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O que é o tempo?

A noção de tempo é como a noção que temos de amor: parece algo indefinível e algo
simples, sem composição. Mas o amor inclui afeto, sexo, segurança, posse, etc. O que
chamamos de “tempo”, tem a ver com a sucessão e eventos, com a duração desta sucessão,
sem falar da memória dos fatos passados e a imaginação dos eventos futuros.

Um cientista definiu o tempo como uma força externa ao universo, divina ou natural. Mas,
alguém já saiu fora do universo para provar isto?

Temos uma teoria sobre a noção de tempo quando se refere a suas “partes”? O presente, o
passado e o futuro: são noções que se relacionam com nossa perspectiva: chamamos de
presente quando uma sensação está afetando nossa percepção, passado, quando a sensação
já não nos afeta, passou por nós, indo parar no espaço físico atrás de nós ou, ainda, dentro
de nossa memória. Futuro, consiste de todas as sensações que ainda não percebemos. Por
que usamos termos espaciais quando falamos sobre o tempo, “atrás”, “a frente”?

Do que entendemos ou sentimos por “tempo”, se tirarmos o passado, o presente e o futuro,


sobra a duração: temos uma teoria revolucionária que expusemos (demoradamente) em
nossa obra “Os mitos do tempo, do ego e das leis” que, depois, demos o título de “Quase
todas as respostas”: começamos investigando por que às vezes a duração parece passar mas
rápida e outras vezes, mais lenta. Observamos que quando vemos um filme pela segunda
vez, na segunda vez ele parece passar mais rápido! Ora, a memória está envolvida no
surgimento da duração. Mas, o que ela é? Supomos que a memória seja física, fisiológica,
e, assim, a comparamos com algum órgão do corpo, o estômago: que situações podemos
encontrar este órgão em relação a sua capacidade? Pode estar vazio, cheio e mais do que
cheio, sobrecarregado. Pensamos que o mesmo ocorra com a memória: (1) as sensações são
insuficientes para preenchê-la totalmente, (2) são suficientes para preenchê-la ou (3)
ultrapassam sua capacidade. Mas, o que seria a duração? A sensação de preenchimento?
Comparando com o estomago, surgiu-me a ideia de que, naquele órgão, a dor quando há
vazio (fome), satisfação quando nos alimentamos e um desconforto com comemos além da
conta! Daí, concluímos que duração é uma sensação de dor... localizada na memória!
Ninguém pensou isso em 2 mil anos de história!!

Uma importante objeção que me foi feita foi a seguinte: no cérebro não há dor e a memória
estando no cérebro não sentiria dor. É verdade, não há terminações nervosas lá. Mas, é no
cérebro que a dor é percebida. Quando o braço dói e no cérebro que a dor é percebida.

O que aconteceria à ciência se provamos que o tempo não existe, isto é, se o que chamamos
de tempo é apenas mudanças de lugar no espaço e o que chamamos de duração, for uma
noção subjetiva? Haveriam novas descobertas?

Filósofo Antonio Jaques de Matos


E-mail: Jaques_Antonio@yahoo.com.br

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