Vol7 Como Andam Curitiba Maringa

Conjuntura Urbana
Como Andam
Curitiba e Maring
Organizadoras
Rosa Moura
Ana Lcia Rodrigues
Copyright Rosa Moura e Ana Lcia Rodrigues, 2009

Direitos reservados e protegidos pela Lei n 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
proibida a reproduo total ou parcial sem autorizao, por escrito, da editora.
Coordenao Geral
Editor
Co-Editor
Reviso Final
Reviso Ortogrfica
Projeto Grfico e Diagramao
1 edio, 2008
2 edio, 2009
Impresso
Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro

Joo Baptista Pinto
Orlando Alves dos Santos Junior
Eglasa Cunha e Roberto Pedreira
Henrique Pesch e Roanita Dalpiaz
Virtual Design
Francisco Macedo | Letra Capital Editora
Imos Grfica
CIP-BRASIL. CATALOGAO NA FONTE

SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.
C728
Como andam Curitiba e Maring / organizadoras Rosa Moura, Ana Lcia Rodrigues. - Rio de
Janeiro: Letra Capital: Observatrio das Metrpoles, 2009.
il. - (Conjuntura urbana; 7)
Apndice
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-7785-046-4
1. Regies metropolitanas - Brasil. 2. Crescimento urbano - Brasil. 3. Poltica pblica. 4. Poltica
urbana - Brasil. I. Moura, Rosa, 1952-. II. Rodrigues, Ana Lcia, 1962-. III. Ttulo. IV. Srie.
09-2012.

CDD: 307.7640981
CDU: 316.334.56
30.04.09 04.05.09
012332
Observatrio das Metrpoles
Letra Capital Editora
Tels. (21) 2598-1932 / 2598-1950

web.observatoriodasmetropoles.net
Tels. (21) 3553-2236 / 2215-3781

www.letracapital.com.br
Observatrio das Metrpoles um grupo que funciona em rede, reunindo instituies e pesquisadores dos campos universitrio, governamental e
no-governamental. A equipe constituda no Observatrio vem trabalhando h 17 anos, envolvendo 97 principais pesquisadores e 59 instituies de forma
sistemtica e articulada sobre os desafios metropolitanos colocados ao desenvolvimento nacional, tendo como referncia a compreenso das mudanas das relaes
entre sociedade, economia, Estado e os territrios conformados pelas grandes aglomeraes urbanas brasileiras.
O Observatrio das Metrpoles tem como uma das suas principais caractersticas reunir Programas de Ps-graduao em estgios distintos de consolidao,
o que tem permitido virtuosa prtica de cooperao e intercmbio cientfico atravs da ampla circulao de prticas e experincias acadmicas. Por outro lado, o
Observatrio das Metrpoles procura aliar suas atividades de pesquisa e ensino com
a realizao de atividades que contribuam para a atuao dos atores governamentais
e da sociedade civil no campo das polticas pblicas voltadas para esta rea.
O Observatrio das Metrpoles integrou o Programa do Milnio do CNPq
e, nos prximos 5 anos, integrar o Programa Instituto Nacional de Cincia e Tecnologia, tambm do CNPq, com apoio da FAPERJ. O objetivo do programa desenvolver pesquisa, formar recursos humanos, desenvolver atividades de extenso
e transferncia de resultados para a sociedade e para os governos envolvidos, tendo
como eixo a questo metropolitana. Por envolver grupos de pesquisas distribudos
em todas as 5 Grandes Regies do pas (Norte, Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste e
Sul), as atividades de pesquisa que desenvolvemos permitem aprofundar o conhecimento da diversidade da realidade metropolitana do pas e suas relaes com as
desigualdades regionais.
O Observatrio das Metrpoles um programa plurinstitucional e pluridisciplinar que procura aliar pesquisa e ensino com a misso social de realizar e
promover atividades que possam influenciar as decises dos atores que intervm
no campo da poltica pblica, tanto na esfera do governo, como da sociedade civil.
O seu Programa de Trabalho para os prximos 5 anos est organizado nas seguintes
linhas:
Linha I - Metropolizao, dinmicas intermetropolitanas e o territrio nacional.
Linha II - Dimenso scio-espacial da excluso/Integrao nas metrpoles:
estudos comparativos.
Linha III - Governana urbana, cidadania e gesto das metrpoles.
Linha IV - Monitoramento da realidade metropolitana e desenvolvimento
institucional.
Apresentao
A institucionalizao das regies metropolitanas brasileiras obedeceu a duas
fases. A primeira, nos anos 1970, como parte da poltica nacional de desenvolvimento urbano, relacionada expanso da produo industrial e consolidao das metrpoles como locus desse processo. Reguladas por legislao federal, foram criadas
nove Regies Metropolitanas RMs, incluindo os principais centros nacionais
particularmente capitais de estados e suas reas de polarizao direta, constitudas
por municpios integrantes da mesma unidade socioeconmica. Visaram realizao
de servios comuns de interesse metropolitano1, de modo a constituir uma unidade
de planejamento e gesto, e deveriam organizar-se sob um arcabouo padro estruturado em dois conselhos, o deliberativo e o consultivo.
A segunda etapa teve incio com a Constituio Federal de 1988, que facultou aos
Estados Federados a competncia de institucionalizao de suas unidades regionais.
Com ela, findava um modelo que criou regies sobre as quais os Estados Federados no
tinham autonomia para interveno, e se abriam possibilidades de insero das regies
metropolitanas em processos estaduais de planejamento regional. Alm de regies metropolitanas, o texto constitucional admitiu outras categorias de organizao regional,
como as aglomeraes urbanas e as microrregies. Mantendo e adequando os objetivos
1
Segundo a Lei Complementar /: I planejamento integrado do desenvolvimento econmico e social;

II saneamento bsico, notadamente abastecimento de gua e rede de esgotos e servios de limpeza
pblica; III uso do solo metropolitano; IV transportes e sistema virio; V produo e distribuio do
gs combustvel canalizado; VI aproveitamento dos recursos hdricos e controle da poluio ambiental,
na forma do que dispuser a lei federal; VII outros servios includos na rea de competncia do Conselho Deliberativo por lei federal.
da etapa anterior, as unidades criadas deveriam integrar a organizao, o planejamento e a execuo de funes pblicas de interesse comum.
Esse processo de metropolizao, ao mesmo tempo em que abriu a possibilidade de alterao dos limites das RMs existentes, incluindo ou mesmo excluindo
municpios, desencadeou um contnuo ciclo de institucionalizao de novas unidades regionais, com diferentes portes de populao, considerando at pequenas aglomeraes urbanas, e quase sempre classificado-as como metropolitanas. Parte dessas regies tm crescido a taxas anuais superiores a 3% ao ano, com expanso
expressiva, at mesmo nos plos, enquanto outras mantm elevado apenas o crescimento de suas periferias. So regies com distintos pesos no que se refere participao na renda e na dinmica da economia. Muitas delas se articulam configurando
novos arranjos espaciais, com redobrada importncia no plano econmico e social, e
tambm redobrada complexidade quanto ao compartilhamento de uma gesto voltada incluso social e municipal. o caso dos grandes complexos urbanos, como o
que articula num processo nico as regies de So Paulo, Campinas e da BaixadaSantista, alm de outras aglomeraes urbanas vizinhas.
As leis estaduais que vm instituindo tais unidades mantm em seu escopo
orientaes mnimas para organizao do sistema de gesto e, em alguns casos, alm
da rea metropolitana, identifica reas de expanso como nas legislaes do Estado de Santa Catarina, denominada rea de expanso metropolitana; nas do Estado
de Minas Gerais, colar metropolitano; e na do Estado de Gois/Distrito Federal,
regio de desenvolvimento integrado- RIDE/DF.
Em 2003, o Brasil registra 26 unidades metropolitanas oficialmente institudas2,
com a possibilidade da Regio Integrada de Desenvolvimento (RIDE)3 do Distrito
Federal somar-se a este conjunto, pelo porte metropolitano da cidade principal.
Em geral, as unidades metropolitanas esto concentradas nas regies Sul (Santa
Catarina, com seis unidades; Paran, com trs; e Rio Grande do Sul, com uma RM) e
Sudeste (So Paulo e Minas Gerais possuem, respectivamente, trs e duas unidades;
2
Esse clculo considera uma nica unidade a RM e sua respectiva rea de expanso, colar metropolitano
ou regio de desenvolvimento integrado. No inclui a RM de Aracaju que, embora criada em 1995, ainda
no havia obtido a ratificao da adeso dos municpios por parte das Cmaras de Vereadores, conforme
exige seu artigo 5, e a RM de Manaus, constituda em 2006.
As RIDEs esto previstas nos artigos , inciso IX, e , inciso IV da Constituio Federal. Sua institucionalizao compete Unio por envolver municpios de mais de uma unidade federativa.
Rio de Janeiro e Esprito Santo possuem uma unidade cada um). No Nordeste, o Cear, Pernambuco e Bahia j possuam, cada qual, sua unidade metropolitana; e foram
institucionalizadas, por leis estaduais, novas unidades em Alagoas, Maranho, Paraba
e Rio Grande do Norte, totalizando sete unidades na Regio. No Norte, apenas Belm manteve a unidade j existente; e no Centro-Oeste foi institucionalizada a RM de
Goinia. Nessa Regio, a RIDE do Distrito Federal, criada em 1998, incorpora, alm
do DistritoFederal, municpios dos Estados de Gois e de Minas Gerais4.
As diferentes legislaes criaram unidades regionais bastante distintas, dificultando a comparao entre elas. Como permanecem ausentes projetos estaduais de
regionalizao, e diante da inexistncia de critrios definidos pela Constituio Federal ou por normas especficas que traduzam conceitualmente as novas categorias espaciais a serem institudas pelos estados e instruam demarcaes e classificaes regionais, a maior autonomia adquirida para promover a regionalizao, inevitavelmente,
vem induzindo distores no mbito da hierarquizao dessas categorias.
Embora todas as unidades apresentem um padro de ocupao que se particulariza por transcender limites poltico-administrativos municipais, descrevendo
manchas contnuas assentadas sobre municpios autnomos, sua delimitao no
expressa contornos conexos ao fato urbano das espacialidades de aglomerao sobre
as quais incidem, sequer confere aderncia preciso conceitual que identificaria a
unidade metropolitana, a partir do padro funcional, diante das demais categorias
disponveis para classificao das unidades regionais5.
Nota-se, assim, uma lacuna acerca das relaes metropolitanas de forma que
a ao integrada por entes federativos no espao metropolitano demanda um marco
legal nacional que articule esta ao regulando a inter-relao entre os municpios
integrantes dessas regies, e suas relaes com os governos estadual e federal.
4
5
Outras RIDEs localizam-se nos Estados de Pernambuco/Bahia (Petrolina/Juazeiro) e de Piau/Maranho

(Teresina/Timon).
O Estado do Rio Grande do Sul foi o que demonstrou melhor compreenso conceitual, mantendo como
metropolitana apenas a unidade regional polarizada por Porto Alegre e instituindo duas aglomeraes
urbanas, a de Caxias do Sul e a de Pelotas.
Classificao e Tipologias
Os estudos que resultaram nesta Srie voltaram-se para identificar entre as
regies metropolitanas institucionalizadas e outros grandes espaos urbanos, aqueles que efetivamente se constituem como metropolitanos, classificando, tipificando e indicando, nesses espaos, a rea especfica onde ocorre o fenmeno metropolitano; isto , est voltado identificao e caracterizao dos espaos
metropolitanos brasileiros, em sua dimenso scio-territorial e em seu desempenho
institucional, tendo como objetivos:
a) Organizar uma base de indicadores para a classificao e identificao
dos espaos metropolitanos brasileiros, considerando-os como unidades
territoriais particulares, devido s funes de maior complexidade por
eles exercidas na rede urbana nacional. Tal identificao foi possvel a
partir da anlise de indicadores econmicos, sociais e territoriais representativos do fenmeno metropolitano, e possibilitou dirimir dvidas
quanto ao uso adequado dos conceitos de metrpole e de regio metropolitana, muitas vezes empregada de forma no pertinente ao espao institucionalizado.
b) Desenvolver uma tipologia de espaos segundo a forma e o contedo,
ordenados em uma escala de acordo com o grau de importncia na rede
urbana brasileira. A anlise incidiu sobre os pontos focais dessa rede: metrpoles e/ou regies metropolitanas institucionalizadas, aglomeraes
urbanas polarizadas por capitais de estados e capitais de estados que no
conformem aglomeraes.
c) Identificar os territrios socialmente vulnerveis no interior das reas metropolitanas e seu diagnstico, a partir da anlise do ponto de vista das
dimenses fundamentais da vida social daqueles espaos onde se concentram os segmentos da populao que vivem em situao de acmulo
de privaes, inclusive quanto degradao ambiental e s dificuldades
tcnicas de conexo s redes de infraestrutura e servios pblicos.
d) Analisar as condies institucionais e fiscais das unidades municipais que
compem as reas onde se expressa o fenmeno metropolitano, de modo
a avaliar sua capacidade de responder implementao de polticas de
desenvolvimento urbano.
Buscando atingir estes objetivos foram construdos dois produtos. O primeirocontemplou a classificao e demarcao espacial da intensidade do fenmeno
dametropolizao, com base nos seguintes procedimentos:
I) Classificao dos grandes espaos urbanos brasileiros para a identificao
dasmetrpoles e respectivas aglomeraes metropolitanas, tendo como
universode anlise as metrpoles e/ou regies metropolitanas institucion
alizadas,aglomeraes urbanas polarizadas por capitais de estados e as capitais deestados que no conformam aglomeraes.
II) Identificao das unidades de carter metropolitano e no-metropolitano.
III) Classificao dos municpios segundo o nvel de integrao na dinmica
derelaes que se estabelece entre os municpios da aglomerao;
IV) Elaborao de uma tipologia dos municpios dos espaos metropolitanos,
segundo os indicadores sociais;
V) Identificao e anlise dos territrios socialmente vulnerveis das aglomeraes metropolitanas.
O segundo produto desenvolveu uma avaliao do quadro institucional dos municpios e a identificao das aes de cooperao intermunicipal, assim como a anlise
do desempenho fiscal dos municpios que compem os espaos metropolitanos.
Esses produtos possibilitaram uma anlise sociourbana de doze espaos metropolitanos quanto s desigualdades sociais e urbanas na escala intrametropolitana
(diagnstico social e urbano do territrio segmentado em espaos, segundo a sua
vulnerabilidade). Essas anlises compem a Srie Como Andam as Regies Metropolitanas, editado originalmente na Coleo de Estudos e Pesquisas do Programa Nacional de
Capacitao das Cidades, do Ministrio das Cidades.
A Srie Foi Organizada da Seguinte Forma:

O Volume 1 Hierarquizao e Identificao dos Espaos Urbanos - define uma
hierarquiapara os espaos urbanos, tendo como pressupostos a centralidade, medida
por indicadores do grau de importncia, complexidade e diversidade de funes e
sua abrangncia espacial, e a natureza metropolitana, associada a nveis elevados de
concentrao de populao e atividades, particularmente as de maior complexidade,
e as relaes que transcendem a regio.
No Volume 2, apresenta-se o trabalho de pesquisa sobre Tipologia das Cidades
Brasileiras, cujo objetivo foi o de identificar e classificar os municpios brasileiros. Os
demais volumes especficos esto dispostos da seguinte forma:
Volume 3 Como Anda So Paulo
Volume 4 Como Anda Salvador
Volume 5 Como Anda Fortaleza
Volume 6 Como Andam Natal e Recife
Volume 7 Como Andam Curitiba e Maring
Volume 8 Como Anda Porto Alegre
Volume 9 Como Anda Rio de Janeiro
Volume 10 Como Anda Belo Horizonte
Volume 11 Como Andam Belm e Goinia
Ikc|h_e
9kh_j_XW
86EIJAD&
&# >chiîjX^dcVaôVdZEdh^dYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZ8jgî^WVcd8dciZmidBZigdedaîVcd
CVX^dcVaTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT&
&#&# >chiîjX^dcVaôVdZ8dc\jgVdYd:heVdBZigdedaîVcdTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT&
&#'# 6GB88dbeVgVi^kVbZciZ|hYZbV^hGBhTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT*
86EIJAD'
'# 9^c}b^XVGZXZciZYV:Xdcdb^VZIgVch[dgbVZhcV8dc\jgVd:heVX^VaYVGZ\^d
BZigdedaîVcVYZ8jgî^WVTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT&,
'#&# 8dchda^YVdYVGB8XdbdEadcV:Xdcdb^VEVgVcVZchZTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT&.
'#'# 9^hig^Wj^d>ciZg"GZ\^dcVaZ>cigVbZigdedaîVcVYdK6;TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT''
'#(# EgdYjid>ciZgcd7gjidBjc^XêVaZKZidgZhYZ8gZhX^bZcidGZ\^dcVa TTTTTTTTTTTTTT'+
'#)# 8dcXZcigVdZ9^heZghdYV>cYhig^V TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT(%
'#*# D>cXgZbZcidYdhHZidgZh8dbgX^dZHZgk^dhTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT(+
'#+# 9^hig^Wj^dHZidg^VaZ:heVX^VaYVDXjeVdZYVh:begZhVh TTTTTTTTTTTTTTTTTTT(.
'#,# 9ZhXdcXZcigVddj:meVchdYd6\adbZgVYdBZigdedaîVcd4 TTTTTTTTTTTTTTTTTT)*
86EIJAD(
(# 9^V\chi^XdHdX^djgWVcdYVgZVBZigdedaîVcVTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT*&
(#&# DXjeVdZGZcYV TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT*+
(#&#&#EVgi^XêVdcdBZgXVYdYZIgVWVa]d TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT*+
(#&#'#:higjijgVHdX^ddXjeVX^dcVaZIêdad\^VHdX^dZheVX^VaTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT*,
(#&#(#GZcYV;Vbâ^Vg TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT+.
(#'# 9Zbd\gVVTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT,%
(#'#&#9^c}b^XVYZ8gZhX^bZcidZ8VgVXiZghi^XVhYVEdejaVd TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT,%
(#'#'#6c{a^hZYdh8dbedcZciZh9Zbd\g{XdhTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT,(
(#'#(#:higjijgV:i{g^VZ8dbedh^dedgHZmdTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT-%
(#(# :YjXVdTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT-*
(#(#&#:hXdaVg^YVYZYVEdejaVdTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT-+
(#(#'#;gZfcX^VZ6YZfjVd:hXdaVgTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT-.
(#)# BdgVY^VTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT.(
(#)#&#8dcY^ZhYVBdgVY^VTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT.)
(#)#'#EVYgZhYZ8dc[dgid9db^Xâ^VgTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &%&
(#)#(#CZXZhh^YVYZh=VWîVX^dcV^hTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &%(
(#*# BdWâ^YVYZZIgVchedgiZhTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &%,
(#*#&#Bdk^bZcidEZcYjaVgYVEdejaVdTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &%,
(#*#'#IgVchedgiZ8daZi^kd>cigVbZigdedaîVcd TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &&%
(#+# >cX^YcX^VYZ=db^XY^dhTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &&'
86EIJAD)
)# 8dcY^Zh>chiîjX^dcV^hYZ8ddeZgVd:cigZdhBjc^Xe^dhBZigdedaîVcdhTTTTTTTTTTTT &&,
)#&# FjVYgd>chiîjX^dcVaYV<ZhidTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &&,
)#'# GZegZhZciVdZb8dchZa]dhTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &''
)#'#&#8VgVXiZghi^XVh<ZgV^hYdh8dchZa]dhBjc^XêV^h TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &'+
)#'#'#6c{a^hZFjVaîVi^kVYdh8dchZa]dhBjc^XêV^hTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &',
86EIJAD*
*# 9ZhZbeZc]d;^hXVaYdhBjc^Xe^dhTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &((
*#&# :higjijgVYVhGZXZîVhZ9ZheZhVh TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &()
*#'# >cY^XVYdgZhYZGZXZîVTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &)&
*#(# >cY^XVYdgZhYZ9ZheZhVTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &))
*#)# >cY^XVYdgZhYZ>ckZhi^bZcidZYZ:cY^k^YVbZcidTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &)86EIJAD+
+# 8dch^YZgVZh;^cV^h TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &**
GZ[ZgcX^Vh7^Wa^d\g{XVhTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &*.
6cZmdh TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &+*
CWh_d]|
>cigdYjdTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &-(
86EIJAD&
&# D8dciZmid=^hig^XdZV>chiîjX^dcVaôVdYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{ TTTTTTTT &-*
&#&# 8VgVXiZgôVdYdFjVYgd=^hig^XdZ>chiîjX^dcVaYVgZVBZigdedaîVcVTTTTTTTTTT &-.
&#'# 8dch^YZgVZhhdWgZd9ZhZckdak^bZcidHdX^dZXdcb^XdYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZ
BVg^c\{TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &.(
&#(# 8dcY^dHdX^VaYVBZigedaZ TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &.*
&#)# HîjVdYdhBjc^Xe^dhYVGBBZbGZaVdVd>9="B'%%%TTTTTTTTTTTTTTTT &.+
GZ[ZgcX^Vh7^Wa^d\g{XVhTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &..
86EIJAD'
'# 8VgVXiZghi^XVh<Zd[h^XVhZ>c[gV"ZhigjijgVhJgWVcVhYdGZXdgiZEdai^Xd"^chiîjX^dcVaYVGZ\^d
BZigdedaîVcVYZBVg^c\{ TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '%&
'#&# AdXVaôVdZ8VgVXiZghi^XVh<Zd[h^XVhTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '%&
'#'# >c[gV"ZhigjijgVhJgWVcVhYZHVcZVbZcid7{h^XdZ9Zh^\jVaYVYZHdX^dVbW^ZciVa TTTT '%)
'#'#&#6WVhiZX^bZcidYZ\jVTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '%+
'#'#'#8daZiVZ9^hedh^dYd:h\did TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '%,
'#'#(#8daZiVZ9^hedh^dYdA^md TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '%.
'#'#)#9gZcV\ZbTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '&%
GZ[ZgcX^Vh7^Wa^d\g{XVhTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '&&
86EIJAD(
(# 6hIêdad\^VhHdX^ddXjeVX^dcVaZHdX^dZheVX^Va/6h9Zh^\jVaYVYZhHdX^V^hYVGZ\^d
BZigdedaîVcVYZBVg^c\{ TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '&(
GZ[ZgcX^Vh7^Wa^d\g{XVhTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '''
86EIJAD)
)# 9Zbd\gVVcd8VeîVa^hbd/9Zh^\jVaYVYZHdX^dZheVX^VacVGZ\^dBZigdedaîVcVYZ
BVg^c\{ TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ''*
)#&# HîjVdYZ9db^Xa^d!IVmVYZJgWVcôVd!IVmV<Zdbig^XVYZ8gZhX^bZcidZ9Zch^YVYZ
9Zbd\g{XVTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ''*
)#'# Adc\Zk^YVYZZBdgiVa^YVYZ TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '(&
)#(# :higjijgV:i{g^VYVEdejaVdTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '(&
)#)# HîjVdYZKjacZgVWâ^YVYZHdX^VaTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '()

)#*# 9^hig^Wj^dYVEdejaVdedg8dgTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '()
GZ[ZgcX^Vh7^Wa^d\g{XVhTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '(,
6cZmdh TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '(-
86EIJAD*
*# 6heZXidhYV=VWîVdcVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{ TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ')*
*#&# FjVcidVdCkZaYZ>ciZ\gVdTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '*%
8dcXajhdTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '*(
GZ[ZgcX^Vh7^Wa^d\g{XVhTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '*(
6cZmdh TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '*)
86EIJAD+
+# :YjXVdcVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{ TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '+&
+#&# 6cVa[VWZi^hbdTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '+&
+#'# :ch^cd;jcYVbZciVaZBY^dTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '++
+#(# :ch^cdHjeZg^dgTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '+8dcXajhdTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '+.
GZ[ZgcX^Vh7^Wa^d\g{XVhTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ',%
6cZmdh TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ',&
86EIJAD,
,# GZcYVZIgVWVa]dTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '-(
,#&# >cY^XVYdgZhYZEdWgZoVeVgVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{ZcigZ&..&Z'%%%TTTT '-+
,#'# GZcYV;Vbâ^VgEZg8VeîVYVGBBZb'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '-,
,#(# EdejaVdZb>YVYZ6i^kVZEdejaVd:Xdcdb^XVbZciZ6i^kVcVGBBZb'%%%TTTT '.(
GZ[ZgcX^Vh7^Wa^d\g{XVhTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '.)
6cZmdh TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '.+
86EIJAD-# BdWâ^YVYZZIgVchedgiZeVgVjbVEdejaVd8gZhXZciZ/VHZ\gZ\VdeZaV6jhcX^VYZ
>ciZ\gVdTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (%(
-#&# >b^\gVdTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (%(
-#'# BdWâ^YVYZZIgVchedgiZTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (%,
GZ[ZgcX^Vh7^Wa^d\g{XVhTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (&*
6cZmdh TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (&+
86EIJAD.
.# 6a\jch6heZXidhYVK^dacX^VcVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{TTTTTTTTTTTTTTTTTT ('(
GZ[ZgcX^Vh7^Wa^d\g{XVhTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ((&
86EIJAD&%
&%# <ZhidZ9ZhZbeZc]d>chiîjX^dcVaYdhBjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{TTT (((
&%#&# 6heZXidhEdai^XdhZYZ<ZhidTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (()
&%#'# EaVcZ_VbZcidBjc^XêVa TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (()
&%#(# :m^hicX^VYZ8dchgX^dh>ciZgbjc^XêV^hTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (()
&%#)# FjVYgdYZ;jcX^dc{g^dhTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ((&%#*# 6i^k^YVYZhIZgXZ^gôVYVhZ6i^k^YVYZh>c[dgbViôVYVhTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ((&%#+# 9ZbdXgViôVdYV<ZhidBjc^XêVa TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ((&%#,# HîjVdYZBdgVY^Vh$AdiZVbZcidhJgWVcdhTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ()%
&%#-# >cXZci^kdhYZ6igVdYZ6i^k^YVYZh:Xdcb^XVhZ8VeVXîVdEgdhh^dcVaTTTTTTTT ()&
&%#.# >chigjbZcidhAZ\V^hYZ?jhi^VZHZ\jgVcVEWa^XVTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ()&
&%#&%#:fjêVbZcidhYZ8jaijgV!AVoZgZHZgk^dhTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ()&
8dcXajhdTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ()'
GZ[ZgcX^Vh7^Wa^d\g{XVhTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ()(
6cZmdh TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ())
86EIJAD&&
&&# 6c{a^hZYd9ZhZbeZc]d;^hXVaYdhBjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{TTTTTT (*,
8dcXajhdTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (+(
GZ[ZgcX^Vh7^Wa^d\g{XVhTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (+(
6cZmdh TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (+*
B_ijWZ[JWX[bWi
9kh_j_XW
I67:A6&#&>cY^XVYdgZheVgV8aVhh^XVdZ8ViZ\dgôVdYVhJc^YVYZhTTTTTTTTTTTTTTTTT,
I67:A6&#'9^hig^Wj^VdYVEdejaVd!6i^k^YVYZh!8gZhX^bZcidZEZcYjaVg^YVYZZcigZdh
Bjc^Xe^dh!HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT&%
I67:A6&#(KdajbZEdejaVX^dcVaYd8dc_jcidYZBjc^Xe^dh8aVhh^XVYdhedg8dcY^dHdX^Va!
HZ\jcYdCkZaYZGB8"'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT&*
I67:A6'#&EVgi^XêVdYd8dc_jcidYZBjc^Xe^dh!HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVd!cdKVadg
6Y^X^dcVYd;^hXVaIdiVaYd:hiVYdYdEVgVc{GB8'%%( TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT'(
I67:A6'#'EVgi^XêVdcdK6;HZidg^VaYdEVgVc{!HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVd"
&.-.$&..+$'%%(TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT'*
I67:A6'#(EVgi^XêVdYd8dc_jcidYZBjc^Xe^dh!HZ\jcYdCkZ^hYZ>ciZ\gVd!cdE>7IdiVa
Yd:hiVYdYdEVgVc{GB8'%%(TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT',
I67:A6'#)8dbedh^dYdKVadg6Y^X^dcVYd;^hXVaYV>cYhig^VHZ\jcYd<cZgdh>cYjhig^V^h
GB8&..%$'%%& TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT(&
I67:A6'#*Egd\gVbVdYVh>ciZcZhYZ>ckZhi^bZcidHZ\jcYdBjc^Xe^dhYVGB8&..*"
'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT((
I67:A6'#+cY^XZYZ8dcXZcigVd=^ghX]bVc"=ZgcYVahdWgZdK6;>cYjhig^Va!HZ\jcYd
:higVidhYZBjc^Xe^dhGB8&..%"'%%% TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT()
I67:A6'#,:begZ\dh;dgbV^hZEVgi^XêVdcdIdiVaYd:begZ\d;dgbVaYdEVgVc{!>cXgZbZcid
ZKVg^Vd&..%"'%%(!HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT(.
I67:A6'#-:begZ\dh;dgbV^hIdiVaZcV>cYhig^V!EVgi^XêVdHZidg^VaZKVg^Vd&..%$'%%(!
HZ\jcYdCkZa9Z>ciZ\gVdGB8'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT)%
I67:A6'#.IdiVaYZ:begZhVhZEVgi^XêVdZbGZaVdVdIdiVaYVGB8ZYd:hiVYd!HZ\jcYd
CkZaYZ>ciZ\gVdGB8&..%$'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT)'
I67:A6'#&%:begZhVhedgHZidgZIdiVa!HZ\jcYdCbZgdYZ:begZ\VYdhZEVgi^XêVdZb
GZaVdVdIdiVaYVGB8ZYd:hiVYd'%%% TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT))
I67:A6(#&EdejaVdZb>YVYZ6i^kV!EdejaVd:Xdcdb^XVbZciZ6i^kV!IVmVYZ6i^k^YVYZ!
EdejaVdDXjeVYVZIVmVYZ9ZhdXjeVd!HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdcV9^c}b^XVYV
6\adbZgVdGB8'%%% TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT*+
I67:A6(#'EdejaVdDXjeVYVHZ\jcYd8ViZ\dg^VhHdX^ddXjeVX^dcV^hGB8'%%% TTTTT*.
I67:A6(#(EVgi^XêVdEZgXZcijVaYdBjc^Xe^d"EadcdIdiVaYZDXjeVYdhZKVg^VdYV
EVgi^XêVdZbEdcidhEZgXZcijV^h!HZ\jcYd<gjedHdX^ddXjeVX^dcVaGB8'%%% TTTTTTTTT+'
I67:A6(#)CbZgdYZDXjeVYdh!9^hig^Wj^dYdh<gjedh!8dbedh^dHdX^ddXjeVX^dcVaZ
FjdX^ZciZAdXVX^dcVaHZ\jcYdIêdhHdX^dZheVX^V^hGB8'%%% TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT+(
I67:A6(#*CbZgdYZ9db^Xa^dhEVgi^XjaVgZhEZgbVcZciZhIdiVaZZb6\adbZgVYdhHjWcdgbV^h!
HZ\jcYdIêdhHdX^dZheVX^V^hGB8'%%% TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT+,
I67:A6(#+;Vba^Vhedg8aVhhZYZGZcY^bZcid;Vbâ^VgBZchVaEZg8VeîV!HZ\jcYdCkZaYZ
>ciZ\gVd"GB8'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT,%
I67:A6(#,>cXgZbZcidEdejaVX^dcVa!<gVjYZJgWVcôVdZIVmV<Zdbig^XVYZ8gZhX^bZcid
6cjVa!HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8&..&Z'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT,&
I67:A6(#->cY^XVYdgZhYZAdc\Zk^YVYZZBdgiVa^YVYZ8jgî^WV!GB8!EVgVc{Z7gVhâ
&..&$'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT,)
I67:A6(#.>cY^XVYdgZhYZ;ZXjcY^YVYZ8jgî^WV!GB8!EVgVc{Z7gVhâ&..&$'%%%TTTTTT,+
I67:A6(#&%>b^\gVciZhYZ9ViV;^mVedgDg^\Zb!HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8&..*"
'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT,I67:A6(#&&EdejaVdGZh^YZciZedg<gjedh:i{g^dhHZaZX^dcVYdhZcY^XZYZ>Ydhdh!HZ\jcYd
CkZaYZ>ciZ\gVdGB8'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT-&
I67:A6(#&'EdejaVdGZh^YZciZZ9^hig^Wj^dYVEdejaVdedg8dgdjGVV!HZ\jcYdCkZa
YZ>ciZ\gVdGB8'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT-)
I67:A6(#&(EdejaVdGZh^YZciZZEZhhdVhXdb6a\jbIêdYZ9ZX^cX^V!HZ\jcYdCkZaYZ
>ciZ\gVdGB8'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT-*
I67:A6(#&)EZhhdVhYZ&*6cdhZBV^hfjZCdHVWZbAZg!ZHZb>chigjddj8db6i
(6cdhYZ:hijYd!IVmVYZ6cVa[VWZi^hbd!ZEZhhdVhYZ&-6cdhZBV^h8db&&ZBV^h6cdhYZ
:hijYd!HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8'%%% TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT-+
I67:A6(#&*GZhedch{kZaeZaV;Vba^VhZb>chigjddjXdbVi(6cdhYZ:hijYdZXdb&&Z
BV^h6cdhYZ:hijYd!HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT--
I67:A6(#&+EZhhdVhYZ%V+6cdhYZ>YVYZfjZ;gZfZciVb8gZX]Zdj:hXdaVZEZhhdVhYZ,V
&)6cdhfjZ;gZfZciVb:hXdaVZHg^Z6YZfjVYV!HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8'%%%TT.%
I67:A6(#&,EZhhdVhYZ,V&)ZYZ&-V'*6cdhYZ>YVYZfjZ;gZfZciVb:hXdaVZHg^Z
6YZfjVYV!HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT.'
I67:A6(#&-9db^Xa^dhEVgi^XjaVgZhEZgbVcZciZhEgeg^dh!6aj\VYdhZDjigdh!HZ\jcYdCkZaYZ
>ciZ\gVdGB8'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT.*
I67:A6(#&.9db^Xa^dhEVgi^XjaVgZhEZgbVcZciZhXdbVi(8bdYdhdjhZbHVcî{g^d!HZ\jcYd
CkZaYZ>ciZ\gVdGB8'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT.,
I67:A6(#'%9db^Xa^dhXdb6YZfjVdcd6WVhiZX^bZcid6YZfjVYdYZ\jV!:hXdVbZcid
HVcî{g^dZ8daZiVYZA^md!HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTT.I67:A6(#'&9db^Xa^dhZb6\adbZgVYdhHjWcdgbV^h!HZ\jcYdCkZaZZ>ciZ\gVdGB8
'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &%%
I67:A6(#''9db^Xa^dhXdb6XZhhdV7Zch!HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8'%%%TTT &%'
I67:A6(#'(IdiVaYZ;Vba^Vh8dck^kZciZh!9db^Xa^dh>begdk^hVYdh!8bdYdh8ZY^Ydhdj
6aj\VYdhZ9Xî=VWîVX^dcVa!HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8'%%%TTTTTTTTTTTTTTT &%)
I67:A6(#')EdejaVdGZh^YZciZ&*6cdhZBV^hYZ>YVYZfjZIgVWVa]Vdj:hijYVZEZhhdVh
fjZGZVaôVgVbBdk^bZcidEZcYjaVg!HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8'%%%TTTTTTTTTTT &%I67:A6(#'*IVmVZCbZgdYZ=db^XY^dh!ZKVg^Vd&..-"'%%'GZ\^ZhBZigdedaîVcVhYd
7gVhâTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &&(
I67:A6(#'+IdiVaYZKi^bVhYZ=db^XY^dh!edgHZmdHZ\jcYd<gjedh:i{g^dhGZ\^Zh
BZigdedaîVcVh&9d7gVhâ'%%'TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &&*
I67:A6*#&8dbedh^dGZaVi^kVYV:higjijgVYVGZXZîVYdhBjc^Xe^dh!HZ\jcYdCkZaYZ
>ciZ\gVdGB8'%%(:bTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &()
I67:A6*#'8dbedh^dGZaVi^kVYV:higjijgVYV9ZheZhVYdhBjc^Xe^dh!HZ\jcYdCkZaYZ
>ciZ\gVdGB8'%%(ZbTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &(,
I67:A6*#(:higjijgVYV9ZheZhVYdhBjc^Xe^dh!HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8'%%(
ZbTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &(.
I67:A6*#);dciZhYZ;^cVcX^VbZcidYd>ckZhi^bZcidYdhBjc^Xe^dh!HZ\jcYdCkZaYZ
>ciZ\gVdGB8'%%(ZbTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &(.
I67:A6*#*>cY^XVYdgZh;^cVcXZ^gdhYVGZXZîV!edgBjc^Xe^dh!HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVd
GB8'%%(:b TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &)&
I67:A6*#+>cY^XVYdgZh;^cVcXZ^gdhYV9ZheZhV!EdgBjc^Xe^dh!HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVd"
GB8'%%(:b TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &)*
I67:A6*#,>cY^XVYdgZhYZ:cY^k^YVbZcidZ8VeVX^YVYZYZ>ckZhi^bZcid!edgBjc^Xe^dh!
HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8'%%(:bTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &).
CWh_d]|
I67:A6&gZVhYZEdcYZgVd6bdhigVa6:9hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%%TTTT &-,
I67:A6':kdajdYd>9="BYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{!&..&"'%%% TTTTTTTTTT &.*
I67:A6(HîjVdYdhBjc^Xe^dhYVGBB TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &.+
I67:A6)EdejaVdZb>YVYZ6i^kV!:Xdcdb^XVbZciZ6i^kVZ9ZhdXjeVYVZIVmVhYZ6i^k^YVYZZ
YZ9ZhdXjeVdHZ\jcYdIêdhHdX^ddXjeVX^dcV^hGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%% T '&(
I67:A6*EdejaVdZb>YVYZ6i^kV!EdejaVdDXjeVYVIdiVaZHZ\jcYd8ViZ\dg^Vh
HdX^dZXdcb^XVhGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '&*
I67:A6+9^hig^Wj^dYVh8ViZ\dg^VhHdX^dZXdcdb^XVhedgIêdh6WhdajidZ9Zch^YVYZ
GZaVi^kVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ''%
I67:A6,9^hig^Wj^dEZgXZcijVaYVh8ViZ\dg^VhHdX^dZXdcdb^XVhedgIêdhGZ\^d
BZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%% TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ''%
I67:A6-8dbedh^dHdX^dZXdcb^XVYdhIêdhGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%%TT ''&
I67:A6.9Zch^YVYZGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%% TTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ''&
I67:A6&%Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{!HZ\jcYdV:higjijgV:i{g^VYV
edejaVd&..&'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '(I67:A6&&Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{!HZ\jcYd^cY^XVYdgZhYZ
Adc\Zk^YVYZZBdgiVa^YVYZ!&..&'%%% TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '(I67:A6&'Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{!>cY^XVYdgZhYZ;ZXjcY^YVYZ!&..&Z
'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '(.
I67:A6&(Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edgEdejaVdGZh^YZciZ!HîjVd
Yd9db^Xa^d!IVmVYZJgWVcôVVdZIVmV<Zdbig^XVYZ8gZhX^bZcid&..&Z'%%% TTTTTTTTT '(.
I67:A6&)Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edgEdejaVdGZh^YZciZ!gZVYdh
Bjc^Xe^dhZ9Zch^YVYZ9Zbd\g{XV'%%% TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ')%
I67:A6&*Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edgEdejaVdGZh^YZciZ!8dgZV
9^hig^Wj^dYVEdejaVdHZ\jcYdV8dgdjGVVhdWgZVEdejaVdIdiVa&..&Z'%%%TTTTTT ')%
I67:A6&+Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edgEdejaVdGZh^YZciZIdiVa!
<gjedh:i{g^dhHZaZX^dcVYdhZcY^XZYZ:ckZa]ZX^bZcid"'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ')&
I67:A6&,Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edgEdejaVdgZh^YZciZidiVaZ
GVodYZhZmdedg[V^mVhYZ^YVYZ'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ')&
I67:A6&-CkZaYZ>ciZ\gVdBZigdedaîVcVYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
EdejaVdGZh^YZciZ!HîjVdYd9db^Xa^d!IVmVYZJgWVcôVdZIVmV<Zdbig^XVYZ8gZhX^bZcid
&..&Z'%%% TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ')'
I67:A6&.CkZaYZ>ciZ\gVdBZigdedaîVcVYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
EdejaVdGZh^YZciZ!gZVZ9Zch^YVYZ9Zbd\g{XV'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ')'
I67:A6'%CkZaYZ>ciZ\gVdBZigdedaîVcVYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
EdejaVdGZh^YZciZIdiVaZEZhhdVhXdbVa\jbIêdYZ9ZX^cX^V'%%%TTTTTTTTTTTTTTTT ')'
I67:A6'&gZVYZEdcYZgVd6bdhigVa6:9hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
EdejaVdGZh^YZciZ!8dgdjGVVZV9^hig^Wj^dYVEdejaVdHZ\jcYdV8dgdjGVVhdWgZV
EdejaVdIdiVa&..&Z'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ')(
I67:A6''Bjc^Xe^dhYVGZ\^dGZ\^dBZigdedîVcVYZBVg^c\{HZ\jcYdEZgXZcijVaYZ
EZhhdVhfjZK^kZbZb9db^Xa^dhXdb6XZhhdVdhHZgk^dh7{h^Xdh!&..&Z'%%%TTTTTTTTTTTT '*)
I67:A6'(Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg9db^Xa^dhEVgi^XjaVgZh
EZgbVcZciZhEgeg^dh!6aj\VYdhZDjigdh'%%% TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '**
I67:A6')CkZaYZ>ciZ\gVdBZigdedaîVcVYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
9db^Xa^dhHZ\jcYdd6XZhhdV7Zch'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '**
I67:A6'*CkZaYZ>ciZ\gVdBZigdedaîVcVYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
9db^Xa^dhHZ\jcYdVh8dcY^ZhYZBdgVY^V'%%% TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '*+
I67:A6'+CkZaYZ>ciZ\gVdBZigdedaîVcVYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
9db^Xa^dh!6WVhiZX^bZcid6YZfjVYdYZ\jV!:hXdVbZcidHVcî{g^d6YZfjVYd!8daZiV6YZfjVYV
YZA^mdZEZgXZcijV^hYZGjVhhZbEVk^bZciVd'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '*+
I67:A6',CkZaYZ>ciZ\gVdBZigdedaîVcVYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
9db^Xa^dhEVgi^XjaVgZhEZgbVcZciZhEgeg^dh!6aj\VYdhZDjigdh'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTT '*,
I67:A6'-CkZaYZ>ciZ\gVdBZigdedaîVcVYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
9db^Xa^dhEVgi^XjaVgZhEZgbVcZciZhXdbVi(8bdYdh'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '*,
I67:A6'.gZVYZEdcYZgVd6bdhigVa6:9hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edgIdiVa
YZ;Vba^Vh8dck^kZciZh!9db^Xa^dh>begdk^hVYdh!8bdYdh8ZY^Y^dhdj6aj\VYdh!9db^Xa^dhZb
6\adbZgVYdhHjWcdgbV^hZ9Xî=VWîVX^dcVa'%%% TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '*I67:A6(%gZVYZEdcYZgVd6bdhigVa6:9hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
9db^Xa^dhEVgi^XjaVgZhEZgbVcZciZhYZIêdYZ6eVgiVbZcid'%%% TTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '*.
I67:A6(&Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{!6cVa[VWZi^hbdedg;V^mV:i{g^VYV
EdejaVd!&..&Z'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ',&
I67:A6('Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{!>cY^XVYdgZhJiâôVYdhcd>9="B
:YjXVd&..&'%%% TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ','
I67:A6((Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{!6cVa[VWZi^hbd;jcX^dcVaedg;V^mV
:i{g^VYVEdejaVd!&..&Z'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ',(
I67:A6()Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{!CkZa:YjXVX^dcVaYVEdejaVd
ZcigZ&*Z&,Vcdh!&..&Z'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ',)
I67:A6(*Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{!CkZa:YjXVX^dcVaYVEdejaVd
ZcigZ&-Z')Vcdh!&..&Z'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ',*
I67:A6(+CkZaYZ>ciZ\gVdBZigdedaîVcVYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edgEZhhdVh
YZ&*6cdhZBV^hfjZCdHVWZbAZg'%%% TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ',+
I67:A6(,CkZaYZ>ciZ\gVdBZigdedaîVcVYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
EZhhdVhYZ%V+6cdhYZ>YVYZfjZ;gZfZciVb8gZX]Zdj:hXdaV'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTT ',+
I67:A6(-CkZaYZ>ciZ\gVdBZigdedaîVcVYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edgEZhhdVh
YZ&*V&,6cdhYZ>YVYZfjZ;gZfZciVb:hXdaV'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ',+
I67:A6(.CkZaYZ>ciZ\gVdBZigdedaîVcVYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
GZhedch{kZaeZaV;Vba^VHZb>chigjddj8dbVi(6cdhYZ:hijYd'%%%TTTTTTTTTTTTTT ',,
I67:A6)%gZVYZEdcYZgVd6bdhigVa6:9hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
EZhhdVhYZ&*6cdhZBV^hfjZCdHVWZbAZg'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ',,
I67:A6)&gZVYZEdcYZgVd6bdhigVa6:9hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
EZhhdVhYZ%V+6cdhYZ>YVYZfjZ;gZfZciVb8gZX]Zdj:hXdaV'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTT ',I67:A6)'gZVYZEdcYZgVd6bdhigVa6:9hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
EZhhdVhYZ,V&)6cdhYZ>YVYZfjZ;gZfZciVb:hXdaV'%%% TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ',.
I67:A6)(gZVYZEdcYZgVd6bdhigVa6:9hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
EZhhdVhYZ&*V&,6cdhYZ>YVYZfjZ;gZfZciVb:hXdaV'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '-%
I67:A6))gZVYZEdcYZgVd6bdhigVa6:9hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
GZhedch{kZaeZaV;Vba^VHZb>chigjddj8dbVi(6cdhYZ:hijYd'%%%TTTTTTTTTTTTTT '-&
I67:A6)*CbZgdYZ;Vba^Vhedg8aVhhZYZGZcYVBZchVaZbBVg^c\{Z8jgî^WV!HZ\jcYd
IêdHdX^dZheVX^Va'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '.%
I67:A6)+GZcYVEZg8VeîVZbBjc^Xe^dhYVhGZ\^ZhBZigdedaîVcVhYZBVg^c\{ZYZ
8jgî^WV!'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '.%
I67:A6),Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{!>cY^XVYdgZhYZEdWgZoV!&..&Z
'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '.+
I67:A6)-Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{HZ\jcYd8aVhhZYZGZcYVBZchVa
YdGZhedch{kZaZbHVa{g^d"Bc^bd'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '.,
I67:A6).Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{HZ\jcYdGZcY^bZcidBY^dcd
IgVWVa]dEg^cXêVaZbHVa{g^d"Bc^bd'%%% TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '.,
I67:A6*%Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{HZ\jcYdVEdejaVdZb>YVYZ
6i^kV!EdejaVd:Xdcdb^XVbZciZ6i^kVZIVmVYZ6i^k^YVYZ'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '.I67:A6*&Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{HZ\jcYdVEdejaVd
:Xdcdb^XVbZciZ6i^kV!EdejaVdDXjeVYVZIVmVYZDXjeVd'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTT '.I67:A6*'Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{HZ\jcYdCbZgdYZDXjeVYdhXdb
GZcY^bZcidcdIgVWVa]dEg^cXêVa'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '..
I67:A6*(gZVYZEdcYZgVd6bdhigVa6:9hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{HZ\jcYd
EdejaVdedg;V^mVYZGZcYV;Vbâ^VgEZg8VeîV'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (%%
I67:A6*)gZVYZEdcYZgVd6bdhigVa6:9hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{HZ\jcYd
GZcY^bZcidBY^dcdIgVWVa]dEg^cXêVaZbHVa{g^d"Bc^bd'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (%&
I67:A6**BZ^dYZIgVchedgiZJiâôVYdeZadh;jcX^dc{g^dhZbBVg^c\{'%%'TTTTTTTTTT (&(
I67:A6*+Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edgEdejaVdGZh^YZciZYZ*6cdhZ
BV^hYZ>YVYZZ>b^\gVciZhYZ9ViV;^mV'%%% TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (&+
I67:A6*,Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{HZ\jcYd>b^\gVciZhYZ9ViV;^mVedg
Dg^\Zb'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (&+
I67:A6*-Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{HZ\jcYdEdejaVdGZh^YZciZ&*
6cdhZBV^hYZ>YVYZfjZIgVWVa]Vdj:hijYVZEZhhdVhfjZGZVaôVgVbBdk^bZcidEZcYjaVg
'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (&,
I67:A6*.CkZaYZ^ciZ\gVdbZigdedaîVcVYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edgEdejaVd
GZh^YZciZYZ*6cdhZBV^hYZ>YVYZZ>b^\gVciZhYZ9ViV;^mV'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTT (&,
I67:A6+%CkZaYZ^ciZ\gVdbZigdedaîVcVYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edgEdejaVd
GZh^YZciZ&*6cdhZBV^hYZ>YVYZfjZIgVWVa]Vdj:hijYVZEZhhdVhfjZGZVaôVgVbBdk^bZcid
EZcYjaVg'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (&I67:A6+&gZVhYZEdcYZgVd6bdhigVa6:9hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
EdejaVdGZh^YZciZYZ*6cdhZBV^hYZ>YVYZZ>b^\gVciZhYZ9ViV;^mV'%%%TTTTTTTTTTT (&.
I67:A6+'gZVYZEdcYZgVd6bdhigVa6:9hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{HZ\jcYd
>b^\gVciZhYZ9ViV;^mVedgDg^\Zb'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ('%
I67:A6+(gZVYZEdcYZgVd6bdhigVa6:9hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{HZ\jcYd
EdejaVdGZh^YZciZ&*6cdhZBV^hYZ>YVYZfjZIgVWVa]Vdj:hijYVZEZhhdVhfjZGZVaôVgVb
Bdk^bZcidEZcYjaVg'%%% TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ('&
I67:A6+)6cdYZ>chiVaVdZ6cdYZ>c\gZhhdYdhBjc^Xe^dhcVGZ\^dBZigdedaîVcVYZ
BVg^c\{'%%*TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ())
I67:A6+*CkZaYZ>chigjdYdhEgZ[ZîdhZK^XZ"egZ[Zîdh!EVgi^Yd6ijVaZGZZaZ^dYdh
EgZ[ZîdhedgBjc^Xe^dhGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%*TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ())
I67:A6++8dbedh^dYdFjVYgdYZEZhhdVaYV6Yb^c^higVd9^gZiV!>cY^gZiVZ;jcX^dc{g^dh
>cVi^kdh!edgBjc^Xe^dhGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%&'%%*TTTTTTTTTTTTTTTTT ()*
I67:A6+,:m^hicX^VYZAZ^Dg\}c^XV!EaVcd:higVi\^XdZZm^hicX^VYZEaVcZ_VbZcidBjc^XêVa!
GZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%*TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ()+
I67:A6+-:m^hicX^VYZAZ\^haVdZ>chigjbZcidhYZEaVcZ_VbZcidJgWVcd!edgBjc^Xe^d
GZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%*TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ()+
I67:A6+.:m^hicX^VYZ8dchgX^dh>ciZgbjc^XêV^hYZHVYZ#GZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{
'%%*TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (),
I67:A6,%:m^hicX^VYZHZgk^dhIZgXZ^gôVYdhGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%*TTT (),
I67:A6,&IêdYZ6i^k^YVYZh>c[dgbViôVYVh!edgBjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZ
BVg^c\{'%%*TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ()I67:A6,':m^hicX^VYZ8VYVhigd>bdWâ^{g^d!Xdb>cY^XVdYZ6a\jbVh8VgVXiZghi^XVhYd
8VYVhigdedgBjc^Xe^dhGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%*TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ()I67:A6,(6:m^hicX^VYZ8dchZa]dhBjc^XêV^h!edggZVYZ6ijVd!edgBjc^Xe^dh!GZ\^d
BZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%* TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ().
I67:A6,(7:m^hicX^VYZ8dchZa]dhBjc^XêV^h!edggZVYZ6ijVd!edgBjc^Xe^dh!GZ\^d
BZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%* TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (*%
I67:A6,(8:m^hicX^VYZ8dchZa]dhBjc^XêV^h!edggZVYZ6ijVd!edgBjc^Xe^dh!GZ\^d
BZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%* TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (*&
I67:A6,):m^hicX^VYZ;VkZaVh!8dgi^dhZAdiZVbZcidh>ggZ\jaVgZhZ8aVcYZhi^cdh!dj
6hhZbZa]VYdh!8VYVhigd!<gVjYZ6WgVc\cX^VYd8VYVhigd:CbZgdYZJc^YVYZh8VYVhigVYVhedg
Bjc^Xe^dh#GZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%*TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (*'
I67:A6,*:m^hicX^VYZg\d:heZXXdcVgZVYZ=VWîVd!8VYVhigdYZ;Vba^Vh
>ciZgZhhVYVhZbEgd\gVbVh=VWîVX^dcV^hZ8dchZa]dYZ=VWîVd!Z:m^hicX^VYZAZ^Xdb
>cY^XVdYdAdiZBc^bd!edgBjc^Xe^dh!GZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{TTTTTTTTTTTTTT (*(
I67:A6,+:m^hicX^VZIêdYZEgd\gVbVdj6dcVgZVYZ=VWîVd!edgBjc^Xe^dh!GZ\^d
BZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%* TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (*(
I67:A6,,IdiVaYZA^XZcVheVgV8dchigjdZIdiVaYZ6akVg{hYZ=VWîVd8dcXZY^Ydh!edg
Bjc^Xe^dhGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%)TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (*)
I67:A6,-:m^hicX^VZIêdYZ>cXZci^kdheVgV6igV^g6i^k^YVYZh:Xdcb^XVhZ:m^hicX^VYZ
Egd\gVbVhdj6ZhYZ8VeVXîVdEgdhh^dcVaTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (*)
I67:A6,.IêdYZ>chigjbZcidhAZ\V^hYZ?jhi^VZHZ\jgVcVEWa^XV:m^hiZciZh!Z:m^hicX^V
YZ<jVgYVBâîVg!edgBjc^Xe^dh!GZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%*TTTTTTTTTTTTTTT (*)
I67:A6-%IêdYZ:hiVWZaZX^bZcidh8jaijgV^hZYZAVoZg:m^hiZciZhZYZ7VcYVYZBh^XVZYZ
DgfjZhigV!edgBjc^Xe^dh"GZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%*TTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (**
I67:A6-&IêdYZ:hiVWZaZX^bZcidhHZaZX^dcVYdhYZ8dbgX^d!HZgk^dhZAVoZg:m^hiZciZh!edg
Bjc^Xe^dh"GZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%*TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (**
I67:A6-'>cY^XVYdgZhHZaZX^dcVYdheVgV>YZci^XVdYdC^kZaYZ>ciZ\gVdcV9^c}b^XVYV
6\adbZgVdYdh<gVcYZh:heVdhJgWVcdh7gVhâZ^gdh TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (+*
I67:A6-(GZ\^ZhBZigdedaîVcVhYd<gjed+cV=^ZgVgfjôVdYdh:heVdhBZigdedaîVcdh TTT (++
I67:A6-)BY^VYdE>7EZg8VeîV$&..+GZ\^ZhBZigdedaîVcVhYd<gjed+TTTTTTTTTT (+,
I67:A6-*EdejaVdZE>7EZg8VeîVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{TTTTTTTTTTTTT (+,
I67:A6-+EdejaVdZE>7EZg8VeîVHZ\jcYdBY^VXdbZhZb8^YVYZEadGZ\^d
BZigdedaîVcV TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (+,
I67:A6-,E>7&...'%%'EZg8VeîVEgZdhYZ'%%' TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (+I67:A6--E>7&...'%%'ZKVg^VdcdEZgdYdTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (+I67:A6-.GZXZîV!9ZheZhV!:cY^k^YVbZcidZ8VeVX^YVYZYZ>ckZhi^bZcidGBBTTTTTTT (+.

I67:A6.%:higjijgVYVGZXZîV!YV9ZheZhV!Z8VeVX^YVYZYZ>ckZhi^bZcidedgBjc^Xe^d
GZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{ TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (,%
B_ijWZ[GkWZhei
9kh_j_XW
FJ69GD&#&8dbedh^dYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZ8jgî^WVTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT&
FJ69GD&#'CkZaYZ>ciZ\gVdYdhBjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZ8jgî^WV TTTTTT&(
FJ69GD(#&#GZaVdYVhgZVhYZEdcYZgVdYd8Zchd9Zbd\g{XdYZ'%%%6:9HGZ\^d
BZigdedaîVcVYZ8jgî^WV:mXaj^8jgî^WVTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT*(
FJ69GD(#'GZaVdYVhgZVhYZEdcYZgVdYd8Zchd9Zbd\g{XdYZ'%%%6:9H
Bjc^Xe^dYZ8jgî^WVGZ\^dBZigdedaîVcVYZ8jgî^WV TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT**
FJ69GD)#&AZ^hZCdgbVhfjZ9ZgVbHjedgiZ|6ijVdYV8DB:8 TTTTTTTTTTTTTTTTT &&.
B_ijWZ[=h|Yei
9kh_j_XW
<G;>8D(#'CbZgdYZKi^bVhedg=db^XY^dh!HZ\jcYdCkZ^hYZ>ciZ\gVdGB8&..-"
'%%'TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &&+
CWh_d]|
<G;>8D&Dg^\ZbYV;dgVYZIgVWVa]dfjZhZ:begZ\VZbBVg^c\{'%%'TTTTTTTTTTTT (&'
B_ijWZ[CWfWi
9kh_j_XW
B6E6&#&9^k^hdEdai^Xd6Yb^c^higVi^kVYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZ8jgî^WV'%%+TTTTTT &+*
B6E6'#&EVgi^XêVdYdBjc^Xe^dcdK6;IdiVaYd:hiVYdGB8&.,*Z'%%(TTTTTTTT &++
B6E6(#&gZVhYZEdcYZgVdYd8Zchd9Zbd\g{XdYZ'%%%6:9GZ\^dBZigdedaîVcVYZ
8jgî^WVTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &+,
B6E6(#'gZVhYZEdcYZgVdYd8Zchd9Zbd\g{XdYZ'%%%6:96\adbZgVYd
BZigdedaîVcd TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &+B6E6(#(IVmVYZ9ZhdXjeVd!HZ\jcYd6:9GB8'%%% TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &+.
B6E6(#)Iêdad\^VHdX^dZheVX^VaGB8'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &,%
B6E6(#*IVmVYZEdWgZoV!HZ\jcYd6:9GB8'%%% TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &,&
B6E6(#&(6YZfjVd>YVYZ$Hg^ZYZEZhhdVhZcigZ,Z&)Vcdh!HZ\jcYd6:9GB8
'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &,'
B6E6(#&)>cVYZfjVd;jcY^{g^V!HZ\jcYd6:9GB8'%%% TTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &,(
B6E6(#&*6WVhiZX^bZcidYZ\jV!HZ\jcYd6:9GB8'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &,)
B6E6(#&+>chiVaVdHVcî{g^V!HZ\jcYd6:9GB8'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &,*
B6E6(#&,9db^Xa^dhEVgi^XjaVgZhEZgbVcZciZhZb6\adbZgVYdhHjWcdgbV^h!HZ\jcYd6:9
GB8'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &,+
B6E6(#&-9db^Xa^dhXdbIdYdhdh7ZchYZJhd9^[jcY^Yd!HZ\jcYd6:9GB8'%%%TTT &,,
B6E6(#&.9Xî=VWîVX^dcVaGZaVi^kd!HZ\jcYd6:9GB8'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTT &,B6E6(#'%Bdk^bZcidEZcYjaVgZb9^gZdVdEdad!HZ\jcYd6:9GB8'%%%TTTTTTTT &,.
B6E6(#'&Bdk^bZcidEZcYjaVg!HZ\jcYd6:9GB8'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &-%
B6E6*#&6jidcdb^VYVGZXZîVYdBjc^Xe^dGB8'%%(TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &-&
B6E6*#'<VhidHdX^VaYdBjc^Xe^dGB8'%%(TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT &-'
CWh_d]|
B6E6&gZVhYZ:meVchd9Zbd\g{XVYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%% TTTTT &-B6E6'AdXVaôVdYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{cVBZhdggZ\^dCdgiZ8ZcigVacd
:hiVYdYdEVgVc{'%%'TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '%'
B6E6(66XZhh^Wâ^YVYZ|\jV:cXVcVYVZVd7Vc]Z^gdedgEZhhdVhYVGZ\^dBZigdedaîVcV
YZBVg^c\{ZbhjVhGZh^YcX^Vh'%%% TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '%B6E6)Iêdad\^VhHX^ddXjeVX^dcV^hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg6:9h'%%%TT '&,
B6E6*EZgXZcijVaYZ;Vba^Vhedg8aVhhZYZGZcYVBZchVaEZg8VeîVfjZGZXZWZbVi
HVa{g^dBc^bdYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg6:9h'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTT '&.
B6E6+GZaVd:cigZVhEg^cXêV^h8ZcigVa^YVYZhYVGZ\^dHjaYd7gVhâZb&.,-TTTTTTTT '',
B6E6,GZaVZh:cigZVh8ZcigVa^YVYZhYd:hiVYdYdEVgVc{Zb&..( TTTTTTTTTTTTTTTT ''-
B6E6-EdejaVdGZh^YZciZedg6:9hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%%TTTTTTT '(%
B6E6.cY^XZYZ:ckZa]ZX^bZcidYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg6:9h'%%%TTT '(&
B6E6&%9^hig^Wj^dYVEdejaVdYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{HZ\jcYdV8dgCZ\gd
EVgYdedg6:9h'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '(+
B6E6&&9Xî=VWîVX^dcVaedg6:9hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%%TTTTTTT ')+
B6E6&'EZgXZcijVaYZ9db^Xa^dhEVgi^XjaVgZhEZgbVcZciZhedg8VgcX^VYZ\jVcdh
Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%% TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT ')B6E6&(EZgXZcijVaYZ9db^Xa^dhfjZEdhhjZbIdYdhdh7ZchYZJhd9^[jcY^Ydedg6:9hYV
GZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '*'
B6E6&)IVmVYZ6cVa[VWZi^hbdYdhBjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg6:9h
Zb'%%% TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '+(
B6E6&*EZgXZcijVaYZEZhhdVhYZ,V&)VcdhfjZ;gZfZciVb:hXdaVZbHg^Z6YZfjVYVcV
GZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg6:9h'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '+,
B6E6&+EZgXZcijVaYZ;Vba^Vhedg8aVhhZYZGZcYVBZchVaEZg8VeîVfjZGZXZWZbVibZ^d
HVa{g^d"Bc^bdedg6:9hGBBVg^c\{'%%% TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '-B6E6&,<gVjYZ;dgbVaôVdYZIgVWVa]dedg6:9hGBBVg^c\{'%%% TTTTTTTTTTTT '.'
B6E6&-EgdedgdYZ>b^\gVciZhYZ9ViV;^mVYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg6:9h
'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (%.
B6E6&.EZgXZcijVaYZEZhhdVhfjZIgVWVa]Vbdj:hijYVb;dgVYdAdXVaYZBdgVY^Vedg6:9h
YVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%%TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (&&
Conjuntura Urbana
Como Anda Curitiba

Autores
Rosa Moura
Daniel Nojima
Dbora Zlotnik Werneck
Eloise Machado
Josil R. V. Baptista
Maria Isabel de Oliveira Barion
Maria Luiza M. S. Marques Dias
Marley Vanice Deschamps
Paulo Roberto Delgado
Sandra Terezinha da Silva
Organizadora
Rosa Moura
&1
Captulo
XVeijad
'$ ?dij_jkY_edWb_pWe[Fei_eZWH[]_e
C[jhefeb_jWdWZ[9kh_j_XWde9edj[nje
C[jhefeb_jWdeDWY_edWb
&#&# >chiîjX^dcVaôVdZ8dc\jgVdYd:heVdBZigdedaîVcd
A Regio Metropolitana de Curitiba RMC, foi criada em 1973, no corpo da lei
federal 14/73. Atualmente, agrega 26 municpios: os 14 originais, cinco desmembrados
desses e sete municpios integrados aos limites regionais por legislaes estaduais (Quadro
1.1 e Mapa 1.1).
FJ69GD&#&8dbedh^dYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZ8jgî^WV
>chiîj^dDg^\^cVa&
6ab^gVciZIVbVcYVg
Bjc^Xe^dh9ZhbZbWgVYdh
>cXajhdedgAZ\^haVZh:hiVYjV^h
8VbedBV\gd
6gVjX{g^V
7VahVCdkV
7dXV^kVYdHja
IjcVhYdEVgVc{
8Vbe^cV<gVcYZYdHja
8VbedAVg\d
8dadbWd
8dciZcYV
8jgî^WV
BVcY^gîjWV
;VoZcYVG^d<gVcYZ
E^gVfjVgV
E^c]V^h
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
1
FJ69GD&#&8dbedh^dYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZ8jgî^WVXdci^cjVd
>chiîj^dDg^\^cVa&
Bjc^Xe^dh9ZhbZbWgVYdh
>cXajhdedgAZ\^haVZh:hiVYjV^h
FjVigd7VggVh
G^d7gVcXdYdHja
>iVeZgjj
Hd?dhYdhE^c]V^h
6Yg^Vceda^h(
6\jYdhYdHja)
8Zggd6oja'
9djidgJanhhZh'
AVeV*
FjîVcY^c]V'
I^_jXVhYdHja'
;dciZ/AZ\^haVZh
CdiVh/&AZ^XdbeaZbZciVg[ZYZgVac&)$,(#
'AZ^ZhiVYjVac&&#%',$.)#
(AZ^ZhiVYjVac&&#%.+$.*#
)AZ^ZhiVYjVac&'#&'*$.-#
*AZ^ZhiVYjVac&(#*&'$%'#
Em 1970, a RMC sequer contava com um milho de habitantes e, em trs dcadas

e meia, passou a abrigar mais de 3,1 milhes de moradores, segundo estimativas do IBGE
para 2004. A ocupao do espao regional j na primeira dcada transcende os limites
territoriais do municpio-plo, configurando uma aglomerao contnua que incorpora
dinmica metropolitana os municpios de seu entorno imediato.
Nessa poca, o Estado do Paran passava por mudanas na agropecuria modernizao da base tcnica de produo, expanso de culturas, comercializao de commodities e
agroindustrializao e por um processo de intensa concentrao fundiria, com expressivos
fluxos migratrios na direo dos centros urbanos, particularmente para Curitiba e entorno.
A industrializao, que tinha maior expressividade no interior do Estado, intensifica-se no
espao metropolitano, com a introduo dos ramos modernos na linha da metalmecnica, como
parte do processo de desconcentrao da atividade econmica a partir de So Paulo.
Nos anos 1970 e 1980, Curitiba sediou grandes grupos econmicos, particularmente
na Cidade Industrial de Curitiba. Araucria, municpio limtrofe, recebeu a Refinaria da
Petrobrs, alcanando a segunda maior participao no valor adicionado fiscal (VAF) da
Regio (NOJIMA et al., 2004).
2
8dbd6cYVbVhGZ\^ZhBZigdedaîVcVh
Conjuntura Urbana Volume 7
O impacto inicial do crescimento populacional e da intensificao no uso do solo
metropolitano foi simultneo ao processo ininterrupto de planejamento urbano em Curitiba,

iniciado nos finais dos anos 1960. A implementao do planejamento criou elementos
que valorizaram a terra urbana e a moradia do plo e elevaram o custo de melhorias e
tributos locais, tornando o processo de ocupao seletivo e induzindo o crescimento da
ocupao de segmentos mais pobres para reas perifricas internas e principalmente

externas aos seus limites administrativos. reas nas quais haviam disponveis lotes mais
compatveis ao poder aquisitivo desses segmentos, e cuja distncia era coberta por um
sistema de transporte coletivo que facilitou a comutao diria entre o local de moradia
e o de trabalho.
Nos anos 1990, a alterao da composio original da estrutura industrial, incorporando novos segmentos, sustentada por uma poltica estadual de atrao de novos
investimentos, reforou o espao metropolitano, que disponibilizava vantagens locacionais
da proximidade do mercado do Sudeste e do Porto de Paranagu, oferta de infra-estrutura
em termos de energia, telecomunicaes, aeroporto internacional e rodovias, dentre outros
fatores que se somaram concesso de incentivos fiscais e financeiros.
Os investimentos econmicos foram realizados particularmente nos municpios de
So Jos dos Pinhais, que foi contemplado com a localizao das duas maiores montadoras
automotivas (Renault e Volkswagem/Audi) e que recebeu uma srie de investimentos em
comrcio e servios, alm da adequao do aeroporto internacional; Campo Largo (que
por pouco tempo sediou a Chrysler, tendo vivido o impacto da condio efmera desse
investimento); Araucria e Curitiba (com a modernizao e ampliao de segmentos
existentes); assim como pequenas inverses nos demais municpios limtrofes ao plo.
Acompanhando o reforo atividade industrial, os setores Comrcio e Servios
demonstram maior incremento em toda a dcada. O ltimo, fortemente concentrado no plo,
voltou-se particularmente s empresas e ao mercado constitudo pelos empreendimentos,
pelo fluxo de executivos e profissionais especializados que se intensificou e pelos novos
habitantes da cidade, que demandam servios mais complexos e sofisticados, peculiares ao
mundo globalizado. Curitiba passou a ter visibilidade entre as cidades que desempenham
papel relevante no cenrio econmico nacional, adicionando sua condio de cidademodelo a de metrpole-competitiva (FIRKOWSKI, 2001). Atividades desses setores
tambm se espraiaram entre os municpios metropolitanos. So Jos dos Pinhais destaca-se
por apresentar-se como nova centralidade desse espao regional transformado.
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
Alm dos supermercados, hipermercados, shopping centers, e do setor de hotelaria,
os elementos mais expressivos e reveladores das mudanas em curso relacionam-se s

atividades de publicidade e propaganda, moda, bancos, servios especializados para
empresas, eventos e feiras relacionados s demandas do turismo de negcios, livrarias,

alm de atividades que se fazem presentes de modo imaterial, como as novas demandas
por servios por meio eletrnico, centros de compras 24 horas, alm de outros valores
urbanos recm-incorporados vida do curitibano (FIRKOWSKI, 2001).
A desconcentrao da atividade econmica, ou concentrao dispersa entre
municpios, alterou substancialmente o perfil da economia metropolitana, com trans-
formaes socioespaciais e efeitos ambientais marcantes (IPARDES, 2005a). Ademais,

reforaram o aglomerado metropolitano como o espao econmico de maior relevncia
no Paran (IPARDES, 2005b).
A estratgia de atrao da atividade econmica acabou por reforar os fluxos
migratrios para a Regio, acentuando a desigualdade, j que mesmo com o crescimento
da oferta de empregos, grande contingente de mo-de-obra permanece fora do mercado.

O processo de ocupao, da forma intensa e contnua como ocorreu na rea metropolitana
de Curitiba nessas trs dcadas, no se fez acompanhar pela implementao de um processo
regional de planejamento e gesto, e as polticas pblicas foram insuficientes para viabilizar

o atendimento s novas e crescentes demandas. Novas ocupaes se adensaram em parcelas
territoriais de municpios economicamente menos dinmicos e financeiramente dependentes

de transferncias de recursos, como os provenientes do Fundo de Participao dos Municpios
(FPM), muitas vezes em reas de mananciais de abastecimento hdrico de toda a regio ou

ambientalmente vulnerveis.
A fronteira de periferizao da ocupao metropolitana, iniciada com o extravasa-
mento da ocupao de Curitiba sobre seus limites imediatos nos anos 1990, transcende
o conjunto de municpios limtrofes e insinua-se na direo de outros, prximos a esses.

Em 2000, a RMC j apresenta uma extenso da mancha contnua de ocupao, que
incorpora as sedes municipais da maioria dos municpios vizinhos a Curitiba, e pores
de municpios mais distantes incluindo os classificados como de nveis muito alto, alto
e mdio, quanto integrao na dinmica metropolitana.
Essa rea, embora contnua, bastante desigual, tanto no que se refere insero dos
municpios na dinmica da economia regional, quanto nas condies socioambientais.

4
Sob efeitos do processo de internacionalizao da economia, a ocupao seletiva
que formatou o espao metropolitano de Curitiba torna-se mais acentuada, agregando

um diferencial. Atualmente, parcelas das classes de rendimentos mdio e alto esto
optando pelas mesmas reas perifricas, at ento redutos de populao de menor
renda, atradas pela oferta de condomnios de luxo, perfeitamente conectados a Curitiba.

