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Universidade do Sul de Santa Catarina Equacoes Diferenciais Disciplina na modalidade a distancia 2° edicdo revista e atualizada Palhoca UnisulVirtual 2010 réditos ‘nisl -Unvesiace eu de Santa Catarina ‘UnialVirtual- cago Superior Distancia Campus Unisuieual Capaciagio lssesoriaze ec dos geile Docente Under eras naa le Cefero Pahoa 5-01-00 Fone (1227200 «30-071 raul nsrimnlguscalie Sewell Reiter Unisut Ais Vice Rete Seo ee hee de Cabinet da Reitoria Wilandisine Pré-Reitar Readémico aiid Pré-Retar de dministracio Fendi deco Campus Sal Cte MienePchceindrn sn Compas Norte Ce Hae Mie een avira Cee Viney (ima Aun: ede Equipe UnisulVirtuat Geréncia hadémica incline SGerénca ministrative Fer ln Li ier are Faber Mac te teen aoe alterna ‘estan desi Paquin ‘Extensao “ Govencia Servo de tanga Intepalsodcadénico ‘ume Mare’ ees ‘alaganstituconal (i Faks deinencrt Fail Bore Bngle Siblictes Saya Amul ati oad) Wir Feren orisha Soa ein iin Sime Pero daSeaBignerat Goaranacae dos Cursos ‘dina Ee dei Sg aha eka oes sean ibe fou PuRaug Phe [ema Sha omen aria Fant ChateCecnee| lea ening ued Bi ler Fein Langer bid Fai Ce ararPirtadegn dakar Henk Jaret El Feline eee Henande Nears deer orn de U Jace Fer [ta Leom Cte Maes laa Gukermed cide ae ioBahe Lene Maric eglitaCics arndstnaa Foe Masnde Fins Marit) ‘afc Fibs Verfagse Hest lacemollrcsin eb Henri tte ee fo acoshecinerte de Gree ane mage Vande ‘esenbo Educacional Carin Healer Sa ing Foard} Design natal ew ds Enda lan Fees Flandre [fs Leeon De Hes leans et ac lneinteria Uwe Henie Miri Mardi Led aroloMende deSes Masala Ee Masta arta dt id Crs Mas a ina ShoraSane dane Acesdade em end Manel ‘Natiacieda Apert agen Mircalechfansdon| otatschs Seeman FruncideDiban Mia ‘abies Aa otans Eee ie Fond Sore San MaarCrath Design Visual Teo Palle Teck (Gerard ‘inners oS NecSadrataret WexDerorsta fore tyne Pain Tingle! 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Equagies diferenciais. Nunes, Karla Leonora Dahse. Il Rocha, Leandra, Titulo, Ficha catalagrifcaelaborad pel Biblioteca iver triad Ural Sumario Apresentagao. Polavras da professora.. Planode estudio UNIDADE 1 G que é uma Equacdo Diferencial?... UNIDADE 2 Equacdes Homogéneas e Equacdes Exatas. UNIDADE 3. Equacbes Diferenciais Linearas de Primaira Grdem 2B UNIDADE 4 TiposEspec UNIDADE 5 Equacoes Lineares de Ordem n. UNIDADE 6 Nogies Finais no Estudo das Equacies Diferenciais .....171 Para concluiro estudo... Sobre.a professors contaudista Referéncias ... Respostas e comentarios das atividades de autoavallacaa.... 201 Apresentacao Este livro didatico corresponde & disciplina: Equagées Diferenciais (O material foi elaborado visando propiciar uma aprendizagem auténoma e aborda contetidos especialmente selecionados relacionados a sua area de formacio. Ao adotar uma linguagem didatica e dialogica, objetivamos facilitar seu estudo a distancia, proporcionando condigSes favoraveis as mmiltiplas interagdes e a. um aprendizado contextualizado ¢ eficaz Lembre-se de que sua caminhada nesta disciplina sera acompanhada e monitorada constantemente pelo Sistema Tutorial da Unisul Virtual, por isso a “distancia” fica caracteri- zada somente na modalidade de ensino que vocé optou para sua formacio, pois na relacao de aprendizagem, tanto professores como instituig&o estarao sempre conectados com vacé. Entio, sempre que sentir necessidade entre em contato. Vooé tem a disposicao diversas ferramentas e canais de acesso, tais como: telefone, e-mail e o Espaco UnisulVirtual de Aprendizagem, que ¢ o canal mais