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Direto de 1560...

José Carlos Sepúlveda da Fonseca


http://radardamidia.blogspot.com
noticiário, dos transtornos e pre- Guardada no arquivo dos Jesuítas em
juízos causados e da comoção sus- Roma, a carta veio a São Paulo em 2004,
citada por mortes trágicas, como para exposição da Associação Comercial,
se deu em S. Paulo, é compreensível pelos 450 anos da cidade. Remexendo có-
que os espíritos fiquem mais predis- pias do material, Guilherme Afif, hoje secre-
postos a aceitar como evidentes, tário de Serra, acabou reencontrando a pre-
sem o devido espírito crítico, as ciosidade.
correlações e explicações ambien- “Não há muitos dias”, narra Anchieta,
talistas, entretanto em nada com- “de repente começou a turvar-se o ar, a
provadas. enevoar-se o céu”. O vento “abalou casas,
Antes de tudo porque a própria arrebatou telhados, arrancou pelas raízes
tese científica do “aquecimento global” é se- grandíssimas árvores, de maneira que
uem acompanha com assidui-

Q dade a imprensa nota que, nos


últimos tempos, tem-se multi-
plicado o noticiário de cunho
ambientalista. Os pretextos são diversos
riamente contestada no meio científico. Para
muitos cientistas o planeta não esquentou
desde 1995 e há alguns que até defendem es-
tar ocorrendo um esfriamento global. Segun-
nos matos se taparam os caminhos sem
ficar nenhum”.
Podia acontecer a qualquer momen-
to. Pois “na primavera, que aqui começa
para martelar uma série de chavões que, à do dados científicos, a década de 30 foi a mais em setembro, e no verão, que começa em
força de serem repetidos, vão ganhando foro quente do século XX e segundo dados oficiais dezembro, caem abundantes e freqüentes
de evidência. de três importantes institutos a capa de gelo chuvas (...). Há então enchentes dos rios e
polar Ártico cresceu 24% desde 2007. grandes inundações nos campos”.
Chavões que não passam muitas vezes
de verdades incompletas, de interpretações Além disso, não há comprovação algu- E o mais admirável, acrescenta, “é que
distorcidas, não raras vezes de afirmações ma séria e com fundamento científico ine- os índios, entretidos em seus beberes e can-
científicas não comprovadas... ou até mesmo quívoco de que fenômenos climáticos extre- tares, não deixaram de dançar nem beber,
de fraudes! mos sejam causados pela atividade humana. como se estivesse tudo no maior sossego”.
Aliás, tive oportunidade de analisar uma Por fim, para haver fundamento na afirma- Hoje, o paulistano ainda dança. Só que
dessas fraudes no post anterior, a propósito ção de que tais fenômenos – como as chuvas e miudinho. “
da campanha publicitária elaborada pela enchentes de S. Paulo – são realmente inusita- Será que os fenômenos descritos pelo
DDB Brasil para a conhecida ONG ambien- dos, jamais vistos e “manifestações climáti- Bem-aventurado José de Anchieta, tão idên-
talista WWF Brasil. cas extremas”, fruto da mudança climática, é ticos às tempestades destes dias, eram fruto
necessário comprovar que eles jamais ocor- das emissões de CO2, do aquecimento glo-
Chuvas e enchentes em S. Paulo reram no passado. Será mesmo assim? bal, do desmatamento, da extinção das espé-
Há dias a cidade de S. Paulo foi acometi- cies, etc., etc.?
Um relato revelador
da por fortes chuvas, ventos e trovoadas, Como dá facilmente para perceber, as
que causaram grandes enchentes e estragos, É precisamente sobre este último ponto chuvas e enchentes destes dias nada têm
além de dolorosas perdas de vidas. que me quero debruçar aqui, trazendo-lhes de inusitado, nem muito menos de “pro-
Imediatamente o noticiário trouxe à um curioso e revelador relato de um pas- va” das tão anunciadas catástrofes ambi-
baila as chamadas “mudanças climáti- sado bem remoto. entais. Devemos prestar muita atenção nas
cas”, o “aquecimento global” e a ocor- Tal relato foi reproduzido, em 19 de se- “evidências” e “conclusões” que nos são
rência de fenômenos climáticos extremos, tembro de 2009, pela jornalista Sonia Racy, oferecidas (ou, melhor, impingidas) como
fruto da atividade humana. O ocorrido na em sua página “Direto da Fonte”, no jornal incontestáveis.
capital paulista seria comprovadamente um O Estado de S. Paulo, em um box intitulado
desses fenômenos! Direto de 1560, que dá o título ao meu post. Perigos dos mecanismos da propaganda
Dando mais um passo nessa “lógica” pe- Convido-os a ler: Continuo a achar que o perigo maior não
culiar, o noticiário insistia na necessidade de “Que sirva de consolo aos paulistanos: o são os fenômenos climáticos, mas a manipu-
mudanças drásticas nas atividades das socie- estrago das chuvas, as casas destelhadas lação que em cima dos mesmos fazem certas
dades modernas, com o fito de se resguarda- e inundações já atrapalhavam a vida no correntes, com fins bem pouco claros.
rem e conter os mencionados fenômenos planalto de Piratininga há quatro séculos e Vivemos na era da propaganda! E foi
climáticos extremos, acenando, por fim, para meio, quando mal nascia a vila de São Paulo. com base nela e nas mentiras elaboradas
a importância do encontro das Nações Uni-
Sabem quem o diz? A mais ilustre figura com seus possantes mecanismos que se
das sobre o clima, a realizar-se, em dezem-
do lugar naqueles tempos, o padre José de sustentaram e sustentam regimes políticos
bro, em Copenhague.
Anchieta. Numa carta de 1560 ao geral dos despóticos e assassinos.
jesuítas em Roma, Diogo Laínes, ele descreve Por isso acho que devemos tomar cui-
Transformação de fatos em “provas” um desses dias em que “com os trovões dado para não repetir insensatamente e sem
As chuvas e enchentes foram trans- tremem as casas, caem as árvores e tudo se conhecimento de causa falsidades com foros
formadas, de modo sutil, em “prova” in- conturba”. de “evidência”, tornando-nos assim “ino-
contestável das teses ambientalistas e da ne-
Não havia 4 milhões de carros, nem centes úteis” a serviço de interesses escusos
cessidade de aceitar a agenda desses grupos.
semáforos apagados, nem lixo entupindo dos que utilizam a fraude como método.
Tudo com uma pátina “científica”.
as galerias. Mas as manchetes, se houvesse, Que nos valha esta advertência vinda
Diante do impacto das imagens e do seriam as mesmas de hoje. desse longínquo ano de 1560!