Nas periferias tambm se localizam os novos distritos industriais que conformam o
plo automotivo do Estado do Paran, alm de grandes empreendimentos comerciais,

empresariais e de servios.
As municipalidades menos dinmicas no se encontram capazes de responder s
exigncias de modernizao postas por esses empreendimentos, quanto aos padres de
competitividade e atratividade s atividades modernas, permanecendo excludas do processo,

abrigando a populao pobre e as atividades segregadas. A pobreza tambm pontua o interior
do plo metropolitano, que responde pelos contingentes mais elevados de famlias carentes
e domiclios inadequados, entre os municpios da RMC (IPARDES, 2005a).
&#'# 6GB8XdbeVgVi^kVbZciZ|hYZbV^hGBh
Para posicionar Curitiba perante as principais aglomeraes metropolitanas do Brasil,
foram considerados os resultados dos estudos voltados s unidades institucionalizadas
(regies metropolitanas e regies integradas de desenvolvimento - RIDE). Criadas por

diferentes legislaes, configuram unidades regionais bastante distintas, o que justificou a
realizao, no mbito dos produtos demandados pelo Ministrio das Cidades, de estudo
visando identificar aquelas que efetivamente se constituem como metropolitanas, por
meio de sua classificao; demarcar espacialmente a intensidade do fenmeno de integrao
dos municpios na dinmica da aglomerao; dimensionar o nvel de concentrao de

atividades nessas espacialidades; e caracterizar socialmente o conjunto.
O universo dessa pesquisa constituiu-se das 26 regies metropolitanas institu-
cionalizadas at o ano de 2003, das regies integradas de desenvolvimento do Distrito
Federal e de Teresina/ Timon, das aglomeraes urbanas no institucionalizadas, desde
que polarizadas por capitais de Estados e das capitais que no configuram aglomeraes,
num total de 37 espaos urbanos. Os 471 municpios que compem esses espaos so a
unidade de pesquisa.
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
O trabalho empregou o conceito de aglomerao urbana para as unidades que
compem uma mancha contnua de ocupao sobre mais de um municpio, envolvendo

fluxos intermunicipais, complementaridade funcional e integrao socioeconmica.
Difere do entendimento de regio metropolitana que, nesse trabalho, corresponde a uma
poro definida institucionalmente. Considerou metrpole, a cidade principal de uma
aglomerao, destacando-se pelo tamanho populacional e econmico, desempenho de
funes complexas e diversificadas, e relaes econmicas com vrias outras aglomeraes,

funcionando como centro de comando e coordenao de uma rede urbana.
Este entendimento orientou a classificao das unidades, que teve como pressupostos
a centralidade, definida por indicadores do grau de importncia, aferindo a complexidade

e diversidade de funes e sua abrangncia espacial, e a natureza metropolitana, associada
a nveis elevados de concentrao de populao e atividades, particularmente as de
maior complexidade, e a centralidade que transcende a regio. Para tanto, valeu-se de
informaes sobre o volume populacional e de atividades, fluxos, e oferta de bens e
servios mais raros e avanados, caractersticos da nova economia, disponveis para
todo o territrio nacional.
Entre as 37 unidades consideradas foram identificadas, por meio de dois processos
classificatrios, seis categorias que expressam relativa homogeneidade. A categoria 1 inclui
apenas a RM de So Paulo, com os resultados mais expressivos em todos os indicadores.
A RM do Rio de Janeiro, com a segunda maior pontuao em todos os indicadores,

tambm compe, individualmente, a categoria 2, com elevado desnvel entre sua posio
e a de So Paulo. Na categoria 3 enquadram-se as RMs de Belo Horizonte, Porto Alegre,
Braslia, Curitiba, Salvador, Recife e Fortaleza. Na categoria 4, as RMs de Campinas,
Vitria, Goinia, Belm e Florianpolis, assim como Manaus. Estas quatro categorias
foram consideradas como metropolitanas, dado que apresentam indicadores com mais
expressividade que os das demais categorias.
Na categoria 5 incluem-se as RMs Norte/Nordeste Catarinense, Baixada Santista,

Natal e Londrina, configurando um perfil de espao metropolitano emergente, alm das
RMs de So Lus, Macei e Joo Pessoa, as aglomeraes de Aracaju1 e Cuiab, e a capital
Campo Grande. Na categoria 6, as RMs Vale do Itaja, Maring, Foz do Itaja, Vale do Ao,
1
A RM de Aracaju, embora criada em 1995, ainda no havia obtido a ratificao da adeso dos municpios por parte das Cmaras de Vereadores, conforme exige seu artigo 5.
Carbonfera e Tubaro, a RIDE Teresina e as capitais Porto Velho, Macap, Rio Branco,
Palmas e Boa Vista.
A leitura comparativa da posio da RMC perante as demais RMs do Brasil situa
a Regio na sexta posio do ranking (tabela 1.1), incluindo-a entre as oito unidades da
categoria 3 (OBSERVATRIO, 2005c). Tem o ndice fatorial de 0,119 e a somatria de

27 pontos no conjunto de indicadores, apresentando um distanciamento maior entre sua
pontuao e a da RIDE de Braslia em posio imediatamente superior na hierarquia
(ndice 0,146) do que entre ela e a RM de Salvador, em posio imediatamente abaixo

(ndice 0,103).
I67:A6&#&>cY^XVYdgZheVgV8aVhh^XVdZ8ViZ\dgôVdYVhJc^YVYZh
EdejaV}d
:hi^bVYV'%%)
bâ]VW#
C6\cX#
7VcX{g#'%%(
DeZgVZh7VcX#
Z;^cVc#'%%(
Gbâ]d
BVhhVGZcY^b#
BZchVa'%%%
Gbâ]d
:begZ\dh
;dgbV^h6i^k#
EdciV'%%'
EVhhV\#Ig{[Z\d
6gZd'%%(bâ
HZYZh*%%
BV^dgZh
:begZhVh'%%)
HdbVig^VYdh
>cY^XVYdgZh
cY^XZ;Vidg^Va
8ViV\dg^V
>cY^XVYdgZh
HdEVjad
&.#&',!)
'#'&&
'.%#(,%!)
.#%--!+
*,*#+.(
&*#-.'!+
&,-
)'
&
&
G^dYZ?VcZ^gd
&&#'.-!*
&#&%)
,%#-,)!)
)#.%'!&
&-'#%)*
,#--*!&
+%
(*
%!)'*
'
7Zad=dgôdciZ
*#'-,!,
)*%
'-#+%+!'
&#-)(!.
.'#,+'
(#&%+!.
'&
'-
%!&,)
Edgid6aZ\gZ
(#.-)!%
)*-
'+#-&(!&
&#,%%!%
-%#.,'
'#*'%!.
(&
'-
%!&+'
7gVha^V
(#(,%!(
'&*
))#.-'!,
&#)('!&
)%#',+
*#.%-!.
'-
%!&)+
8jgî^WV
(#&&%!*
'--
')#.'+!(
&#'+,!-
,%#,)+
'#((.!,
&)
',
%!&&.
HVakVYdg
(#'.&!%
''%
&%#.,,!+
.)&!&
)%#%+'
'#--&!+
&,
'+
%!&%(
GZX^[Z
(#**&!-
'&(
.#&)(!.
.(-!'
(*#'+*
'#'(.!-
')
%!%-,
;dgiVaZoV
(#'-(!,
&*-
&&#,*,!*
,**!(
'&#--*
&#),(!-
')
%!%,%
8Vbe^cVh
'#*-%!)
'-&
&(#'*)!'
&#&''!)
,*#,('
+*'!+
&,
')
%!%.+
BVcVjh
&#*.'!+
+-
'#+*.!(
(+-!.
(-#-&%
&#%-(!*
&-
''
%!%*(
Kîg^V
&#*.(!)
&'-
*#+'-!*
*(%!+
&&#'+'
&#&'&!-
&&
''
%!%)-
<d^}c^V
&#.+)!'
&(&
*#'*.!.
+-)!'
&,#.*.
,*(!*
'%
%!%),
7Zab
'#%%)!(
,-
(#*'.!+
).&!)
.#-+.
&#%.+!-
'%
%!%)%
;adg^Vceda^h
.&'!(
&&-
(#()*!*
)%%!)
&'#-.%
&#&&'!&
'
&.
%!%('
CdgiZ$CdgY#
8ViVg^cZchZ
&#%%(!%
&%.
(#)--!(
(&-!%
()#&,-
&-'!&
'%
%!%('
Jc^YVYZh
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
I67:A6&#&>cY^XVYdgZheVgV8aVhh^XVdZ8ViZ\dgôVdYVhJc^YVYZhXdci^cjVd
EdejaV}d
:hi^bVYV'%%)
bâ]VW#
C6\cX#
7VcX{g#'%%(
DeZgVZh7VcX#
Z;^cVc#'%%(
Gbâ]d
BVhhVGZcY^b#
BZchVa'%%%
Gbâ]d
:begZ\dh
;dgbV^h6i^k#
EdciV'%%'
EVhhV\#Ig{[Z\d
6gZd'%%(bâ
HZYZh*%%
BV^dgZh
:begZhVh'%%)
HdbVig^VYdh
>cY^XVYdgZh
cY^XZ;Vidg^Va
8ViV\dg^V
>cY^XVYdgZh
7V^mVYV
HVci^hiV
&#+%-!*
&)(
,#(%%!,
+)+!*
,#.&(
'
&,
%!%()
CViVa
&#'&)!-
*,
'#)+'!-
(%)!(
+#,+%
+*-!)
'
&,
%!%'(
AdcYg^cV
,'-!&
,*
'#*+&!&
'+%!&
&%#*%'
'.(!%
&,
%!%'%
HdAjh
&#&..!'
*,
'#',&!)
')*!,
(#-%.
(+*!)
&
&*
%!%&-
BVXZ^
&#%.(!&
*(
'#'*+!(
')*!(
)#%.)
)*'!*
&
&*
%!%&-
8j^VW{
,+,!(
*,
'#'&&!-
'++!.
)#,,-
*,'!%
&
&)
%!%&,
8Vbed<gVcYZ
,()!'
+)
'#(*-!&
'+&!.
)#+-*
),%!'
&
&)
%!%&+
&#%'+!-
+%
'#)'&!&
'))!-
)#+&%
&-*!.
&
&)
%!%&+
6gVXV_j
,.'!&
+%
'#)+*!(
&.&!-
*#*%(
'(.!)
&
&*
%!%&)
KVaZYd>iV_V
+&'!-
.%
(#')%!.
''-!(
&&#)+*
&
&)
%!%&*
IZgZh^cV
.&+!+
)'
&#*+,!%
&.'!-
*#&)'
&,*!,
&
&)
%!%&'
BVg^c\{
*(.!&
*)
&#+*)!.
&,-!.
+#*(*
&,(!)
&
&)
%!%&&
;doYd>iV_V
)(,!-
(.
-,-!&
&*'!(
)#(,%
'.%!&
&
&'
%!%%.
KVaZYd6d
*.+!'
)%
,('!'
&(*!%
&#-+-
-+!&
&
&'
%!%%,
8VgWdc[ZgV
()-!-
*%
&#%%&!%
&&'!(
(#)+.
,!.
&
&'
%!%%*
EdgidKZa]d
(-%!.
&.
*.%!+
&%'!&
&#+)&
&,%!*
%!%%(
BVXVe{
('+!*
&'
)&*!,
,&!.
,-+
(%'!.
%!%%(
G^d7gVcXd
'-)!+
&)
*,%!+
++!.
&#&,-
&')!&
%!%%&
EVabVh
&-,!+
&+
,%(!,
).!'
&#%).
&&*!(
%!%%%
7dVK^hiV
'(+!(
&&
+)&!+
+%!&
*.*
+,!)
%!%%%
IjWVgd
()(!*
)+
+'*!+
..!%
'#&,-
%!%%)
Jc^YVYZh
?ddEZhhdV
;dciZh/>7<:!78!BI:!968!GZk^hiV:mVbZ
Os indicadores destacam a RMC em relao aos demais espaos quanto ao nmero

de agncias bancrias (288 unidades, em 2003), colocando-a na quinta posio, tendo logo
a seguir a RM de Campinas (com 281). Esse o indicador que mais aproxima a RMC
das regies metropolitanas consagradas nas primeiras posies dos rankings: So Paulo,
Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre.
8
A RMC mantm-se na sexta posio quanto ao total das operaes bancrias e
financeiras (R$ 24.926,2 milhes, em 2003), com valores muito prximos aos da RM de
Porto Alegre (R$ 26.813,0 milhes); quanto massa de rendimentos mensal (R$ 1.267,8
milhes em 2000), sendo outra vez seguida pela RM de Campinas (R$ 1.122,3 milhes);
e quanto ao total de empregos formais em atividades de ponta (70.746 empregados em
2002), pouco abaixo da RM de Campinas (75.732).
Coloca-se na stima posio quanto ao volume de passageiros areos, em 2003

(2.339.696), superando Recife (2.239.806 passageiros), importante destino turstico do
litoral nordestino; em stimo lugar, quanto ao nmero de empresas includas entre as 500
maiores do Brasil (14), posio intermediria entre as RMs de Salvador e de Campinas

(17) e a RM de Vitria (11); e em nona posio no que se refere populao, superando
a ordem dos 3,1 milhes de habitantes em 2004.
Internamente, Curitiba concentra com certa primazia todos os indicadores.
Das 288 agncias bancrias, 232 situavam-se em Curitiba; em So Jos dos Pinhais havia
15 agncias, sendo seguido por Colombo, com 6 (tabela 1.2). Chama-se ateno para a
inexistncia de agncias em 6 municpios da Regio e presena de uma nica unidade
em 7 municpios. Repete-se a concentrao no que se refere s operaes bancrias e
financeiras, com o municpio de Curitiba realizando 95,1% das operaes, seguido por
So Jos dos Pinhais, com 1,8%, depois por Campo Largo e outros municpios com
participaes inferiores a 1%.
A massa de rendimentos apresenta grau de concentrao um pouco menor, com
77,6% do total dos salrios e outros rendimentos circulando em Curitiba, 5,1% em So

Jos dos Pinhais, 3,4% em Colombo, e propores menores nos demais.
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
10
10
Conjuntura Urbana
Volume 7
&%*#-)-
'&+#.++
-'#(&'
&&,#%,-
')(#,*%
,+*#.*)
&&%#.*+
.)#&--
'%*#&))
)'#(,+
&%(#&,+
')#+*,
'(#,*&
&.#+.*
&.#(&-
8dadbWd
;VoZcYVG^d<gVcYZ
E^c]V^h
Hd?dhYdhE^c]V^h
CkZaBjîd6aid
6gVjX{g^V
E^gVfjVgV
CkZa6aid
8Vbe^cV<gVcYZYdHja
8VbedAVg\d
8VbedBV\gd
>iVeZgjj
BVcY^gîjWV
FjVigd7VggVh
&#,',#%&%
6ab^gVciZIVbVcYVg
8jgî^WVEad
Bjc^Xe^dHZ\jcYd
CkZaYZ>ciZ\gVd
'
'
&
&
',
&*
&
&
'('
CbZgd
EdejaVd
6\cX^Vh
:hi^bVYV
7VcX{g^Vh
'%%)
'%%(
(%#((%!(&
')#,&-!'*
%!%%
%!%%
&+'#++-!&&
+#**-!-)
&)%#*&&
&(#--*!-)
&'+#+')!--
,&,#+.'
)*,#,'+!('
&)&#(,.!),
)#*)*!(.
&%&#+&.!%'
&'#)'&!+*
'(#,&,#'.(!..
)#,+'
)#%'(
'#*-'
)#*+*
')#-%'
,#(),
(-#%)&
&*#''*
''#-&+
&++#,(*
+(#+%'
(%#&,(
&'#'&-
)(#'.*
&,#))-
.-(#-*%
&#%,&
'%.
(-
&#*)*
(',
&#,.'
'&*
&#*,,
&+#&.+
.#.)%
(#(,'
(&*
&#,,&
,.-
)-#*--
BVhhVYZ
IdiVaDeZg#
:begZ\dh
GZcY^bZcid
7VcX{g^Vh$
;dgbV^h
BZchVa
;^cVcX#'%%(
6i^k#YZ
'%%%G
Gbâ]d
EdciV'%%'
bâ
'#((.#+.+
'#((.#+.+
&
&
&
&
&'
%!((
%!&*
%!%)
%!%)
&!()
%!&)
&(!)&
%!&&
&(!'.
.!&)
+!+)
&!&+
%!'%
%!,.
%!(*
'+!+)
*!*,
(!&%
+!-(
*!.*
'!-%
+!,(
+!,*
.!-.
)!-,
*!)+
*!)(
(!**
&%!.&
*!%.
*!++
'!&(
'#*'-
&#&)'
'#'.+
(#)+-
-#,'+
*#'-+
',#&+*
&,#)*,
.#,%-
&'*#+-'
')#'.+
')#))&
&'#**-
)&#&.,
'(#&.%
'.#*,,
''!.,
&%!,&
'(!*+
'*!*'
&)!(,
')!&&
(.!&,
&*!-.
&,!.-
(+!%%
('!*.
()!*+
)&!-+
'!+,
.(!'+
+,!)&
-.!&.
,-!-&
--!'.
-*!.'
.'!)+
-*!,+
.(!'%
.-!(.
.+!',
.(!**
.'!*&
.,!+,
EZhhdVh
EZhhdVh
EZgXZcijVa
EVhhV\# IdiVaHZYZh EVgi^XêVd
IVmV
IgVWVa]Vb
IgVWVa]Vb
DXjeVYdh
Ig{[Z\d *%%BV^dgZh K6;IdiVaYd 8gZhX^b#
dj
dj:hijYVb
Cd"
6gZd
:begZhVh EVgVc{ Ede#IdiVa
:hijYVb
DjigdBjc#
6\gXdaVh
'%%(
'%%)
'%%(
&..&$'%%%
ZbDjigd
'%%%
'%%%
Bjc#'%%%
>cY^XVYdgZh
I67:A6&#'9^hig^Wj^VdYVEdejaVd!6i^k^YVYZh!8gZhX^bZcidZEZcYjaVg^YVYZZcigZdhBjc^Xe^dh!HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
11
11
&*#,&%
&(#(%*
(#..'
&(-#%.,
(#&&%#)**
I^_jXVhYdHja
IjcVhYdEVgVc{
CkZaBjîd7V^md
IDI6A
'--
&&
&
'
'
&
&
'
'
&%
;dciZh/>7<:!78!BI:!968!G:K>HI6:M6B:!H:;6"EG
))#'-,
FjîVcY^c]V
+#*&,
9djidgJanhhZh
AVeV
&)#'+,
,#-%-
6\jYdhYdHja
8dciZcYV
+#%&-
6Yg^Vceda^h
.#+.,
)&#',,
CkZa7V^md
&+#).+
(%#'+*
G^d7gVcXdYdHja
8Zggd6oja
&&#%&'
7VahVCdkV
7dXV^kVYdHja
'('#.,(
CkZaBY^d
Bjc^Xe^dHZ\jcYd
CkZaYZ>ciZ\gVd
CbZgd
EdejaVd
6\cX^Vh
:hi^bVYV
7VcX{g^Vh
'%%)
'%%(
')#.'+#'*+
&%+#'*'
%!%%
.#***!((
%!%%
++#%,)!,'
%!%%
&'#(*-!+)
&+#('+!%&
%!%%
&#&'.!),
-%,!).
'%#'((
'%#'('!,)
%!%%
'')#',+
&#'+,#-(%
'(#,-(
).)
'#%.*
'#*&&
.#,.&
*&+
'#,).
'#%')
&#+-'
&#&&'
-&%
,#()&
*#'*&
'#%.%
)-#%-%
,%#,)+
-'&
*&(
'
'+(
'.
&*+
&%-
)-
(#&.(
BVhhVYZ
IdiVaDeZg#
:begZ\dh
GZcY^bZcid
7VcX{g^Vh$
;dgbV^h
BZchVa
;^cVcX#'%%(
6i^k#YZ
'%%%G
Gbâ]d
EdciV'%%'
bâ
'#((.#+.+
&)
*(!&.
%!).
%!%'
%!%)
%!%&
%!('
%!%&
%!%,
%!%&
%!%'
%!%%
%!%%
&!),
&!%(
%!)*
'!%(
(!&)
&!%'
'!+,
'!%+
%!+*
%!)+
'!&'
)!*%
%!&-
&!+-
&!*+
"'!+.
&!()
%!,%
(!)(
)!'.
'&(#(*.
)#(*+
)+&
,((
.&%
,%
.%&
&('
,)(
'+%
&)+
(#&((
&#-&*
&#(&-
'(#))+
%!%%
*!-(
,!)%
(!()
&!+*
.!..
&!('
&(!*)
*!.)
(!-.
&%!(.
'%!%,
,'!).
).!-,
(+!%,
+(!&*
&+!.&
)-!(,
(&!(-
*.!*)
)+!.'
*%!)-
,&!*+
+-!('
EZhhdVh
EZhhdVh
EZgXZcijVa
EVhhV\# IdiVaHZYZh EVgi^XêVd
IVmV
IgVWVa]Vb
IgVWVa]Vb
DXjeVYdh
Ig{[Z\d *%%BV^dgZh K6;IdiVaYd 8gZhX^b#
dj
dj:hijYVb
Cd"
6gZd
:begZhVh EVgVc{ Ede#IdiVa
:hijYVb
DjigdBjc#
6\gXdaVh
'%%(
'%%)
'%%(
&..&$'%%%
ZbDjigd
'%%%
'%%%
Bjc#'%%%
>cY^XVYdgZh
I67:A6&#'9^hig^Wj^VdYVEdejaVd!6i^k^YVYZh!8gZhX^bZcidZEZcYjaVg^YVYZZcigZdhBjc^Xe^dh!HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8
Xdci^cjVd
Das 14 empresas includas entre as 500 maiores do Brasil, 12 encontram-se em
Curitiba, uma em So Jos dos Pinhais e outra em Araucria. So Jos dos Pinhais tambm
se sobressai por sediar o aeroporto internacional da Regio. Nos empregos formais em

atividades que se destacam como indicativas de segmentos de ponta da nova economia,
a distribuio adquire outro contorno: Curitiba responde por 68,7% desses empregos; So
Jos dos Pinhais, por 14,1%, e Pinhais, por 4,8%, com os demais municpios demonstrando
menores valores.
Essas informaes apontam para a RMC um grau de concentrao intermedirio
das atividades, j que em mais de um dos indicadores selecionados o plo responde por
percentuais inferiores a 75% proporo considerada primaz e representativa de plos

concentradores , perfazendo essa participao em conjunto com um ou no mximo dois
municpios.2 o caso de empregos formais em atividades de ponta, no qual Curitiba soma-se
a So Jos dos Pinhais para superar os 75% (atingindo assim 82,7%) e de populao, para
a qual os quatro municpios mais populosos no somam essa referncia.
As 37 unidades em anlise, do universo nacional da pesquisa, foram classificadas

conforme o nvel de integrao dos municpios dinmica da aglomerao. Esses nveis
foram captados por indicadores de evoluo demogrfica, fluxos de deslocamentos pendulares,
densidade, caractersticas ocupacionais, presena de funes especficas e indispensveis
circulao de pessoas e mercadorias (portos e aeroportos), e a capacidade de gerao
de renda pela economia local, tomando como referncia a participao do municpio na
composio do PIB total da unidade. Por meio deles foi delimitada a abrangncia efetiva
da aglomerao em cada unidade pesquisada.
Excluindo os 37 plos, dos demais 434 municpios 187 apresenta nveis muito baixo
ou baixo de integrao na dinmica da aglomerao, podendo ser considerados como no
integrados ou em integrao embrionria dinmica da aglomerao, e 98 colocam-se numa
posio intermediria quanto integrao nessa dinmica. Os 148 municpios classificados
nos nveis alto e muito alto reuniam, em 2004, aproximadamente 28 milhes de pessoas,
representando 34,2% da populao total das unidades pesquisadas. A sua participao no
incremento populacional do perodo 1991/2000 foi de 45,0%, o que indica forte presso
sobre essas reas. Esses municpios geravam 34,8% do PIB do total das unidades em
2
12
Segundo a classificao, so muito concentradas as unidades em que o plo aponta para 75% e mais em
todos os indicadores, e menos concentradas quando essa proporo se compe a partir de um nmero
amplo de municpios.
12
2003. Os 37 plos desses espaos, mesmo quando apresentam tendncia desacelerao

do ritmo de crescimento, mantm sua condio de principais reas de concentrao
populacional no pas, reunindo 47 milhes de habitantes (57% da populao total das
unidades pesquisadas) e absorvendo 45,1% do incremento populacional verificado nos
grandes espaos urbanos. Sua participao na composio do total do PIB do conjunto
foi de 56,6%. Esses dados demonstram o descompasso entre os limites institucionais das
regies metropolitanas e a efetiva configurao do recorte de sua aglomerao.
No caso da RMC, dos 26 municpios que integram sua delimitao oficial, cinco
foram classificados como com nvel de integrao na dinmica metropolitana muito
alto, particularmente pelo elevado movimento pendular constatado, assim como pelo
desempenho de funes relevantes. Correspondem aos municpios cujas reas ocupadas
de maior densidade so relativamente mais prximas ao plo (quadro 1.2). Entre os
municpios limtrofes, Araucria classificou-se com nvel alto, e Campo Largo, com nvel
mdio ambos com fluxos menos significativos do movimento pendular, entre outros
indicadores que os distinguiram dos demais municpios. Entre os mais distantes do plo,
foram classificados 10 municpios com nvel muito baixo, e dois, com nvel baixo de
integrao na dinmica da aglomerao, todos com caractersticas mais rurais e ausncia
do desempenho de funes relevantes dinmica metropolitana.
FJ69GD&#'CkZaYZ>ciZ\gVdYdhBjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZ8jgî^WV
Bjc^Xe^d
8jgî^WV
CkZaYZ>ciZ\gVd
Bjc^Xe^d
CkZaYZ>ciZ\gVd
Ead
6ab^gVciZIVbVcYVg
BjîdVaid
7VahVCdkV
8dadbWd
BjîdVaid
G^d7gVcXdYdHja
;VoZcYVG^d<gVcYZ
BjîdVaid
6Yg^Vceda^h
Bjîd7V^md
E^c]V^h
BjîdVaid
6\jYdhYdHja
Bjîd7V^md
Hd?dhYdhE^c]V^h
BjîdVaid
7dXV^kVYdHja
Bjîd7V^md
6aid
8Zggd6oja
Bjîd7V^md
6aid
6gVjX{g^V
E^gVfjVgV
7V^md
7V^md
8dciZcYV
Bjîd7V^md
8Vbe^cV<gVcYZYdHja
BY^d
9djidgJanhhZh
Bjîd7V^md
8VbedAVg\d
BY^d
AVeV
Bjîd7V^md
8VbedBV\gd
BY^d
FjîVcY^c]V
Bjîd7V^md
>iVeZgjj
BY^d
I^_jXVhYdHja
Bjîd7V^md
BVcY^gîjWV
BY^d
IjcVhYdEVgVc{
Bjîd7V^md
FjVigd7VggVh
BY^d
;dciZ/DWhZgkVig^d!'%%*X
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
13
13
Outra anlise comparativa entre as 37 unidades consideradas na pesquisa nacional,
foi a condio social dos municpios, dado que a situao social de sua populao
moradora mostra-se bastante distinta, seja na escala inter-aglomerados, seja na escala

intra-aglomerados. Para dimensionar essas desigualdades foram considerados o ndice
de Carncia Habitacional e a taxa de pobreza, em nvel municipal, estimados para o ano
2000, que orientaram uma classificao social relativa. Dos componentes desses ndices
foram extradas as informaes dos contingentes absolutos de pobres e de domiclios
carentes e deficientes, que demonstraram concentraes absolutas.
Os municpios foram classificados em cinco grupos conforme sua condio social
relativa: muito boa, boa, mdia, ruim e muito ruim. Nas condies sociais relativas
muito boa e boa foram classificados 199 municpios (42% do total considerado).
Excluindo os plos, a maioria desses municpios apresenta nvel de integrao na
dinmica do aglomerado variando de mdio a muito alto. Nas condies sociais

relativas muito ruim e ruim, foram classificados 131 municpios (28% do total), a
maioria entre aqueles com nveis muito baixo e baixo de integrao. Em condio
social intermediria encontram-se 140 municpios, sendo a maioria com nvel de
integrao mdio a muito baixo.
Observa-se que municpios mais distantes do plo ou menos integrados dinmica
da aglomerao possuem pior condio social. Verifica-se tambm que nenhum plo
se encontra na condio muito ruim, e somente Macap apresenta situao ruim. H
que se ressaltar que inmeros municpios classificados nas condies muito boa e boa
apresentam enormes concentraes populacionais. Disto decorre que, mesmo com as
melhores condies sociais relativas, apresentam acentuada concentrao absoluta de

pessoas em condio social desfavorvel (Tabela 1.3).
14
14
I67:A6&#(KdajbZEdejaVX^dcVaYd8dc_jcidYZBjc^Xe^dh8aVhh^XVYdh
edg8dcY^dHdX^Va!HZ\jcYdCkZaYZGB8"'%%%
CkZaYZ>ciZ\gVd
8dcY^dHdX^Va
IdiVa
Bjîd7dV
7dV
BY^V
Gj^b
BjîdGj^b
Ead
')#--,#%()
-#')&#.)&
&%#)-(#&,-
'-(#(%-
)(#-.*#)+&
Bjîd6aid
)#+&.#),*
,#-),#&'*
*#'+)#'%.
'-)#,()
&%*#,)+
&-#&'&#'-.
6aid
&#,&*#-'.
'#&,.#-'.
&#-&*#)-+
&#'*'#--%
&%,#(-)
,#%,&#)%-
BY^d
*&)#%&(
&#+.,#-'-
,('#''(
+)(#)-%
'.%#%.-
(#-,,#+)'
7V^md
&&,#,,%
)..#-))
+%,#..-
'-,#'.'
*%)#,-+
'#%&,#+.%
(&#-',
'*.#,-.
())#-%,
&%)#(*'
,)%#,,*
(&#-*)#&'&
'%#).-#(.)
&.#&+'#--(
(#%.+#*%&
&#&&'#(++
,*#,')#'+*
(&#-',
'*.#,-.
())#-%,
&%)#(*'
,)%#,,*
(&#-*)#&'&
'%#).-#(.)
&.#&+'#--(
(#%.+#*%&
&#&&'#(++
,*#,')#'+*
Bjîd7V^md
IDI6A
Bjîd7V^md
IDI6A
;dciZ/>7<:
Esta classificao dos municpios segundo sua condio social, considerando
a infra-estrutura de saneamento e a pobreza, possui estreita correspondncia com o
posicionamento dos municpios segundo classes do IDH-M. Os municpios classificados

como de alto desenvolvimento (IDH-M igual ou superior a 0,800), em sua maioria, foram
enquadrados em condio social muito boa ou boa. Aqueles considerados como de nvel
de desenvolvimento mdio inferior (IDH-M entre 0,500 e 0,649) apresentam condio

social muito ruim ou ruim.
A distribuio de municpios nas unidades, conforme sua condio social relativa
mostra que muitas unidades tm sua populao concentrada em municpios com condio
social mdia. Somente as RMs de Campinas, Vale do Itaja, Florianpolis, So Paulo
e Norte/Nordeste Catarinense apresentaram mais de 70% da populao residindo em
municpios classificados na condio social relativa muito boa. Vale ressaltar que no caso
das duas primeiras unidades, praticamente todos os municpios foram classificados nas
condies sociais muito boa e boa, refletindo um quadro socialmente mais homogneo.
Nas RMs do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Maring, Foz do Itaja e
Carbonfera tambm se verifica forte concentrao populacional (entre 50% e 70%)

em municpios com condio social relativa muito boa, mas com participao tambm
importante de municpios com condio social boa ou mdia.
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
15
15
Chama a ateno que, das 37 unidades, 22 no possuem nenhum municpio
considerado socialmente muito bom, e 12 delas sequer possui municpio na condio
social relativa boa. Chama tambm a ateno que as unidades de Braslia, Vale do Ao,
Natal e Aracaju tm parcela importante de sua populao (entre 15% e 24%) residindo
em municpios socialmente ruins ou muito ruins.
Nas unidades de Teresina, So Lus, Macei, Recife, Joo Pessoa, Fortaleza, nenhum
municpio foi classificado na condio social relativa muito boa ou boa e todas possuam 15%
ou mais de sua populao residindo em municpios em condies ruim ou muito ruim.
Alguns pontos sobressaem como conclusivos nas anlises e classificaes realizadas.
O primeiro de ordem conceitual, provavelmente pela ausncia de parmetros, que
vem levando institucionalizao de unidades como metropolitanas em espaos sem

indicativos que confirmem esse perfil. Outro ponto, tambm demonstrando carncia de
critrios comuns, a extenso dos permetros a um universo de municpios distantes e
pouco integrados dinmica da aglomerao.
Em relao classificao, a posio da RM de So Paulo, no conjunto, indubitavelmente a de uma metrpole nacional, j que se distingue sobremaneira dos demais
espaos analisados. Quanto s demais, salienta-se que, a despeito da posio na ordem

da classificao, de extrema importncia o papel que cada unidade representa como
impulsionadora das dinmicas do respectivo Estado e regio, particularmente as polarizadas
por capitais poltico-administrativas.
Enquanto de modo geral se percebem diferenas sociais entre as unidades da poro
Norte/Nordeste do pas, da Centro-Sul, colocando em situao de maior precariedade
as da primeira poro, na segunda, particularmente no Sudeste, que se encontram os
maiores focos de concentrao de contingentes de pobres e de domiclios carentes.
Essa constatao leva a concluir que, mesmo representando o campo de foras
econmicas, sociais e polticas, esses so espaos de conflitos, por atrarem grandes massas
populacionais sem responder s suas demandas por ocupao, moradia e consumo de bens e
servios. Alternativas de gesto pautadas em boas prticas de governana podem minimizar
a perversidade de seus efeitos, desde que no desconsiderem as origens estruturais dos
problemas e se apercebam da importncia da dimenso transescalar para enfrentamento
dessas demandas e construo de estratgias polticas.
16
16
'
2
Captulo
XVeijad
($ :_d~c_YWH[Y[dj[ZW;Yedec_W[
JhWdi\ehcW[idW9ed]khWe;ifWY_Wb
ZWH[]_eC[jhefeb_jWdWZ[9kh_j_XW'
O presente captulo faz parte dos estudos propostos pelo Projeto Metrpoles,
Desigualdades Socioespaciais e Governana Urbana,2 que tem como finalidade avaliar de
maneira comparativa os impactos do ajuste estrutural e da reestruturao produtiva sobre

a dimenso urbano-metropolitana da sociedade brasileira, no contexto de globalizao.
A pergunta bsica para a qual se volta a pesquisa : em que medida os efeitos
negativos da estratgia defensiva de ajuste, neste quadro de recesso prolongada, de crise

do setor pblico e de acmulo de desigualdades sociais na escala intrametropolitana
poderiam estar se constituindo em obstculos adoo de uma poltica de insero e de

reestruturao que combine estabilidade, produtividade e eqidade, levando a economia
modernizao e ao desenvolvimento? (PROJETO, 1997).
O Projeto entende que a insero na economia globalizada e a absoro do
novo padro de acumulao baseado na flexibilizao produtiva, este caracterizado por
mudanas profundas no paradigma tecnolgico vigente na fase fordista, aprofundaram
e transformaram o nexo entre as dinmicas urbana (espacial) e econmica. A inter1
Uma verso preliminar deste trabalho, realizado por Daniel Nojima, Rosa Moura e Sandra Terezinha
da Silva, foi apresentada no VIII Seminrio Internacional da Rede Ibero-americana de Investigadores
sobre globalizao e territrio, realizado no Rio de Janeiro, em maio de 2004. Alm de integrar os
Anais desse Seminrio, consta da srie do Ipardes Primeira Verso, n 3, dez. 2004 (disponvel em
http://www.pr.gov.br/ipardes/pdf/primeira_versao/Dinamica_RMC.pdf ).
Desenvolvido em rede nacional sob coordenao do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e

Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPPUR) e do Observatrio das Metrpoles.
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
17
17
conexo global entre os mercados cambiais e financeiros e o aprofundamento da
internacionalizao produtiva; a reorganizao do modelo empresarial e tecnolgico,

a formao de redes empresariais e a tendncia terceirizao trouxeram importantes
mudanas nos padres locacionais. O novo padro de acumulao, alicerado em um

fluxo contnuo de inovaes tecnolgicas e demanda de novos servios, exige que as
cidades adaptem sua infra-estrutura e seu meio socioprofissional como condio para o
desenvolvimento da base material. A presena ou ausncia desses requisitos implicar a
constituio de plos dinmicos da economia globalizada ou a relegar concentrao

de atividades de baixa qualificao, realimentando um processo de causao circular, no
qual a degradao econmica, social e ambiental reiterada.
Para compreender os efeitos desse processo, alm da vertente de anlise da rees-
truturao econmica, o projeto demarca outras duas grandes reas de atuao: a anlise
das transformaes da estrutura socioespacial e das desigualdades intrametropolitanas
e a anlise da poltica local e da governana urbana, buscando compreender como, no
quadro de ajuste e reestruturao, a segregao urbana e as desigualdades sociais geram

mudanas no sistema de atores e na cultura cvica local.
Especificamente, este trabalho analisa os efeitos da reestruturao produtiva da
economia global sobre a dinmica da economia metropolitana de Curitiba, procedendo

a uma rpida retrospectiva na emergncia e consolidao desse espao no cenrio
econmico paranaense. Com maior detalhe, analisa o movimento da participao dos
municpios da Regio Metropolitana de Curitiba no valor adicionado fiscal (VAF)

total e setorial do Estado do Paran; avalia as mudanas na estrutura ocupacional e
na distribuio das empresas nesses municpios, com base em informaes da Relao
Anual de Informaes Sociais (RAIS); discute a desconcentrao da atividade industrial,

a partir da aplicao do ndice de concentrao Hirschman-Herfindal (HH) sobre o
VAF; e tece consideraes sobre as mudanas no processo de configurao espacial das

atividades econmicas na RMC.
Em termos temporais, o trabalho adota como referncia um perodo abrangente,
entre 1970 e 2000, por considerar que ele incorpora grandes transformaes da base
produtiva paranaense; porm, aprofunda-se na anlise da ltima dcada, perodo em que
houve intensificao do processo de globalizao da economia.
18
18
Delimita como rea especfica de anlise os 26 municpios que compem atualmente
a RMC, instituda originalmente pela Lei Complementar Federal 14/73 e redefinida por
legislaes estaduais, configurando um territrio extenso e bastante heterogneo.3
Por essa circunstncia, originalmente a anlise foi particularizada conforme
recortes a partir de classificaes ento em uso no Instituto Paran de Desenvolvimento

IPARDES, sintetizadas na figura de anis concntricos, compostas com o objetivo
de identificar distintas relaes entre os municpios oficialmente inseridos no territrio
poltico-administrativo da RMC, j que os critrios de insero no implicam aderncia

ao fenmeno metropolitano. Mais recentemente, a identificao dos nveis de integrao
dos municpios dinmica metropolitana substituiu essa compartimentao, resultando em
pequenas alteraes aos recortes anteriores, dado que ambas classificaes foram definidas
sob referncia e finalidades similares. No caso da RMC, o fenmeno da metropolizao

ocorre numa espacialidade central e diminuta, considerando a extenso territorial da
Regio. Essa espacialidade, que rene o plo e as pores urbanizadas de seus municpios
limtrofes, circunscreve a dinmica metropolitana e formata o aglomerado real.
'#&# 8dchda^YVdYVGB8XdbdEadcV:Xdcdb^VEVgVcVZchZ
Os anos 1970 constituem o marco da transformao do perfil econmico do
Estado do Paran, com progressiva diversificao na agropecuria pela modernizao
da base tcnica de produo, expanso de culturas, comercializao de commodities e
agroindustrializao e, no setor industrial, com a introduo dos ramos modernos na linha
da metalmecnica, como parte do processo de desconcentrao da atividade econmica
a partir de So Paulo (IPARDES, 2000).
As atividades do setor primrio, que em 1970 respondiam por mais de 40% do
VAF gerado no Estado, progressivamente foram superadas pelas do setor secundrio, que
consolidou sua participao atingindo, em 2000, 49,96% da renda econmica estadual.
A agricultura, em 2000, respondeu por 13,7% do VAF do Estado, mantendo,

contudo, papel relevante, dada a dinmica multiplicadora na cadeia produtiva. Em
3
Vale sublinhar que a RMC o recorte central da mesorregio Metropolitana de Curitiba, que, conforme delimitao do IBGE, compe-se dos 26 municpios da Regio Metropolitana de Curitiba,
oficialmente instituda, alm dos municpios do litoral paranaense e de municpios, ao sul da RMC, na
fronteira com o Estado de Santa Catarina, integrando um total de 37 municpios, em 2000.
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
19
19
2000, 80,45% do valor bruto da produo agropecuria do Paran corresponderam

produo de soja, trigo, algodo e milho importantes como commodities e base do
segmento agroindustrial de primeiro processamento, bem como dos insumos cadeia

protico-animal (IPARDES, 2003b).
Numa dinmica paralela e inversa observada pelo setor agropecurio, os segmentos
da indstria moderna da metalmecnica lideraram uma mudana qualitativa na estrutura

industrial do Estado, centrada no aglomerado metropolitano de Curitiba.
Como resultado da maturao de investimentos dos anos 1970, realizados por
mecanismos institucionais de estmulo atividade produtiva, oriundos do extinto Banco
do Desenvolvimento do Paran (Badep) e do Fundo de Desenvolvimento Econmico
(FDE), os segmentos da metalmecnica passaram a apresentar os maiores ganhos no

valor adicionado da indstria de transformao.
As mudanas dos anos 1970 e 1980 refletiram a vinda de grandes grupos, porm com
poucas empresas de grande porte. At ento, no constituam um parque de fornecedores

nem desenvolviam relaes intersetoriais mais expressivas.
Ao final dos anos 1980, a economia paranaense atingiu um patamar qualitativamente
distinto, reunindo pr-condies para o desempenho nos anos 1990. Em termos de
relaes de troca, cresceu significativamente seu grau de insero na economia brasileira
e na economia internacional, dinamizando as vendas e compras nesses mercados tambm

ampliados e atribuindo importncia a produtos dos segmentos mais modernos em
detrimento dos tradicionais.
Nos anos 1990, essa estrutura industrial incorporou novos segmentos e, desse modo,
criou nova dinmica no Estado. Especificamente, a economia paranaense aproveitou-se,

em meados da dcada, das condies macroeconmicas favorveis (estabilizao monetria,
retorno do investimento direto estrangeiro etc.), ao implementar uma poltica de atrao
industrial, baseada no resgate do FDE, que se combina a importantes vantagens locacionais
endgenas, como proximidade do mercado do sudeste e do Porto de Paranagu, a oferta

de infra-estrutura em termos de energia, telecomunicaes, aeroporto internacional e
rodovias, dentre outras.
Esse conjunto de fatores propiciou um ciclo de expanso de empresas de grande porte
no Estado, em particular das sediadas na RMC, alm da introduo de segmentos modernos.

20
20
Nesse sentido, destaca-se a instalao de grandes montadoras (Renault, com investimentos de

US$ 1,12 bilho; Volkswagem/Audi, com US$ 750 milhes; e Chrysler, com investimentos
de US$ 315 milhes esta j tendo encerrado suas atividades),4 e a expanso das atividades
de empresas j existentes (Volvo, New Holland, Krone e Bosch). Essas polticas resultaram
o adensamento do segmento metalmecnico do gnero de transporte no Estado e tambm

a atrao de grande nmero de fornecedores e empresas complementares.
Em termos regionais, o conjunto de polticas implementadas ao longo da dcada
de 1990 constituiu-se em elemento fundamental para a insero do Paran na dinmica

espacial da economia brasileira. Parte significativa dos investimentos vem ocorrendo no
setor automotivo, com capacidade de gerao de efeitos endgenos diretos e indiretos,

especialmente no Setor Servios (MACEDO et al., 2002).
A linha de atuao adotada reforou o aglomerado metropolitano, pela concentrao
dos investimentos econmicos realizados particularmente nos municpios de So Jos dos
Pinhais, que sedia a localizao das duas maiores montadoras (Renault e Volkswagem/
Audi), Campo Largo (onde se localizava a Chrysler), Araucria e Curitiba, dentre outras.
Tal concentrao alterou substancialmente o perfil da economia metropolitana, com
transformaes socioespaciais e efeitos ambientais marcantes. O fato de a quase totalidade
dos investimentos de natureza estruturante ocorrer no aglomerado metropolitano e estar
centrada na indstria metalmecnica, sinaliza para o carter concentrador do desenvolvimento econmico do Paran e reitera sua posio receptora diante do movimento de
desconcentrao concentrada, no que se refere economia brasileira.
Acompanhando o reforo atividade industrial, os setores comrcio e servios
tambm se espraiaram entre os municpios do aglomerado metropolitano, alguns dividindo
as ocupaes em atividades da indstria e do setor tercirio. Excetuando-se o Municpio

de So Jos dos Pinhais, que se apresenta como nova centralidade desse espao regional,
tais municpios funcionam como extenses do uso e ocupao de Curitiba e tm como
caracterstica principal o papel de dormitrio. Essa funo faz com que seja possvel
consider-los parte de Curitiba a despeito dos limites territoriais , especialmente no
que se refere ao mercado de trabalho, que o elemento unificador desse conjunto.
4
A unidade da Chrysler instalada em 1998 foi desativada em 2001. Em 2002, a Tecumseh comprou as
instalaes planejando implantar uma fbrica de motores a combusto, de modo que Campo Largo
deve adquirir novo perfil nos prximos anos.
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
21
21
A trajetria desenvolvida pela economia paranaense, embora consolide o aglomerado
metropolitano e sedimente nessa espacialidade os mais notrios indicadores de desempenho,

reserva para outras regies do Estado dinmicas especficas e, tambm, expressivas, como
ocorre com o agronegcio ou com atividades que resultam de desdobramentos da estrutura
produtiva local. Mesmo assim, persistem as diferenas inter-regionais, dada a seletividade

do capital por espaos dotados de externalidades infra-estruturais e aparato tecnolgico.
A importncia auferida pela RMC e as caractersticas de sua atividade econmica lhe

confirmam como um dos elos da rede de ncleos dinmicos cada vez mais integrada e
articulada com o exterior a qual est passando a definir o processo de criao de riquezas
na economia brasileira (MACEDO et al., 2002, p.18).
Por tudo isso, dos 26 municpios da RMC, 11 vm apresentando crescimento da

populao superior mdia do Estado desde 1970, e trs desde 1980 (IPARDES, 2004a).
Entre 1991 e 2000, os municpios com as mais elevadas taxas de crescimento populacional
do Estado situavam-se nessa Regio, com destaque para Almirante Tamandar, Colombo e
So Jos dos Pinhais, com taxas superiores a 5% a.a. nos trs intervalos censitrios, e Fazenda
Rio Grande e Piraquara, com taxas prximas ou superiores a 10% a.a. no intervalo mais
recente. Embora alguns municpios tenham apresentado taxas de crescimento negativas em
determinados momentos do perodo, estas sempre se fizeram seguir por recuperao.
Paralelamente a essa dinmica, cresceu a populao rural da maioria dos municpios
da RMC, numa demonstrao de reconverso de suas atividades ditada pelas oportunidades
do mercado metropolitano, assim como da presso por ocupaes com caractersticas
urbanas, em reas ainda consideradas rurais por situarem-se fora do permetro urbano
dos municpios. Em 2000, a RMC concentrava 11,5% da populao rural do Estado e
apresenta essa populao tambm em crescimento desde os anos de 1980.
'#'# 9^hig^Wj^d>ciZg"GZ\^dcVaZ>cigVbZigdedaîVcV
YdKVadg6Y^X^dcVYd;^hXVaK6;
Na primeira metade dos anos 1970, os municpios da RMC dividiam, em desvantagem
com os da mesorregio Norte Central, a maior participao na renda da economia do
Estado.5 Com as mudanas no perfil industrial paranaense, fortemente centradas em
5
22
Essa trajetria pode ser acompanhada no comportamento da participao das mesorregies paranaenses,
considerando que a RMC responde pela quase totalidade da participao da mesorregio metropolitana.
22
Curitiba, a RMC passou a apresentar participao crescente. Em 2003, a RMC respondia
por 53,2% do VAF do Paran, e metade dessa renda era gerada por Curitiba, que se destaca
como o plo industrial e de servios do Estado.
Poucos municpios da Regio se inseriram nesse processo, e apenas alguns acom-
panharam a mudana do perfil industrial. Uma anlise dessa insero, considerando
as distintas espacialidades que caracterizam a Regio Metropolitana, confirmam essa
situao. Curitiba, ao longo de duas dcadas, dobrou sua participao no VAF estadual de
13,47%, em 1975, para 25,67%, em 1996, passando a perder posio no final da dcada,
quando atingiu, em 2000, 19,89%, e retomando sua posio em 2003, com participao
de 26,6% (Tabela 2.1). Em 1975, vinha seguida por Rio Branco do Sul situado entre
os municpios com nvel baixo de integrao na dinmica metropolitana que, mesmo
assim, registrava participao inferior a 1%. No total, naquele ano a RMC respondia por
17,1% do VAF paranaense.
I67:A6'#&EVgi^XêVdYd8dc_jcidYZBjc^Xe^dh!HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVd!
cdKVadg6Y^X^dcVYd;^hXVaIdiVaYd:hiVYdYdEVgVc{GB8'%%(
CkZaYZ>ciZ\gVd
K6;IdiVa
&.,*
&.-%
&.-*
&.-.
&..+
'%%%
'%%(
Ead8jgî^WV
&(!),
&*!,+
&*!+'
'(!'&
'*!+,
&.!-.
'+!+)
Bjîd6aid
%!.)
&!),
&!-*
(!%,
)!+*
-!,-
.!&)
6aid
%!)(
&(!(+
.!%,
,!',
+!-*
&&!%,
&(!)&
BY^d
%!,+
&!(+
&!%+
&!-*
&!)%
&!+%
'!%(
7V^md
%!.'
%!.-
%!.'
&!&(
%!.-
&!'%
&!),
Bjîd7V^md
%!*(
%!**
%!*.
%!*%
%!*)
%!*&
%!).
&,!%*+
((!)-&
'.!&%&
(,!%'*
)%!%.&
)(!%)(
*(!&-+
IDI6A
;dciZ/H:;6
A expanso de Curitiba envolveu tangencialmente alguns dos demais municpios
da RMC. Em destaque, Araucria alcanou a segunda maior participao da Regio no
VAF estadual, devido implantao da Refinaria Getlio Vargas, da Petrobras. Em 1975,

sua participao era de 0,3% do VAF do Paran (Mapa 2.1), elevando-se para 13,2%, em
1980, valor muito prximo ao de Curitiba, 15,8%. Em 1980, Araucria era responsvel
pela quase totalidade da gerao da renda da RMC, elevando de 0,4% para 13,4% a
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
23
23
participao do conjunto de municpios com nvel de integrao alto. Ao contrrio do que
era esperado, no houve grandes desdobramentos em novos investimentos nas atividades
dessa refinaria. Contudo, a criao do Centro Industrial de Araucria (Ciar), naquele

momento, favoreceu a agregao de outras atividades que garantiram ao municpio posio
de destaque na participao do VAF.
Entre todos os demais, apenas Campo Largo, no conjunto de nvel mdio de
integrao, superava 1%. O total da participao regional atingia, ento, 33,5%. Ao longo
da dcada de 1980, So Jos dos Pinhais suplanta a posio de Campo Largo, colocando-se
como o terceiro municpio em gerao de renda na economia metropolitana e tornando
significativa a participao do conjunto com nvel muito alto de integrao posio que
se mantm nos anos 1990 e na virada do sculo.
Esse conjunto de municpios com participao econmica relevante na composio
da renda do Estado pode ser dividido em dois grupos: aqueles que j possuam uma
estrutura produtiva, nos moldes tradicionais, e que incorporam novos segmentos como
So Jos dos Pinhais (6,6%, em 2003, mantendo participao em ritmo crescente superior
a 1% desde 1985) e Campo Largo (1,3%); e aqueles que incorporaram essas atividades
como numa extenso fsica de Curitiba caso de Pinhais (1,2%) e Colombo (0,8%), cuja
ocupao e usos do solo decorreram de um extravasamento do plo.
Rio Branco do Sul (1% em 2000 a maior participao entre os municpios fora
do aglomerado metropolitano, ou seja, aqueles com nveis entre mdio e muito alto de
integrao), diferentemente, pauta sua representatividade econmica na fabricao de
cimento, em virtude da disponibilidade da matria-prima.
Esses ndices confirmam a primazia de Curitiba e a incluso, de forma restrita, de
alguns municpios de seu entorno imediato na dinmica econmica recente. No ano de
2003 a RMC galgava a participao de 53,2% no total do VAF do Estado, mantendo a

liderana de Curitiba (26,6% do total paranaense).
No mbito setorial, a participao no VAF tem origem diversificada entre esses
municpios. O peso da participao de Curitiba advm dos servios e secundariamente
do comrcio. Araucria mantm sua posio em decorrncia da indstria, assim como

Campo Largo e Rio Branco do Sul; So Jos dos Pinhais divide o peso da gerao da
renda entre os setores indstria e servios; e Pinhais distingue-se pelo comrcio.
24
24
Em 2003, a RMC concentrou 59,5% do VAF da indstria do Paran; 40,8% do
VAF do comrcio e 55,6% do VAF dos servios (Tabela 2.2). Enquanto na indstria e no
Comrcio essa participao manteve um acrscimo de menos de 10 pontos percentuais

no intervalo 1989/2003, nos servios apresentou crescimento de 17,5 pontos percentuais.
O plo metropolitano teve, no perodo, reduo da participao no VAF da indstria,
confirmando o padro evidenciado nas demais metrpoles brasileiras, com notria queda
de 28,6% para 17,3%. Em contraposio, o setor de servios cresceu continuamente no
perodo, partindo de 22,7% para 43,9%.6
I67:A6'#'EVgi^XêVdcdK6;HZidg^VaYdEVgVc{!
HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVd"&.-.$&..+$'%%(
EZgdYd
&.-.
&..+
'%%(
HZidg
CkZaYZ>ciZ\gVd
IdiVaGB8
8jgî^WVEad
Bjîd6aid
6aid
BY^d
7V^md
BjîdWV^md
6\gdeZXj{g^d
%!''-
%!)&+
%!(&.
%!(((
%!%.%
&!%.-
'!)-(
>cYhig^V
'-!+%&
)!+%*
&&!,&-
(!%--
&!*,,
%!(('
).!.'&
8dbgX^d
',!&&.
&!,()
(!.-&
%!+)*
%!%,(
%!)'*
((!.,,
HZgk^dh
''!,&.
(!+-%
)!,'+
&!(+'
*!&,'
%!)&*
(-!%,)
6\gdeZXj{g^d
&!,%&
%!*++
%!'+*
%!((.
%!%+&
&!(&'
)!'))
>cYhig^V
(%!(*'
)!-'%
&%!+-.
'!%-+
&!+%%
%!((%
).!-,,
8dbgX^d
('!+&(
,!.'+
)!&+'
%!,',
%!'+*
%!(-%
)+!%,(
HZgk^dh
(&!)&%
)!%(+
+!%.-
&!))(
&!'+*
%!*'.
))!,-&
6\gdeZXj{g^d
%!%'-
%!.%*
%!('+
%!-(+
%!'-&
'!+.(
*!%+.
>cYhig^V
&,!',*
&'!),+
'(!()(
(!%&%
'!,+.
%!+'-
*.!*%&
8dbgX^d
',!*)-
,!').
)!&-)
&!')-
%!%.)
%!)**
)%!,,-
HZgk^dh
)(!.&(
-!'(,
'!%,.
&!%.-
%!&%)
%!&,(
**!+%*
;dciZ/H:;6
Entre 1996 e 2003, os municpios com nveis muito alto e alto de integrao
absorveram parcela expressiva das plantas industriais que se instalaram na RMC,
reforando sua participao no VAF da indstria paranaense de 16,3% para 35,8%. Essa
participao representada especialmente por Araucria e So Jos dos Pinhais, porm,
6
Observa-se que o dado do valor adicionado fiscal tem abrangncia limitada nos setores Agropecurio e
de Servios, sendo mais preciso entre aqueles que transacionam mercadoria, em virtude das exigncias
tributrias diferenciadas entre os setores.
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
25
25
no descartvel o papel de Campo Largo (nvel mdio de integrao) nesse processo
de absoro. Mesmo com proporo bastante inferior, esse setor da economia tambm
adquiriu importncia significativa entre os municpios de nvel baixo de integrao, tendo
maior representatividade no municpio de Rio Branco do Sul.
Acompanhando a tendncia de transformao no perfil da economia da Regio,
tambm houve crescimento dos setores comrcio e servios no conjunto de nvel de

integrao muito alto e alto. Nesses setores, predomina a participao do municpio de
So Jos dos Pinhais, que desponta com a segunda maior participao regional no VAF
dos servios em 2003, depois de Curitiba.
O setor agropecurio aquele no qual incide a principal contribuio dos municpios
de nveis baixo e muito baixo de integrao, onde se localizam os produtores de frutas,

principalmente ctricas, e de madeira para corte. Enquanto a participao do conjunto
regional no VAF setorial do Estado era de 5,1%, em 2003, o valor bruto da produo (VBP)
de olercolas j se situava em 5,88% no binio 1998/1999, correspondendo a 40,91% do
total do Estado, fortemente representado pela produo de Colombo (17,06% do total do
Paran) e de So Jos dos Pinhais (7,33%). No mesmo perodo, a Regio deteve 18,11%
do VBP das flores, em grande parte produzidas em Curitiba; 17,04% do VBP das frutas,
com destaque para a produo oriunda de Cerro Azul; e 15,94% do VPB da madeira no
Paran, com incidncia nos municpios da Lapa, Doutor Ulysses e Cerro Azul.
'#(# EgdYjid>ciZgcd
7gjidBjc^XêVaZKZidgZhYZ8gZhX^bZcidGZ\^dcVa
O PIB municipal na RMC,7 embora apresente um perfil menos concentrado
no plo, com 49% do total regional de 2002, distribui-se mais significativamente em
apenas dois outros municpios: Araucria e So Jos dos Pinhais, cada um com 16% de
participao. Somados aos demais municpios com nvel muito alto de integrao na
dinmica da aglomerao respondem conjuntamente por 73% da renda gerada na Regio
(Tabela 2.3).
26
A anlise do PIB municipal inclui-se nesta verso do estudo para permitir comparabilidade com as
demais RMs analisadas na srie Como Anda a Metrpole.
26
I67:A6'#(EVgi^XêVdYd8dc_jcidYZBjc^Xe^dh!HZ\jcYdCkZ^hYZ>ciZ\gVd!
cdE^WIdiVaYd:hiVYdYdEVgVc{GB8'%%(
E>7
Bjc^Xe^d
HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVd
'%%'egZdYZbZgXVYd
KVg^VdGZVaBY^V
E>7eZgXVeîV'%%'
6Whdajid
&..."'%%'
&)#%%'#-&,
)-!-.
")!'%
-#)%-
6ab^gVciZIVbVcYVg
)&,#(((
&!)+
-!&-
)#'*)
8dadbWd
-&)#)).
'!-)
"%!-'
)#%'.
;VoZcYVG^d<gVcYZ
''.#.)+
%!-%
*!*(
(#&&-
E^c]V^h
.*)#+,.
(!((
)!%(
-#+&&
Hd?dhYdhE^c]V^h
)#*--#'.+
&+!%'
.!&+
'%#'+.
Bjîd6aid
,#%%)#,%(
')!)+
C9
C9
6gVjX{g^V
)#+%,#+-.
&+!%.
&%!()
))#),,
E^gVfjVgV
'*%#'**
%!-,
&!.(
'#.*&
)#-*,#.))
&+!.+
C9
C9
8Vbe^cV<gVcYZYdHja
&-'#*'+
%!+)
"%!,&
)#+--
8jgî^WVEad
6aid
8VbedAVg\d
,('#*-*
'!*+
"'!+,
,#)(%
8VbedBV\gd
--#+&-
%!(&
",!),
(#--.
>iVeZgjj
+(#,.)
%!''
"(!-*
'#.'*
BVcY^gîjWV
&,(#&&,
%!+%
)!)'
.#'(*
FjVigd7VggVh
'()#++&
%!-'
,!(%
&(#%.%
&#),*#(%&
*!&*
C9
C9
7VahVCdkV
&*(#-,&
%!*)
(!)'
&)#,(+
G^d7gVcXdYdHja
('-#.(&
&!&*
+!',
&&#%&,
7V^md
)-'#-%'
&!+.
C9
C9
6Yg^Vceda^h
'+#+&&
%!%.
%!-.
)#&'(
6\jYdhYdHja
(+#*.&
%!&(
&)!*+
)#-),
7dXV^kVYdHja
(.#()+
%!&)
&!&%
)#&-%
8Zggd6oja
,*#-%&
%!'+
"&&!%)
)#+&(
8dciZcYV
,&#+&-
%!'*
-!*.
*#&-)
9djidgJanhhZh
((#&*&
%!&'
"&&!..
*#',%
AVeV
()-#''&
&!''
)!((
-#%')
FjîVcY^c]V
.)#&).
%!((
')!)+
+#%+,
BY^d
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
27
27
I67:A6'#(EVgi^XêVdYd8dc_jcidYZBjc^Xe^dh!HZ\jcYdCkZ^hYZ>ciZ\gVd!
cdE^WIdiVaYd:hiVYdYdEVgVc{GB8'%%(Xdci^cjVd
E>7
Bjc^Xe^d
HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVd
'%%'egZdYZbZgXVYd
KVg^VdGZVaBY^V
E>7eZgXVeîV'%%'
6Whdajid
&..."'%%'
I^_jXVhYdHja
,,#)(,
%!',
&.!((
+#%'.
IjcVhYdEVgVc{
&'#'(&
%!%)
,!'&
(#&..
Bjîd7V^md
-&*#&*+
'!-*
C9
C9
'-#+(-#,')
&%%!%%
%!-%
.#+,+
IDI6A
;dciZ/>7<:
Seguem, em ordem de importncia, os municpios de Pinhais (3,3% do PIB regional),

Colombo (2,8%) e Campo Largo (2,6%). Nos demais, o PIB municipal apresenta valores
significativamente mais modestos.
Verifica-se, no entanto, que a maior parte dos municpios da Regio apresentou
variao real mdia positiva para o PIB no perodo 1999-2002. As maiores taxas de variao
so encontradas nos menores municpios, menos integrados ao plo metropolitano e cujo
principal componente na formao do PIB a atividade agropecuria. Este o caso de
Quitandinha (24%), Tijucas do Sul (19%), Agudos do Sul (15%) e, em menor intensidade,
Contenda (9%) e Lapa (4%). So municpios de base econmica rural, em torno da qual
orbitam atividades industriais e de servios, e com populao inferior a 20 mil habitantes,
exceto no caso da Lapa que abriga uma populao de 41,5 mil habitantes. Outros municpios
que apresentaram variao real expressiva no perodo foram Araucria (10%), So Jos dos
Pinhais (9%), Almirante Tamandar (8%), Quatro Barras (7%) e Fazenda Rio Grande (6%),
mais prximos e mais integrados dinmica do plo, alm de Rio Branco do Sul (6%), entre
os mais distantes. Os demais municpios da Regio tiveram variaes menores que 5% e at
mesmo negativas para o PIB, inclusive Curitiba com uma variao de -4,2%.
Embora seja significativo o grau de concentrao populacional, o mesmo se relativiza
na observao do PIB per capita, na medida em que reflete com mais intensidade o significado
da base econmica de alguns municpios, notadamente daqueles que, ao longo dos anos
1990, diversificaram sua base produtiva, incorporando atividades econmicas urbanas e
fortalecendo o setor industrial, como o caso de Araucria e So Jos dos Pinhais.
Com menor intensidade, mas de forma extremamente relevante, a presena de
uma grande empresa industrial interfere fortemente no VAF e no PIB per capita de
28
28
municpios como Balsa Nova, Quatro Barras e Rio Branco do Sul, nos quais o contingente
populacional relativamente reduzido. Destaca-se ainda o caso de Mandirituba e Lapa,
com PIB per capita prximo ao de Curitiba, mas cuja atividade econmica principal
vincula-se agroindstria, e de Pinhais, com valor pouco superior ao da capital. Os demais
municpios da RMC apresentam PIB per capita inferior ao observado para a cidade plo,
sendo os menores valores encontrados em Piraquara rea de preservao de mananciais
de abastecimento de gua para toda a Regio e com srias restries de implantao de
atividades econmicas em seu territrio e Itaperuu, municpio dormitrio.
Esses municpios podem ser considerados os que promovem a dinmica da economia

metropolitana. Porm, no pode ser descartado o suporte de outros municpios que
desempenham a funo de dormitrios a elevados contingentes da populao que opera
essa dinmica por meio do trabalho e do consumo. o caso de Colombo e Almirante
Tamandar, com mais de 100 mil habitantes, e de Piraquara e Fazenda Rio Grande, com
populao estimada para 2004 de, respectivamente, 94,2 e 83,3 mil habitantes.
Desses, Fazenda Rio Grande e Piraquara apresentaram as maiores taxas de crescimento

da RMC, em torno de 10% a.a., entre 1991 e 2000; os demais se enquadraram na faixa
entre 4,9% a.a. e 5,7% a.a., exceto Curitiba e Campo Largo, com taxas de 2,1% a.a. e 2,8%
a.a., respectivamente (ver Tabela 1.2). Isso significa que esses municpios e outros de menor
porte mas similar padro de crescimento, portanto referncias de ocupao em processo,

vm representando opo de chegada aos fluxos migratrios que buscam a metrpole,
ampliando os limites do recorte de insero na dinmica da aglomerao.
So tambm representativos do movimento pendular, j que desenvolvem fluxos intensos
de deslocamentos para trabalho e estudo fora do municpio de residncia, entre 32,6% e 41,9%
do total da populao que estuda ou trabalha exceto So Jos dos Pinhais (18%), Araucria
(15,9%) e Campo Largo (14,4%) , potencializando um movimento de circulao expressivo
em uma rea relativamente pequena diante da extenso territorial da RMC.
Alguns desses municpios desempenham tambm funes de subcentros regionais,
oferecendo mais opes para permanncia de sua fora de trabalho, o que interfere no
fluxo do movimento pendular. Campo Largo, revelando a posio desempenhada nos
anos 1980 e incio dos 1990, foi apontado no estudo sobre a regio de influncia das
cidades (IBGE, 2000) como a nica centralidade, alm de Curitiba, por ser patamar
intermedirio na polarizao de Balsa Nova, no oeste da RMC. Leituras da rede urbana
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
29
29
do Brasil nos anos 1990 j sinalizaram para a ascendncia de So Jos dos Pinhais como
a nova subcentralidade metropolitana (IPARDES, 2000). Apontamento que se confirma
no fato de que esse centro vem superando em nmero de funes e no dinamismo do

setor Servios o papel de Campo Largo (OBSERVATRIO, 2005c).
Com exceo de Campo Largo, que se classificou no nvel mdio, e Rio Branco
do Sul, no nvel baixo, os demais foram classificados nos nveis muito alto e alto de
integrao na dinmica metropolitana. Essa classificao confirma que a RMC incorpora
em sua mancha de ocupao e de distribuio de funes que impulsionam a dinmica
da aglomerao, municpios que sustentam a economia, seja desenvolvendo atividades
e respondendo por funes especficas, seja abrigando a fora de trabalho que mantm
essa dinmica.
'#)# 8dcXZcigVdZ9^heZghdYV>cYhig^V
Ao longo da dcada passada, as economia paranaense e, em particular da Regio
Metropolitana de Curitiba, sofreu fortes ajustes em suas estruturas produtivas, caracte-
rizadas por reorganizao de processos, aumento nos nveis de eficincia e de qualidade

das empresas, alm do redimensionamento de capacidade instalada em diversos ramos
industriais (NOJIMA, 2002).
Esses ajustes ocorreram intensamente na primeira metade do perodo, por um vis
defensivo, derivado da recesso profunda do pas no primeiro trinio e da progressiva
recuperao dos nveis de produo, tendo prosseguido ao longo da segunda metade,

ento determinados pela consolidao do processo de abertura comercial iniciado ao
final dos anos 80. No obstante, o Paran, e especialmente a RMC, foi contemplado
por significativo pacote de investimentos, que determinou a ampliao quantitativa e
qualitativa e a diversificao de sua base industrial.
Esse processo dual de ajustamento versus expanso moldou a composio do valor
adicionado industrial da Regio, de modo que a natureza dos investimentos e oscilaes

conjunturais determinaram, respectivamente, notrios avanos dos gneros de material
de transporte e qumica (Tabela 2.4). Ao mesmo tempo, fatores locacionais explicaram

os declnios de participao no VAF, de produtos alimentares, bebidas e fumo, enquanto
30
30
impactos diferenciados da abertura econmica justificaram o desempenho em vesturio,

txtil e material eltrico, que esboaram alguma recuperao na dcada.
O crescimento de material de transporte reflete a instalao das montadoras
de automveis de passeio e utilitrios, ao passo que em qumica a ampliao do valor
adicionado fiscal industrial traduziu, em medida importante, o forte aumento de preos
do petrleo no mercado internacional a partir de 1995. O gnero material eltrico e de

telecomunicaes recuou, devido posio menos competitiva de segmentos vinculados
telefonia, durante a fase ps-privatizao dos servios e de segmentos de bens de
informtica, diante da produo importada. O declnio de participao de gneros mais
tradicionais, como alimentos, bebidas e fumo, aponta para a tendncia de consolidao

do crescimento destes fora dos limites da RMC, no perodo analisado.
I67:A6'#)8dbedh^dYdKVadg6Y^X^dcVYd;^hXVaYV>cYhig^V
HZ\jcYd<cZgdh>cYjhig^V^hGB8&..%$'%%&
<cZgd
K6;Yd<cZgd
&..%
&..*
&..-
&...
'%%%
'%%&
:migVdYZB^cZgV^h
%!-
%!-
%!.
%!-
%!+
%!%
IgVch[dgbVZhYZB^cZgV^hCd"BZi{a^Xdh
-!,
+!-
,!(
+!,
+!(
*!+
BZiVajg\^V
(!-
'!.
(!(
'!-
'!,
'!)
BZX}c^XV
.!)
&%!%
-!+
.!'
)!.
*!,
BViZg^Va:aig^XdZYZ8dbjc^XVZh
-!+
&(!*
-!)
,!)
,!.
-!*
BViZg^VaYZIgVchedgiZh
&&!)
&(!,
&)!.
&'!-
&,!&
&.!%
BVYZ^gV
'!%
(!,
(!)
(!)
(!'
'!,
BdWâ^{g^d
'!%
&!%
&!%
%!.
&!&
&!%
EVeZaZEVeZad
'!.
'!*
&!+
&!+
&!*
&!'
7dggVX]V
%!&
%!'
%!&
%!&
%!&
%!%
8djgd!EZaZh!HVeVidhZ6giZ[Vidh8djgd
%!)
%!'
%!&
%!%
%!&
%!&
Fjb^XV
'+!+
''!.
'.!(
(+!+
(-!%
(-!)
;VgbVXji^XdZKZiZg^c{g^d
%!(
%!)
%!-
%!-
%!+
%!,
EZg[jbVg^V!HVWZhZKZaVh
%!)
&!'
%!.
&!+
&!-
&!-
EgdYjidhYZBVig^VEa{hi^XV
'!*
(!'
(!+
'!.
(!)
(!'
Imiâ
%!,
%!)
%!(
%!(
%!(
%!(
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
31
31
I67:A6'#)8dbedh^dYdKVadg6Y^X^dcVYd;^hXVaYV>cYhig^V
HZ\jcYd<cZgdh>cYjhig^V^hGB8&..%$'%%&Xdci^cjVd
<cZgd
K6;Yd<cZgd
&..%
&..*
&..-
&...
'%%%
'%%&
KZhij{g^dZ6giZ[VidhYZIZX^Ydh
%!-
%!*
%!)
%!(
%!*
%!+
EgdYjidh6a^bZciVgZh
+!&
*!&
)!*
)!*
(!+
(!%
7ZW^YVh
)!%
*!&
'!-
'!-
'!)
'!)
;jbd
)!.
'!(
(!.
%!%
%!%
%!(
:Yîdg^VZ<g{XV
%!.
'!'
'!&
&!.
&!&
&!&
9^kZghVh
'!,
&!*
&!.
'!)
'!.
'!'
&%%!%
&%%!%
&%%!%
&%%!%
&%%!%
&%%!%
IDI6A96GB8
;dciZ/H:;6
Apesar de estarem longe de representar declnio permanente na RMC a exemplo

da substituio da produo de fumo, levada ento pela Phillip Morris, e de chocolates
e sucos em p, pela Lacta as tendncias observadas em alimentos, txtil, fumo etc.
apenas reforaram o perfil consolidado na RMC, dado pela sobreposio de atividades
industriais de maior contedo tecnolgico, instadas na metalmecnica e qumica, sobre
as mais tradicionais, como as de produtos alimentares.
Naturalmente, essa trajetria implicou um novo processo de rearranjo espacial da
indstria da RMC, com sua base principal formada por empresas como Bosch, Siemens,
Volvo, entre outras instaladas a partir dos anos 1970, na Cidade Industrial de Curitiba
e em Araucria, alm de alguns ramos de extrao mineral e minerais no-metlicos em
Rio Branco do Sul, Almirante Tamandar e Balsa Nova.
Inicialmente, uma considerao do fluxo das intenes de investimentos para novos
empreendimentos ou para modernizao e ampliao de antigas empresas percebido
pela Regio durante a segunda metade dos anos 90 revela sua razovel distribuio
por 15 entre os 26 municpios, tendo sido em essncia aquelas vinculadas indstria
automobilstica preferencialmente direcionadas Curitiba (que dominou cerca de 33,1%
das intenes), So Jos dos Pinhais, Quatro Barras, Campo Largo e Araucria (Tabela
2.5). No obstante, indica a ocorrncia de uma gama de investimentos de menor porte
em vrios outros municpios do entorno, com destaque a Campina Grande do Sul, Balsa
Nova e Mandirituba.
32
32
I67:A6'#*Egd\gVbVdYVh>ciZcZhYZ>ckZhi^bZcid
HZ\jcYdBjc^Xe^dhYVGB8&..*"'%%%
Bjc^Xe^d
KdajbZYZ>ciZcdYZ>ckZhi^bZcidh KVadgYdh>ckZhi^bZcidhEgd\gVbVYdh
Hd?dhYdhE^c]V^h
'&!)
)*!-
8jgî^WV
((!&
'%!-
8VbedAVg\d
)!-
&+!)
6gVjX{g^V
&(!&
.!-
8Vbe^cV<gVcYZYdHja
)!-
&!)
FjVigd7VggVh
+!'
&!'
BVcY^gîjWV
)!&
&!'
E^gVfjVgV
'!&
%!-
;VoZcYVG^d<gVcYZ
'!&
%!,
7VahVCdkV
%!,
%!+
G^d7gVcXdYdHja
%!,
%!+
E^c]V^h
)!&
%!)
8dadbWd
&!)
%!'
AVeV
%!,
%!&
6\jYdhYdHja
%!,
%!%
&%%!%
&%%!%
IDI6AGB8
;dciZ/>E6G9:H
Os dados de VAF corroboram as informaes de investimentos para a Regio,

apontando para uma desconcentrao do plo aos municpios com nveis entre mdio
e muito alto de integrao. Uma anlise mais acurada nesse sentido, utilizando o ndice
de concentrao Hirschman-Herfindal (HH)8 sobre o VAF, mostra trs movimentos
importantes de deslocamento da expanso industrial (Tabela 2.6). O primeiro corresponde
a uma desconcentrao efetiva com o declnio de 26,5% do HH para o conjunto da
RMC de 37,5 em 1990, para 27,6 em 2000 , confirmando a queda da importncia de
Curitiba e Araucria.
8
O Hirschman-Herfindal (HH) um indicador de concentrao, que varia entre 0 (nenhuma concentrao) e 100 (concentrao plena). Sua frmula dada pela soma dos quadrados da participao no
conjunto de uma populao: H = Z wi2, em que wi= participao relativa de cada unidade no conjunto da
populao. No presente caso, o indicador est mensurando a concentrao do VAF entre os municpios
da RMC, de forma escalonada, retirando gradativamente do clculo os municpios maiores.
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
33
33
I67:A6'#+cY^XZYZ8dcXZcigVd=^ghX]bVc"=ZgcYVahdWgZdK6;>cYjhig^Va!
HZ\jcYd:higVidhYZBjc^Xe^dhGB8&..%"'%%%
:higVidCbZgdYZBjc^Xe^dh
==
&..%
'%%%
KVg^Vd
IDI6A
(,!*(
',!*,
"'+!*
HZb8jgî^WVZ6gVjX{g^V
&,!).
(%!),
,)!'
HZbdhVciZg^dgZh Hd?dhYdhE^c]V^h
&.!+(
&)!(-
"'+!,
HZbdhVciZg^dgZh G^d7gVcXdYdHja
&-!+%
&*!+.
"&*!+
HZbdhVciZg^dgZh 8VbedAVg\d
&-!+*
&,!'&
",!,
HZbdhVciZg^dgZh E^c]V^h
&-!,*
&-!%)
"(!-
;dciZ/>E6G9:H
O segundo, que exclui os dois municpios supracitados, revela um aumento de
74,2% da concentrao, indicando que o resultado prtico da difuso dos investimentos
direcionou-se a poucos municpios particularmente a So Jos dos Pinhais, que, com

a excluso de Curitiba e Araucria do clculo do ndice, respondeu por 52% do VAF da
RMC em 2000.
O terceiro movimento, dado pela excluso progressiva dos trs municpios maiores,
novamente de desconcentrao, contudo a taxas gradativamente menores (de -26,7%

at -3,8%). Isso aponta para um esgotamento do processo de difuso industrial do ciclo
de investimentos da dcada passada, em alguns poucos municpios de maior porte e
j com maior participao na dinmica da economia da RMC, refletindo o reforo da

posio de municpios vinculados a minerais no-metlicos (Rio Branco do Sul e Balsa
Nova) e o crescimento, de fato, de municpios como Campo Largo, Pinhais, Colombo

e Quatro Barras.
Todo esse processo foi capitaneado pelo complexo metalmecnico, no qual a
implantao das unidades da Audi/Volks, Renault/Nissan, Chrysler e unidades fornecedoras

imediatas espraiou-se de Curitiba para Pinhais, Quatro Barras, So Jos dos Pinhais e
Campo Largo, que responderam, em conjunto, por 57,3% do VAF do gnero de material
de transporte em 2000. Alm disso, esses mesmos municpios absorveram ou reforaram
outras funes produtivas nos gneros da metalurgia, da mecnica e de material eltrico
e de telecomunicaes, com destaque para Pinhais e So Jos dos Pinhais: em 2000, o

34
34
primeiro deteve 8,5% da metalrgica, 6,5% da mecnica e 2,6% de material eltrico; e o

segundo, respectivamente, 7,7%, 4,6% e 12,1%.
Os municpios dos demais nveis de integrao permaneceram estagnados ao longo
do perodo, tendo, inclusive, os de nvel muito baixo reduzido sua indstria metalrgica
em decorrncia do fechamento da Plumbum (beneficiamento de minrio de chumbo)
em Adrianpolis.
No complexo qumico, reforou-se a posio de Araucria (com 65,19%, em 1990,
para 71,2% do VAF do gnero, em 2000) e, conseqentemente, do conjunto de nvel alto

de integrao, em virtude da atividade de refino de petrleo. Contudo, vale destacar do
ponto de vista intra-complexo o espraiamento da indstria de matria plstica do plo, que
concentrava, em 1990, 33,2% do VAF, em direo, particularmente a Pinhais, So Jos dos

Pinhais e Quatro Barras, que juntos somaram 41,7% do VAF do complexo em 2000.
Os complexos agroindustrial e madeireiro perderam participao no conjunto
industrial da RMC, em razo, em parte, do deslocamento do dinamismo de crescimento
para outras regies do Estado e, em parte, do crescimento mais acelerado das atividades
da metalmecnica. Tanto assim que gneros, como o de alimentos, mantiveram sua
participao em torno de 20% no total do Estado ao longo do perodo, enquanto o txtil

ampliou de 8,1%, em 1990, para 14,4%, em 2000.
As implantaes da Tafisa, em Pin, e da Placas do Paran, em Jaguariava ambas
fora da RMC , exemplificam a desconcentrao do ramo da madeira no Estado. Apesar

disso, municpios dos nveis mdio a muito alto de integrao ampliaram o gnero madeira
na RMC, com forte aumento de participao no VAF em Araucria (de 1,2% para 7,6%)
e com ampliaes menores em municpios como Pinhais, Fazenda Rio Grande, Contenda
e Bocaiva do Sul. J os gneros papel e papelo e mobilirio perderam participao, sem

apresentar qualquer movimento relevante de desconcentrao na Regio.
No complexo agroindustrial, so claros os sinais de menor dinamismo nos gneros
de confeces, bebidas e fumo na RMC comparativamente ao Estado, tendo o ltimo
sido influenciado pelo fechamento da unidade de processamento de fumo em Araucria.