recomendado, pois tudo o que for enviado e recebido fica registrado para seu maior controle e comodidade. Nossa equipe técnica e pedagégica tera o maior prazer em lhe atender, pois sua aprendizagem € 0 nosso principal objetivo. Bom estudo e sucesso! Equipe UnisulVirtual Palavras da professora Prezado(a) Akuno(a), Seja bem-vindo & disciplina Equacées Diferenciais! Estamos chegando ao final do seu curso de matematica, para encerrar a sua formagio no contexto da area de calculos difevenciais e integrais apresentamos esta disciplina. Temos a certeza de que voc? ji domina os métodos e técnicas para lidar com derivadas e com integrals. Dessa forma, agora basta colocar em pratica esses conhecimentos em situagées mais reais. Nip vai ser possivel abranger todo o estudo das equagdes diferenciais, pois este é muito amplo e, também, em algumas vezes, bastante teérico. Vamos apenas discutir 0s métodos algébricos para calcular equagSes diferenciais mais usuais na Fisica, na Engenharia e em outras areas mais especificas como, por exemplo, no contexto ambiental. ‘Vamos usar umia metodologia de estudo que prevé a insergao de problemas variados. Registro, aqui, que vamos ter certa limitacdo, pois os problemas praticos que so modelados com equacées diferenciais, sio problemas que exigem conhecimentos mais amplos ou complexos e que esto além do nosso Curso ou da nossa area de atuagio Como exemplo, as aplicagées no contexto do calculo estrutural na Engenharia Civil, o estudo dos circuitos eletricos na telemAtica ou na Engenharia Elétrica. Portanto, vamos delimitar o nosso estudo considerando, na parte mais prética, apenas as situagdes que estéo ne nosso dominio de conhecimentos. Sempre que possivel, resgataremos os recursos tecnoligicos ¢ histéricos para ampliar nosso olhar no contexto da Educagio Matematica. Vamos iniciar? Seja bem-vindo(a) ae mundo das equagdes diferenciais! Prof, Dra. Diva Marilia Flenuning Plano de estudo O plano de estudo visa a orienté-lo(a} no desenvolvimento da disciplina. Nele, vocé encontrar elementos que escla- recerdo contexto da disciplina e sugeritio formas de organizar o seu tempo de estudos. O proceso de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual Jeva em conta instrumentos que se articulam e se comple- mentam. Assim, a construgao de competéncias se da sobre a articulagio de metodologias € por meio das diversas formas de agéo/mediagao. So elementos desse processo: = olivro didatico; = 0 Espaco UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA); = as atividades de avaliacao (complementares, a distancia e presenciais) Ementa da disciplina EquaySes diferenciais ordinarias de 1*e 2* ordem. Equag6es lineares de ordem n. Nogdes de equagies dife- renciais parciais. Cargahoraria 60 horas — 4 créditos auaiesDiterenciis Objetivo Geral Investigar, observar, analisar ¢ delinear conclusées de problemas praticos e situagSes didaticas que so modeladas por equagées diferenciais. Especificas = Identificar e classificar diferentes tipos de equagdes diferenciais; = Resolver problemas que podem ser modelados por equagSes diferencias de primeira e segunda ordem; = Calcular, analiticamente, solugGes gerais e particulares de equagées lineares de ordem n; = Resolver sistemas de equages lineares; © Identificar e discutir problemas praticos que sio modelados por equacées diferenciais parciais. Contetide programatico/objetivos (Os objetivos de cada unidade definem o conjunto de conhe- ) Vocd consegue perceber a presenca das taxas de variacio? Para organizar as ideias, vamos usar uma representagio semidtica