8 Herdeiros do Porvir
0
NN0 21
23--Janeiro
setembro - outubro
- Fevereiro / 2009
/ 2009
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Distribuição gratuíta

Pronunciamento do Chefe
da Casa Imperial do Brasil
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Ordem do Mérito Centenário de Direto
Judiciario Militar D. Pedro Henrique de 1560...
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Rio de Janeiro e cercanias, mas tam- o de D. Pedro Luiz. A notícia produziu do Rio de Janeiro, acolitado pelos
bém, numerosos, de outras cidades. À em seus pais e irmãos funda emoção, Revmos. Pe. Alessandro de Bourbón,
homilia falaram os três Bispos resi- dispondo D. Antônio não dar publici- primo de D. Pedro Luiz, e Pe. Jorge
denciais, e, em momento apropriado, dade ao funeral, para resguardar assim Luiz das Neves Pereira, dedicado
irmãos, tios e primos de D. Pedro Luiz o caráter familiar da cerimônia. amigo da Família Imperial, fazendo
o recordaram com grande emoção e os três uso da palavra à homilia para
O translado dos restos mortais de D.
carinho. Depois, na ampla sacristia, a enaltecer a figura do desaparecido
Pedro Luiz do Recife para o Rio de Ja-
fila para os pêsames durou uma hora, Príncipe e buscar, nos tesouros da Fé,
neiro ocorreu na manhã do dia 6 de ju-
e na calçada ao lado os que saíam se as razões de perda tão sentida.
lho, segunda-feira, seguindo o caixão de
demoravam ainda em cumprimentos Após a encomendação seguiu o
imediato do Aeroporto do Galeão para
e conversas, como que a querer pro- caixão - sempre coberto com a ban-
a cidade fluminense de Vassouras, com
longar sua participação em momento
cujo nome o Ramo Dinástico brasileiro deira do Império - em cortejo a pé de
tão especial da Família Imperial. Era todos os presentes para o Cemitério da
é comumente designado.
a cidade do Rio de Janeiro, a antiga Irmandade de Nossa Senhora da Con-
corte que, tendo dado à Monarquia Na Matriz de Nossa Senhora da ceição, sendo ali inumado no jazigo da
no Plebiscito de 1993 a maior vota- Conceição - belo templo do período Família, ao lado de seu Avô o Príncipe
ção dentre as capitais brasileiras, imperial - era o corpo de D. Pedro Luiz D. Pedro Henrique de Orleans e Bra-
renovava nessa pungente ocasião seu aguardado por seus pais D. Antônio e gança.
particular vínculo com a Dinastia. D. Christine, seus irmãos D. Amélia, D.
Os pais e irmãos de D. Pedro Luiz
Rafael, D. Maria Gabriela; além de seu
e demais membros da Família Impe-
* * * tio o Príncipe D. Luiz, Chefe da Casa
rial tiveram assim o consolo de poder
Imperial do Brasil, seus tios D. Pedro,
Em um dia do início de julho um acompanhar à última morada o ente
D. Fernando, D. Francisco e respectivas
oficial da Polícia Militar do Estado do querido que Deus teve a bem chamar
esposas, D. Alberto, D. Maria Gabriela,
Rio apresentou-se ao Príncipe D. Anto- a Si. Bela despedida, marcada pela
e muitos primos.
nio, em uniforme de gala, para comu- unção, pela cristã conformidade e pela
nicar da parte de seus superiores que, Celebrou a Missa de corpo presente serena certeza da benignidade dos de-
dentre os corpos resgatados do trágico Sua Paternidade Dom José Palmeiro sígnios da Divina Providência para
acidente aéreo, havia sido identificado Mendes, Abade Emérito de São Bento com o Brasil.