Entretanto, em outros gneros do complexo, como o de alimentos, que manteve o dinamismo,
ocorreu uma difuso, ainda que tmida, dos investimentos em vrios municpios de todos
os nveis de integrao. J a ampliao do txtil, provavelmente associada ao fornecimento

8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
35
35
indstria automobilstica da RMC (tapetes e carpetes), procedeu com concentrao em

Curitiba, que, sozinha, respondeu, em 2000, por 10% do VAF do gnero no Estado.
A indstria de minerais no-metlicos cresceu no conjunto de nvel baixo de
integrao, devido, principalmente, expanso da indstria cimenteira de Balsa Nova e

Rio Branco do Sul, modernizada e ampliada ao longo da dcada. Em 2000, esse municpio
respondeu por quase 39,9% do VAF do gnero. De qualquer modo, importante notar
algumas expanses marginais em Fazenda Rio Grande, Araucria, Pinhais, Quatro Barras
e Itaperuu, que apresentaram alguma evoluo do VAF nesse gnero.
Portanto, no contexto geral de acentuao do perfil metalmecnico e qumico da
RMC, houve, em alternativa ao plo curitibano, a conformao de novas reas industriais,

porm limitada a alguns municpios do seu entorno, nos nveis de integrao entre mdio
e muito alto. Os municpios do nvel baixo de integrao, Rio Branco do Sul e Balsa
Nova, mantiveram sua expresso industrial atrelada a apenas um tipo de indstria, no
apresentando qualquer tendncia diversificao. A maior parte dos demais municpios
incluindo-se a os de todos os nveis de integrao permaneceu com pouca expresso
industrial, reduzida capacidade endgena de investimento e poupana e de atrao de

recursos externos.
'#*# D>cXgZbZcidYdhHZidgZh8dbgX^dZHZgk^dh
Embora, na dcada de 1990, o maior montante de investimentos no Paran tenha
se centrado no setor industrial, ocorreram mudanas significativas nos demais setores
econmicos, especialmente na RMC, que absorveu maior volume das inverses pblicas
e privadas. A instalao de novos e mais modernos empreendimentos ampliou a demanda
por servios e produtos de maior especializao, muitos dos quais viabilizados por capital
internacional e voltados ao mercado global.
Dessa forma, vrios segmentos dos setores servios e comrcio foram internacionali-
zados, como os supermercados, hotis, agncias de publicidade, telecomunicaes e outros,

incrementando as relaes principalmente de Curitiba com outras cidades brasileiras e
com o exterior (FIRKOWSKI, 2001). Prova dessa nova insero econmica o aumento
na movimentao do aeroporto Afonso Pena, situado em So Jos dos Pinhais, que teve
de ser ampliado e modernizado para suportar o trnsito crescente, tanto no que se refere
ao nmero de passageiros e aeronaves como ao volume de cargas.
36
36
A importncia da RMC nas atividades do tercirio paranaense j era evidente em

1996, quando respondia por 46,07% do VAF do comrcio e por 44,78% dos servios.
Em 2000, enquanto no setor de servios houve um salto importante para 72,37%, a
participao no setor comrcio ficou praticamente inalterada em 46,18%. O que chama
a ateno o carter concentrador das atividades desses setores, internamente Regio.
Em 2003, Curitiba apresenta uma suave retomada na participao no VAF da indstria
e relativa queda nos servios. Na Regio como um todo, a participao da indstria no
Estado cresce substantivamente e tambm declina a participao nos servios.
Embora a RMC tenha forte peso na atividade industrial, em se tratando da gerao de
empregos, o setor tercirio da economia, em relao indstria, tem o triplo de ocupaes.
No tercirio, a participao mais relevante do setor de servios, que tem apresentado
maior capacidade de gerao de postos de trabalho, quer pela forte representao do poder
pblico, quer pelo setor privado, no atendimento s crescentes demandas do consumidor
individual, familiar e empresarial. O incremento na oferta de postos de trabalho nesse
setor acompanha o desenho de distribuio do VAF, com a maior insero desses postos
em Curitiba.
Tal fenmeno se repetiu em relao ao comrcio, que, em 1990, estava concentrado em
Curitiba, sofrendo pequena diminuio de participao em 2000, cuja diferena foi capturada
pelos municpios de nveis alto e muito alto de integrao dinmica metropolitana.
Nos servios, o municpio de maior expresso na gerao do VAF do setor foi So
Jos dos Pinhais, enquanto no comrcio, alm deste, sobressai ainda Araucria e Pinhais.
Em termos de ocupao, destacam-se tambm Colombo e Quatro Barras.
Na medida em que se afastam do plo metropolitano, os municpios passam a
registrar maior nmero de empregos formais nos setores comrcio e servios, que nos
demais setores, como o caso dos municpios que se inserem nos nveis baixo e muito
baixo de integrao. Na mdia, eles registraram mais de 40% de seus empregos no setor
de servios. Por outro lado, observa-se que o VAF desse setor foi baixo na maior parte
dos municpios, o que indica que os postos de trabalho de servios ocorreram no poder
pblico, principalmente nas prefeituras municipais.
Ainda em relao ao setor de servios, as atividades que agregam maior valor esto
localizadas em Curitiba, que se encontrava em posio privilegiada, e nos municpios de
nveis muito alto e alto de integrao. Curitiba concentrava, em 2000, mais de 70% do
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
37
37
VAF regional dos segmentos alojamento e alimentao, e servios prestados s empresas, e

entre 96% e 100% em correio e telecomunicaes, informtica, intermediao financeira, e
outros servios. Somente no segmento transportes e em atividades imobilirias o conjunto
dos municpios de nveis mdio a muito alto de integrao apresentou participao superior
de Curitiba. Na medida em que se afasta do plo, as participaes dos municpios no
valor adicionado setorial diminuem, com registros mais freqentes e significativos apenas
no segmento alojamento e alimentao.
Destaca-se, entretanto, que, de modo geral, a informalidade nesse Setor tambm
bastante alta, denunciando que sua participao na economia regional pode ser maior do
que a captada pelos organismos oficiais (SILVA e MOURA, 2003).
No Comrcio, a maior insero da RMC ocorreu no segmento comrcio por
atacado, fortemente localizado nesse mesmo conjunto, impulsionada principalmente pelos
municpios So Jos dos Pinhais, Pinhais, Colombo e Campo Largo. Nesse segmento,
Curitiba registrou participao de 36,32% do VAF.
No comrcio e reparao de veculos e comrcio varejista, Curitiba contribua,
respectivamente, com 78,28% e 83,98% do VAF desses segmentos na RMC. O conjunto
de municpios de nveis de integrao entre mdio e muito alto aparecia tambm com
expressivas participaes, porm sem atingir a supremacia que ocorria no comrcio
por atacado.
Diferentemente do setor de servios, no qual poucas atividades ocorrem generalizadamente nos municpios, os segmentos do setor comrcio funcionam de forma mais
abrangente em todos os nveis de integrao. O segmento comrcio por atacado o nico
que assume maior peso nos municpios dos nveis de integrao alto e muito alto, em
detrimento de comrcio e reparao, influenciado pelo comportamento do municpio de
Araucria, com uma gerao de valor adicionado superior at mesmo de Curitiba.
Cabe destacar que a concentrao do segmento comrcio varejista em Curitiba
decorreu tanto da implantao de grandes estabelecimentos como da aquisio de
importantes redes locais e regionais por grandes grupos nacionais e internacionais.
Disso resultou a ampliao de uma rede de fornecedores, com extenso nos horrios
de atendimento, adoo de novos mtodos de trabalho e ampliao e diversificao de
produtos. O impacto no mercado de trabalho foi tambm significativo, visto que as lojas
apresentam maior porte, ocupando mais de 500 funcionrios, nmero difcil de ser obtido
por outras atividades econmicas.
38
38
'#+# 9^hig^Wj^dHZidg^VaZ:heVX^VaYVDXjeVdZYVh:begZhVh
No perodo de 1990-2003, com base em informaes da RAIS,9 houve criao de
593.974 empregos formais no Paran, o que significou um aumento de 46,1%, e 184.514
deles ocorreram na Regio Metropolitana de Curitiba (ou seja, 31,1%). Em termos de
participao no total do emprego estadual, essa Regio apresentou inflexo de 46%, em
1990, para 41,3%, em 2003 (Tabela 2.7).
I67:A6'#,:begZ\dh;dgbV^hZEVgi^XêVdcdIdiVaYd:begZ\d;dgbVaYdEVgVc{!
>cXgZbZcidZKVg^Vd&..%"'%%(!HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8
:begZ\d[dgbVa&
CkZaYZ>ciZ\gVd
&..%
'%%(
IdiVa
IdiVa
>cXgZbZcid
&..%$'%%(
KVg^Vd
Ead8jgî^WV
).-#(+.
(-!+'
*-(#%.)
(%!.)
-)#,'*
&,!%%
Bjîd6aid
((#)'-
'!*.
&%,#.-(
*!,(
,)#***
''(!%(
&..%$'%%(
6aid
'(#'&+
&!-%
'.#('&
&!*+
+#&%*
'+!(%
BY^d
',#&%.
'!&%
(,#-''
'!%&
&%#,&(
(.!*'
7V^md
(#,)'
%!'.
*#,-%
%!(&
'#%(-
*)!)+
,#(++
%!*,
&(#,))
%!,(
+#(,-
-+!*.
IDI6A96GB8
BjîdWV^md
*.(#'(%
)*!.,
,,,#,))
)&!',
&-)#*&)
(&!&%
IDI6AE6G6C
&#'.%#)%+
&%%!%%
&#--)#(-%
&%%!%%
*.(#.,)
)+!%(
;dciZ/G6>H
CdiV/&DidiVaYZZbegZ\dh[dgbV^heVgV&..%^cXaj^^\cdgVYdh#
Considerando o espao institucional compreendido pela RMC, o incremento do perodo

foi distribudo 45,9% no plo e 40,4% entre os municpios com nvel de integrao muito
alto. A anlise dos dados de 1995 demonstra que tal distribuio ocorreu diferentemente ao
longo da dcada. Enquanto o plo foi o principal gerador de empregos formais entre 1990
e 1995 (83,11% dos empregos gerados no perodo), tal posio passa a ser assumida pelos
municpios de nvel de integrao muito alta, a partir da segunda metade da dcada.
A RAIS um registro administrativo com boa cobertura do emprego formal no Brasil. Entretanto,
h que se considerar que essa cobertura, e o potencial para representar a dinmica do mercado de trabalho, varivel conforme a escala de anlise. Esse potencial menor principalmente em relao aos
municpios de pequeno porte, os quais so, geralmente, mais dependentes de atividades agropecurias,
marcadas por maior informalidade.
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
39
39
preciso lembrar que o perodo em anlise os anos 1990 foi marcado pelo
baixo desempenho do mercado de trabalho, fato que, apesar das particularidades regionais,
atingiu as diversas regies do Brasil. As taxas de crescimento anual mdio do emprego
formal, no perodo 1992-1999, foi de apenas 1,7%, para o Brasil, e de 1,0%, para o atual
conjunto de regies metropolitanas brasileiras. Os dois anos iniciais da dcada foram de
reduo do emprego formal. Nesse sentido, quando se destaca o crescimento do nvel de
emprego no pas, h que se ter em conta que se trata de desempenho bastante medocre
comparativamente a outros perodos ps-anos 1970, inclusive mais recentemente, aps

a desvalorizao cambial de 1999.
Em se tratando da estrutura do emprego formal, percebe-se que esse crescimento
se refletiu em todos os setores, exceo da construo civil, setor que eliminou 1,5 mil
postos de trabalho entre 1995 e 2000. O maior aumento, em termos absolutos e relativos,
no emprego formal da Regio ocorreu no setor de servios, acompanhado do comrcio.
O setor industrial, embora tenha registrado acrscimo de postos formais de
trabalho, com variao de 29,2% entre 1990 e 2003, obteve decrscimo acentuado quanto
participao no total do emprego formal no conjunto com nvel de integrao muito
alto e no plo. Apresentou crescimento de aproximadamente 0,5 pontos percentuais
no conjunto de nvel mdio e manteve-se com suave declnio nos demais (Tabela 2.8).
Enquanto a RMC perde participao do emprego formal industrial no total do emprego
formal, o Paran mostra sinais de aumento; no perodo, a RMC teve uma variao de
29,2% da ocupao industrial, e o Paran, de 56%.
I67:A6'#-:begZ\dh;dgbV^hIdiVaZcV>cYhig^V!EVgi^XêVdHZidg^VaZ
KVg^Vd&..%$'%%(!HZ\jcYdCkZa9Z>ciZ\gVdGB8'%%%
:begZ\d;dgbVa&
CkZaYZ>ciZ\gVd
40
&..%
'%%(
cV^cYhig^V
cV^cYhig^V
DXjeVdidiVa
DXjeVd^cYhig^V
Ead8jgî^WV
&-!&(
&)!+.
&,!%%
"*!&.
Bjîd6aid
*&!)-
(*!-,
''(!%(
&'*!%+
6aid
)*!-(
(+!*,
'+!(%
%!-%
BY^d
(+!%.
(,!)&
(.!*'
))!+'
40
KVg^Vd&..%$'%%(
I67:A6'#-:begZ\dh;dgbV^hIdiVaZcV>cYhig^V!EVgi^XêVdHZidg^VaZ
KVg^Vd&..%$'%%(!HZ\jcYdCkZa9Z>ciZ\gVdGB8'%%%Xdci^cjVd
:begZ\d;dgbVa&
CkZaYZ>ciZ\gVd
&..%
'%%(
KVg^Vd&..%$'%%(
cV^cYhig^V
cV^cYhig^V
DXjeVdidiVa
DXjeVd^cYhig^V
7V^md
)%!&.
(.!*-
*)!)+
*'!&(
BjîdWV^md
('!),
'+!&(
-+!*.
*%!&(
IDI6A96GB8
'-!-(
'(!%+
+&!+%
'.!'*
IDI6AE6G6C
''!**
')!%.
)+!%(
**!.-
;dciZ/G6>H
CdiV/&DidiVaYZZbegZ\dh[dgbV^heVgV&..%^cXaj^^\cdgVYdh#
Neste setor foram observadas diminuies de empregos formais em Curitiba

(-5,196). Os municpios inseridos no nvel muito alto de integrao foram os que obtiveram
os maiores ganhos, confirmando um espraiamento da atividade a partir do plo. Essas
mudanas foram mais acentuadas na segunda metade da dcada. Cabe apontar que esse
crescimento constatado deve-se, particularmente, indstria de material de transporte,
que, no perodo 1996-2001, teve um significativo aumento de postos de trabalho na
Regio (IPARDES, 2004a). A indstria est presente em sete municpios da RMC,
concentrando-se, porm, em Curitiba e So Jos dos Pinhais. Araucria e Piraquara, com
nvel alto de integrao e que mostraram crescimento no emprego formal, mantendo a
atividade na Indstria praticamente no mesmo patamar do incio dos anos 1990.
Com relao aos municpios de nvel muito baixo de integrao, as limitaes
apresentadas pela RAIS, particularmente no que se refere ao setor agropecurio, obscurecem
o peso desse setor para alguns municpios. Dados do Censo Demogrfico 2000 referentes
ocupao apontam que em Adrianpolis, Agudos do Sul, Cerro Azul, Contenda,
Doutor Ulysses, Quitandinha e Tijucas do Sul a agropecuria ocupava 40% ou mais da
mo-de-obra. Nestes, excluindo Adrianpolis, nenhum outro setor aparecia com destaque
(IPARDES, 2004a). Lapa e Bocaiva do Sul tinham tambm significativa participao
dessa ocupao, com respectivamente 36,0% e 38,7%.
No que se refere s empresas, o comportamento apreciado em relao ao mercado
formal de trabalho se repete, com a RMC reduzindo de 32% para 30,3% sua participao
no total das empresas do Estado, entre 1990 e 2000, e apresentando um incremento notvel,
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
41
41
mas com percentual de variao tambm inferior (Tabela 2.9). A variao no crescimento
no volume de empresas verificado na Regio foi de 72,1% e o do Paran, 82%.
I67:A6'#.IdiVaYZ:begZhVhZEVgi^XêVdZbGZaVdVdIdiVaYVGB8ZYd:hiVYd!
HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8&..%$'%%%
&..%
'%%%
9^[ZgZcV
KVg^Vd
IdiVa
GB8
:hiVYd
IdiVa
GB8
:hiVYd
'%%%"&..%
'%%%$&..%
Ead8jgî^WV
')#-(,
-%!.+
'*!.&
)%#)(+
,+!*.
'(!&,
&*#*..
+'!-&
Bjîd6aid
'#(,*
,!,)
'!)-
+#,*(
&'!,.
(!-,
)#(,-
&-)!()
6aid
&#''&
(!.-
&!',
&#+((
(!%.
%!.)
)&'
((!,)
BY^d
&#'+.
)!&)
&!('
'#(.%
)!*(
&!(,
&#&'&
--!()
7V^md
''.
%!,*
%!')
()*
%!+*
%!'%
&&+
*%!++
BjîdWV^md
,),
'!)(
%!,-
&#'(-
'!()
%!,&
).&
+*!,(
IDI6AGB8
(%#+,-
&%%!%%
('!%%
*'#,.*
&%%!%%
(%!'+
''#&&,
,'!%.
IDI6AEVgVc{
.*#-*.
&%%!%%
&,)#).)
&%%!%%
,-#+(*
-'!%(
CkZaYZ>ciZ\gVd
;dciZ/G6>H
Internamente Regio, a distribuio do incremento das empresas privilegiou
o plo metropolitano, que acolheu 70,5% das 22.117 empresas introduzidas na RMC,
enquanto os municpios do nvel muito alto de integrao registraram 19,8%. Os dados
de 1995 revelam que a participao do plo tambm foi maior nos primeiros cinco anos
(81,1% do incremento at 1995 e 61,2% entre 1995 e 2000) e que houve maior disperso
de novas empresas nos demais conjuntos, especialmente de nvel muito alto.
Comparativamente, a RMC respondeu por um percentual maior de participao no
total dos empregos formais do Estado que no das empresas, demonstrando relativa manuteno
no perodo (Grfico 2.1) . No entanto, foram as empresas que apontaram maiores ndices
de crescimento no perodo, com tendncia elevao maior que a das ocupaes.
42
42
<G;>8D'#&:begZ\d;dgbVaZ:begZhVhEVgi^XêVdYVGB8
cdIdiVaYdEVgVc{Z8gZhX^bZcid&..%"'%%%
;dciZh/G6>H$>E6G9:H#
Em 1990, 32% das empresas paranaenses estavam na RMC, proporo que caiu
para 30,3% em 2000. Caiu tambm o peso concentrador do municpio de Curitiba nessa
varivel, no perodo, e cresceu o do conjunto com nvel muito alto de integrao: em 1990,
81% das empresas da RMC estavam em Curitiba e 7,7% nesse conjunto; em 2000, passaram
respectivamente para 76,6% e 12,8%, denotando uma redistribuio de empresas entre
essas espacialidades, desencadeada com maior intensidade na segunda metade da dcada
(ver Tabela 2.9). Curitiba e So Jos dos Pinhais participavam com mais de 27% do total
das empresas do Estado, em 1990, diminuindo para menos de 25% em 2000.
Houve crescimento do nmero de empresas na Regio, de 30.678 para 52.795, de
forma mais acentuada nos municpios de Curitiba, So Jos dos Pinhais e em Pinhais.
Destaca-se que esse ltimo foi desmembrado de Piraquara no perodo analisado, o
que fez com que, em parte, Piraquara apresentasse queda no nmero de empresas
(428 estabelecimentos).
Em 2000, predominam empresas de at 19 empregados. As empresas com mais de
1.000 empregados situam-se, majoritariamente, em Curitiba (49 empresas) e municpios
dos nveis de integrao alto e muito alto (Tabela 2.10).
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
43
43
I67:A6'#&%:begZhVhedgHZidgZIdiVa!HZ\jcYdCbZgdYZ:begZ\VYdhZ
EVgi^XêVdZbGZaVdVdIdiVaYVGB8ZYd:hiVYd'%%%
CbZgdYZ:begZhVhHZ\jcYdCbZgdYZ:begZ\VYdh
:begZhVh
6i)
9Z
*V.
>cYjhig^V^h8jgî^WV
()(
&*-%
,)-
)-+
(%)
&%,
*)
'*
&&
(+++
>cYjhig^V^hGB8
*-+
'++*
&'.)
.*,
+''
'(&
&'-
)+
'%
&%
+**.
>cYjhig^V^hEVgVc{
'&-&
.&%)
(.).
'.&.
&.,%
+-*
(+'
&(+
).
&-
'&(,(
HZgk^dh8jgî^WV
'#%%%
&&&,-
(%%-
&)*%
.%,
'.'
&.(
+.
)%
(.
&.&,+
HZgk^dhGB8
'#)),
&(#&%(
(#).'
&#,&-
&#&%%
(),
')*
-.
*&
*%
''#+)'
HZgk^dhEVgVc{
++*&
()%,%
-',+
)%,)
')+(
,,&
+)*
')*
&&'
-&
*,(--
8dbgX^d8jgî^WV
'#%',
-#-&'
'#*%(
&#&,(
)*&
&%'
-%
&*
&*#&++
8dbgX^dGB8
'#+'.
&&#)'+
(#&(*
&#*%%
+')
&(+
.'
&+
&.#*+&
8dbgX^dEVgVc{
-++-
(-((,
.').
)&(%
&*,+
()-
&*%
'-
+')-.
IDI6A8jgî^WV
)-(,
''+-+
++(+
(((*
&-(%
*(.
(*%
&&-
*+
).
)%)(+
IDI6AGB8
+)'+
'.&--
-),,
)*&-
'+&(
,,+
).,
&+'
,+
+'
*',.*
IDI6AEVgVc{
'(&(& &%)%)- ')')(
&'(*&
+,*'
&...
&'*-
)'-
&,+
&%-
&,)).)
IDI6A8jgî^WV$
,*!',
GB8
IDI6AGB8$EVgVc{
',!,
9Z
9Z
9Z 9Z&%% 9Z'*% 9Z*%% &%%%
&%V&. '%V). *%V.. V'). V).. V... djbV^h
IdiVa
,,!,'
,-!'-
,(!-'
,%!%(
+.!)+
,%!)'
,'!-)
,(!+-
,.!%(
,+!*.
'-!%*
()!.,
(+!*-
(-!,%
(-!-'
(.!*&
(,!-*
)(!&-
*,!)&
(%!'+
;dciZ/G6>H
O perfil setorial das empresas da RMC define-se pela presena majoritria
daquelas que atuam nos setores servios e comrcio. Apenas entre os municpios
de nveis alto e muito alto de integrao, a RAIS contabilizou maior presena de
empresas no setor industrial. Das 52.795 empresas da RMC, 22.642 atendiam, em
2000, ao setor de servios; 19.561, ao comrcio; e 6.559, indstria (ver Tabela 2.10).
Comparativamente ao Estado, a organizao setorial das empresas difere por agregar
maior nmero no setor de servios, seguido pelo comrcio, enquanto o Estado concentra
o maior nmero no comrcio.
44
44
No setor comercial, em 2000, predominavam empresas com at quatro empregados,
disseminadas nos municpios da Regio. Com mais de 100 empregados, s existiam em
Curitiba, Araucria, Colombo, Pinhais e So Jos dos Pinhais. Curitiba detinha 24,3%
das empresas do Paran, seguida, na RMC, por So Jos dos Pinhais, com 1,66% nico
municpio da RMC com participao estadual superior a 1%. Nos servios, Curitiba
participava com 33,41% das empresas do Paran, e So Jos dos Pinhais com 1,47%. Como
no comrcio, predominavam empresas com at quatro empregados. Aquelas com mais de
1.000 empregados localizavam-se majoritariamente em Curitiba (39 empresas).
No caso da indstria o padro se altera. Curitiba detinha, em 2000, 17,15% das
empresas do Paran, e municpios de nveis mdio a muito alto se destacavam nos conjuntos:
So Jos dos Pinhais (3,09%), Pinhais (2,20%) e Colombo (1,82%), com nvel muito alto
de integrao; Araucria (1,01%), com nvel alto; e Campo Largo (1,47%), com nvel
mdio nicos na RMC a participar com mais de 1% no total das empresas do Estado.
Chama a ateno, no caso de Araucria, a elevada gerao de valor adicionado fiscal
da atividade petroqumica, que a coloca numa posio de destaque, como o municpio
com maior participao no VAF da indstria do Paran em 2000, embora decorrente de

reduzido nmero de empresas e restrita margem de ocupao da mo-de-obra.
As empresas do setor industrial, como nos demais, predominavam ofertando at
quatro empregos. Aquelas com mais de 500 empregados estavam em Curitiba que
tambm possua oito empresas com mais de 1.000 empregados ; So Jos dos Pinhais,
Campo Largo, Pinhais e Araucria, assim como em Rio Branco do Sul e Lapa, inseridos
nos nveis baixo e muito baixo de integrao na dinmica metropolitana.
'#,# 9ZhXdcXZcigVddj:meVchdYd6\adbZgVYdBZigdedaîVcd4
A retrospectiva sucinta quanto emergncia e consolidao do espao metropo-
litano de Curitiba no cenrio econmico paranaense e o apontamento de indicadores
e comportamentos da dinmica local, que motivaram este estudo, so ofertados como

subsdios para a anlise comparativa dos impactos do ajuste estrutural e da reestruturao
produtiva sobre a dimenso urbano-metropolitana brasileira, proposta pelo Projeto
Metrpoles, desigualdades socioespaciais e governana urbana.
Os efeitos negativos da estratgia defensiva de ajuste, num cenrio nacional de
recesso e crise do setor pblico, tm rebatimento diferenciado entre as metrpoles

8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
45
45
brasileiras, fruto das distintas bases produtivas e dos diferentes estgios de desenvolvimento
de cada regio. Essas diferentes temporalidades metropolitanas recebem de forma peculiar
os impactos desse processo e desencadeiam reaes distintas, enfrentando maiores ou

menores obstculos adoo de estratgias para a reestruturao da base produtiva regional
e insero ao novo padro de modernizao e desenvolvimento.
A anlise realizada mostra que a Regio Metropolitana de Curitiba, como todo
o espao brasileiro, foi submetida aos efeitos do ajuste da estrutura produtiva, bastante
acentuado no incio da dcada de 1990, em funo de drstica conteno da atividade
econmica nacional, e intensificado ao longo da segunda metade, em virtude da abertura
comercial do Pas. No entanto, pode-se dizer que essa Regio, caracterizada por um
processo de industrializao mais recente, apesar de impactada pelos processos de ajustes
e reestruturao, conseguiu, especialmente no setor de servios, praticamente manter seu
estoque de empregos formais. Adicionalmente, a Regio beneficiou-se pela desconcentrao
recente das atividades industriais no Pas.
Mesmo assim, no ficou imune ao baixo crescimento do emprego, particularmente
o industrial, cujo incremento constatado adere-se s novas atividades, especialmente do
setor servio. Os principais ramos afetados foram aqueles da agroindstria (como txtil,
vesturio, produtos alimentares) e os do gnero de material eltrico e comunicaes.

Alm desses, os servios financeiros e a construo civil apresentaram intensa reduo
no nvel de emprego.
A RMC, e mais particularmente o aglomerado metropolitano analisado neste
estudo sob os recortes Curitiba e municpios de nveis mdio a muito alto de integrao
na dinmica metropolitana , foi receptora de amplo pacote de investimento centrado na

indstria automobilstica, o que propiciou diversificao intra-industrial no gnero de material
de transporte, que, alm de caminhes e nibus, passou a incluir a produo de utilitrios e

automveis de passeio, carregando uma srie de fornecedores de primeira camada.
Tais investimentos contriburam para uma especializao da estrutura industrial na
metalmecnica e qumica, dado o decrscimo de importncia do complexo agroindustrial

e madeireiro, com deslocamento de parte do potencial de crescimento destas atividades
para outras regies do Estado.
Os principais rearranjos espaciais foram, sem dvida, provocados pela indstria
de material de transporte. Ainda que o municpio de Curitiba tenha recebido vrias

46
46
intenes de investimento, a gerao do valor adicionado fiscal ocorreu mediante um
processo de desconcentrao ao interior do prprio aglomerado metropolitano, em direo
aos municpios de So Jos dos Pinhais, Pinhais, Quatro Barras e Campo Largo. Esses
municpios constituram novas reas industriais, agraciados pelo posicionamento estratgico
para a recepo de insumos e escoamento da produo (proximidade das BRs principais,

que interligam mercados fornecedores e consumidores, porto e aeroporto).
O espraiamento para fora do plo limitou-se a esses municpios, permanecendo os
demais estagnados em termos da produo industrial, com exceo daqueles ligados indstria
de minerais no-metlicos, reforados pelo crescimento da indstria cimenteira.
A anlise da distribuio do VAF dos setores econmicos demonstra que, na
medida em que se afasta do plo metropolitano, tambm h diminuio na participao

dos municpios no valor adicionado fiscal gerado pelo setor de servios, devido forte
concentrao das atividades desse setor, tambm internamente Regio. Observa-se, ainda,
que os segmentos de servios com maior produtividade e capacidade de gerao de VAF
esto sediados, na maioria, na capital, como so os casos das atividades de telecomunicaes,

intermediao financeira e de informtica. Os segmentos alojamento e alimentao e
transportes so os que apresentam maior difuso nos demais municpios da RMC.
Na anlise do emprego formal verifica-se que, com o afastamento do plo, a
participao do setor de servios na gerao de postos de trabalho, internamente aos

municpios, aumenta. Esse resultado relaciona-se basicamente presena do emprego
pblico, captado pela RAIS fonte que deixa de revelar a forte presena da ocupao
na Agropecuria, como se constata a partir de dados censitrios, a qual exprime mais

apropriadamente o perfil econmico desses municpios.
As mudanas percebidas na ordem da configurao de novas espacialidades na
Regio devem-se, em grande medida, a um processo menos de desconcentrao e mais

de expanso fsica da rea dinmica da indstria, em direo a municpios vizinhos que
ofereciam vantagens comparativas, principalmente em termos de infra-estrutura de

transporte e escoamento. Contudo, essas mudanas no foram capazes de romper com a
primazia desempenhada por Curitiba, no espao metropolitano.
Acompanhando o reforo atividade industrial, os setores comrcio e de servios
tambm se espraiaram entre os municpios do aglomerado metropolitano. Esses municpios
podem ser considerados como extenses do uso e ocupao de Curitiba e muitos tm

8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
47
47
como caracterstica principal a funo de dormitrio. Essa funo faz com que seja possvel
consider-los parte de Curitiba a despeito dos limites territoriais , especialmente no
que se refere ao mercado de trabalho, que o elemento unificador desse conjunto. So Jos
dos Pinhais destaca-se por se colocar como nova centralidade desse espao regional.
Se no mbito da economia a RMC rumou para uma insero com traos similares
queles de regies desenvolvidas com ampliao de segmentos modernos da indstria,

comrcio e servios e melhorias nos aparatos de cincia, tecnologia e informao ,
no mbito socioambiental a Regio reitera o acmulo de desigualdades sociais na escala
intrametropolitana, como ocorre nas demais metrpoles brasileiras. Assim, essa desconcentrao da atividade econmica, ou concentrao dispersa entre municpios, com
redistribuio espacial da atividade, ao mesmo tempo em que alterou substancialmente o
perfil da economia metropolitana resultou em transformaes socioespaciais que sero
exploradas na seqncia deste estudo e efeitos ambientais marcantes.
Estudos desenvolvidos pelo IPARDES (2004a) apontam um reforo dos fluxos

migratrios para a RMC, em parte influenciados pelas estratgias de atrao da atividade
econmica, acentuando a desigualdade, j que, mesmo com o crescimento da oferta de
empregos, grande contingente de mo-de-obra permanece fora do mercado. Essa dinmica,
desacompanhada de medidas que visassem incorporar a populao residente e migrante
da RMC ao processo produtivo, pode estar na raiz da crescente insero da populao
excedente na economia informal, tradicionalmente redutos de empregos de menor
qualificao. Para Delgado (2001), a j existente dificuldade de insero da populao ao
processo produtivo foi potencializada pelo movimento migratrio. Este, por sua vez,
reflexo da ausncia de polticas de gerao de empregos no interior do Estado, ao nvel
da demanda gerada pelo aumento populacional e da PEA.
Outros estudos (IPARDES, 2004a; DESCHAMPS, 2004) mostram ainda que a
disperso das atividades para novas localizaes aumenta a presso por ocupao e usos
sobre reas ambientalmente vulnerveis, particularmente os mananciais de abastecimento
hdrico da RMC.
Compreender a origem dessas contradies fundamental para entender as
transformaes no nexo entre as dinmicas socioeconmicas e espaciais urbanas. Alguns
passos j esto sendo dados no caso da RMC, com a anlise concomitante das demais
vertentes do Projeto Metrpoles: desigualdades socioespaciais e governana urbana
48
48
(PROJETO, 1997). Porm, tendo em vista a amplitude e a relevncia desta anlise, por
compreender mais uma interpretao da dinmica econmica e espacial da RMC nos
anos recentes, e para a continuidade dos estudos do referido Projeto, alm da realizao
de trabalhos com a mesma natureza nas demais regies metropolitanas brasileiras, que
se constituiriam em importantes bases para estudos comparativos e possibilitariam o

melhor entendimento das mudanas operadas na RMC e das relaes que ela estabelece
com o contexto nacional e internacional, outras pesquisas e alguns desdobramentos se
fazem necessrios.
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
49
49
(
3
Captulo
XVeijad
)$ :_W]dij_YeIeY_ekhXWde
ZWh[WC[jhefeb_jWdW
A insero social de indivduos e famlias depende, num primeiro momento, da

capacidade do Estado em prover estruturas de oportunidades para esses indivduos e
famlias; num segundo momento, depende da capacidade que cada indivduo ou famlia
possui de acesso a essas estruturas de oportunidades. A maior ou menor capacidade de
dispor dessas estruturas vai depender de determinadas condies socioeconmicas da
populao bem como de determinadas caractersticas demogrficas.
Nesta parte do estudo so abordadas as caractersticas mais relevantes da populao
que habita o espao metropolitano de Curitiba, tais como sexo, estrutura etria, cor ou raa,
escolaridade, renda, insero no mercado de trabalho, condies de moradia, mobilidade
e transporte e incidncia de homicdios, dando destaque a como as caractersticas
socioeconmicas da populao se relacionam com sua distribuio no espao.
Alm de adotar como unidade de anlise o municpio individualmente e os conjuntos
deles segundo o nvel de integrao na dinmica da aglomerao, esta parte do estudo adota
tambm uma desagregao espacial menor que a municipal que so as AEDs reas de
Ponderao do Censo Demogrfico de 2000 , formadas por um agrupamento mutuamente
exclusivo de setores censitrios. O agrupamento foi realizado obedecendo a alguns critrios,
tais como tamanho, em termos de domiclios e de populao, que garantissem a expanso
da amostra sem perder sua representatividade; contigidade, preservando o sentido
geogrfico; e homogeneidade, em relao ao conjunto de caractersticas populacionais e
de infra-estrutura conhecidas.1
1
Os detalhes sobre a conformao das reas de Ponderao podem ser consultados na Documentao
dos Microdados da Amostra (IBGE, 2002).
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
51
51
Na RMC encontram-se 114 reas, sendo 59 no municpio de Curitiba (Mapas 3.1
e 3.2). A relao das AEDs, acompanhadas dos respectivos cdigos e municpios a que
pertencem, encontram-se nos Quadros 3.1 e 3.2.
FJ69GD(#&#GZaVdYVhgZVhYZEdcYZgVdYd8Zchd9Zbd\g{Xd
YZ'%%%6:9HGZ\^dBZigdedaîVcVYZ8jgî^WV:mXaj^8jgî^WV
Bjc^Xe^dh
52
gZVhYZ:meVchd
9ZhXg^dYVhgZVhYZ:meVchd
6Yg^Vceda^h
)&%%'%'%%&%%&
Bjc^Xe^d69G>6CDEDA>H
6\jYdhYdHja
)&%%(%&%%&%%&
Bjc^Xe^d6<J9DH9DHJA
6ab^gVciZIVbVcYVg
)&%%)%%%%&%%&
H`ViZgYZBjc^Xe^d6AB>G6CI:I6B6C96G:"6:9%%&
6ab^gVciZIVbVcYVg
)&%%)%%%%&%%'
H`ViZgYZBjc^Xe^d6AB>G6CI:I6B6C96G:"6:9%%'
6ab^gVciZIVbVcYVg
)&%%)%%%%&%%(
H`ViZgYZBjc^Xe^d6AB>G6CI:I6B6C96G:"6:9%%(
6ab^gVciZIVbVcYVg
)&%%)%%%%&%%)
H`ViZgYZBjc^Xe^d6AB>G6CI:I6B6C96G:"6:9%%)
6gVjX{g^V
)&%&-%)%%&%%&
H`ViZgYZBjc^Xe^d6G6J86G>6"6:9%%&
6gVjX{g^V
)&%&-%)%%&%%'
H`ViZgYZBjc^Xe^d6G6J86G>6"6:9%%'
6gVjX{g^V
)&%&-%)%%&%%(
H`ViZgYZBjc^Xe^d6G6J86G>6"6:9%%(
6gVjX{g^V
)&%&-%)%%&%%)
H`ViZgYZBjc^Xe^d6G6J86G>6"6:9%%)
6gVjX{g^V
)&%&-%)%%&%%*
H`ViZgYZBjc^Xe^d6G6J86G>6"6:9%%*
7VahVCdkV
)&%'(%,%%&%%&
Bjc^Xe^d76AH6CDK6
7dXV^kVYdHja
)&%(&%,%%&%%&
Bjc^Xe^d7D86>JK69DHJA
8Vbe^cV<gVcYZYdHja
)&%)%%+%%&%%&
Bjc^Xe^d86BE>C6<G6C9:9DHJA
8VbedAVg\d
)&%)'%)%%&%%*
9^higîd86BEDA6G<D
8VbedAVg\d
)&%)'%)%%&%..
6\gZ\VYdYZ9^higîdh86BEDA6G<D
8VbedBV\gd
)&%)'*(%%&%%&
Bjc^Xe^d86BEDB6<GD
8Zggd6oja
)&%*'%&%%&%%&
Bjc^Xe^d8:GGD6OJA
8dadbWd
)&%*-%*%%&%%&
H`ViZgYZBjc^Xe^d8DADB7D"6:9%%&
8dadbWd
)&%*-%*%%&%%'
H`ViZgYZBjc^Xe^d8DADB7D"6:9%%'
8dadbWd
)&%*-%*%%&%%(
H`ViZgYZBjc^Xe^d8DADB7D"6:9%%(
8dadbWd
)&%*-%*%%&%%)
H`ViZgYZBjc^Xe^d8DADB7D"6:9%%)
8dadbWd
)&%*-%*%%&%%*
H`ViZgYZBjc^Xe^d8DADB7D"6:9%%*
8dadbWd
)&%*-%*%%&%%+
H`ViZgYZBjc^Xe^d8DADB7D"6:9%%+
8dadbWd
)&%*-%*%%&%%,
H`ViZgYZBjc^Xe^d8DADB7D"6:9%%,
8dadbWd
)&%*-%*%%&%%-
H`ViZgYZBjc^Xe^d8DADB7D"6:9%%-
52
FJ69GD(#&#GZaVdYVhgZVhYZEdcYZgVdYd8Zchd9Zbd\g{Xd
YZ'%%%6:9HGZ\^dBZigdedaîVcVYZ8jgî^WV:mXaj^8jgî^WVXdci^cjVd
Bjc^Xe^dh
gZVhYZ:meVchd
8dadbWd
)&%*-%*%%&%%.
H`ViZgYZBjc^Xe^d8DADB7D"6:9%%.
8dciZcYV
)&%+'%.%%&%%&
Bjc^Xe^d8DCI:C96
9djidgJanhhZh
)&'-+((%%&%%&
Bjc^Xe^d9DJIDGJANHH:H
;VoZcYVG^d<gVcYZ
)&%,+*'%%&%%&
Bjc^Xe^d;6O:C96G>D<G6C9:
>iVeZgjj
)&&&'*-%%&%%&
Bjc^Xe^d>I6E:GJ8J
AVeV
)&&('%*%%&%%&
EVgiZJgWVcVA6E6
AVeV
)&&('%*%%&%%'
EVgiZGjgVaA6E6
BVcY^gîjWV
)&&)(%'%%&%%&
Bjc^Xe^dB6C9>G>IJ76
E^c]V^h
)&&.&*'%%&%%&
H`ViZgYZBjc^Xe^dE>C=6>H"6:9%%&
E^c]V^h
)&&.&*'%%&%%'
H`ViZgYZBjc^Xe^dE>C=6>H"6:9%%'
E^c]V^h
)&&.&*'%%&%%(
H`ViZgYZBjc^Xe^dE>C=6>H"6:9%%(
E^c]V^h
)&&.&*'%%&%%)
H`ViZgYZBjc^Xe^dE>C=6>H"6:9%%)
E^c]V^h
)&&.&*'%%&%%*
H`ViZgYZBjc^Xe^dE>C=6>H"6:9%%*
E^c]V^h
)&&.&*'%%&%%+
H`ViZgYZBjc^Xe^dE>C=6>H"6:9%%+
E^gVfjVgV
)&&.*%.%%&%%&
EVgiZJgWVcVE>G6FJ6G6
E^gVfjVgV
)&&.*%.%%&%%'
EVgiZGjgVaE>G6FJ6G6
FjVigd7VggVh
)&'%-%)%%&%%&
Bjc^Xe^dFJ6IGD76GG6H
FjîVcY^c]V
)&'&'%-%%&%%&
Bjc^Xe^dFJ>I6C9>C=6
G^d7gVcXdYdHja
)&'''%+%%&%%&
Bjc^Xe^dG>D7G6C8D9DHJA
Hd?dhYdhE^c]V^h
)&'**%+%%&%%&
H`ViZgYZBjc^Xe^dH6D?DH:9DHE>C=6>H"6:9%%&
Hd?dhYdhE^c]V^h
)&'**%+%%&%%'
H`ViZgYZBjc^Xe^dH6D?DH:9DHE>C=6>H"6:9%%'
Hd?dhYdhE^c]V^h
)&'**%+%%&%%(
H`ViZgYZBjc^Xe^dH6D?DH:9DHE>C=6>H"6:9%%(
Hd?dhYdhE^c]V^h
)&'**%+%%&%%)
H`ViZgYZBjc^Xe^dH6D?DH:9DHE>C=6>H"6:9%%)
Hd?dhYdhE^c]V^h
)&'**%+%%&%%*
H`ViZgYZBjc^Xe^dH6D?DH:9DHE>C=6>H"6:9%%*
Hd?dhYdhE^c]V^h
)&'**%+%%&%%+
H`ViZgYZBjc^Xe^dH6D?DH:9DHE>C=6>H"6:9%%+
Hd?dhYdhE^c]V^h
)&'**%+%%&%%,
H`ViZgYZBjc^Xe^dH6D?DH:9DHE>C=6>H"6:9%%,
Hd?dhYdhE^c]V^h
)&'**%+%%&%%-
H`ViZgYZBjc^Xe^dH6D?DH:9DHE>C=6>H"6:9%%-
I^_jXVhYdHja
)&',+%&%%&%%&
Bjc^Xe^dI>?J86H9DHJA
IjcVhYdEVgVc{
)&',--'%%&%%&
Bjc^Xe^dIJC6H9DE6G6C6
;dciZh/>7<:0>E6G9:H
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
53
53
FJ69GD(#'GZaVdYVhgZVhYZEdcYZgVdYd8Zchd9Zbd\g{Xd
YZ'%%%6:9HBjc^Xe^dYZ8jgî^WVGZ\^dBZigdedaîVcVYZ8jgî^WV
Bjc^Xe^dh
54
gZVhYZ:meVchd
8jgî^WV
)&%+.%'...%%&
8Zcigd
8jgî^WV
)&%+.%'...%%'
GZWdjVh
8jgî^WV
)&%+.%'...%%(
7ViZa
8jgî^WV
)&%+.%'...%%)
7^\dggâ]d
8jgî^WV
)&%+.%'...%%*
BZgXh
8jgî^WV
)&%+.%'...%%+
?jkZk
8jgî^WV
)&%+.%'...%%,
8VedYV>bWj^V
8jgî^WV
)&%+.%'...%%-
<jVgV
8jgî^WV
)&%+.%'...%%.
Edgid
8jgî^WV
)&%+.%'...%&%
KâV>oVWZa
8jgî^WV
)&%+.%'...%&&
EâVgo^c]d
8jgî^WV
)&%+.%'...%&'
7VXVX]Zg^
8jgî^WV
)&%+.%'...%&(
=VjZg
8jgî^WV
)&%+.%'...%&)
CdkdBjcYd
8jgî^WV
)&%+.%'...%&*
;VoZcY^c]V
8jgî^WV
)&%+.%'...%&+
7VggZ^g^c]V
8jgî^WV
)&%+.%'...%&,
HVciV8}cY^YV
8jgî^WV
)&%+.%'...%&-
MVm^b
8jgî^WV
)&%+.%'...%&.
8VedGVhd
8jgî^WV
)&%+.%'...%'%
Hd7gVo
8jgî^WV
)&%+.%'...%'&
HVciV;Za^X^YVYZ
8jgî^WV
)&%+.%'...%''
6aid7dfjZ^gd
8jgî^WV
)&%+.%'...%'(
E^c]Z^g^c]d
8jgî^WV
)&%+.%'...%')
8>8CdgiZ
8jgî^WV
)&%+.%'...%'*
8Vbed8dbeg^YdH;
8jgî^WV
)&%+.%'...%'+
Hd;gVcX^hXd$7dbGZi^gd
8jgî^WV
)&%+.%'...%',
8Zcigd8k^Xd$6aidYV<ag^V
8jgî^WV
)&%+.%'...%'-
6aidYVMK$?VgY^bHdX^Va$=j\dAVc\Z
8jgî^WV
)&%+.%'...%'.
8VWgVa$6]j
8jgî^WV
)&%+.%'...%(%
?VgY^bYVh6bg^XVh$<jVW^gdijWV
54
FJ69GD(#'GZaVdYVhgZVhYZEdcYZgVdYd8Zchd9Zbd\g{Xd
YZ'%%%6:9HBjc^Xe^dYZ8jgî^WVGZ\^dBZigdedaîVcVYZ8jgî^WVXdci^cjVd
Bjc^Xe^dh
gZVhYZ:meVchd
8jgî^WV
)&%+.%'...%(&
EgVYdKZa]d$?VgY^b7di}c^Xd$8g^hidGZ^
8jgî^WV
)&%+.%'...%('
EVgda^c$;Vccn$A^cY^V
8jgî^WV
)&%+.%'...%((
HZb^c{g^d$8Vbe^cVYdH^fjZ^gV$Bdhhjc\j
8jgî^WV
)&%+.%'...%()
K^hiV6aZ\gZ$8VhXVi^c]V$HVcid>c{X^d$Hd?dd
8jgî^WV
)&%+.%'...%(*
7dVK^hiV$HdAdjgZcd
8jgî^WV
)&%+.%'...%(+
HVciVFjîg^V$8Vbed8dbeg^Yd$ED
8jgî^WV
)&%+.%'...%(,
6WgVcX]Zh$IVWdd$8VX]dZ^gV
8jgî^WV
)&%+.%'...%(-
I^c\^$6ijWV
8jgî^WV
)&%+.%'...%(.
6j\jhiV$G^k^ZgV$DgaZVch$7ji^Vijk^c]V$AVbZc]VEZfjZcV
8jgî^WV
)&%+.%'...%)%
8VbedYZHVciVcV$8Vm^bWV$JbWVg{$<VcX]^c]d
8jgî^WV
)&%+.%'...%)&
\jVKZgYZH:
8jgî^WV
)&%+.%'...%)'
\jVKZgYZOG"(
8jgî^WV
)&%+.%'...%)(
\jVKZgYZOG")
8jgî^WV
)&%+.%'...%))
8V_jgj&
8jgî^WV
)&%+.%'...%)*
8V_jgj'
8jgî^WV
)&%+.%'...%)+
JWZgVWV&
8jgî^WV
)&%+.%'...%),
JWZgVWV'
8jgî^WV
)&%+.%'...%)-
7dfjZ^gd&
8jgî^WV
)&%+.%'...%).
7dfjZ^gd'
8jgî^WV
)&%+.%'...%*%
Hi^d8ZgXVYd"7V^ggdCdkd
8jgî^WV
)&%+.%'...%*&
Hi^d8ZgXVYd
8jgî^WV
)&%+.%'...%*'
IVijfjVgV
8jgî^WV
)&%+.%'...%*(
IVijfjVgV"BdgVY^VhYZDgYZb
8jgî^WV
)&%+.%'...%*)
8>8Hja"KâVKZgYZ
8jgî^WV
)&%+.%'...%**
8>8Hja"CdhhVHZc]dgVYVAjo
8jgî^WV
)&%+.%'...%*+
IVgjb
8jgî^WV
)&%+.%'...%*,
7V^ggd6aid
8jgî^WV
)&%+.%'...%*-
8>8ED$HdB^\jZa"7dahd7^g^\^
8jgî^WV
)&%+.%'...%*.
8>8ED$HdB^\jZa"7dahdHVWVg{
;dciZh/>7<:0>E6G9:H
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
55
55
(#&# DXjeVdZGZcYV
(#&#&#EVgi^XêVdcdBZgXVYdYZIgVWVa]d
O contingente populacional inserido no mercado de trabalho metropolitano, grupo
denominado Populao Economicamente Ativa (PEA), envolvia, em 2000, 1,4 milhes
de pessoas. A relao entre este contingente e o nmero total de pessoas com idade
potencial para participar do mercado trabalho (pessoas de 10 ou mais anos de idade)
indica a presso por participao neste mercado.2 Na RMC, a taxa de participao era
de 61,5%, ou seja, a cada 100 pessoas de 10 ou mais anos de idade, 61 participavam do
mercado de trabalho (Tabela 3.1).
I67:A6(#&EdejaVdZb>YVYZ6i^kV!EdejaVd:Xdcdb^XVbZciZ6i^kV!
IVmVYZ6i^k^YVYZ!EdejaVdDXjeVYVZIVmVYZ9ZhdXjeVd!HZ\jcYd
CkZaYZ>ciZ\gVdcV9^c}b^XVYV6\adbZgVdGB8'%%%
CkZaYZ>ciZ\gVd
E>6
E:6
IVmVYZ6i^k^YVYZ
ED
IVmVYZ9ZhdXjeVd
&#('-#(.-
-'-#,&,
+'!)
,&'#%)%
&)!&
Bjîd6aid
*%'#..,
(%.#)(%
+&!*
'*,#,)+
&+!,
6aid
&(%#%-)
,,#,&+
*.!,
+)#%'.
&,!+
BY^d
&*-#).*
.(#%')
*-!,
,.#&+(
&)!.
7V^md
(%#-*.
&+#-)-
*)!+
&)#,,,
&'!(
Bjîd7V^md
&%)#&,)
+%#+.)
*-!(
*)#(.*
&%!)
'#'**#%%,
&#(-+#)(%
+&!*
&#&-'#&*%
&)!,
Ead8jgî^WV
IDI6A
;dciZ/>7<:"8ZchdYZbd\g{Xd'%%%BZigdYViV
Entretanto, em alguns municpios a taxa de participao era discrepante em relao

mdia regional, caso de seis municpios com taxa inferior a 55% (Itaperuu, Mandirituba,
Rio Branco do Sul, Adrianpolis, Agudos do Sul e Tunas da Paran) e, no outro extremo,
Doutor Ulysses apresentando taxa de 76%, todos com nvel de integrao dinmica
metropolitana mdio a muito baixo.
A presso por participao no mercado de trabalho mostra-se mais elevada nos
municpios com maior nvel de integrao. Dentre os oito municpios classificados nos
2
56
Esta relao configura a chamada taxa de participao, indicador do percentual de pessoas que participam do mercado de trabalho, em um determinado perodo.
56
nveis alto, muito alto e o plo, apenas em Araucria a taxa de participao era inferior
a 60%.
Essa presso sobre o mercado de trabalho acompanhada por maiores taxas de
desocupao, que atingem seu maior valor (17,6%) no conjunto de municpios classificados
como de nvel de integrao alto (ver Tabela 3.1). Entre os municpios com nvel de
integrao baixo e muito baixo, apenas Adrianpolis apresentava taxa de desocupao

(21,9%) superior mdia metropolitana (14,7%).
Na RMC havia, em 2000, 204 mil pessoas desocupadas. O municpio plo concentrava
57,1% desse total, apresentando taxa de desocupao de 14,1%, inferior s taxas verificadas
nos municpios de seu entorno. Apesar dessa taxa relativamente menor, h que se ressaltar
que em vrias reas do municpio de Curitiba (24 AEDs, em um total de 59) a taxa de
desocupao situava-se acima da taxa mdia metropolitana (14,7%), constituindo-se essas
reas em importantes bolses de desempregados na RMC (Mapa 3.3).
(#&#'#:higjijgVHdX^ddXjeVX^dcVaZIêdad\^VHdX^dZheVX^Va
A dinmica do mercado de trabalho nos anos 1990 foi marcada, segundo Brando
(2005), por dois processos ligados ao ambiente macroeconmico que determinaram

fortes ajustes nesse mercado. Um deles a abertura comercial, intensificada na segunda
metade dos anos 1990, que implicou em intensa reestruturao da estrutura produtiva,
em particular na indstria. O outro processo foi a intensificao, no mesmo perodo, dos
Investimentos Diretos Externos (IDE) que, embora no tenham resultado no aumento
da taxa de investimento no pas, pois em muitos casos esses recursos foram aplicados em
transferncias patrimoniais, impactaram negativamente o mercado de trabalho, uma vez
que tais investimentos estiveram associados a processos de privatizao, modernizao

tecnolgica e organizacional das empresas.
De uma maneira geral, o ajuste no mercado de trabalho, associado a esse
ambiente macroeconmico, manifestou-se, fundamentalmente, em quatro aspectos:

baixo crescimento da ocupao; precarizao do trabalho, refletida principalmente no
aumento da informalidade; aumento das taxas de desemprego; e mudana na distribuio

setorial da ocupao, com reduo na participao das atividades industriais no total
do emprego.
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
57
57
Segundo Delgado (2001), com base em dados da PNAD, embora tenha se observado
o aumento nas taxas de desemprego e de informalizao da ocupao, a intensidade desses

processos no foi to acentuada como a observada em outras regies metropolitanas, em
particular a de So Paulo. Isto em um contexto de intenso crescimento da PEA, devido

principalmente ao fato da RMC manter-se como um espao receptor de fortes fluxos
migratrios, os quais contriburam para que essa regio apresentasse uma das maiores
taxas de crescimento populacional entre as regies metropolitanas brasileiras.
A participao do emprego industrial no total da ocupao sofreu reduo na
primeira metade dos anos 1990, mas terminou a dcada mostrando sinais de recuperao.
As informaes da RAIS permitem, entretanto, verificar que o desempenho positivo
do emprego industrial, no perodo intercensitrio 1991-2000, deveu-se basicamente
instalao do plo automotivo, com o setor material de transporte respondendo por 3/4
do pequeno saldo positivo do emprego formal industrial na RMC, neste perodo.
Por outro lado, setores tradicionais da indstria (borracha, fumo e couro, indstria
txtil, madeira e mobilirio), bem como os setores afetados pelos processos de privatizao
(servios de utilidade pblica, instituies financeiras), apresentaram reduo no nmero
de empregos formais.
O Censo Demogrfico aponta a existncia, em 2000, de aproximadamente
1,2 milhes de pessoas ocupadas na RMC. Dois grupos se destacam na estrutura socio-
ocupacional3 da Regio: o grupo das categorias mdias, com 26,6% do total de ocupados,
e o de trabalhadores do setor secundrio, com 24,8% (tabela 3.2).
58
A definio das categorias socioocupacionais teve por base o conjunto de informaes, do Censo
Demogrfico, sobre a populao ocupada: ocupao, posio na ocupao, setor de atividade, renda
e grau de instruo. Ao todo foram definidas 24 categorias que permitem trabalhar diferentes
polaridades na estrutura social: capital x trabalho; trabalho manual x trabalho no-manual; controle x
execuo; autonomia x subordinao; grande x pequeno capital; secundrio x tradicional; secundrio x
tercirio. Os princpios tericos e metodolgicos que orientaram a construo dessas categorias foram
apresentados em PRETECEILLE, E.; RIBEIRO, L.C. de Q. Tendncias da segregao social em
metrpoles globais e desiguais: Paris e Rio de Janeiro nos anos 80. Revista Brasileira de Cincias Sociais.
So Paulo: ANPOCS, v.14, n.40., p.143-162, jun.1999.
58
I67:A6(#'EdejaVdDXjeVYVHZ\jcYd8ViZ\dg^VhHdX^ddXjeVX^dcV^hGB8'%%%
8ViZ\dg^Vh
DXjeVYdh
6Whdajid
EDEJA6vDD8JE696
&#&-'#&),
EDEJA6vDD8JE6968DB86I:<DG>69:;>C>96
&#&+'#&.(
&%%!%%
9>G><:CI:H
&+#)*)
&!)'
<gVcYZhZbegZ\VYdgZh
.#),+
%!-'
9^g^\ZciZhYdhZidgeWa^Xd
'#)'+
%!'&
9^g^\ZciZhYdhZidgeg^kVYd
)#**&
%!(.
>CI:A:8IJ6>H
-,#(-,
,!*'
Egdhh^dcV^hVjicdbdhYZckZahjeZg^dg
''#%,.
&!.%
Egdhh^dcV^hZbegZ\VYdhYZckZahjeZg^dg
(,#&**
(!'%
Egdhh^dcV^hZhiViji{g^dhYZckZahjeZg^dg
+#+.*
%!*-
Egd[ZhhdgZhYZckZahjeZg^dg
'&#)*-
&!-*
E:FJ:CDH:BEG:<69DG:H
(,#','
(!'&
EZfjZcdhZbegZ\VYdgZh
(,#','
(!'&
D8JE6v:HBw9>6H
(%.#)%'
'+!+'
DXjeVZhYZZhXgîg^d
&%+#%+,
.!&(
DXjeVZhYZhjeZgk^hd
*,#%)&
)!.&
DXjeVZhiXc^XVh
,)#.-)
+!)*
DXjeVZhYZhVYZZZYjXVd
)&#('*
(!*+
DXjeVZhYZhZ\jgVcV!_jhi^VZXdggZ^d
&+#.)'
&!)+
DXjeVZhVgihi^XVhZh^bâVgZh
&(#%)(
&!&'
IG676A=69DG:H9DI:G8>G>D
'%,#'',
&,!-(
IgVWVa]VYdgZhYdXdbgX^d
..#.+.
-!+%
EgZhiVYdgZhYZhZgk^dhZheZX^VaôVYdh
&%,#'*-
.!'(
IG676A=69DG:H9DH:8JC9G>D
'--#&,.
')!-%
IgVWVa]VYdgZhbVcjV^hYV^cYhig^VbdYZgcV
,(#%()
+!'-
IgVWVa]VYdgZhbVcjV^hYV^cYhig^VigVY^X^dcVa
)+#'..
(!.-
IgVWVa]VYdgZhbVcjV^hYZhZgk^dhVjmâ^VgZh
,(#+,.
+!()
IgVWVa]VYdgZhbVcjV^hYVXdchigjdX^kâ
.*#&+-
-!&.
IG676A=69DG:H9DI:G8>G>DCD:HE:8>6A>O69D
&+)#)&'
&)!&*
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
59
59
I67:A6(#'EdejaVdDXjeVYVHZ\jcYd8ViZ\dg^VhHdX^ddXjeVX^dcV^hGB8'%%%Xdci^cjVd
8ViZ\dg^Vh
DXjeVYdh
6Whdajid
EgZhiVYdgZhYZhZgk^dhcdZheZX^VaôVYdh
)(#+,(
(!,+
IgVWVa]VYdgZhYdbhi^Xdh
-(#%.-
,!&*
6bWjaVciZhZ7^hXViZ^gdh
(,#+)&
(!')
6<G>8JAIDG:H
*&#-+&
)!)+
6\g^XjaidgZh
*&#-+&
)!)+
;dciZ/>7<:"8Zchd9Zbd\g{Xd'%%%b^XgdYVYdh
O grupo das categorias mdias envolve um conjunto de pessoas ocupadas em funes
intermedirias na burocracia das empresas ou na prestao de servios sociais, estes, em

boa medida, de natureza pblica. Embora as ocupaes de escritrio constituam a maior
categoria (9,1%) desse grupo, chama ateno a participao elevada de pessoas envolvidas
em funes tcnicas (6,4%) que requerem algum tipo de conhecimento especializado,
categoria que, na RMC, parece ter apresentado forte crescimento nos anos 1990.4
Em relao ao agrupamento de trabalhadores manuais do setor secundrio, cabe
ressaltar duas categorias que tambm parecem ter ampliado sua participao no total
da ocupao na RMC. A participao dos trabalhadores em segmentos considerados
modernos da indstria (6,3%) superou a dos trabalhadores em segmentos industriais
tradicionais, indicando a manuteno, na ltima dcada, mesmo que a um ritmo menos

intenso, da tendncia observada na RMC, desde os anos 1980, de crescimento da categoria
de trabalhadores da indstria moderna. Esse resultado referenda, tambm, o comentrio
anterior sobre o desempenho do emprego formal na indstria da RMC, nos anos 1990,
caracterizado pelo impacto negativo do ajuste econmico sobre o emprego na indstria
tradicional da Regio.
A participao dos trabalhadores em servios auxiliares (6,3%) reflete, fundamentalmente, a expanso ocorrida em atividades do transporte e da comunicao, uma vez
que, segundo dados da RAIS, as ocupaes ligadas aos servios na rea de eletricidade,
gs e gua foram afetadas pela reestruturao produtiva dos anos 1990.
4
60
Qualifica-se essa avaliao como preliminar devido necessidade de ajustar a classificao de 1991
nova classificao das ocupaes, introduzida no Censo de 2000. Todas as observaes, neste texto,
situao em 1991, tm como referncia Delgado et al. (2004).
60
Quanto s demais categorias socioocupacionais, h que se mencionar a participao
dos agricultores (4,5%), a qual est, em parte, relacionada ao processo de incorporao
recente de novos municpios rea metropolitana, a maioria deles basicamente dependentes

de atividades rurais5. Importa ressaltar que esta categoria, conforme se ver adiante,
influencia na configurao de trs dos sete tipos socioespaciais identificados na RMC.
Esse resultado relaciona-se importante participao dessa categoria, superior a 5% do
total dos ocupados, em 26 das 116 unidades espaciais (AEDs) que compem a RMC.6
A participao da categoria ambulantes e biscateiros (3,2%) sinaliza o crescimento

desse tipo de ocupao nos anos 1990, uma das expresses negativas do ajuste sofrido
pelo mercado de trabalho neste perodo.
O padro de distribuio das categorias socioocupacionais no espao configura a

estrutura socioespacial metropolitana. Uma primeira aproximao a esta estrutura se faz
por meio da anlise da distribuio dos grandes agrupamentos socioocupacionais entre
a cidade-plo e os demais municpios da Regio. Importantes mudanas ocorreram no
perodo 1980-2000, principalmente em relao queles grupos que se encontram na base
da estrutura social.7
Nesse perodo, a dinmica demogrfica regional caracterizou-se pelo incremento

na participao dos municpios limtrofes a Curitiba no total da populao da RMC.
Entretanto, a intensidade desse processo diferenciada segundo os grupos socioocupacionais.
De modo geral, foram os trabalhadores em atividades do tercirio que experimentaram
mais intensamente, nos dois ltimos perodos intercensitrios, o processo de periferizao,
em especial o grupo de trabalhadores no-especializados (Tabela 3.3).
Outro grupo que tambm vivenciou esse processo o dos trabalhadores industriais.
Note-se, porm, que j em 1980, esse grupo era o que apresentava o menor percentual
5
Os sete municpios incorporados RMC reuniam, em 2000, um total de 43.619 ocupados, o que
representava 3,69% do total de ocupados na RMC. No caso dos agricultores, porm, a participao
desses municpios atinge 42,1% do total da categoria.
Para a definio da tipologia socioespacial, duas AEDs referentes ao municpio de Campo Largo
foram substitudas por quatro reas definidas pelo IPARDES, que permitem melhor apreenso da
expanso urbana nesse municpio. Em decorrncia, o nmero de AEDs, na RMC, passa a totalizar
116, e no 114 como a diviso original.
Vale ressaltar, novamente, o carter preliminar da avaliao dessas mudanas, conforme j especificado
anteriormente.
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
61
61
(66%) de pessoas residindo no municpio plo, exceo evidente dos agricultores. Em

2000, esse percentual foi reduzido para 50%.
I67:A6(#(EVgi^XêVdEZgXZcijVaYdBjc^Xe^d"EadcdIdiVaYZDXjeVYdhZKVg^VdYV
EVgi^XêVdZbEdcidhEZgXZcijV^h!HZ\jcYd<gjedHdX^ddXjeVX^dcVaGB8'%%%
KVg^Vd
ZbedcidheZgXZcijV^h
EVgi^XêVd&
<gjedHdX^ddXjeVX^dcVa
&.-%
&..&
'%%%
&.-%$&..&
&..&$'%%%
9^g^\ZciZh
.)!+&
.(!,'
-&!,+
"%!-.
"&&!.+
>ciZaZXijV^h
.,!'%
.)!(&
-,!-.
"'!-.
"+!)'
-,!,*
-%!&*
-%!-*
",!+%
%!,%
-,!)&
-%!-,
,)!)*
"+!*)
"+!)'
-&!*+
,&!+%
+&!'.
".!.+
"&%!(&
+*!.+
*-!'+
*%!))
",!,%
",!-'
,+!**
++!+-
*(!,,
".!-,
"&'!.&
6\g^XjaidgZh
.!'&
&)!(*
.!,.
*!&)
")!*+
IDI6A
,)!)*
+.!',
+'!,%
"*!&-
"+!*,
DXjeVZhbY^Vh
IgVWVa]VYdgZhYdIZgX^{g^d
'
IgVWVa]VYdgZhYdHZXjcY{g^d
IgVWVa]VYdgZhYdIZgX^{g^dcd"ZheZX^VaôVYd
;dciZ/>7<:"8Zchdh9Zbd\g{Xdhb^XgdYVYdh
&EVgi^XêVdXdch^YZgVcYd"hZVeZcVhdidiVaYdhbjc^Xe^dh^ciZ\gVYdhVdeZgbZigddg^\^cVaYVGB8!eVgVXdbeVi^WâôVgYVYdh
YZ'%%%XdbdhVcdhVciZg^dgZh0V^cXajhdYZidYdhdhbjc^Xe^dh!Zb'%%%!edjXdVaiZgVVeVgi^XêVdYdead!VcdhZgcV
XViZ\dg^VV\g^XjaidgZh!Xj_VeVgi^XêVd!cZhiZVcd!eVhhVg^VYZ.!,.eVgV*!++#
'6XViZ\dg^VVgiZhd[d^^cXajYV!cdhVcdh&.-%Z&..&!cd\gjedigVWVa]VYdgZhYdiZgX^{g^d!eVgVZ[ZîdYZXdbeVi^WâôVdXdbV
cdkVXaVhh^XVd#
(6XViZ\dg^VXdbZgX^VciZhedgXdciVegeg^V!Zm^hiZciZcVXaVhh^XVdeVgVdhVcdh&.-%Z&..&![d^^cXajYVcd\gjediZgX^{g^d
cdZheZX^VaôVYd!eVgVZ[ZîdYZXdbeVi^WâôVdXdbVcdkVXaVhh^XVd#
Os dois grupos superiores (dirigentes e intelectuais) apresentam maior grau de
concentrao no municpio-plo. Chama ateno, porm, a acentuada inflexo, observada
no perodo 1991/2000, na participao do plo no total do grupo de ocupados em funes
de direo, que foi reduzida em quase 12 pontos percentuais, possivelmente como resultado
do processo recente de espraiamento das atividades produtivas para os municpios situados
no entorno de Curitiba.
Esses dois grupos superiores reuniam, em 2000, aproximadamente 13 mil pessoas
residindo fora de Curitiba, nos municpios includos no antigo permetro da RMC, contra
um contingente de trs mil pessoas em 1991. Tambm nesses municpios, foi expressivo o
aumento verificado entre as ocupaes intermedirias, que passou de 39 mil para 78 mil
62
62
pessoas residindo fora do plo. Os municpios incorporados RMC, a partir de 2000,

reuniam outras 5 mil pessoas nesses trs grupos socioocupacionais.
Essas mudanas na distribuio espacial dos grupos socioocupacionais esto na

base da maior segregao residencial observada em algumas reas de Curitiba, bem como
da crescente diversificao social em alguns dos municpios no entorno do plo, como
poder ser observado por meio da tipologia socioespacial.
No caso da RMC, a aplicao de tcnicas de anlise fatorial e de anlise de

agrupamentos permitiu a identificao de sete tipos socioespaciais (agrupamentos
de unidades espaciais cujas estruturas socioocupacionais apresentam algum grau de
homogeneidade).
A denominao dos tipos procura ressaltar aqueles grupos socioocupacionais que
sobressaem em cada unidade espacial (AEDs), no necessariamente como grupo majoritrio,

mas sim devido participao relativa sobrelevada da categoria em um tipo socioespacial
especfico, comparativamente sua participao no total da Regio Metropolitana. O

quociente locacional8 (Tabela 3.4) expressa exatamente esta sobrelevao, sempre que os
valores so maiores que 1.
FjdX^ZciZAdXVX^dcVaHZ\jcYdIêdhHdX^dZheVX^V^hGB8'%%%
8ViZ\dg^V
HjeZg^dg
BY^d
hjeZg^dg
BY^d
^c[Zg^dg
EdejaVg
deZg{g^d
EdejaVg 6\gXdaV
6\gXdaV IdiVa86I
V\gXdaV deZg{g^d
CbZgdYZdXjeVYdh
9^g^\ZciZh
-#*.%
(#+'%
&#)*.
&#-*'
)..
(*'
-(
&+#)*)
>ciZaZXijV^h
))#,)'
''#%.(
.#*%(
,#*,'
'#&.+
&#&&(
&+.
-,#(-,
&*#()'
.#)(%
*#%,'
*#'&+
&#',-
,(-
&.+
(,#','
DXjeVZhbY^Vh
+.#%.%
,.#'-.
+)#.&)
,(#'*(
&*#*-*
+#%''
&#').
(%.#)%'
IgVW#YdiZgX^{g^dZheZX^VaôVYd
&.#((&
)&#(,&
)&#)*%
,.#&+%
&-#%.)
+#()*
&#),+
'%,#'',
IgVWVa]VYdgZhYdhZXjcY{g^d
&%#+..
)'#&,)
*(#*))
&(&#.'(
((#'%)
&)#')*
'#(.&
'--#&,.
IgVW#YdiZgX^{g^dcdZheZX^VaôVYd
&&#-''
'*#&(&
'+#++*
,&#)%+
'%#%(+
,#-&)
&#*(-
&+)#)&'
O quociente locacional uma medida de especializao produtiva utilizada em economia regional.