intermediaria no formato de uma tabela. Observe que o formato da representagio é sempre igual, somente vamos anotar os dados relativos a cada situacSo problema apresentada Representayaosemistica intermediaria do Problema P1 ‘Vamos escrever a representacdo semistica intermediaria do problema. Ecea matodologia foiutilizada ne lero Giditico da diseiplina CSleule Te tambemns Steciplina Priticn de Ensino em Matemitica IT Frocurerevicat! _ Unidades Vaskiveis Simbotos Unidas Quantidade de . > alunos infectados * Nimero 150 Quantidade de Y - 7 altmos nio infectados Nemero 998550 Tempo t Dias 0 4 ‘ As perguntas que podem ser feitas para a modelagem do problema sio: © Qual a relacdo entre as variaveis listadas? * Qual a fungi identificével? * Qual a taxa de variacdo presente no contexto do problema? ™ Qual é a relagio que envolve a taxa de variacdo? ou Qual é a equacio diferencial? ite » 20 ‘Universidade Sul de Santa Catarina As respostas dessas questdes nos levam a formulagéo do modelo. Veja: Relagio: Fungio: Taxa de vasiasdo": Equapio diferencia: — ixqu000-x) ‘variaglo do mimero de alunos infectadios no decorrer do tempo. ‘Observe que a taxa de variacio est escrita formalmente enunciado do problema — “a taxa na qual a virose se espallia é proporcional @ quantidade de alunos infectados ¢, também, propor- ional & quantidade de alunos no infectados” Veja que a constante i esta sendo usada para garantir a propor- cionalidade indicada no enunciado. Costumamos dizer que é uma constante de proporcionalidade Representacao semistica intermediaria do Problema P2 ‘Vamos escrever a representagio semiética intermediaria do problema P2, observe que a formatacao da representac3o semiética tem as mesmas caracteristicas sempre, ou seja vamos listar as variaveis, os simbolos, as unidades de medidas, as condigées iniciais e as condigées para a solugéo Ta Fs Unidades Condiges Condes Welocidade 2 mlseg. 0 8 1 ‘Tempo t 33. oS me Fquagies diferencias As perguntas que podem ser feitas para a modelagem do problema sio: ® Qual a funcao identificavel? ™ Qual a taxa de variago presente no contexto do problema? * Qual é a relagdio que envolve a taxa de variagdo? ou ‘Qual é a equagio diferencial? As respostas dessas questées nos levam a formulagio do modelo. Veja: Veja que, neste caso, a equacao diferencial pode ser estabelecida desde que saibamos as leis da fisica que regem esse tipo de movimento. Temos: = F=ma nace = F=-w Da segunda Lei de Newton, temos que: “a aceleragio adguirida por 1m corpo é diretamente proporcional 4 intensidade da resultante das forgas que atiamn sobre o corpo ¢ é inversamente proporcionel a sua massa” Temos, também, da Fisica, que a accleragio é a taxa de variagio da velocidade no decorrer do tempo. ‘Agora que ja discutimos a modelagem de cada um dos problemas ¢ observamos a presenca das equacies diferenciais, vamos avangar um pouco mais, formalizando mais alguns conceitos essenciais para a interpretagio das solugSes. Observe ite ‘Universidade Sul de Santa Catarina Em alguns livros, voc vai encontrar as terminologiae “Primitiea ow. “Integraic da equasie iferencial”. quando se sefere ie solugiex da equacio 2 que, até o presente momento, os problemas P1 ¢ P2 ainda nao foram resolvides. Isto sera feito em momento posterior quando discutirmos os métodos de resolugéo das equagées diferenciais. A resolugio de uma equacSo diferencial é similar a uma, sequacio algdbrica? Para resolver uma equacao diferencial, vamos precisar das ferramentas do calculo diferencial e integral, portanto, é fundamental que vocé tentha o dominio