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Todos menos um, apenas um homem cego que aplaudia cada nota d
permanecia ali sentado, em suas roupas humildes e seu sorriso sem dentes
ele ouvia toda a pea .
Ele no precisava ver os rostos das pessoas para saber com divina era a
apresentao, e sua pouca audio captava apenas rudos, o que mantinha
sua sanidade intacta, protegido da meldica voz dos alados...
E ele permaneceu ali sentado enquanto todos os outros tombaram. Quando
o show acabou, ele simplesmente levantou e foi embora. Junto com os anjos
que o carregaram aos cus...
Estou sentada sozinha num banco de praa, j passava das onze e eu no
tinha para onde voltar. Me escondo em minha blusa e agarro meus joelhos,
o frio estava intenso naquela noite.
As horas no passam quando queremos que ela passe, ao contrrio, parece
ficar cada vez mais lenta, como se cada segundo fosse uma eternidade.
Sinto meu celular vibrar em meu bolso...Eu o pego...E vejo que no era ele,
e sim meu irmo...
Atendo... Ouo algum gritar do outro lado...Desligo.
Uma eternidade se passa, um floco de neve cai sobre meus cabelos e o
telefone novamente toca.
Era meu irmo novamente...Atendo...Sua voz estava mais calma, ele
perguntava onde eu estava e como todos estavam preocupados...Eu sabia
que estavam, afinal no bastava ser a ovelha negra da famlia, ainda tinha
que ser louca...Devo ser uma total decepo a eles.
Digo que estou bem...Minto...Digo que estou na casa de uma amiga e que
irei passar a noite aqui...Ele sabe que mentira, afinal no tenho
amigas...Mas ele no diz nada, s me fala que com ele eu posso contar...E
eu sei disso, por isso no devo pedir ajuda.
Desligo o telefone. Ele no retornaria mais naquela noite, nem ningum...
Afinal para que estragar a festa de fim de ano comigo?
Era uma pergunta que no precisava de resposta...
...
Naquela noite, num dia de neve, no fim de mas um ano. Uma garota de
branco vaga pelas rvores em busca de diverso, todas as pessoas j esto
em suas casas celebrando suas novas vidas e outras adormecem sem saber
o que o destino as aguarda.
Ento todo ano a diverso da boneca, se resumia a saltar livre sobre o cho
congelado, mas no naquele ano, havia algo diferente uma figura sentada
encolhida num banco de madeira, perdida debaixo de um poste de Luz que
mal iluminava alguma coisa.