No caso presente, ela se presta identificao dos grupos socioocupacionais que sobressaem, em termos
de sua participao relativa, em determinadas unidades espaciais.
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
63
63
FjdX^ZciZAdXVX^dcVaHZ\jcYdIêdhHdX^dZheVX^V^hGB8'%%%Xdci^cjVd
8ViZ\dg^V
6\g^XjaidgZh
IDI6A
BY^d
BY^d
EdejaVg
EdejaVg 6\gXdaV
hjeZg^dg
^c[Zg^dg
deZg{g^d
V\gXdaV
deZg{g^d
*)%
.*-
,))
)#&(+
,#)+&
'&#+(-
&+#(-*
*&#-+&
&-%#&*+
'')#%+*
'%(#(*&
(,)#*&+
.-#(*'
*-#'+,
'(#)-,
&#&+'#&.(
&&!'+
(!%(
'!&)
%!*%
&%%!%%
HjeZg^dg
6\gXdaV IdiVa86I
9^hig^Wj^deZgXZcijVaYdh\gjedhedgiêdh
9^g^\ZciZh
*'!'&
''!%%
-!-,
>ciZaZXijV^h
*&!'%
'*!'-
&%!-,
-!++
'!*&
&!',
%!&.
&%%!%%
)&!&+
'*!(%
&(!+&
&(!..
(!)(
&!.-
%!*(
&%%!%%
DXjeVZhbY^Vh
''!((
'*!+(
'%!.-
'(!+-
*!%)
&!.*
%!)%
&%%!%%
.!((
&.!.+
'%!%%
(-!'%
-!,(
(!%+
%!,&
&%%!%%
(!,&
&)!+(
&-!*-
)*!,-
&&!*'
)!.)
%!-(
&%%!%%
,!&.
&*!'.
&+!''
)(!)(
&'!&.
)!,*
%!.)
&%%!%%
6\g^XjaidgZh
&!%)
&!-*
&!)(
,!.,
&)!(.
)&!,'
(&!*.
&%%!%%
IDI6A
&*!*%
&.!'-
&,!*%
('!''
-!)+
*!%&
'!%'
&%%!%%
8dbedh^dhdX^ddXjeVX^dcVaYdhiêdh
9^g^\ZciZh
)!,,
&!+'
%!,'
%!).
%!*&
%!+%
%!(*
&!)'
>ciZaZXijV^h
')!-)
.!-+
)!+,
'!%'
'!'(
&!.&
%!,'
,!*'
-!*'
)!'&
'!).
&!(.
&!(%
&!',
%!-(
(!'&
DXjeVZhbY^Vh
(-!(*
(*!(.
(&!.'
&.!*+
&*!-*
&%!()
*!('
'+!+'
&%!,(
&-!)+
'%!(-
'&!&)
&-!)%
&%!-.
+!'-
&,!-(
*!.)
&-!-'
'+!((
(*!''
((!,+
')!)*
&%!&-
')!-%
+!*+
&&!''
&(!&&
&.!%,
'%!(,
&(!)&
+!**
&)!&*
6\g^XjaidgZh
%!(%
%!)(
%!(,
&!&%
,!*.
(,!&)
+.!,+
)!)+
&%%!%%
&%%!%%
&%%!%%
&%%!%%
&%%!%%
&%%!%%
&%%!%%
&%%!%%
IDI6A
FjdX^ZciZadXVX^dcVa
9^g^\ZciZh
(!)
&!&
%!*
%!(
%!)
%!)
%!'
&!%
>ciZaZXijV^h
(!(
&!(
%!+
%!(
%!(
%!(
%!&
&!%
'!,
&!(
%!-
%!)
%!)
%!)
%!(
&!%
DXjeVZhbY^Vh
&!)
&!(
&!'
%!,
%!+
%!)
%!'
&!%
%!+
&!%
&!&
&!'
&!%
%!+
%!)
&!%
%!'
%!-
&!&
&!)
&!)
&!%
%!)
&!%
%!*
%!-
%!.
&!(
&!)
%!.
%!*
&!%
6\g^XjaidgZh
%!&
%!&
%!&
%!'
&!,
-!(
&*!+
&!%
IDI6A
&!%
&!%
&!%
&!%
&!%
&!%
&!%
&!%
64
64
Os trs tipos socioespaciais em que sobressai a participao de grupos em posio
mais elevada na estrutura social (dirigentes, intelectuais, pequenos empregadores e
ocupaes mdias) renem unidades espaciais (AEDs) localizadas, fundamentalmente,

em Curitiba. Neste municpio, 47 reas, entre as 59 existentes, so classificadas nos tipos
superior, mdio superior e mdio inferior.
Apenas quatro outros municpios apresentam, nas suas sedes urbanas, reas
enquadradas nos tipos mdio superior e mdio inferior. So municpios que dispem
de importante estrutura econmica Araucria, Campo Largo e So Jos dos Pinhais
ou que vm se constituindo em opo para a moradia de segmentos superiores, caso de

Pinhais (mapa 3.4). Esse quadro diferencia-se do observado em 1991, quando apenas
Curitiba apresentava reas classificadas em tipos socioespaciais com essas caractersticas,

o que permite afirmar que, na ltima dcada, alguns municpios no entorno de Curitiba
passaram por um processo de diversificao social, em especial So Jos dos Pinhais.
O tipo superior rene 19 reas, todas em Curitiba, que conformam um polgono que
tem por vrtices os bairros Bacacheri, Mossungu, Porto e Jardim das Amricas. Nesse
conjunto de reas esto concentrados 15,5% da populao ocupada na RMC. Mais da

metade das pessoas classificadas como dirigentes (52,2%) ou intelectuais (51,2%) reside
nessas reas. Neste tipo reside, tambm, parcela importante (22,3%) dos ocupados na
RMC que compem as categorias socioocupacionais mdias.
Os trabalhadores industriais e do tercirio no-especializado (biscateiros, domsticos e
prestadores de servios) apresentam, neste tipo socioespacial, sua menor participao relativa.
Cabe salientar que houve, provavelmente, no caso dos trabalhadores no-especializados,

um processo de mudana residencial para outras reas, pois sua presena em reas desse
tipo socioespacial, em 1991, era relativamente mais acentuada.
O segundo tipo mdio superior caracteriza-se pela participao ainda importante
dos grupos dirigentes e intelectuais, que, em conjunto, representam 11,5% do total dos
ocupados, mas, principalmente, pela acentuada participao de categorias mdias (35,4%).

Das 21 reas que compem este tipo, apenas trs localizam-se fora do plo, em Campo
Largo, Pinhais e So Jos dos Pinhais. Este tipo socioespacial rene o segundo maior
contingente populacional na RMC, representando quase 20% do total dos ocupados

(224 mil pessoas).
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
65
65
O tipo mdio inferior rene 13 reas, sendo trs localizadas fora do plo, em
Araucria, Pinhais e So Jos dos Pinhais. No caso de Curitiba, essas reas refletem a
expanso imobiliria principalmente para bairros situados na poro sul/leste do municpio,

entre os quais CIC, Fazendinha, Capo Raso, Xaxim e Alto Boqueiro. Essa poro do
municpio se caracterizava, no incio da ltima dcada, pela predominncia de trabalhadores

da indstria e de segmentos populares.
Nesse tipo, em 2000, a participao dos grupos superiores (dirigentes e intelectuais)
ainda pequena (5,3%), porm a participao de categorias mdias j se mostra elevada,

representando 31,9% do total de ocupados, sendo estas as principais responsveis pelo
movimento de diversificao ascendente que se observa nessas reas. Apesar deste processo,
a participao dos trabalhadores da indstria e dos servios no-especializados ainda
relevante, cabendo ressaltar que o tipo mdio inferior detm a segunda maior concentrao,
na RMC, deste tipo de trabalhadores (ver Tabela 3.4).
importante ressaltar que os dois tipos socioespaciais marcados pela presena

sobrelevada das categorias mdias, acima descritos, renem um nmero expressivo de
domiclios (17,2 mil) estabelecidos em aglomerados subnormais (reas de ocupao
irregular9), configurando uma forma de ocupao do espao urbano em que a proximidade
fsica entre os diversos grupos sociais vem acompanhada de marcadas diferenas

sociais, principalmente quanto s condies do hbitat dos diferentes grupos sociais
(Tabela 3.5).
66
Segundo o IBGE (2002), um aglomerado subnormal um conjunto (favelas e assemelhados)

constitudo por unidades habitacionais (barracos, casas etc.), ocupando, ou tendo ocupado at perodo
recente, terreno de propriedade alheia (pblica ou particular), dispostas, em geral, de forma desordenada
e densa, e carentes, em sua maioria, de servios pblicos essenciais.
66
I67:A6(#*CbZgdYZ9db^Xa^dhEVgi^XjaVgZhEZgbVcZciZhIdiVaZZb
6\adbZgVYdhHjWcdgbV^h!HZ\jcYdIêdhHdX^dZheVX^V^hGB8'%%%
9db^Xa^dhEVgi^XjaVgZh
EZgbVcZciZh
Iêdad\^VHdX^dZheVX^Va
IdiVa&
BY^d
BY^d
EdejaVg
EdejaVg
6\gXdaV
hjeZg^dg
^c[Zg^dg
deZg{g^d
V\gXdaV
deZg{g^d
&',#'(-
&)'#*,.
&(&#+%)
')+#&,(
+(#('*
(+#+*)
&)#*%+
,+'#%,.
:bV\adbZgVYdhhjWcdgbV^h
&#)',
,#&-(
&%#%)(
''#,%)
,)%
)'#%.,
ZbV\adbZgVYdhhjWcdgbV^h
&!&'
*!%)
,!+(
.!''
&!&,
%!%%
%!%%
*!*'
IDI6A
HjeZg^dg
6\gXdaV
&ZmXajh^kZ^c[dgbVZhgZ[ZgZciZhV8VbedAVg\d!YZk^Yd|cdY^hedc^Wâ^YVYZYZYVYdheVgVVjc^YVYZYZZhijYdjiâôVYV"{gZV
>eVgYZhidiVaYZYdb^Xa^dh/'*#&+*0Ydb^Xa^dhZbV\adbZgVYdhhjWcdgbV^h/,,%#
O tipo popular operrio rene 36 reas e envolve o maior contingente de ocupados

(374 mil pessoas) na RMC. A maioria dessas reas localiza-se na fronteira entre o
municpio plo e seus vizinhos, em espaos onde se verificou, de modo mais intenso,
nas duas ltimas dcadas, o crescimento populacional na Regio, refletindo a expanso
urbana da cidade principal.
Neste tipo socioespacial, os grupos de trabalhadores do tercirio no especializado
e de trabalhadores do secundrio apresentam os maiores quocientes locacionais (1,3 e
1,4, respectivamente), representando, juntos, 54,3% do total de ocupados. A participao
das categorias mdias reduz-se para 19,6% e sobrepujada pela dos trabalhadores do
tercirio especializado (21,1%).
Outro ponto importante na diferenciao desse tipo est relacionando condio do
hbitat de parcela importante de sua populao. A expanso urbana, nessas reas, deu-se
a partir da proliferao de loteamentos populares e, principalmente na ltima dcada,
pelo crescimento das ocupaes irregulares.10 Segundo o Censo Demogrfico, h nessas
reas cerca de 23 mil domiclios particulares em aglomerados subnormais, sendo a maior
concentrao dessa espcie de domiclio na RMC (ver Tabela 3.5).
Com um perfil social prximo ao anterior, o tipo socioespacial popular agrcola
rene 11 reas, todas elas fora do municpio plo. Quase a metade dessas reas (cinco)
encontra-se em municpios com nvel mdio de integrao dinmica metropolitana
(Campo Largo, Campo Magro, Campina Grande do Sul, Itaperuu e Quatro Barras),
10
De modo geral, a maioria das ocupaes nessas reas surgiram na ltima dcada, diferentemente de
muitas ocupaes existentes nos dois tipos mdios, que so mais antigas e que foram expandindo com
o crescimento populacional.
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
67
67
em direo aos quais vm se afirmando novos vetores da expanso metropolitana. Outras

cinco reas localizam-se em municpios com maior nvel de integrao (Almirante
Tamandar, Colombo, Piraquara e So Jos dos Pinhais), mas so mais afastadas em
relao ao municpio plo, incluindo pores dos territrios desses municpios ainda
utilizadas para fins rurais e/ou de lazer. Apenas uma rea est situada em municpio com
menor integrao dinmica metropolitana (Lapa), envolvendo sua poro urbanizada,
inclusive povoados no interior do municpio (ver Mapa 3.4).
Correspondendo a estas caractersticas, observa-se uma maior participao dos
agricultores (7,6%) no total dos ocupados. Porm, os trabalhadores industriais constituem
o principal grupo socioocupacional residente nestas reas, representando 33,8% das
pessoas ocupadas. Cabe destacar, neste grupo, os trabalhadores ligados aos setores
tradicionais da indstria e construo civil, os quais alcanam, neste tipo socioespacial,
sua maior participao relativa no total dos ocupados; o mesmo se verifica em relao
aos trabalhadores domsticos.
Os prximos dois tipos socioespaciais so marcados pela participao mais acentuada
de trabalhadores agrcolas. A maioria das reas enquadradas nestes tipos corresponde a
municpios cujo nvel de integrao na dinmica metropolitana considerado baixo ou
muito baixo.
O tipo agrcola operrio rene 12 reas, todas fora de Curitiba, nas quais a
participao das ocupaes em atividades agrcolas atinge 37,1% do total de ocupados e
a dos trabalhadores do secundrio ainda se apresenta elevada (24,4%).
Em parte, a classificao de algumas dessas reas foi prejudicada pela impossibilidade
de se diferenciar as reas urbanas e rurais, decorrente da necessidade de resguardar a
representatividade amostral das AEDs. Nesta situao encontram-se os municpios de Balsa
Nova, Mandirituba e Rio Branco do Sul. Mesmo em Araucria, cujas AEDs delimitam
melhor o rural e o urbano, a AED classificada neste tipo socioespacial inclui uma parcela
caracteristicamente urbana. Nos demais municpios, a delimitao das reas corresponde
mais efetivamente a espaos caracterizados pela maior presena de populao rural.
Um conjunto de quatro reas, que inclui trs municpios e a parte rural do municpio
Lapa, constitui o tipo agrcola, caracterizado pela acentuada participao (69,8%) dos
trabalhadores agrcolas no total da ocupao. Todos os municpios do tipo apresentam
grau muito baixo de integrao ao plo e a taxa de urbanizao, com exceo da Lapa,
situava-se, em 2000, abaixo de 50%.
68
68
(#&#(#GZcYV;Vbâ^Vg
Os estudos sobre condio de vida da populao tm demonstrado que, enquanto
se observam avanos importantes relacionados proviso de bens e servios pblicos,
os indicadores relativos insero ocupacional e disponibilidade de renda apontam
para situaes mais crticas, associadas ao aumento do desemprego e informalidade,
queda no nvel dos rendimentos e manuteno dos elevados nveis de desigualdade na
sua distribuio. O ndice de Desenvolvimento Humano de 2000 confirma esse quadro,
demonstrando que a maior diferena entre os municpios, no caso paranaense, diz respeito
ao componente renda, o qual, em grande medida, decorre das possibilidades de acesso
ao mercado de trabalho.
A RMC possua, em 2000, aproximadamente 829 mil famlias, das quais 13,3%
com rendimento at meio salrio-mnimo, podendo-se consider-las em situao de
pobreza.11
As taxas mais elevadas de pobreza encontravam-se entre os municpios com grau
muito baixo de integrao ao plo, inclusos no tipo socioespacial agrcola. Dentre estes,
Doutor Ulysses possua, em 2000, a maior taxa de pobreza (57,2%). Porm, Curitiba e
os municpios com nvel de integrao na dinmica da aglomerao alto (Araucria e
Piraquara) e muito alto (Almirante Tamandar, Colombo, Pinhais, Fazenda Rio Grande
e So Jos dos Pinhais) concentravam 74,4% do total das famlias pobres.
Em Curitiba, nove AEDs apresentavam taxa de pobreza superior mdia metropolitana, concentrando 29,7% do total de famlias do municpio com renda familiar per
capita at 1/2 salrio mnimo (Mapa 3.5). Esses bolses de pobreza, no plo, correspondem
a reas classificadas no tipo socioespacial popular operrio, as quais envolvem a maior
concentrao, na RMC, de ocupados residindo em ocupaes irregulares.
Entre as famlias com nvel superior de renda (3 ou mais salrios mnimos per
capita) a concentrao ainda maior em Curitiba, que participa com 82,2% do total das
famlias desta classe na Regio (Tabela 3.6). Entretanto, registra-se, nos municpios com
nvel de integrao entre mdio e muito alto, a presena de cerca de 39,2 mil famlias
com este perfil de renda, fato possivelmente associado quele processo de diversificao
social apontado anteriormente. Entre as aglomeraes urbanas no Paran, este contingente
11
O IPARDES utilizou esta faixa rendimento como a linha de pobreza para identificar o nmero de
famlias pobres no Paran (IPARDES, 2003a).
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
69
69
s ligeiramente inferior ao registrado na Regio Metropolitana de Londrina (49 mil

famlias) e supera o verificado na Regio Metropolitana de Maring (32 mil famlias),
terceira maior aglomerao do Estado.
I67:A6(#+;Vba^Vhedg8aVhhZYZGZcY^bZcid;Vbâ^VgBZchVaEZg8VeîV!
HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVd"GB8'%%%
CkZaYZ>ciZ\gVd
;Vba^Vhedg8aVhhZYZGZcY^bZcid:bHVa#B^c#
IdiVa
Vi&$'
bV^hYZ&$'V&
bV^hYZ&V(
VX^bVYZ(
Ead8jgî^WV
).*#')(
)'#+'%
,%#..&
&-&#*.(
'%%#%(.
Bjîd6aid
&-'#*)(
(%#)%-
)+#%'+
,.#+*(
'+#)*+
6aid
)+#&')
.#')-
&'#(&%
&-#..(
*#*,)
BY^d
*+#+(+
&&#).-
&*#'.)
''#+*+
,#&-,
7V^md
&&#&-.
(#'+&
(#*.,
(#(%*
&#%'+
Bjîd7V^md
(+#.-,
&(#*('
&%#+-*
.#+'%
(#&*%
IDI6A
-'-#,''
&&%#*+-
&*-#.%'
(&*#-'%
')(#)(&
;dciZ/>7<:"8Zchd9Zbd\g{Xd'%%%BZigdYViV
(#'# 9Zbd\gVV
(#'#&#9^c}b^XVYZ8gZhX^bZcidZ8VgVXiZghi^XVhYVEdejaVd
De 1991 para 2000, a populao da RMC cresceu de 2.101.681 para 2.768.418
habitantes, concentrando, respectivamente, 23,7% e 28,9% da populao do Estado.
O arrefecimento insinuado quanto ao crescimento das metrpoles durante os anos 1980
no se confirmou nos anos 1990 para a Regio que, com taxa superior a 3% a.a. entre
1991/2000, ainda maior que a da dcada anterior (de 2,91% a.a.), segue sendo uma das
regies metropolitanas com o mais expressivo crescimento populacional no Brasil.
O plo metropolitano, Curitiba, concentrava, em 2000, mais de 1,5 milho de pessoas,
57,3% do total da Regio (Tabela 3.7). Sua dinmica de ocupao, que transcendeu os
limites territoriais do municpio, vem configurando uma aglomerao heterognea, que no
inclui em sua dinmica a totalidade dos municpios oficialmente constituintes da RMC,
como comprovam os diferentes nveis de integrao (OBSERVATRIO, 2005c).
70
70
I67:A6(#,>cXgZbZcidEdejaVX^dcVa!<gVjYZJgWVcôVdZIVmV<Zdbig^XVYZ
8gZhX^bZcid6cjVa!HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8&..&Z'%%%
CkZaYZ
>ciZ\gVd
EdejaVdIdiVa
'%%%
>cXgZbZcidEdejaVX^dcVa
&..&$'%%%
<gVjYZ
JgWVcôVd
IVmV<Zdbig^XVYZ8gZhX^bZcid6cjVa
&..&"'%%%
6Whdajid
6Whdajid
&..&
'%%%
IdiVa
JgWVcV
GjgVa
&#*-,#(&*
*,!(
','#'-%
)%!-
&%%!%
&%%!%
'!&
'!&
%!%
BjîdVaid
+)&#,-)
'(!'
')'#&(,
(+!(
.&!.
.)!%
*!*
*!,
'!&
6aid
&+,#&))
+!%
,(#-%+
&&!&
,.!%
,&!-
+!-
*!+
&%!)
BY^d
'%%#-%'
,!(
+'#+.&
.!)
++!)
,&!&
)!(
*!&
'!*
7V^md
(.#).)
&!)
)#)&-
%!,
+&!%
*-!-
&!(
%!.
&!.
BjîdWV^md
&(&#-,.
)!-
&&#)%*
&!,
(%!.
(+!)
&!%
'!-
%!&
'#,+-#)&-
&%%!%
+++#,(,
&%%!%
.%!,
.&!'
(!&
(!'
'!*
Ead8jgî^WV
IDI6A
;dciZ/>7<:"8Zchdh9Zbd\g{Xdh&..&Z'%%%BZigdYViV
Juntamente com o plo, os municpios com nvel de integrao muito alto Almirante
Tamandar, Colombo, Fazenda Rio Grande, Pinhais e So Jos dos Pinhais e alto
Araucria e Piraquara formam um fato urbano nico, estabelecendo trocas intensas e
concentrando parcela expressiva (29%) dos habitantes da RMC.
O terceiro agrupamento composto por municpios que, apesar de estabelecerem
relaes menos intensas, apresentam continuidade de ocupao com o conjunto anterior
ou esto muito prximos a ele, desempenhando funes tpicas de municpios perifricos.
Esses municpios Campina Grande do Sul, Campo Largo, Campo Magro, Itaperuu,
Mandirituba e Quatro Barras foram classificados como de nvel mdio de integrao
na dinmica metropolitana e agregam 7,3% da populao da RMC em 2000.
Os demais municpios da RMC desempenham funes mais pertinentes a atividades
rurais e mantm relaes mais tnues com o restante da Regio. Foram classificados,
portanto, como de nvel de integrao baixo (Balsa Nova e Rio Branco do Sul) e muito
baixo (Adrianpolis, Agudos do Sul, Bocaiva do Sul, Cerro Azul, Contenda, Doutor
Ulysses, Lapa, Quitandinha, Tijucas do Sul e Tunas do Paran). Grande parte desses
municpios foram integrados aos limites regionais por legislaes estaduais recentes.
Respondiam, em 2000, por 6,2% da populao da RMC.
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
71
71
O incremento da populao da RMC foi substantivo entre 1991 e 2000, perodo no
qual a Regio absorveu 60% do incremento observado em todo o Estado do Paran. Os
municpios perifricos foram favorecidos pela distribuio do incremento populacional:

enquanto 40,8% desse incremento incidiu sobre Curitiba, os municpios mais integrados
dinmica metropolitana, dos trs primeiros agrupamentos, absorveram 56,8% do incremento

que, somado ao do plo eleva a proporo para 97,6% (ver Tabela 3.7).
Esses 14 municpios, que conformam efetivamente o espao metropolitano,
apresentam alto grau de urbanizao e elevadas taxas de crescimento geomtrico anual da

populao total. Em 2000, Curitiba apresentava 100% de urbanizao, e 2,1% de taxa de
crescimento anual, no perodo 1991-2000; os municpios com nvel de integrao muito
alto apresentam em seu conjunto grau de urbanizao de 94% e taxa de crescimento anual
de 5,5%. Tanto o grau de urbanizao como as taxas de crescimento so elevadas tambm
nos dois grupos de municpios subseqentes, ou seja, aqueles de alta e mdia integrao
dinmica metropolitana. Para os demais agrupamentos esses valores se reduzem,

apresentando urbanizao incipiente e taxas de crescimento relativamente baixas.
Nos anos 1970, quando se iniciou o extravasamento do plo metropolitano por sobre
municpios limtrofes, alm da poro sul do municpio, as reas que mais cresceram foram
as fronteirias, nos municpios vizinhos, permanecendo ntidos vazios entre essas e as sedes
municipais, formando um desenho apontado como de insularidade (ULTRAMARI e
MOURA, 1994). Pores dos municpios de Colombo, Piraquara, Almirante Tamandar,

Araucria e Campo Largo passaram a compor a mancha contnua de ocupao.
O crescimento das reas perifricas internas de Curitiba prosseguiu, nos anos
1980, com taxas geomtricas anuais superiores mdia da RMC. Em algumas reas
esse crescimento foi extremado, como o ocorrido nos bairros da Cidade Industrial de
Curitiba (19,7% a.a.) e Stio Cercado (10,2% a.a.). Prosseguiu tambm o crescimento
elevado das reas fronteirias externas, em Mandirituba (poro onde atualmente situa-se
o municpio de Fazenda Rio Grande), com taxa de 15,4% a.a., e So Jos dos Pinhais,
com 13% a.a., e ainda expressivo em Almirante Tamandar, Colombo, Quatro Barras
e Campina Grande do Sul, todos com taxas superiores ao dobro da mdia regional,
ampliando a extenso da rea de ocupao contnua inserida na dinmica de elevado do
crescimento populacional.
72
72
No perodo entre 1991 e 2000, as maiores taxas de crescimento incidiram sobre
as mesmas reas internas ao municpio de Curitiba, sendo que Stio Cercado apresentou
a maior taxa (15,3% a.a.), influenciada por um dos nicos programas habitacionais de
grande envergadura ofertados pelo municpio no perodo. Na rea metropolitana, a
maioria dos municpios com nveis muito alto, alto e mdio de integrao na dinmica
do aglomerado apresentam taxas de crescimento populacional acima de 5% a.a.,

com situaes extremas ocorrendo em Fazenda Rio Grande (10,8% a.a.) e Piraquara
(9,8% a.a.) ver Tabela 1.2.
Em 2000, os espaos no entorno do plo vo se tornando cada vez mais adensados,
tanto que a RMC j apresenta uma extenso da mancha contnua de ocupao, incorporando
as sedes municipais da maioria dos municpios vizinhos, assim como pores de municpios
mais distantes. A densidade demogrfica em Curitiba era de 3.683 hab/km2, diminuindo
substantiva e progressivamente nos demais conjuntos de municpios, no ultrapassando

100 hab/km2 nos municpios com nveis de integrao baixo e muito baixo.
As reas mais adensadas da RMC, embora contnuas, so bastante desiguais, tanto
no que se refere insero dos municpios na dinmica da economia regional, como nas
condies socioambientais. Alm disso, diversos municpios da RMC possuem caractersticas

tambm diferenciadas no que tange composio e estrutura de sua populao, refletindo
em demandas sociais especficas para cada um deles.
(#'#'#6c{a^hZYdh8dbedcZciZh9Zbd\g{Xdh
A varivel demogrfica que mais tem causado impacto sobre a dinmica de
crescimento da RMC a migrao. No entanto, as alteraes ocorridas nas variveis
mortalidade e fecundidade tambm tm reflexos importantes sobre as tendncias

populacionais da Regio.
BdgiVa^YVYZ
A mortalidade h vrias dcadas segue uma trajetria ininterrupta de declnio,
particularmente a mortalidade infantil. Isso ocorreu fundamentalmente a partir de meados
da dcada de 1970, quando o Estado brasileiro implementou algumas medidas como

saneamento bsico, programas de sade materno-infantil, imunizao e ampliao da
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
73
73
oferta de servios mdico-hospitalares descentralizados, coincidindo com um perodo em
que se observava forte declnio dos nveis mdios da fecundidade brasileira. Esse declnio
vm provocando impactos positivos na sobrevivncia dos grupos infantis, e tambm nas
condies de vida e de sade da populao em geral.
Entretanto, a seletividade dessas medidas beneficiou principalmente aquelas regies
e/ou estratos sociais nos quais as atividades econmicas j apresentavam maior dinamismo,
a exemplo das regies do Centro-Sul do Pas, mantendo diferenciais importantes entre
as diversas regies brasileiras (IBGE, 1999).
Durante a dcada de 1990, o quadro da mortalidade infantil comea a se alterar,
observando-se redues importantes nos diferenciais entre as regies. Para o Brasil como
um todo, a mortalidade declina de 44,7 bitos de menores de um ano, observados em 1990,

para 30,6 bitos infantis por 1000 nascidos vivos em 2000 (Tabela 3.8). importante
enfatizar que as Regies Sudeste, Sul e Centro-Oeste se encontram num patamar onde
os nveis da mortalidade infantil so considerados relativamente baixos, em torno de 20
bitos de menores de 1 ano por 1000 nascidos vivos, de forma que as quedas nessas reas
devero ser cada vez mais lentas; ao contrrio da Regio Nordeste, que ainda apresenta
ndices que so maiores que o dobro do observado naquelas regies (SIMES, 2004).
I67:A6(#->cY^XVYdgZhYZAdc\Zk^YVYZZBdgiVa^YVYZ
8jgî^WV!GB8!EVgVc{Z7gVhâ&..&$'%%%
GZ\^d
8jgî^WV
:heZgVcVYZ
K^YVVdCVhXZg
BdgiVa^YVYZVi
&6cdYZ>YVYZ
EgdWVWâ^YVYZYZ
HdWgZk^kcX^VVi+%6cdh
&..&
'%%%
&..&
'%%%
&..&
'%%%
+-!,%
,&!*,
(%!&,
'%!.'
,,!'%
-,!*&
BZY^VYVGB8
+*!*+
+.!&+
(-!+.
'&!&.
,'!*'
,.!&'
BZY^VYVGB8ZmXaj^8jgî^WV
+*!))
+.!%+
(.!%(
'&!'%
,'!((
,-!,-
EVgVc{
+*!,&
+.!-(
(-!+.
'%!(%
,'!+*
-%!,.
7gVhâ
+)!,(
+-!+&
))!+-
(%!*,
,%!.(
,,!+(
;dciZ/ECJ9"6iaVhYd9ZhZckdak^bZcid=jbVcdcd7gVhâ
Na Regio Sul, o Paran chama a ateno por, historicamente, apresentar os
maiores nveis de mortalidade infantil. No entanto, vem paulatinamente se aproximando
dos nveis apresentado nos demais estados sulinos. Na ltima dcada, a queda do nvel de
74
74
mortalidade infantil no Paran foi mais intensa que a nacional, passando de 38,7 bitos
por mil, em 1991, para 20,3 em 2000.
Segundo estimativas do PNUD (2003), nos municpios da RMC tambm so
observadas quedas significativas nos nveis de mortalidade infantil, sendo a maior delas
ocorrida em Pinhais, que passou de 33,9 bitos por mil, em 1991, para 10,8 em 2000,
tornando-se o municpio com a menor taxa da Regio. A menor queda ocorreu em Curitiba
cuja taxa, em 1991, era de 30,2 bitos por mil e em 2000 caiu para 20,9.
As menores taxas da RMC foram observadas nos municpios de Pinhais, Araucria
e Balsa Nova, que em 2000 estavam em torno de 11 bitos para cada mil nascidos vivos.
Curitiba aparece na 13 posio, dentre os 26 municpios da RMC. As maiores taxas
foram observadas em Itaperuu, Rio Branco do Sul e Almirante Tamandar, todos com
taxas em torno de 28 por mil, e em Doutor Ulisses, onde foi registrado o valor extremo
de 35,1.
importante salientar que, no caso da mortalidade infantil, o comportamento
dos municpios no guarda relao direta com o nvel de integrao do municpio na

dinmica metropolitana. Tanto que entre os municpios com nvel de integrao muito
alto encontram-se municpios entre os com menores e maiores taxas de mortalidade,

como Pinhais e Almirante Tamandar, respectivamente.
Os dados sobre mortalidade encontram sua medida resumo no clculo da esperana
de vida ao nascer. Assim, como reflexo de uma baixa mortalidade infantil e maiores
probabilidades de sobrevivncia, tem-se os mesmos municpios citados anteriormente,

como os melhores e os piores em termos do indicador. Em Pinhais, com esperana de
vida ao nascer de 74,3 anos, vive-se, em mdia, 10,7 anos a mais que em Doutor Ulysses,
cuja esperana de vida de apenas 63,6 anos.
;ZXjcY^YVYZ
A fecundidade, desde os anos de 1970, vem apresentando queda acelerada em todo
o Pas, o que tem gerado enormes implicaes no que diz respeito dinmica populacional,
transies no ciclo de vida, comportamento reprodutivo e polticas pblicas. Em 1991,

a taxa de fecundidade total (TFT) brasileira era de 2,9 filhos por mulher e, segundo os
dados do Censo Demogrfico, a mdia declinou para 2,4 em 2000 (Tabela 3.9).
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
75
75
I67:A6(#.>cY^XVYdgZhYZ;ZXjcY^YVYZ8jgî^WV!GB8!EVgVc{Z7gVhâ&..&$'%%%
GZ\^d
IVmVYZ;ZXjcY^YVYZIdiVa
Bja]ZgZhYZ&*V&,6cdh
Xdb;â]dh
Bja]ZgZhYZ&%V&)6cdh
Xdb;â]dhZb'%%%
&..&
'%%%
&..&
'%%%
8jgî^WV
'!%(
&!,)
*!%(
+!(.
%!'+
BZY^VYVGB8
(!&'
'!,,
,!.*
&%!--
%!*&
BZY^VYVGB8ZmXaj^8jgî^WV
(!&+
'!-&
-!%,
&&!%+
%!*'
EVgVc{
'!+'
'!(%
+!&(
-!('
%!(%
7gVhâ
'!--
'!(,
*!-'
-!)*
%!)(
;dciZ/ECJ9"6iaVhYd9ZhZckdak^bZcid=jbVcdcd7gVhâ
Estudos recentes indicam que a tendncia declinante observada nas ltimas dcadas
continuar no futuro prximo, com o Brasil tendendo a situar-se entre os pases com
fecundidade abaixo do nvel de reposio (2,1). Neste campo as diferenas regionais e nos
diversos segmentos populacionais tambm so significativas. Fatores como renda, escolaridade

e condies de habitao tm influncia direta na fecundidade das mulheres.
Na Regio Sul, a TFT era de 2,5 filhos por mulher em 1991, passando para 2,2
em 2000, situada abaixo da mdia brasileira. O Paran, apesar de ter TFT abaixo da
nacional, encontra-se acima da mdia regional, apresentando 2,6 filhos por mulher, em
1991, e 2,3 em 2000.
Os municpios da RMC tm participao expressiva no processo de queda de
fecundidade, praticamente todos registrando reduo entre 1991 e 2000. A menor taxa,
em 2000, foi registrada em Curitiba nico municpio da Regio com taxa abaixo do
nvel de reposio , com 1,7 filhos por mulher, bem abaixo da mdia nacional e estadual.
A maior foi observada no municpio de Rio Branco do Sul (3,5). Dos 26 municpios da
RMC, 13 apresentaram taxa de fecundidade acima da mdia da Regio, sendo que oito
deles so municpios mais distantes do plo, com nvel de integrao baixo ou muito baixo.
Almirante Tamandar e Fazenda Rio Grande, com TFT acima da mdia regional, so
municpios limtrofes ao plo, com nvel muito alto de integrao, porm, com caractersticas
de cidade dormitrio, abrigando parcela importante de populao empobrecida.
Em que pese fecundidade estar em queda, a proporo de mulheres adolescentes
entre 15 e 17 anos com filhos tem aumentado, fenmeno esse tambm registrado em
todo o Pas. Na RMC como um todo essa proporo subiu de 8%, em 1991, para 11%,
76
76
em 2000, sendo que apenas nos municpios de Doutor Ulysses, Adrianpolis, Bocaiva
do Sul, Quitandinha, Mandirituba e Tijucas do Sul foi registrada reduo de casos. Os
municpios da RMC apresentam amplitude acentuada nessa proporo, indo de 4,5% em

Tijucas do Sul at 21,6% em Tunas do Paran. Entre as adolescentes com idade entre 10
e 14 anos, a proporo daquelas que tm filhos bastante reduzida, mesmo assim, comea
a ter alguma expresso. Na grande maioria dos municpios no ultrapassa 1%. No entanto,
em Itaperuu e Agudos do Sul essa proporo ultrapassou 2%.
B^\gVd
Dos trs componentes demogrficos, a migrao o que tem influenciado sobre-
maneira no expressivo crescimento populacional da Regio. Nas ltimas dcadas, a RMC
vem sendo o destino de um fluxo contnuo de imigrantes, particularmente do interior

do prprio Estado. A anlise dos dados de migrao de data fixa levantados pelo Censo
Demogrfico de 2000, relacionados ao nmero de pessoas de 5 anos e mais de idade que

realizou migrao no perodo de 1995-2000,12 aponta saldos positivos de trocas migratrias
para a Regio, tanto no que diz respeito aos deslocamentos interestaduais ou outros pases,
quanto intra-estaduais. bem verdade que a RMC tem constitudo rea de origem de
expressivos contingentes emigratrios, com destino a outras regies do Estado ou outros

estados brasileiros, porm, os volumes de imigrao que recebe superam os fluxos de
sada. Ademais, preciso sublinhar que as trocas populacionais intrametropolitanas vm

se dando em ritmos intensos, evidenciando processos de contnuo reordenamento espacial
da populao, relacionados ao quadro mais geral da evoluo socioeconmica da RMC.
Internamente RMC, Curitiba absorveu 158.166 imigrantes de data fixa, no
qinqnio 1995/2000, embora esse montante corresponda a apenas 10,8% de sua

populao com 5 anos e mais de idade. Os municpios nos quais mais incidiram os fluxos
imigratrios foram aqueles com nveis muito alto de integrao na dinmica metropolitana,
num montante de 125.041 imigrantes, correspondendo a 21,9% da populao com 5 anos
e mais de idade, que residia nesse conjunto de municpios em 2000 (Tabela 3.10). Dentre
eles, destacam-se Fazenda Rio Grande (35,4%), alm de Pinhais, Almirante Tamandar
12
O imigrante de data fixa do perodo 1995/2000 no residia na localidade em estudo em 1995, e sim
em 2000; o emigrante de data fixa informou na pesquisa censitria que residia na localidade em estudo
em 1995, mas na data do Censo (2000) residia em outro local.
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
77
77
e So Jos dos Pinhais, com propores superiores a 20% (Mapa 3.6). So Jos dos
Pinhais e Colombo receberam fluxos de 37.161 e 32.201 imigrantes, respectivamente,

correspondendo a 20,3% e 19,8% da populao na idade em anlise residente no municpio
naquele ano.
I67:A6(#&%>b^\gVciZhYZ9ViV;^mVedgDg^\Zb!
HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8&..*"'%%%
>b^\gVciZhYZ9ViV;^mVedgDg^\Zb
CkZaYZ
>ciZgZhiVYjVa
>ciZ\gVd
djdjigdh
eVhZh
Ead
8jgî^WV
++#,-)
>cigVZhiVYjVa
EZhhdVh
IdiVa6
Egdedgd
GZh^YZciZhYZ >b^\gVciZh
Dg^\Zbcd
*6cdhdjBV^h YZ9ViV
Djigdh
>cigVbZ"
Egdedgd
^YZci^XVYV 6Whdajid
YZ>YVYZ7
;^mV6$7
bjc^Xe^dh igdedaîVcd
cVGB8
,)#,'-
&&#-'%
)#-(*
&*-#&++
)(!()
&#)*-#.'.
&%!-
Bjîd6aid
''#(%&
(*#).,
+'#&+&
*#%-'
&'*#%)&
()!'+
*,%#-)-
'&!.
6aid
*#--'
&&#,%'
'%#))'
&#',&
(.#'.,
&%!,,
&)-#'*'
'+!*
BY^d
)#.'*
,#,',
&*#,-(
&#%)+
'.#)-%
-!%-
&,.#+'&
&+!)
7V^md
Bjîd7V^md
IDI6A
('-
,%'
&#,.'
&,*
'#..,
%!-'
(*#&',
-!*
&#.(+
'#%-.
*#*(%
(.&
.#.)*
'!,(
&&-#%')
-!)
&%'#&*+
&('#))*
&&,#*',
&'#,..
(+)#.',
&%%
'#*&%#-%&
&)!*
;dciZ/>7<:#8ZchdYZbd\g{Xd'%%%BZigdYViV
CDI6/&GZ[ZgZ"hZVdcbZgdYZ^b^\gVciZhYZ*VcdhZbV^hYZ^YVYZ!fjZgZVaôdjb^\gVdcdeZgdYd&..*"'%%%#
Piraquara, entre os municpios com nvel alto de integrao, merece destaque pelo
fluxo elevado (24.413 imigrantes) e proporo de 38,1% da populao com 5 anos e mais de
idade a mais elevada da RMC. Internamente a Curitiba, sobressaem propores elevadas
(entre 19 e 25%) nas AEDs correspondentes ao Centro e ao bairro de Uberaba I.
No conjunto de municpios com nvel mdio de integrao na dinmica metropolitana
a proporo se reduz para 16,4% da populao com 5 anos de idade e mais, num contigente
de 29.480 imigrantes. Porm, entre os municpios do conjunto, destacam-se por elevadas
propores Quatro Barras (30,8%), Campina Grande do Sul e Campo Magro, com mais
de 20%.
Os conjuntos correspondentes aos municpios com nvel de integrao baixo e
muito baixo tanto receberam pequenos contingentes, somando pouco menos de 13.000
imigrantes, quanto os mesmos tambm no significaram elevadas propores para os
municpios (pouco mais de 8% em ambos os conjuntos).
78
78
No que se refere anlise das reas de origem dos migrantes, observam-se situaes
diferenciadas. Dos que chegam em Curitiba, 47,3% procedem de municpios do interior do
Estado e 42,2% de outros estados ou pases; apenas 7,5% tm origem intrametropolitana
e 3% no identificada (Grfico 3.1). Ao contrrio, nos demais conjuntos de municpios,

aproximadamente 50% dos fluxos originam-se na prpria Regio Metropolitana, apontando
para a expanso fsica do processo de periferizao.
<G;>8D(#&Dg^\ZbYdhB^\gVciZhYZ9ViV;^mV!
HZ\jcYdCkZ^hYZ>ciZ\gVdGB8&..*"'%%%
;dciZ/>7<:$>E6G9:H#
Alm de Curitiba, apenas Adrianpolis recebe mais de 40% dos fluxos de migrantes
procedentes de outros estados ou pases. Essa condio pode advir de sua localizao
fronteiria com So Paulo e do fato de compor uma mancha contnua de ocupao com
Ribeira, nesse Estado cortada apenas pela presena do Rio Ribeira.
Curitiba absorveu 43,3% do total dos imigrantes e os municpios com nvel muito alto
de integrao, 34,3%. No entanto, so os municpios desse nvel de integrao os espaos
de convergncia do movimento intrametropolitano, assumindo 52,9% dos imigrantes com
essa origem. So seguidos pelos de nvel alto e mdio, com respectivamente 17,4% e 13,4%,
numa demonstrao da expanso da ocupao do espao metropolitano (Mapa 3.7). H
que se ressaltar que Curitiba recebeu 10% dos fluxos com origem intrametropolitana.
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
79
79
De modo geral, a caracterstica de movimentos de curta distncia, elevados no
interior do prprio espao da RMC, j vem se manifestando h mais de uma dcada.

Comparando a dinmica empreendida pela migrao de data fixa no perodo 19861991 e 1995-2000, percebe-se que ocorreu uma variao positiva bastante elevada nos
movimentos intrametropolitanos, da ordem de 51,1%, e em relao aos deslocamentos de
outras unidades da federao para a RMC, com 34,8%. Os fluxos do interior com destino
RMC, embora apresentando menor variao entre os perodos (11,6%), foram os que
envolveram os maiores nmeros de migrantes, superando os 100 mil nos dois perodos.
Partindo da RMC, a maior variao ocorreu nos deslocamentos em direo ao
interior paranaense (50,2%), que envolveu o nmero significativo de 52.482 emigrantes
no ltimo perodo; em direo a outros estados, deixaram a RMC 61.010 emigrantes no
ltimo perodo, apresentando uma variao de 15,1%.
Os movimentos de partida do plo so comuns nas regies metropolitanas, nas
quais o exerccio de funes mais complexas e a atrao de atividades mais sofisticadas
desencadeiam uma dinmica de valorizao do mercado fundirio urbano, provocando um
processo seletivo da ocupao. Populaes de menor poder aquisitivo buscam reas com o
solo menos valorizado nas periferias metropolitanas, expandindo a mancha de ocupao.
Esse processo se manifesta nitidamente na RMC, onde as reas mais valorizadas, que
se encontram em Curitiba, em especial nas pores mais centrais do municpio, so as que
apresentam as menores propores de imigrantes intrametropolitanos. Essa proporo vai
aumentando conforme se ultrapassa os limites municipais, particularmente nos municpios
dormitrios, voltando a diminuir nas fronteiras da Regio. Tal comportamento evidencia a
opo condicionada pelo valor do solo, e sustentada pela presena de meios de transporte
que garantem o acesso ao trabalho e a outras atividades oferecidas pelo plo e municpios
melhor inseridos na dinmica produtiva regional.
(#'#(#:higjijgV:i{g^VZ8dbedh^dedgHZmd
Importantes alteraes incidentes sobre a fecundidade e mortalidade13 tm causado
forte impacto sobre as estruturas etrias e por sexo da populao. O efeito conjunto da
13
80
O processo de transio demogrfica brasileira teve incio h vrias dcadas, com a mortalidade
apresentando uma trajetria firme e continuada de declnio, cujos ganhos mais expressivos esto no
segmento etrio infantil, e a fecundidade apresentando forte tendncia de queda em todo o pas. Esse
processo gerou enormes implicaes sobre o ritmo de evoluo dos distintos segmentos populacionais
(IPARDES, 2004a).
80
atuao das variveis demogrficas no quadro populacional da RMC vem conformando

padres etrios que indicam um processo paulatino de envelhecimento, com reduo
do peso dos grupos etrios mais jovens e aumento das propores das idades adultas e
idosas. As diferenas de intensidade desse processo ficam evidentes quando se compara a

estrutura etria do plo e seu entorno, poro mais urbanizada da RMC, com a periferia
mais rural.
Destaca-se que aqueles municpios com nvel de integrao dinmica metropolitana
muito baixo, cujas taxas de urbanizao no superam 50%, caracterizados como eminen-
temente rurais, a exemplo de Adrianpolis, Agudos do Sul, Bocaiva do Sul, Cerro Azul,
Quitandinha, Tijucas do Sul e Tunas do Paran, possuem as mais elevadas propores de
idosos, todos superando 6% proporo assumida pela mdia do conjunto (Tabela 3.11).
Ao mesmo tempo, possuem propores elevadas de crianas, 31,7% no conjunto, reflexo
no s da alta fecundidade, mas tambm da existncia de fluxos de migrao de jovens
e adultos para fora desses municpios, tanto que grande parte deles possui proporo de
populao em idade ativa, entre 15 e 65 anos, inferior a 60%, sendo as mais baixas no
conjunto metropolitano.
I67:A6(#&&EdejaVdGZh^YZciZedg<gjedh:i{g^dhHZaZX^dcVYdhZcY^XZYZ>Ydhdh!
HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8'%%%
EdejaVdGZh^YZciZ
CkZaYZ>ciZ\gVd
IdiVa
%V&)
+*ZbV^h
cY^XZYZ>Ydhdh
6Whdajid
6Whdajid
&#*-,#(&*
(.)#.''
')!--
.%#'&*
*!+-
''!-
Bjîd6aid
+)&#,-)
'%(#%(&
(&!+)
'&#&%&
(!'.
&%!)
6aid
&+,#&))
*(#--)
('!')
*#+(.
(!(,
&%!*
BY^d
'%%#-%'
+'#*.,
(&!&,
-#)'&
)!&.
&(!*
7V^md
(.#).)
&'#-)%
('!*&
&#-,%
)!,(
&)!+
Bjîd7V^md
&(&#-,.
)&#,*'
(&!++
,#.')
+!%&
&.!%
'#,+-#)&-
,+.#%'+
',!,-
&(*#&+.
)!--
&,!+
Ead8jgî^WV
IDI6A
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
81
81
No oposto, verificam-se nos municpios de Almirante Tamandar, Fazenda Rio
Grande e Colombo, municpios limtrofes ao plo e com caractersticas de cidade dormitrio,

fortemente integrados dinmica metropolitana, as menores propores de idosos, em
torno de 3%. Neles tambm o nmero de crianas elevado, sendo que nesses casos a
fecundidade ainda exerce papel importante, dadas as condies socioeconmicas desta
populao, aliadas ao fato destes municpios serem grandes receptores de populao.
O plo metropolitano caracteriza-se pela baixssima proporo de crianas, que

representa pouco menos de 1/4 do total da populao do municpio (24,9%), aliada
elevada proporo de jovens e adultos em idade ativa (69,4%). No caso de Curitiba, a baixa
fecundidade fator determinante das caractersticas de sua estrutura etria, juntamente
com o elevado nmero de imigrantes, geralmente adultos em idade ativa, em busca de
oportunidades de trabalho e estudo.
Adotando-se o ndice de idosos14 como medida sntese do grau de envelhecimento
da populao, observam-se valores mais elevados no municpio plo (22,8 idosos para cada
100 crianas), decrescendo para 10,4 no conjunto de municpios com nvel muito alto de
integrao. A partir desse recorte, o ndice vai aumentando, medida que os municpios
vo se distanciando e adquirindo caractersticas rurais, chegando a 19 no conjunto de
municpios com nvel de integrao muito baixo (ver Tabela 3.11). Os menores valores
so encontrados nos municpios de Fazenda Rio Grande (7,8), Almirante Tamandar
(8,4), Piraquara (9,4) e Itaperuu (9,4).
Internamente ao plo a estrutura etria da populao bastante diferenciada,
apresentando reas com a proporo de crianas extremamente elevada, a exemplo
dos bairros perifricos ao centro, onde essa proporo chega a ultrapassar 35% (AEDs
correspondentes aos bairros Tatuquara-Moradias da Ordem, Uberaba 1 e Cajuru 2). Nos
bairros centrais, a proporo de crianas bem menor, na ordem de 10%, enquanto a de
idosos chega a 14,1%. Assim, no municpio, o ndice de idosos assume valores que vo
deste 4,8 idosos para cada 100 crianas, em Tatuquara-Moradas da Ordem, at 138,5
idosos para cada 100 crianas, no Centro (Mapa 3.8)
No que tange composio por sexo dos diferentes grupos etrios, a RMC
evidencia uma predominncia masculina no segmento de crianas de 0 a 14 anos no plo
14
82
O ndice de idosos mede a relao entre o nmero de pessoas idosas e o nmero de pessoas nos grupos
etrios mais jovens (neste estudo, pessoas com 65 anos e mais e menores de 15 anos, respectivamente).
82
e em todos os demais recortes estudados, condizente com o padro em geral percebido
na maior parte das estruturas demogrficas conhecidas, com a razo de sexo assumindo
valores que vo de 103,5 no plo at 106,4 no conjunto de municpios mais distantes.

No que se refere aos jovens e adultos, h predominncia feminina no plo e no conjunto
de municpios com nvel de integrao muito alto, possivelmente como resultado da
maior mortalidade masculina entre os jovens adultos caracterstica das aglomeraes
urbanas. Nos demais segmentos, volta a haver predominncia masculina para esse grupo
etrio, sinalizando, processos migratrios seletivos por sexo e idade. No grupo dos idosos,
observa-se a predominncia de mulheres, dada uma sobremortalidade masculina nas
idades mais avanadas, particularmente no municpio plo, onde, em mdia, h somente
63,8 homens para cada 100 mulheres.
No entanto, em algumas reas dentro do plo esses indicadores se apresentam com
valores prximos aos dos municpios mais distantes. Nos bairros centrais, a razo de sexo
total da ordem de aproximadamente 75 homens para cada 100 mulheres e nos bairros
perifricos, o nmero de homens maior que o de mulheres (Mapa 3.9).
As disparidades nas estruturas etrias e de sexo observadas entre as distintas
populaes dos municpios e das reas que os compem constituem o resultado dos efeitos
combinados das respectivas histrias pregressas de evoluo dos componentes demogrficos
fecundidade, mortalidade e migrao. Esse padro demogrfico da RMC tem tambm

um vis que contribui para tencionar as condies de vida nos municpios do entorno
de Curitiba, principalmente os mais populosos e com elevadas taxas de crescimento

populacional, como em Colombo, Almirante Tamandar, Pinhais, entre outros.
8dg
Uma das caractersticas da Regio Sul do Pas, prpria de sua colonizao, dada
em grande quantidade por imigrantes alemes, italianos, poloneses entre outros, a baixa
incidncia de pessoas de cor negra ou parda.
Na RMC este aspecto da populao no difere do restante do Estado do Paran,
apresentando 81,5% de pessoas da raa branca e 17% da raa negra ou parda. A menor
proporo de pessoas dessas cores se encontra no municpio plo (13,8%), enquanto nos
demais recortes espaciais esta proporo gira em torno de 20%, chegando a 28,8% no
conjunto de municpios com baixa integrao ao plo (Tabela 3.12).
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
83
83
I67:A6(#&'EdejaVdGZh^YZciZZ9^hig^Wj^dYVEdejaVdedg8dgdjGVV!
CkZaYZ>ciZ\gVd
EdejaVdGZh^YZciZ
9^hig^Wj^dEZgXZcijVa
IdiVa
7gVcXV
CZ\gVdjeVgYV
Djigdh
7gVcXV
CZ\gVdjeVgYV
Djigdh
&#*-,#(&*
&#((.#'..
'&-#-',
'.#&--
-)!)
&(!-
&!-
Bjîd6aid
+)&#,-)
).*#**%
&(-#)+&
,#,,(
,,!'
'&!+
&!'
6aid
&+,#&))
&'+#++-
(-#%.,
'#(,.
,*!-
''!-
BY^d
'%%#-%'
&*.#(,(
(.#+&.
&#-&%
,.!)
&.!,
%!.
7V^md
(.#).)
',#--)
&&#(+%
'*%
,%!+
'-!-
%!+
Bjîd7V^md
&(&#-,.
&%*#.*.
')#.*)
.++
-%!(
&-!.
%!,
'#,+-#)&-
'#'*)#,('
),&#(&.
)'#(+,
-&!)
&,!%
&!*
Ead8jgî^WV
IDI6A
&
CDI6"GZ[ZgZ"hZVeZcVhVedejaVdfjZYZXaVgdjVXdgdjgVV#
&>cXaj^VXViZ\dg^V^\cdgVYd#
No mbito municipal as menores propores so encontradas em Agudos do Sul,
Mandirituba, Bocaiva do Sul, Curitiba e Cerro Azul, abaixo de 15%. As maiores so

observadas em Adrianpolis e Itaperuu, ultrapassando 40%.
Em Curitiba, em que pese a baixa proporo de negros ou pardos, verifica-se uma
maior concentrao nas reas perifricas, em especial nos bairros de Tatuquara (31,5%),
TatuquaraMoradas da Ordem (26,3%), Cajuru 2 (25,6%) e Uberaba 1 (24%). As reas
centrais do municpio apresentam propores baixssimas de negros ou pardos, inferiores

a 3% nos bairros Bigorrilho, Alto da XV, Jardim Social, Hugo Lange, gua Verde SE e
Batel.
9ZX^cX^V
Na RMC existem em torno de 305 mil pessoas que possuem algum tipo de
deficincia,15 dos quais 62,4% (190 mil) se encontram em Curitiba. Ao se somar ao plo
os municpios com nvel de integrao de mdio at muito alto, essa proporo supera
os 90% (Tabela 3.13).
15
84
Para este tipo de anlise optou por trabalhar com o dado agregado sem especificar qual o tipo de
deficincia, partindo do princpio que a populao portadora de qualquer tipo de deficincia dever ter,
em maior ou menor grau, dificuldade, em especial, na sua insero no mercado de trabalho.
84
I67:A6(#&(EdejaVdGZh^YZciZZEZhhdVhXdbVa\jbIêdYZ9ZX^cX^V!
CkZaYZ>ciZ\gVd
EdejaVdGZh^YZciZ
IdiVa
8db9ZX^cX^V

&#*-,#(&*
&.%#(.(
&&!..
Bjîd6aid
+)&#,-)
,)#(..
&&!*.
6aid
&+,#&))
'%#&),
&'!%*
BY^d
'%%#-%'
''#+*,
&&!'-
7V^md
(.#).)
*#&*-
&(!%+
Bjîd7V^md
&(&#-,.
'%#-,'
&*!-(
'#*(%#,&%
(%)#.+(
&'!%*
Ead8jgî^WV
IDI6A
No entanto, ao se relacionar com a populao total de cada conjunto de municpios,
verifica-se que a maior proporo ocorre no correspondente ao nvel de integrao muito
baixo (15,8% da populao total), enquanto no municpio plo essa parcela reduz-se para
12%. Observa-se tambm que o diferencial entre os municpios no to significativo, como
a exemplo de outros indicadores. A menor proporo de populao deficiente se encontra
em Campo Magro (8,6%) e a maior em Contenda (19,1%), mas a maioria dos municpios
possui entre 10% e 15% da sua populao portando algum tipo de deficincia.
(#(# :YjXVd
No decorrer dos anos 1990, diversas iniciativas foram tomadas pelos diferentes
nveis poltico-administrativos, procurando cumprir as metas estipuladas pela Constituio

Federal de 1988, que determinaram a universalizao do ensino fundamental e a erradicao
do analfabetismo.
Considerando tais metas, para a anlise do perfil educacional na RMC, foram
selecionados indicadores relativos ao grau de escolaridade atingido pela populao de
15 anos e mais de idade, bem como indicadores relativos freqncia escolar para as
diferentes faixas etrias.
Essa anlise apresenta informaes relativas ao ano 2000, ao final de uma dcada em
que foi significativa a tendncia de reduo do analfabetismo e de aumento da escolaridade
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
85
85
e da freqncia escolar no Paran, processos esses que, no entanto, no foram suficientes

para reduzir as desigualdades existentes no interior da RMC. Estudos que se voltam mais
detalhadamente a outros indicadores referentes a essa temtica, no mbito municipal,

foram realizados pelo Ipardes (2004a) e, particularmente para Curitiba, pelo Instituto de
Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC, 2004a).
(#(#&#:hXdaVg^YVYZYVEdejaVd
O analfabetismo da populao de 15 anos e mais de idade na RMC permanece
expressivo, embora significativamente inferior ao observado para o total do Paran. Na

Regio, o nmero de analfabetos ultrapassa 100 mil pessoas, correspondendo a uma taxa
de 5%, enquanto a do Estado de 9%. No entanto, internamente Regio, os valores so
sensivelmente diferentes, sendo observadas taxas de analfabetismo de 3,3% no municpio
de Curitiba, at taxas acima de 20%, nos municpios de Adrianpolis, Doutor Ulysses,

Cerro Azul e Tunas do Paran, sendo que neste ltimo o analfabetismo ultrapassa 30%.
Com relao aos diversos recortes intrametropolitanos, verificam-se taxas muito
elevadas no conjunto de municpios com nveis de integrao dinmica metropolitana
baixo e muito baixo, 13,1% e 12,7%, respectivamente, reduzindo nos demais nveis (tabela
3.14). Naqueles com nveis muito alto, alto e mdio, a taxa de analfabetismo situa-se em
torno de 6% a 8%. Em Curitiba, embora a taxa de analfabetismo seja relativamente baixa,

em termos absolutos, a concentrao de analfabetos elevada. So 38.862 pessoas de 15
anos e mais que no sabem ler o que significa 38,7%% do total de analfabetos da Regio.
Outros 28.246 analfabetos distribuem-se entre os municpios com nvel de integrao
muito alto, compondo 28,2% do total.
I67:A6(#&)EZhhdVhYZ&*6cdhZbV^hfjZCdHVWZbAZg!ZHZb>chigjddj
XdbVi(6cdhYZ:hijYd!IVmVYZ6cVa[VWZi^hbd!ZEZhhdVhYZ&-6cdhZ
bV^hXdb&&ZBV^h6cdhYZ:hijYd!HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8'%%%
CkZaYZ
>ciZ\gVd
86
EZhhdVhYZ&*
IVmVYZ
6cdhZBV^hfjZ 6cVa[VWZi^hbd
CdHVWZbAZg &*VcdhZbV^h
EZhhdVh&*6cdhZBV^h
HZb^chigjddj
XdbVi(VcdhYZ
ZhijYd
EZhhdVh&-6cdhZBV^h
hdWgZd 8db&&ZbV^h hdWgZd

idiVaYV^YVYZ VcdhYZZhijYd idiVaYV^YVYZ
Ead8jgî^WV
(-#-+'
(!'+
&)&#...
&&!.&
).-#%%*
)*!%+
Bjîd6aid
'-#')+
+!))
.'#*')
'&!%.
,.#'-+
&.!,-
86
I67:A6(#&)EZhhdVhYZ&*6cdhZbV^hfjZCdHVWZbAZg!ZHZb>chigjddj
XdbVi(6cdhYZ:hijYd!IVmVYZ6cVa[VWZi^hbd!ZEZhhdVhYZ&-6cdhZ
bV^hXdb&&ZBV^h6cdhYZ:hijYd!HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8'%%%Xdci^cjVd
CkZaYZ
>ciZ\gVd
EZhhdVhYZ&*
IVmVYZ
6cdhZBV^hfjZ 6cVa[VWZi^hbd
CdHVWZbAZg &*VcdhZbV^h
EZhhdVh&*6cdhZBV^h
HZb^chigjddj
XdbVi(VcdhYZ
ZhijYd
EZhhdVh&-6cdhZBV^h
hdWgZd 8db&&ZbV^h hdWgZd

idiVaYV^YVYZ VcdhYZZhijYd idiVaYV^YVYZ
6aid
,#',*
+!)'
')#-*'
'&!.)
&+#-&)
&+!'.
BY^d
&%#.+%
,!.(
(*#*,*
'*!,)
'&#+.+
&,!&-
7V^md
(#).*
&(!&&
-#&*(
(%!*.
(#%)%
&'!*.
Bjîd7V^md
&&#)**
&'!,&
(&#.&,
(*!)&
.#-&%
&'!%(
IDI6A
&%%#'.(
*!%'
((*#%'%
&+!,+
+'-#+*'
()!&)
Internamente ao municpio plo existem diferenciaes importantes, com as menores

taxas concentradas nas reas centrais do municpio e ampliando-se consideravelmente
medida que se avana para a periferia. Taxas prximas a zero so encontradas nas AEDs
correspondentes aos bairros gua Verde, Batel, Centro, Centro Cvico, Alto da Glria e
Alto da XV, enquanto taxas acima de 8% so registradas no Tatuquara e Uberaba e, acima
de 10%, no Cajuru 2 (Mapa 3.10).
No obstante os municpios de Campo Largo, So Jos dos Pinhais e Araucria
pertencerem aos conjuntos com nveis de integrao mais elevados, algumas reas
apresentam taxas de analfabetismo correspondentes s dos municpios mais distantes,
enquanto outras reas apresentam taxas equivalentes s do plo.
Torna-se importante salientar que a taxa de analfabetismo uma medida de estoque,
j que se refere a toda populao de 15 anos e mais, englobando assim toda a histria
passada do sistema de educao, fazendo com que os avanos educacionais recentes fiquem
diludos. Entretanto, ela evidencia a necessidade de implementao de polticas pblicas
especficas em termos educacionais, fundamentalmente naquelas reas mais atrasadas.
Ampliando o indicador de analfabetismo para incorporar os analfabetos funcionais, ou
seja, as pessoas de 15 anos e mais com at 3 anos de estudo, o montante amplia-se para 335.020
pessoas, concentradas, majoritariamente, no plo (141.999) e no conjunto de municpios com
nvel de integrao muito alto (92.524). Na Regio, a taxa de analfabetos funcionais atinge
16,8%, variando de 11,9%, no plo, a 35,4% no nvel de integrao muito baixo.
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
87
87
Os valores extremos para o analfabetismo funcional so observados, novamente, nos
municpios de Tunas do Paran (56,5%), Doutor Ulysses (53,1%), Cerro Azul (47,8%) e
Adrianpolis (45,3%), indicando que praticamente a metade da populao adulta desses
municpios no domina a leitura e a escrita. Essa disfuno est bastante generalizada no

conjunto da Regio, atingindo valores significativos. Apenas a rea central do plo e algumas
reas dos municpios de Pinhais, So Jos dos Pinhais e Araucria apresentam o indicador
nos nveis mais baixos. As taxas ampliam-se em direo s reas perifricas internas do plo,
e nos demais municpios. Nas reas centrais de Curitiba a taxa varia de pouco mais de 1%
a menos de 5%, enquanto que em reas perifricas, como nas AEDs correspondentes aos
bairros Uberaba 1, Tatuquara e Cajuru 2 ultrapassa 25%, chegando a 38,1% neste ltimo.
Da mesma forma, a taxa de analfabetismo funcional dos chefes de famlia apresenta-se
bastante elevada naqueles municpios mais distantes e com caractersticas rurais chegando
a 63,2% em Tunas do Paran e 62,9% em Doutor Ulysses, mostrando a baixa escolaridade
dos chefes de famlias nestes municpios. De forma geral, os dois conjuntos de municpios
mais distantes do plo, com nveis baixo e muito baixo de integrao, apresentam taxas
elevadas, respectivamente 37,3% e 43,4%. Nos conjuntos mais prximos ao plo, a taxa
varia entre 30,6% (nvel mdio de integrao) e 24,4% (nvel muito alto), enquanto em
Curitiba declina para 13,7% (Tabela 3.15). Entre seus bairros tem-se desde taxa de 0,61%,
no Batel, at de 32% em Tatuquara (Mapa 3.11).
I67:A6(#&*GZhedch{kZaeZaV;Vba^VhZb>chigjddjXdbVi(6cdhYZ:hijYdZ
Xdb&&ZBV^h6cdhYZ:hijYd!HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8'%%%
GZhedch{kZaeZaV;Vba^V
CkZaYZ>ciZ\gVd
hdWgZidiVa
gZhedch{kZ^h
8db&&ZbV^h
VcdhYZZhijYd
hdWgZidiVa
gZhedch{kZ^h
Ead8jgî^WV
+,#,%&
&(!++
'&-#*.,
))!%.
Bjîd6aid
))#*(,
')!(.
('#'''
&,!+*
6aid
&&#,-(
'*!).
+#+.'
&)!)-
BY^d
&,#(%.
(%!*+
-#%).
&)!'&
7V^md
)#&,*
(,!(%
&#%.-
.!-&
Bjîd7V^md
&+#%+*
)(!)(
(#)+'
.!(+
IDI6A
&+&#*+.
&.!)-
',%#&'%
('!*,
88
HZb^chigjddjXdb
Vi(VcdhYZZhijYd
88
A escolaridade dos responsveis pelas famlias, com 11 anos e mais de estudo,
correspondendo ao ensino mdio completo, mostra-se tambm bastante desigual. No
conjunto da RMC, 32,6% preenchem essa condio, num total de 270.120 chefes, dos
quais a maioria (218.579) encontra-se no municpio de Curitiba, representando 44,1%
do total dos chefes do municpio (ver Tabela 3.15). Inversamente ao que ocorre com o
analfabetismo, a proporo de chefes com alta escolaridade vai diminuindo conforme a
maior distancia do municpio ao plo. No conjunto de municpios com nvel de integrao

muito alto, 17,6% dos chefes apresenta esse nvel de escolaridade, decrescendo a proporo
para 9,4% no conjunto de municpios com nvel muito baixo de integrao. Nesse caso,
os municpios de Doutor Ulisses e Tunas do Paran so os que apresentam as menores
propores, com menos de 3% dos chefes com no mnimo o ensino mdio completo.
Essa mesma situao se repete para a populao adulta como um todo, ou seja, das
1,8 milhes de pessoas com 18 anos e mais na RMC, aproximadamente 630 mil possuem
pelo menos o ensino mdio completo (ver Tabela 3.14). A concentrao tambm se d
no plo, com quase 500 mil pessoas nessa condio, ou seja, 45,1% dos adultos residentes
em Curitiba possuem 11 anos e mais de estudo. A proporo vai diminuindo conforme
os municpios se distanciam do plo, chegando a 12,1% no conjunto de municpios com
nvel muito baixo de integrao, sendo as piores situaes encontradas nos municpios
de Doutor Ulysses (3%) e Tunas do Paran (4,7%).
No interior dos municpios, novamente, se destacam as reas centrais de Curitiba
com propores elevadas de adultos com mdia e alta escolaridade, chegando a representar
mais de 80% do total dessas pessoas, ao contrrio dos bairros mais distantes, como Cajuru
2, com apenas 7,8%, e TatuquaraMoradias da Ordem, com 10,9% (Mapa 3.12).
(#(#'#;gZfcX^VZ6YZfjVd:hXdaVg
A anlise de freqncia escolar considerou indicadores para cada uma das faixas
etrias correspondentes aos diferentes nveis de ensino, ou seja, verificou-se a proporo

de crianas e jovens que freqentam a escola ou creche naquele nvel de ensino, bem
como a proporo da freqncia que se d na srie ou no nvel de ensino adequado para

aquela idade.
Considerando inicialmente a freqncia escola ou creche pelas crianas de 0 a 6
anos, tem-se que na RMC 108.697 crianas tm acesso a esse servio, representando 30%
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
89
89
das crianas dessa idade. Internamente Regio, essas propores variam de um mximo
de 37,8% em Curitiba, para 18% no conjunto de municpios com nvel de integrao
baixo (Tabela 3.16). As freqncias mais elevadas so encontradas, alm de Curitiba,

em Contenda, Campo Largo, Lapa, Quitandinha e Pinhais, todos com propores entre
25% e 30%, enquanto as menores freqncias esto em Tunas do Paran (6,1%) e Doutor
Ulysses (4,3%).
I67:A6(#&+EZhhdVhYZ%V+6cdhYZ>YVYZfjZ;gZfZciVb8gZX]Zdj:hXdaVZ
EZhhdVhYZ,V&)6cdhfjZ;gZfZciVb:hXdaVZHg^Z6YZfjVYV!
CkZaYZ
>ciZ\gVd
EZhhdVhYZ%V+6cdh
EZhhdVhYZ,V&)6cdh
;gZfZciVb
hdWgZd ;gZfZciVb hdWgZd
;gZfZciVbV
hdWgZdidiVafjZ
XgZX]ZdjZhXdaV idiVaYV^YVYZ
ZhXdaV
idiVaYV^YVYZ hg^ZVYZfjVYV [gZfZciVZhXdaVcV^YVYZ
Ead8jgî^WV
+-#)+)
(,!-(
'%,#'+.
.+!--
&*.#.'%
,,!&+
Bjîd6aid
'(#%,-
'(!'&
.-#(-'
.)!.,
+*#'%,
++!'-
6aid
*#(%+
'%!(*
'+#()%
.)!,(
&+#%--
+&!%-
BY^d
+#,*%
''!+*
(%#*-+
.(!'*
&-#..'
+'!%.
7V^md
&#&'.
&-!%(
+#%-.
.'!*'
)#%.&
+,!'%
Bjîd7V^md
(#.,&
'%!&(
'%#'*)
.&!.*
&(#%*&
+)!))
&%-#+.,
(%!%%
(--#.'%
.*!+'
',,#(*%
,&!(&
IDI6A
A freqncia ao ensino fundamental obrigatria para todas as crianas com
idade entre 7 a 14 anos, porm em nenhum municpio da Regio esse indicador atinge
100%. No conjunto da RMC, 4,4% dessas crianas esto fora da escola, ou seja, do total
de 406.750 crianas, 388.920 tm acesso, enquanto que as outras 18 mil no freqentam
a escola (ver Tabela 3.16). No municpio plo, o percentual de freqncia atinge 96,9%
e corresponde a 207.269 crianas. Essas propores se reduzem medida que se avana
para a periferia da RMC, chegando a 91,9% no conjunto de municpios com nvel de

integrao muito baixo.
Alm de Curitiba, Pinhais e Balsa Nova destacam-se com taxas acima de 96%.
Em cinco municpios considerados mais crticos as taxas de freqncia escola pelas
crianas de 7 a 14 anos so inferiores a 90%: Bocaiva do Sul, Itaperuu, Cerro Azul,

90
90
Tunas do Paran e Doutor Ulysses os dois ltimos, com as menores taxas de freqncia,
em torno de 85%.
Um indicador da eficincia com que vem se dando o atendimento s crianas de
7 a 14 anos pode ser obtido da adequao idade-srie. Esse indicador importante por
determinar problemas relacionados, principalmente, com a alta repetncia em determinadas

sries que, segundo Riani e Golgher (2004), um dos principais problemas no sistema
de ensino brasileiro trazendo graves conseqncias para os nveis de escolaridade da

populao.
Na RMC, do total de 388.920 crianas de 7 a 14 anos que freqentam a escola,
277.350 esto na srie adequada, correspondendo a uma taxa de adequao de 71,3%.