dessa ferramenta ‘Outro ponto a ser discutido sio as diferentes formas que as solugdes das equagies diferenciais se apresentam. Em geral, ‘podemis dizer que ‘Qualquer funcio definida em algum interval dos ) ‘O que é um campo de diregdo de uma equacio 2 =fzy? ‘O campo de diregdes de uma equagio diferencial de 1’ ordem pode ser visualizado pelo desenho de pequenos vetores num conjunto representative de pontos no plano. Esses pequenos vetores so tangentes a curvas da familia de solugées da -equagio diferencial. Nos dias de hoje, temos varios sistemas computacionais que possibilitam, de forma bastante simples, a construgo de um campo de direcéo. Em particular, vamos apresentar exemplos, com. uso do software livre Maxima Fquagies diferencias Exemplos (1) Observe o campo de diregéo do problema de valor inicial, apresentado no exemplo anterior: Resolver: Y =2+2 solver: 4 Sujeito a: y(0)=—4 Observe que, neste caso, ndo necessitamos da sclugdo numérica, pois podemos encontrar a solugdo algebricamente, mas vale a pena visualizar a solugo numérica apresentada do formato grafico, na Figura 12. 7 7 @ 7 Agua 1.4 Campode diego dntingio Hf =202; 0}=— (2) Na Figura 1.3, apresentamos o campo de diregiio da equagao diferencial @ —0,20 de um corpo em queda livre, sendov a velocidade db corpo. Fazendo uma andlise do grafico, vocé pode perceber que as solugies tragadas no campo de diregdes tendem um ntimero proximo de 50. Dessa forma, podemos estimar que a velocidade limite de queda ¢ aproximadamente 50. ite ‘Universidade Sul de Santa Catarina Na Figura 14, temas o problema de valor inicial Resolver: @ 3,8-0,20 Sujeito a: v(0)=49 com a solucdo particular representada por uma reta. Assim, podemios concluir que a velocidade limite é efetivamente igual adg. Campo de degen fag #2 Na secdo seguinte, vocé vai ter a oportunidade de compreender ‘0s mecanismos metodolégicos para resolver uma equagio diferencial de primeira ordem de variaveis separaveis. Secao 3 Equacoes diferenciais de primeira ordem de varidveis separaveis Nesta seco, vamos discutir a resolucdo das equagées dife- renciais de primeira ordem denotadas como de variaveis separaveis. Vamos constatar que em alguns casos as variaveis jaestdo separadas e, neste caso, basta aplicarmos os procedi- Fquagies diferencias mentos de integracdo. Para os casos em que as variaveis esto misturadas, vamos ter a necessidade de aplicar procedimentos algébricos para separar as variaveis Para facilitar a identificagdo desse tipo de equagio, vamos estabelecer um formato inicial de visualizagao Equacao Diferencial de Varlavels Separavels: Uma equacao do tipo M(x,y)dx + N(z;y)dy = 0€ de variaveis separaveis sempre que M(x,y)dx e N(x,y)dy = 0 sfio fungGes. em que as variaveis podem ser separadas. D cms apernnans Ao afirmar que as fungdes Mixy)dt e N(xy)dy =0 siio fungdes em que as variaveis podem ser separadas, estamos dizendo que aps procedimentos algébricos podemos reescrever a equacdo como: gtahd + h(y)dy =0 Neste caso, a solucdo geral da equasio diferencial sera dada por: O terme indexande ae constantes signifies fetoidx =f aqy)dy =C. queestamos wsande 2 propriedace de que uiltiplee de eonztantes 5 irae si cucombinagfes de Observe que C ¢ aconstante arbitréria que esté indexando as SnEt" constantes de integracao. ser trocados por uma tinica constante. Forexempla, podemoe seguem. fazer 2+0,=C. Vamos observar a resolugio das equagdes nos exemplos que nce 1 3 32 ‘Universidade Sul de Santa Catarina Exemplos (1) Resolver a equagio (5 + x)dx - (2 -y)dy= 0. Podemis observar que a equagio ja tem as variaveis