Continuidade x Renovação. Renovação?


Gustavo Cintra do Prado
O Referendo realizado na Venezuela, rivistas ou revolucionários. A contradição com disposição para mais...
com aprovação da reeleição ilimitada do resultante dessa perpetuação ilegítima no
Quão mais razoável e mais conforme
Chefe de Governo enseja uma reflexão poder, estranhamente não provoca o menor
à boa ordem a sucessão de pai para filho
sobre a velha questão da rotatividade no problema de consciência para aqueles que
dentro de uma dinastia conhecida e amada
poder. invocam o princípio da renovação.
pelo povo. Vale recordar aqui o ensina-
Um dos argumentos mais usados pe- Nos últimos 50 anos são inúmeros os mento do Papa São Pio X: “os verdadeiros
los republicanos é o de que no regime exemplos disso, em variadas versões: “de amigos do povo são os tradicionalistas,
monárquico ocorre a perpetuidade do pai para filho” (Kim Jong-Il que sucedeu não os inovadores”.
mando, na pessoa do Soberano e na di- a Kim Il-Sung na Coréia do Norte, Bashar A possível perpetuidade do histrião
nastia, enquanto que na república, por via Al-Assad que sucedeu a Afez Al-Assad na Chávez (possível, dizemos, mas não cer-
da escolha periódica, há uma saudável re- Síria, Baby-Doc que sucedeu a Papa-Doc ta, pois dados indicam que, não obstante
novação, permitindo a condução dos me- no Haiti); “de marido para mulher” (Perón a vitória eleitoral conseguida à custa do
lhores à chefia do Estado. para Isabellita e Kirchner para Cristina na erário público, se avoluma o desconten-
Tal a teoria. A prática tem sido Argentina); “de irmão para irmão” (Fidel tamento contra ele na Venezuela) nada
freqüentemente diversa, deixando exposta para Raúl Castro em Cuba); ou simples- tem de novo, a não ser o caráter radical da
a inconsistência dessa doutrina cerebrina. mente de cúmplice para cúmplice, quando transformação por ele pretendida: “Esta-
integrantes de grupos, ou de seitas ideológi- mos em um processo revolucionário, cri-
Na América do Norte e Europa – por cas, organizam a respectiva sucessão, do ando uma nova doutrina constitucional,
razões históricas e sociológicas que muito que é exemplo mais frisante Putin, na Rús- esse caminho se chama socialismo”.
tem que ver com o passado monárquico sia.
desses países – as noções de estabilidade Afinados com Chávez, Correa no
e continuidade estão muito arraigadas e No capítulo africano do tema mencione- Equador e Morales na Bolívia quererão
levam, portanto, à observância da regra mos apenas que o Presidente Lula, em uma por certo pegar carona no novo modelo,
eleitoral. No entanto, o que vemos um de suas primeiras visitas ao Continente, tão explícito. E no Brasil, haverá ouvidos
pouco por toda parte é a perpetuação no ficou encantado ao saber que um seu colega receptivos a essa pregação? Estejamos
poder de indivíduos ou de “dinastias”, ar- local acumulava já 27 anos no poder - e atentos...
Herdeiros do Porvir 7
Brasil, 2009: para onde vamos?
Pronunciamento do Chefe da Casa Imperial do Brasil
Em um ambiente de aparente