Pouco mais da metade dessas crianas (159.920) estuda no municpio plo, que apresenta
a segunda maior taxa de adequao da Regio (77,2%), perdendo para o municpio de

Quitandinha, com taxa de 78%. No conjunto de municpios com nvel de integrao
muito alto, a adequao idade-srie atinge 66,3% das crianas de 7 a 14 anos. A proporo
decai entre os conjuntos de nvel alto e mdio, voltando a se elevar no de nvel baixo, que
alcana 67,2% de adequao. A menor proporo verificada no conjunto de municpios
com nvel de integrao alto (61,1%) ver Tabela 3.16.
Nos municpios, as menores taxas de adequao esto em Tunas do Paran, Cerro
Azul e Doutor Ulysses todos com proporo inferior a 50%. No entanto, dentro do
municpio de Curitiba encontram-se reas onde essa proporo tambm no ultrapassa

50%, convivendo com outras onde mais de 97% das crianas esto na srie adequada
(Mapa 3.13).
Ao se considerar a adequao ao ensino mdio por parte dos jovens de 15 a
17 anos, encontra-se em toda a RMC um montante de 119.367 pessoas dessa idade
freqentando a escola, o que corresponde a 75,4% dos jovens dessa faixa etria. Desse
total, 71.719 pessoas esto no plo, correspondendo a uma taxa de freqncia escola
de 82,2%. Nos conjuntos de municpios de nvel de integrao muito alto e alto, essa
taxa reduz-se para aproximadamente 70%, seguindo em queda nos conjuntos dos demais
nveis, at a taxa de 57,6% dos jovens de 15 a 17 anos, no conjunto de nvel muito baixo
(Tabela 3.17).
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
91
91
I67:A6(#&,EZhhdVhYZ,V&)ZYZ&-V'*6cdhYZ>YVYZfjZ;gZfZciVb:hXdaVZ
Hg^Z6YZfjVYV!HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8'%%%
EZhhdVhYZ&*V&,6cdh
EZhhdVhYZ&-V'*6cdh
CkZaYZ
hdWgZ ;gZfZciVb hdWgZdidiVa
hdWgZ ;gZfZciVb hdWgZdidiVa
;gZfZciVb
>ciZ\gVd ;gZfZciVb didiVa
Vhg^Z
fjZ[gZfZciV
didiVa
Vhg^Z
fjZ[gZfZciV
ZhXdaV
ZhXdaV
YV^YVYZ VYZfjVYV ZhXdaVcV^YVYZ
YV^YVYZ VYZfjVYV ZhXdaVcV^YVYZ
Ead
,&#,&.
-'!&,
*'#.('
,(!-%
.*#)%+
(,!))
*)#.*.
*,!+&
8jgî^WV
Bjîd6aid
'+#*+*
+.!..
&+#%-&
+%!*(
''#*.%
'&!-'
)#.+*
'&!.-
6aid
,#%')
,%!&%
(#*.*
*&!&.
+#&%&
''!.)
.-.
&+!'&
BY^d
,#*+)
+(!+,
)#(&,
*,!%,
+#*&+
'%!(-
&#+'&
')!--
7V^md
&#*)(
+&!(-
-''
*(!(%
&#&('
&-!.(
'%-
&-!(-
)#.*&
*,!+)
'#,.,
*+!).
(#)&%
&-!%.
*'.
&*!*&
&&.#(+,
,*!)(
-%#*)*
+,!)-
&(*#&*+
(%!*.
+(#',&
)+!-&
Bjîd
7V^md
IDI6A
Entre os municpios da Regio, as mais baixas taxas de freqncia escola pelos
jovens so encontradas em Doutor Ulysses (41,6%), Tijucas do Sul, Cerro Azul e Itaperuu,
estes em torno de 50%.
Esses diferenciais verificados internamente aos municpios da RMC revelam
que a freqncia escola tende a cair rapidamente nas reas mais pobres, em funo
da necessidade dos jovens de contriburem para o sustento da famlia, inserindo-se no
mercado de trabalho em detrimento da continuidade dos estudos.
Ao se considerar em que medida essa freqncia escola se d ao nvel de ensino
adequado, ou seja, ao ensino mdio, pr-vestibular ou mesmo superior, ainda que pequena
parcela, os percentuais acima se reduzem em torno de 10 pontos. O total de pessoas da
Regio que freqentam a escola no nvel de ensino adequado fica reduzido a 80.545, o
que equivale a 67,5% dos jovens de 15 a 17 anos que freqentam a escola. No plo, a
adequao ao nvel de ensino da ordem de 73,8%, reduzindo-se para 60,5% no primeiro
conjunto de municpios. A menor adequao se d nos municpios com nvel de integrao
alto (51,2%). As maiores taxas de adequao para esse grupo etrio so encontradas em
Contenda, Curitiba, Quitandinha e Adrianpolis.
Cabe anotar que, em alguns municpios mais distantes do plo e de menor porte,
os poucos jovens que freqentam a escola o fazem em sries adequadas, elevando, assim,
a taxa de freqncia nos conjuntos de nvel mdio e muito baixo (ver Tabela 3.17).
92
92
Com relao freqncia escola por parte dos jovens de 18 a 25 anos na RMC,
existem 135.156 jovens dessa faixa etria freqentando a escola, o que corresponde a 30,6%
dos jovens dessa idade. A maior taxa de freqncia verificada no plo (37,4%), decrescendo
para uma mdia de 21% nos conjuntos de municpios com nveis de integrao muito
alto, alto e mdio, e em torno de 18% para os de nveis baixo e muito baixo (ver Tabela
3.17). Internamente aos municpios da Regio, excetuando-se Curitiba, as maiores taxas
so encontradas em Araucria (25,1%), Tunas do Paran (24,2%), So Jos dos Pinhais
(23,8%) e Campo Largo (23,6%), enquanto as menores freqncias escolares para essa faixa
etria se do em Itaperuu, Cerro Azul e Doutor Ulysses, todos com aproximadamente
11% da populao de 18 a 25 anos freqentando a escola.
Ao verificar se a freqncia escolar dos jovens de 18 a 25 anos se d ao nvel de
ensino adequado, neste caso considerando curso pr-vestibular, superior ou ps-graduao,
observa-se que essa adequao ocorre em menos da metade dos casos, ou seja, apenas para
63.271 jovens, correspondendo a 46,8% das pessoas dessa idade, indicando que forte o
atraso escolar observado para essa faixa etria. Em Curitiba essa taxa de adequao da
ordem de 57,6%, decrescendo rapidamente na medida em que se avana para a periferia
da Regio: 22% no conjunto de municpios com nvel muito alto de integrao, chegando
a 15,5% no de nvel muito baixo (ver Tabela 3.17). Esses diferenciais observados, alm de
reiterarem que as condies de pobreza agem contrariamente permanncia na escola,
refletem a concentrao da oferta de cursos no municpio plo.
No mbito dos municpios, observa-se que, entre os que possuem caractersticas
rurais, como o caso de Tunas do Paran, Cerro Azul, Itaperuu, Adrianpolis, Quitandinha
e Agudos do Sul, a adequao escolar para esses jovens baixssima, chegando a zero
nos dois primeiros municpios. Chama a ateno o municpio de Adrianpolis, no qual
elevada a proporo de jovens/adultos freqentando escola, porm a maioria encontra-se
com atraso escolar.
(#)# BdgVY^V
A Regio Metropolitana de Curitiba dispe de um considervel conjunto de
estudos destinados a estimar as necessidades habitacionais dos municpios. O Ipardes,

em convnio com a Companhia Estadual de Habitao (COHAPAR) concluiu o Atlas
das Necessidades Habitacionais do Paran, contemplando os 399 municpios do Estado
(IPARDES, 2004b). Complementarmente, foi tambm realizado um atlas com a mesma

8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
93
93
metodologia aplicada para os municpios das trs regies metropolitanas institucionalizadas

Curitiba, Londrina e Maring , neste caso considerando as AEDs como unidades de
agregao da informao (IPARDES, 2005c). O IPPUC, com base nos dados do Censo
Demogrfico de 2000, disponibilizou anlises e informaes sobre vrios temas para

Curitiba, compondo a srie intitulada Qualidade de Vida 2003, na qual um dos CDRom destina-se habitao (IPPUC, 2004b). A Fundao Joo Pinheiro, em resposta
solicitao do Ministrio das Cidades, tambm realizou uma estimativa do dficit
habitacional no Brasil, para municpios com mais de 20 mil habitantes e microrregies

geogrficas (FUNDAO, 2005).
Esse conjunto de trabalhos, embora com diferenas metodolgicas e distintas
unidades de agregao dos dados, consideraram informaes bastante similares e chegaram

a resultados tambm muito prximos. Apontam elevado nmero de domiclios com
elementos de precariedade, tanto no interior do municpio plo, quanto em municpios de

seu entorno imediato. Apontam, tambm, propores expressivas de domiclios carentes
e deficientes em alguns desses municpios do entorno da metrpole e em municpios
mais distantes, particularmente entre aqueles que possuem nveis baixo ou muito baixo
de integrao dinmica metropolitana.
Outros estudos foram desenvolvidos no mbito do Programa Cities Alliance. Cities
Without Slums, com o suporte do Banco Mundial (SERRA e MOTTA, 2005). Dentre
eles, destaca-se o que discute Metodologia de Avaliao das Demandas por Habitao
Popular no Brasil (MACEDO, ODELL e SMITH, 2005), realizado em trs regies
metropolitanas, incluindo a de Curitiba, que elabora projees para 2020. Nas projees
para 20 anos, as principais tendncias so de que o percentual de chefes de domiclios

jovens dever cair, vindo a crescer significativamente o daqueles com idades variando
entre 55 e 64 anos, e tambm o do grupo etrio acima de 65 anos. As tendncias tambm
revelam, para o futuro, um crescimento do nmero total de domiclios em cerca de 500

mil unidades, com maior aumento dos domiclios com uma ou duas pessoas. Indicam
tambm que haver aproximadamente 25 mil domiclios adicionais de moradores com
renda abaixo de 1 salrio mnimo.
Aprofundando a anlise para os resultados censitrios de 2000, na seqncia sero
apresentadas as caractersticas das moradias, domiclios em aglomerados subnormais,

padro de conforto domiciliar e necessidades habitacionais na RMC.
94
94
(#)#&#8dcY^ZhYVBdgVY^V
A RMC possui um total de 787.244 domiclios particulares permanentes, situados
majoritariamente no municpio de Curitiba (59,8%) e entre os municpios com nveis de

integrao entre mdio e muito alto (34,4%, sendo 21,9 pontos percentuais correspondendo
aos de nvel muito alto).
Dos domiclios da Regio, 77,9% so prprios; 14% so alugados, estando a grande
maioria em Curitiba, onde correspondem a 17% do total de domiclios; e 8,1% tm outras
condies de propriedade (Tabela 3.18). A verticalizao est concentrada em Curitiba,

que possui 24,7% dos domiclios em apartamentos, o que corresponde a 97,1% dos
apartamentos existentes na RMC.
I67:A6(#&-9db^Xa^dhEVgi^XjaVgZhEZgbVcZciZhEgeg^dh!6aj\VYdhZDjigdh!
9db^Xa^dhEVgi^XjaVgZhEZgbVcZciZhJgWVcdh
CkZaYZ
>ciZ\gVd
Egeg^dh
IdiVa
IdiVa
VWhdajid
8dbegdeg^ZYVYZYdiZggZcd

VWhdajid
HZbegdeg^ZYVYZYdiZggZcd 6aj\VYdh Djigdh
VWhdajid
Ead
8jgî^WV
),%#.+) (*+#*''
,*!,% ('-#.*,
.'!',
',#*+*
,!,(
-%#'((
()#'%.
Bjîd6aid
&,'#-,( &(-#)--
-%!&& &'&#&(,
-,!),
&,#(*&
&'!*(
&.#*)-
&)#-(-
6aid
)(#,)(
(+#%-%
-'!)- (%#,((
-*!&-
*#(),
&)!-'
)#%&%
(#+*(
BY^d
*)#%-'
))#('%
-&!.* (.#)**
-.!%'
)#-+*
&%!.-
)#*&(
*#'*%
7V^md
&%#+++
.#%%.
-)!), +#.&&
,+!,&
'#%..
'(!'.
)..
&#&*,
Bjîd
7V^md
()#.&+
'-#**%
-&!,, ''#-&(
,.!.&
*#,(+
'%!%.
&#,++
)#+%&
IDI6A
,-,#')) +&'#.+.
,,!-+ **%#%%*
-.!,(
+'#.+(
&%!',
&&%#*+-
+(#,%-
Dos domiclios prprios, 10,3% no possuem propriedade do terreno, o que aponta
para situaes de inadequao fundiria, motivadoras de insegurana e instabilidade dos
moradores (ver Tabela 3.18). H um grande nmero de domiclios nessas condies em

Curitiba (27.565), correspondendo a 43,8% dos domiclios sem propriedade do terreno na
RMC; tambm elevado nos municpios com nveis de integrao muito alto (17.351),
estando o maior nmero deles em Colombo (5.992).
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
95
95
No plo metropolitano, a inadequao fundiria se concentra nas AEDs correspon-
dentes aos bairros Cajuru, Uberaba, Boqueiro, Cidade Industrial e nas favelas das reas
mais centrais da cidade onde mais de 50% dos domiclios prprios no tm propriedade
do terreno (Mapa 3.14). Nos municpios com nveis de integrao entre mdio e muito
alto, domiclios nessas condies se localizam nas AEDS limtrofes a Curitiba, com
mais elevadas propores na ocupao do Guarituba, em Piraquara, que se compe de

aproximadamente 50 mil moradores.
importante notar que a ocorrncia de domiclios com posse irregular da terra no
se restringe s reas classificadas como aglomerados subnormais, fato que se depreende da
diferena do total de domiclios em cada condio: 62.963 sem posse do terreno contra
42.867 situados em aglomerados subnormais.
A adequao do ambiente da moradia pode ser analisada com base em indicadores
referentes densidade de moradores e ao adensamento em dormitrio que, quando
excessivo, pode estar revelando tanto a incompatibilidade do tamanho da famlia e do
imvel, quanto casos de co-habitao familiar. Alm desses, a iluminao e as condies
do saneamento bsico traduzem as condies de segurana e conforto dos imveis, e da

sade dos moradores.
O nmero de cmodos dos domiclios um referencial de salubridade e promiscuidade.
Domiclios com at trs cmodos podem indicar a convivncia de funes sanitrias e de
cozinha, com as de repouso, assim como alta densidade de moradores. Na RMC, 95.193
domiclios (ou 12% do total de domiclios particulares permanentes) possuem at trs
cmodos. O plo metropolitano responde por 42.373 deles; outros 42.898 encontram-se
nos municpios com nveis de integrao ao plo entre mdio e muito alto, principalmente
em So Jos dos Pinhais (7.351) e Colombo (7.862) Tabela 3.19. As maiores propores,
no entanto, ocorrem nos municpios com menor nvel de integrao, com extremos em
Tunas do Paran, Rio Branco do Sul (ambos com mais de 29%) e Itaperuu (27,1%), e
de modo geral em toda a poro norte da RMC.
96
96
I67:A6(#&.9db^Xa^dhEVgi^XjaVgZhEZgbVcZciZhXdbVi(8bdYdhdjhZbHVcî{g^d!
9db^Xa^dhEVgi^XjaVgZhEZgbVcZciZh
CkZaYZ>ciZ\gVd
8dbVi(XbdYdh
HZbWVc]Z^gd&
VWhdajid
VWhdajid
Ead8jgî^WV
)'#(,(
.!%%
.#&(%
&!.)
Bjîd6aid
'+#,)'
&*!),
-#*&+
)!.(
6aid
,#)(,
&,!%%
(#&,+
,!'+
BY^d
-#,&.
&+!&'
+#,+'
&'!*%
7V^md
'#,..
'+!'*
(#%%'
'-!&*
Bjîd7V^md
,#&''
'%!)%
&%#%+,
'-!-(
IDI6A
.*#&.(
&'!%.
)%#+**
*!&+
&8dch^YZgVdidiVaYZYdb^Xa^dheVgi^XjaVgZheZgbVcZciZhjgWVcdh#
Internamente a Curitiba, as AEDs correspondentes aos bairros Tatuquara, Moradias

da Ordem, Cajuru e Uberaba tm as maiores propores de domiclios com at trs
cmodos. Guarituba, no municpio de Piraquara, e Ferraria, em Campo Largo, repetem
elevadas propores, mesmo em reas com nveis mais elevados de integrao.
Embora a oferta de energia eltrica seja bastante ampla nas reas urbanas, as reas
rurais nem sempre dispem do servio, o que se percebe nos reduzidos percentuais de
domiclios servidos por energia eltrica nos municpios com nveis baixo e muito baixo
de integrao. Entre eles, com maior proporo de domiclios desatendidos encontram-se
Doutor Ulysses e Cerro Azul.
Em relao aos indicadores de abastecimento de gua por rede geral, com canalizao
em pelo menos um cmodo situao considerada adequada , tambm se constatam
desigualdades. Enquanto em Curitiba 99,7% dos domiclios urbanos contam com essa
condio embora se constate abastecimento at 83% em algumas AEDs , entre os
municpios com nvel muito alto de integrao essa proporo cai para 92,6%, mantendo-se
nessa ordem nos nveis de integrao baixo e muito baixo (Tabela 3.20). Entre estes ltimos,
motivo de preocupao na RMC o caso de Tunas do Paran, onde apenas 54,8% dos
domiclios contam com gua por rede de abastecimento.
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
97
97
I67:A6(#'%9db^Xa^dhXdb6YZfjVdcd6WVhiZX^bZcid6YZfjVYdYZ\jV!:hXdVbZcid
HVcî{g^dZ8daZiVYZA^md!HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8'%%%
CkZaYZ>ciZ\gVd
IdiVa
8dbVWVhiZX^bZcid
8dbZhXdVbZcid
8dbXdaZiVVYZfjVYV
VYZfjVYdYZ{\jV
hVcî{g^dVYZfjVYd
YZa^md
VWhdajid
VWhdajid
VWhdajid
Ead8jgî^WV
),%#.+)
)+&#(*+
.,!.+
)(-#*%-
.(!&&
)+-#,-&
..!*)
Bjîd6aid
&+'#,*%
&*%#,(+
.'!+'
&'+#))'
,,!+.
&+%#+%+
.-!+-
6aid
(&#.(-
(%#(,-
.*!&&
')#*&+
,+!,+
(&#+(+
..!%+
BY^d
(-#,)*
(*#*-+
.&!-*
'*#*)-
+*!.)
(,#,*'
.,!))
7V^md
+#'*.
*#,-)
.'!)&
'#-%*
))!-&
*#-+&
.(!+)
Bjîd7V^md
&(#&&)
&'#%,.
.'!&%
-#+'&
+*!,)
&'#),'
.*!&%
IDI6A
,'(#,,'
+.*#.&.
.+!&*
+'+#))&
-+!**
,&,#&%.
..!%-
CdiVh/&8dch^YZgdj"hZXdbdVYZfjVYdVfjZaZYdb^Xa^dhZgk^YdedggZYZ\ZgVa!XVcVaôVYVZbeZadbZcdhjbXbdYd#
'8dch^YZgdj"hZXdbdVYZfjVYdVfjZaZYdb^Xa^da^\VYd|gZYZ\ZgVadj|[dhhVhei^XV#
(8dch^YZgdj"hZXdbdVYZfjVYdVfjZaZYdb^Xa^dViZcY^YdedghZgk^dYZa^beZoVdjXVVbWV#
Mesmo com propores menores de domiclios desabastecidos, o plo possui 9.608

domiclios sem a adequao estipulada, e os municpios com nveis de integrao muito
alto somam 12.014. So Jos dos Pinhais tem 5.376 domiclios nessa condio de carncia
e Colombo, 3.160, sendo as maiores concentraes depois de Curitiba, na RMC.
Alm de Tunas do Paran, em situao extrema, em Campo Magro, municpio de
nvel mdio de integrao dinmica metropolitana, a ausncia de abastecimento de gua
se verifica em um proporo mais elevada de domiclios (14%), seguido por Contenda e
Doutor Ulysses, com pouco mais de 12% dos domiclios privados desse abastecimento
(Mapa 3.15).
Em termos de escoamento sanitrio adequado, ou seja, domiclio com esgotamento
ligado rede geral ou fossa sptica, so ainda maiores as discrepncias. Curitiba tem 93,1%
dos domiclios urbanos servidos; proporo que cai entre os conjuntos dos municpios
com nveis de integrao entre muito baixo e muito alto, atingindo as menores propores
no de nvel baixo (44,8%) (ver Tabela 3.20).
Internamente a esses conjuntos, os municpios com menores propores de domiclios
com adequao de esgotamento sanitrio so Doutor Ulysses, Tijucas do Sul e Tunas do

98
98
Paran, com respectivamente 86,7%, 81,3% e 75,3% dos domiclios desatendidos (Mapa
3.16). Em termos de nmeros de domiclios, Curitiba apresenta inadequao em 32.456,

e o conjunto dos municpios com nvel muito alto de integrao, 36.308, com gravidade
notria em Almirante Tamandar, com 12.733 domiclios deficitrios, ou seja, 57,4% do
total dos domiclios no dispem de escoamento sanitrio adequado.
No municpio de Curitiba, as AEDs com menor nmero de domiclios atendidos
correspondem a Cajuru 2, Tatuquara e bairros da poro sul do municpio Campo de

Santana, Caximba, Umbar e Ganchinho, estes com pouco mais de 73% .
A coleta adequada de lixo, por servio de limpeza ou caamba, ocorre em 717.109
domiclios da RMC, ou 99,1% do total de domiclios. As menores propores de domiclios
atendidos encontram-se no conjunto dos municpios com nveis baixo e muito baixo de
integrao ao plo, com respectivamente 93,6% e 95,1% de atendimento (ver Tabela
3.20). Entre eles, o menor ndice de atendimento se d em Cerro Azul (83,1%); no
oposto, Bocaiva do Sul oferece atendimento totalidade dos domiclios. Em Curitiba,
repetem-se as menores propores de atendimento nos mesmos bairros com as situaes
mais graves de inadequao do esgotamento sanitrio.
Revelando o extremo da carncia de condies sanitrias, a ausncia de banheiro
(instalao sanitria) ocorre em 40.655 domiclios da RMC (5,16% do total de domiclios da
Regio), sendo 9.130 em Curitiba e 8.516 distribudos entre os domiclios dos municpios
com nvel de integrao muito alto (ver Tabela 3.19). Nos municpios com nveis baixo
e muito baixo de integrao, chama ateno a elevada presena de domiclios com essa
carncia em Doutor Ulysses, onde 56.9% dos domiclios no possuem banheiro, e em
Cerro Azul, com 42,9%. Em Curitiba, as AEDs correspondentes a Uberaba 1 e Tatuquara

concentram as maiores propores de domiclios sem banheiro, respectivamente 21,4%
e 10,3%.
Outra situao particularmente preocupante na discusso relacionada s condies
da moradia trata-se dos domiclios localizados em aglomerados subnormais.16 Esse tipo
de domiclio sintetiza a precariedade nas condies de moradia, seja pela resultante das
16
Conceituados pelo IBGE como conjunto (favelas e assemelhados) constitudo por unidades habitacionais (barracos, casas etc.), ocupando ou tendo ocupado, at perodo recente, terreno de propriedade
alheia (pblica ou particular), dispostas, em geral, de forma desordenada e densa e carentes, em sua
maioria, de servios pblicos essenciais (IBGE, 2002).
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
99
99
condies fsicas do imvel e do seu entorno, seja pela carncia ou inadequao da infra-
estrutura e servios, seja, ainda, pela condio de instabilidade do morador. Sua distribuio
municipal confirma a desigualdade social presente no processo de metropolizao e reflete
a concentrao espacial da carncia: onde maior o tamanho da populao, maior a

presena de domiclios em aglomerados subnormais.
Na RMC, em 2000, encontravam-se 42.867 domiclios em aglomerados subnormais,
e sua maior concentrao verificada no municpio plo e no seu entorno (Tabela 3.21).
De fato, em Curitiba tem-se que 7,6% do total de domiclios, correspondendo a 37.495
de moradias onde vivem aproximadamente 150 mil pessoas, estavam em aglomerados
subnormais, particularmente nas AEDs correspondentes ao Stio Cercado/Bairro Novo e
So Miguel/Bolso Sabar, em termos de concentrao, e no Cajuru 2, Tatuquara e Vila

Verde, em termos proporcionais (Mapa 3.17).
I67:A6(#'&9db^Xa^dhZb6\adbZgVYdhHjWcdgbV^h!
CkZaYZ>ciZ\gVd
9db^Xa^dhZb6\adbZgVYdhHjWcdgbV^h
6Whdajid
hdWgZdidiVa&
cVGB8
Ead8jgî^WV
(,#).*
,!*,
-,!),
Bjîd6aid
'#,.'
&!*(
+!*&
6aid
&#'*.
'!,(
'!.)
BY^d
&#('%
'!((
(!%-
7V^md
%!%%
%!%%
Bjîd7V^md
%!%%
%!%%
)'#-+,
*!)'
&%%!%%
IDI6A
;dciZ/>7<:8ZchdYZbd\g{Xd'%%%BZigdYViV
CdiV/&DidiVaYZYdb^Xa^dh^cXaj^dheVgi^XjaVgZheZgbVcZciZhZdhegdk^hg^dh#
Colombo o segundo municpio da RMC na concentrao de domiclios em
aglomerados subnormais (1.675), seguido de Araucria (1.259) e Almirante Tamandar
(1.117), que representavam, respectivamente, 3,4%, 5% e 4,8% do total de seus domiclios.

Em menor escala, observavam-se 770 domiclios em Campo Largo e 550 em Campo
Magro, sendo que nesse ltimo chegava a representar cerca de 10% do total de domiclios
do municpio.
100
100
Alm desses dados do IBGE, outras fontes de informao disponveis permitem
dimensionar as disfunes associadas ocupao irregular do solo urbano e concentrao

da pobreza, como o caso dos levantamentos feitos em campo pela Coordenao da Regio
Metropolitana de Curitiba (COMEC) e pelo IPPUC. O levantamento da COMEC

(1997) abrange toda a RMC e sua ltima atualizao data de 1997. De acordo com essa
informao, havia na RMC um total de 811 reas ocupadas irregularmente, reunindo
61.712 unidades habitacionais, concentradas em sua maioria (52%) em Curitiba, seguida

por Colombo, Almirante Tamandar e Piraquara.
As informaes fornecidas pelo IPPUC, restritas ao municpio de Curitiba,
originam-se da Pesquisa sobre Ocupaes Irregulares17 no Municpio de Curitiba
(IPPUC, 2004b). Nessa pesquisa, o conceito de ocupao irregular adotado bastante
semelhante ao de aglomerado subnormal utilizado pelo IBGE, embora as metodologias

apresentem diferenas quanto ao critrio para seleo das reas, influindo, portanto, nos
resultados, no que diz respeito ao nmero de unidades habitacionais. O IBGE considera
aglomerado subnormal reas com 51 unidades ou mais, enquanto o IPPUC considera
como ocupao irregular reas com uma unidade ou mais. Segundo o levantamento do
IPPUC, as ocupaes irregulares estendiam-se por aproximadamente 2,3% da rea total
do municpio, ou 10 km. Estavam distribudas sob os mais variados tipos de riscos:
localizadas na faixa de drenagem, em APAs, em regies sujeitas a enchentes, em faixas
atingidas por linhas de alta tenso e cortadas por ferrovias, sendo que uma mesma rea
pode ser atingida por mais de um tipo de risco.
(#)#'#EVYgZhYZ8dc[dgid9db^Xâ^Vg
Os domiclios da RMC so bastante desiguais no que concerne ao acesso a bens.
Considerando os bens de uso difundido, como rdio, televiso e geladeira/freezer, cuja
ausncia do consumo aponta para maior precariedade do morador, Curitiba o municpio
no qual h uma maior proporo de domiclios com todos esses bens, ou 89,9% (Tabela
3.22). Entre os municpios mais integrados ao plo, os com nvel de integrao muito alta
e alta apresentam propores superiores a 80% dos domiclios servidos por todos os bens
17
Entendidas como reas de terceiros, sejam elas pblicas ou privadas, bem como aqueles loteamentos
promovidos pelos legtimos proprietrios das reas sem a necessria observncia dos parmetros
urbansticos e procedimentos legais estabelecidos pelas leis de parcelamento do solo 6766/70 (federal)
e 2460/66 (municipal) (IPPUC, 2004b).
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
101
101
de uso difundido (respectivamente, 82,3% e 80,7%), e os com nvel mdio de integrao
tm propores de 76,8%. Verifica-se um hiato considervel entre estes e os com menor
nvel de integrao ao plo, que apresentam propores de 63,9% e 62,1%. Em nmeros

absolutos, Curitiba concentra 47.445 domiclios desprovidos da totalidade desses bens,
e o conjunto dos municpios com nvel de integrao muito alto, 30.562. Entre aqueles
com menores nveis de integrao, os municpios com maior proporo de domiclios
desprovidos de bens de alta difuso so Doutor Ulysses (81,3%), Cerro Azul (63,4%) e
Adrianpolis (62,7%) Mapa 3.18.
I67:A6(#''9db^Xa^dhXdb6XZhhdV7Zch!HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8'%%%
CkZaYZ
>ciZ\gVd
9db^Xa^dhXdbVXZhhdVWZch
IdiVa
YZjhdY^[jcY^Yd
YZbY^VY^[jhd
YZjhdgZhigîd
VWhdajid
VWhdajid
VWhdajid
Ead8jgî^WV
),%#.+)
)'(#*&.
-.!.(
(*)#,++
,*!((
(%.#.*,
+*!-&
Bjîd6aid
&,'#-,(
&)'#(&'
-'!('
-*#.&*
).!,%
,(#'+*
)'!(-
6aid
)(#,)(
(*#('%
-%!,)
&.#%(%
)(!*%
&+#)*(
(,!+&
BY^d
*)#%-'
)&#*-%
,+!--
')#'(%
))!-%
&.#'-+
(*!++
7V^md
&%#+++
+#-&.
+(!.(
(#&()
'.!(-
'#'-(
'&!)&
Bjîd7V^md
()#.&+
'&#+.*
+'!&)
.#%+.
'*!.-
+#(%*
&-!%+
IDI6A
,-,#'))
+,&#')*
-*!',
).+#&))
+(!%'
)',#**%
*)!(&
CdiV/&GZ[ZgZ"hZVdhYdb^Xa^dhXdbidYdhdhWZchYZjhdY^[jcY^Yd#
'GZ[ZgZ"hZVdhYdb^Xa^dhXdbeZadbZcdh'WZchYZbY^VY^[jhd#
(GZ[ZgZ"hZVdhYdb^Xa^dhXdbeZadbZcdh&WZbYZY^[jhdgZhigîV#
Considerando as reas internas aos municpios, as maiores propores de domiclios

servidos com esses bens esto em Curitiba, no centro e bairros nobres centrais e dos
eixos estruturais e na poro central de So Jos dos Pinhais e Colombo, com mais de
92% de domiclios servidos por tal conforto. Os demais bairros superam 85%, assim
como Pinhais, Araucria, e os demais bairros de So Jos dos Pinhais. Mesmo assim,
nas AEDs correspondentes aos bairros do Cajuru 2, Uberaba 1, Vila Verde e Tatuquara,
em Curitiba, existem propores entre 60% e 75%, prximas mdia dos municpios da
Regio Metropolitana, excluindo o plo.
102
102
Os bens de mdia difuso, como automvel, videocassete, mquina de lavar roupas
e linhas telefnicas, tambm se distribuem desigualmente entre os domiclios da RMC.

As maiores propores de domiclios com a presena de, pelo menos, dois desses bens
esto em Curitiba (75,3%) e, com ntido hiato, entre os municpios com nvel muito alto
de integrao (49,7%). Outro hiato se d em relao aos de nvel de integrao baixo e

muito baixo, com propores de, respectivamente, 29,4% e 26%. Pinhais e So Jos dos
Pinhais, no nvel muito alto, e Campo Largo e Quatro Barras, ambos no nvel mdio
de integrao, sucedem Curitiba, com propores entre 50% e 59% dos domiclios com
posse desses bens.
Mais seletiva ainda a distribuio dos domiclios com bens de difuso restrita,
como computadores, microondas e ar condicionado. Em Curitiba, a proporo de
domiclios com pelo menos um desses bens 65,8%, e apenas em Pinhais supera (por 4
dcimos) 50% acima da proporo do conjunto dos municpios com nvel muito alto de
integrao (42,4%), decaindo nitidamente nos demais nveis. Entre os municpios com
nveis baixo e muito baixo de integrao as propores atingem, respectivamente, 21,4%

e 18,1% (ver Tabela 3.22).
(#)#(#CZXZhh^YVYZh=VWîVX^dcV^h
A precariedade da moradia, assim entendida no apenas a unidade habitacional em
si como tambm as condies da infra-estrutura de servios urbanos a ela vinculados,

um dos mais graves problemas sociais a ser enfrentado em reas urbanas, principalmente
nas aglomeraes metropolitanas. A RMC concentra aproximadamente um tero dos
domiclios particulares permanentes do Paran e apresenta um dficit habitacional da
ordem de 42,8 mil domiclios, correspondendo a 25,3% do dficit habitacional do Estado

(IPARDES, 2004b). Seu dficit relativo ao total de domiclios ligeiramente inferior ao
paranaense, respectivamente 5,2% e 6,4% (Tabela 3.23).
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
103
103
I67:A6(#'(IdiVaYZ;Vba^Vh8dck^kZciZh!9db^Xa^dh>begdk^hVYdh!8bdYdh8ZY^Ydh
dj6aj\VYdhZ9Xî=VWîVX^dcVa!HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8'%%%
8dbedcZciZhYd9Xî=VWîVX^dcVa
CkZaYZ
>ciZ\gVd
IdiVaYZ
;Vba^Vh
IdiVaYZ[Vba^Vh
Xdck^kZciZh
9db^Xa^dh
^begdk^hVYdh
8bdYdhXZY^Ydh
djVaj\VYdh
9Xî=VWîVX^dcVa
VWhdajid
VWhdajid
VWhdajid
VWhdajid
Ead8jgî^WV
).*#')(
'(#(%&
)!,%
.,-
%!'%
-+-
%!&-
'*#&),
*!%-
Bjîd6aid
&-'#*)(
-#,%+
)!,,
.+(
%!*(
'+&
%!&)
.#.((
*!))
6aid
)+#&')
&#.,%
)!',
)&&
%!-.
+'
%!&(
'#)))
*!(%
BY^d
*+#+(+
'#)(%
)!'.
&')
%!''
)+
%!%-
'#+%&
)!*.
7V^md
&&#&-.
),)
)!')
).
%!))
%!%%
*')
)!+.
Bjîd7V^md
(+#.-,
&#+**
)!),
)&,
&!&(
+.
%!&.
'#&**
*!-(
IDI6A
-'-#,''
(-#*(*
)!+*
'#.)'
%!(+
&#(%+
%!&+
)'#-%*
*!&,
;dciZ/>7<:8ZchdYZbd\g{Xd'%%%BZigdYViV
O dimensionamento das necessidades habitacionais para os municpios do Paran
foi feito a partir da base de microdados do Censo Demogrfico de 2000. O conceito de

necessidades habitacionais abrange duas dimenses: o dficit habitacional, correspondendo
necessidade de reposio total de unidades precrias e ao atendimento da demanda
no solvvel nas condies dadas de mercado; e a inadequao, que aponta a necessidade de melhoria das unidades habitacionais com determinados tipos de precarizao
(OBSERVATRIO, 2004; IPARDES, 2004b). O dficit habitacional composto por

trs elementos que so exclusivos entre si, podendo portanto serem somados: domiclios
improvisados; coabitao familiar, compreendendo a convivncia de mais de uma famlia
no mesmo domiclio ou o aluguel de quartos ou cmodos para moradia de outra famlia;

e coabitao disfarada, ou seja, cmodos cedidos ou alugados. As moradias classificadas
como inadequadas so aquelas que necessitam de melhoramento para que alcancem

um padro mnimo de habitabilidade, podendo ter problemas relacionados ao acesso
infra-estrutura ou ao adensamento excessivo.
Do ponto de vista da inadequao habitacional a maior freqncia na Regio
refere-se aos domiclios com carncia de infra-estrutura, ou seja, de alguma de suas

modalidades (iluminao, abastecimento de gua, instalao sanitria ou escoadouro e
destino do lixo). A deficincia no acesso infra-estrutura, entendida como a existncia

104
104
de infra-estrutura mnima, porm de forma deficiente, ocorre em 81,9 mil domiclios da

Regio Metropolitana.
H ainda os domiclios urbanos com inadequao por adensamento excessivo, da
ordem de 37,7 mil, apresentando densidade superior a trs moradores por dormitrio,
limite considerado suportvel. Na RMC, 95,21% dos domiclios apresentam uma proporo
adequada de moradores por dormitrio, qual seja, at trs pessoas por cmodo considerado
dormitrio (ver Tabela 3.23). No respondem a essa condio 37.690 domiclios, dos quais
49,4% distribudos entre Curitiba (18.632) e os municpios com nveis de integrao ao
plo entre mdio e muito alto (14.574), principalmente So Jos dos Pinhais e Colombo. As
menores propores de adequao quanto ao adensamento por dormitrio so encontradas

em Itaperuu, Fazenda Rio Grande e Almirante Tamandar, em torno de 90%.
Existem 38.535 famlias conviventes em domiclios da RMC, das quais 60,5% no
municpio de Curitiba (ver Tabela 3.23). Outras 22% distribuem-se entre os municpios
com nvel de integrao muito alto. As propores mais elevadas ocorrem em Contenda
(7,1%), Quatro Barras (6,4%), Pinhais (5,8%) e Adrianpolis (5,7%). Dentro de Curitiba,
ocorrem em propores superiores a 6,9% nos bairros de Boqueiro 1 e Alto Boqueiro,

Pinheirinho, Guara, Cajuru 1, Abranches/Taboo/Cachoeira e Santa Cndida.
A distribuio de famlias submetidas ao dficit habitacional pelos municpios que
compem a Regio revela que os maiores valores relativos so encontrados em Contenda
(7,8%), assim como em Doutor Ulysses e Tunas do Paran (ambos com 7,7% das famlias
sob dficit), todos situados entre os municpios com nvel muito baixo de integrao ao
plo (Mapa 3.19). No entanto, os maiores volumes de famlias com dficit habitacional
so encontrados em Curitiba (25.147) e municpios vizinhos, como So Jos dos Pinhais

(3.269), Colombo (2.516), Pinhais (1.845) e Araucria (1.611).
No interior do municpio de Curitiba, h propores to altas quanto nos municpios
apontados como os mais deficitrios. reas como o Pinheirinho, Boqueiro e Alto

Boqueiro, Tatuquara, Cajuru, Guara, Abranches e Santa Cndida, todos com ocupao
consolidada, apresentam propores superiores a 7% das famlias vivendo sob condies de
dficit habitacional. reas contguas a Curitiba nos municpios de So Jos dos Pinhais,
Pinhais, Colombo, Almirante Tamandar e Araucria reproduzem esses percentuais. Este
ltimo municpio tem a maior concentrao do dficit habitacional nas reas prximas
ao distrito industrial.
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
105
105
tambm nesse conjunto de municpios que so constatadas as maiores incidncias
da inadequao habitacional, seja no que se refere aos domiclios com carncia de infra-
estrutura, destacando-se Curitiba, Colombo e So Jos dos Pinhais, seja com relao aos
domiclios com deficincia em sua infra-estrutura, como se verifica em Curitiba, Almirante
Tamandar, Campo Largo e So Jos dos Pinhais. Destacam-se ainda, no que se refere
inadequao por adensamento excessivo, a elevada incidncia de domiclios em Curitiba,

Colombo e So Jos dos Pinhais (IPARDES, 2004b).
Em sntese, a anlise revela que o problema da moradia no se restringe ao dficit
habitacional em si, devendo-se levar em conta tambm a existncia de um considervel
nmero de moradias que no so supridas por desejveis condies de habitabilidade

aos seus moradores, requerendo polticas pblicas que atuem em conjunto e de forma
articulada, com vista melhoria da condio social de elevado contingente da populao,
notadamente em reas de maior concentrao populacional da Regio.
Uma leitura conclusiva da adequao dos domiclios urbanos, considerando o
atendimento s condies de adequao definidas em relao infra-estrutura e servios
de saneamento, densidade de moradores por dormitrio, e acesso a bens revela que a
RMC socioespacialmente desigual.
O plo alcana sempre as mais elevadas propores de domiclios atendidos, embora
com situaes internas de desigualdade, j que algumas AEDs apresentam propores
similares s dos municpios mais carentes da Regio Metropolitana. De modo geral,
as propores vo revelando maior grau de carncia ou deficincia de bens, servios e
infra-estrutura na medida em que se tornam inferiores os nveis de integrao na dinmica
metropolitana.
Merece ser salientado que as elevadas propores verificadas em reas mais distantes
do plo e menos integrado revela ainda a forte presena das caractersticas rurais nos
municpios.
A leitura sntese confirma tambm que, a despeito de propores menos significativas,
o plo detm um nmero considervel de domiclios com inadequao. O mesmo ocorre

entre os municpios com nveis entre mdio e muito alto de integrao. Reproduzindo um
comportamento comum nas metrpoles brasileiras, Curitiba, embora ostente indicadores

mdios qualificados, permeia em seu territrio reas que concentram elevado nmero de
106
106
domiclios carentes e deficientes de bens, servios e infra-estrutura. Vem seguida de So
Jos dos Pinhais e Colombo, mas tambm so representativos Almirante Tamandar,

Araucria e Campo Largo.
Em termos de AEDs, so perceptveis reas com maior proporo de indicadores

mais adequados nas pores centrais de Araucria, Colombo e So Jos dos Pinhais, alm
do municpio de Pinhais, como um todo. No oposto, os indicadores que denotam maior
carncia e deficincia de bens, servios e infra-estrutura so encontrados na poro sul
de Curitiba, assim como em reas limtrofes, nos municpios de Almirante Tamandar,
Colombo e Fazenda Rio Grande.
(#*# BdWâ^YVYZZIgVchedgiZh
(#*#&#Bdk^bZcidEZcYjaVgYVEdejaVd
O movimento pendular na RMC, tendo o plo como destino, um dos mais
expressivos entre as regies metropolitanas da Regio Sul, polarizadas pelas capitais, e a
de So Paulo, segundo dados do Censo Demogrfico de 2000 (IPARDES, 2005a).
Na RMC, em 2000, 196.730 pessoas com idade de 15 anos e mais trabalhavam
ou estudavam fora do municpio de residncia, correspondendo a um movimento
pendular de 14,6% da populao dessa faixa etria residente na Regio que trabalhava
ou estudava (Tabela 3.24). Desses, desconsiderando as 27.171 que partem de Curitiba
rumo aos outros municpios, dos demais 85,1% realizam o deslocamento em direo ao
municpio plo.
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
107
107
I67:A6(#')EdejaVdGZh^YZciZ&*6cdhZBV^hYZ>YVYZfjZIgVWVa]Vdj:hijYVZ
EZhhdVhfjZGZVaôVgVbBdk^bZcidEZcYjaVg!HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8'%%%
CkZaYZ
>ciZ\gVd
CbZgdYZEZhhdVhYZ&*6cdhZBV^hYZ>YVYZfjZIgVWVa]VbZ$dj:hijYVb
IdiVa7
[dgVYdbjc^Xe^dYZ
gZh^YcX^V8
Y^g^\^cYd"hZVdead
bZigdedaîVcd9
8$7
9$8
Ead8jgî^WV
-''#',%
',#&,&
(!(%
%!%%
BjîdVaid
'-.#)'-
&&*#),(
&%)#(')
(.!.%
.%!(*
6aid
,'#**%
'*#&%(
&.#(,,
()!+%
,,!&.
BY^d
-,#.%%
''#')*
&,#((&
'*!(&
,,!.&
7V^md
&+#')&
'#.'+
&#++*
&-!%&
*+!.'
BjîdWV^md
*,#**(
(#-&(
&#+'-
+!+'
)'!,%
&#()*#.)'
&.+#,(%
&))#('+
&)!+'
,(!(+
IDI6A
CdiV/&Dbdk^bZcidYZeZhhdVhfjZZhijYVbdjigVWVa]Vb[dgVYZhZjbjc^Xe^dYZgZh^YcX^VYZcdb^cVYdYZeZcYjaVg#
'DX{aXjadYdeZgXZcijVaYZeZhhdVhfjZhZY^g^\ZbVdead!gZaVi^kdVdidiVagZ\^dbZigdedaîVcV!
ZmXaj^dhYVYdhYdbjc^Xe^dead#
Os municpios com nvel muito alto de integrao so os que mais contribuem
nesse movimento, com 115.473 deslocamentos, correspondendo a 39,9% da populao na
idade e condio analisada, trabalhando e/ou estudando fora do municpio de residncia,

dos quais 90,3% dirigem-se a Curitiba. Os conjuntos que agregam municpios com
nveis alto e mdio de integrao tambm so expressivos, conjugando fluxos de 47.348

deslocamentos, com 77,5% dirigidos ao plo. O movimento desenvolvido pelos municpios
com nveis de integrao baixo e muito baixo bem menor, na ordem de 6.738 pessoas,
com convergncia para Curitiba de 48,9%, sinalizando que a distncia estimula em menor
grau a pendularidade.
A anlise dessa dinmica contribui diretamente na definio das polticas pblicas de
mobilidade e acessibilidade da populao. Os maiores volumes de deslocamentos, revelando
trajetos que demandam a oferta de um sistema de transporte e circulao condizente, tm

origem nos municpios de Colombo (37.935 pessoas, 90,2% em direo ao plo), So
Jos dos Pinhais (22.861 pessoas, 89,8% para Curitiba), Almirante Tamandar e Pinhais
(respectivamente 20.934 e 21.536 pessoas, 92,9% e 88,8% para o plo) Mapa 3.20.
Alm desses, Piraquara e Fazenda Rio Grande realizam entre 12 e 15 mil deslocamentos
para estudo e trabalho, Araucria e Campo Largo, entre 8 e 9,3 mil, Campina Grande
do Sul e Campo Magro, pouco mais de 3 mil, e Itaperuu, Rio Branco do Sul e Quatro
108
108
Barras, entre 1 e 3 mil deslocamentos. Exceto Campina Grande do Sul e Quatro Barras
(respectivamente, 64,9% e 54,5%), todos possuem mais de 77% de seus habitantes, que
estudam ou trabalham fora, dirigindo-se ao plo para o exerccio dessas atividades.
Os municpios com maiores propores de pessoas realizando movimento pendular
so Almirante Tamandar (55,2% do total de sua populao se desloca para estudo ou
trabalho), Piraquara (51,4%), Fazenda Rio Grande (47%), Colombo (46,6%), Pinhais
(44,4%), alm de Itaperuu, Campo Magro, Campina Grande do Sul, Quatro Barras e
Balsa Nova, com mais de 25% da populao se deslocando (Mapa 3.21). Os primeiros,
com as maiores propores, so tipicamente municpios-dormitrios. Correspondem
rea pioneira do extravasamento da ocupao do plo, como confirma a leitura das AEDs,
apontando que so essas as que mais contribuem nesses fluxos, quase sempre localizadas
nos limites administrativos com Curitiba. Os ltimos, com proporo entre 25% e 40%,
situados mais afastados do plo, passaram mais recentemente a compor a mancha de
ocupao contnua da rea metropolitana, podendo ser considerados como as novas

fronteiras da periferizao da metrpole.
So Jos dos Pinhais, Araucria e Campo Largo (com respectivamente 23,9%, 22,3%
e 19,6%), embora apresentem propores tambm elevadas do movimento pendular, j
sinalizam para maiores condies de reteno de sua populao trabalhadora e estudante
no prprio municpio. Porm, percebe-se na leitura intramunicipal, que as reas limtrofes

a Curitiba, nesses municpios, so exatamente aquelas nas quais se situam os maiores fluxos
internos de pessoas que se deslocam, podendo ainda estar sendo reservada a funo de
dormitrio para essas pores especficas.
O peso do movimento pendular para Curitiba salienta a condio concentradora
do plo, como abordado no item 2 deste trabalho. Em 2000, Curitiba foi responsvel por
19,9% do VAF e por 34,4% do total de empregos formais gerados no Paran. Nesse ano,
localizavam-se em Curitiba 23,2% do total de empresas do Paran, que possua 49 das 62
empresas de maior porte da Regio, ou seja, com mais de 1.000 empregados. Apenas mais
recentemente, a atividade industrial e os servios espraiaram-se entre alguns municpios
da RMC, principalmente entre os com nveis de integrao alto e muito alto. Ressalta-se,
no entanto, que j se verificam algumas trocas entre os demais municpios da Regio,
particularmente aqueles com nvel mdio de integrao.
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
109
109
(#*#'#IgVchedgiZ8daZi^kd>cigVbZigdedaîVcd
A garantia da mobilidade intrametropolitana advm de um sistema de circulao
de massa que, a despeito de ainda em construo no que concerne aos municpios da
RMC, em Curitiba j se encontra consolidada, por meio de investimentos em traados

exclusivos, linhas bsicas e complementares, assim como modais, tendo se tornado modelo
e objeto de estudo na rea.
Esse sistema comeou a ser efetivado concomitantemente implementao do
Plano Diretor, assumindo a condio de elemento estruturador da ocupao da cidade, e
principal alternativa ocupao das reas perifricas, em municpios vizinhos (IPPUC,

2005; IPPUC, 2004c). Tal papel se evidencia no desenho de ocupao criado no entorno
da metrpole: reas densas coladas s fronteiras do municpio plo, com extensos vazios
entre essas e as sedes dos municpios. A explicao desse desenho est na presena de
terminais de passageiros do sistema principal de transporte de massa de Curitiba, nas
proximidades das fronteiras municipais, permitindo a massiva ocupao da populao
de menor rendimento nos parcelamentos oferecidos nessas reas fronteirias. Assim, a
eficincia do sistema possibilitou a intensificao da pendularidade entre os municpios

da RMC e Curitiba.
O atual sistema de transporte coletivo de Curitiba comeou a ser implantado em
1974, integrado ao sistema virio e ao uso do solo, como uma das bases do planejamento
proposto pelo Plano Diretor (IPPUC, 2004d). Como a maioria das cidades brasileiras,
Curitiba tinha seu transporte coletivo composto de linhas diametrais ou de ligao dos
bairros com o centro. O sistema implementado criou eixos de ligao dos bairros (eixos
Norte e Sul, posteriormente, eixos Leste e Oeste), passando pela rea central da cidade.
Inicialmente, colocou em circulao as linhas expressas com canaletas exclusivas
para circulao , e os alimentadores conectando os terminais ao interior dos bairros,

posteriormente, a linha interbairros (em 1979), percorrendo circuitos em anis concntricos
e, mais recentemente, a linha direta ou ligeirinho , que circula desde 1991.
Esse sistema constituiu, em 1980, uma Rede Integrada de Transportes (RIT).
O sistema, desde a origem, distingue-se pela comunicao visual especial e cores diferenciadas
para cada linha. A RIT foi consolidada pela adoo da tarifa nica, com os percursos mais
curtos subsidiando os mais longos, possibilitando aos usurios efetuarem diversos trajetos
110
110
com o pagamento de uma nica tarifa, atravs da utilizao dos terminais de integrao
ou, mais tarde, das estaes tubo estaes em forma de tubo, em vidro, concebidas na
implantao da linha direta.
complementado por outros tipos de servios, como as linhas convencionais, que
ligam os bairros e municpios vizinhos ao centro; o circular centro, linha operada por micro
nibus, circundando o centro tradicional; alm das linhas de ensino especial, destinada
ao atendimento de escolares, portadores de necessidades especiais, a interhospitais e a
linha turismo.
Em 1996, por delegao do Governo do Estado, a Companhia de Urbanizao de
Curitiba (URBS) passa a exercer o controle do transporte de toda a Regio Metropolitana,
permitindo que a Rede de Transportes de Curitiba seja integrada em mbito metropolitano.

O sistema compe-se de 28 empresas sob o controle da URBS.
Essa integrao teve incio com os municpios de Almirante Tamandar, Pinhais,
Araucria e So Jos dos Pinhais, sendo implantados terminais em bairros fronteirios,

como o Cachoeira (em Almirante Tamandar), Autdromo (em Pinhais), Anglica
(em Araucria), alm da Linha Direta Aeroporto (em So Jos dos Pinhais). Atinge,
atualmente, 59 linhas, que circulam em 12 municpios: Almirante Tamandar, Araucria,
Campo Magro, Colombo, Contenda (via Campo Largo), Fazenda Rio Grande, Itaperuu
(via Almirante Tamandar), Pinhais, Piraquara, (via Pinhais), Rio Branco do Sul (via
Almirante Tamandar) e So Jos dos Pinhais (IPPUC, 2005). O volume de passageiros
transportados por dia til na RMC, excluindo o municpio de Curitiba, no ano de 2000,
era de 480.465 usurios, sendo mais da metade transportados pela RIT.
Os municpios mais distantes do plo ainda no se encontram integrados ao
sistema, e mesmo os que esto, beneficiam-se com eficcia nas ligaes com o centro de
Curitiba, mas padecem a carncia de linhas complementares em seus prprios interiores.

Depoimentos de moradores do entorno metropolitano apontam tais lacunas, indicando
que a facilidade da conexo com o plo resulta em prejuzo s municipalidades, que
se privam da otimizao do comrcio e dos servios locais, pela evaso das demandas
(OBSERVATRIO PARAN, 2005). Tais depoimentos apontam ainda a necessidade

de implementao de linhas no interior do municpio, praticando tarifas mais baratas, o
que induziria os deslocamentos intramunicipais.
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
111
111
Segundo informaes do Sindicato dos Transportes (SETRANSP, 2005), circulam
na RMC 2.100 nibus, transportando 2,2 milhes de passageiros/dia. Esse contingente
vem diminuindo nos ltimos anos, acompanhando tendncia constatada em outras

metrpoles brasileiras. Por um lado, o avano da motorizao, com a taxa mdia em
torno de 10% ao ano (IPPUC, 2005) e a precarizao do servio que se confirma
mesmo num sistema modelar , retiram de circulao segmentos de melhor rendimento

(o ndice habitantes/veculos em 2000 era de 3,12, segundo o IPPUC (2004c). Por outro
lado, constata-se um incremento no nmero de pessoas que se deslocam a p. No caso da

RMC, enquanto a extenso de quilmetros rodados aumenta de 8,4 mil para 12,2 mil entre
1994 e 2004, o nmero de passageiros decresce de 27,2 milhes para 24,7 milhes/ano
no mesmo perodo um declnio de 8% (SETRANSP, 2005).
Embora o aglomerado metropolitano seja relativamente bem servido pelo sistema
de transporte coletivo, os municpios mais distantes, particularmente os da poro norte
da RMC, padecem com a precariedade das condies de circulao (IPARDES, 2004a).
Apenas recentemente as principais rodovias que do acesso s sedes municipais de Cerro
Azul, Doutor Ulysses e Adrianpolis receberam pavimentao. ntida, portanto, a carncia
de infra-estrutura viria nessa poro que abrange os municpios que fazem parte do
chamado Vale do Ribeira. Esta situao se reflete em problemas tanto de abastecimento
quanto de escoamento da produo, agudizados em pocas de chuva, dado que, permanecem

no pavimentados os trechos que atingem as inmeras sedes de distritos e povoados neles
instalados, o que demonstra que, de modo geral, a Regio no possui uma malha rodoviria
condizente com suas necessidades e dimenso territorial.
(#+# >cX^YcX^VYZ=db^XY^dh
As metrpoles brasileiras hoje, alm de assumirem importncia institucional,
demogrfica e econmica, esto concentrando tambm a problemtica social, cujo vis
mais evidente e dramtico a exacerbao da violncia. O aumento da violncia nesses
espaos guarda fortes relaes com os processos de segmentao scio-territorial em

curso, que separam as classes e grupos sociais em espaos de abundncia, sob integrao
virtuosa, e em espaos de precariedade e privao, com a populao vivendo simultneos
processos de excluso social (OBSERVATRIO, 2005d). Nesse sentido, as polticas
pblicas voltadas ao combate da violncia nos grandes espaos urbanos brasileiros devero
ter como premissa o entendimento dos processos mencionados.
112
112
Dados produzidos pelo Ministrio da Sade (Datasus), especificamente as estatsticas
sobre bitos por homicdios ocorridos nas Regies Metropolitanas brasileiras,18 considerando
um perodo de 5 anos, de 1998 a 2002, mostra que esse fenmeno se manifesta com
intensidade diferenciada nas vrias regies.
A taxa mdia de vtimas de homicdios por 100 mil habitantes nessas regies foi
de 46,7, enquanto a mdia nacional, para o mesmo perodo, foi de 28,6 vtimas, ou seja, a
incidncia de homicdios nas regies metropolitanas duas vezes maior que a incidncia
nacional. Observa-se, tambm, um crescimento considervel dos homicdios nas regies
metropolitanas. Em 1980, a taxa de homicdios por 100 mil habitantes era, em mdia, de
19,0, passando, em 2002, para 46,0 (MINISTRIO DA JUSTIA, 2005).
As de So Paulo e Rio de Janeiro concentraram, no perodo, 57,4% de todas
as ocorrncias de homicdios, ou seja, dos 152.624 registros entre as RMs, 87.537
ocorreram nessas duas regies. Na RMC foram registradas 3.703 mortes por homicdio,
correspondendo a 2,4% do total de ocorrncias nas RMs (Tabela 3.25). Nota-se ainda
uma variao significativa no comportamento da criminalidade entre o universo das
regies analisadas, com maior expressividade em unidades com pequeno nmero de
ocorrncias, como Florianpolis, Foz do Itaja, Vale do Ao, Londrina e Macei todas
com crescimento superando 100%.
I67:A6(#'*IVmVZCbZgdYZ=db^XY^dh!ZKVg^Vd&..-"'%%'
GZ\^ZhBZigdedaîVcVh&Yd7gVhâ
GZ\^d
BZigdedaîVcV
IVmVYZ=db^XY^dh'edg&%%bâ]VW#
CbZgd9Z=db^XY^dh
&..-
&...
'%%%
'%%&
'%%'
&..-V'%%'
YdidiVa
YVhGBh
KVg^Vd
&..-"'%%'
7V^mVYVHVci^hiV
*+!(%
+*!'%
+%!,%
*'!,%
*,!'%
)#'&(
'!-%
&*!*,
7Zab
'*!'%
&,!.%
&-!(%
'%!'%
'(!+%
&#-+*
&!'%
*!.-
7Zad=dgôdciZ
'(!*%
''!&%
'.!)%
(&!*%
(,!.%
+#'+'
)!&%
-%!**
8Vbe^cVh
)%!%%
)+!+%
))!,%
)(!%%
)%!*%
)#.-)
(!(%
&'!'.
8VgWdc[ZgV
+!+%
*!)%
*!*%
*!)%
-!)%
.%
%!&%
(-!-.
8jgî^WV
'(!(%
'+!%%
'-!)%
'-!(%
'.!*%
(#,%(
'!)%
)%!)(
18
Foram consideradas as Regies Metropolitanas divulgadas pelo Censo 2000 do IBGE e Regio
Integrada de Desenvolvimento do Entorno do Distrito Federal.
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
113
113
I67:A6(#'*IVmVZCbZgdYZ=db^XY^dh!ZKVg^Vd&..-"'%%'
GZ\^ZhBZigdedaîVcVh&Yd7gVhâXdci^cjVd
GZ\^d
BZigdedaîVcV
IVmVYZ=db^XY^dh'edg&%%bâ]VW#
&..-
&...
'%%%
'%%&
CbZgd9Z=db^XY^dh
'%%'
&..-V'%%'
YdidiVa
YVhGBh
KVg^Vd
&..-"'%%'
;adg^Vceda^h
-!-%
,!'%
.!.%
&'!.%
&-!'%
(.,
%!(%
&*+!+%
;dgiVaZoV
&,!,%
'&!+%
&*!&%
''!%%
&,!-%
(#(.*
'!'%
+'!'-
;doYd>iV_V
.!.%
&%!,%
&%!(%
&*!&%
'%!(%
'&(
%!&%
&(,!.(
<d^}c^V
'(!*%
'*!+%
')!*%
'*!)%
('!-%
'#&+'
&!)%
*+!(*
AdcYg^cV
&*!)%
&)!*%
&,!(%
')!.%
(&!&%
+,'
%!)%
&&+!+,
BVXZ^
'+!(%
')!.%
(*!%%
)*!'%
*%!&%
&#-&&
&!'%
&%,!+(
BVg^c\{
&'!)%
-!+%
,!+%
-!,%
&%!(%
''*
%!&%
"-!.(
CViVa
&-!(%
'&!(%
'%!-%
'&!&%
'%!-%
&#%)'
%!,%
'-!)&
CdgiZ$CdgY#8ViVg^c#
.!+%
-!&%
.!*%
.!&%
.!(%
'%,
%!&%
)!,+
Edgid6aZ\gZ
'(!)%
'(!,%
',!*%
'+!-%
'.!%%
)#-&.
(!'%
((!.)
GZX^[Z
-%!.%
,)!'%
,'!%%
-&!(%
+.!)%
&'#)+.
-!'%
",!'+
G>9:9^higîd;ZYZgVa
()!-%
(*!%%
(*!,%
()!(%
((!(%
*#%-(
(!(%
.!'(
G^dYZ?VcZ^gd
+)!,%
+)!&%
**!.%
*(!(%
+%!'%
(&#-+-
'%!.%
"&!,%
HVakVYdg
()!.%
&.!*%
'-!%%
(&!&%
(-!)%
)#*)&
(!%%
''!.-
HdAj^h
'%!+%
&+!%%
&*!&%
''!%%
&,!-%
.,%
%!+%
"&!.+
HdEVjad
+&!.%
+-!-%
+)!&%
+%!-%
*-!&%
**#++.
(+!*%
&!%'
IjWVgd
)!)%
'!+%
(!)%
)!'%
*!%%
'(
%!%%
'%!%%
KVaZYd6d
+!-%
+!,%
&%!-%
&&!-%
&)!(%
'%'
%!&%
&'+!.'
KVaZYd>iV_V
*!&%
(!'%
'!*%
+!)%
)!(%
-*
%!&%
"*!'+
Kîg^V
.'!*%
-*!&%
,&!'%
,%!,%
-%!)%
*#+*)
(!,%
"&!+(
IDI6AGBh
)+!%%
)+!.%
)*!&%
))!+%
)+!%%
&*'#+')
&%%!%%
.!(,
;dciZ/B^c^hig^dYVHVYZ$;jcYVdCVX^dcVaYZHVYZ;JC6H6
Dg\VcôVdYdhYVYdh/B^c^hig^dYV?jhi^V"B?$HZXgZiVg^VCVX^dcVaYZHZ\jgVcVEWa^XVH:C6HE$9ZeVgiVbZcidYZ
EZhfj^hV!6c{a^hZYV>c[dgbVdZ9ZhZckdak^bZcidYZEZhhdVaZbHZ\jgVcVEWa^XV"8ddgYZcVd<ZgVaYZEZhfj^hVZ
8ddgYZcVd<ZgVaYZ6c{a^hZYV>c[dgbVd#
CDI6/CbZgdYZki^bVhXdb^YVYZ^\cdgVYV/)&%
CbZgdYZki^bVhXdbhZmd^\cdgVYd/'
&;dgVbXdch^YZgVYVhVhGZ\^ZhBZigdedaîVcVhY^kja\VYVheZad8Zchd'%%%Yd>7<:ZGZ\^d>ciZ\gVYVYZ9ZhZckdak^bZcidYd
:cidgcdYd9^higîd;ZYZgVa
'KVadgZhVWhdajidhdWi^YdhVeVgi^gYdWVcXdYZYVYdhYdhH^hiZbVhYZ>c[dgbVdHdWgZBdgiVa^YVYZH>B"&..+V'%%&
Em termos de taxa de homicdio por 100 mil habitantes que introduz um padro
comum entre regies com contingentes populacionais to diferenciados , verifica-se, no
ano de 2002, que a RM de Vitria possua a maior taxa, 80,4, seguida das RMs de Recife
114
114
(69,4), Rio de Janeiro (60,2), So Paulo (58,1), Baixada Santista (57,2) e Macei (50,1),
todas acima da mdia das regies metropolitanas brasileiras. No outro extremo, quatro
das seis RMs de Santa Catarina registraram taxa abaixo de 10, sendo a menor verificada
na do Vale do Itaja (4,3). Entre as RMs cujo plo so capitais de estado, somente as de
So Luiz e de Florianpolis esta, a despeito do ritmo crescente apresentaram taxas

inferiores a 20 homicdios por 100 mil habitantes, 17,8 e 18,2 respectivamente. Nas
RMs paranaenses, verifica-se a menor taxa para a de Maring (10,3), muito abaixo da de
Curitiba (29,5) e de Londrina (31,1) - ver Tabela 3.25.
Desagregando os homicdios por sexo e faixa etria, tem-se, no conjunto das
RMs, uma maior incidncia entre os jovens de 15 a 24 anos do sexo masculino (43%),
representando uma taxa de 183,9 homicdios para cada 100 mil desses jovens, taxa essa
superior a 18 vezes quela verificada entre as mulheres nessa faixa etria (Tabela 3.26).
Tambm nas idades entre 25 e 34 anos a ocorrncia de morte violenta entre os homens
importante representando 30,5% do total, cuja taxa de 152,4 mortes por 100 mil, contra
uma taxa de 8,9 entre as mulheres nas mesmas idades.
I67:A6(#'+IdiVaYZKi^bVhYZ=db^XY^dh!edgHZmdHZ\jcYd<gjedh:i{g^dh
GZ\^ZhBZigdedaîVcVh&9d7gVhâ'%%'
CbZgdYZKi^bVh'
;V^mV:i{g^V
IVmVYZ=db^XY^dh
edg&%%bâ]VW#
EdejaVd
BVhXja^cd

;Zb^c^cd

BVhXja^cd
;Zb^c^cd
BVhXja^cd
;Zb^c^cd
BZcdgYZ&)Vcdh
)%)
&!)%
&-)
-!&.
.#-%&#&*)
.#*),#%'.
)!&
&!.
:cigZ&*Z')Vcdh
&'#-,%
)(!-%
,(%
('!).
+#..-#(..
,#'*-#.'(
&-(!.
&%!&
:cigZ'*Z()Vcdh
-#.)-
(%!*%
**.
')!--
*#-,'#.'&
+#'-*#-%+
&*'!)
-!.
6X^bVYZ(*Vcdh
,#&(.
')!(%
,,)
()!)*
&&#,'*#.-%
&(#-**#+'%
+%!.
*!+
IDI6A
'.#(+&
&%%!%%
'#'),
&%%!%%
()#(.-#)*)
(+#.),#(,-
-*!)
+!&
;dciZ/B^c^hig^dYVHVYZ$;jcYVdCVX^dcVaYZHVYZ;JC6H6
Dg\VcôVdYdhYVYdh/B^c^hig^dYV?jhi^V"B?$HZXgZiVg^VCVX^dcVaYZHZ\jgVcVEWa^XVH:C6HE$9ZeVgiVbZcidYZ
EZhfj^hV!6c{a^hZYV>c[dgbVdZ9ZhZckdak^bZcidYZEZhhdVaZbHZ\jgVcVEWa^XV"8ddgYZcVd<ZgVaYZEZhfj^hVZ
8ddgYZcVd<ZgVaYZ6c{a^hZYV>c[dgbVd#
CDI6H/CbZgdYZki^bVhXdb^YVYZ^\cdgVYV/)&%CbZgdYZki^bVhXdbhZmd^\cdgVYd/'
&;dgVbXdch^YZgVYVhVhGZ\^ZhBZigdedaîVcVhY^kja\VYVheZad8Zchd'%%%Yd>7<:Z
GZ\^d>ciZ\gVYVYZ9ZhZckdak^bZcidYd:cidgcdYd9^higîd;ZYZgVa
'KVadgZhVWhdajidhdWi^YdhVeVgi^gYdWVcXdYZYVYdhYdhH^hiZbVhYZ>c[dgbVdHdWgZBdgiVa^YVYZH>B"&..+V'%%&
Analisando as ocorrncias de homicdios na RMC, no perodo 1998 a 2002,
segundo nvel de integrao dos municpios, observa-se que Curitiba apresentou um
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
115
115
aumento de 41,9% nas ocorrncias. Somente o conjunto dos municpios com nvel mdio
de integrao manteve o total anual na ordem de 50 ocorrncias, exceto em 2001, quando

alcanou 62 (Grfico 3.2).
<G;>8D(#'CbZgdYZKi^bVhedg=db^XY^dh!
HZ\jcYdCkZ^hYZ>ciZ\gVdGB8&..-"'%%'
;dciZh/BH";JC6H6$B?"H:C6HE
Nove municpios da RMC apresentaram taxa de homicdios, em 2002, acima da

mdia brasileira (30,6), sendo que em cinco deles essa taxa supera a mdia das RMs do
Brasil (46,0): Itaperuu (66,19), Piraquara (62,48), Almirante Tamandar (51,62), Rio
Branco do Sul (47,11) e Fazenda Rio Grande (46,58).
Constata-se em todos os municpios um aumento nas ocorrncias ao longo desse
perodo, sendo que entre eles se destacam Almirante Tamandar e Itaperuu, com
variao que ultrapassa 80%, e Rio Branco do Sul que, contrariamente, apresenta baixo
crescimento das ocorrncias. As menores taxas so observadas em municpios com baixa
populao e mais distantes do plo: Contenda (7,32) e Balsa Nova (9,34), ambos com
reduo significativa das ocorrncias ao longo do perodo.
116
116
)
4
Captulo
XVeijad
*$ 9edZ_[i?dij_jkY_edW_iZ[9eef[hWe
;djh[eiCkd_Yf_eiC[jhefeb_jWdei
)#&# FjVYgd>chiîjX^dcVaYV<Zhid
A Regio Metropolitana de Curitiba possui como rgo de suporte, a Coordenao

da Regio Metropolitana de Curitiba, que opera como secretaria administrativa responsvel
pelos aspectos tcnicos e operacionais do processo de gesto metropolitana. Criada,
pela Lei Estadual n. 6.517/74, como rgo de regime especial dentro da Secretaria de
Estado do Planejamento, atualmente est vinculada Secretaria Especial para Assuntos
da RMC, por meio do Decreto Estadual n. 22/2004 (COMEC,1999; COMEC, 2001,
COMEC, 2002).
A atuao da COMEC, no que se refere gesto metropolitana, passou por quatro
fases distintas: a primeira, no incio dos anos 1970, vinculou-se basicamente s orientaes do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Urbano (CNDU) de onde partiam as diretrizes
gerais para a formulao das polticas de desenvolvimento metropolitano e ao Fundo
Nacional de Desenvolvimento Urbano (FNDU), que repassava os recursos financeiros
para investimentos nas cidades metropolitanas. Nessa sua fase inicial, destacaram-se
a criao de infra-estruturas urbanas e metropolitanas ligadas ao saneamento bsico,
sistemas de transporte pblico, equipamentos urbanos e sistema virio metropolitano
(FANINI, 2001).
A segunda fase, no final de 1980 e incio de 1990, caracterizou-se por um enfraquecimento institucional. A COMEC, como a maioria dos rgos metropolitanos,
teve suas atividades estagnadas diante da ausncia de diretrizes de ao e de objetivos
Como Anda Curitiba8dbd6cYV8jgî^WV
117
117
a serem alcanados. Mesmo assim, durante a dcada de 1990, a COMEC passou a ser
reconhecida como um rgo de apoio ao executivo estadual para a resoluo de problemas
metropolitanos. Sob esta tica, cumpriu um importante papel na montagem do processo
de gesto do transporte pblico de passageiros na RMC; na implantao do Programa de
Saneamento Ambiental (PROSAM) e, mais recentemente, no processo de industrializao
da Regio Metropolitana de Curitiba (FANINI, 2001).
Uma quarta fase de atuao da COMEC, iniciada no ano de 1998, caracteriza-se
por atividades ligadas ao planejamento metropolitano, priorizando as aes com vistas
questo ambiental, principalmente no que concerne aos recursos hdricos. Foram
configuradas novas leis de zoneamento, aplicadas em reas com presso por ocupao
urbana em territrios de proteo dos mananciais. Os zoneamentos Unidades Territoriais
de Planejamento do Itaqui, Guarituba, Quatro Barras, Pinhais e Campo Magro e o
Zoneamento Ecolgico-Econmico da APA do Ira, Piraquara e a reviso do zoneamento
da APA do Passana foram elaborados de forma a permitir maior flexibilizao de uso
e ocupao do solo, sem, no entanto, extrapolar a capacidade de suporte do territrio, com
vistas sustentabilidade ambiental.
Nessa fase, a COMEC, exercendo a presidncia e a secretaria executiva, desempenha
um importante papel na operacionalizao do funcionamento do Conselho Gestor dos
Mananciais, criado por uma demanda da Lei Estadual 12.248/98 como um novo modelo de
tomada de decises para a gesto dos mananciais hdricos da Regio Metropolitana.1
A composio do Conselho Gestor dos Mananciais, com membros do Estado,
municpios e sociedade civil organizada, possuindo poderes consultivo, deliberativo e
normativos, constitui um claro indicativo das mudanas estruturais de modernizao
do aparato institucional ocorridas como conseqncia do amadurecimento do processo
de planejamento das instituies, aps a Constituio de 1988. (IPARDES, 2004a)
Atualmente, a COMEC trabalha na reformulao de seu Plano de Desenvolvimento

Integrado (PDI/RMC)2, ciente de que as estratgias de gesto e proteo dos mananciais
118
O Sistema de Gesto e Proteo dos Mananciais (SIGPROM) possui como principais instrumentos:
o Conselho Gestor dos Mananciais, o Plano de Proteo Ambiental e Reordenamento Territorial em
reas de Mananciais da RMC, as Unidades Territoriais de Planejamento, o Fundo de Preservao
Ambiental, o Plano de Monitoramento e a fiscalizao das reas de proteo de mananciais da RMC
e o sistema de informaes da Comec.
No campo da formulao das polticas metropolitanas, foram aprovados pelo Conselho Deliberativo
o Plano de Desenvolvimento Integrado da Regio Metropolitana de Curitiba, em 09 de janeiro de
1978; o Plano Diretor de Manejo Florestal, em 10 de outubro de 1989; e as Diretrizes para Gesto do
Sistema Virio Metropolitano, em 29 de novembro de 2000 (FANINI, 2001).
118
no espao metropolitano no podem ser tratadas exclusivamente do ponto de vista dos
recursos hdricos; pelo contrrio, devem vincular-se s diretrizes gerais de desenvolvimento

metropolitano, avanando na construo dos marcos estratgicos que serviro de referncia
para o desenvolvimento das demais polticas setoriais que individualmente respondem

pelo desenvolvimento metropolitano.
Alm do PDI/RMC, outras duas linhas estratgicas de atuao da poltica metropo-
litana so alvos das atuais atividades de planejamento do rgo: uma com nfase em obras
virias e infra-estruturas de transporte metropolitano, partes integrantes do Programa de
Integrao do Transporte (PIT/RMC); e a outra relacionada ao acompanhamento dos
Planos Diretores Municipais, demandados para todos os municpios da RMC pela Lei
Federal n. 10.257/2001 Estatuto da Cidade (COMEC, 2005).
Do ponto de vista do suporte atuao da COMEC, torna-se importante ressaltar
que, ao longo de sua existncia, um conjunto de leis e normas conferiu objetividade sua
ao no espao metropolitano (Quadro 4.1).
FJ69GD)#&AZ^hZCdgbVhfjZYZgVbHjedgiZ|6ijVdYV8DB:8
AZ^
AZ^;ZYZgVac+#,++$,.
9ZXgZid:hiVYjVac'#.+)$-%
9ZXgZid;ZYZgVac-*#.&+$-&
9ZXgZid:hiVYjVac&#++%$.'
AZ^:hiVYjVac&'#')-$.-
DW_Zid
6cd
IgViVYdeVgXZaVbZcidYdhdadjgWVcdZZhiVWZaZXZVdWg^\Vidg^ZYVYZYVVcjcX^V
Ydg\dbZigdedaîVcdeVgVVegdkVZh
&.,.
9Za^bîVVh{gZVhYZbVcVcX^V^hYZVWVhiZX^bZcid]Yg^XdYVGB8
&.-%
>chigj^jdhg\dhYVVYb^c^higVd[ZYZgVaVXdbeVi^WâôVgZbhjVhedai^XVhYZ
VdVdheaVcdhYZYZhZckdak^bZcid^ciZ\gVYdYVhgZ\^ZhbZigdedaîVcVh
IgVch[ZgZYVHZXgZiVg^VYdhIgVchedgiZheVgVV8dbZXVgZhedchVWâ^YVYZeZaV
\ZhidYdigVchedgiZXdaZi^kd^ciZgbjc^XêVaZcigZbjc^Xe^dhYVGB8
&.-&
&..'
>cigdYjodh^hiZbVYZ\ZhidZegdiZdYdhbVcVcX^V^hYVGB8
&..-
;dciZ/;6C>C>!'%%&
Na RMC, alm da COMEC, principal rgo de gesto metropolitana, atuam as reas
de planejamento de 26 prefeituras municipais. No mbito do municpio de Curitiba foi criada,

pelo Decreto Municipal n. 81/97, a Secretaria Municipal de Assuntos Metropolitanos
(SEAM), que constitui um rgo de natureza extraordinria, cuja finalidade bsica
coordenar as aes do municpio de Curitiba junto aos demais integrantes da Regio,

tendo por objetivo a implementao de convnios de cooperao tcnica para promover
a integrao da organizao do planejamento e das funes pblicas de interesse comum.

8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
119
119
Essa Secretaria atua com o suporte tcnico do IPPUC, e tem se voltado a articular aes
setoriais localizadas, estendendo, para a Regio, programas que se mostraram eficazes em
Curitiba (IPEA, 1999). No mbito estadual, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano,

por meio de seu Escritrio Regional da Regio Metropolitana de Curitiba e Litoral/
PARANACIDADE atua em conjunto com a COMEC, dando suporte aos municpios
da RMC na elaborao de seus planos diretores.3
Alm das instncias municipais, reveste-se, ainda, de importncia no processo de
gesto metropolitana a Associao dos Municpios da Regio Metropolitana de Curitiba

(ASSOMEC), uma instituio poltica atualmente presidida pelo prefeito do municpio
de Curitiba.
O quadro poltico sempre exerceu papel relevante no grau de relacionamento efetivado
entre as instituies responsveis pela gesto da RMC. Em determinados momentos,

por ocasio de divergncias poltico-partidrias, a atuao dos municpios que integram
a RMC se desarticulou e tornou-se concorrente, desvinculando o municpio-plo dos
demais municpios da Regio. Mais recentemente, as trocas interinstitucionais tm se
aprofundado, podendo-se constatar uma significativa positividade na filosofia de atuao

do IPPUC, que passa a enfatizar a inquestionvel relao do plo com os municpios
metropolitanos na prtica de seu planejamento e gesto (IPEA 1999). Apesar disso, a

pluralidade partidria que caracteriza esta regio contribui para que ainda perdure uma certa
descontinuidade na realizao de aes conjuntas. O resultado das eleies municipais de
2004 agrava esta situao, pois, dos 26 municpios que fazem parte da RMC, em apenas
oito as prefeituras ficaram sob o comando do mesmo partido poltico e somente em trs
destas os prefeitos foram reeleitos.
A diversidade que peculiariza a Regio e o mosaico de municpios autnomos que

compem seu espao de ocupao contnua, contrapondo interesses locais a interesses
regionais, so os principais desafios formulao de um processo articulado de gesto
que cumpra os objetivos e as finalidades expressas na institucionalizao da RMC.
(IPARDES, 2004a).
120
Conforme informaes da SEDU/PARANACIDADE, at setembro de 2005, 10 municpios da

RMC tinham seus planos diretores municipais concludos. Destes, oito municpios elaboraram seus
planos com recursos prprios e dois com recursos do Programa Paran Urbano II.
120
Diante da necessidade de atuao conjunta, algumas prticas para a gesto de funes
pblicas de interesse comum so desenvolvidas, destacando-se os Comits de Bacias.
Esses tm como principais atribuies: arbitrar, em primeira instncia administrativa,

conflitos relativos a recursos hdricos; aprovar o Plano de Bacia em sua rea de atuao;
propor critrios e normas gerais para outorga de direitos de uso dos recursos hdricos;
aprovar proposio de mecanismos de cobrana pelo direito de uso dos recursos hdricos
e dos valores a serem cobrados; estabelecer critrios e promover o rateio das obras de uso
mltiplo, de interesse comum ou coletivo (PARAN, 2002).
Na RMC, 19 municpios4 fazem parte das bacias do Alto Iguau e do Alto Ribeira,
que juntas totalizam 6.036 km. Esses municpios so integrantes do Comit das Bacias
do Alto Iguau e do Alto Ribeira, que tem em sua composio 40 membros, sendo 27,5%
representantes do poder pblico, 40% representantes dos usurios de recursos hdricos e
32,5% representantes da sociedade civil. Essa composio obedece legislao estadual
que regulamenta os comits de bacia hidrogrfica, nos quais esto estabelecidos os critrios
de participao dos representantes de cada segmento5 (PARAN, 2002).
Os Comits de Bacia so parte integrante do Sistema Estadual de Gerenciamento de

Recursos Hdricos (SEGRH/PR), composto pelo Conselho Estadual de Recursos Hdricos,
Comits de Bacia Hidrogrfica e Agncias de Bacias. No modelo de gesto inicialmente
concebido no Estado do Paran eram delegadas preferencialmente s Associaes de
Usurios de Recursos Hdricos as funes de Agncia de Bacia Hidrogrfica. Houve

uma nova orientao do Governo, no sentido do Estado assumir as funes inerentes
s Agncias de Bacia Hidrogrfica, entendendo que a gua, por ser um bem pblico,
um bem ambiental indelegvel. Entende ainda que o Estado no pode se omitir da
incumbncia de uma adequada gesto desses recursos, tendo, tambm, um maior controle
sobre a arrecadao e aplicao dos recursos financeiros, ao mesmo tempo em que se
submeter a um maior controle por parte dos rgos competentes e pela sociedade civil
(ROORDA, 2005).
So eles: Curitiba, Almirante Tamandar, Colombo, Fazenda Rio Grande, Pinhais, Piraquara, So
Jos dos Pinhais, Araucria, Campina Grande do Sul, Campo largo, Campo Magro, Itaperuu,
Mandirituba, Quatro Barras, Balsa Nova, Rio Branco do Sul, Bocaiva do Sul, Contenda e Lapa.
Essa legislao observa os seguintes limites: at 40% de representantes do poder pblico; at 40%
de representantes dos usurios de recursos hdricos; um mnimo de 20% de representantes da
sociedade civil.
Como Anda Curitiba
8dbd6cYV8jgî^WV
121
121
No caso da RMC, o contrato de gesto anteriormente firmado com a Associao
de Usurios das Bacias do Alto Iguau e Alto Ribeira foi anulado devido a ilegalidades
apontadas pela Procuradoria Geral do Estado com relao a: inexistncia de fundamento
legal que autorize a delegao de atribuies da ANA a uma associao de usurios
de recursos hdricos, ainda que intermediada pelo Estado do Paran; inexistncia

de processo licitatrio para a contratao de uma associao de usurios de recursos
hdricos com vistas ao exerccio de competncias inerentes s Agncias de gua; a
necessidade de prestao de contas e de um controle estatal eficiente a respeito da
destinao dos recursos pblicos alocados para a atividade em questo, nos termos da
Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar n.101/2000) (ROORDA, 2005).