separadas, portanto, para resolvé-la basta estabelecer o processo de integracSe. Vamos, neste primeiro exemple, listar efetiva- mente todas as constantes de integracao, mas, nos préximos ‘exemplos, vamos otimizar o tempo ja subentendo a agregacio das constantes. Temas: J@+max-J@-ydy=C,. ‘Veja que a constante C, aqui representa a constante da integracao do zero. Lembre-se que a derivada de uma constante é zero. Fazendo as demais integrais vamos ter: 2 2 (s1++c,}-[2y-¥ +c} c A expresso acima ja é a solugdo da equacdo, mas podemos simplificéla: (ore% ec, }{y-F ec, }=c, 10x +2*+2C, -4y+y?-2C,=2C, +y'+10r-4y=C. ‘Observe, no desenvolvimento anterior que, inicialmente, resolvemos formalmente as integrais. Em seguida, iniciamos a simplificagio, multiplicande toda a expresso por dois. Para finalizar realizamos a simplificagio das constantes usando 2C,-20,+2C,= A expresso x°+ y+ 10x — 4y=C é a solugo geral da equagio dada. Fquagies diferencias Q) Resolver J? Flies EASY ay =0 Neste exemplo, podemos observar que as varidveis no estio separadas, portanto, vamos, inicialmente, separar as variaveis , posteriormente, estabelecer a solucdo. Observe, no desenvol- wimento a seguir, que vamos simplificar os passos relatives as constantes, fazendo 0 entendimento que a constante C ja estara absorvendo as demais constantes. Veja: Vitis? OT ay = 0 avPrldeely? o senaity=0 Observe que para separar as variaveis multiplicamos toda a equagao por x. Seguimos com a aplicago da integracae: [xv +lae+ [(y?-seny yy =0 fe a)xdes [¥- [seny dy =C, A solugio geral jé esta apresentada, mas podemos fazer uma ultima simplificag3o, multiplicando tudo por trés e tocando 3C, por C. Veja a solugao geral simplificada: (f+ 1)*+y + cos y=C. Caso voc# esteja encontrande dificuldades com a B resolugio das integrais, devera buscar revisdes. Para faclitar seus estudos, vocé vai encontrar na midiafeca um anexo com as resolugSes detalhadas. Dessa forma, vocd ‘vai poder sempre identificar notas com a indicacSo da integral que est’ apresentada no anexo digital. Veja assim: Integral 1: [xvi Fide nce 1 3B ‘Universidade Sul de Santa Catarina (3) Encontrar a solugao geral da equagao diferencial y=(xIy-2) ‘Observe que esta equacao esta apresentada de forma diferente dos exemplos (1) e (2), mas podemos reescrevé-a. Veja: a =(x+]y-2) ay=(x* Ny 2dr («+ 1)y-2)dx-ay=0 1 ter nye Ty ay-0 ‘Observe que ao desenvolver algebrismos, vocé pode seguir caminhos diferentes desde que respeite sempre os procedi- mentos operatérios. O caminho que apresentamas nao ¢ tinico. ‘No contexto acima, o caminho seguido foi: = multiplicar por dx; = subtrair toda a equagio por dy para ficar um termo igualado.a zero; * dividir toda a equacio por (y- 2). Agora, podemos resolver, pois as variaveis jé estio separadas. Veja (e+ ner-> Jornar-j,%- —Inly-2C A solucdo geral encontrada é = +x-Inly-21=¢. ‘Observamos que ¢ possivel fazer simplificagdes, mas também podemos optar por deixar nesta forma. Fquagies diferencias (4) Veja a resolugdo que segue e, em especial, preste atencao nas simplificagdes finais, pois elas serdo usadas em métodos posteriores. (y—5yde—2{x+3)dy =0 a _ 2dv 5 xe y-5 ax ay JyeaJy37 BC Inix+3I-2Inly-5l=InC xt+3 in eine xt3 _ (y-5F > x+3=Cly-5. Assim, a solugdo geral é dada por1+3=C(y—5). Usamos as propriedades de logaritmos para simplificar a solugie geral, também usamos in C ao invés de simples- mente C na constante de integracio. (8) Resolver o problema de valor inicial: (xy de = (dy = xy )dy say(l)=0 sa. éumaabreviacSo barlants usada ne Inicialmente, vamos encontrar a solugdo geral