normalidade, sem que o Bra-
sil seja alvo de uma agressão
militar externa, múltiplos fa-
tores vão contribuindo para corroer no
seu âmago a continuidade histórica tão
intrínseca a nossa vida como Nação in-
dependente”, afirmou no Rio de Janeiro
o Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bra-
gança, no encerramento do XX Encontro
Monárquico.
Depois de evocar, ainda no clima da
Semana da Pátria, o processo históri-
co providencial que conduziu à nossa
soberania, e de render homenagem à
memória de seu pai e antecessor na Che-
fia da Casa Imperial o Príncipe Dom
Pedro Henrique de Orleans e Bragança,
cujo Centenário de nascimento no dia 13
de setembro se comemorava, Dom Luiz
assinalou que “vozes políticas apelam
a uma refundação do País, prometendo
fazer aos brasileiros – sobretudo aos me-
nos favorecidos – uma justiça que lhes
teria sido sistematicamente negada. Para
tal fim, jogam na vala comum da História
todo o nosso passado, considerado, numa
distorção falaciosa, fonte de todos os
males que o País atravessa.
“Invocando estranhas doutrinas so-
ciológicas, antropológicas, ambienta- qual comunidades ou indivíduos que se o que lhe tem valido severas críticas,
listas e até religiosas, paladinos de ideo- auto-intitulam remanescentes de quilom- provenientes dos mais variados qua-
logias merecidamente sepultadas pela bos, habilmente manipulados por agita- drantes. No âmbito da América Latina,
história recente maquiam-nas com novos dores, reivindicam para si largas áreas é cada vez mais aberta e reconhecida a
contornos revolucionários e tentam intro- do território nacional, em inteiro desres- subserviência de nossa política externa
duzir na vida do País fatores próprios a peito ao legítimo e estabelecido direito a um projeto ideológico do chamado
desagregar nossa organização político- de propriedade. eixo bolivariano, em nome do qual o
social. governo tem abdicado de direitos e
“Vai igualmente sendo introduzida no
aceitado duríssimos golpes aos inte-
“Partidários de um verdadeiro e ex- Brasil uma política de classificação de
resses nacionais”.
tremado apartheid cultural, desejam raças, que tenta negar e subverter a iden-
confinar nossos irmãos indígenas a uma tidade nacional, claramente construída E concluiu o Chefe da Casa Impe-
estagnação deteriorante, negando-lhes sobre a miscigenação, com todos os seus rial, invocando a proteção de Nossa Se-
as vantagens de um sadio progresso e, corolários psico-sociais de harmonia e nhora da Conceição Aparecida, a quem
sobretudo, os benefícios indizíveis da bom entendimento. em 1822 D. Pedro I consagrara a nova
Verdade revelada, e reclamam para eles Nação: “Creio ser dever de todos os
“Nossa diplomacia, famosa por seus
imensas extensões de terras, que, a mé- brasileiros ter noção clara de tais amea-
grandes vultos, pela excelência e dis-
dio ou longo prazo, se tornarão enclaves ças, estimular ativamente o debate a res-
crição de sua atuação, percorre hoje,
independentes, de onde, desde já, brasi- peito das mesmas, evitando assim uma
lamentavelmente, descaminhos peri-
leiros são violenta e arbitrariamente ex- apatia ou um comodismo que poderiam
gosos, tão avessos a nossa índole como
pulsos, como se deu recentemente em ser fatais, e trabalhar ativamente, sem-
nação independente. Em sua política ex-
Roraima e se anuncia para breve em pre dentro dos limites da legalidade,
terior o governo brasileiro tem multipli-
Mato Grosso do Sul. para evitar ao Brasil tais descaminhos”.
cado suas alianças e seu apoio a regimes
“Processo idêntico se dá com a ditatoriais, e utilizado fóruns internacio- Íntegra do documento em
chamada revolução quilombola, pela nais para acobertar práticas tirânicas, www.monarquia.org.br

