 36.
8
Ibid., p. 63.
9
Ibid.
10
Ibid.
11
Ibid., p. 64.
entre outros valores que se oferecem à nossa espécie, e cuja qualificação ética
depende mais das circunstâncias e situações do que do conteúdo inefável.
O prazer deve ser visto como vivência global do ser humano, cultural e
eticamente. Deve ser aceito também como participação, comunhão, partilha,
comunicação e festa. Ele é “experiência corporal” e “mental”. Representa uma
“capacidade de auto-expressão criativa”, cuja negação perturba indivíduos e
sociedades: ordem pelo efeito da repressão religioso-clerical, hoje por efeito da
luta pelo poder.
Mas cabe assinalar que o prazer, não é algo perene dentro da vida do
homem, visto que dentro do processo histórico-social em que ele vive encontrará
o desafio do sofrimento, da ameaça da dor, do aguilhão da miséria para se
perpetuar, prolongar e crescer. Assim, é através do desejo pela felicidade e pelo
bem estar físico-social, que o homem vencerá os momentos difíceis de sua vida.
Como se pode perceber a moral católica tradicional trabalhou em torno de
um sistema complicado de obstáculo ao prazer, amiúde sem ter tido os meios
para refletir positivamente sobre seu lugar antropológico. Poderia ter explorado
o dinamismo do desejo que comporta duas faces: a auto-realização de um ser
em crescimento, situado no tempo e na história e o ultrapassar-se na vida que a
teologia cristã chama de teologal, que compreende a fé religiosa, a esperança
escatológica e o amor de caridade desabrochado em Cristo.
Hoje, porém, a moral renovada compreende que a dimensão do prazer faz
parte da vida do homem. Sentir prazer não é mal, mas, plenifica a alegria em seu
ser. O prazer não deve ser na linha hedonista e nem sadomasoquista, mas que
vá ao encontro da dignidade do ser humano. Assim, homem algum aceita viver
sem prazer e sem transcendência significativa.
12
Tesão: é alegria, prazer, felicidade e satisfação de viver plenamente.
13
Posição vertical: relação do homem com a divindade, isto é, Deus.
partir do momento em que ele sente prazer em escutar, viver e praticar a
religião.
O prazer possui uma grande importância pessoal e coletiva, dentro e fora
da religião. O homem nasceu para ser feliz. Assim, tudo que faz e realiza será em
vista de sua felicidade. A partir do momento em que o homem sente felicidade
dentro da religião, ele exprimirá esse prazer em atos e ações. Dessa forma, será
para os outros, sinal de pessoa realizada. Dentro da Igreja estará em harmonia
com Deus e com os irmãos. No meio social, não será um homem reprimido e
frustrado, mas alegre, dinâmico e criativo. Enquanto coletivo, o prazer mantém a
comunidade afetivamente unida e feliz. No meio social, ao dar testemunho de
vida e realizar seus compromissos pastorais, sentirá a satisfação na sua
existencialidade.
É possível o homem sentir prazer na Religião Católica? Que tipo de
prazer?
O homem nesse parâmetro é um ser que sente a presença do
transcendente, ou seja, de Deus. Ele sente o desejo de preencher o vazio
existencial, Daí a necessidade de buscar na religião esse elemento. Porém, é
necessário compreender que Deus não é algo criado pela imaginação ou
projeção humana, como pensava o filósofo Feuerbach, mas é um ser que existe
e manifestou-se de modo pleno no seu Filho Jesus Cristo. Ele trouxe ao homem
um estilo de vida diferente, libertando o homem das armadilhas do pecado, do
ódio, do orgulho etc., mostrando ao homem a salvação na esperança
escatológica. Assim, Jesus Cristo, funda a Igreja Católica. Ela se expande com a
tradição apostólica. Ela é universal, pois está aberta a todos os homens.
A Igreja vive na história. Nós somos seres históricos, por isso, somos
igreja. Através do comportamento moral e a partir da prática de Jesus, os
cristãos relacionam-se entre si e com Deus vivendo moralmente.
O Homem por ser pluridimensional, deve viver sempre na busca de sua
realização e promoção, ou seja, em vista de sua felicidade. Tal fato, só se realiza
quando ele não é reprimido, “manipulado” e excluído. Em tudo aquilo que o
homem faz ou participa deve sentir prazer, pois assim, será mais empenhado e
motivado para viver. Para isso, deve-se compreender no homem a dimensão
inerente do prazer, a qual não pode ser reprimida e combatida. Prazer é a
exaltação do homem em sentir-se bem e realizado.
A Igreja Católica anuncia ao homem a Boa Nova de Jesus Cristo. Ela
deseja congregar os homens e conduzi-los a Deus. Quando o homem abre-se
para essa verdade de fé, passa a fazer parte de uma comunidade cristã.