Enquanto estas questes no forem resolvidas, fica prejudicada a atuao desse comit
na gesto dos recursos hdricos da RMC.
)#'# GZegZhZciVdZb8dchZa]dh
O modelo de gesto proposto para a RMC respeita as disposies do Estatuto da
Cidade, que lanou as bases fundamentais para a gesto das cidades, estabelecendo que
os organismos gestores das regies metropolitanas devero incluir a
obrigatria e significativa participao da populao e de associaes representativas

dos vrios segmentos da comunidade, de modo a garantir o controle direto de suas
atividades e o pleno exerccio da cidadania (art. 45).
O objetivo que se instale na RMC um processo de gesto estratgica, envolvendo
poder pblico e sociedade, que seja facilitador das transformaes que buscam a sua
sustentabilidade social e ambiental, a insero competitiva dentro dos contextos nacional
e internacional, e que promova de modo mais efetivo uma melhor distribuio das
riquezas aqui produzidas. (FANINI, 2001)
Nesse contexto, emerge de forma decisiva a necessidade de fortalecimento e
aperfeioamento dos conselhos gestores de polticas pblicas, canais promotores do

dilogo entre os diversos atores governamentais e no-governamentais, arenas nas quais
se praticam a partilha de poder e a co-gesto.
Esses conselhos so espaos fundamentais de participao cidad no tocante
elaborao e controle de polticas pblicas setoriais, ou ento na gesto de programas
governamentais focalizados, como, por exemplo, o Programa Nacional de Fortalecimento

da Agricultura Familiar (PRONAF) e o Fundo de Manuteno e Desenvolvimento do
122
122
Ensino Fundamental e de Valorizao do Magistrio (FUNDEF). Nos setores da Sade

e Assistncia Social, o Conselho representa um ator institucional de relevante importncia
e sua existncia um pr-requisito, definido por lei federal, para o aporte de recursos aos
governos locais.
O impacto dessa nova institucionalidade em termos territoriais e a qualidade de
atuao desses conselhos institudos nos municpios da RMC foram levantados em pesquisa
desenvolvida pela Universidade Federal do Paran (UFPR) sobre o funcionamento de

Conselhos Gestores na cidade de Curitiba6 e em pesquisa desenvolvida pelo IPARDES
(2004c), acerca do desempenho dos Conselhos Municipais da Regio Metropolitana
de Curitiba7.
O principal objetivo do estudo realizado pela UFPR,8 foi avaliar em que medida o
carter participativo dos Conselhos Gestores de Polticas Pblicas ou no efetivado, tal
como foi proposto na legislao que os criou. A anlise feita busca identificar os diferentes
recursos9 dos conselheiros que neles atuam e como esses recursos so utilizados no processo
decisrio que ocorre dentro desses Conselhos (FUKS et al., 2004).
Os resultados parciais da pesquisa sobre o Conselho Municipal de Sade de
Curitiba (CMSC), gesto 1999-2001, apontam para o perfil de elite dos membros
desse Conselho (apesar de as mdias de renda, escolaridade e recursos organizacionais
serem menores que as dos demais conselhos de Curitiba) e para um expressivo nmero
de conselheiros, funcionrios pblicos, que representam segmentos da sociedade civil.
O Conselho Municipal de Sade de Curitiba o que conta com o maior nmero e
6
Pesquisa desenvolvida pelo Ncleo de Pesquisa Democracia e Instituies Polticas Paranaenses,

ligado ao Departamento de Cincias da UFPR; financiada pelo CNPq, sob coordenao do professor
Mario Fuks. Os trs conselhos estudados na cidade de Curitiba foram: o Conselho Municipal de Sade,
o Conselho Municipal de Assistncia Social e o Conselho Municipal da Criana e do Adolescente.
Esta pesquisa realizou-se no mbito do Projeto Governana Urbana Estudo sobre Conselhos
Municipais da Regio Metropolitana de Curitiba, que compe o Projeto Metrpole, Desigualdades
Socioespaciais e Governana Urbana, desenvolvido em rede nacional sob a coordenao do ento
Observatrio de Polticas Urbanas e Gesto Municipal, atual Observatrio das Metrpoles.
Os resultados da pesquisa e sua anlise encontram-se nos textos contidos no livro Democracia e
Participao: os Conselhos Gestores do Paran, organizado pelos professores Mario Fuks, Renato M.
Perissinotto e Nelson Rosrio de Souza (FUKS et al. 2004).
Segundo os autores, os conselheiros so portadores de trs tipos de recursos: recursos de natureza

individual (renda e escolaridade), recursos subjetivos (de engajamento poltico e cultura poltica) e
recursos organizacionais (possudos pelas entidades dos conselheiros).
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
123
123
proporo de usurios em relao aos demais segmentos e o conselho com maior taxa
de filiao partidria e de ativismo cvico. As deliberaes, dentro do Conselho, tm a
participao ativa dos representantes do poder pblico e dos usurios, havendo tambm
espao, na tomada de decises, para a participao de visitantes e de setores do corpo
tcnico estatal. No Conselho Municipal de Sade de Curitiba os debates e deliberaes
so freqentes, mas possuem um carter moderado, no apresentando um constante

confronto de posies polticas (FUKS, 2004).
Em relao ao Conselho Municipal de Assistncia Social de Curitiba (CMASC), a
anlise dos recursos individuais de seus conselheiros revelou que no segmento dos gestores
concentra-se o maior nvel de renda e escolaridade, bem acima da mdia brasileira, ficando
bem distante em relao aos prestadores de servio. Quanto aos recursos subjetivos,
pode-se afirmar que todos os segmentos (gestores, prestadores de servios e usurios)
tm vida associativa e que os prestadores de servios so os que mais se destacam no
interesse por poltica (avaliam que esse aumentou depois de participarem do CMAS),
tanto em relao poltica em geral, como nas decises dentro do conselho. Os recursos
organizacionais das entidades que compem o CMASC aparecem em maior quantidade
no setor governamental (gestores). No setor no-governamental, so as entidades dos
prestadores de servios que possuem mais funcionrios, dinheiro, tecnologia e apoio
tanto do legislativo, como de outras entidades. A pesquisa conclui que os segmentos dos
gestores e prestadores de servios so os que, no CMASC, controlam a maior quantidade
de recursos individuais, subjetivos e organizacionais (PERISSINOTTO, 2004). Segundo
o autor, essa desigualdade de recursos se reflete no processo decisrio dentro do Conselho,
pois as deliberaes, na grande maioria das vezes, so conduzidas pelos gestores, ficando
os prestadores com um papel secundrio nesse processo. As deliberaes, no CMASC,
acontecem sem debate ou contestao.
A anlise dos dados sobre os recursos individuais dos conselheiros10 do Conselho
Municipal dos Direitos da Criana e Adolescente de Curitiba (COMTIBA), em duas

gestes, 1997-2001, revela um perfil de elite dos conselheiros, com um nvel de escolaridade
e renda no s acima da mdia brasileira, mas tambm superior quela encontrada nos
outros conselhos, destacando-se o segmento dos gestores, principalmente no que se refere
10
124
Este Conselho caracteriza-se por ser composto por apenas dois segmentos: o governamental (gestor)
e o formado pelas entidades no-governamentais (prestadores de servios).
124
escolaridade. Quanto ao vnculo empregatcio, a grande maioria (inclusive uma parcela

dos prestadores de servios) declarou estar vinculada atividade pblica.
Em relao aos recursos subjetivos, o associativismo aparece com destaque, prin-
cipalmente no segmento governamental, vinculado com associaes ligadas luta por
direitos sociais e do trabalho, o que no ocorre com o associativismo a partidos, onde
a pesquisa mostra um baixo ndice de preferncia e filiao partidria, em ambos os

segmentos. Apesar dessa posio, os conselheiros do COMTIBA declararam ter interesse
por poltica, principalmente os do segmento dos prestadores de servio. A anlise dos dados
sobre os recursos materiais e tcnicos, demonstra um perfil elevado das entidades da ala
no-governamental, o que lhe d condies de enfrentar as instituies que representam

o poder pblico, bem estruturadas quanto aos recursos organizacionais, nas decises
do Conselho (SOUZA, 2004). Segundo o autor, a vantagem de recursos individuais e
subjetivos do segmento governamental, se traduz na superioridade destes em relao aos
prestadores de servio, na tomada de decises dentro do COMTIBA. A anlise dos dados,

tambm revela que o debate reduzido e os conflitos so quase inexistentes dentro do
Conselho. As deliberaes so sobre assuntos burocrticos, ficando num plano inferior o
debate sobre polticas pblicas e governamentais.
Os resultados da pesquisa realizada pela UFPR apontam algumas caractersticas
comuns aos conselhos gestores analisados no municpio de Curitiba: o perfil de elite dos
conselheiros, tanto em termos socioeconmicos como em termos de cultura poltica,

predominando o segmento dos gestores; o forte vnculo empregatcio, dos membros dos
Conselhos, com o setor pblico e a forte presena, nos conselhos, do setor tcnico do
Estado. Em relao ao processo decisrio, constatou-se uma hegemonia do segmento

governamental, alm de um ndice muito baixo de debates e de conflitos quase inexistentes
nas deliberaes, confirmando que a desigualdade de recursos dos conselheiros reflete no

processo decisrio dentro dos Conselhos.
Em relao ao estudo realizado pelo IPARDES (2004c) sobre os Conselhos
Municipais da Regio Metropolitana de Curitiba, o principal objetivo foi comparar o
perfil dos conselheiros municipais representantes do poder pblico e os conselheiros

representantes da sociedade civil. Partiu-se da necessidade de se avaliar as diferenas
sociais, polticas, culturais e informacionais presentes nesses dois segmentos que podem
pr em risco o princpio da incluso social, da paridade e da representatividade.
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
125
125
Ressalta-se que a discusso principal da atuao dos conselhos municipais da RMC
teve como pano de fundo a problemtica do processo de metropolizao de Curitiba, que

se caracterizou por um processo intenso de xodo rural e concentrao urbana ocorrido
num curto espao de tempo, desencadeando uma srie de problemas socioeconmicos.
Considerando esse espao metropolitano, heterogneo e desigual, a pesquisa foi
desenvolvida em 10 municpios da RMC, dentre os 26 que a compem, definidos em
funo do nvel de integrao na dinmica metropolitana. Entre os de nvel de integrao

muito alto, foram selecionados quatro municpios (Colombo, Fazenda Rio Grande,
Pinhais e So Jos dos Pinhais), nos nveis alto e mdio, um municpio em cada nvel
(Araucria e Quatro Barras, respectivamente) e nos nveis baixo e muito baixo, foram
selecionados dois municpios em cada nvel (Balsa Nova e Rio Branco do Sul; Cerro
Azul e Quitandinha, respectivamente).
A definio dos conselhos setoriais a serem estudados em cada municpio obedeceu

ao critrio de incidncia, ou seja, aqueles conselhos mais representados na Regio
Metropolitana, de acordo com dados do IBGE (2003). Assim, foram selecionados 41
conselhos nas reas da educao, sade, assistncia social, criana e emprego.11
)#'#&#8VgVXiZghi^XVh<ZgV^hYdh8dchZa]dhBjc^XêV^h
A forma de regulamentao e de organizao dos Conselhos Municipais da RMC
determina a efetividade do seu funcionamento e consequentemente o grau de participao
destes conselhos nos processos decisrios da regio. Estas informaes foram levantadas
na pesquisa, por meio de anlise documental (leis, decretos, regimento interno).
Em todos os municpios da RMC, analisados na pesquisa, esto presentes os conselhos
nas reas da sade, assistncia social, criana e emprego. O Conselho de Educao est
presente em apenas dois municpios (Fazenda Rio Grande e So Jos dos Pinhais), nos
demais municpios h o registro da existncia do conselho do FUNDEF, cuja funo
unicamente gerenciar os recursos do fundo.
11
126
O universo de pesquisa foi de 341 conselheiros, sendo 170 representantes do poder pblico e 171
da sociedade civil, sendo preservado o critrio da paridade numrica entre os dois segmentos para a
validao da pesquisa. A composio do grupo de conselheiros pesquisados ficou assim distribuda:
49,9% de conselheiros representantes do poder pblico; 33,1% representando as associaes civis;
10,6% de conselheiros dos sindicatos ou associaes profissionais; e 6,5% de representantes de
entidades patronais.
126
A grande maioria dos conselhos municipais da RMC foi criada na dcada de 1990,
com o estmulo da Constituio Federal, que promoveu a institucionalizao dessa forma de

participao. Existe uma vinculao direta entre a data de criao dos conselhos e a promulgao
de leis estaduais e federais que normatizam o repasse de verbas para os municpios, ficando
evidente que a maioria destes conselhos foi criada por fora destas legislaes.
Quanto forma legal de criao dos conselhos da RMC, verifica-se que, dentre os
42 Conselhos pesquisados, 32 foram criados por lei municipal, seis por decreto e em 4 deles
esta informao no foi levantada. Ressalta-se que esse quadro bastante positivo, pois
as leis de criao dos Conselhos sinalizam alguns elementos importantes para analisar
a representao social, pois estipulam regras definindo quem pode participar, sobre o
que se delibera e qual o tipo de relao entre a instituio Conselho e o poder pblico.
A maneira como esta participao est regulada tem impacto direto sobre a prtica
da representao social, favorecendo-a ou restringindo. (SANTOS, 2002)
A forma de nomeao dos conselheiros nas reas da educao, sade, assistncia social,
criana e emprego na Regio Metropolitana de Curitiba feita, na maioria dos conselhos (35),
por meio de decreto ou portaria, comprometendo assim os seus membros e as instituies por
eles representadas nas decises tomadas. No restante dos conselhos no h um documento oficial.
Em relao ao regimento interno, 36 conselhos, entre os 42 analisados em 10 municpios da
RMC, possuem este documento, o que se reflete diretamente na organizao e funcionamento
desta nova institucionalidade, facilitando a sua operacionalizao.
Quanto ao carter dos conselhos, ressalta-se que, dos 42 pesquisados, 36 possuem
carter deliberativo, dois tm carter consultivo e em quatro conselhos no foi possvel
levantar essa informao. O fato de a grande maioria dos conselhos possurem carter
deliberativo, garantido legalmente, permite que estes assumam uma dimenso polticoinstitucional relevante.
)#'#'#6c{a^hZFjVaîVi^kVYdh8dchZa]dhBjc^XêV^h
Para esta anlise partiu-se de trs eixos temticos: a) pluralidade social, com a
identificao do espao social ocupado pelos conselheiros e os segmentos sociais a que
esses atores pertencem; b) cultura cvica, para identificar o espao poltico ocupado pelos
conselheiros, ou seja, o perfil da participao sociopoltica dos integrantes dos conselhos;

c) representatividade, por meio do qual foi verificada a representatividade social dos
Como Anda Curitiba
8dbd6cYV8jgî^WV
127
127
conselheiros, nesse caso, focalizando a anlise nos conselheiros representantes da sociedade
civil; e d) capacidade decisria, por meio da avaliao do conselheiro acerca da atuao

do conselho e de sua capacidade de definio de polticas pblicas.
Os dados da pesquisa revelaram uma concentrao de conselheiros empregados e
vinculados mquina pblica, especialmente ao governo municipal, denotando que este

espao est sendo preenchido massivamente por membros vinculados ao poder pblico e
especificamente ocupado por funcionrios comissionados, visto que 79,6% dos conselheiros
comissionados so funcionrios pblicos municipais. Essa situao evidencia a existncia
de um forte vnculo do conselheiro com a Prefeitura e, at certo ponto, uma centralizao
do poder, medida que os cargos em questo so caracterizados como sendo de confiana
do prefeito municipal. Pode caracterizar, ainda, uma estratgia de cooptao das lideranas,
por meio da qual o Poder Pblico oferece cargos em comisso junto ao Poder Executivo
para alguns conselheiros representantes de entidades no-governamentais como forma

de interferir nos processos de deciso poltica e controle do poder.
Deste modo, observou-se que o poder pblico hegemnico dentre os conselhos
pesquisados, ocupando inclusive espao na representao de segmentos no-governamentais

(MACHADO et al., 2004). Essa afirmao baseia-se no somente na superioridade
numrica de conselheiros funcionrios pblicos, mas principalmente no quadro de
apoio atual gesto municipal. Considerando a legitimidade do direito do funcionrio
pblico participar efetivamente dos espaos pblicos de democracia direta, afinal a sua
funo pblica no compromete o exerccio pleno de sua cidadania, cabe, no entanto,

levantar aqui questes acerca das relaes que esse protagonismo governamental revela.
Essa condio pressupe o protagonismo do discurso tcnico no interior dessa nova
arena decisria. A situao hegemnica do poder pblico em conselhos presumidamente
paritrios pode vir a contribuir para um maior atrelamento do conselho aos interesses
da administrao pblica.
Ressalta-se que foi observado este fenmeno no estudo dos conselhos gestores
de Curitiba (FUKS, 2004), e ficou explcita uma rea de investigao que se refere ao
conselho como espao que promove a tecnificao da poltica. As questes de ordem
tcnica assumem um papel central na dinmica dos conselhos, o que torna o conhecimento
tcnico-cientfico um dos recursos mais valiosos e, talvez, mais escassos. Segundo os

autores, por um lado, a tecnificao da poltica constitui, inicialmente, um dos obstculos
128
128
participao poltica. Mas, por outro lado, ela estimula a qualificao tcnica dos grupos
da sociedade civil que so chamados a emitir pareceres sobre relatrios de atividades
governamentais, a credenciar instituies prestadoras de servios na poltica social em

que atuam e a definir a destinao ou controlar o uso dos recursos provenientes dos
fundos pblicos. Ou seja, esse contexto cria condies para mudana de perfil de setores
organizados da sociedade civil que, tradicionalmente, restringiam a sua atividade poltica

ao encaminhamento de demandas.
Com respeito ao perfil dos conselheiros entrevistados, percebeu-se que, em sua
grande maioria, os atores que participam dos conselhos municipais da RMC pertencem
camada da populao que tem um padro de renda e escolaridade elevado quando

comparado com a mdia do pas. Trata-se, portanto, de uma arena em que participam os
segmentos sociais que ocupam uma posio privilegiada na sociedade, ou seja, que possuem,
na maioria, mdia e alta escolaridade e emprego, caracterizando um grupo representante
de uma elite social (FUKS, 2001).
Uma situao bastante evidenciada na pesquisa refere-se existncia de conse-
lheiros municipais que representam a sociedade civil, mantendo vnculo empregatcio

na esfera pblica. Esses conselheiros so, portanto, funcionrios da rede pblica e esto
representando a comunidade, situao que sugere a difuso de interesses distintos, que
em certas oportunidades podero ser conflitantes, alm de comprometer o sentido de
paridade, aspecto preponderante para a instituio democrtica dos conselhos gestores.

Cabe salientar que se assume paridade como o exerccio de pluralidade de representaes,
interesses e igualdade e no somente sob o ponto de vista numrico (GOHN, 2001).

Sugere, ainda, que em geral, essa localizao dos membros dos conselhos no interior
da mquina estatal, favorece o acesso informao, privilegiando a atuao da ala

governamental do conselho.
Outro aspecto importante verificado na pesquisa diz respeito posio dos
conselheiros no que diz respeito ao quadro de apoio atual gesto municipal. Desse
modo, em relao aos atuais governos municipais, a posio de 73,3% da totalidade dos
conselheiros de apoio ao atual prefeito municipal, sugerindo que este apoio incondicional
pode estar relacionado a uma forte articulao do governo local, no sentido de atrair para
o conselho as entidades ou lideranas da sociedade civil que o apiam, que somam com
ele, garantindo a sua hegemonia frente dos conselhos municipais.
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
129
129
As entrevistas com os conselheiros possibilitaram a identificao dos principais
problemas ou obstculos ao funcionamento dos conselhos enquanto espaos presumidamente
autnomos e democrticos, na perspectiva de sua capacidade decisria e da opinio dos

conselheiros acerca do papel dos conselhos.
Inicialmente, constatou-se algo que j era esperado. De acordo com 49% dos
conselheiros, a principal motivao para a instituio do conselho municipal foi a exigncia
legal do governo federal/estadual. Outro considervel impulso foi o interesse poltico do

prefeito ou do secretrio municipal, citado por 31% dos conselheiros.
Uma questo bastante interessante e passvel de uma anlise mais aprofundada
diz respeito ao modo de tomada de deciso ou ao processo de aprovao das propostas e
medidas adotadas pelo conselho. De acordo com 70% dos conselheiros, nos ltimos 12
meses, todas as medidas e proposies foram aprovadas por consenso. Considerando-se
que os entrevistados, ao responderem, afirmaram convicta e categoricamente tal situao,

h que se considerar que a supremacia do consenso como forma predominante de tomada
de decises revela uma contradio, na medida em que demonstra a fragilidade dos
conselheiros no reconhecimento da legitimidade dos conflitos na arena pblica.
A respeito da opinio do conselheiro sobre o equilbrio de foras no interior do
conselho, 76% afirmaram que h equilbrio entre os interesses da Prefeitura, da sociedade
e dos agentes da iniciativa privada e apenas 18% declararam no haver tal equilbrio. Nessa
mesma linha, 84% dos conselheiros avaliaram como alto/mdio o grau de comprometimento
do governo municipal com as decises tomadas pelo conselho e 81% julgam ser alto/mdio
o impacto do funcionamento do conselho na gesto da secretaria a qual o conselho est

vinculado. O trabalho do poder pblico e mais especificamente da secretaria municipal
enquanto responsveis pelo fornecimento de informaes para a tomada de decises dos

conselheiros foi muito bem avaliado pelos entrevistados, que declararam (mais de 80%
deles) que a respectiva secretaria fornece regularmente as informaes necessrias e que estas
so fundamentais e suficientes para subsidi-los para o desempenho de sua funo.
Entretanto, ao avaliarem a estrutura fsica, muitos conselheiros relataram a necessidade
de haver um espao exclusivo para os conselhos, uma vez que todos os 42, exceo de
um, funcionam em espao disponibilizado no interior da prefeitura ou da secretaria
municipal. Segundo os conselheiros, especialmente os representantes da sociedade civil,

130
130
isso inviabiliza o acesso s informaes e documentaes, restringindo a plena atuao

destes, principalmente quando do exerccio de sua funo de fiscalizao.
De acordo com os resultados expostos acima, foi possvel a confirmao da hiptese
(formulada com base na anlise do perfil dos conselheiros) de que haveria uma avaliao
significativamente positiva relacionada aos aspectos gerais dos conselhos, especialmente

no tocante ao papel do poder pblico neste processo, dado o forte vnculo dos conselheiros
com o governo.
Quando questionados sobre os principais bloqueios no funcionamento dos conselhos,
surgiram com maior incidncia de respostas os seguintes elementos: 32% dos conselheiros
declararam como principal fator a falta de capacitao dos membros do conselho, 26%
apontaram a falta de representatividade e 16% afirmaram a falta de informao.
A problemtica da representatividade foi bastante mencionada durante as
entrevistas, tanto por parte dos conselheiros governamentais quanto dos representantes
da sociedade civil. Segundo eles, levando-se em conta as entidades representativas da
sociedade civil, para 85% deles, as entidades so pouco ou razoavelmente representativas

dos setores sociais existentes na cidade. Isso corrobora a tese de que h um grande
contingente da populao que no est representada nos canais de participao
democrtica, reivindicando suas necessidades e exercendo a cidadania de acordo com

as prerrogativas do paradigma participacionista.
Uma questo problemtica quando da anlise do desempenho dos conselhos
municipais diz respeito pulverizao destas arenas em municpios pequenos, onde no
h capital social preparado e suficiente para se fazer representar em inmeros conselhos.

Este o caso da grande maioria dos municpios analisados neste trabalho, principalmente
aqueles cujo nvel de integrao dinmica metropolitana baixo ou muito baixo,

apresentando uma dinmica participativa diferenciada daqueles municpios de nvel de
integrao muito alto, que so melhor estruturados do ponto de vista da organizao e

coeso do tecido social. Nesse caso, uma alternativa a constituio de conselhos mais
gerais (conselhos de desenvolvimento), os quais poderiam cumprir um importante papel
aglutinador de entidades.
Entretanto, para o fortalecimento dessas esferas, importante que o poder pblico
crie estratgias de mobilizao e atrao da sociedade civil para participao no conselho,

8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
131
131
de modo que essa representatividade seja, de fato, qualitativa, e no somente em termos
de paridade numrica em relao aos representantes governamentais, reafirmando,

desse modo, a participao popular como parte do seu modelo de gesto democrtica e
participativa. Para isso, h de se considerar o grau de coeso dos segmentos, as alianas e
os conflitos presentes nestes segmentos e sua heterogeneidade, visto que o segmento que
representa os atores no-governamentais constitudo, na maioria das vezes, por entidades
heterogneas e, muitas vezes, antagnicas entre si, formando um bloco menos unido do
que os membros governamentais da administrao pblica.
Levando-se em conta tais caractersticas, a instituio de uma nova esfera pblica no
mbito local, por meio da criao de conselhos gestores de polticas sociais de composio
paritria (segmentos governamentais e no-governamentais), pode contribuir para a criao
de uma cultura democrtica de participao cidad nos espaos locais consagrados para
a definio de polticas pblicas. Desta forma, estes espaos podem alterar, de maneira
significativa, a dinmica de tomada de decises dos governos locais e construir novos
padres de governana urbana, especialmente do ponto de vista do controle social e da
transparncia das aes pblicas nos municpios da RMC.
132
132
*
5
Captulo
XVeijad
+$ :[i[cf[dê<_iYWbZeiCkd_Yf_ei
Este tpico da anlise procura identificar em que medida os municpios da Regio

Metropolitana de Curitiba apresentam ou no condies de sustentabilidade financeira
para participar ativamente das polticas de desenvolvimento urbano a serem implementadas
em seu territrio, em colaborao com os demais nveis de governo.
Para tanto sero investigados inicialmente os dados dos balanos municipais
disponibilizados pela Secretaria do Tesouro Nacional. O ano base adotado para essa
anlise 2003, porm, como quatro municpios da Regio Araucria, Itaperuu, Doutor
Ulysses e Cerro Azul no dispunham de informao para esse ano, para esses municpios
foram utilizados os dados de 2002, sendo que no caso de Cerro Azul, mesmo assim, as
informaes no estavam disponveis e este municpio acabou no sendo considerado na
anlise1.
A seguir, apresenta-se uma sntese dos indicadores financeiros municipais com o
intuito de avaliar a capacidade dos municpios da Regio de participarem de iniciativas
de ao cooperada. Foram construdos trs conjuntos de indicadores: de receita, que
permitem aferir o grau de autonomia e estabilidade das diversas fontes de recursos e
da liberdade em sua utilizao; de despesa, que demonstram a estrutura de utilizao
dos recursos por grupo de despesa e por funes de governo e apresentam a rigidez do
gasto pblico; e de endividamento e de capacidade de investimento que indicam o grau
de sustentabilidade dos investimentos em funo da qualidade das fontes de recursos
utilizadas para seu financiamento.
1
Tambm o conjunto de informaes relativas s finanas municipais foram organizadas e sistematizadas pelo Observatrio das Metrpoles, que as disponibilizou para as instituies de pesquisa de cada
regio, bem como o roteiro metodolgico para elaborao deste texto (OBSERVATRIO, 2005b).
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
133
133
Todas as informaes foram organizadas utilizando a tipologia que identifica os
municpios segundo seu nvel de integrao dinmica metropolitana. A expectativa que

se tem que municpios em posio equivalente no espao urbano estejam sujeitos aos
mesmos fenmenos em termos de exigncia de gastos pblicos, tornando-se necessrio
avaliar como se comporta sua estrutura de receita e de investimento, com o intuito de

mensurar sua maior ou menor capacidade de atendimento s presses para oferta de
servios pblicos de carter social e de infra-estrutura urbana.
*#&# :higjijgVYVhGZXZîVhZ9ZheZhVh
O nvel de atividade econmica dos municpios e sua dinmica fornecem uma
referncia importante para o estudo das finanas municipais visto que indicam o potencial
de arrecadao que o governo poder utilizar para instituir seus impostos e financiar
a oferta de bens e servios sua populao. Quanto mais elevado o nvel de atividade
econmica, maior a diversidade da base de tributos a ser extrada.
De imediato o que se observa com relao s finanas pblicas nos municpios da
RMC que reproduzem e acentuam o grau de concentrao econmica e populacional
observado no restante da anlise, onde Curitiba responde por 57% da populao, 49% do
PIB e 70% do total de receitas e despesas de toda a Regio.
No apenas o tamanho absoluto das receitas, mas tambm sua composio relativa
(Tabela 5.1), apresentam forte diferenciao quando se compara a cidade plo e as demais
cidades metropolitanas.
I67:A6*#&8dbedh^dGZaVi^kVYV:higjijgVYVGZXZîVYdhBjc^Xe^dh!
HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8'%%(:b
GjWg^XV
134
IdiVaYV IdiVaDjigdh
Ead
DjigdhBjc^Xe^dhedgCkZaYZ>ciZ\gVd
Bjîd
6aid
Bjîd
7V^md
GZ\^d
Bjc^Xe^dh
8jgî^WV
GZXZîVIdiVaAfj^YV
&%%!%%
&%%!%%
&%%!%%
&%%!%% &%%!%% &%%!%% &%%!%% &%%!%%
GZXZîV8dggZciZAfj^YV
.-!.'
.-!,.
.-!.-
.-!.+
..!&%
.-!&)
.-!.&
.,!.'
GZXZîVhIg^Wji{g^VhEgeg^Vh
''!'*
&'!&%
'+!,+
&+!,*
+!%)
&'!((
-!%*
+!+*
>be#Egde#EgZY#ZIZggî#JgW#>EIJ
,!+.
(!+*
.!).
*!*%
&!,+
(!%*
&!(-
&!)'
>be#HdWgZHZgk^dh">HH
&%!*+
)!.(
&(!%,
*!-.
'!.)
+!))
+!&,
'!('
>be#IgVchb^h#7Zch>bkZ^h>I7>
&!*)
%!,'
&!.%
%!.*
%!()
%!-&
%!''
%!,*
134
6aid
BY^d
7V^md
I67:A6*#&8dbedh^dGZaVi^kVYV:higjijgVYVGZXZîVYdhBjc^Xe^dh!
HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8'%%(:bXdci^cjVd
GjWg^XV
IdiVaYV IdiVaDjigdh
GZ\^d
Bjc^Xe^dh
Ead
8jgî^WV
Bjîd
6aid
6aid
BY^d
7V^md
Bjîd
7V^md
IVmVh$8dcig^WBZa]dg^V
'!)*
'!-%
'!(%
)!)&
&!%%
'!%(
%!',
'!&+
IgVch[ZgcX^Vh8dggZciZh
),!-,
,)!'+
(+!&)
+*!+-
-)!')
,)!)*
-(!)+
-+!%.
>bedhidGZcYVGZi^Yd;dciZ>GG;
&!)*
&!))
&!)*
&!)&
'!%+
%!.)
%!,(
%!..
;jcYdYZEVgi^Xê#Bjc^Xe^dh;EB
+!.*
&*!..
'!.)
&*!*%
,!')
''!.,
&.!%*
('!,.
H^hiZbVc^XdYZHVYZ"HJH
-!'.
'!'*
&%!.-
&!-+
&!(%
(!)(
'!&-
*!)-
IgVch[ZgcX^Vh;C6H
%!',
%!(*
%!'(
%!'.
%!%%
%!+&
&!'%
%!-.
IgVch[ZgcX^Vh;C9:
%!',
%!)(
%!'%
%!)*
%!&.
%!,+
%!(&
%!*'
8diV"EVgiZYd>8BH
&+!,%
(&!)(
&%!&*
'*!&)
),!.&
'(!+.
)%!..
'(!&-
8diV"EVgiZYd>EK6
(!+'
'!&%
)!(%
'!,.
%!-,
'!+%
&!'(
&!+'
IgVch[ZgcX^Vh;JC9:;
,!&(
&'!,'
)!+*
&)!'+
-!((
&)!.%
&%!,'
&*!'&
DjigVhIgVch[ZgcX^Vh8dggZciZh
%!%+
%!%(
%!%-
%!%%
%!%%
%!''
%!%%
%!%%
GZXZîVYV9k^YV6i^kV
&!(+
&!,-
&!&,
'!+-
%!*+
'!%'
%!.'
%!*-
DjigVhGZXZîVh8dggZciZhAfj^YVh
',!)*
&%!+*
()!.'
&(!-*
-!',
.!()
+!),
)!+&
GZXZîVYZ8VeîVa
&!%-
&!'&
&!%'
&!%)
%!.%
&!-+
&!%.
'!%-
DeZgVZhYZ8gYîd
%!*&
%!)'
%!**
%!+&
%!%'
%!*%
%!%%
%!,+
DjigVhGZXZîVhYZ8VeîVa
%!%%
%!%&
%!%%
%!%%
%!%*
%!%%
%!%%
%!%%
;dciZ/B;$HIC!ZaVWdgVd>EEJG$J;G?
De fato, em Curitiba a receita municipal tem um forte componente nas receitas

tributrias prprias (27%), com destaque para o ISS (13%) e o IPTU (10%); nas transferncias
correntes (36%) com predomnio para as transferncias do SUS (11%), do FUNDEF (5%)
e do ICMS (10%); e nas outras receitas correntes lquidas (35%), onde o destaque cabe s
receitas agropecurias, industriais e de servios (26%), indicando o grau de diversificao
alcanado pela base econmica local com predomnio das atividades urbanas.
Nos municpios com nveis muito alto e mdio de integrao dinmica metropolitana,
as receitas tributrias prprias atingem uma proporo de 17% e 12%, respectivamente, do
total das receitas. Destacam-se, as receitas do ISS, em torno de 6% em ambos os grupos e
do IPTU (5,% no primeiro e 3% no segundo grupo). Nos grupos de municpios de nvel
alto e muito baixo as receitas tributrias prprias oscilam em torno de 6%, e no nvel baixo
em torno de 8% , tendo como principal componente, em todos os grupos, o ISS.
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
135
135
Para o conjunto de municpios, inclusive a cidade plo, o principal componente
das receitas vincula-se s transferncias correntes: nos grupos de municpios com nvel
de integrao na dinmica metropolitana alto, baixo e muito baixo essas transferncias

representam mais de 80% de sua receita total, enquanto para o grupo de municpios de nvel
mdio representam 74% e para os de nvel muito alto representam 66% de seus recursos.
No municpio plo, as transferncias correntes so responsveis por 36% do total das
receitas. A composio das transferncias correntes nos grupos de municpios com nvel de
integrao muito alto, alto, mdio e baixo, apesar de em todos eles o principal componente
das transferncias ser o ICMS, apresentam variaes quanto ao seu peso relativo: nos nveis
alto e baixo as transferncias do ICMS representam 48% e 41%, respectivamente, do total

das receitas correntes. J nos nveis muito alto e mdio essa participao est em torno
de 25% no primeiro e 24% no terceiro grupo de municpios. Em seguida aparecem, nos
nveis muito alto (15%), mdio (23%) e baixo (19%), as transferncias do FPM, seguidas
das do FUNDEF (14% no nvel muito alto, 15% no nvel mdio, 11% no nvel baixo).
No nvel alto, esta relao se inverte: as transferncias do FUNDEF aparecem com 8%
do total das receitas e as do FPM com 7%. O predomnio das receitas de transferncias
de ICMS no grupo de municpios com nvel alto de integrao deve-se presena do
plo industrial de Araucria, onde se situa a refinaria da Petrobrs, e no de nvel baixo
de integrao, deve-se ao fato de que se trata de municpios relativamente pequenos com
implantaes industriais de grande porte como o caso de Balsa Nova e Rio Branco do
Sul, este ltimo abrigando um plo cimenteiro.
No grupo de municpios com muito baixa integrao na dinmica metropolitana,

municpios onde predomina ainda uma base econmica mais vinculada s atividades
agropecurias, a principal parcela das transferncias correntes vincula-se ao FPM (33%),
seguida pelo ICMS (23%) e pelas transferncias do FUNDEF (15%). No municpio
plo, como principal componente, aparecem as transferncias do SUS (11%), seguidas
das do ICMS (10%).
Pode-se ter uma medida da disparidade da estrutura tributria que se verifica

entre os municpios considerando as informaes relativas s receitas prprias per capita.
Enquanto a arrecadao de tributos municipais na cidade plo da ordem de R$ 316,18 por
habitante, nos municpios com muito alto nvel de integrao na dinmica metropolitana
representam R$ 97,50. J para os grupos de municpios com nveis de integrao alto
e mdio, as receitas tributrias prprias per capita oscilam em torno de R$ 74,00 e nos
136
136
municpios com muito baixo nvel de integrao na dinmica metropolitana esse indicador
da ordem de R$ 39,05. Essas diferenas refletem a disparidade na base econmica e na

capacidade de imposio tributria dos diferentes tamanhos de municpios.
Cabe destacar ainda que para nenhum dos municpios da RMC as receitas de capital
apresentam importncia. Nos grupos de municpios com nveis mdio e muito baixo de
integrao na dinmica metropolitana, essas receitas assumem sua maior participao,

representando cerca de 2% do total das receitas; em todos os demais grupos de municpios
essas receitas representam cerca de apenas 1% desse total e se compem basicamente por
operaes de crdito.
As despesas municipais, por sua vez, apresentam maior grau de homogeneidade
em sua composio interna para todos os grupos de municpios (Tabela 5.2).
I67:A6*#'8dbedh^dGZaVi^kVYV:higjijgVYV9ZheZhVYdhBjc^Xe^dh!
HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8'%%(Zb
GjWg^XV
IdiVaYV
GZ\^d
IdiVaDjigdh
Ead
Bjc^Xe^dh 8jgî^WV
Bjîd
6aid
6aid
BY^d
7V^md
Bjîd
7V^md
9ZheZhVIdiVaAfj^YV
&%%!%%
&%%!%%
&%%!%%
&%%!%%
&%%!%%
&%%!%%
&%%!%%
&%%!%%
9ZheZhV8dggZciZAfj^YV
-.!*.
-(!(-
.'!'%
,-!*,
-,!*(
-*!&-
-+!+.
.%!).
EZhhdVa
(&!)(
))!*-
'*!.&
)(!*(
)+!%'
)*!)*
(+!+,
)-!&.
?jgdhZ:cXVg\dhYV9k^YV
&!'+
%!*+
&!**
%!*(
%!+)
%!,)
%!%(
%!)*
DjigVh9ZheZhVh8dggZciZh
*+!.%
(-!')
+)!,)
()!*&
)%!-,
(-!..
).!..
)&!-)
9ZheZhVYZ8VeîVa
&%!)&
&+!+'
,!-%
'&!)(
&'!),
&)!-'
&(!(&
.!*&
>ckZhi^bZcidh
+!,&
&&!,'
)!+&
&)!.)
.!'+
.!*)
&'!&&
+!).
>ckZghZh;^cVcXZ^gVh
%!+)
%!.'
%!*'
&!)*
%!%*
&!*-
%!%'
%!%-
6bdgiôVdYV9k^YV
(!%*
(!.-
'!++
*!%)
(!&+
(!,&
&!&-
'!.)
DjigVh9ZheZhVhYZ8VeîVa
%!%%
%!%%
%!%%
%!%%
%!%%
%!%%
%!%%
%!%%
H um predomnio absoluto das despesas correntes e, dentre essas, as despesas com

pessoal so as mais significativas. Para todos os grupos de municpios pelo menos 79% da
despesa total representam despesas correntes e, dessas, a maior parte vincula-se ao pagamento
de pessoal. Dois grupos de municpios so excees a essa regra: Curitiba, que despende
Como Anda Curitiba
8dbd6cYV8jgî^WV
137
137
26% de seus recursos com pessoal e o grupo de municpios com baixa integrao ao plo
que tem uma despesa com pessoal da ordem de 37% do total de seus gastos. Os demais
grupos de municpios alocam de 44% a 48% de seus recursos em despesas com pessoal.
Naqueles dois grupos de municpios inicialmente citados, as outras despesas correntes
apresentam uma participao elevada no total das despesas, 65% e 50% respectivamente,
e compem-se basicamente por diversas despesas de custeio. Quanto s despesas com
servios da dvida, em todos os grupos de municpios no chegam a representar 1% do

total da despesa e, apenas em Curitiba, elevam-se a 1,5%.
As despesas de capital em Curitiba so da ordem de 8% do total da despesa e representam
cerca de 21% no grupo de municpios com nvel de integrao na dinmica metropolitana
muito alto, e 9% nos de nvel muito baixo de integrao. Nos nveis intermedirios esse
percentual varia de 12% a 15%, revelando como os municpios mais prximos do plo so
mais pressionados a realizar investimentos para atender sua populao.
As contas de resultado calculadas para os diversos grupos de municpios da RMC
(Tabela 5.3) revelam que a maioria deles so superavitrios tanto em termos do oramento
corrente, como no resultado total e, ainda, no que tange ao resultado primrio que corresponde
ao excesso de receitas fiscais sobre as despesas fiscais. As excees a esse comportamento
so observadas nos grupos de municpios com nveis de integrao mdio e muito baixo,
que apresentam dficit para o oramento total e para o resultado primrio.
importante considerar as fontes de financiamento do investimento para os
diferentes grupos de municpios, tendo em vista que dependendo da origem dos recursos de
investimento pode-se avaliar sua sustentabilidade e, portanto, a predisposio do municpio
para assumir compromissos para a ao cooperada com outros municpios.
A identificao de fontes externas de financiamento, correspondentes a operaes
de crdito e transferncias de capital, e fontes internas de financiamento dos investimentos
destacam a receita de valores mobilirios e a poupana corrente aps amortizao da

dvida e, ainda, o dficit oramentrio que, em alguns exerccios, pode vir a se constituir
em fonte expressiva de financiamento dos investimentos (Tabela 5.4).
138
138
I67:A6*#(:higjijgVYV9ZheZhVYdhBjc^Xe^dh!
GjWg^XV
9ZheZhVIdiVa
Afj^YV
9ZheZhV8dggZciZ
Afj^YV
IdiVaDjigdh
Ead
GZ\^d
Bjc^Xe^dh
8jgî^WV
Bjîd6aid
6aid
BY^d
7V^md
Bjîd
7V^md
'#,''#)-.#,'+ -%*#&,.#.'( &#.&,#(%.#-%( (*-#*%(#+(* '%.#+('#,)+ &'.#-.,#*&- (,#%%-#-*, ,%#&(,#&+'#)(.#&.*#*.% +,&#(+-#.-, &#,+,#-'+#+%( '-&#+--#&+' &-(#).%#',) &&%#+)'#.-, ('#%-(#.'( +(#)+(#+)%
EZhhdVa
-**#,.+#&''
(*-#.(+#''.
).+#-*.#-.(
&*+#%+'#.-%
.+#)++#(,*
*.#%(.#,&%
()#&.%#-++
)#*(.#(+-
'.#+*&#).-
&#.%(#&+.
&()')&(
.+'#',+
-*#+-&#)-,
*%#+)&#%%&
&-#*%&#)&& '.#(),#),.
?jgdhZ:cXVg\dhYV
9k^YV
DjigVh9ZheZhVh
8dggZciZh
IdiVaYV
&#*).#'%-#+%( (%,#-.(#(.% &#')&#(&*#'&( &'(#,''#%&(
&(#*+.#+,& ((#,.,#).)
&'#-)'
(&-#++-
9ZheZhVYZ8VeîVa
'-(#'.)#&(+
&((#-&%#.(+
&).#)-(#&..
,+#-&*#),'
'+#&)'#),&
&.#'*)#*(&
)#.')#.((
+#+,(#*'-
>ckZhi^bZcidh
&-'#,)'#,+%
.)#(.,#))&
--#()*#(&.
*(#**-#(*(
&.)&+++(
&'#(-.#,%-
)#)-%#**(
)#**'#&+)
>ckZghZh;^cVcXZ^gVh
&,#))*#++,
,#(.-#.*-
&%#%)+#,%.
*#&-+#)..
&%%%%%
'#%)-#)*-
+#%%%
*-#%%%
-(#&%*#,%-
('#%&)#*(,
*&#%.&#&,&
&-#%,%#+'%
++'*-%-
)#-&+#(+*
)(-#(-%
'#%+(#(+)
((-#&%'#'--
&-'#'%,#&+)
&**#-.*#&')
&&,#'')#.-(
)%#%-'#,+,
&)#''%#+%(
+#(+(#'(*
)#(&*#*,*
-*#%*&#---
*-#-*'#&'&
'+#&..#,+,
))#+'&#)%(
&*#.*.#),-
"'#+,%#&))
&#-+'#*(%
".'&#&)+
&&%#%)(#&-+
),#,,)#&.-
+'#'+-#.--
(&#*''#*'+
&,#(+'#*,-
"&#,(-#*&+
&#&+(#-%(
"*(+#&.(
6bdgiôVdYV
9k^YV
DjigVh9ZheZhVhYZ
8VeîVa
HjeZg{kî$9Xî
DgVbZcid8dggZciZ
HjeZg{kî$9Xî
DgVbZcidIdiVa
GZhjaiVYdEg^b{g^d
I67:A6*#);dciZhYZ;^cVcX^VbZcidYd>ckZhi^bZcidYdhBjc^Xe^dh!
Ead
8jgî^WV
Bjîd6aid
'%%#&--#)'- &%&#,.+#(..
.-#(.'#%'.
*-#,))#-*'
&.#*&+#++( &)#)(-#&++ )#)-+#**( )#+&%#&+)
<ZgVd:miZgcV-*##--
'-#(-.#.))
.#%.-#-+&
&.#'.&#%-(
)#&*+#'('
&#.&,#+%+
&#+(-#)'.
&#(-+#*.*
DeZgVZhYZ8gYîd
&)#(-*#+,)
(#++-#+%(
&%#,&,#%,&
'#)+&#,-'
))#))%
+(.#%*)
*'(#('-
>ckZhi^bZcidh$>ckZghZh
IdiVaYV
GZ\^d
IdiVaDjigdh
Bjc^Xe^dh
GjWg^XV
6aid
BY^d
7V^md
Bjîd
7V^md
;dciZhYZGZXjghdh
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
139
139
I67:A6*#);dciZhYZ;^cVcX^VbZcidYd>ckZhi^bZcidYdhBjc^Xe^dh!
HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8'%%(ZbXdci^cjVd
GjWg^XV
IgVch[ZgcX^VhYZ8VeîVa$
8dckc^dhJc^d
IgVch[ZgcX^VhYZ8VeîVa$
8dckc^dh:hiVYdh
DjigVhIgVch[ZgcX^VhYZ
8VeîVa
<ZgVd>ciZgcV.%##.(
IdiVaYV
IdiVaDjigdh
Ead
GZ\^d
Bjc^Xe^dh
8jgî^WV
Bjîd6aid
6aid
BY^d
7V^md
Bjîd
7V^md
&'#%-(#-)+
(#-'+#*'+
-#'*,#('%
&#)+%#-()
&#-,(#&++
()%#+++
&*&#-+&
&#.'%#)'(
&#+%(#,('
(&+#+.'
'((#+&+
%
+*-#,&%
,&&#)%+
%
%
%
'*+#-*%#(,' &*&#*).#+*. &%*#(%%#,&(
..#'&%#%'(
((#**-#*(* &%#&'.#*.) +#().#%-( '#(%'#)')
6a^ZcVdYZ6i^kdh
&#,*%#-()
&#'*)#%,)
).+#,+%
**#++%
%
,'*#(*+
)')#''-
)-#-(%
DjigVhGZX8VeîVa
&%'#.*-
&%'#.*-
%
&%&#*,+
%
&#(-'
,+#&+-#,+-
)'#,%.#&*&
((#)*.#+&,
(%#***#'')
+#*'%#+-%
(#)-'#+%)
,'*#,'&
&#)')#.'&
&,-#-',#-&' &%,#)-(#),+
,&#())#((+
+-#*..#&)%
'+#.(+#'-%
*#.'&#+() *#&..#&((
-',#'.%
"-*#%*&#---
"'+#&..#,+, ))#+'&#)%( &*#.*.#),-
'#+,%#&)) "&#-+'#*(%
.'&#&)+
GZXZîVYZKVadgZh
BdWâ^{g^dh
EdjeVcV8dggZciZ:mXa#
GZX#KVa#BdW#&
9XîDgVbZcidIdiVa
"*-#-*'#&'&
CdiV/&EdjeVcVXdggZciZZmXa#gZX#kVabdW#2hjeZg{kîXdggZciZ"VbdgiôVdYVYk^YV"gZXZîVYZkVadgZhbdWâ^{g^dh#
Verifica-se para a RMC, de imediato, que quase metade dos investimentos

originam-se de Curitiba e tambm que, em todos os grupos de municpios, a principal
fonte de financiamento dos investimentos a poupana corrente, lquida da amortizao
da dvida, ou seja, recursos gerados ao longo do exerccio fiscal. Segue-se a essa fonte, em
representatividade, a receita de valores mobilirios. Excetuam-se nesse comportamento
os municpios com grau muito baixo de integrao na dinmica metropolitana, onde a
receita de valores mobilirios suplanta a poupana corrente e seguida de perto pelas
transferncias de capital oriundas de convnios com o governo do Estado.
A terceira fonte, em importncia, no financiamento dos municpios varia de acordo
com o nvel de integrao na dinmica metropolitana. No caso de Curitiba destacam-se
as operaes de crdito e o mesmo vale para o grupo de municpios com muito alto nvel
de integrao na dinmica metropolitana, explicada essencialmente pelo municpio de So
Jos dos Pinhais. Para o grupo de municpios com alto nvel de integrao na dinmica
metropolitana a terceira fonte de financiamento dos investimentos so as transferncias
de capital oriundas de convnios com a Unio, explicadas principalmente pela presena
de Araucria, nesse grupo. Nos municpios com nveis mdio e baixo de integrao, a
terceira fonte de financiamento a Alienao de Ativos.
140
140
Com o intuito de sintetizar a anlise das finanas municipais da RMC, este tpico
da anlise apresenta os indicadores de receita, que procuram aferir o grau de autonomia
e de estabilidade das diversas fontes de recursos, bem como o grau de liberdade em sua
utilizao; os indicadores de despesa, que apresentam os gastos municipais segundo grupos
de despesa e funes de governo, bem como avaliam o grau de rigidez do gasto pblico; e
ainda so apresentados os indicadores de endividamento e capacidade de investimento.
*#'# >cY^XVYdgZhYZGZXZîV
Entre os indicadores de receita,2 o indicador de autonomia tributria relaciona a
arrecadao municipal (receita tributria prpria e receita da dvida ativa) com a receita
total e procura aferir a representatividade das receitas diretamente administradas pelo
municpio (Tabela 5.5).
I67:A6*#*>cY^XVYdgZh;^cVcXZ^gdhYVGZXZîV!edgBjc^Xe^dh!
HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8'%%(:b
GZXZîV
:higjijgVYVGZXZîV
K^cXjaVdYVGZXZîV
Bjc^Xe^dHZ\jcYd
CkZaYZ>ciZ\gVd 6jidcdb^V 6jidcdb^V HZ\jgVcV 9ZeZcYcX#
7VhZ
7VhZ
AZ\VaYZ
;dciZh
Ig^Wji{g^V IZggîdg^Va
GZXZîVh ;^cVcXZ^gVh
K^cXjaVdAZ\Va
HVYZ&'
HdWgZ
HdWgZ
GZX#
GZX#
IdiVa
;^hXVa
8jgî^WVEad
K^cXjaVdAZ\VaXdb
HVYZ&*
HdWgZ
HdWgZ
GZX#
GZX#
IdiVa
;^hXVa
',!.(
)&!,.
+(!-+
'!(%
(&!((
('!%,
('!,,
((!*)
6ab^gVciZIVbVcYVg
&(!+'
'%!-+
.(!.(
&!.'
).!&*
*%!&&
*&!%(
*'!%(
8dadbWd
&*!)(
'+!..
-&!'+
&%!'%
(-!''
)'!*+
)%!&%
))!++
Bjîd6aid
;VoZcYVG^d<gVcYZ
'&!((
'+!(&
.%!&&
&!-*
),!*)
)-!))
).!'*
*%!&,
E^c]V^h
(%!++
)+!*%
--!'(
)!('
(+!,,
(-!)(
(.!&'
)%!-.
Hd?dhYdhE^c]V^h
&,!..
)%!('
-&!,-
&%!+,
(%!('
((!.*
('!*&
(+!(.
6gVjX{g^V&
*!)'
()!&+
,*!(+
(!&,
'*!-,
'+!,&
'-!&.
'.!&&
E^gVfjVgV
&(!(&
')!'.
.'!&%
&!)(
)&!,,
)'!(-
))!%(
))!+,
6aid
Os indicadores referem-se a 2003, exceo de Araucria, Itaperuu e Doutor Ulysses cujos dados
referem-se a 2002. J o municpio de Cerro Azul no dispunha de informaes para os dois perodos.
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
141
141
I67:A6*#*>cY^XVYdgZh;^cVcXZ^gdhYVGZXZîV!edgBjc^Xe^dh!
HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8'%%(:bXdci^cjVd
GZXZîV
:higjijgVYVGZXZîV
K^cXjaVdYVGZXZîV
Bjc^Xe^dHZ\jcYd
CkZaYZ>ciZ\gVd 6jidcdb^V 6jidcdb^V HZ\jgVcV 9ZeZcYcX#
7VhZ
7VhZ
AZ\VaYZ
;dciZh
BY^d
8Vbe^cV<gVcYZ
YdHja
8VbedAVg\d
K^cXjaVdAZ\Va
K^cXjaVdAZ\VaXdb
HVYZ&'
HdWgZ
HdWgZ
GZX#
GZX#
IdiVa
;^hXVa
HVYZ&*
HdWgZ
HdWgZ
GZX#
GZX#
IdiVa
;^hXVa
Ig^Wji{g^V
IZggîdg^Va
GZXZîVh
;^cVcXZ^gVh
&+!..
')!,+
-'!&(
'!-&
(-!%'
(.!&'
)%!%'
)&!&-
&)!('
',!).
-,!%+
+!%(
(.!),
)'!%%
)&!+%
))!',
8VbedBV\gd
.!-'
&.!)-
-+!,'
*!-.
(+!..
(.!(&
(.!'.
)&!,)
>iVeZgjj&
)!*'
&%!*-
.(!,'
%!(-
)+!--
),!%+
).!%,
).!'+
BVcY^gîjWV
&(!&-
'(!&.
.,!%'
%!')
)(!''
)(!('
)*!++
)*!,,
FjVigd7VggVh
'%!(,
(&!+-
-,!+,
%!%*
((!+&
((!+'
(+!%-
(+!&%
7V^md
7VahVCdkV
&)!%)
'-!+)
-,!.&
(!.&
(%!%+
(&!'-
('!-%
()!&(
G^d7gVcXdYdHja
*!-(
'%!''
.&!%%
'!(,
(-!-)
(.!,-
)&!(&
)'!(&
Bjîd7V^md
6Yg^Vceda^h
&!(%
&%!'(
.-!,'
%!,(
)%!,*
)&!%+
)(!),
)(!-%
6\jYdhYdHja
)!.)
.!-.
-+!*(
-!.-
)'!++
)+!-+
))!+-
).!%.
7dXV^kVYdHja
+!,.
&)!&(
.'!,%
'!*&
(,!&*
(-!&&
(.!)(
)%!)*
8Zggd6oja
8dciZcYV
,!--
&,!%'
.'!,&
(!'.
)%!-'
)'!'&
)(!&%
))!*+
9djidgJanhhZh&
&!((
,!*,
-*!,-
'!&(
(*!+)
(+!)&
(-!%'
(-!-*
AVeV
&&!&&
''!.*
--!*-
)!'+
)%!+(
)'!))
)'!-%
))!,%
FjîVcY^c]V
*!)'
&(!,&
.(!))
%!)&
)&!.&
)'!%-
))!'-
))!)+
I^_jXVhYdHja
,!-'
&,!('
.-!%+
%!'&
)*!%%
)*!&%
),!(+
),!)+
IjcVhYdEVgVc{
(!%+
.!++
.-!*)
%!%%
)&!('
)&!('
)(!.+
)(!.+
CdiV/&9VYdhgZ[ZgZciZhVdVcdYZ'%%'#
Diferente do esperado, no Curitiba que apresenta esse indicador no patamar

mais elevado da Regio, mas sim o municpio de Pinhais que apresenta importante
arrecadao tanto de IPTU como de ISS por sua proximidade a Curitiba, constituindo-se
142
142
em alternativa de moradia e de sede para empresas de servios que buscam uma alquota
menor para esses tributos. Assim, a autonomia tributria de Pinhais de 31% enquanto
que a de Curitiba de 28%. Seguem-se Fazenda Rio Grande (36% da receita tributria
constituda por taxas e contribuies de melhoria e 33% pelo IPTU) com 21% e Quatro
Barras (o ISS representa 60% da receita tributria) com autonomia tributria na faixa de
20% e ainda So Jos dos Pinhais com autonomia tributria de 18%. Esses municpios, por
sua localizao, tambm se beneficiam da proximidade a Curitiba. Os demais municpios
apresentam menores graus de autonomia tributria, a qual decresce na medida em que
se afasta do plo (Mapa 5.1).
O indicador de autonomia por base territorial amplia o indicador anterior pela

incorporao da devoluo tributria, que inclui entre outros o IPVA, ITR, IRPF, IOF
ouro e cujo principal componente a parcela do ICMS rateada entre os municpios com
base na atividade econmica municipal (75% dos 25% distribudos aos municpios pelo
Estado). Como parte da arrecadao desses tributos pertence aos municpios e lhes
repassada de acordo com a arrecadao obtida em seu territrio, pode-se dizer que se
trata de uma devoluo tributria e que representa uma ampliao das receitas prprias.
Novamente encontra-se em Pinhais o maior ndice de autonomia por base territorial (47%),
seguido de perto por Curitiba (42%) e So Jos dos Pinhais (40%). De modo geral esse
indicador acompanha o desempenho do indicador anterior, com exceo do municpio
de Araucria que, por sediar uma refinaria da Petrobrs e um plo industrial, apesar de
ter uma autonomia tributria de apenas 5% atinge a quarta posio da Regio quando se
trata da autonomia por base territorial (34%). O mesmo ocorre com outros municpios que
apresentam uma base econmica onde se destaca uma implantao industrial relativamente
mais importante, como o caso de Balsa Nova, por exemplo.
O indicador de segurana legal de receitas, por sua vez, representa a parcela da

receita total originada de fontes asseguradas por lei e at mesmo pela Constituio Federal.
Incluem-se nesse critrio no apenas as transferncias constitucionais do FPM, como
tambm as transferncias vinculadas ou no na origem, todas elas de natureza redistributiva.

No primeiro grupo encontram-se as transferncias destinadas a financiar polticas sociais
descentralizadas, executadas em colaborao com outros nveis de governo, como educao
(FUNDEF), sade (SUS) e assistncia social (FNAS). No grupo das transferncias no
vinculadas na origem tem-se a parcela do ICMS redistribuda com base em lei estadual
(25% dos 25% rateados entre os municpios) e ainda as transferncias compensatrias
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
143
143
como royalties, por exemplo. Quanto mais elevado esse indicador maior a estabilidade
das receitas municipais e quanto menor o seu valor maior a presena de receitas no
cobertas pela segurana legal, como o caso das receitas de transferncias discricionrias,
mais instveis e destinadas a executar aes setoriais especficas, acordadas em convnios
entre os diferentes nveis de governo e demais receitas correntes e de capital, como, por
exemplo, as receitas patrimoniais. Na RMC o indicador de segurana legal das receitas

assume seus menores valores em Curitiba (64%) e Araucria (75%). Os maiores valores
so encontrados nos menores e menos desenvolvidos municpios da Regio: Adrianpolis
(99%), Tunas do Paran (99%) e Tijucas do Sul (98%).
O indicador de dependncia de fontes financeiras demonstra a participao de

receitas no fiscais, tais como receitas de valores mobilirios, operaes de crdito, alienao
de ativos etc., na receita total. Na RMC esse indicador assume seus valores mais elevados
em Colombo e So Jos dos Pinhais (cerca de 10%)
Outro conjunto de indicadores de receita refere-se vinculao legal mnima da
receita total e da receita fiscal com despesas de sade3 e educao e adiciona as transferncias
vinculadas na origem, como SUS e FNAS, e a transferncia que retorna do FUNDEF. Os

valores mais elevados para esses indicadores so encontrados em Almirante Tamandar
(em torno de 50%), Fazenda Rio Grande e Itaperuu (prximo a 48%), municpios que se
caracterizam como cidades - dormitrio, fortemente pressionados pelo atendimento das
demandas sociais de sua populao. Os menores valores para esse indicador so encontrados
em Araucria (cerca de 27%), Curitiba (32%) e So Jos dos Pinhais ( prximo a 34%),
municpios de base econmica mais estruturada, ou em municpios pequenos mas com
plantas industriais de grande porte como Balsa Nova (cerca de 32%) e Quatro Barras
(em torno de 34%).
*#(# >cY^XVYdgZhYZ9ZheZhV
O conjunto de indicadores de despesa municipal apresenta inicialmente a
estrutura da despesa, de modo geral fortemente concentrada em gastos com pessoal
que representam cerca de 45% a 50 % do total da despesa em um grande nmero de
municpios (Tabela 5.6).
3
144
At 2004 os municpios deveriam destacar para aplicao em sade 15% de sua receita de impostos
incluindo transferncias. Calculou-se para 2003 uma aplicao mnima de 12%.
144
Como Anda Curitiba
8dbd6cYV8jgî^WV
145
145
&%%!%%
&%%!%%
&%%!%%
;VoZcYVG^d<gVcYZ
E^c]V^h
Hd?dhYdhE^c]V^h
))!'.
*&!+)
&%%!%%
&%%!%%
>iVeZgjj&
),!+&
(,!))
*%!''
)*!'%
)%!-'
(-!%%
)'!+(
*&!,%
).!.)
'*!.&
8VbedBV\gd
&%%!%%
&%%!%%
8Vbe^cV<gVcYZYdHja
&%%!%%
8VbedAVg\d
BY^d
E^gVfjVgV
6gVjX{g^V&
&%%!%%
&%%!%%
8dadbWd
&%%!%%
&%%!%%
6aid
:higjijgVYV9ZheZhVh
(%!.&
(-!),
(-!-'
)(!'*
(+!+%
)&!,&
(+!)&
('!,+
(-!&.
'.!+.
(+!*-
+)!,)
)!&*
(!'-
)!%.
)!&(
(!,-
(!-%
*!)%
)!)&
*!'*
*!+-
-!,(
)!'&
&(!(%
&(!.+
.!)-
&*!&,
.!)%
.!'.
&,!(,
')!-'
&(!.(
&'!.'
)!,*
*!&(
,(!'%
*.!,+
+-!&&
*+!-%
+.!&+
*(!--
)-!'-
*)!*&
+(!,-
+%!).
,,!-,
)%!-*
,(!)-
+(!*%
,'!)-
*-!)*
,%!&+
**!+)
*)!%*
*+!.,
+)!.-
+,!(+
,.!(.
)&!-&
*,!+, '&!*,
,*!). ')!*-
*-!.' &)!&*
*-!)* '(!%(
,&!)+ &+!%,
)(!&' &)!+,
+%!(* ',!-.
*-!&+ &-!,)
,-!)% &.!(.
,&!,* &+!))
,&!%- &)!)-
-'!+& (,!)*
G^\^YZoYd G^\^YZoYd
DgVbZcid DgVbZcid <Vhid
9ZheZhV
DjigVh HZgk^d >ckZhi^bZcid
IdiVa
;^hXVa
HdX^Va IdiVa
IdiVa
EZhhdVa 9ZheZhVh
YV
ZDjigVh
Afj^YV
8dggZciZh 9^k^YV 9Zhe#8VeîVa
6ab^gVciZIVbVcYVg
Bjîd6aid
8jgî^WVEad
Bjc^Xe^dHZ\jcYd
CkZaYZ>ciZ\gVd
9ZheZhV
<VhidJgWVcd
Eg^dg^YVYZYZ<Vhid
(!,-
'%!.%
-!',
+!-*
-!+,
'!'(
*!%+
+!,)
&&!.'
*!),
&'!%)
(+!(.
%!+)
%!*,
%!%(
%!()
%!%)
)!.)
%!&-
%!,+
%!'(
&,!%(
*!))
&&!.(
*!%-
.!.,
&-!*.
.!).
%!%(
&%!%&
&!+)
%!&'
%!(,
%!%&
'!(,
%!).
%!%*
JgWVc^hbd =VWîVd IgVchedgiZ HVcZVbZcid
I67:A6*#+>cY^XVYdgZh;^cVcXZ^gdhYV9ZheZhV!EdgBjc^Xe^dh!
HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVd"GB8'%%(:b
(!&&
%!%)
)!'*
'!(&
'!)-
(!-.
'!)+
%!&(
%!(%
%!%%
%!-(
<Zhid
6bW^ZciVa
146
146
Conjuntura Urbana
Volume 7
&%%!%%
&%%!%%
FjVigd7VggVh
&%%!%%
G^d7gVcXdYdHja
),!+)
))!.*
)+!-%
&%%!%%
&%%!%%
&%%!%%
&%%!%%
AVeV
FjîVcY^c]V
I^_jXVhYdHja
IjcVhYdEVgVc{
&9VYdhgZ[ZgZciZhVdVcdYZ'%%'#
))!.)
&%%!%%
9djidgJanhhZh&
)*!%-
**!*'
&%%!%%
*%!)+
8Zggd6oja
&%%!%%
7dXV^kVYdHja
)*!.'
*%!-'
(,!%(
(+!%%
).!.%
))!&'
8dciZcYV
&%%!%%
&%%!%%
6Yg^Vceda^h
6\jYdhYdHja
Bjîd7V^md
&%%!%%
7VahVCdkV
7V^md
:higjijgVYV9ZheZhVh
(-!,*
)*!%(
))!)(
)&!,'
)*!&(
(,!+,
)(!+%
)%!'.
(.!'&
*'!-.
))!+-
(,!*-
(-!,*
&!.(
)!(%
,!&*
'!'%
&!-,
(!,&
'!&.
'!-(
*!*(
%!,.
'!%&
-!'+
)!*,
&)!')
(!--
(!),
-!)(
-!%+
(!&%
(!,)
&%!.+
)!))
.!'.
&,!('
)!'+
&'!*,
+&!.+
+.!*+
+-!+*
+)!()
*,!-)
,%!)*
++!)&
+*!,+
,(!)*
*'!()
)(!&%
**!+,
+.!))
+&!.+
+.!,&
+-!.(
+,!'%
*.!&%
,'!-*
+-!&(
,'!')
,(!..
*(!+&
))!-*
**!,%
+.!+&
-!&.
*.!&) &(!)%
,'!') &%!&+
+(!+& &,!+&
+(!+. &*!')
+%!)& &-!+-
+-!&' '%!*,
,&!++ &+!.*
*+!*+ '&!%&
*)!&, &'!'*
,'!'' (&!%&
-'!+' '.!(*
*&!.*
++!)* '&!-(
G^\^YZoYd G^\^YZoYd
DgVbZcid DgVbZcid <Vhid
9ZheZhV
DjigVh HZgk^d >ckZhi^bZcid
IdiVa
;^hXVa
HdX^Va IdiVa
IdiVa
EZhhdVa 9ZheZhVh
YV
ZDjigVh
Afj^YV
8dggZciZh 9^k^YV 9Zhe#8VeîVa
BVcY^gîjWV
Bjc^Xe^dHZ\jcYd
CkZaYZ>ciZ\gVd
9ZheZhV
<VhidJgWVcd
Eg^dg^YVYZYZ<Vhid
(!()
&%!&+
*!--
-!*'
.!'+
&'!+&
&+!.*
'!)-
&!(&
&)!..
&-!()
+!&+
+!*'
%!''
%!*,
%!%,
.!-)
&&!((
(!.'
-!((
,!.*
&,!.'
&%!+*
&%!)%
'!--
&!++
&)!.(
%!(.
&!%-
%!*&
*!(,
&!+'
%!'.
JgWVc^hbd =VWîVd IgVchedgiZ HVcZVbZcid
I67:A6*#+>cY^XVYdgZh;^cVcXZ^gdhYV9ZheZhV!EdgBjc^Xe^dh!
HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVd"GB8'%%(:bXdci^cjVd
'!''
%!&&
%!'.
%!'*
+!*&
%!(+
%!%'
<Zhid
6bW^ZciVa
Ampliando a rigidez do gasto pblico em alguns municpios, tem-se as despesas
com servios da dvida que giram em torno de 8% em Almirante Tamandar e Quatro
Barras. Em toda a RMC a situao menos comprometida com essas despesas de difcil
compresso encontrada em Curitiba, cujos gastos com pessoal representam 26% do
total e o servio da dvida da ordem de 4%. Os municpios de Pinhais e Campina
Grande do Sul esto em situao intermediria comprometendo, respectivamente, 38 e