Herdeiros do Porvir 3
Ordem do Mérito Judiciário
100 Anos de Nascimento de
Militar - STM
Dom Pedro Henrique de Orleans e
Bragança e o Pronunciamento do
Chefe da Casa Imperial do Brasil
Ainda no clima de Semana da Pátria, transcorreram
com brilho as comemorações realizadas no Rio de Janei-
ro para assinalar o Centenário de nascimento do Príncipe
D. Pedro Henrique de Orleans e Bragança, Chefe da Casa
Imperial do Brasil de 1922 a 1981, neto da Princesa Isa-
bel e pai do atual Chefe da Casa, o Príncipe D. Luiz.
Durante o XX Encontro Monárquico no Rio de Ja-
neiro, ocorrido em setembro, D. Luiz historiou, na aber-
tura do evento, a figura de seu antepassado o Condestável
Nuno Álvares Pereira, fundador da Casa de Bragança, a
propósito de sua elevação à glória dos altares neste ano
por S.S. Bento XVI, relatando suas virtudes e feitos, bem
como o papel providencial que teve na consolidação da
nacionalidade portuguesa.
Coube ao veterano e ilustre monarquista, Professor
Rogério Tjäder, falar sobre o Príncipe D. Pedro Hen-
rique, ocasião em que esboçou a figura do homenageado, O Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança
sua trajetória desde o nascimento e formação no exílio recebeu o grau de Alta Distinção da Ordem do Méri-
até a vinda para o Brasil, bem como as atividades aqui to Judiciário Militar, em sessão solene no dia 1º de
desenvolvidas, recordando com emoção ter estado pre- abril de 2009, no Edifício-Sede do STM.
sente em 1945 a sua chegada com a Família ao Rio de A Ordem do Mérito Judiciário Militar (OMJM)
Janeiro, quando iniciou pessoal relação de devotamento foi instituída pelo Superior Tribunal Militar, na Ses-
levada até os últimos dias do saudoso Príncipe.
são de 12 de junho de 1957, em comemoração ao
Ao encerramento do Encontro, depois de evocar o sesquicentenário da criação do Tribunal, ocorrido na
processo histórico providencial que conduziu à nossa so- data de 1º de abril de 1858.
berania, e de render homenagem à memória de seu pai e
Destina-se a agraciar integrantes da Justiça Mili-
antecessor na Chefia da Casa Imperial, o Príncipe Dom
Luiz dirigiu aos monarquistas e a todos os brasileiros, tar da União - JMU, instituições e personalidades
pronunciamento sob o título “Brasil, 2009: para onde civis e militares, brasileiras e estrangeiras, que,
vamos?”, cuja súmula se encontra na página ao lado, e por terem prestado bons serviços ou demonstrado
que também pode ser encontrado na íntegra no site www. excepcional apreço à JMU, tornaram-se credoras
monarquia.org.br. desta homenagem. A Ordem consta dos seguintes
Convidamos a todos os leitores a realizar, entre seus graus: Grã-Cruz, Alta Distinção, Distinção e Bons
parentes e amigos, bem como em seu ambiente profis- Serviços.
sional, ampla difusão desse importante pronunciamento O anverso das insígnias da OMJM contém a
do Chefe da Casa Imperial do Brasil. representação da Corte da Justiça Militar da União,
contornada por um círculo, assim descrita: ao cen-
tro, uma espada com a ponta para cima, sobre a qual
Expediente Herdeiros do Porvir passam os braços de uma balança com correntes trí-
plices sustentando as suas conchas ou pratos, domi-
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Diretor Responsável: Gustavo Cintra do Prado O reverso apresenta as inscrições - SUPERIOR
Jornalista Responsável: Yone P. Caldeira (MTB 17.354) TRIBUNAL MILITAR e ORDEM DO MÉRITO
Redator Chefe: Geraldo Hélson Winter JUDICIÁRIO MILITAR, circundadas por ramos de
Diagramação: Winter Design
carvalho perpassados por fita, contendo as datas de
Impressão: Grafilar - Gráfica e Editora do Lar Anália Franco
1808, à direita, e 1958, à esquerda.
2 Herdeiros do Porvir
Dom Pedro Luiz
In memorian
a informática se fez eco do acontecido, Porto, cidades nas quais o desapare-
ressaltando no noticiário da catástrofe a cido Príncipe estivera diversas vezes;
figura do jovem Príncipe, desaparecido e em Roma e Milão, na Itália.
aos 26 anos quando, já formado e gra-
No Brasil, duas foram as Missas
duado no Brasil, iniciava brilhantemente
por D. Pedro Luiz encomendadas pela
em Banco do Luxemburgo sua carreira
Família. Em São Paulo o Príncipe D.
profissional, que justamente o trouxera
Luiz, Chefe da Casa Imperial, a fez
ao Rio nessa viagem. De modo especial
celebrar no dia 8 de junho, segunda-
os meios da França e Portugal deram
feira, na tradicional igreja de Nossa
destaque ao fato, tendo a conhecida re-
Senhora do Brasil, nos Jardins, tendo
vista Point de Vue feito dele sua matéria
a ela comparecido os pais D. Antonio
de capa, nela estampando recente foto
e D. Christine, o irmão D. Rafael, o
de D. Pedro Luiz e de sua prima D. A-
Príncipe Imperial D. Bertrand, pri-
lice de Ligne, que embarcara em outro
mos do falecido residentes na capital
avião para o mesmo percurso.
paulista, os Príncipes D. Isabella de
A tragédia que atingira dezenas de Savoia-Gênova e Pe. Alessandro de
lares brasileiros encontrava um como Bourbón, nobres, pessoas da socie-