fazendo a contexto damatemitica separacdo das variaveis. Temos: coe a(l-)de- d+ yay =0 xéx __ydy _y dex (I-y?)7 nce 1 35 ‘Universidade Sul de Santa Catarina ydy Sie Jaa 1 1 - ginldexl + 5Inll-y¥'l=InC, In [442°] +In|1-y'! =2InC, (+¥)(1-y)=C. Encontramos a solugdo geral (4+2°)-(1-y*)=C que representa uma familia de curvas. Para achar a solugao particular, vamos aplicar os dados do valor inicial, fazendo y(1)=Qoux=1ey=0. Assim, (-8)-v)=C (+1-9=C c=5 Portanto, a solugao particular é dada por (4+x*).0-y*)=5 ‘Vamos retornar ao problema P1, mas antes, vamos ver 0 que ‘0 nosso amigo Phil tem para nos dizer sobre a Histéria das Equagdes Diferenciais. a Pe Historia da Matemética muites conceitos -procedimentos operatsrios surgiram da ‘Tesoluco de problemas. No caso das equagies dife- ‘renciais, temas registros do-sécule xvni, com situagies denotadas como Problema de tangente inverse. A ‘pergunta chave era: Como determinar uma curva a partir de uma specifica propriedade da tangente | ada, Descartes tentou resolver um problema desse | ‘tipo em 1638, mas coube a Newton e seus contempo- | ‘rineos elaborar métodos mais ou menos gerais para a | ‘resolugdo das equagtes diferenciais. No eva, vocé podera ver, com um pouco mais de detalhes, uma ‘situacdo que mostra o Problema da tangente inversa. auaiesDiterenciis ‘O método que discutimos nesta segdo, “Separagio de Variaveis”, ja era do comhecimento de Newton e Leibniz, mas coube ao Johann Bernoulli determinar as classes de equagies que poderiam ser resolvidas por este método. ‘Vamos aplicar este método na resolucSo dos problemas P1 e P2? Pi: En acne een retomne para a universidade em um campus que tem 1000 alunos. Supondo-se que a taxa na qual a virose se espalha ¢ proporcional A quantidade de alunos infectados e, também, proporcional 4 quantidade de alunos nio infectados, determine o miimero de alunos infectados apés 6 dias. Apés quatro dias, observou-se que havia 50 alunos infectades. ‘Revise a representacdo semidtica intermediaria e verifique que vamos ter o problema com as condigSes iniciais dadas: Resolver: = =ix(1000-x) S.A: x(0)=1e x(4) =50. Veja que:neste problema, vamos precisar de duas condigSes, pois a constante de proporcionalidade precisa ser também definida, ‘Vamos resolver a equagio usando a separacdo das variaveis. Temos: ~12000-x) ae xqoo—x) = ‘Universidade Sul de Santa Catarina a Sexaoog=a~)#=¢ 1571/1000 1,1/1000 ge ito ft“ 1 X14 000k "1000-1 XL nigscy 1000—x x= (1000—xjewonnetc a+ xelPOMIEC) = 1900e4mNC) a(L+e'0) = 100K 1000e"™""<) Tee” ‘Vamos aplicar as condig6es iniciais dadas para encontrar os, valores particulares das constantes ke C. Aplicando a condigio x(0) = 1, temos: — 1000e¥aK Teer = 1000etmic 1+ etonre 1+ 2 t00ke = 1000 240k Aplicando a condigao x(4) ‘obtemos: 50 eo valor de C encontrado, oodeNou+c Teena 1000e194*C) Taro 50+50e"40) — 199 g 0) ou decrescimento (k <0) exponencial. Isto porque a solucao dessa equagao é uma fungo exponencial. Essa equacio modelao crescimento popula- cional de bactérias, insetos ou mesmo seres humanos, durante pequencs periodos de tempo. Atualmente, temos aplicagSes para datar fosseis por meio de medida de estabilidade de uma substéncia radioativa, denotada na Fisica como meia-vida A meia-vida € simplesmente o tempo gasto para que a metade dos étomos de uma quantidade intcial A, se desintegre ou se transmuta em atomos de outro elemento. gin £ CULLEN, 2002) Problema: Um reator converte uranio 238 em isétopo de pluténio 239. Apés 15 anos, foi detectado que 0,043% da quantidade inicial A, de pluténios se desintegrou. Encontre