4% de suas despesas, enquanto Balsa Nova e Rio Branco do Sul comprometem 36 e 2%,
respectivamente. O comprometimento da estrutura da despesa pode ser melhor observado
atravs dos indicadores de rigidez do oramento total e rigidez do oramento fiscal que
captam no apenas as despesas resultantes de obrigaes legais, sejam constitucionais

ou sejam financiadas com recursos vinculados, como tambm as despesas de difcil
compresso. Esses dois conjuntos de despesas so divididos tanto pela receita total
como pela receita fiscal, indicando qual a parcela do oramento comprometida por essas
despesas. De modo geral, muito acentuada a rigidez do oramento da grande maioria
dos municpios da Regio sendo a situao mais confortvel encontrada em Curitiba, onde
esses indicadores so 41% e 42%, respectivamente, Balsa Nova onde atingem 43% e 45%,
respectivamente, e ainda em So Jos dos Pinhais onde esses indicadores representam
48% e 54%, respectivamente. Em todos os demais municpios a rigidez oramentria
superior a 50%, chegando prxima a 80% em Almirante Tamandar.
Outro conjunto de indicadores de despesa refere-se prioridade do gasto,

destacando-se na estrutura da despesa segundo funes os gastos sociais e, em detalhe, o
gasto com funes urbanas (Mapa 5.2).
Destaca-se de imediato a elevada presena do gasto social4, sempre superior a
52% e chegando a atingir 83% em Curitiba e Balsa Nova. Essa predominncia revela
que o avano do processo de descentralizao trazido pela Constituio de 1988 acaba
por conferir aos municpios, como sua principal responsabilidade, a gesto de programas
sociais de interesse local. A nica exceo Araucria cujo gasto social da ordem de
43% do total da despesa.
Em todos os municpios da Regio a educao infantil, pr-escolar e primeiro
segmento do ensino fundamental esto integralmente municipalizados, cabendo ao
4
O gasto social inclui despesas com Assistncia Social, Previdncia, Direitos da Cidadania, Sade,
Educao, Cultura, Trabalho, Desporto e Lazer e ainda as despesas relativas Saneamento, Habitao,
Urbanismo e Gesto Ambiental
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
147
147
Estado o ensino de 5 a 8 srie e o ensino mdio. Tambm o atendimento bsico em
sade assumido por todos os municpios, sendo que muitos deles assumem tambm
parcela do atendimento especializado, tanto ambulatorial como hospitalar. No entanto

com variaes no grau de interdependncia, todos os municpios da Regio tm como
principal referncia para atendimento especializado e internaes hospitalares Curitiba
e Campina Grande do Sul. As vinculaes legais com relao aos recursos e prestao
desses servios explicam os nveis de despesa a eles associados.
As despesas mais vinculadas ao gasto urbano, por sua vez, representam parcela
importante do gasto social, notadamente em Curitiba onde atingem cerca de 38% do total,
representadas basicamente pelas despesas com urbanismo, que abrange no apenas as obras de
infra-estrutura urbana, mas tambm diversos servios urbanos como coleta e tratamento de
lixo, iluminao pblica, sendo que alguns municpios incluem a as despesas com transportes
urbanos. Esse o caso de Curitiba, onde as despesas com habitao (a cargo de empresa
vinculada Prefeitura, a COHAB-CT) e gesto ambiental representam menos de 1% do
total da despesa e os gastos com saneamento esto a cargo da concessionria estadual.
Destacam-se a seguir, pela representatividade do gasto urbano, os municpios de Rio
Branco do Sul,5 com 31% (15% em urbanismo, 10% em transporte e 5% em saneamento)
e Balsa Nova com 29% (18% em urbanismo, 7% em gesto ambiental e 3% em transporte),

ambos situados no grupo de municpios de baixo nvel de integrao na dinmica metropolitana. A seguir tem-se So Jos dos Pinhais onde o gasto urbano representa 28% do
total das despesas municipais, sendo composto principalmente por transportes (19%) e
urbanismo (5%). Na seqncia tem-se Campo Magro, onde o gasto urbano da ordem de
25% (21% em urbanismo e 3% em gesto ambiental), Campina Grande do Sul com 23%
(12% transporte e 7% urbanismo), e Mandirituba e Itaperuu, ambos com 22% de gasto
urbano e predomnio da despesa com transporte, seguida por urbanismo.
*#)# >cY^XVYdgZhYZ>ckZhi^bZcidZYZ:cY^k^YVbZcid
Outro conjunto de indicadores financeiros municipais refere-se ao investimento e ao
endividamento dos municpios (Tabela 5.7). O investimento efetivo relaciona o montante
de investimentos e inverses financeiras com a receita total. importante lembrar que
5
148
Rio Branco do Sul o nico municpio da RMC cujos servios de abastecimento de gua e de esgoto
so operados pelo prprio municpio e no pela concessionria estadual.
148
um elevado valor para esse indicador pode indicar a presena de dficit oramentrio
em alguns municpios, visto que em alguns exerccios financeiros o investimento acaba
sendo financiado por dvidas com fornecedores, inscritas em restos a pagar. Com o intuito
de eliminar esse componente foi calculado o indicador de equilbrio de curto prazo que
calcula qual percentagem do total investido (ou da receita total) teria sido realizada em
equilbrio de curto prazo. Nos casos em que houve supervit do oramento o indicador
sobre o total investido superior a um.
:cY^k^YVbZcidZ8VeVX^YVYZYZ>ckZhi^bZcid
HjhiZciVWâ^YVYZ
Bjc^Xe^d
:fjâ^Wg^dYZ8jgidEgVod
>ckZhiYZ:fjâ^Wg^d
HZ\jcYdCkZa >ckZhi^b#
YZ>ciZ\gVd
Adc\d
:[Zi^kd HdWgZIdiVa HdWgZIdiVa 8jgid
>ckZhi^Yd
GZXZîV
EgVod
EgVod
8jgî^WVEad
:cY^kZ8dbegdbZci^bZcidYVGZXZîV
9^k^YV7gjiV$
9^k^YV
HZgk^d
GZX#8dgg# Afj^YV$GZX# 9^k^YV$GZX
Afj^YV
8dgg#Afj^YV 8dgg#Afj^YV
*!%+
&'+!+(
+!)&
&%,!%'
.*!'.
(&!&-
'*!)%
)!'%
6ab^gVciZ
IVbVcYVg
*!%'
&.!..
&(!+*
.!')
Bjîd6aid
8dadbWd
&%!.&
')(!%)
'+!*&
')&!+,
'&%!-'
'&!))
(%!',
)!-%
;VoZcYVG^d
<gVcYZ
&(!.(
..!-'
&(!.%
+*!)%
+&!%'
*-!-)
(-!-)
*!*&
E^c]V^h
')!,(
&%&!)-
'*!&%
&%&!)-
.*!,&
+!,)
&(!+&
)!(.
Hd?dhYdh
E^c]V^h
&)!(,
''%!%+
(&!+(
'&%!(.
&--!,-
-!&-
&%!,*
)!*(
6gVjX{g^V&
-!)-
'%'!.+
&,!'&
&.&!'%
&,-!.+
&.!%.
(!.%
(!*&
E^gVfjVgV
.!+(
,)!)*
,!&,
,)!)*
+.!**
&!(+
+!')
(!-,
8Vbe^cV<gVcYZ
YdHja
&+!%.
+'!))
&%!%*
*%!-%
((!((
&+!&'
-!+-
)!+%
8VbedAVg\d
&%!%.
(+!*)
(!+.
(*!&(
&*!(-
&,!*'
&(!-'
)!(+
8VbedBV\gd
&(!.+
&%%!'+
&)!%%
*(!-+
).!*%
*!,)
*!()
(!*&
>iVeZgjj
&(!-&
,'!'&
.!.-
,'!'&
,&!(&
&+!%%
&'!*.
)!(&
&)!(-
+)!.(
*+!+%
*!')
6aid
BY^d
&
BVcY^gîjWV
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
149
149
HZ\jcYdCkZaYZ>ciZ\gVdGB8'%%(ZbXdci^cjVd
:cY^k^YVbZcidZ8VeVX^YVYZYZ>ckZhi^bZcid
HjhiZciVWâ^YVYZ
Bjc^Xe^d
:fjâ^Wg^dYZ8jgidEgVod
>ckZhiYZ:fjâ^Wg^d
HZ\jcYdCkZa >ckZhi^b#
YZ>ciZ\gVd
Adc\d
:[Zi^kd HdWgZIdiVa HdWgZIdiVa 8jgid
>ckZhi^Yd
GZXZîV
EgVod
EgVod
FjVigd7VggVh
:cY^kZ8dbegdbZci^bZcidYVGZXZîV
9^k^YV7gjiV$
GZX#8dgg#
Afj^YV
9^k^YV
HZgk^d
Afj^YV$GZX# 9^k^YV$GZX
8dgg#Afj^YV 8dgg#Afj^YV
(!'%
--%!-+
'-!&*
-)(!-.
-)'!(,
-!,,
'+!&+
+!',
7VahVCdkV
&*!'&
&-%!&'
',!(.
&-%!&'
&*.!%,
)!&.
&!-&
G^d7gVcXdYd
Hja
.!',
&%'!((
.!).
&%'!((
.(!-.
(*!*,
')!()
%!,.
6Yg^Vceda^h
)!)-
-%!&+
(!*.
-%!&+
,)!,+
''!+'
)!-,
*!*-
6\jYdhYdHja
&&!&%
--!*+
.!-(
-!-%
-!)(
')!&+
&-!'-
(!&)
7dXV^kVYdHja
(!-'
)(!*,
&!+,
'&!.'
%!'(
'!.-
(!(-
'!'+
'!.*
'+-!*-
,!.&
'(&!+*
&-(!*.
-!,(
.!%,
(!*.
,!--
&',!.*
&%!.*
&%(!*%
&%'!+,
*!''
%!&'
&!-+
7V^md
Bjîd7V^md
8Zggd6oja
8dciZcYV
9djidgJanhhZh
&
AVeV
-!*.
,,!--
+!+.
*&!.&
(*!'(
&,!.&
%!*(
'!(%
FjîVcY^c]V
(!+%
).!,-
)'!,.
,!+&
I^_jXVhYdHja
)!&*
&'!*.
,!&.
)!+%
IjcVhYdEVgVc{
&)!&*
&%)!*+
&)!-%
&%)!*+
&%)!*+
&!.-
-!*%
&!.'
CdiV/&9VYdhgZ[ZgZciZhVdVcdYZ'%%'#
Verifica-se que os maiores ndices para o investimento efetivo so encontrados

em Pinhais (25%), Campina Grande do Sul (16%), Balsa Nova (15%), Mandirituba,
Tunas do Paran, Campo Magro, Fazenda Rio Grande e Itaperuu, todos com 14%.
E desses municpios so deficitrios apenas Campina Grande do Sul, Fazenda Rio Grande
e Itaperuu.
Outros dois indicadores apresentam a sustentabilidade do investimento, a curto e
longo prazo, a partir da avaliao da qualidade das fontes que financiam o investimento
(ver Tabela 5.4). O indicador de sustentabilidade no curto prazo considera a parcela dos
investimentos e inverses financeiras lquidas financiadas por recursos de gerao interna.
150
150
No longo prazo deduz-se dessas fontes o montante oriundo de alienao de ativos e se
considera apenas 2/3 da receita de valores mobilirios, como forma de captar o efeito de
uma reduo da taxa de juros real. Esses indicadores revelam que municpios com mais
elevado grau de sustentabilidade do investimento no curto e longo prazo investiram
proporcionalmente muito pouco. O caso que mais chama a ateno o de Quatro Barras
que investiu apenas 3,2% de sua receita apesar de apresentar sustentabilidade no curto
e longo prazo superior a 840%; o mesmo ocorre com Colombo (11% de investimento,
sustentveis em mais de 200%), Contenda (investimento de 3%), So Jos dos Pinhais
(14% de investimento) e Araucria (8,5% de investimento) nos trs casos sustentveis
em mais de 180%. Verifica-se em todos esses municpios uma elevada poupana corrente
lquida, assegurando o financiamento de seus investimentos com recursos do prprio
exerccio fiscal. J Curitiba investiu 5% de sua receita total com sustentabilidade de 107%
a curto prazo e de 95% a longo prazo.
Destacam-se ainda os indicadores de endividamento que relacionam a dvida bruta,
a dvida lquida e os servios da dvida com a receita corrente lquida de cada municpio.
A dvida bruta considera dvidas de curto e longo prazo (restos a pagar processados,
precatrios, operaes de crdito, obrigaes legais e tributrias de longo prazo) e a dvida
lquida exclui ativos financeiros. Os valores mais elevados para o endividamento so
encontrados em Mandirituba, Fazenda Rio Grande, Quitandinha e Rio Branco do Sul. J
o maior comprometimento da receita com o servio da dvida encontrado em Almirante
Tamandar, seguido por Quatro Barras, Adrianpolis e Fazenda Rio Grande.
A questo a ser respondida por essa anlise at que ponto os municpios da RMC
apresentam condies financeiras de assumir aes em cooperao, entre si e com outros
nveis de governo, visando participar ativamente de uma poltica de desenvolvimento

urbano sustentvel. Esse desafio tanto maior quando se tem em mente as exigncias do
gasto com as polticas urbanas, onde predominam as despesas de capital que envolvem
recursos concentrados e com financiamento assegurado.
No ano de 2003, a trajetria financeira dos municpios da Regio foi, de forma
geral, equilibrada, de tal modo que a principal fonte de financiamento dos investimentos
foi a poupana corrente, ou seja, recursos oramentrios gerados ao longo do prprio
exerccio fiscal. No entanto, existem diferenas entre os diversos tamanhos de municpios,
em diferentes graus de integrao na dinmica metropolitana.
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
151
151
A autonomia das receitas, seja por base tributria, seja por base territorial,
especialmente significativa para Curitiba e para alguns municpios de seu entorno que
apresentam base industrial importante como Pinhais, So Jos dos Pinhais e Araucria.
A grande maioria dos municpios, em diferentes grupos de integrao na dinmica
metropolitana, apresenta um coeficiente de segurana legal das receitas superior a 90%,
uma vez que esse indicador fortemente afetado pelas transferncias constitucionais,
assim esses municpios apresentam tambm os valores mais elevados para o indicador
de vinculao legal de receitas, refletindo o recebimento de recursos para execuo de
polticas setoriais. So tanto municpios com muito alto nvel de integrao na dinmica
metropolitana, como Almirante Tamandar e Fazenda Rio Grande, como tambm
cidades com mdio nvel de integrao como Itaperuu e Mandirituba, que em todos os
casos se configuram como cidades dormitrio, apresentam elevadas taxas de crescimento
urbano e so altamente pressionadas por fluxos migratrios. Encontram-se ainda nesse
conjunto de municpios com elevado indicador de vinculao legal de receitas, municpios
com muito baixo nvel de integrao na dinmica metropolitana, como Agudos do Sul e
Tijucas do Sul, de base econmica rural. Certamente esse conjunto de municpios o que
apresenta maiores dificuldades para participar de atividades de interesse regional, dado
o comprometimento de seus recursos com o atendimento das necessidades crescentes de
sua populao.
Esses mesmos municpios apresentam uma elevada rigidez tanto do oramento

total como fiscal, gerada no apenas pela intensa prestao de servios financiados com
recursos vinculados, mas tambm pela forte proporo de gastos de difcil compresso.
Esse indicador especialmente elevado nos municpios de Almirante Tamandar, Colombo,
Fazenda Rio Grande e Piraquara, do grupo de municpios com nveis muito alto e alto
de integrao na dinmica metropolitana, em Campo Largo, Itaperuu e Mandirituba,
do grupo de mdia integrao, e ainda Adrianpolis, Contenda, Quitandinha e Tijucas
do Sul, municpios com nvel muito baixo de integrao na dinmica metropolitana.
Essa condio certamente tambm um fator impeditivo para que esses municpios
participem de aes coordenadas de interesse regional.
Do ponto de vista da prioridade do gasto pblico, de modo geral, todos os

municpios da RMC apresentam forte concentrao de gastos sociais, revelando que a
descentralizao de programas com recursos vinculados, trazida pela Constituio de 1988,
152
152
acaba por direcionar a maior parte das despesas do governo local para o atendimento s
necessidades sociais da populao. Destacam-se pela representatividade do gasto com
servios urbanos Curitiba e So Jos dos Pinhais, municpios mais populosos de toda a
Regio, e ainda Balsa Nova e Rio Branco do Sul, onde cerca de um tero das despesas
voltam-se para esses servios.
A avaliao da sustentabilidade dos investimentos a curto e longo prazo revela
que municpios com mais elevado grau de sustentabilidade do investimento no curto

e longo prazo investiram proporcionalmente muito pouco. O caso que mais chama a
ateno o de Quatro Barras que investiu apenas 3,2% de sua receita apesar de apresentar
sustentabilidade no curto e longo prazo superior a 840%; o mesmo ocorre com Colombo
(11% de investimento, sustentveis em mais de 200%), Contenda (investimento de 3%),
So Jos dos Pinhais (14% de investimento) e Araucria ( 8,5% de investimento) nos trs
casos sustentveis em mais de 180%.
Verifica-se em todos esses municpios uma elevada poupana corrente lquida,
assegurando o financiamento de seus investimentos, com a utilizao de recursos poupados
ao longo do exerccio fiscal.
J com relao aos indicadores de investimento efetivo seus valores mais elevados
so encontrados em Pinhais, Campina Grande do Sul, Mandirituba, Balsa Nova e Tunas
do Paran, em todos os casos esses investimentos so sustentveis a curto e longo prazo,
embora em nveis menos significativos que os anteriores.
Finalmente, com relao ao endividamento, os valores mais elevados para a
relao dvida bruta sobre receita corrente lquida so encontrados em Mandirituba,
Fazenda Rio Grande, Quitandinha e Rio Branco do Sul. J o maior comprometimento
da receita com o servio da dvida encontrado em Almirante Tamandar, seguido por
Quatro Barras, Adrianpolis e Fazenda Rio Grande. Esses indicadores revelam que
dificilmente esse grupo de municpios poder participar de aes cooperadas para a
poltica de desenvolvimento regional.
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
153
153
+
6
Captulo
XVeijad
9edi_Z[hW[i<_dW_i
A Regio Metropolitana de Curitiba peculiariza-se por uma ntida compartimentao

de seu territrio, no s associada s suas caractersticas naturais, bem como ao processo
de apropriao e reproduo do espao, materializado em uma urbanizao fortemente
concentrada em alguns pontos de seu territrio, lado a algumas reas que se mantm
margem dos processos socioeconmicos mais dinmicos.
O processo de concentrao de populao e atividades, que particulariza a Regio,
intensificou-se a partir da dcada de 1970. Parte substantiva dos fluxos populacionais,
decorrentes da intensa evaso ocorrida no meio rural do Paran, convergiu para Curitiba
e adjacncias, em grande medida sob estmulos de um elenco de polticas nacionais de
fomento ao desenvolvimento regional e urbano. Entre elas, a prpria institucionalizao
da RMC e a implementao de estratgias para atrao de investimentos produtivos de
porte significativo, tais como a implantao da refinaria Getlio Vargas, que est na origem
do Centro Industrial de Araucria, e a criao da Cidade Industrial de Curitiba, onde
se instalaram importantes plantas industriais, particularmente dos segmentos modernos
da metalmecnica.
Nos decnios seguintes, o mpeto de crescimento urbano continuou elevado,
particularmente no entorno metropolitano, o qual se destaca pela dinmica de crescimento
populacional, no apenas no Estado, mas tambm no conjunto das regies metropolitanas
brasileiras. Curitiba tambm se distingue como um plo que no demonstra sinais efetivos
de arrefecer seu crescimento, sendo ainda considerado um dos que mais cresce dentre os
plos desse conjunto de regies.
Levando-se em conta os volumes populacionais envolvidos e a crescente concentrao
desses contingentes em municpios perifricos ao plo metropolitano, tem-se como
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
155
155
conseqncia uma forte presso sobre suas estruturas administrativas que, repentinamente,
tiveram que assumir encargos para o atendimento a demandas ampliadas e diversificadas.
A resposta, porm, no tem sido homognea, configurando contrastes sociais.
Em contraposio s reas de concentrao, observa-se um conjunto de municpios
que se caracterizam pela presena maior de populao rural, baixo crescimento populacional,
precariedade dos servios sociais e nvel incipiente de atividade econmica particularmente
nas pores correspondentes ao Vale do Ribeira e sul da aglomerao metropolitana.
O rebatimento dessa dinmica demogrfica sobre o mercado de trabalho regional,
em um contexto marcado por baixo crescimento econmico, refletiu-se em um conjunto
de indicadores que apontam baixa capacidade de absoro de mo-de-obra. A Regio
Metropolitana de Curitiba apresentou, dentre as demais regies do Estado, a maior taxa de
desemprego e uma das menores relativamente evoluo do emprego formal, no perodo
1996/2001. Ela a nica mesorregio do Paran onde a taxa de crescimento anual do
emprego formal, nesse perodo, situou-se abaixo do incremento verificado na populao
em idade ativa e, tambm, aquela na qual essa populao apresentou o maior crescimento.
Neste sentido, o incremento ocupacional, em boa parte dos anos 1990, foi fortemente
marcado pela precarizao do trabalho, com aumento do setor informal. Outro aspecto
que particulariza esta Regio foi, nesse perodo, a perda expressiva de postos formais
de trabalho em alguns segmentos econmicos, particularmente nos setores financeiro e
construo civil.
Em que pesem essas dificuldades conjunturais, o mercado de trabalho da mesorregio
Metropolitana de Curitiba, principalmente no aglomerado metropolitano, diferencia-se
estruturalmente por apresentar, relativamente s demais mesorregies do Estado, um
nvel maior de formalizao do emprego. Alm disso, por concentrar as ocupaes nos
segmentos mais modernos da economia e, por conseqncia, as maiores oportunidades
de rendimento para a parcela de trabalhadores ligados a estes segmentos.
A rea rural da Regio Metropolitana de Curitiba merece destaque por polarizar o limite
mais precrio na ordem das desigualdades sociais. Se por um lado a Regio Metropolitana
o espao paranaense onde se realizam as maiores inverses de recursos, que propiciam
oportunidades de participao em um mercado de trabalho diversificado e o acesso a um
conjunto mais amplo de servios sociais a parcelas de sua populao, por outro, tambm o
lugar onde se concentram os maiores contingentes de pobreza, gerando ntida desigualdade
socioespacial e fazendo com que os extremos sejam caractersticas marcantes.
156
156
A enorme disparidade entre os municpios pode ser enquadrada em diversas

escalas. Alguns municpios de pequeno porte, distantes do plo metropolitano, com fortes
restries ao desenvolvimento agrcola, mas com importante participao de populao
rural, apresentam as situaes mais precrias quando educao, sade, habitao, infraestrutura urbana e pobreza. Encontram-se, neste conjunto, os municpios de Adrianpolis,
Agudos do Sul, Doutor Ulysses, Cerro Azul, Contenda, Itaperuu, Quitandinha, Tijucas
do Sul e Tunas do Paran, que apresentam valores do IDH-M entre os mais baixos no
Estado. Em contraposio, distinguem-se municpios com condio socioeconmica mais
favorvel, como Curitiba, o maior IDH-M no Paran, Araucria e Pinhais.
O aglomerado metropolitano, mesmo reunindo municpios com situao social
relativamente mais favorvel, concentra os maiores contingentes de populao em
situao de carncia. Em relao maioria dos indicadores sociais avaliados, o aglomerado
metropolitano registra valores que representam 75% ou mais do total de carncia (ou
ocorrncias indesejveis) observada nas vrias dimenses sociais. Curitiba representa, em
mdia, 38% do total, o que indica enorme distncia social entre bairros da cidade.
Em alguns casos, o grau de concentrao ainda maior do que o evidenciado pela
distribuio mdia das carncias/ocorrncias. Este o caso referente ao dficit habitacional
e ao desemprego urbano, em relao aos quais a participao de Curitiba se eleva para
valores prximos a 50% do total regional.
Os problemas de saneamento abastecimento de gua, esgotamento sanitrio e coleta
de lixo, em reas urbanas tambm esto concentrados no aglomerado metropolitano,
mas com maior participao dos municpios do entorno de Curitiba. Neste enfoque, cabe
salientar os municpios situados na poro sul da aglomerao metropolitana no que se
refere inadequao habitacional decorrente da falta de infra-estrutura.
O enfrentamento desses problemas esbarra na capacidade diferenciada dos municpios,
principalmente no que se refere disponibilidade de recursos financeiros. Os municpios
menores, particularmente aqueles em pior situao social, apresentam baixos nveis de
receita, com forte dependncia de transferncias da Unio. Porm, a diferenciao se coloca
tambm para os municpios maiores, fundamentalmente entre aqueles que compem o
ncleo metropolitano, como se observa entre Araucria e Colombo: o primeiro se destaca
pela forte concentrao de arrecadao e o segundo pela fraca performance arrecadadora;
no caso de Colombo, dado o intenso crescimento populacional, a menor capacidade de
arrecadao implica na menor receita per capita da mesorregio.
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
157
157
Os extremos de concentrao de riquezas e carncias, as desigualdades socioespaciais,
as presses de ocupao e usos sobre o ambiente natural, e a insero de conjuntos de
municpios em dinmicas comuns, enfatizam o desafio que se coloca gesto desse espao,
para a conquista do desenvolvimento regional (IPARDES, 2004a).
Desafio que no se restringe RMC, mas se generaliza nas demais regies metro-
politanas. Nesse sentido, cabe recolocar alguns aspectos que vm motivando o debate sobre
essas unidades, como o questionamento acerca das relaes entre os limites institucionais
e a abrangncia concreta da dinmica metropolitana (MOURA e FIRKOWSKI, 2001;
MOURA, 2002), e sobre a pertinncia dos limites municipais em espaos unos, alguns
dos quais configurados pelo extravasamento ou expanso da metrpole sobre unidades
de seu entorno, como o caso de Curitiba. Particularmente, nesta RM, a histria da
configurao do espao aglomerado no constata casos ntidos de conurbao, mas evidentes
de periferizao do plo, com hiatos fsicos em direo s sedes municipais, resultando
na anloga insularidade descrita.
O mosaico poltico-administrativo, em vez de estar absorvendo a desconcentrao

e possibilitando participao mais localizada no processo de gesto, pode estar criando,
sim, obstculos conquista de objetivos comuns, ao fazer com que prevaleam interesses
particulares ocultos por trs da autonomia adquirida em detrimento do desenvolvimento
menos desigual do espao como um todo.
Outra questo que se coloca se os demais municpios (aqueles no apontados em
nenhum posicionamento mais relevante nas escalas dos indicadores), diante deste recorte
nitidamente mais dinmico, estariam se beneficiando dos efeitos dessa dinmica. Ou, ao
contrrio, relegados a uma posio de isolamento do processo metropolitano, fadados
ao infortnio da estagnao. Mais que isso, sendo apontados como um pesado fardo
emprestando expresso usada por Veltz (2001) ao conjunto inserido nas relaes da
economia globalizada.
158
158
H[\[hdY_Wi8_Xb_e]h|YWi
BRANDO, Carlos Antonio; OLIVEIRA, Hiplita S. de. Diviso inter-regional do trabalho no Brasil
dos anos 90: perdas de quantidade e qualidade nos investimentos, empregos e instrumentos de regulao.
In: Ribeiro, A.C.T. et al. (Org.) Globalizao e Territrio: ajustes perifricos. Rio de Janeiro, Arquimede:
IPPUR, 2005, p.355-389.
COMEC. A institucionalizao da COMEC. Metrpolis em Revista, Curitiba: COMEC, v.1, n.1, p.8-10,
dez. 1999.
COMEC. Levantamento das reas irregulares. Curitiba, COMEC, 1997.
COMEC. PDI, bloco D: desenvolvimento institucional, produto 5.1: definio da misso institucional do
rgo metropolitano. Curitiba, 2002. Consrcio SOGREAH/COBRAPE.
COMEC. Planejamento. Disponvel em http://www.pr.gov.br/comec (acesso em setembro de 2005).

COMEC. Plano de Desenvolvimento Integrado: documento sntese para discusso. Curitiba, SEPL:
COMEC, 2001.
DELGADO, Paulo Roberto. Precarizao do trabalho e condies de vida: a situao da Regio Metropolitana
de Curitiba nos anos 90. Curitiba, 2001. Tese (Doutorado) UFPR.
DELGADO, Paulo Roberto; DESCHAMPS, Marley; MOURA, Rosa. Estrutura socio-espacial da Regio
Metropolitana de Curitiba: tipologia e mudanas no perodo 1980/1991. In.: RIBEIRO, L. C. de Q. (Org.).
Metrpoles: entre a coeso e a fragmentao, a cooperao e o conflito. So Paulo, Fundao Perseu Abramo:
Rio de Janeiro, FASE, 2004. Documento constante do CD-ROM encartado no livro.
DESCHAMPS, Marley. Vulnerabilidade socioambiental na Regio Metropolitana de Curitiba. Curitiba,

2004. Tese (Doutorado) UFPR.
FANINI, Valter. A instituio da gesto da Regio Metropolitana de Curitiba. Metrpolis em Revista,

Curitiba: COMEC, v. 3, n. 1, p. 29-32, out. 2001.
Como Anda Curitiba
159
8dbd6cYV8jgî^WV
159
FIRKOWSKI, Olga L. C. de F. A nova territorialidade da indstria e o aglomerado metropolitano de Curitiba.

So Paulo, 2001. 278 p. Tese (Doutorado) FFLCH, UNIVERSIDADE DE SO PAULO.
FIRKOWSKI, Olga L. de F. A nova lgica de localizao industrial no aglomerado metropolitano de Curitiba.

Revista Paranaense de Desenvolvimento, n.103, jul./dez. 2002, p.79-100.
FUKS, M. Democracia e polticas socias: consideraes a respeito dos conselhos do Paran. Porto Alegre,
[s.n.], 2001. Trabalho apresentado no Seminrio Internacional de Cincia Poltica, 2001, Porto Alegre.
FUKS, Mario. Democracia e participao no Conselho de Sade de Curitiba (1999-2001). In: FUCKS,
Mario; PERISSINOTO, Renato M.; SOUZA, Nelson Rosario de (Org.). Democracia e participao: os
conselhos gestores do Paran. Curitiba, Ed. UFPR, 2004.
FUKS, Mario; PERISSINOTTO, Renato M.; SOUZA, Nelson R. de. (Org.) Democracia e participao:
os conselhos gestores do Paran. Curitiba, Editora UFPR, 2004.
FUNDAO JOO PINHEIRO. Dficit Habitacional no Brasil. Municpios selecionados e micror-
regies geogrficas. Belo Horizonte: Ministrio das Cidades, Fundao Joo Pinheiro, 2005, 2. ed., 111 p.
(CD-Rom encartado)
GOHN, Maria da Glria. Conselhos Gestores e participao sociopoltica. So Paulo, Cortez, 2001.
IBGE. Censo demogrfico 2000. Rio de Janeiro, 2001.
IBGE. Censo demogrfico 2000: documentao dos microdados da amostra. Rio de Janeiro, 2002.
IBGE. Censo demogrfico Paran 1970, 1980, 1991. Rio de Janeiro, 1973-1996.
IBGE. Perfil dos municpios brasileiros: pesquisa de informaes bsicas municipais, 2001. Rio de
Janeiro, 2003.
IBGE. Regies de influncia das cidades 1993. Rio de Janeiro, 2000.

IBGE. Srie Estudos e Pesquisas. Informao demogrfica e socioeconmica. Evoluo e perspectivas da
mortalidade infantil no Brasil. Rio de Janeiro, IBGE, 1999.
IPARDES. Projeto governana urbana: estudo sobre conselhos municipais da RMC. Curitiba, 2004c.
IPARDES. Atlas das necessidades habitacionais no Paran. Curitiba, 2004b. 84p. Convnio Cohapar.
IPARDES. Atlas das necessidades habitacionais no Paran. Regies Metropolitanas. Curitiba, 2005c. 155p.
Convnio Cohapar.
IPARDES. Famlias pobres no Paran. Curitiba, 2003a.

IPARDES. Indicadores intrametropolitanos 2000: diferenas socioespaciais na Regio Metropolitana de
Curitiba. Curitiba: IPARDES, 2005a, 1 CD-Rom.
160
160
IPARDES. Leituras Regionais. Mesorregies Geogrficas: Metropolitana de Curitiba. IPARDES, 2004a.
Disponvel em www.ipardes.gov.br
IPARDES. Os vrios Parans. Estudos socioeconmico-institucionais como subsdio aos Planos de

Desenvolvimento Regional. Ipardes, dezembro de 2005b, 223p., mapas e tabelas anexas. Disponvel em
http://www.ipardes.gov.br/pdf/publicacoes/varios_paranas.pdf
IPARDES. Paran: diagnstico social e econmico. Curitiba, 2003b.

IPARDES. Redes urbanas regionais: Sul. Braslia: IPEA, 2000. (Srie caracterizao e tendncias da rede
urbana do Brasil, 6). Convnio IPEA, IBGE, UNICAMP/IE/NESUR, IPARDES.
IPEA. Caracterizao das regies metropolitanas institucionalizadas. Braslia, IPEA/DEPRU/CGEPUR;

Campinas: UNICAMP/NESUR, 1999. 4v. Verso preliminar.
IPPUC. Plano Diretor 2004: o planejamento urbano de Curitiba. Curitiba, IPPUC, 2004d, 110p.
IPPUC. Qualidade de vida 2003: educao. Curitiba, 2004a. 1 CD-ROM.
IPPUC. Qualidade de vida 2003: habitao. Curitiba, 2004b. 1 CD-ROM.
IPPUC. Qualidade de vida 2003: transporte. Curitiba, 2004c. 1 CD-ROM.
IPPUC. Transporte Coletivo. Evoluo da Rede Integrada de Transporte (1974/2000). Disponvel em
http://www.ippuc.org.br/pensando_a_cidade/index_transpcoletivo.htm (acesso em agosto de 2005).
MACEDO, J.;ODELL, W.J.; SMITH, M. Metodologia de Avaliao das Demandas por Habitao Popular
no Brasil. In: SERRA, M.V; MOTTA, D.M. da (Coord.). Estudos Estratgicos de Apoio s Polticas
Urbanas para os Grupos de Baixa Renda no Brasil. Programa Cities Alliance. Cities Without Slums. BANCO
MUNDIAL; CITIES ALLIANCE, 2005. CD-Rom (volume 1).
MACEDO, Mariano de M.; VIEIRA, V.F.; MEINERS, W.E.M de A. Fases do desenvolvimento regional
no Brasil e no Paran: da emergncia de um novo modelo de desenvolvimento na economia paranaense.

Revista Paranaense de Desenvolvimento, n.103, jul./dez. 2002, p.5-22.
MACHADO, Eloise H.H; BAPTISTA, Josil Voidela; KORNIN, Thas. Governana urbana: estudos sobre
conselhos municipais da Regio Metropolitana de Curitiba. In: SANTOS JUNIOR, O.A. dos; RIBEIRO,
L.C. de Q.; AZEVEDO, S. de. Governana democrtica e poder local: a experincia dos conselhos municipais
no Brasil. Rio de Janeiro, Revan : FASE, 2004.
MINISTRIO DA JUSTIA. Anlise comparativa da incidncia de homicdios mas Regies Metropolitanas
1980-2002. Segurana Pblica on line. Disponvel em: http://www.mj.gov.br/senasp/estatisticas/homicidios/

estat_homicidios1.htm (Acesso em: outubro de 2005).
MOURA, Rosa. Lacuna institucional da metropolizao: consideraes sobre a Regio Sul. Cadernos
Metrpole (desigualdade e governana), n.8, 2 sem. 2002, p.39-68, Editora da PUC So Paulo.
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
161
161
MOURA, Rosa; FIRKOVSKI, Olga L.C. de. Metrpoles e regies metropolitanas: o que isso tem em
comum? IX Encontro Nacional da ANPUR. Anais. Rio de Janeiro : ANPUR, 2001, v.1, p.105-114.
NOJIMA, Daniel. Crescimento e reestruturao industrial no Paran 1985/2000. Revista Paranaense de
Desenvolvimento, n.103, jul./dez. 2002, p.23-44.
NOJIMA, Daniel; MOURA, Rosa; SILVA, Sandra. Dinmica recente da economia e transformaes na
configurao espacial da Regio Metropolitana de Curitiba. IPARDES, Primeira Verso n 3, dezembro
2004. Disponvel em http://www.pr.gov.br/ipardes/pdf/primeira_versao/Dinamica_RMC.pdf
OBSERVATRIO DAS METRPOLES. Anlise das Regies Metropolitanas do Brasil Relatrio da
atividade 2: Tipologia social e identificao das reas vulnerveis. Convnio Ministrio das Cidades/Observatrio
das Metrpoles/FASE/IPARDES. Braslia, 2005d. 60p. Disponvel em http://www.observatoriodasmetropoles.
ufrj.br/produtos/produto_mc_2.pdf
OBSERVATRIO DAS METRPOLES. Anlise das Regies Metropolitanas do Brasil. Relatrio da
atividade 1: identificao dos espaos metropolitanos e construo de tipologias. Convnio Ministrio das
Cidades/Observatrio das Metrpoles/FASE/IPARDES. Braslia, 2005c. 118 p. Disponvel em http://www.
observatoriodasmetropoles.ufrj.br/produtos/produto_mc_1.pdf
OBSERVATRIO DAS METRPOLES. Anlise do Desempenho Fiscal das reas Metropolitanas.

Ministrio das Cidades/Observatrio das Metrpoles/FASE/IPARDES. Braslia, 2005b.Disponvel em
http://www.observatoriodasmetropoles.ufrj.br/produtos/produto_mc_4.pdf
OBSERVATRIO DAS METRPOLES. Metrodata. Desigualdades intraurbanas nas metrpoles brasileiras.

Convnio Ministrio das Cidades/Observatrio das Metrpoles/FASE/IPARDES. Braslia, 2005a. Disponvel
em http://www.observatoriodasmetropoles.ufrj.br/cd_metrodata/index.htm
OBSERVATRIO DAS METRPOLES. Necessidades habitacionais: dficit e inadequao. Disponvel
em: <http://www.observatorio.tk>. Acesso em: 15 jul. 2004.
OBSERVATRIO PARAN. Resultados da Pr-Conferncia da Regio Metropolitana de Curitiba.
Curitiba, Observatrio de Polticas Pblicas Paran, 2005, 32 p. Disponvel em www.observatorioparan.tk
(Acesso em: outubro de 2005)
PARAN. Governo do Estado. Legislao paranaense de recursos hdricos: Lei estadual n 12.726/99 e
decretos que estruturam a gesto de recursos hdricos no Estado do Paran. So Paulo, Astrias, 2002.
PERISSINOTTO, Renato M. Poder e participao no Conselho de Municipal de Assistncia Social de
Curitiba (1999-2001). In: FUCKS, Mario; PERISSINOTO, Renato M.; SOUZA, Nelson Rosario de (Org.).
Democracia e participao: os conselhos gestores do Paran. Curitiba, Ed. UFPR, 2004.
PNUD. Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2003. Braslia: PNUD: IPEA, Fundao Joo Pinheiro,
2003. Disponvel em: <http://www.ipea.gov.br>. Acesso em: 01 set. 2003.
162
162
PRETECEILLE, E.; RIBEIRO, L.C. de Q. Tendncias da segregao social em metrpoles globais e

desiguais: Paris e Rio de Janeiro nos anos 80. Revista Brasileira de Cincias Sociais. So Paulo, ANPOCS,
v.14, n.40., p.143-162, jun.1999.
PROJETO Metrpole, desigualdades socioespaciais e governana urbana: Rio de Janeiro, So Paulo e Belo
Horizonte. Projeto de pesquisa encaminhado ao Programa de Apoio a Ncleos de Excelncia (PRONEX), pelo
Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1997.
RIANI, J. L. R.; GOLGHER, A. B. Indicadores Educacionais confeccionados a partir de Base de Dados do

IBGE. In: RIOS-NETO, E. L.; RIANI, J. L. R. (Org.) Introduo Demografia da Educao. Campinas,
Associao Brasileira de Estudos Populacionais ABEP, 2004.
ROORDA, Marianna Sophie. Apresentao Lei Estadual de Recursos Hdricos e Situao atual. Sanepar.
Curitiba, 2005. 1 CD-Room. (Palestra proferida na Sanepar em 29/07/05).
SANTOS, Mauro Rego Monteiro dos. Conselhos Municipais: a participao cvica na gesto das polticas
pblicas. Rio de Janeiro. FASE, 2002. (Dissertao de Mestrado)
SERRA, M.V; MOTTA, D.M. da (Coord.). Estudos Estratgicos de Apoio s Polticas Urbanas para os
Grupos de Baixa Renda no Brasil. Programa Cities Alliance. Cities Without Slums. BANCO MUNDIAL;
CITIES ALLIANCE, 2005. CD-Rom (3 volumes)
SETRANSP. Informaes apresentadas na Conferncia das Cidades da Regio Metropolitana de Curitiba,
por Rodrigo C. Hoezel, do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros
de Curitiba e RMC. Curitiba, Comec, 2005 (CD-Rom).
SILVA, Sandra T. da; MOURA, Rosa. O setor servios no Paran ano 2000. II Encontro de Economia
Paranaense. Resumos, p. 26. CD-Rom, p.619/639 (rea Desenvolvimento Econmico e Meio Ambiente).
UEM-UEL-UEPG-UNIOESTE-IPARDES. Maring, 2003 (ISSN 1679-5814).
SIMES, Celso C. da S. Novas estimativas da mortalidade infantil no Brasil e suas regies. Rio de Janeiro,
2004. Disponvel em: www.sbpcnet.org.br/eventos Acesso em: 02 de setembro, 2005.
SOUZA, Nelson Rosario de. Cenrio e atores: a arena pblica do Conselho de Direitos da Criana e do
Adolescente de Curitiba (1997-2001). In: FUCKS, Mario; PERISSINOTO, Renato M.; SOUZA, Nelson
Rosario de (Org.). Democracia e participao: os conselhos gestores do Paran. Curitiba, Ed. UFPR, 2004.
ULTRAMARI, Clovis; MOURA, Rosa. Metrpole. Grande Curitiba: teoria e prtica. Curitiba,
IPARDES, 1994.
VELTZ, Pierre. Tempos da economia, tempos da cidade: as dinmicas. In: ACSELRAD, H. A durao
das cidades. Sustentabilidade e risco nas polticas urbanas. Rio de Janeiro, DP&A/CREA-RJ, 2001,
p.139-154.
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
163
163
7d[nei
B6E6&#&9^k^hdEdai^Xd6Yb^c^higVi^kVYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZ8jgî^WV'%%+
;dciZh/>7<:$>E6G9:H
Como Anda Curitiba
8dbd6cYV8jgî^WV
165
165
B6E6'#&EVgi^XêVdYdBjc^Xe^dcdK6;IdiVaYd:hiVYdGB8&.,*Z'%%(
&%
K6;idiVaYdEVgVc{
HZb^c[dgbVd
1%!'*
;dciZh/H:;6$>E6G9:H
166
166
32%!'*V1&
32&V1*
&%
32*
'%`b
B6E6(#&gZVhYZEdcYZgVdYd8Zchd9Zbd\g{XdYZ'%%%6:9
GZ\^dBZigdedaîVcVYZ8jgî^WV
&%
&%
'%`b
;dciZh/>7<:$>E6G9:H
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
167
167
B6E6(#'gZVhYZEdcYZgVdYd8Zchd9Zbd\g{XdYZ'%%%6:9
6\adbZgVYdBZigdedaîVcd
;dciZh/>7<:$>E6G9:H
168
168
B6E6(#(IVmVYZ9ZhdXjeVd!HZ\jcYd6:9GB8'%%%
&%
&%
'%`b
YVE:6fjZZhiVkVYZhdXjeVYVcVhZbVcVYZgZ[ZgcX^VYZ8Zchd9Zbd\g{Xd'%%%
&.!%&"'&!&
(!%)".!).
.!*%"&'!.)
&'!.*"&*!,.
&*!.%"&.
;dciZh/>7<:$>E6G9:H
Como Anda Curitiba
8dbd6cYV8jgî^WV
169
169
B6E6(#)Iêdad\^VHdX^dZheVX^VaGB8'%%%
&%
&%
Iêdad\^V
HjeZg^dg
BY^dhjeZg^dg
EdejaVgdeZg{g^d
BY^d^c[Zg^dg
EdejaVgV\gXdaV
6\gXdaVdeZg{g^d
6\gXdaV
;VkZaVh
;dciZh/DWhZgkVig^dYVhBZigedaZh$>E6G9:H
170
170
'%`b
B6E6(#*IVmVYZEdWgZoV!HZ\jcYd6:9GB8'%%%
&%
&%
'%`b
YZ[Vba^VhXdbgZcYVbZchVaeZgXVeîVYZVi&$'hVa{g^dbc^bd
%!*)"*!-&
*!-'"&(!%&
&(!%'"'%,
'%!,&"(''&
('!''"*,!'.
;dciZh/>7<:$>E6G9:H
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
171
171
B6E6(#&(6YZfjVd>YVYZ$Hg^ZYZEZhhdVhZcigZ,Z&)Vcdh!HZ\jcYd6:9GB8'%%%
&%
&%
'%`b
YVedejaVdfjZ[gZfZciVVhg^ZVYZfjVYVhdWgZVedejaVdfjZ[gZfZciVVZhXdaVZb^YVYZ
ZcigZ,Z&)Vcdh
)!-*"*,!-(
*,!-)"+-!%&
+-!%'",+!(
,+!(&"-*!+*
-*!++".,!&
;dciZh/>7<:$>E6G9:H
172
172
B6E6(#&)>cVYZfjVd;jcY^{g^V!HZ\jcYd6:9GB8'%%%
&%
&%
'%`b
YZYdb^Xa^dhegeg^dhhZbegdeg^ZYVYZYdiZggZcd
%"(!*(
(!*)",!(.
,!)%"&'!(*
&'!(+"'%+&
'%!+'"()!(
;dciZh/>7<:$>E6G9:H
Como Anda Curitiba
8dbd6cYV8jgî^WV
173
173
B6E6(#&*6WVhiZX^bZcidYZ\jV!HZ\jcYd6:9GB8'%%%
&%
YZYdb^Xa^dhjgWVcdhXdb{\jVXVcVaôVYVZbeZadbZcdhjbXbdYd
HZbYdb^Xa^dhjgWVcdh
-(!.)".'!%.
;dciZh/>7<:$>E6G9:H
174
174
%"&.!(+
.'!&%".,!%&
&.!(,"-(!.(
.,!%'"&%%
&%
'%`b
B6E6(#&+>chiVaVdHVcî{g^V!HZ\jcYd6:9GB8'%%%
&%
&%
'%`b
YZYdb^Xa^dhjgWVcdhXdb^chiVaVdhVcî{g^Va^\VYV|gZYZ\ZgVadj[dhhVhei^XV
%"(%!%-
(%!%."**!',
**!'-",-!()
,-!(*".&!,&
.&!,'"&%%
;dciZh/>7<:$>E6G9:H
Como Anda Curitiba
8dbd6cYV8jgî^WV
175
175
B6E6(#&,9db^Xa^dhEVgi^XjaVgZhEZgbVcZciZhZb6\adbZgVYdhHjWcdgbV^h!
HZ\jcYd6:9GB8'%%%
&%
&%
'%`b
YZeZhhdVhfjZigVWVa]VbdjZhijYVb[dgVYdYdb^Xa^ddcYZgZh^YZb!Y^g^\^cYd"hZ|8jgî^WV
%'!&(
'!&)+!,,
;dciZh/>7<:$>E6G9:H
176
176
+!,-&(!,'
&(!,(',!'&
',!'',*!*+
B6E6(#&-9db^Xa^dhXdbIdYdhdh7ZchYZJhd9^[jcY^Yd!HZ\jcYd6:9GB8'%%%
&%
&%
'%`b
YZYdb^Xa^dhfjZedhhjZbg{Y^d!iZaZk^hdZ\ZaVYZ^gV
&-!+,)%!&+
)%!&,,)!%-
,)!%.-*!&
-*!&&.&!.
.&!.&.-!&&
;dciZh/>7<:$>E6G9:H
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
177
177
B6E6(#&.9Xî=VWîVX^dcVaGZaVi^kd!HZ\jcYd6:9GB8'%%%
&%
&%
'%`b
%!+)(!(
(!(&)!,
;dciZh/>7<:$>E6G9:H
178
178
)!,&*!.*
*!.+,!(*
,!(+.!(.
B6E6(#'%Bdk^bZcidEZcYjaVgZb9^gZdVdEdad!HZ\jcYd6:9GB8'%%%
&%
&%
'%`b
%-!,(
-!,)'.!.&
'.!.'*+!,&
*+!,',,!,(
,,!,).+!&(
;dciZh/>7<:$>E6G9:H
8dbd6cYV8jgî^WV
Como Anda Curitiba
179
179
B6E6(#'&Bdk^bZcidEZcYjaVg!HZ\jcYd6:9GB8'%%%
&%
&%
'%`b
YZeZhhdVhYV{gZVfjZhZY^g^\Zb|8jgî^WVeVgVigVWVa]VgZ$djZhijYVghdWgZdidiVa
YZeZhhdVhfjZigVWVa]VbZ$djZhijYVb[dgVYdbjc^Xe^dYZgZh^YcX^V
%*!')
*!'*&&!',
;dciZh/>7<:$>E6G9:H
180
180
&&!'-'(!%*
'(!%+(.!.)
(.!.*++!(+
B6E6*#&6jidcdb^VYVGZXZîVYdBjc^Xe^dGB8'%%(
gZXZîVegeg^VcdidiVaYVgZXZîV
HZb^c[dgbVd
1*
9VYdhgZ[ZgZciZhVdVcdYZ'%%'
32*V&%
32'*
32&%V'*
&%
&%
'%`b
;dciZh/B;"HIC$>EEJG"J;G?
Como Anda Curitiba
8dbd6cYV8jgî^WV
181
181
B6E6*#'<VhidHdX^VaYdBjc^Xe^dGB8'%%(
cVYZheZhVidiVa
HZb^c[dgbVd
1*%
9VYdhgZ[ZgZciZhVdVcdYZ'%%'
;dciZh/B;"HIC$>EEJG"J;G?
182
182
32*%V+%
32,*
32+%V,*
&%
&%
'%`b
Conjuntura Urbana
Como Anda Maring

Autores
Ana Lcia Rodrigues

Simone Pereira da Costa
Lgia Carla C. Ferrari
Adeir Archanjo da Mota
Altair Aparecido Galvo
Marivnia Conceio de Arajo
Ivana Veraldo
Willian Antonio Borges
Gislaine Elizete Beloto
Fabola Castelo de Souza Cordovil
Silvio Jos Bondezan
Eliseu Pereira dos Santos
Celene Tonella
Maria Cristina Rosa
Luiz Modesto Costa
Organizadora
Ana Lcia Rodrigues
?djheZke
A Regio Metropolitana de Maring (RMM) resulta dos processos de instituio
mais recentes, tendo sido criada pela Lei Estadual 83/98, compondo-se de oito municpios,
aos quais foram acrescidos: Floresta, em 2002, pela Lei Complementar 13.565/2002, e
Doutor Camargo, Ivatuba, Astorga e Itamb, em 2005, pelo Projeto de Lei Complementar
18/2005. Esta pesquisa se realizou sobre os municpios de Maring, Sarandi, Marialva,
Mandaguari, Paiandu, ngulo, Iguarau, Mandaguau e Floresta, pois nos limitamos
anlise dos municpios que compunham a RMM at dezembro de 2004. Oportunamente,
retomaremos a pesquisa completando a anlise do quadro metropolitano atual, porm
destacamos que o ingresso indiscriminado de novas municipalidades na RM dificulta a
sua implementao efetiva que, at o presente momento, no se deu.
Assim, a produo deste documento tem um significado de alta relevncia para
o conjunto metropolitano constitudo, por duas razes principais, dentre outras. De
um lado, no h estudos sistematizados que abarquem essa nova unidade territorial
com o nvel de abrangncia que esta pesquisa alcana. Por outro lado, a prpria regio,
institucionalmente instalada, ainda busca formas de se consolidar como tal, ou seja,
formas de alcanar a sua implementao efetiva. O amplo diagnstico ora realizado
contribuir para esse processo bem como para o fornecimento de dados que subsidiem
a elaborao de futuras aes, sejam locais ou cooperadas, para a implementao de
polticas pblicas metropolitanas.
Dentre as principais questes regionais, a desigualdade entre as municipalidades
se destaca. A cidade plo apresenta ndices de renda, de incremento econmico,
de organizao institucional, de demografia, de habitao e de violncia bastante
Como Anda Maring
185
8dbd6cYVBVg^c\{
185
diferenciados daqueles dos demais municpios. Desde a sua implantao, processos de
segregao socioespacial foram os definidores de uma espacialidade que se caracteriza

por esse perfil, especialmente na rea conurbada1, formada por Maring, Sarandi e
Paiandu.
A pesquisa foi realizada pelo Observatrio das Metrpoles: Ncleo Regio

Metropolitana de Maring, do Centro de Cincias Humanas, Letras e Artes-CCH, da
Universidade Estadual de Maring - UEM, vinculado rede nacional Observatrio das

Metrpoles do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano-IPPUR, da Universidade
Federal do Rio de Janeiro-UFRJ. A equipe local constituda por docentes pesquisadores
dos departamentos de Cincias Sociais, Arquitetura e Urbanismo e Educao da UEM, por

gegrafo da Prefeitura Municipal de Maring, docentes de outras instituies de ensino
superior, bem como discentes dos cursos de Cincias Sociais e Arquitetura e Urbanismo,
vinculados atravs de projetos de iniciao cientfica.
A espacializao de informaes a um nvel intrametropolitano que englobasse a
totalidade do territrio metropolitano foi realizada com a utilizao de dados censitrios
em AEDs2. Neste trabalho, esta a base geogrfica para a elaborao de mapas com a
espacializao de informaes. O territrio da RMM foi dividido em 25 AEDS, conforme

a Tabela 1, e espacializado no Mapa 1.
186
Segundo o Dicionrio Aurlio: Sculo XXI (1999), conurbao o conjunto formado por uma cidade
e seus subrbios, ou por cidades reunidas, que constituem uma seqncia, sem, contudo, se confundirem, ou seja, um espao formado por vrios municpios em uma nica mancha urbana.
As AEDs so agregaes de setores censitrios urbanos e rurais definidas pelo IBGE. O padro de
apresentao de indicadores ser feito por AEDs ou reas Homogneas e sero apresentados em
mapas. Os dados por municpio sero apresentados em tabelas.
186
I67:A6&gZVhYZEdcYZgVd6bdhigVa6:9hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%%
6:9h
CdbZh
8Y^\d
c\jad
c\jad
)&%&&*%%%&%%&
;adgZhiV
;adgZhiV
)&%,.%%%%&%%&
>\jVgVj
>\jVgVj
)&&%%%(%%&%%&
BVcYV\jVj
BVcYV\jVj
)&&)&%)%%&%%&
BVcYV\jVg^
BVcYV\jVg^
)&&)'%(%%&%%&
BVg^VakV
BVg^VakV
)&&)-%,%%&%%&
BVg^c\{
KâVBdgVc\jZ^gV
)&&*'%%%%&%%&
BVg^c\{
?VgY^b6akdgVYV
)&&*'%%%%&%%'
BVg^c\{
J:B=J
)&&*'%%%%&%%(
BVg^c\{
OdcV-KâVHVcid6cic^d
)&&*'%%%%&%%)
BVg^c\{
OdcV*
)&&*'%%%%&%%*
BVg^c\{
OdcVh%&%'%(Z%)
)&&*'%%%%&%%+
BVg^c\{
?VgY^bHd?dg\ZZBVcYVXVgj
)&&*'%%%%&%%,
BVg^c\{
8dc_jcidI]V^h6akdgVYV>>
)&&*'%%%%&%%-
BVg^c\{
GZfj^d
)&&*'%%%%&%%.
BVg^c\{
OdcVHjaEVgiZHja
)&&*'%%%%&%&%
BVg^c\{
6Zgdedgid6ci^\d
)&&*'%%%%&%&&
BVg^c\{
8^YVYZCdkV8deVXVWVcV'
)&&*'%%%%&%&'
BVg^c\{
=dgid;adgZhiVa
)&&*'%%%%&%&(
BVg^c\{
Dabe^XdOdcVCdgiZEVgiZGjgVa
)&&*'%%%%&%&)
EV^VcYj
EV^VcYj
)&&,*%(%%&%%&
HVgVcY^
HVgVcY^8ZcigdHja
)&'+'*+%%&%%&
HVgVcY^
HVgVcY^8ZcigdCdgiZ
)&'+'*+%%&%%'
HVgVcY^
?VgY^b>cYZeZcYcX^V
)&'+'*+%%&%%(
HVgVcY^
A^c]VYdIgZb
)&'+'*+%%&%%)
;dciZ/>7<:#8ZchdYZbd\g{Xd'%%%BZigdYViV#
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
187
187
B6E6&gZVhYZ:meVchd9Zbd\g{XVYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%%
>YZci^XVdYVh6:9h
(#,%(#,,#)&&#&&)#-`b
:hXVaV&/(,%%%%
&#Dabe^Xd"OdcVCdgiZ
'#8dc_jcidI]Vh"6akdgVYV>>
(#8^YVYZCdkV8deVXVWVcV'
)#J:B"=J
*#?VgY^b6akdgVYV
+#GZfj^d
,#KâVBdgVc\jZ^gV
-#6Zgdedgid6ci^\d
.#OdcV%-"KâVHVcid6cidc^d
&%#OdcVh%&!%'!%(Z%)
&&#OdcV%*
&'#?VgY^bH#?dg\ZZBVcYVXVgj
&(#=dgid;adgZhiVa
7VhZ8Vgid\g{XV/>7<:#
:aVWdgVd/DWhZgkVig^dYVhBZigedaZh!'%%+#
188
188
&)#OdcVHja"eVgiZgjgVa
&*#?VgY^b>cYZeZcYcX^V
&+#8ZcigdCdgiZ
&,#A^c]VYdigZb
&-#8ZcigdHja
&.#>\jVgVj
'%#c\jad
'&#BVcYV\jVj
''#EV^VcYj
'(#;adgZhiV
')#BVg^VakV
'*#BVcYV\jVg^
Captulo
1&
XVeijad
Ana Lcia Rodrigues, Simone Pereira da Costa,
'$ E9edj[nje>_ijh_Ye[W?dij_jkY_edWb_pWe
ZWH[]_eC[jhefeb_jWdWZ[CWh_d]|
&#&# 8VgVXiZgôVdYdFjVYgd=^hig^XdZ>chiîjX^dcVa
YVgZVBZigdedaîVcV
A partir do anos 1930, a regio Norte do Estado do Paran vivenciou um intenso
processo de ocupao capitalista. Imensas dimenses desse territrio, consideradas pelo
Estado e por agentes sociais a ele associados como vazios demogrficos, foram incorporadas
ao sistema nacional de produo de caf e, posteriormente, ao de outros gros.
Nessa regio, Maring desponta, desde os anos 1950, como uma cidade que conjuga
crescimento populacional e intenso ritmo de urbanizao. France Luz (1997) afirma que,
em 1950, apenas 18,8% da populao de Maring residia na rea urbana do municpio e
81,2% na rea rural. Em 1960, o quadro era bem diferente: 45,7% na rea urbana e 54,3%
na rea rural. Ou seja, em uma dcada, a populao urbana cresceu trs vezes mais que
a rural. Como destacou Luz (1999, p. 123), Maring foi um dos principais ncleos de
povoamento fundados pela Companhia Melhoramentos Norte do Paran e, rapidamente,
se constituiu em um dos mais importantes centros urbanos do Estado.
Na nossa percepo, Maring estava integrada ao projeto, promovido pelo executivo
federal, de ocupao capitalista de reas consideradas de fronteira agrcola. Aqui, as entidades
federal e estadual se associaram a uma companhia de terras inglesa para incorporarem as
novas reas do territrio dinmica produtiva.
Como Anda Maring
189
8dbd6cYVBVg^c\{
189
Um dado importante a ser destacado o de que, assim como outros municpios
do interior do Pas que se tornaram importantes centros urbanos, Maring tem todo o
seu dinamismo econmico vinculado s atividades agropecurias, o que no significa
uma contradio com o acelerado processo de urbanizao que ela experimenta. H,

sim, harmonia entre uma economia regional voltada para a produo agropecuria e
agroindustrial e a consolidao de Maring como a cidade plo, onde se desenvolvem
o comrcio e os servios. em Maring que se renem diversos grupos sociais que se
esforam para tornar toda essa regio e, particularmente, o municpio plo, em um lugar
de pujana, tranqilidade e excelente qualidade de vida.
Uma parcela influente da opinio pblica local mostra grande satisfao ao ver a
cidade ser rotineiramente apontada como um dos melhores municpios do Brasil. Para
eles, isso foi conseguido porque Maring se tornou a Dallas brasileira, como mostrou a
emblemtica e polmica matria da revista Veja, em 1999, ao apresentar uma foto area
da regio central da cidade, tirada noite, imagem que um dos cartes postais do
municpio:
Poucas pessoas que olhem para a constelao de arranha-cus iluminados da foto

no alto desta pgina imaginariam que ela apresenta uma cidade com pouco mais de
cinqenta anos de existncia. Afinal, a imagem sugere semelhana com Curitiba,

Belo Horizonte e at com So Paulo. Pegue essa mesma foto e pea a opinio da
empresria Carmem Panza, uma maringaense de 41 anos de idade. Orgulhosa e
espontnea ela dir: No igualzinha a Dallas? Carmem a porta-voz de um desejo

mal disfarado dos moradores dessa espcie de capital do noroeste do Paran: ser
uma capital do Texas ou da Califrnia no Brasil (...) So 285.000 habitantes e renda

per capita de 7.000 dlares. As taxas de homicdio e analfabetismo esto entre as
mais baixas do Brasil. Toda populao tem acesso a gua encanada e coleta de lixo.
(LIMA, 1999, p. 19).
Com matrias ufanistas como essa, pintando uma imagem estereotipada de um
municpio que no nem to rico, nem to pujante e nem to parecido com Dallas,
os representantes de determinados grupos polticos vm promovendo e consolidando
um projeto de cidade que se encontra em consonncia com um determinado tipo de
desenvolvimento que nem sempre o mais justo, democrtico e inclusivo. Destacamos
que as constantes reafirmaes da pujana encobrem alguns indicadores sociais no to

favorveis para a prpria cidade e, sobretudo, para os demais municpios que compem
a sua regio metropolitana.
190
190
Entretanto, a vontade de aproximar Maring de Dallas no unnime e, talvez, no
seja nem mesmo hegemnica. As reaes contrrias a essa imagem no so imprevistas

e denotam uma das contradies prprias das cidades que esto vendo os seus espaos
urbanos se tornarem lugares cada vez mais complexos e plurais. Para algumas pessoas, o
projeto Maring-Dallas contraria o entendimento que elas tm do que seria uma cidade
moderna, cosmopolita, urbana e do futuro. H, portanto, em Maring um complexo
jogo de classificaes que ajudam alguns grupos a criarem as suas prprias configuraes
dentro de um espao que tambm palco de disputas de diferentes projetos polticos

e culturais.
importante considerar que, em dissonncia com os indicadores positivos,
constantemente relembrados quando se fala de Maring, existem outros dados no muito
entusiasmantes, alguns deles trabalhados nos captulos que se seguem. Alm disso, Maring
est circunscrita a uma regio na qual as notcias de violncia e atrocidades contra os
pobres do campo so constantes. Em 1999, portanto no mesmo ano em que foi publicada
a matria da revista Veja, que associava Maring cidade de Dallas, uma matria da revista
Caros Amigos denunciava uma outra fase de recrudescimento contra os movimentos que
lutam pela democratizao do acesso terra no Paran:
Madrugada fria, por volta das 3h. A escurido total, e no descampado em volta h
muito silncio, a sensao de quietude e paz. De repente, eclode o inferno. Centenas
de pontos de luz invadem o negrume da noite, tiros, ces ferozes ladram, bombas
explodem na escurido (...) Com as mos na nuca, os homens so obrigados a deitar
de bruos sobre o cho lamacento. As mulheres e as crianas, amedrontadas e vigiadas
por ces, so levadas para outro canto, sem direito sequer a um copo de gua. Suas
moradias so destrudas e incendiadas, seus pertences so roubados, sua dignidade
aviltada (...) Tudo isso aconteceu no Brasil, mais precisamente no noroeste do Paran,
durante a madrugada de 21 de maio de 1999. As vtimas so camponeses do MST
acampados em fazendas de Querncia do Norte e regio (ARBEX, 1999, p. 10).
Notcias como essas, infelizmente, so rotineiras quando se trata da situao das reas
rurais do Paran, particularmente dessa regio Norte do Estado. A conhecida fertilidade

das terras roxas, os razoveis canais para escoamento da produo e a integrao de toda
essa regio lgica da produo de gros para o mercado externo ajudaram a valorizar
ainda mais as suas j valiosas terras. A luta pela posse da terra em regies agricultveis
que circundam cidades de mdio porte, como Maring, endossam o argumento de que a
criao desses novos e complexos ncleos urbanos se deu sem solucionar o problema da
tenso pela posse da terra. Um dos motivos o fato de essas cidades terem sido criadas em
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
191
191
espaos j ocupados por grupos sociais que mantinham relaes produtivas com a terra,
mas que no foram considerados aptos a participar da grande empreitada capitalista que
associou Estado e companhias de terras, como dissemos anteriormente.
importante considerar, ainda, que a ao colonizadora, no Norte do Paran, nas
primeiras dcadas do sculo passado, foi, desde os primeiros momentos, extremamente

anti-ecolgica e segregadora, porque devastou indiscriminadamente as florestas para o
cultivo, principalmente do caf, o ouro verde, e excluiu a maioria da populao que j vivia
nessas reas, tendo em vista a existncia de populaes indgenas e cablocas que mantinham
relaes produtivas com a terra, muito antes da chegada dos chamados pioneiros e da
companhia de terras que organizou a ocupao capitalista da regio. A bibliografia que
trata criticamente desse processo3 discute a necessidade de falar, no exatamente de uma
ocupao, mas de re-ocupao, que teria seguido a lgica da explorao capitalista da terra
e se pautado pela violncia e pela excluso, uma vez que a presena de ndios e caboclos
era percebida como impedimento para o progresso e para o desenvolvimento da regio.
A produo do espao urbano constitudo pela atual RM de Maring (PR) obedeceu,
desde a sua gnese, a uma orientao que reproduziu, no territrio, processos de desigualdade
social pela ao do mercado imobilirio e do poder pblico. Ao segmentar as reas a
serem comercializadas, segundo as especificidades socioeconmicas dos adquirentes, esse
mercado fomentou, ao longo de mais de meio sculo, uma ocupao residencial tambm
segmentada. Em toda essa regio acabou sendo definida uma espacialidade que separou
os moradores conforme as suas possibilidades econmicas de acesso ao solo urbano e, ao
fim, segregou-os num limite to extremo que os grupos de renda baixa da populao s
encontraram possibilidade de moradia fora das reas urbanas centrais.
Quando se fala da cidade sede desta regio, Maring, a primeira caracterstica
que a identifica o seu planejamento. O iderio urbanstico que serviu de paradigma ao
planejamento das cidades, na primeira dcada do sculo XX, contm os elementos que
inspiraram o engenheiro Jorge Macedo Vieira (1894-1978) na elaborao do projeto
urbano de Maring. Para isso, faz-se necessrio tratar alguns aspectos do modelo da
cidade-jardim, medida que Maring freqentemente associada a esse padro. A
cidade-jardim consiste num modelo urbanstico concebido por Ebenezer Howard, em
1902. Vieira realizou o seu primeiro trabalho na rea de engenharia, ainda estudante, num
3
192
Integram essa abordagem crtica os trabalhos de Gonalves, Tomazzi e outros.
192
estgio na Cia City4, no qual recebeu forte influncia do iderio da cidade-jardim. As

influncias recebidas por Vieira se referem, principalmente, s idias e solues formais
do modelo da garden city, e essa influncia foi um dos elementos presentes no projeto
urbanstico de Maring.
A regio se constitui por um conjunto de municpios cujas caractersticas socioe-
conmicas individuais resultam em espacialidades urbanas bastante diferenciadas umas
das outras, como observaremos nas anlises realizadas. Algumas das suas diferenas so,
inclusive, resultado da maneira como um municpio afeta o outro na dinmica das suas
relaes. Inversamente, h integral semelhana quando se observa a formao histrica
desses espaos, cada qual resultante do mesmo empreendimento feito pela Companhia
Melhoramentos Norte do Paran (CMNP), nos anos 1940.
A implementao do espao urbano maringaense foi planejada no arrojado projeto

urbanstico que definia a possibilidade de uma ocupao residencial diferenciada segundo
as condies econmicas dos compradores. Essa diferenciao resultou numa segmentao
socioespacial, geradora de um espao inter e intra-urbano segregado.
&#'# 8dch^YZgVZhhdWgZd9ZhZckdak^bZcidHdX^dZXdcb^Xd
YVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{
O total do PIB da RMM, em 2002, alcanou o valor de R$ 3.742.449,005 a preo de
mercado corrente. Maring concentra R$ 2.740.167,00 desse total, sendo R$ 1.385.793,00
no setor de servios e R$ 1.097.303,00, na indstria. A participao da regio no PIB do
Estado do Paran encontra-se no patamar de 4,6%, a cidade plo contribui com 3,4%
desse ndice. O municpio de Maring participa com um ndice de 73,2% do total da
aglomerao, seguido de Sarandi, com 6,6%, e de Marialva, com 5,4%.
O PIB per capita do Paran, em 2002, foi de R$ 6.644,00. Na RMM, o valor que se
destaca de R$ 9.195,00 no pequeno municpio de Iguarau, seguido pelo da cidade sede,

com o valor de R$ 9.058,00. Em oposio, os dois municpios com os menores PIBs per capita
so o de Paiandu e Sarandi, com valores de R$ 3.357,00 e R$ 3.181,00, respectivamente.
4
A empresa City of San Paulo Improvements and Freehold Land Company Limited que, em 1912, possua
37% do permetro urbano de So Paulo, conforme Rego (2001).
O PIB estadual, em 2002, foi de R$ 81.449.312,00 e a populao, de 9.883.312 habitantes.

8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
193
193
No municpio de Maring reside 58,4% do total da populao metropolitana e, em
Sarandi, 14,9%. O total da populao da RMM representa 5,24% da populao estadual; apenas
a cidade de Maring compreende 3,06% da populao paranaense. Em Sarandi, o municpio
com o menor PIB per capita da regio, encontra-se o maior crescimento demogrfico que,
entre 1991 e 2000, se manteve com taxa de 4,52% ao ano, seguido por Paiandu, cuja taxa
anual no perodo foi de 3,69%, em Maring, o incremento populacional manteve-se numa

taxa de 2,06% ao ano. Em Sarandi encontrada a maior densidade populacional com um total
de 692 habitantes por km2, seguido do total maringaense com 592 habitantes e, em oposio,
esto ngulo e Iguarau, com apenas 27 e 22 habitantes por km2, respectivamente.
O municpio de Sarandi, que apresenta a maior densidade demogrfica regional,
tambm aquele com os maiores ndices de mobilidade pendular. Ou seja, 32,64% do
total dos moradores saem em direo ao plo para estudar ou trabalhar e retornam todos
os dias, bem como 30,11% dos moradores de Paiandu tambm realizam esse movimento
dirio para Maring. Os dois municpios so os nicos que apresentam contigidade
espacial, formando com Maring uma nica mancha urbana.
Se considerarmos aqueles moradores maiores de 15 anos, o ndice de 44,3% que
saem de Sarandi todos os dias para o trabalho ou estudo e, em Paiandu, so 41,5% dos
habitantes dessa faixa etria que deixam a cidade pela manh e retornam noite. Em
ambos os municpios, dos que trabalham ou estudam fora, 93% se dirigem a Maring.
O grande afluxo de moradores para essa regio tem uma origem no prprio Estado,
com um ndice de 82,4% de migrantes que para c se mudaram entre 1995 e 2000. Em
Sarandi, onde houve o maior incremento demogrfico, 23,3% do total da populao acima
de cinco anos constitui-se de migrantes que para l se dirigiram no referido perodo, sendo
76,33% oriundos do Paran.
A taxa de urbanizao da regio bastante elevada na maioria dos municpios.
Maring apresenta a maior taxa (98,4%). Vemos nos municpios de Iguarau (78,2%),
Marialva (77,0%) e ngulo (75,7%) as menores taxas de urbanizao. No caso de Marialva,
a taxa de urbanizao baixa, pois est vinculada ao arranjo produtivo em torno da cultura
da uva fina (que se mantm numa estrutura fundiria baseada em pequenas propriedades
rurais, fixando muitos moradores). Em ngulo e Iguarau, as baixas taxas tm relao

com o nmero reduzido de moradores dessas municipalidades.
194
194
Os dados a serem apresentados manifestaro processos de desigualdade intermu-
nicipais. Destacamos alguns aspectos mais contundentes, por exemplo, em Iguarau est
o maior ndice de pessoal ocupado, 57,1% do total de habitantes, e 80% dos residentes
com dez anos ou mais. Isso supera muito o segundo contingente, localizado em Maring,
com 28,4% de ocupados sobre o total da populao. No municpio de ngulo, apenas
7,3% do total da populao tem ocupao.
&#(# 8dcY^dHdX^VaYVBZigedaZ
O relatrio acerca da situao social da populao moradora nas regies metropolitanas brasileiras (OBSERVATRIO, 2005) mostra condies bastante distintas, no
s numa escala inter-aglomerados, mas tambm, e nesse caso com distncia social bem
maior, numa escala intra-aglomerados. Os indicadores utilizados para medir tal condio
foram: ndice de Carncia Habitacional (ICH) e taxa de pobreza, bem como o ndice de
Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) para confrontar os resultados decorrentes
dos dois indicadores selecionados.
A RMM analisada, constituda por nove municpios, mostra que somente a cidade
plo apresenta situao muito boa, e as demais municipalidades se classificam com uma
condio social mdia.
I67:A6':kdajdYd>9="BYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{!&..&"'%%%
BJC>8E>D
>9="B&..&
>9="B'%%%
YZXgZhX^bZcid>9="B
c\jad
%!+*-
%!,)'
&'!,,
;adgZhiV
%!,'.
%!,,(
+!%)
>\jVgVj
%!+-+
%!,)%
,!-,
BVcYV\jVj
%!+-'
%!,+'
&&!,(
BVcYV\jVg^
%!,%*
%!,.&
&'!'
BVg^VakV
%!,%-
%!,-)
&%!,(
BVg^c\{
%!,+'
%!-)&
&%!(,
EV^VcYj
%!++%
%!,)+
&(!%(
HVgVcY^
%!+.+
%!,+-
&%!()
;dciZ/6iaVhYd9ZhZckdak^bZcid=jbVcdYd7gVhâ!'%%'#
Dg\VcôVd0DWhZgkVig^dYVhBZigedaZhCXaZdGBYZBVg^c\{
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
195
195
No municpio plo da regio, no perodo 1991-2000, o IDH-M cresceu 10,3%,
passando de 0,762, em 1991, para 0,841, em 2000. A dimenso que mais contribuiu para
esse crescimento foi a longevidade, com 39,9%, seguida pela educao, com 35,3%, e pela
renda, com 24,8%.
Nesse perodo, o mesmo ndice teve crescimento de 12,2%, em Mandaguari, passando
de 0,705 para 0,791; em Sarandi, 10,34%, passando de 0,696 para 0,768; Paiandu cresceu
13%, passando de 0,660 para 0,746; Mandaguau cresceu 11,7%, passando de 0,682 para
0,762; Marialva cresceu 10,73%, passando de 0,708 para 0,784; Floresta cresceu 6%,
passando de 0,729 para 0,773; Iguarau cresceu 7,8%, passando de 0,686 para 0,740;
ngulo cresceu 12,7% passando de 0,658 para 0,742.
As dimenses que contriburam para esse crescimento foram principalmente relacio-
nadas educao, com ndices que se elevaram de 35,3%, em Maring, a 82%, em Floresta;
quanto longevidade, os ndices se elevaram entre 12,3% (Floresta) e 41,9% (Mandaguari),

e a renda, que apresentou crescimento entre 5,4% (Floresta) e 24,8% (Maring).
&#)# HîjVdYdhBjc^Xe^dhYVGBBZbGZaVdVd>9="B'%%%
I67:A6(HîjVdYdhBjc^Xe^dhYVGBB
CVX^dcVa CVX^dcVa
:hiVYjVa :hiVYjVa
8aVhh^XVd 8aVhh^XVd Bjc^Xe^dh Bjc^Xe^dh 8aVhh^XVd Bjc^Xe^dh Bjc^Xe^dh
>9="B
ECJ9
CVX^dcVa
BZa]dg
>\jVadjE^dg :hiVYjVa
BZa]dg
>\jVadjE^dg
HîjVd
HîjVd
HîjVd
HîjVd
Bjc^Xe^d
c\jad
%!,)
BY^d
'%-.
(,!.%
+'!&%
&.%
),!,%
;adgZhiV
%!,,
BY^d
&'',
''!(%
,,!,%
-%
&.!-%
*'!+%
-%!'%
>\jVgVj
%!,)
BY^d
'&)&
(-!.%
+&!&%
&.-
).!)%
*%!+%
BVcYV\jVj
%!,+
BY^d
&*'(
',!+%
,'!)%
&&*
'-!+%
,&!)%
BVcYV\jVg^
%!,.
BY^d
,,&
&)!%%
-+!%%
(+
-!-%
.&!'%
BVg^VakV
%!,-
BY^d
.).
&,!'%
-'!-%
*(
&(!%%
-,!%%
BVg^c\{
%!-)
6aid
+(
&!&%
.-!.%
&!(%
.-!,%
EV^VcYj
%!,*
BY^d
&.,,
(*!.%
')!&%
&,)
)(!)%
*+!+%
HVgVcY^
%!,,
BY^d
&(+,
;dciZ/6iaVhYd9ZhZckdak^bZcid=jbVcdYd7gVhâ
')!-%
,*!'%
.)
'(!(%
,+!+%
Em 2000, o IDH-M de Mandaguari foi de 0,791. Segundo a classificao do PNUD,
o municpio est entre as regies consideradas de mdio desenvolvimento humano (IDH

196
196
entre 0,5 e 0,8). Em relao aos outros municpios do Brasil, Mandaguari apresenta uma
situao boa: ocupa a 771 posio, 770 municpios (14,0%) esto em situao melhor e
4.736 municpios (86,0%) esto em situao pior ou igual.
Em relao aos outros municpios do Estado, Mandaguari apresenta uma situao
boa: ocupa a 36 posio, 35 municpios (8,8%) esto em situao melhor e 363 municpios
(91,2%) esto em situao pior ou igual.
O IDH-M de Sarandi, em 2000, foi de 0,768. Segundo a classificao do PNUD,
o municpio est entre as regies consideradas de mdio desenvolvimento humano (IDH

entre 0,5 e 0,8). Em relao aos outros municpios do Brasil, Sarandi apresenta uma
situao boa: ocupa a 1.367 posio, 1.366 municpios (24,8%) esto em situao melhor
e 4.140 municpios (75,2%) esto em situao pior ou igual.
Em relao aos outros municpios do Estado, Sarandi apresenta uma situao boa:
ocupa a 94 posio, 93 municpios (23,3%) esto em situao melhor e 305 municpios

Em Paiandu, o IDH-M no ano de 2000 foi de 0,746. Segundo a classificao do
PNUD, o municpio est entre as regies consideradas de mdio desenvolvimento humano

(IDH entre 0,5 e 0,8). Em relao aos outros municpios do Brasil, Paiandu apresenta
uma situao intermediria: ocupa a 1.977 posio, 1.976 municpios (35,9%) esto em
situao melhor e 3.530 municpios (64,1%) esto em situao pior ou igual.
Em relao aos outros municpios do Estado, Paiandu apresenta uma situao
intermediria: ocupa a 174 posio, 173 municpios (43,4%) esto em situao melhor
e 225 municpios (56,6%) esto em situao pior ou igual (Ibid.).
Em 2000, o IDH-M de Mandaguau foi de 0,762. Segundo a classificao do

(IDH-M entre 0,5 e 0,8). Em relao aos outros municpios do Brasil, Mandaguau
apresenta uma situao boa: ocupa a 1.523 posio, 1.522 municpios (27,6%) esto em
Em relao aos outros municpios do Estado, Mandaguau apresenta uma situao
boa: ocupa a 115 posio, 114 municpios (28,6%) esto em situao melhor e 284
municpios (71,4%) esto em situao pior ou igual (Ibid.).
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
197
197
Para o municpio de Marialva, em 2000, o IDH-Municipal foi de 0,784. Segundo

a classificao do PNUD, o municpio est entre as regies consideradas de mdio
desenvolvimento humano (IDH-M entre 0,5 e 0,8). Em relao aos outros municpios
do Brasil, Marialva apresenta uma situao boa: ocupa a 949 posio, 948 municpios
(17,2%) esto em situao melhor e 4.558 municpios (82,8%) esto em situao pior ou
igual. Em relao aos outros municpios do Estado, Marialva apresenta uma situao boa:
ocupa a 53 posio, 52 municpios (13%) esto em situao melhor e 346 municpios
(87%) esto em situao pior ou igual.
Em 2000, o IDH-M de Iguarau foi de 0,740. Segundo a classificao do PNUD,
o municpio est entre as regies consideradas de mdio desenvolvimento humano
(IDH-M entre 0,5 e 0,8). Em relao aos outros municpios do Brasil, Iguarau apresenta
Em relao aos outros municpios do Estado, Iguarau apresenta uma situao
intermediria: ocupa a 198 posio, 197 municpios (49,4%) esto em situao melhor
e 201 municpios (50,6%) esto em situao pior ou igual.
Em Floresta, no ano 2000, o IDH-M foi de 0,773. Segundo a classificao do
(IDH-M entre 0,5 e 0,8). Em relao aos outros municpios do Brasil, Floresta apresenta
uma situao boa: ocupa a 1.227 posio, 1.226 municpios (22,3%) esto em situao
melhor e 4.280 municpios (77,7%) esto em situao pior ou igual.
Em relao aos outros municpios do Estado, Floresta apresenta uma situao boa:
ocupa a 80 posio, 79 municpios (19,8%) esto em situao melhor e 319 municpios
Em 2000, o IDH-Municipal de ngulo foi de 0,742. Segundo a classificao do
(IDH-M entre 0,5 e 0,8). Em relao aos outros municpios do Brasil, ngulo apresenta
situao melhor e 3.418 municpios (62,1%) esto em situao pior ou igual. Em relao
aos outros municpios do Estado, ngulo apresenta uma situao intermediria: ocupa a
190 posio, 189 municpios (47,4%) esto em situao melhor e 209 municpios (52,6%)
esto em situao pior ou igual.
198
198
O municpio de Maring, no ano 2000, apresentou um IDH-Municipal de 0,841.