Correu célere na manhã do dia 1º de
que ponto alto e resumitivo na perda dade paulistana, monarquistas e ami-
junho, uma segunda-feira, o alarme: não
desse Príncipe, sentida como própria gos da Família Imperial, em grande
havia chegado a destino o Airbus A330
por todos aqueles que têm afinidade número. Foi celebrante, na riqueza do
da Air France que cumpria o vôo 447,
com o tema Monarquia. Mas também Rito Tridentino, o Revmo. Pe. Fabiano
Rio de Janeiro -Paris... Na aeronave,
por muitos outros, ao darem-se conta de Micali, A mídia impressa, televisiva e
entre outros brasileiros de consideração,
que o Brasil tem Príncipes, discernindo informática noticiou amplamente esse
embarcara o jovem Príncipe D. Pedro
assim uma para eles inédita e mais to- ato religioso.
Luiz de Orleans e Bragança...
cante representação daquilo que a Na- No mesmo dia foi divulgada no
Seria verdade? A inquietante notícia ção tem de melhor. Brasil e no Exterior a bela Nota (repro-
determinou uma avalanche de chamadas Nesse ambiente transcorreram os duzida no nº 22 do Herdeiros do Por-
aos telefones do Príncipe D. Antonio, dias que se seguiram, marcados pela vir) na qual, com solenidade e afeto,
pai de D. Pedro Luiz, em Petrópolis, de grande dignidade e pelo espírito sobre- S.A.I.R. D. Luiz dava a conhecer o
seus irmãos no Rio de Janeiro, da Casa natural dos pais e irmãos de D. Pedro desaparecimento do sobrinho e 3º su-
Imperial em São Paulo, em busca do Luiz, os quais compareceram a diver- cessor dinástico, traçando seu perfil de
ansiado desmentido ou de alguma novi- sos atos de piedade e solidariedade Príncipe que despontava em sua gera-
dade que trouxesse embutida uma espe- relativos às vítimas do acidente da Air ção como uma promessa para o Brasil
rança. E quando, ao escoar do tempo, o France. Particularmente edificantes
esgotamento das hipóteses de salvação No Rio de Janeiro, encomendada
foram as declarações de D. Antônio à pelos pais e irmãos, pela avó D. Maria
patenteou a consumação da tragédia, a revista Época, quando afirmou que “so- Elizabeth e pelos tios, a Missa foi ce-
ansiedade se verteu em sentida partici- mos católicos de muita fé e respeitamos lebrada na quarta-feira dia 10 de junho
pação na grande dor que assim se abatia a vontade de Deus. Estamos rezando na igreja Nossa Senhora do Carmo da
sobre os pais e irmãos de D. Pedro Luiz, muito e isso tem nos ajudado muitís- Antiga Sé, histórico templo do Centro
seu tio D. Luiz, Chefe da Casa Imperial simo. Muitas pessoas, em horas de so- do Rio ligado estreitamente à Famí-
e toda a Família. frimento como esta, questionam erra- lia Imperial. Assistida por S.A.I.R. D.
Em comovente sucessão, de origens damente a bondade de Deus. Penso que Luiz, pelos pais e irmãos de D. Pedro
tão díspares como o Canadá, a Aus- meu filho era bom demais, e talvez por Luiz, pela totalidade de seus tios e
trália, Porto Rico, Casas Reais reinantes isso Deus tenha o chamado para perto primos, quer os residentes no Brasil,
e não reinantes, a Câmara Municipal de mais cedo. O problema é a saudade, que quer os residentes na Europa, teve
São Paulo e outras de lugares recônditos é muita”. como celebrantes o Arcebispo do Rio
do Brasil, fiéis amigos da Família Im- Em consonância com tais disposições de Janeiro, o Arcebispo de Niterói, o
perial e desconhecidos, personalidadesde sua Família, numerosas foram as Bispo de Petrópolis, um Bispo-Auxi-
e simples particulares, chegavam mani-Missas (registramos meia centena) en- liar do Rio de Janeiro, o Abade e o
festações de pesar, de solidariedade, de
comendadas em sufrágio da alma de D. Abade emérito do Mosteiro de São
piedade, de conforto, de carinho, pelaPedro Luiz, no Brasil e no Exterior, por Bento. 600 assistentes lotaram o tem-
perda do filho mais velho de D. Antonio
entidades e grupos ou por particulares. plo, a ponto de terem desistido de en-
e D. Christine o 4º na linha da sucessão
Destacamos as celebradas em Lisboa, trar pessoas que não puderam chegar
ao Trono brasileiro. com a presença do Duque de Bragança, a tempo. Eram personalidades, amigos
A mídia, tanto a convencional como Chefe da Casa Real portuguesa, e no da Família Imperial e monarquistas, do
6 Herdeiros do Porvir
XX Encontro Monárquico no Rio de Janeiro
e Centenário de Dom Pedro Henrique de
Orleans e Bragança
Transcorreram com brilho as comemo- Destacada foi a intervenção, na aber-
rações realizadas no Rio de Janeiro, nos tura dos trabalhos na parte da tarde, do
dias 12 e 13 de setembro, para assinalar o jovem Príncipe D. Rafael, conclamando
Centenário do nascimento daquele que foi a juventude brasileira a mobilizar-se em
Chefe da Casa Imperial do Brasil de 1922 defesa da vida inocente e indefesa, face às
a 1981, S.A.I.R. o Príncipe D. Pedro Hen- inúmeras iniciativas para a liberalização
rique de Orleans e Bragança, neto da Prin- do aborto no País.
cesa Isabel e pai do atual Chefe da Casa, o
