Você está na página 1de 2

Ética Profissional

Um exemplo de total falta de ética profissional

Sempre achei muito difícil para qualquer Banco, quer


seja público ou privado, obter uma boa colocação no
Prêmio Melhores Empresas para se Trabalhar, haja
visto a característica do trabalho, altamente
estressante, campeão de número de suicídios entre
todas as demais empresas brasileiras, de todos os
ramos e, campeão em provocar distúrbios mentais
entre todos os demais empregos, no mundo todo.

Mesmo com esse cenário dramático para os


bancários, muito louvável ser uma das diretrizes da
Caixa Econômica Federal atingir esse objetivo até
2015.

Porém, a CAIXA sofre por ser uma empresa gigante e, é muito comum ouvir-se nos seus
corredores, que há várias empresas dentro da CAIXA. Tudo isso porque é difícil alinhar-se uma
política única nas suas mais diversas áreas.

Um exemplo claro e prático do que estou me referindo é a resposta que recebi de uma área que
cuida do plano de saúde dos seus funcionários, custeado pela empresa e pelos funcionários, no
sentido de rever o descredenciamento da Clínica Rocha Weber, a principal cliente, até então da
Caixa Saúde, eleita pela própria procura natural dos funcionários, em resposta a qualidade dos
serviços prestados.

Só para falar da Psicóloga Gislaine Weber, uma das profissionais da Clínica, no ano passado ela
foi a preparadora de dois pacientes que obtiveram os primeiros lugares, primeiro lugar no
curso de Administração e outro primeiro lugar no curso de Medicina, ambos na
Universidade de Caxias do Sul.

Primeiro vejam a resposta da empresa a um abaixo assinado organizado pelos funcionários para
não descredenciarem a Clínica:

Prezados Beneficiários

1 Em relação ao abaixo assinado dos beneficiários do Saúde CAIXA de Caxias do Sul solicitando que
seja revisto o processo de descredenciamento da Clínica Rocha Weber esclarecemos que os gestores da
GIPES deliberam sobre todos os credenciamentos de profissionais e entidades, embasados em pareceres
técnicos emitidos por empresa contratada pela CAIXA para prestação de serviços de auditoria e
assessoria em saúde.

2 O parecer técnico visa assegurar à CAIXA que as contratações autorizadas atendem a todos os
requisitos e padrões técnicos definidos pelo Saúde Caixa.

3 Esta GIPES/PO atua estritamente na observância da conformidade definida pela CAIXA para a
contratação da rede credenciada do Saúde Caixa, portanto a manifestação de descontentamento do
abaixo assinado não configura elemento superveniente suficiente para alteração do posicionamento
desta GIPES/PO, uma vez que o parecer técnico suplanta tal instrumento.

Não acham que faltou alguém avisar essa área da diretriz estabelecida?
Não acham que se avisaram, faltou explicar o que significa, o que é necessário para atingir a
diretriz?
Não acham que faltou explicar para essa área, pelo menos, quais são os quesitos avaliados para
alcançar uma boa avaliação?
Não acham que se explicaram, esqueceram que os questionários são respondidos pelos
funcionários - clientes do Plano de Saúde?
Não acham que independentemente da diretriz estabelecida a área incorreu numa grave falta
ética; primeiro por desrespeitar o ser humano; segundo porque se realmente há algum
impedimento "técnico" ele deveria ser esclarecido; terceiro porque essa forma de agir é dos
tempos dos imperialistas; quarto porque falhou com a ética do negócio, afinal de contas o
cliente foi ignorado e desconsiderado e; quinto (só para ficar por aqui) se o parecer técnico
suplanta o desejo dos clientes (que pagam por isso) isso não significa ser necessário bater a
porta na cara deles.

Um caso mais do que característico de quem não precisa do cliente. Ignora-se o fato de que se a
área existe é porque há clientes e se há clientes o mercado diz que há uma competitividade
gigante e nesse contexto deve-se comportar coerentemente para sobreviver, quiçá para crescer.

Mas os cidadãos pagam os impostos e no primeiro sinal de dificuldade o erário público estará lá
para “salvar a empresa”, como sempre. Portanto, tudo isso aqui não passa de uma simples
tempestade num mísero copo d’água.

Enfim, eis um exemplo concreto de como as coisas acontecem na maioria das empresas públicas
de forma incólume. Tudo porque são públicas, pois se fosse numa empresa privada isto nunca
teria acontecido e, se eventualmente ocorresse os responsáveis já estariam no olho da rua!

Eis, portanto, um legítimo exemplo de falta de ética profissional.

Lamentável!

Com certeza, essa não é uma atitude coerente com os padrões profissionais, morais e éticos da
maioria dos funcionários da instituição, da maioria da Diretoria da empresa, tampouco do que
espera a população brasileira da CAIXA.

Ah, e se mesmo assim a empresa atingir essa diretriz, os méritos serão todos da Presidenta da
Caixa, Maria Fernanda. Trata-se de uma abnegada das melhores técnicas de gestão, mas que
infelizmente não conta com executivos suficientes à sua altura, necessários em número para dar
o suporte administrativo indispensável e adequado, preponderantemente atuando nas chamadas
“áreas meios” (que não tem contato com o cliente externo), paradoxalmente aos executivos que
atuam na área negocial, que produzem resultados fantásticos, ano após ano.

Viva ao futuro, pois lá não sobrará lugar para quem não tiver maestria e ética profissional.

Assim espero e acredito!

Carlos Roberto Sabbi

Você também pode gostar