a meia-vida desse isdtopo, se a taxa de desintegracio € propor- sional a quantidade remanescente. ‘Universidade Sul de Santa Catarina Para ampliaro contexto das aplicagdes das equagdes diferen- ciais, sugerimas o livro Equagées Diferenciais de Dennis G. Zill e Michael R. Cullen, uma publicaséo da Editora Pearson Makron Books, cuja terceira edigio de 2003. UNIDADE 2 Equacoes Homogéneas e Equagoes Exatas Objetivos de aprendizagem = Resolver equagées homogéneas, = Identificar ¢ resolver as equages exatas. ™ Discutir aexisténcia de fatores integrantes queconduzem a res- lugao de equacées diferancials quase exatas, cies Secoesde estudo Sagio 1 Equagdas Homoganeas Segio 2 Equagbes Exatas Segae 3 Fatores Integrantes ‘Universidade Sul de Santa Catarina Be Para inicio de estudo Nesta unidade, vocé vai ter a oportunidade de refletiz € desenvolver métodos de resolucSo das equagSes diferenciais homogéneas e das equagdes diferenciais exatas, todas de primeira erdem. Além disso, vamos diseutir o uso dos fatores integrantes, um mecanismo muito inteligente para transformar as equagdes ditas “quase exatas” em equages exatas. Nao vamos desenvolver problemas nesta unidade, mas importante saber que os resultados que culminaram na resolugéo das equagées hemogéneas ja estavam presentes na obra de Euler por volta de 1770, na préptia histéria do cdlculo diferencial e integral Em geral, todo estudante de matematica que se identifica com 0s raciocinios do calculo diferencial e integral tem certo fascinio pelas equagies diferenciais, pois seus métodos de resolugdo propiciam uma revisdo sistematica das téenicas de derivacdo € Esperamos que vocé faca parte desta comunidade de admiradores das equagSes diferencias! Secao 1 Equacoes Homogéneas Nesta secio, apresentam-se as equacdes diferenciais, hhomogéneas de primeira ordem. Para tal vamos, inicialmente, discutir a definicao de fungdes homogéneas. ) ‘Oque é uma funciohemogines? auaiesDiterenciis Fungo homegénea de graum. Toda funcio do tipo flxy,2) ¢ dita homogénea de grau m (mum mimero real}, se ao substituirmos x por kx, y por kye z por kz, temos: flex ky kz] = focy,z) O realm ¢ dito o grau de homogeneidade da fungio. Ewomplos (1) A fungio flxy,z) =x? — 3ay + 2yz é uma fungdo homogénea de grau 2. De fato: ‘fcy.z) = Kat — hay + Yak =e —3xy* 2y2) =F ficyz) (2) A fungio Mixy) =x -y éhomogénea de grau 3. De fato: Mixy)=x'-y" M(bordy) = Ba — y= BCE -y') =F Mey) (3) Veja o exemplo de uma fungdo que é homogénea de grau } a(ty) = y2r-3y (x,y) — ole Shey = gfk2x—3y) - R'4g(x, 9) (4) A fungio u(xy) =2° —y" ndo é homogénea, pois nio satisfaz a definigao. ‘Como vamos usar essa definigio na identificagio da ‘equario diferencial homogénea? Equacdo Diferencial Homogénea: Uma equacao diferencial do tipo M(x,y)dx+ N(x y)dy = 0 é homogénea de grau nm sempre que as funcGes Me N sao fungées homogéneas do mesmo graum (m é um muimero real). Exemplos, (1) A equagao (x° — y))dx — 2xy dy = 0 € homogénea de .grau 2, pois as fungdes M(x.y) = (x7 -y*) eN(xy) =-2ay so homogéneas de grau dois. Veja: M=x7-y¥ M(bely) = Kx -Ry' =? -y) = kM No-2y Nyy) = —2iecky = Dery = 2-249) = EN (2) Aequacio (2x—y)de— 9? — Day dy=0 é homogénea de grau 1. De fato: Mla ky) = 2x — hy = k2x— y) = EME) € N(x, ky) =— J = Day =i J? — Day) = EN, y) D conmmoe nnn Fquagies iferencais A ideia basica é usar uma substituigao algébrica que permitira transformar a equasio homogénea em equacdo diferencial de variavel separdveis. Vamos apresentar um roteiro de resolugio para organizar as ideias. Observe que estamos considerando. a equagdo escrita na forma M(xy}dx + N(xy}dy = 0. Caso as variaveis estejam representadas por outras letras, devemos fazer a devida adequacio ao roteiro de resolugio. 