Príncipe D. Luiz. No dia 13, domingo, a Missa in memo-
riam pelos cem anos de nascimento de D.
No dia 12, sábado, realizou-se no Hotel Pedro Henrique, que transcorriam precisa-
Novo Mundo, no Flamengo, o XX Encon- mente naquele dia, bem como de ação de
tro Monárquico, seguindo o programa pre- graças pelo 95º aniversário de sua augus-
viamente conhecido. Os 120 participantes ta esposa a Princesa D. Maria, ocorrido
elogiaram a qualidade das exposições e o quatro dias antes, foi celebrada na igreja
alcance do temas tratados. de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, em 2008 dos 200 anos da transladação da
Duas evocações marcaram o dia. histórico templo do centro do Rio no qual Família Real.
O numeroso e qualificado público que
lotava a igreja viu a Família Imperial en-
trar em cortejo, precedendo o celebrante e
acólitos ao som de Fanfarra Real para Ór-
gão e Trompetes composta especialmente
para a ocasião pelo maestro Handel Ce-
cílio, e retirar-se também em cortejo na
cadência da Suíte para Trompete e Órgão
de Henry Purcell.
Celebrada na riqueza do rito tridenti-
no, a Missa foi acompanhada pelo Coral
Opus, sob a regência do maestro Leonar-
do Correia. Após, na grande sacristia, o
público assistente fez demorada fila para
cumprimentar o Príncipe D. Luiz, seus ir-
mãos e sobrinhos, recebendo como lem-
brança da cerimônia bela foto de Dom
Pedro Henrique.
Príncipe D. Rafael profere breve palestra, ao lado de sua família e do professor Rogério Tjäder, que minis- Datado desse dia 13, sob o título “Bra-
trou, por sua vez, paletra brilhante sobre a vida de D. Pedro Henrique de Orleans e Bragança. sil, 2009: para onde vamos?”, o Chefe da
S.A.I.R. D. Luiz historiou a figura de seu se deram as coroações dos Imperadores Casa Imperial dirigiu aos monarquistas e
antepassado o Condestável Nuno Álvares D. Pedro I e D. Pedro II e o casamento da a todos os brasileiros, o pronunciamento
Pereira, fundador da Casa de Bragança, a Princesa D. Isabel, e que fora primorosa- já difundido e que pode ser encontrado na
propósito de sua elevação à glória dos alta- mente restaurado para as comemorações íntegra no site www.monarquia.org.br.
res neste ano por S.S. Bento XVI, relatan-
do suas virtudes e feitos, bem como o papel
providencial que teve na consolidação da
nacionalidade portuguesa.
Coube ao veterano monarquista Prof.
Rogério Tjäder falar sobre o Príncipe D.
Pedro Henrique. Em erudita dissertação
esboçou ele a figura do homenageado, sua
trajetória desde o nascimento e formação
no exílio até a vinda para o Brasil e as
atividades aqui desenvolvidas. Recordou
com emoção ter estado presente em 1945,
então com 14 anos, à chegada de D. Pedro
Família Imperial, ao lado do reitor do seminário arquidiocesano
Henrique e Família ao Rio de Janeiro no
de Niterói, Pe. Anderson Batista e seus seminaristas, na Sacristia
navio Serpa Pinto, e a pessoal relação de da Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, após a Missa
devotamento então iniciada e levada até os in memorian pelos cem anos de nascimento de D. Pedro Henrique,
últimos dias do saudoso Príncipe. Chefe da Casa Imperial do Brasil no período de 1822 a 1981.
4 Herdeiros do Porvir
Atividades do Príncipe Imperial do Brasil
Em Sabará (MG), no dia 23 de agosto, em Curitiba, concedeu entrevista na Rá- (SP), participou do lançamento do livro
realizou-se Encontro Monárquico organi- dio Educativa sobre a Semana da Pátria. “Agropecuária, Atividade de Alto Risco”.
zado pelo Prof. Mário Guerra, com a pre- Nos dias 3 e 4, nas cidades de Cascavel, No dia 23, em Sertãozinho (SP) o Prín-
sença de Dom Bertrand de Orleans e Bra- Palotina e Toledo, realizou encontros com cipe concedeu entrevista no “Canal do
gança e 70 monarquistas de Belo Horizon- estudantes e lideranças monárquicas, pro- Boi”.
te e entorno. No dia 25, em Brasília, Dom ferindo palestra na Faculdade Sul Brasil e
Bertrand recebeu condecoração no Dia no Sindicato Rural. No dia 7, em Maringá, Em outubro, D. Bertrand, depois de
de Caxias com a Medalha do Pacificador, D. Bertrand proferiu palestra para lideran- ter visitado a cidade de Itu em março des-
mais alta comenda do Exército Brasileiro. ças católicas. No dia 8 proferiu palestra em te ano, retornou à cidade no dia 20 de ou-
No dia 26 D. Bertrand proferiu palestra na Londrina e participou de reunião com lide- tubro para proferir palestra na Solenidade
Universidade de Vila Velha (ES) intitula- ranças da região. de Abertura da Semana de Estudos do
da “Brasil, país predestinado a um futuro CEUNSP - Centro Universitário Nossa
glorioso”. Em São Paulo, no dia 16, D. Bertrand Senhora do Patrocínio, abordando o pas-
proferiu palestra na ADESG (Associa- sado do Brasil bem como sua potenciali-
Em setembro, D. Bertrand realizou ção dos Diplomados da Escola Superior dade para o futuro, apresentando panora-
tournée pelo Estado do Paraná. No dia 2, de Guerra). No dia 22, em Ribeirão Preto ma histórico e político-social brasileiro.