Participando dessa comunidade deverá sentir prazer. Isso o motiva e o
enaltece. Isso é prazer! Ao contrário, o homem seria reprimido e sua vida se
tornaria obscurecida.
No catolicismo houve, desde cedo, uma tendência estóico-ascética de
eliminar o prazer e levar o cristão ao autodomínio perfeito, indiferente às alegrias
e tristezas da vida. O prazer era facilmente ligado ao hedonismo e cercado de
tabus e inibições que o tentavam reprimir. Não podemos condenar o passado da
Igreja Católica em se tratando do aspecto da sexualidade humana e do prazer,
pois, naquela época, a relação era homem e Deus. Tudo tendia para Deus.
Assim, de certa forma, a sexualidade humana não foi bem trabalhada e discutida
como reflexão mas, em parte, reprimida. É sabido que isso não é motivo para
dizer que a Igreja Católica condenou o prazer como algo pecaminoso e visto
somente no sentido do ato sexual. Essa era a compreensão tanto dos cristãos
quanto dos pagãos daquela época. Hoje, após reflexões e estudos a respeito da
sexualidade humana, a concepção de prazer é vista de forma diferente, pois o
homem não deve reprimi-la em si, deve vivê-la de forma plena e livre, amar e
deixar ser amado. Assim, ele sentirá o prazer de buscar e viver o seu ideal de
vida. Do contrário, na dor e na culpa o homem seria um eterno sadomasoquista
frustrado.
Sem prazer não há dinamismo, motivação e criatividade na vida do
homem. Ao participar da Igreja católica, dos mecanismos religiosos e da
dimensão celebrativa, dentro dela o homem sente prazer. O prazer que se
expressa na Igreja se dá na relação de um Deus pessoal que ama e acolhe o
homem, nos momentos de orações, súplicas, cantos, adoração e no momento
em que os cristãos estão unidos como irmãos e família de Deus. Isso plenifica a
vida do homem. Mais ainda, quando ela anuncia a salvação, o perdão e a
reconciliação entre os homens e Deus, quando anuncia o Evangelho dando a
esperança de vida aos abatidos, excluídos e marginalizados na sociedade. Tudo
liberta o homem, incentivando-o para buscar Deus e para relacionar-se com os
irmãos, na busca de um mundo melhor, levando em consideração o seu
peregrinar para Deus.
Nessa visão, pode-se afirmar que prazer pode e deve estar presente na
dimensão religiosa. Esse prazer se dá primeiramente de forma mental ou
espiritual, pois o homem primeiro ouve, medita e contempla em seu ser a
presença através da Boa Nova de Jesus Cristo. Num segundo momento, o
prazer se dá de forma corporal, pois não existe pessoa humana sem corpo.
Corpo e alma formam uma dualidade 14 e não um dualismo,15. O homem é
composto de corpo e alma e deve ser visto em toda a sua globalidade. Ele como
um todo deve louvar e glorificar a Deus. Na assembléia reunida, todos devem
participar dos cantos, gestos, abraço da paz, comunhão eucarística, entre outros.
Quando isso acontece, o Homem sente-se como pessoa e vive-se o prazer.
Sente em seu ser o prazer da presença de Deus e dos irmãos. Levando-se
em consideração, que é com o nosso corpo que viveremos a religião e seremos
pessoas realizadas e felizes naquilo que fazemos e participamos, transcendemos
e nos relacionamos com Deus.
Num terceiro momento, a Igreja propõe a integração da vida e da fé.
Como isso acontece? O cristão sente em seu ser o prazer mental a própria
explicitação da fé e da alegria com a presença de Deus. Ele deve viver a sua
fé no dia-a-dia, no anúncio e na realização de obras para a promoção do Reino
de Deus , levando em consideração, o homem esquecido e marginalizado que
vive na dor e na angústia.
Portanto, a Igreja Católica oferece prazer ao homem. O prazer de viver na
presença e na graça de Deus. Essa sensação enaltece e satisfaz o desejo do
homem pelo sagrado. Isso o anima na vida e seu viver adquire significado e
esperança para a felicidade eterna, ou seja, o estar junto de Deus. É preciso que
o homem se liberte de todas as prisões que obscurecem o verdadeiro sentido da
vida humana. O homem ama e deseja Deus a partir do momento em que ele
sente prazer em tudo que faz, realiza e participa , principalmente vivendo os
procedimentos inerentes à religião.
O homem somente será feliz com a vivência cotidiana impregnada da força
divina: fonte de prazer, de realização, de humanização. Ser Homem é viver as
dimensões do prazer que também são proporcionadas pela religiosidade.
14
Dualidade: indica em geral um par de termos entre os quais ocorre uma relação essencial : por ex.,
matéria e forma, corpo e alma, etc.
15
Dualismo: Toda doutrina que admite, em qualquer ordem, dois princípios absolutamente irredutíveis. Isto
é, indica dois princípios ou divindades, um do bem, outro do mal, em luta contínua entre si.
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