1. Identifique se a equagio é efetivamente homogénea 2. Faca a troca de variaveis: y= x= dy = wd + xdu. 3. Efetue todas as simplificagées possiveis ¢ constate que a equagio encontrada é de variaveis separaveis em ex. 4, Resolva a equacio encontrada aplicando a integracao. Observe que a solugao geral esta expressa nas variaveis ue x, portanto, vai ser necessario a substituicdo indicada no item 5. 5. Fazer a substituiggo u= 4 na solucio, obtendo a soluco geral nas variaveis x ey. Exenplos (1) Vamos resolver a equagao (x* -y"}dx — Pry dy = 0, ja mostrada no exemple anterior que é homogénea de grau dois. Tendo a certeza de que a equagio é homogénea, segue a substituigio: yoni dy= ude + xdu (2 -y)éx—2ay dy=0 (2 = Wx?) Dax (aide + aad) = 0 ¥ (Lv )dx— De de — Bu du=0. Unte2 ‘Universidade Sul de Santa Catarina ‘Vamos fazer as simplificagdes procuranda deixar as variaveis separadas para aplicarmos.aintegracdo. 331-1 — 2ut)dr—2a? we du= 0 x2(1-3u ide 2° edu =0 (L-3u@)de a ede G32) 0-3) dx _ udu x 1-30 Diante da equagao de variaveis separadas, vamos aplicar a integracio. Jnl xl+ Linl 1-30 |=1n€, ts ‘Veja Integral 2: Podemos apresentar o resultado encontrado, aplicando as propriedades de logaritmos. Observe, também, que o fato de usar In C, ao invés de C, é estratégico para fazer a simplificagdo da solugio geral. Inixl + Fait -31=C, afl -324)"=C, x(1- 3) =C No resultado anterior, observe que elevamos tudo na terceira poténcia e usamos a relagio C} = C para apresentar um resultado mais simples. auaiesDiterenciis Para finalizar, em acordo com o item 5 do nosso roteiro, vamos fazer a substituicao w= %. x (1-37) =C wyL x(1-3%)=¢ vay =C Dessa forma, a solugao geral da equacio homogénea (2 yd —2ay dy=06.x° Bay =C. (2) Vamos resolver a equacao abaixo: Resolver: (2x -y)dx — (x+ 4y)dy=0 Sujeito a: y(1)=2. Acompanhe os passos da resolugio: (2x -y) dx -(x+ dy) dy =0 (2x wend — (x + dcx) (ude + ada) =0 x(2 ud — wad — a%du— dave ~ dex? du =0 (2 uu 4a) — a2 (1+ ded =0 (2. —2u—die)dx —2°(1 4d )de=0 x(2—2u—4ueide (Lt dud (2-2u— he? Que dx (+4ujdu _, [Dolan In| bin 12-20 die bin, x-(2—2u- de)? =C, xf (2-2u- 4x2) =C 2 opatag = x x 28 — Day —dy? =C. ‘Universidade Sul de Santa Catarina Portanto, a solugao geral ¢ dada por 2x" — xy - 4y"=C. Para. encontrar a soluso particular, temos que aplicar a condicao inicial: 2 -2ay- 4° =C 2Y-212-40=C 2 C=-18. Assim, 2° —xy— 2y' + 9=0é a solugao particular. E possivel encontrar na literatura exemplos de equagées que sio redutiveis a homogéneas ou redutiveis a variaveis separaveis. Os exemplos classicos so equagées que tem a forma: M(x + ny + adr + Nipx + gy + B)dy = 0, sendorm. n, a.p. qe b ntimeras reais. A partir dos valores dos coeficientes ¢ possivel identificarmos tris casos: = Caso 1:a=b=0 Esta situagio identifica a equagdo como uma equagao hhomogénea de grau 1 que podera ser resolvida usando-se 0 roteiro dado. * Caso 2: 24 0oub#0em, x. p, gndo sio proporcionais, ou seja: me rm 0. Neste caso, vamos estabelecer uma substituicao convenient. para transformar em uma equacao homogénea. A ™ Caso 3:a#0 ou b#0 em, n, p, q sie proporcionais, ou seja: o determinante A= fr "| =0. Acompanhe, a seguir, os roteiros de resolugio dos casos 2.€3. Procure, inicialmente, ler o roteiro e, em seguida, identifique as. diversas etapas da soluco no exemplo apresentado. Lembre-se que estamos considerando a equacdo na forma

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