200 anos da fundação da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro


qual chegou num carro oficial da Políciauniforme de gala e presente o Secretá-
Militar, que juntamente com dois carros rio de Segurança Pública José Mariano
blindados do BOPE e oito motociclistas, Beltrame, S.A.I.R. Dom Bertrand pas-
formaram o cortejo. Seguiu-se a outor- sou juntamente com o Comandante-
ga do título de IMPERIAL à PMERJ e Geral revista à Guarda de Honra, ao
a entrega ao seu Comandante-Geral Cel. som do Hino da Independência, diri-
Gilson Pitta Lopes da Medalha Come- gindo-se todos depois ao Salão Nobre,
morativa Bicentenário da PMERJ. onde ocorreram os atos referidos, com
Dom Bertrand assinou a outorga do o descerramento das placas alusivas e
título de Imperial ao Supremo Coman- troca de saudações.
do do Batalhão no Rio de Janeiro, com a No dia 13, na Academia de Polícia
mesma Pena de Ouro com que a Princesa Militar Dom João VI, o Príncipe Dom
No dia 13 de maio, data comemorati- Isabel assinou a Lei Áurea em 1888. No Bertrand participou da cerimônia de en-
va dos 200 anos da fundação da Polícia Salão Nobre havia um quadro retratando trega de espadins a 78 novos cadetes da
Militar do Estado do Rio de Janeiro, e o Príncipe Dom João assinando a Funda- PM, ocasião na qual Sua Alteza – em
atendendo a pedido que lhe foi feito na ção da Guarda Real. As duas cenas eram representação do Chefe da Casa Impe-
Condição de Chefe da Casa Imperial do muito parecidas, tendo 200 anos se pas- rial do Brasil – o Governador Sérgio
Brasil, o Príncipe D. Luiz de Orleans e sado entre uma e outra. Cabral e outras autoridades presentes
Bragança outorgou àquela beneméri- Recebido no Pátio do QG ao toque receberam a mencionada Medalha Co-
ta corporação, criada em 1809 por seu de trompetes, com toda a oficialidade em memorativa Bicentenário da PMERJ.
penta-avô Dom João VI, o título de Im- Príncipe D. Bertrand assinou a outorga do título de Imperial ao Supremo Comando do Batalhão
perial. no Rio de Janeiro, com a mesma Pena de Ouro com que a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea em 1888.

Representando seu augusto irmão, o


Príncipe Imperial Dom Bertrand compa-
receu no Rio de Janeiro às solenidades
comemorativas da efeméride, iniciadas
dia 12 de maio no Quartel General, ao

Herdeiros do Porvir 5

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