Segundo a classificao do PNUD, o municpio est entre as regies consideradas de alto
desenvolvimento humano (IDH-M maior que 0,8). Em relao aos outros municpios do
Brasil, Maring apresenta uma situao boa: ocupa a 63 posio, 62 municpios (1,1%)
esto em situao melhor e 5.444 municpios (98,9%) esto em situao pior ou igual.
Em relao aos outros municpios do Estado, Maring apresenta uma situao boa: ocupa
a 6 posio, 5 municpios (1,3%) esto em situao melhor e 393 municpios (98,7%)
esto em situao pior ou igual.
ANDRADE, Thompson Almeida; SERRA, Rodrigo Valente (Orgs). Cidades Mdias Brasileiras.
Rio de Janeiro: Ipea, 2001.
ARBEX, Jos Jr. Terror no Paran. Revista Caros Amigos. So Paulo, n. 27, 1999.
GONALVES, Jos H. Rollo. Quando a imagem publicitria vira evidncia factual: verses e
reverses do Norte do Paran 1930-1970. In: DIAS, Reginaldo; GONALVES, J. H. Rollo
(Coords.). Maring e o Norte do Paran. Maring: Eduem, 1999. p. 88-121.
LIMA, Maurcio. Dallas no Paran. Revista Veja. So Paulo, n. 20, 1999.
LUZ, France. O fenmeno urbano numa zona pioneira: Maring. Maring: A Prefeitura, 1980.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSITICA. Censo Demogrfico
1991. Documentao dos Microdados da Amostra. Rio de Janeiro: 1996. CD-ROM.
______. Censo Demogrfico 2000. Documentao dos Microdados da Amostra. Rio de Janeiro:
2002. CD-ROM.
OBSERVATRIO DAS METRPOLES. Metrodata. Rio de Janeiro: IPPUR/UFRJ, 2005.
PROGRAMA DAS NAES UNIDAS DE DESENVOLVIMENTO - PNUD. Atlas do
Desenvolvimento Humano, 2002. [New York]. Disponvel em: <http://www.pnud.org.br>. Acesso
em: maio 2004.
REGO, Renato Leo. O desenho urbano de Maring e a idia de cidade-jardim. Acta Scientiarum.
Maring. v. 23, n. 6, p. 1569-1577, 2001.
TOMAZI, Nelson Dacio. Norte do Paran histrias e fantasmagorias. Curitiba: Aos Quatro
Ventos, 2000.
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
199
199
Captulo
2'
XVeijad
($ 9WhWYj[hij_YWi=[e\i_YWi[?d\hW#[ijhkjkhWi
KhXWdWiZeH[Yehj[Febj_Ye#_dij_jkY_edWbZW
H[]_eC[jhefeb_jWdWZ[CWh_d]|
'#&# AdXVaôVdZ8VgVXiZghi^XVh<Zd[h^XVh
A Regio Metropolitana de Maring (RMM) est localizada na Mesorregio Norte
Central Paranaense (Mapa 2), conforme a regionalizao do IBGE, e no Terceiro Planalto
ou Planalto do Trapp do Paran (MAACK, 1981), abrangendo uma rea de 2.303,8 km2.
Tal planalto constitudo por derrames baslticos, e a sua geomorfologia caracterizada pela presena de pequenos planaltos e patamares. As altitudes dos municpios dessa
regio variam de 300 a 750 metros, com predominncia de relevo suavemente ondulado,
com interflvios e espiges longos, que apresentam declividades entre 0% e 10%. Esse o
relevo predominante nos Municpios de Maring, Sarandi, Paiandu, Mandaguau, ngulo,
Iguarau e Floresta. No norte do municpio de Marialva encontramos declividades que
chegam a 20% e, em Mandaguari, as declividades chegam a 40% na parte norte, inaptas
para agricultura mecanizada e urbanizao.
A litologia dessa rea teve a sua formao no Mesozico e compe-se pela Formao
Serra Geral (embasamento rochoso predominante) e Formao Caiu, que ocorrem em pequena
rea do quadrante noroeste de Maring, da parte norte de ngulo e Iguarau, e do oeste e sul
de Mandaguau. A primeira formao composta por rochas efusivas baslticas toleticas,
com basaltos macios e amigdalide, e a segunda composta por arenito fino a mdio.
Como Anda Maring
201
8dbd6cYVBVg^c\{
201
A alterao dessas rochas, associada ao clima, relevo e vegetao da regio, originou
trs tipos de solos predominantes na RMM: latossolos vermelhos, nitossolos vermelhos

e argissolos vermelho-amarelo (EMBRAPA, 1999; 2003). Os latossolos e nitossolos so
argilosos e com altas porcentagens de ferro, apresentando, assim, as melhores potencialidades
agrcolas e influenciando positivamente na economia e no uso do solo dos municpios;

enquanto os argissolos, de origem de rochas arenticas, so rasos e ocorrem em relevos
mais movimentados, proporcionando significativas limitaes para o uso agrcola, devido
menor fertilidade e a maiores nveis de eroso. Esse solo tambm impe limitaes para
a ocupao urbana; impostas pela retirada das matas riprias (ciliares), pela quebra da
instabilidade das vertentes e pela ocupao de reas nas margens da rede de drenagem,
questes que, associadas a ndice pluviomtrico elevados e ao uso e ocupao (des)ordenada,

causam grandes impactos socioambientais, geralmente, irreversveis.
B6E6'AdXVaôVdYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{cV
BZhdggZ\^dCdgiZ8ZcigVacd:hiVYdYdEVgVc{'%%'
;dciZ/7VhZEVgVc{!'%%)#
:aVWdgVd/6YZ^g6gX]Vc_dYVBdiV!'%%+#
202
202
Nesse recorte poltico-espacial predomina o clima Subtropical Mesotrmico mido
(Cfa (h) - Cwa), com chuvas concentradas no vero, que so quentes. A temperatura dos
meses mais quentes superior a 22 e dos meses mais frios inferior a 18C, com poucos
registros de geadas, com precipitao pluviomtrica que varia entre 1.300 mm e 1.700
mm; e umidade relativa do ar de 75%, sem deficincia hdrica. Com o desmatamento

desenfreado da vegetao natural, pela rpida colonizao dos solos frteis do Norte do
Paran, houve alteraes nas condies climticas que acarretaram a presena de estaes
secas cada vez mais prolongadas na regio (MAACK, 1981).
O potencial hdrico da regio caracterizado pela presena de duas bacias hidro-
grficas: do Pirap (bacia hidrogrfica do Paranapanema), na qual esto os municpios de

Iguarau, ngulo, a parte norte dos municpios de Maring, Sarandi, Marialva, Mandaguari
e Mandaguau; e do Iva (com vales mais profundos), compreendendo a parte sul da RMM,
no qual esto inclusos os municpios de Floresta e Paiandu e a parte sul dos municpios
de Maring, Sarandi, Marialva, Mandaguari e Mandaguau.
O clima mido e os solos predominantemente frteis da regio possibilitaram o
desenvolvimento da Floresta Estacional Semidecidual, constituindo um dos biomas com
maior biodiversidade do Pas. Segundo Bigarella e Mazuchowski (1985), essa regio possua
rvores com altitudes que chegavam a 30-40 metros, entre elas, as espcies denominadas
madeira de lei, como peroba, canela, cedro, pau-dalho e ips.
As caractersticas fsico-ambientais naturais da RMM, principalmente pelo solo
ser favorvel ao desenvolvimento da cultura cafeeira, sofreram profundas transformaes,

com a rpida ocupao nas dcadas de 1940 e 50, e, ainda mais, com a modernizao da
agricultura nas dcadas de 1960 e 70. Tais transformaes atingiram as caractersticas
morfolgicas e fsico-qumicas do solo e a camada inferior da troposfera, devido s

mudanas no regime hidrolgico desencadeadas pela retirada de vegetao.
Na Mesorregio Norte Central do Paran, restam apenas 134.398,6 ha de cobertura
florestal, correspondendo a 5,5% da rea total da mesorregio, conforme pesquisa da SOS
Mata Atlntica (2002). Na RMM, a nica Unidade de Conservao Estadual ou Federal

existente o Horto Florestal de Mandaguari, com 21,53 hectares, criado em 1979, por lei
estadual, requerendo, assim, ampliao de reas florestais, para preservao das espcies
nativas que existiam nesse bioma.
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
203
203
'#'# >c[gV"ZhigjijgVhJgWVcVhYZHVcZVbZcid7{h^XdZ
9Zh^\jVaYVYZHdX^dVbW^ZciVa
A cidade discutida constantemente como a no-natureza, aludindo o fato
de ser independente da natureza. Questiona-se, assim, o que seriam as enchentes, os

deslizamentos de massas, as reservas florestais deixadas em reas com alta declividade
(geralmente reocupadas por favelas) etc., comum a mltiplas cidades? Os fenmenos

em estado normal ou em anomalia so processos naturais, sob maior ou menor presso
antrpica, que condicionam processos scio-geoeconmicos, como a distribuio

espacial das classes sociais, infra-estruturas e servios urbanos e atividades econmicas
no espao urbano.
A obra humana a partir da revoluo industrial passou a ser uma realidade cada
vez mais desigual e excludente. Alm disso, a temporalidade da natureza se difere da
temporalidade da acumulao capitalista, impossibilitando estender o padro de vida de

quase um tero da populao do planeta para toda populao.
Segundo Wagner Ribeiro (2003, p. 331), temos que escolher entre manter o modelo
de acumulao capitalista ou prover os marginalizados de meios para a reproduo da
vida humana. As sadas resultam da poltica e, portanto, de quem conseguir organizar

suas demandas coletivamente e tiver mais fora na negociao. Com essas consideraes
preciso concluir que o caos deve perdurar por muitos anos ainda.
A acessibilidade a infra-estruturas e servios urbanos de saneamento bsico em
qualidade e quantidade necessrias caracteriza-se como um desafio realidade social
brasileira, influenciada pelas dinmicas econmicas, demogrficas e polticas, que privilegiam

alguns bairros de algumas cidades de algumas regies. Como geralmente so financiados
com recursos de bancos internacionais (Banco Mundial, BID e Bird), pode-se afirmar
que privilegiam tambm alguns pases, os que, seguramente, pagaram as dvidas e os juros.
Aos demais, polticas neomalthusianas.
A Regio Metropolitana de Maring (RMM) encontra-se numas dessas reas
privilegiadas da Regio Concentrada, tanto economicamente quanto politicamente,

num dos eixos urbanos mais dinmicos do Pas o Eixo Urbano Londrina-Maring,
no entanto, tais privilgios so absorvidos por alguns bairros de classes mdia e alta de
algumas cidades.
204
204
A partir dessas consideraes gerais, pode-se fazer uma anlise comparativa entre
a quantidade e a qualidade da infra-estrutura de saneamento bsico dos municpios da

RMM relacionado com as densidades demogrficas.
A densidade demogrfica (habitantes por km) dos municpios da RMM bastante
distinta tanto no nvel urbano como interurbano, resultante do processo de colonizao e

posterior planejamento implementado, e pode ser agrupada em quatro grupos: a) Iguarau
(21,6), ngulo (26,8) e Floresta (32,2); b) Mandaguau (57,1), Marialva (60,3) e Mandaguari
(93,3); c) Paiandu (179,7); e, d) Maring (587,6) e Sarandi (684,5) (Sistema Nacional de
Indicadores Urbanos SNIU, 2000). Essas densidades variam de 21,6 at 684,5 hab./km,
desencadeando maior ou menor presso sobre o meio ambiente, onde os impactos esto
relacionados a outros aspectos, como: culturais, naturais, geoeconmicos e, sobretudo, sociais,

como corrobora Casseti (1991, p. 22):
a questo ambiental antes de tudo um problema social, intensamente agravado com

a diviso do trabalho e, por conseguinte, com a converso da forma de apropriao da
natureza de valor-de-uso para valor-de-troca, instituda a partir da lgica capitalista.
No Brasil, a iluminao urbana predominantemente eltrica desde 1936. De um
total de 2.424 localidades (denominao que abrange cidades, vilas e povoados), 2.003
(82,6%) eram iluminadas eletricidade, 322 (13,3%) a querosene, 62 (2,6%) a gs acetileno
e 37 (1,5%) a gs carbnico. O servio era oferecido por empresas municipais em 827
localidades (34,1% do total) e por empresas particulares em 1.597 localidades (65,9%)

(IBGE, Comunicao Social, 2003).
Com relao rea asfaltada em cada municipalidade, a RMM composta de
realidades urbanas bastante distintas, com uma infra-estrutura que se apresenta consolidada
em alguns municpios e, em outros, absolutamente deficiente. Por exemplo, a malha viria

de Maring, Iguarau, Floresta e Marialva conta com ndice de 80 a 100% de suas ruas
pavimentadas, enquanto Paiandu encontra-se na faixa dos municpios que tm de 20 a

40% de cobertura asfltica. Os municpios de Mandaguari e Mandaguau tm entre 60 e
80% de suas ruas pavimentadas e os de ngulo e Sarandi possuem asfaltamento na faixa
entre 40 e 60% das ruas (METRODATA, 2000).
Para garantir qualidade de vida aos moradores das cidades, os equipamentos de
saneamento bsico, tais como rede geral de distribuio de gua, rede coletora de esgoto,
rede de drenagem urbana, alm dos servios de coleta de lixo e limpeza urbana so de grande
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
205
205
importncia. Esses equipamentos e servios amenizam os problemas da ocupao urbana,

mas nem sempre eliminam os impactos sobre o meio ambiente, medida que no existem
tecnologias que os eliminem, ou, ento, so grandes as dificuldades das municipalidades para
viabilizar as que existem devido ao alto grau de sofisticao de muitas delas.
A rede geral de distribuio de gua e os servios de limpeza urbana e coleta de
lixo esto presentes em todos os distritos da RMM, mas no alcanam um atendimento

a todo o espao urbano metropolitano. A rede coletora de esgoto inexiste nos municpios
de ngulo, Floresta e Iguarau, onde h uma baixa densidade demogrfica, e tambm
nos trs distritos de Marialva, nos dois distritos de Maring (Iguatemi e Floriano) e num
distrito de Paiandu. A rede de drenagem urbana outro equipamento tambm no
encontrado em todo o territrio da RMM (PNSB, 2000).
'#'#&#6WVhiZX^bZcidYZ\jV
O abastecimento de gua realizado por meio da rede geral, poo ou nascente e,
ainda, por outra forma de acesso, segundo a distino do SNIU, que utilizaremos para
a anlise desse tema. A forma predominante de abastecimento de gua dos municpios
da RMM pela rede geral, excedendo 80% em todos os municpios, com um volume
fornecido de 98.394 litros em 2000.
O menor ndice de atendimento pela rede geral o de Marialva, com 82,11%, e Floresta
e Iguarau, com 85,43% e 86,10%, respectivamente. ngulo e Mandaguau apresentam
uma taxa de 86,88%, Mandaguari, 90,63%, e Maring, 92,82%. Paiandu e Sarandi, com
97,04% e 97,99%, respectivamente. Em Sarandi, a distribuio por rede geral de gua
municipalizada, com custo menor e, portanto, mais acessvel populao que apresenta,
naquele municpio, baixos nveis de renda, como se observa ao longo desse trabalho.
A gua retirada de poo, principalmente dos mais rasos, ou nascente no segura
para ser ingerida pelo homem ou para irrigao de hortalias, pois pode estar contaminada,
devido vulnerabilidade contaminao pelo uso de agrotxicos e demais atividades que
no destinam corretamente os resduos txicos, poluentes ou contaminados.
O municpio de Sarandi, que tem a distribuio de gua municipalizada, conseqen-
temente, mais acessvel, possui o menor ndice da RM na utilizao de abastecimento por

poo ou nascente (1,94%), e, em Paiandu, o abastecimento por essa forma tambm baixo
206
206
(2,80%), se compararmos os dois com os demais municpios, Maring (7,01%), Mandaguari

(9,22%), Mandaguau (10,65%), ngulo, Iguarau e Floresta, com variao de 13% a 14,5%,
e, em Marialva, o maior ndice de abastecimento por poo ou nascente, de 15,20%.
A quantidade de domiclios que utilizam outra forma de acesso gua e sem
canalizao interna nas moradias baixa em todos os municpios, variando entre 0 e 16
domiclios nos municpios da RMM. Essa forma de abastecimento ausente em ngulo
e Iguarau e o municpio com maior uso desse meio Floresta, com 0,14%.
Outros dados relevantes para caracterizar o servio de abastecimento de gua na
RMM, constam da Pesquisa Nacional de Saneamento Bsico (PNSB)6. Essa pesquisa aponta
que 50% dos 14 distritos da RMM so atendidos pela esfera administrativa municipal e
as demais, pela esfera estadual. Desses 14 distritos, apenas 6 fazem a fluoretao e 12, a
clorao, 2 no fazem tratamento, em 1 no se faz a vigilncia da qualidade da gua. No
entanto, em nenhuma das fontes de captao para abastecimento de gua dos distritos
da RMM foi encontrada poluio ou contaminao.
Outro indicador importante da qualidade do abastecimento de gua potvel a
quantidade de coliformes fecais. Observando os dados enviados pelas prefeituras municipais
em 2002, a quantidade de coliformes fecais presentes na gua aps o tratamento em ngulo
e Sarandi nula. O resultado se difere para os Municpios de Paiandu, Mandaguari,
Mandaguau, Marialva e Maring, ao aparecer resultado fora do padro (coliformes fecais
acima dos ndices mximos permissveis) em: 9 das 1.170 amostras analisadas em Paiandu;
23 das 601 anlises realizadas em Mandaguari; 36 das 473 amostras, em Mandaguau;
em 83 das 2.572 amostras, em Maring; e, 250 das 250 anlises de amostras, em Marialva
(sic.). Esses dados no esto disponveis para os Municpios de Floresta e Iguarau, pois
no enviaram relatrio.
'#'#'#8daZiVZ9^hedh^dYd:h\did
O servio de esgoto tem por finalidade a coleta e disposio final de guas residuais
originadas pela populao e compe um item da infra-estrutura urbana de fundamental
importncia, tanto pela relevncia pertinente sade pblica e preservao ambiental,
quanto por aumentar a possibilidade de densificao, atravs da verticalizao residencial.
6
O municpio de Floresta no enviou os dados para a Pesquisa Nacional de Saneamento Bsico (PNSB)
realizada em 2000 e 2003.
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
207
207
No Brasil, o acelerado processo de urbanizao com carncia de investimentos
em infra-estrutura e servios de saneamento bsico derivaram em espaos urbanos em
deficitrios sistemas de tratamento de esgotos. Por constituir-se de um equipamento

urbano de alto custo, nas cidades brasileiras, geralmente, implantado somente nas reas
centrais, no entanto, os recursos financeiros geralmente so pblicos.
Na RMM, h 138.112 domiclios (IBGE, 2000). Desses, 32% possuem ligaes de
esgoto, resultando num total de 33.741 m de esgoto tratado por dia. Os demais domiclios
possuem fossa sptica ou fossa rudimentar. Os usos de fossa sptica ou rudimentares no
esto distribudos de forma homognea na regio, variando de 45,6%, em Maring, at
99,5%, em ngulo e Iguarau, pois 0,5% dos domiclios desses municpios no possuem
nem banheiro, nem sanitrio e nenhuma forma de esgotamento sanitrio.
Segundo dados do PNUD (2002), todos os municpios da regio em estudo possuiam
96% ou mais de pessoas que residiam em domiclios com gua encanada e banheiro no ano
de 2000. ngulo e Mandaguau com os menores percentuais abaixo de 97%, Iguarau,

Marialva e Mandaguari com esse indicador entre 97% e 98%, Paiandu e Sarandi, entre
98% e 99%, e Maring e Floresta, com mais de 99% da populao com acesso a essas
infra-estruturas indispensveis, como se pode ver no mapa que segue (Mapa 3).
B6E6(66XZhh^Wâ^YVYZ|\jV:cXVcVYVZVd7Vc]Z^gdedgEZhhdVhYVGZ\^d
BZigdedaîVcVYZBVg^c\{ZbhjVhGZh^YcX^Vh'%%%
.+!*%V.,!%%
.,!%&V.,!*%
.,!*&V.-!%%
.-!%&V.-!*%
.-!*&V..!%%
..!%&V..!*%
..!*&V&%%!%%
;dciZ/ECJ96iaVhYZ9ZhZckdak^bZcid=jbVcdYd7gVhâ!'%%)#
6YVeiVd/6YZ^g6gX]Vc_dYVBdiV!'%%+#
208
208
Relacionando o volume de gua distribuda por dia ao volume de esgoto tratado por
dia, encontra-se o ndice de 34,3%, ou seja, apenas essa faixa do volume de gua distribuda
recebe tratamento antes de retornar aos rios. As economias residenciais esgotadas por
rede coletora da RMM de 62.076. Ao relacionar essa quantidade ao total de domiclios,

encontra-se o ndice de 44,95% de domiclios atendidos.
'#'#(#8daZiVZ9^hedh^dYdA^md
Um dos principais problemas de grandes aglomeraes urbanas encontrar um
local adequado, amplo e com implantao das tecnologias de coleta e disposio do

lixo que causem o menor impacto ambiental possvel, pois, alm dos resduos slidos
volumosos, existem os resduos lquidos, o chorume, um lquido escuro formado a partir

da decomposio do lixo.
Todos os municpios da RMM possuem servios de coleta de lixo e limpeza
urbana. O servio de coleta de lixo, segundo dados do SNIU (2000), atende mais de 96%
das pessoas que vivem em domiclios urbanos. Em Mandaguau e Marialva, esse servio
acessvel a 96% e 97% da populao, respectivamente; em Paiandu e Iguarau, a 97%

e 98%; em Mandaguari e ngulo, a 98 e 99%; em Sarandi, Floresta e Maring, a 99% a
100% da populao.
Embora esse servio atenda quase totalidade da populao urbana, um aspecto
positivo, sua disposio no feita de forma ambientalmente correta, pois 96,3% do

lixo coletado destinado aos lixes a cu aberto na RMM (PNSB, 2000), o que causa
significativos problemas socioambientais, desde o risco de poluio do solo, do ar, dos
recursos hdricos, do escape de gases, at o comprometimento de futuros usos para

edificao aps desativao, desvalorizao imobiliria dos imveis do entorno das reas
destinadas a tal uso, bem como os srios riscos de sade e social decorrentes da ocupao
desses lixes por parte dos catadores de lixo.
Essa forma de destinao final do lixo coletado vazadouro a cu aberto (lixo)
responde por 100% da disposio do lixo dos municpios de ngulo, Maring, Marialva,
Paiandu e Sarandi. Em Mandaguari 100%, da disposio tambm feita de forma
inadequada, porm 85% feita em vazadouro a cu aberto e 15% em vazadouro em reas
alagadas. Somente Iguarau e Mandaguau fazem a destinao correta do lixo coletado;

a primeira, destinando a aterro controlado e, a segunda, para aterro sanitrio. O aterro
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
209
209
controlado considerado pelos rgos competentes como forma adequada, no entanto,

pode ainda causar impacto ambiental significativo do solo, da atmosfera e dos recursos
hdricos tal qual os vazadouros a cu aberto, diferenciado-se desses apenas pela realizao
de recobrimento dos resduos com uma camada de terra, o que diminui a proliferao de
insetos e roedores (PNSB, 2000).
A coleta de lixo residencial realizada com freqncia diferenciada entre os municpios
da regio. Em ngulo, duas vezes por semana, em Iguarau, Paiandu, Sarandi e Maring
realizada trs vezes por semana. Marialva, Mandaguari e Mandaguau, assim como nas
reas centrais do municpio de Maring, a coleta feita diariamente. Destaque-se que, em

Mandaguau, embora a coleta de lixo seja diria e disposta de forma adequada, o aterro
sanitrio localiza-se prximo a reas residenciais.
Ao compararmos os dados da RMM sobre a forma de disposio do lixo com
o Paran e o Brasil, verificamos que a RMM, com o ndice de 98,20% de disposio
inadequada (vazadouro a cu aberto e em reas alagadas), est muito aqum dos ndices
do Paran, com 38,59%, e dos 21,25% brasileiro. Quanto quantidade de lixo coletado em
relao populao urbana da RMM, o valor de 1,02 kg/pessoa est prximo da mdia
do Paran, que possui o ndice de 0,97 kg/pessoa diariamente, segundo o PNSB.
Nos municpios de Maring e Mandaguau, realiza-se coleta seletiva, a reciclagem,
a remoo de entulhos e coleta de lixo especial de parte do lixo urbano. Os demais
municpios fazem apenas a remoo de entulhos e coleta de lixo especial (PNSB, 2000).
Nenhum municpio da RMM faz o controle do lixo industrial, bem como nenhum
municpio possui usina de compostagem, nem processo de incinerao de lixo.
'#'#)#9gZcV\Zb
O sistema de drenagem subterrnea outro componente importante da infra-estrutura
para o escoamento de gua de diversas origens, mas, principalmente, para drenagem das guas
pluviais nas cidades. Esse sistema exige contnua manuteno, devido constante obstruo
das galerias de gua por folhas, areia e demais objetos deixados pelos transeuntes.
Outro impacto ambiental foi destacado por Zamuner et al. (2002), ao evidenciar que
a rpida densificao urbana de vrias cidades do Paran desencadeou inmeros processos

erosivos. Essas rpidas densificaes
210
210
destroem as vegetaes nativas, mudam os caminhos preferenciais de escoamento

superficial das guas pluviais e acrescentam a esses volumes de guas servidas, criando,
de um lado, voorocas e taludes instveis e, de outro, agravando as enchentes pelo
volume de sedimentos depositados nos crregos e rios urbanos. (ZAMUNER et
al., 2002, p. 1.794).
Todos os municpios da RMM possuem esse sistema de drenagem subterrneo,
do tipo rede coletora separadora (PNSB, 2000), entretanto, ele no atende a todos os
bairros de tais municpios. Destes, sete fazem algum tipo de manuteno, como limpeza
e desobstruo de galerias, executadas por seis municpios; limpeza e desobstruo de
dispositivo de captao, realizadas por cinco municpios; varrio e limpeza de vias, realizadas
pelos sete municpios; e dragagem e limpeza de canais, feitas por dois municpios.
Os pontos de lanamento dessa rede de drenagem72 so cursos dgua permanentes
(a forma mais comum), realizada por sete dos municpios da regio em estudo (87,5%);
reas livres pblicas ou particulares, feita por dois municpios (25%); e reservatrios de
acumulao ou deteno, encontrados em quatro municpios (50%).
CASSETI, Valter. A essncia da questo ambiental. Boletim Goiano de Geografia. Goinia, UFG,
v. 11, n. 1, 1991.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSITCA - IBGE. Censo Demogrfico
RIBEIRO, Wagner C. Entre prometeu e Pandora Sociedade e Natureza no incio do Sculo
XXI. In: CARLOS, Ana F. A.; LEMOS, Amlia I. G. (Orgs.). Dilemas Urbanos: novas abordagens
sobre a cidade. So Paulo: Contexto, 2003. p. 323-334.
ZAMUNER, Lourival D.; NBREGA, Maira T.; MARTONI, Astrid M. A urbanizao e o

desencadeamento de processos erosivos em rea de preservao ambiental na cidade de Maring,
Estado do Paran. Acta Scientiarum. Maring, UEM/PPG, v. 24, n. 6, p. 1.793-1.800, 2002.
Um mesmo municpio pode apresentar mais de uma atividade desenvolvida na manuteno da rede de
drenagem urbana.
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
211
211
Captulo
3(
XVeijad
Ana Lcia Rodrigues
)$ 7iJ_febe]_WiIeY_eeYkfWY_edWb[
IeY_e[ifWY_Wb07i:[i_]kWbZWZ[iIeY_W_i
A Populao Economicamente Ativa (PEA), que estava inserida no mercado de
trabalho metropolitano, compunha-se, em 2000, por 245 mil pessoas. A relao entre essa
parcela e o nmero total de pessoas com idade potencial para participar do mercado de
trabalho (pessoas de 10 ou mais anos de idade) indica a presso para nele ingressar. Em
Maring e regio, a taxa de participao era de 62%, ou seja, a cada 100 pessoas de 10 ou
mais anos de idade, 62 participavam do mercado de trabalho (Tabela 4).
I67:A6)EdejaVdZb>YVYZ6i^kV!:Xdcdb^XVbZciZ6i^kVZ9ZhdXjeVYVZIVmVhYZ6i^k^YVYZ
ZYZ9ZhdXjeVdHZ\jcYdIêdhHdX^ddXjeVX^dcV^hGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%%
Iêdh
EdejaVd
EdejaVdZb
EdejaVd
EdejaVd
:Xdcdb^XVbZciZ
>YVYZ6i^kVV
DXjeVYV 9ZhdXjeVYVX
6i^kVW
IVmVYZ
6i^k^YVYZW$V
IVmVYZ
9ZhdXjeVd
X$W
HjeZg^dg
(,#+).
''#&%-
'%#'&,
&#-.&
*-!,
-!+
BY^dhjeZg^dg)&#-,-
'*#&,'
''#,*(
'#)&.
+%!&
.!+
.!+
BY^d
&+,#-(-
&%+#(&'
.&#-,)
&)#)(-
+(!(
&(!+
DeZg{g^dedejaVg
*%#*,'
(%#.%+
'*#(-,
*#*&.
+&!&
&,!.
DeZg{g^dV\gXdaV
,%#*-%
)(#%.*
(,#+('
*#)+(
+&!&
&'!,
6\gXdaV
'+#(*+
&+#+-)
&*#%*&
&#+((
+(!(
.!-
IDI6A
(.)#-,(
'))#',,
'&'#.&)
(&#(+(
+&!.
&'!-
;dciZ/>7<:!8Zchd9Zbd\g{Xd#
Como Anda Maring
213
8dbd6cYVBVg^c\{
213
A necessidade de participar do mercado de trabalho mostra-se mais elevada nas reas
com moradores de categorias ocupacionais formadas, prioritariamente, por trabalhadores do

secundrio e, em seguida, com menor peso, do tercirio. A presso sobre o mercado de trabalho
vem acompanhada por maiores taxas de desocupao, que atinge seu maior valor (17,9%) no
conjunto de reas ocupadas pelos moradores que se incluem na categoria ocupacional operrio
popular (cor laranja), que s prepondera na AED correspondente ao municpio de Paiandu e nas
duas reas do municpio de Sarandi (Jardim Independncia e Linha do Trem), ambos os espaos
com moradores de baixa renda. A taxa de desocupao destas reas (17,9%) superior mdia
metropolitana (12,8%) reunindo um contingente de quase seis mil pessoas desocupadas.
A atual configurao social do espao metropolitano, a partir da insero dos
moradores no mercado de trabalho, resulta dos recentes ajustes desse mercado, basicamente,
em quatro dimenses formuladas por Delgado (2001): baixo crescimento da ocupao;
precarizao do trabalho, refletida principalmente no aumento da informalidade; aumento
das taxas de desemprego e mudana na distribuio setorial da ocupao, com aumento
na participao das atividades industriais no total do emprego.
No caso da RMM, podemos destacar o crescimento da atividade industrial ocorrido
na cidade plo como elemento diretamente relacionado aos ajustes do mercado de trabalho.
A participao da atividade industrial na composio do PIB alcanou 51%, em 1998,
bastante elevado em relao ao ndice de 26%, em 1970. Como reflexo desse aumento,
o nmero de empregos formais, em Maring, passou de 54 mil para 76 mil no perodo
1990-2000. Em Paiandu, de 850 para quase 2 mil, e, em Sarandi, de 2,3 mil para 5,3
mil, conforme dados do Ipardes (Mapas Temticos, 2003).
O Censo Demogrfico aponta a existncia, em 2000, de aproximadamente 213
mil pessoas ocupadas na RMM. Dois grupos se destacam na estrutura socioocupacional

maringaense (Tabela 5): o grupo das categorias do setor secundrio, com 26,61% do total
de ocupados, e o de trabalhadores das categorias mdias, com 21,56%. O primeiro grupo
congrega um conjunto de ocupaes em funes manuais, a maior parte absorvida na

construo civil (8,72%) e a outra, na indstria tradicional (7,20%); contra apenas 5,0%
na indstria moderna, o que significa que os maiores contingentes de trabalhadores, nessa
regio, se inserem em atividades de baixa qualificao.
Embora as atividades do secundrio constituam a maior categoria desde 1991,
as ocupaes mdias alcanam o segundo lugar (antes das ocupaes do tercirio) com
214
214
21,56% dos ocupados, sendo os empregados de escritrio o maior contingente desse grupo
(8,07%), juntamente com a parcela de pessoas envolvidas em funes tcnicas e artsticas
(5,38%), ambas requerendo algum tipo de conhecimento especializado.
I67:A6*EdejaVdZb>YVYZ6i^kV!EdejaVdDXjeVYVIdiVaZHZ\jcYd8ViZ\dg^Vh
HdX^dZXdcb^XVhGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%%
86I:<DG>6H
D8JE69DH
EDEJA6vD:B>969:6I>K6
EDEJA6vDD8JE696
D8JE69DH8DB86I:<DG>69:;>C>96
9>G><:CI:H
<gVcYZhZbegZ\VYdgZh
9^g^\ZciZhYdhZidgeWa^Xd
9^g^\ZciZhYdhZidgeg^kVYd
>CI:A:8IJ6>H
Egdhh^dcV^hVjicdbdhYZckZahjeZg^dg
Egdhh^dcV^hZbegZ\VYdhYZckZahjeZg^dg
Egdhh^dcV^hZhiViji{g^dhYZckZahjeZg^dg
Egd[ZhhdgZhYZckZahjeZg^dg
E:FJ:CDH:BEG:<69DG:H
D8JE6v:HBw9>6H
DXjeVZhYZZhXgîg^d
DXjeVZhYZhjeZgk^hd
DXjeVZhiXc^XVhZVgihi^XVh
DXjeVZhYZhVYZZZYjXVd
DXjeVZhYZhZ\jgVcV!_jhi^VZXdggZ^d
6giZhdh
IG676A=69DG:H9DI:G8>G>D
IgVWVa]VYdgZhYdXdbgX^d
VWh
(.)#-,(
'&'#.&)
'&&#)*'#,.'
&#,'+
)+(
+%'
&&#+-)
'#(*(
(#,.*
+*)#-,.
.#%-'
.#%-'
)*#*.%
&,#%+,
+#.'(
&&#(,*#,-&
'#%-%
'#(+'
(+#.,&
&.#%.%
EgZhiVYdgZhYZhZgk^dhZheZX^VaôVYdh
&,#--&
-!)+
*+#'*.
&%#+.)
&*#'&*
&&#.%(
&-#)),
(*#&*(
.#&'.
&,#&(-#--+
&(#.',
&(#.',
'+!+&
*!%+
,!'%
*!+(
-!,'
&+!+'
)!('
-!&%
)!'%
+!*.
+!*.
IG676A=69DG:H9DH:8JC9G>D
IgVWVa]VYdgZhbVcjV^hYV^cYhig^VbdYZgcV
IgVWVa]VYdgZhbVcjV^hYV^cYhig^VigVY^X^dcVa
IgVWVa]VYdgZhbVcjV^hYZhZgk^dhVjmâ^VgZh
IgVWVa]VYdgZhbVcjV^hYVXdchigjdX^kâ
IG676A=69DG:H9DI:G8>G>DCD:HE:8>6A>O69D
EgZhiVYdgZhYZhZgk^dhcdZheZX^VaôVYdh
:begZ\VYdhYdbhi^Xdh
6bWjaVciZhZ7^hXViZ^gdh
6<G>8JAIDG:H
6\g^XjaidgZh
;dciZ/>7<:8Zchd9Zbd\g{Xd'%%%b^XgdYVYdh
&%%!%%
&!('
%!-'
%!''
%!'*!*(
&!&&
&!,.
%!(&
'!(&
)!'.
)!'.
'&!*+
-!%,
(!',
*!('!,(
%!.&!&'
&,!).!%(
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
215
215
Os agrupamentos de trabalhadores das categorias intelectuais e das atividades agrcolas
apresentam menor participao na composio da estrutura socioocupacional metropolitana

em relao dcada anterior e as categorias dirigentes so as que tm a menor proporo de
ocupados, com apenas 0,82% de grandes empregadores. Entre os trabalhadores no-especializados, que so 16,62% do total, os empregados domsticos so maioria (8,10%). A participao
da categoria ambulantes e biscateiros (4,20%) e prestadores de servios no-especializados

(4,32%) ressalta o crescimento, apontado no incio deste item, das ocupaes que significam
impactos do ajuste sofrido pelo mercado de trabalho nos ltimos anos.
A segregao residencial observada em Maring, bem como a desigualdade social
nos municpios no entorno do plo, faz parte do desenvolvimento dessa espacialidade
(Mapa 1). Observamos que tal processo se mantm em 2000, quando se verifica que os
trs tipos socioespaciais em que sobressai a participao dos grupos em posio mais elevada
na estrutura social (dirigentes, intelectuais, pequenos empregadores e ocupaes mdias)

renem unidades espaciais (AEDs) localizadas apenas em Maring e somente em 2 reas
centrais, dentre as 25 existentes, classificadas no tipo superior. Na extenso prxima a

elas, encontra-se o mdio superior e, na periferia da cidade plo, o mdio inferior. Em
nenhum municpio da RMM aparecem reas classificadas em tipos socioespaciais com

essas caractersticas de ocupao superior.
O tipo superior rene 2 reas, que conformam um eixo que se estende do centro (zona
1) incorporando os bairros adjacentes da zonas 2, 3, 4 e regio da UEM. Nesse conjunto

de reas, esto concentrados 9,5% da populao ocupada na regio. Mais de um tero das
pessoas da RMM, classificadas como dirigentes (35,56%) ou intelectuais (33,56%), residem

nesse tipo. Os setores mdios tambm tm presena importante nesse tipo, representando
27,57% da populao ocupada a residente (exata descrio, bem como as que seguem sobre
esse tema encontram-se reunidas nos subitens que compem as Tabelas 6, 7, 8 e 9).
No extremo oposto esto os trabalhadores do secundrio (2,45%), do tercirio no-
especializado (3,81% - biscateiros, domsticos e prestadores de servios) e das atividades

agrcolas (1,95%) cuja presena muito pequena nesta rea.
O segundo tipo, mdio superior, caracteriza-se pela participao ainda importante
dos grupos dirigentes, intelectuais e pequenos empregadores e, principalmente, pela
acentuada participao de categorias mdias (34,26 %). Das 3 reas que compem esse
tipo, todas se localizam na cidade plo, adjacentes ao centro.
216
216
B6E6)Iêdad\^VhHdX^ddXjeVX^dcV^hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg6:9h'%%%
>YZci^XVdYVh6:9h
6\gXdaV
DeZg{g^dhV\gXdaVh
DeZg{g^dedejaVg
BY^d
BY^dhjeZg^dg
HjeZg^dg
(#,%(#,,#)&&#&&)#-`b
:hXVaV&/(,%%%%
&#Dabe^Xd"OdcVCdgiZ
)#J:B"=J
*#?VgY^b6akdgVYV
+#GZfj^d
,#KâVBdgVc\jZ^gV
-#6Zgdedgid6ci^\d
&%#OdcVh%&!%'!%(Z%)
&&#OdcV%*
&(#=dgid;adgZhiVa
&+#8ZcigdCdgiZ
&,#A^c]VYdigZb
&-#8ZcigdHja
&.#>\jVgVj
'%#c\jad
'&#BVcYV\jVj
''#EV^VcYj
'(#;adgZhiV
')#BVg^VakV
'*#BVcYV\jVg^
;dciZ/>eVgYZh0>7<:'%%%#
:aVWdgVd/DWhZgkVig^dYVhBZigedaZh'%%+#
O tipo mdio rene 9 reas, todas localizadas no plo, local em que reside o maior
nmero de pessoas ocupadas, 92 mil (43,1% dos ocupados) entre todos os tipos. A presena
de categorias mdias mantm-se elevada (24,0%), mas se amplia a presena dos grupos
da base da estrutura social, pois trabalhadores do secundrio so 28,66% de moradores
nesse tipo. Na realidade, esse fato atestado pelo quociente locacional (densidade) de
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
217
217
quase todos os grupos socioocupacionais, cujos valores so muito prximos de 1 para os
moradores no tipo mdio, diferente do superior em que h concentrao de moradores

das categorias profissionais dirigentes .
Nesse sentido, trata-se de um tipo socioespacial no qual o nvel de segregao menor,
na medida em que todos os grupos esto representados quase que na mesma proporo
em que se fazem presentes na RMM. Porm, ressalta-se que essa proximidade fsica entre
os diversos grupos sociais no significa a ausncia de distncias sociais no interior dessas
reas, fato corroborado pela presena, nesse tipo, de reas, em torno do Aeroporto Antigo,
de ocupao por classes de maior renda, e do Conjunto Requio e Thais, espaos onde
predominam moradores de baixa renda.
Reunindo 3 reas, o tipo operrio popular configura-se como um conjunto social no
qual a presena dos grupos superiores e mdios quase inexistente, sendo preponderante
a participao dos trabalhadores do setor secundrio, registrando-se a presena de 40,85%

de trabalhadores industriais.
Todas as reas desse tipo socioespacial localizam-se fora do municpio plo, porm
todas no entorno de Maring, nos municpios de Paiandu e Sarandi, nicas espacialidades

que apresentam essa categoria de trabalhadores.
O tipo operrio agrcola rene 6 reas, 1 no extremo do permetro urbano
maringaense ao norte e, as demais, em alguns municpios metropolitanos com presena
razovel de atividade agrcola aliada industrial, o que explica a participao de mais
de 20% de moradores dos grupos superiores e mdios nesse tipo, juntamente com
trabalhadores em atividades agrcolas que representam 41,25%. Entretanto, cerca de 40%
so trabalhadores dos setores secundrio e tercirio no-especializado, o que garante

o perfil operrio ao tipo.
O ltimo tipo socioespacial marcado pela participao mais acentuada de
trabalhadores agrcolas. O tipo agrcola envolve duas reas, todas fora de Maring (ngulo
e Marialva), nas quais a participao das ocupaes em atividades agrcolas de 34,08%
do total de ocupados, porm a participao dos trabalhadores do secundrio se apresenta

igualmente elevada (31,73%).
218
218
Em relao ao ndice de pobreza, em todos os municpios da RMM, o percentual
de famlias com renda familiar per capita at meio salrio-mnimo maior que 20% e,
no municpio plo, apenas 3 das 14 reas (Requio, Olmpico e Alvorada) tm mais que
10% de famlias com renda per capita nessa faixa (Mapa 5).
B6E6*EZgXZcijVaYZ;Vba^Vhedg8aVhhZYZGZcYVBZchVaEZg8VeîVfjZGZXZWZbVi
HVa{g^dBc^bdYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg6:9h'%%%
'!(("+!.+!.."&&!)&
&&!)'"&*!('
&*!(("'%!'%
'%!'&"'*!')
(#,%(#,,#)&&#&&)#-`b
:hXVaV&/(,%%%%
>YZci^XVdYVh6:9h
&#Dabe^Xd"OdcVCdgiZ
)#J:B"=J
*#?VgY^b6akdgVYV
+#GZfj^d
,#KâVBdgVc\jZ^gV
-#6Zgdedgid6ci^\d
&%#OdcVh%&!%'!%(Z%)
&&#OdcV%*
&(#=dgid;adgZhiVa
&+#8ZcigdCdgiZ
&,#A^c]VYdigZb
&-#8ZcigdHja
&.#>\jVgVj
'%#c\jad
'&#BVcYV\jVj
''#EV^VcYj
'(#;adgZhiV
')#BVg^VakV
'*#BVcYV\jVg^
;dciZ/>7<:'%%%#
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
219
219
I67:A6+9^hig^Wj^dYVh8ViZ\dg^VhHdX^dZXdcb^XVhedgIêdh
6WhdajidZ9Zch^YVYZGZaVi^kVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%%
I>EDAD<>6HD8>D:HE68>6A
86I:<DG>6H9VYdhVWhdajidh
HjeZg^dg
BY^d
hjeZg^dg
BY^d
DeZg{g^d
DeZg{g^d
edejaVg
V\gXdaV
6\gXdaV
IdiVa
9^g^\ZciZh
..(
*.%
,((
+)
('-
-(
'#,.'
>ciZaZXijV^h
(#.'&
'#&,)
(#+'%
'(.
&#&*&
*-%
&&#+-)
'#*%)
&#,-)
'#.++
')-
&#%%%
*,.
.#%-'
DXjeVZhbY^Vh
+#-+&
+#+.,
'&#-.*
'#,*.
*#.&'
&#)++
)*#*.%
IgVWVa]VYdgZhYdiZgX^{g^d
ZheZX^VaôVYd
'#,*,
)#'(%
&-#(-&
)#((-
*#((.
&#.'+
(+#.,&
&#(,.
(#-(.
'+#&+)
&%#',&
&&#%)%
(#*++
*+#'*.
IgVWVa]VYdgZhYdiZgX^{g^dcd
ZheZX^VaôVYd
&#()%
'#-+&
&+#%+,
*#.-*
+#-.&
'#%&%
(*#&*(
6\g^XjaidgZh
','
IDI6A
'%#%'*
)),
&#),*
&#')(
*#,))
)#,),
&(#.',
''#+''
.&#(%&
'*#&),
(,#)%*
&)#.*-
'&&#)*-
I67:A6,9^hig^Wj^dEZgXZcijVaYVh8ViZ\dg^VhHdX^dZXdcb^XVhedgIêdhGZ\^d
BZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%%
86I:<DG>6H9VYdhgZaVi^kdh
HjeZg^dg
BY^d
DeZg{g^d
edejaVg
DeZg{g^d
V\gXdaV
6\gXdaV
IdiVa
9^g^\ZciZh
(*!*+
'&!&)
'+!'+
'!(%
&&!,+
'!.-
&%%!%%
>ciZaZXijV^h
((!*+
&-!+&
(%!.-
'!%*
.!-*
)!.+
&%%!%%
',!*,
&.!+)
('!++
'!,(
&&!%&
+!(-
&%%!%%
DXjeVZhbY^Vh
&*!%*
&)!+.
)-!%(
+!%*
&'!.,
(!''
&%%!%%
ZheZX^VaôVYd
,!)+
&&!))
).!,'
&&!,(
&)!))
*!'&
&%%!%%
'!)*
+!-'
)+!*&
&-!'+
&.!+'
+!()
&%%!%%
ZheZX^VaôVYd
(!-&
-!&)
)*!,&
&,!%'
&.!+%
*!,'
&%%!%%
6\g^XjaidgZh
&!.*
(!'&
&%!*.
-!.'
)&!')
()!%-
&%%!%%
IDI6A
.!),
&%!,%
)(!&-
&&!-.
&,!+.
,!%,
&%%!%%
220
BY^d
hjeZg^dg
220
I67:A6-8dbedh^dHdX^dZXdcb^XVYdhIêdh
GZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%%
86I:<DG>6H9VYdhYVXdajcV
HjeZg^dg
BY^d
hjeZg^dg
BY^d
DeZg{g^d
DeZg{g^d
edejaVg
V\gXdaV
6\gXdaV
IdiVa
9^g^\ZciZh
)!.+
'!+&
%!-%
%!'+
%!--
%!*+
&!('
>ciZaZXijV^h
&.!*-
.!+&
(!.+
%!.*
(!%-
(!-,
*!*(
&'!*%
,!--
(!'*
%!..
'!+,
(!-,
)!'.
DXjeVZhbY^Vh
()!'+
'.!+%
'(!.-
&%!.,
&*!-&
.!-%
'&!*+
ZheZX^VaôVYd
&(!,,
&-!,%
'%!&(
&,!'*
&)!',
&'!--
&,!)-
+!-.
&+!.,
'-!++
)%!-*
'.!*'
'(!-)
'+!+&
ZheZX^VaôVYd
+!+.
&'!+*
&,!+%
'(!-%
&-!)'
&(!))
&+!+'
6\g^XjaidgZh
&!(+
IDI6A
&%%!%%
&!.-
&!+'
)!.)
&*!(+
(&!,(
+!*.
&%%!%%
&%%!%%
&%%!%%
&%%!%%
&%%!%%
&%%!%%
I67:A6.9Zch^YVYZGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%%
86I:<DG>6H9Zch^YVYZ
HjeZg^dg
BY^d
hjeZg^dg
BY^d
DeZg{g^d
edejaVg
DeZg{g^d
V\gXdaV
6\gXdaV
IdiVa
9^g^\ZciZh
(!-
'!%
%!+
%!'
%!,
%!)
&!%
>ciZaZXijV^h
(!*
&!,
%!,
%!'
%!+
%!,
&!%
'!.
&!-
%!-
%!'
%!+
%!.
&!%
DXjeVZhbY^Vh
&!+
&!)
&!&
%!*
%!,
%!*
&!%
ZheZX^VaôVYd
%!-
&!&
&!'
&!%
%!-
%!,
&!%
%!(
%!+
&!&
&!*
&!&
%!.
&!%
ZheZX^VaôVYd
%!)
%!-
&!&
&!)
&!&
%!-
&!%
6\g^XjaidgZh
%!'
%!(
%!'
%!-
'!(
)!-
&!%
IDI6A
&!%
&!%
&!%
&!%
&!%
&!%
&!%
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
221
221
ANDRADE, Thompson Almeida; SERRA, Rodrigo Valente (Org). Cidades Mdias Brasileiras.
ARANTES, Otlia et al. A cidade do pensamento nico: desmanchando consensos. Petrpolis,

RJ: Vozes, 2000.
BRASIL. ESTATUTO DA CIDADE (2001). Estatuto da Cidade: Lei 10.257, de 10 de julho

de 2001, que estabelece diretrizes gerais da poltica urbana. Braslia: Cmara dos Deputados,
Coordenao de Publicaes, 2001. 273 p. Srie fonte de referncia. Legislao, n. 40.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSITCA - IBGE. Censo Demogrfico,
2000 (Metrodata), 2005.
_____. Censo Demogrfico 1991 Documentao dos Microdados da Amostra. Rio de Janeiro:
1996. CD-ROM.
INSTITUTO PARANAENSE DE DESENVOLVIMENTO ECONMICO E SOCIAL.

Indicadores e Mapas Temticos para o Planejamento Urbano e Regional. Home page do Instituto
Paranaense de Desenvolvimento Econmico e Social, 2003.
IPEA/IBGE/UNICAMP/IPARDES. Caracterizao e tendncias da rede urbana do Brasil
redes urbanas regionais: Sul. Braslia: Ipea, 2000.
LAGO, Luciana Corra do. Desigualdades e segregao na metrpole: o Rio de Janeiro em tempo
de crise. Rio de Janeiro: Revan, 2000.
PARAN. Assemblia Legislativa. Lei Complementar 83, de 1998. Institui a Regio Metropolitana
de Maring. Curitiba: 1998.
MENDONA, Jupira G. Segregao e mobilidade residencial na regio metropolitana de Belo
Horizonte. 2002. 228 p. Tese (Doutoramento em Planejamento Urbano e Regional). IPPUR
Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional/UFRJ, RJ.
METRODATA. Observatrio das Metrpoles. Rio de Janeiro: IPPUR/UFRJ, 2004.
MOURA, R.; DELGADO, P. R. et al. Brasil Metropolitano: uma configurao heterognea.
Revista Paranaense de Desenvolvimento. Curitiba, Ipardes, n. 105, p. 33-56, jul./dez. 2003.
222
222
MOURA, Rosa; FIRKOWISKI, Olga. Metrpoles e Regies Metropolitanas: o que isso tem em
comum? Anais do IX Encontro Nacional da Anpur. v. 1, IPPUR/UFRJ, Rio de Janeiro, 2001. p.

105-114.
ONU/PNUD. Atlas do Desenvolvimento Humano, 2002. [New York] home page acessada em
maio de 2004.
PREFEITURA Municipal de Maring, Plano Diretor Integrado de Desenvolvimento. Maring,
1991.
RODRIGUES, Ana Lcia; TONELLA, Celene. Metrpole regional no contexto da dinmica

paranaense. XVII Encontro Anual da Anpocs, Caxambu, 2003.
RODRIGUES, Ana Lcia. A pobreza mora ao lado: segregao socioespacial na Regio Metropolitana
de Maring. So Paulo, 2004. Tese (Doutorado). Pontifcia Universidade de So Paulo.
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO URBANO E HABITAO/SEDUH/PMM.

Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado/2004. Projeto de Lei em processo de envio para o
Legislativo Municipal, 2004.
TASCHNER, Suzana P.; BGUS, Lcia M. M. So Paulo como patchwork. Cadernos Metrpole.
So Paulo. Grupo de Pesquisa Pronex, n. 1, p. 43-98, 1999.
TONELLA, C. Poder local e polticas pblicas: um estudo exploratrio sobre conselhos gestores.
Cadernos metrpole desigualdade e governana. So Paulo, n. 10, p. 103-140, 2003.
TONELLA, C. Relatrio de Pesquisa (CNPq). Poder Local e Polticas Pblicas: Um Estudo

Exploratrio Sobre Conselhos Gestores. 2002.
TONELLA, Celene; RODRIGUES, Ana Lcia. Metrpole regional no contexto da dinmica
paranaense. XVII Encontro Anual da Anpocs, Caxambu, 2003.
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
223
223
Captulo
4)
XVeijad
*$ :[ce]hWWde9Wf_jWb_ice0
:[i_]kWbZWZ[IeY_e[ifWY_WbdWH[]_e
C[jhefeb_jWdWZ[CWh_d]|
Neste estudo buscou-se discutir as questes relativas demografia da Regio
Metropolitana de Maring (RMM). Utilizaram-se como fontes os Censos Demogrficos
(IBGE, 1991 e 2000) e o Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil (PNUD, 2002).
Procurou-se descrever e compreender os processos com base nos dados apresentados pelas
tabelas que contemplam os seguintes indicadores: 1) situao de domiclio (urbano ou
rural), nveis de urbanizao, taxa geomtrica de crescimento e densidade demogrfica; 2)
longevidade e mortalidade; 3) fecundidade; 4) estrutura etria da populao; 5) situao
de vulnerabilidade social; 6) distribuio da populao por cor.
)#&# HîjVdYZ9db^Xa^d!IVmVYZJgWVcôVd!IVmV<Zdbig^XV
YZ8gZhX^bZcidZ9Zch^YVYZ9Zbd\g{XV
A histria da urbanizao brasileira foi marcada pela tradicional ocupao do
litoral, que durou mais de quatro sculos, do incio do sculo XVI at meados do sculo
XX. No contexto da Segunda Guerra Mundial, com a preocupao de ocupar a poro
oeste do territrio brasileiro, se deu uma nova etapa do processo de urbanizao brasileira.
O contexto de criao das cidades norte-paranaenses expresso desse novo perodo,
denominado por Santos (2005) de nova urbanizao brasileira, no movimento dialtico
de metropolizao e desmetropolizao.
Como Anda Maring
225
8dbd6cYVBVg^c\{
225
No Brasil, diversos Estados foram induzidos modernizao agrcola, alguns se
modernizaram em longo prazo, outros em menos de uma dcada, mas o Norte do Estado do
Paran passou por esse processo em menos de trs dcadas, pois, alm do no-financiamento
ao produtor de caf (que ocupava muita mo-de-obra) e a ferrugem que ganhava campo
nos cafezais, a geada de 1975 foi a ltima gota que inviabilizou a continuidade da pequena
propriedade. Muitos afirmam que foi a geada negra e se esquecem de citar o importante
papel das polticas nacionais e internacionais de incentivo a tal modernizao, que no
correspondiam s necessidades sociais e geo-histrica brasileira, na qual, ainda hoje, se

observam alguns dos efeitos multiplicadores desse processo.
Esse impacto sobre a populao rural mais em forma de evento que de processo (em
curto tempo) foi considerado por Graziano da Silva (1982, p. 49) como parcial, conservadora
e dolorosa, pois inviabilizou a agricultura familiar, tradicional e de subsistncia, sinnimos
de atraso para o olhar capitalista, dando origem a uma enorme massa de desempregados
e emigrantes, sinnimos de preguiosos e vagabundos, supondo que no trabalham

por apenas desestmulo pessoal.
Essa poltica ajudou tambm a concentrar ainda mais as terras no Brasil (aumento
em nmero e rea dos latifndios), acentuar os problemas urbanos de muitas cidades

(principalmente das metrpoles: So Paulo e Rio de Janeiro) e a fortalecer o setor
industrial, composto, em grande parte, no perodo, por transnacionais com tecnologias
obsoletas em seu pas de origem, em busca de mo-de-obra e matria-prima barata, alm

do mercado em formao.
Em 1978, a quase totalidade dos fluxos no Norte do Paran era polarizada por
Londrina, enquanto Maring tinha influncia restrita, sendo essa cidade polarizada por
Londrina e de baixo nvel de centralidade em relao aos primeiros anos do sculo XXI
(Mapa 6).
Na dcada de 1980, o processo de urbanizao causou srios problemas para o
planejamento urbano e regional do Paran, com a perda de grande contingente populacional

para outros Estados do Pas e para outros pases (principalmente, Paraguai). Ferreira (1986)
constatou que, em apenas uma dcada, ocorreu um decrscimo de 2.647.000 pessoas na
rea rural e na urbana um saldo positivo de 1.335.000. Esse agravamento do xodo rural,
principalmente no Norte do Paran, fez com que retirantes do campo se dirigissem,
principalmente, s cidades mdias e grandes, como Londrina, Maring, Umuarama,

226
226
Apucarana, e suas cidades dormitrios, como Sarandi e Cambe. Entretanto, o maior fluxo
populacional se dirigiu Regio Metropolitana de Curitiba (MORO, 1998).
B6E6+GZaVd:cigZVhEg^cXêV^h8ZcigVa^YVYZhYVGZ\^dHjaYd7gVhâZb&.,-
8ZcigdHjW"gZ\^dcVa
8ZcigdGZ\^dcVa
8ZcigdHjW"bZigdedaîVcd
BZigedaZGZ\^dcVa
6YVeiVd/BDI6!6#6#!'%%*#
;dciZ/BDJG6ZL:GC:8@!'%%&#
Entre Maring e Londrina, outras cidades com porte pequeno ou mdio passam por
um acelerado crescimento urbano, destacando-se a cidade de Sarandi, uma das cidades que
mais cresce em nmero de habitantes do Paran, entretanto, conforme o padro de urbanizao
latino-americano, com enormes carncias de infra-estrutura e habitao, e outras cidades em
ritmo acelerado de crescimento, como Arapongas, Apucarana e Cambe. Enquanto a maioria
das cidades da Mesorregio Norte Central que no esto no eixo do Complexo Urbano
LondrinaMaring tendem a perder populao e a diminuir a te no mapa de relaes entre
as centralidades urbanas paranaenses de 1993 (Mapa 7), no qual se visualiza que a cidade
de Maring relaciona-se e tem polarizado um nmero maior de cidades em relao a 1978,

polarizando Centros Sub-regionais: Paranava, Umuarama, Campo Mouro, conforme
o estudo de Caracterizao e Tendncias da Rede Urbana do Brasil (IPEA; UNICAMP;

IBGE, 1999), no qual ficam evidentes as influncias exercidas por Maring no Sul do
Estado do Mato Grosso do Sul. A cidade passa a competir com Londrina, pelos fluxos de
pessoas, idias, infra-estrutura, investimentos e mercadorias e a ter fluxos de centralidade

muito fortes diretamente com Curitiba.
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
227
227
B6E6,GZaVZh:cigZVh8ZcigVa^YVYZhYd:hiVYdYdEVgVc{Zb&..(
;ajmdYZeVgi^YVYZ
XZcigVa^YVYZXdbckZa
Bjîd[gVXd
;gVXd
BY^deVgV[gVXd
BY^d
;dgiZeVgVbY^d
;dgiZ
Bjîd[dgiZ
;dciZ>7<:"'%%%
7VhZ8Vgid\g{XV>7<:
;dciZ/BdjgVZLZgcZX`'%%&#
Dados da projeo populacional municipal paranaense de 2000 a 2010, realizada
pelo Ipardes (2005), so reveladoras dos processos geo-scio-demogrfico vigentes na rede
urbana paranaense, ao apontar cidades e aglomerados que continuaram a se densificar,

denominados espacialidades de concentrao urbana, e regies que continuaram a perder
populao, denominadas extensas reas de esvaziamento. Em sntese, os resultados dessa
pesquisa indicam a continuidade de concentrao populacional na Regio Metropolitana

de Curitiba e nos aglomerados de Maring, Londrina, Cascavel e Foz do Iguau, em
oposio a 84% dos municpios inseridos nas espacialidades de esvaziamento, o que
aumenta a exigncia de um reequilbrio econmico e populacional.
Essas pesquisas vm confirmar o desenvolvimento socioespacial desigual, no qual
as regies metropolitanas e aglomeraes urbanas vo concentrando e acumulando os
aspectos positivos e negativos do modo de vida urbana, as melhores condies de infra-
estruturas e servios urbanos, provenientes de recursos pblicos, que so apropriados por
indivduos, famlias ou grupo minoritrio, permitindo que realizem novos investimentos,

com o objetivo de maior concentrao e acumulao de poder econmico e poltico uma
das lgicas de reproduo do capital.
Com relao ao grau de urbanizao da RMM (Tabela 13), constata-se que a
taxa mdia de urbanizao no Censo Demogrfico de 1991 j era elevada (92,50%),

228
228
porm variava em 26,6% entre o municpio mais urbanizado Maring e o municpio

menos urbanizado Iguarau. Em 2000, a taxa mdia era de 95,3%, isto , apenas 4,7%
da populao estava em situao de domiclio rural. Destes, Marialva (6.589), Maring
(4.675), Mandaguari (3.114) e Mandaguau (2.715) se destacam, respectivamente, com
o maior nmero de pessoas no campo. Por mudanas no tipo de agricultura, Marialva e
Sarandi foram os nicos municpios onde o nmero de habitantes em rea rural aumentou.
Marialva, em 1991, tinha 6.448 pessoas morando em rea rural e, em 2000, 6.589. Sarandi
passou de 1.773, em 1991, para 1.929, em 2000.
Ainda em Sarandi foi encontrada a maior densidade populacional da RMM, 692
habitantes por km2, por dois fatores principais: o municpio com maior taxa de crescimento
populacional entre 1991 e 2000 do Paran (4,5% ao ano); e o municpio com a menor
extenso territorial da RMM (104,3 Km). Em seguida, vem Maring, com 592 habitantes
por km2, tendo esse indicador reduzido por apresentar a maior extenso territorial da RMM
(490,9 Km). Contrapondo-se aos nveis de densidade demogrfica de Maring e Sarandi,

ou mesmo Paiandu com 180 habitantes por km , tm-se os municpios de ngulo e
Iguarau que dispem das menores densidades demogrficas da regio: 26,9 e 21,7 habitantes
por km2, respectivamente, e reas de 105,7 km e 166,1 km (Tabela 14). relevante ressaltar
que Iguarau foi o nico municpio da regio em estudo que teve o nmero de populao
reduzido (5% ao ano) pelo desmembramento do Municpio de ngulo (Tabela 15).
Com relao ao nvel de integrao dos municpios da RMM com a cidade plo,
constatamos que, no perodo 1991-2000, a taxa de crescimento anual de Sarandi e Paiandu

(alto grau de integrao) foi de 4,3%, e 371,2 pessoas por km, enquanto os municpios
com baixo grau de integrao (ngulo, Floresta, Iguarau, Mandaguau, Mandaguari

e Marialva.) apresentam 1,6% de crescimento ao ano e densidade demogrfica de 70,4
habitantes por km (Tabela 18 e Tabela 19).
A populao residente total da RMM em 2000 era de 479.324, a cidade plo concentra
288.653. Considerando a populao residente por rea de expanso demogrfica (AED),

observa-se que, em Maring, as AEDs Zona sul e Zonas 1, 2, 3 e 4 concentram o maior
nmero de habitantes com 32.612 e 27.296, respectivamente; o conjunto Requio vem em
seguida, com 26.120, e, na seqncia, Jardim Alvorada (24.731), Aeroporto Antigo (24.325),
Cidade Nova Copacabana (22.755), Conj. ThasAlvorada II (21.639), Zona 8Vila Santo
Antnio (18.619); enquanto as regies OlmpicoZona Norte, Jardim So JorgeMandacaru,

Horto florestal, UEM HU e Zona 5 variam entre 14.906 e 15.617 habitantes. A rea com
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
229
229
menor nmero de populao residente a regio em que se situa a Vila Morangueira, com
14.580 pessoas. Sarandi contabiliza, em 2000, 71.422 habitantes. Destes, 19.647 estavam
na regio centro-norte, 18.499, no centro-sul, 17.412, na regio SarandiLinha do Trem, e
15.864, SarandiJardim Independncia. Nos demais municpios tem-se 31.395 habitantes

em Mandaguari, 30.764 em Paiandu, 28.702 em Marialva, 16.828 em Mandaguau, 5.122
em Floresta, 3.598 em Iguarau e 2.840 em ngulo (Mapa 8).
B6E6-EdejaVdGZh^YZciZedg6:9hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%%
>YZci^XVdYVh6:9h
'#-)%"-#,.)
-#,.*"&)#,).
&)#,*%"'%#,%(
'%#,%)"'+#+*,
'+#+*-"('#+&'
(#,%(#,,#)&&#&&)#-`b
:hXVaV&/(,%%%%
&#Dabe^Xd"OdcVCdgiZ
)#J:B"=J
*#?VgY^b6akdgVYV
+#GZfj^d
,#KâVBdgVc\jZ^gV
-#6Zgdedgid6ci^\d
&%#OdcVh%&!%'!%(Z%)
&&#OdcV%*
&(#=dgid;adgZhiVa
;dciZ/>7<:'%%%#
230
230
&+#8ZcigdCdgiZ
&,#A^c]VYdigZb
&-#8ZcigdHja
&.#>\jVgVj
'%#c\jad
'&#BVcYV\jVj
''#EV^VcYj
'(#;adgZhiV
')#BVg^VakV
'*#BVcYV\jVg^
)#'# Adc\Zk^YVYZZBdgiVa^YVYZ
A partir dos indicadores de longevidade e mortalidade da populao (Tabela
2), possvel observar que a expectativa de vida em Sarandi se destaca da dos demais
municpios, inclusive, do municpio plo, Maring. Em 1991, a esperana de vida ao

nascer era de 69,4 anos em Sarandi, e 66,5 em Maring, Floresta e ngulo so outros
municpios em que esse indicador supera a cidade sede. Respectivamente, neles se

tm 68,1 e 67 como previso de idade mxima alcanada em 1991. Em 2000, Sarandi
mantm sua posio quanto a esse indicador (72,9), e Mandaguari, que em 1991 tinha
para sua populao a esperana de vida ao nascer de 66,4 anos, atinge, em 2000, o nvel
de Sarandi nesse indicador.
Quanto probabilidade de sobrevivncia at os 40 anos em 1991, o Municpio
de Sarandi se destaca, pois, enquanto todos os demais municpios oscilam entre 89

e 91,8% de chances de sobrevivncia at os 40 anos, Sarandi apresenta 92,8% nesse
ndice. O crescimento de Mandaguari e Maring no ndice de expectativa de vida

aludido acima se repete tambm nesse indicador. De 1991 para 2000, a expectativa
de vida at os 40 anos em Maring cresceu de 90,5 para 94,6, e em Mandaguari
esse crescimento foi de 90,3 para 95, a mesma probabilidade de Sarandi para o
ano de 2000.
Quanto s taxas de mortalidade infantil tanto relativas s crianas de at um ano
de idade, quanto s de cinco anos nota-se uma melhora geral e significativa dos ndices,
com queda da mortalidade entre 1991 e 2000. Acrescenta-se a isso que, no municpio sede,
essa queda a mais acentuada. A mortalidade de crianas no seu primeiro ano de vida
era de 35%, em Maring, no ano de 1991. No ano de 2000, esse nmero caiu para 14,3%,
configurando-se, junto com Sarandi (13%) e Mandaguari (13%), como os municpios com
menores taxas de mortalidade, em contraste com Iguarau (24,4%) e Floresta (20,4%).

Os demais municpios oscilam entre 19,2% e 19,6%.
)#(# :higjijgV:i{g^VYVEdejaVd
Sobre a estrutura etria da populao metropolitana, percebe-se que, nas AEDs
do Municpio de Maring, encontram-se as menores concentraes de crianas e
adolescentes de 0 a 14 anos, variando entre 18,8% e 27,8% dos moradores. Por outro
lado, a maior participao dessa faixa etria da RMM encontrada em Sarandi, nas
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
231
231
AEDs Linha do Trem (33,3%) e Jardim Independncia (32,3%). Destaca-se que essas
reas de populao jovem so as mesmas nas quais se encontram os maiores ndices de
pobreza da RMM.
O ndice de envelhecimento, que mede o nmero de idosos para cada 100 crianas
de 0 a 14 anos (Tabela 16), mostra-se mais elevado nas reas centrais e adjacncias do
municpio sede (48,2 e 40) e menos elevado nas reas dos municpios de Paiandu (16,6)
e Sarandi (entre 9,6 e 23,6). Estes so os municpios com maior importncia relativa da
populao infantil e adolescente (Mapa 9).
A partir da verificao dos indicadores de estrutura etria da populao (Tabela 10),
pode-se dizer que a proporo da populao jovem, de 15 a 22 anos, foi pouco varivel
em todos os municpios em 1991, variando em mdia cerca de dois pontos percentuais

(de 15,3% em Floresta a 17, 4% em Paiandu), e menor ainda no ano de 2000, variando
apenas um ponto percentual (de 14,2% em ngulo a 15,4% em Marialva). Uma maior
discrepncia encontrou-se entre os dados relativos formao da populao de crianas,
de 0 a 14 anos, e da populao adulta, de 23 a 64 anos. Maring comparece nesse quadro
como a cidade com mais baixa concentrao de crianas, e, ainda, revela queda dessa
formao do incio ao fim da dcada (29,7% em 1991 e 24,5% em 2000). Constatao
diametralmente oposta a essa se d quanto concentrao de adulto nessa cidade plo,
que, alm de ser a mais alta, cresceu significativamente no mesmo perodo (de 50,6% em
1991 para 54, 3% em 2000).
Observa-se que h reduo geral na RMM da taxa de populao infantil na
dcada observada. Destaca-se a a reduo mais acentuada desse indicador nas cidades
de Floresta (de 30,7%, em 1991, para 25, 9%, em 2000) e Iguarau (de 33,1%, em 1991,
para 28,2%, em 2000). A populao adulta, ao contrrio, se eleva. ngulo, Iguarau,
Paiandu e Sarandi vem essa taxa se elevar em cerca de 5 pontos percentuais, ou seja,
a mdia da formao populacional de adultos, cerca de 45%, em 1991, sobe para 50%
da populao, em 2000. A taxa de idosos (acima de 65 anos) se eleva de 1991 a 2000
moderadamente, de um a dois pontos percentuais, em todos os municpios. Essa taxa
se mantm ainda mais elevada em ngulo (6,7%, em 1991, e 7,9% em 2000) e mais
baixa em Paiandu e Sarandi (respectivamente, 3,8%, em 1991, e 4,8%, em 2000; 3,6%
em 1991, e 4,5%, em 2000).
232
232
B6E6.cY^XZYZ:ckZa]ZX^bZcidYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg6:9h'%%%
>YZci^XVdYVh6:9h
.#+%"&*#&%
&*#&&"&.#)%
&.#)&"'*#&%
'*#&&"'.#&%
'.#&&")-#'%
(#,%(#,,#)&&#&&)#-`b
:hXVaV&/(,%%%%
&#Dabe^Xd"OdcVCdgiZ
)#J:B"=J
*#?VgY^b6akdgVYV
+#GZfj^d
,#KâVBdgVc\jZ^gV
-#6Zgdedgid6ci^\d
&%#OdcVh%&!%'!%(Z%)
&&#OdcV%*
&(#=dgid;adgZhiVa
&+#8ZcigdCdgiZ
&,#A^c]VYdigZb
&-#8ZcigdHja
&.#>\jVgVj
'%#c\jad
'&#BVcYV\jVj
''#EV^VcYj
'(#;adgZhiV
')#BVg^VakV
'*#BVcYV\jVg^
;dciZ/>7<:'%%%#
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
233
233
)#)# HîjVdYZKjacZgVWâ^YVYZHdX^Va
Um dos indicadores em destaque na temtica vulnerabilidade social da rea em
estudo a discrepncia entre a quantidade de portadores de deficincias dos diferentes
municpios, sobretudo, entre os municpios de ngulo e Iguarau, com 26,5% e 21,8% da
populao total com alguma deficincia, e Mandaguau e Maring, com 7,1% e 12,1%,
respectivamente. Os demais municpios possuem entre 12,3% e 15,7% da populao com
um ou mais tipo de necessidades especiais (fsicas, sensoriais e mentais) (Tabela 20).
No que se refere razo de sexo, segundo IBGE (2000), o nmero total de
homens para cada 100 mulheres na Regio Metropolitana de Maring 95,1 (Tabela
17). Calculado para diferentes grupos etrios, a razo de sexo permite avaliar se existe
ou no um equilbrio entre os sexos nas reas estudadas. Para a faixa etria de 0 a 14

anos, constatou-se que o Municpio de Floresta se destaca por apresentar maior nmero
de crianas do sexo masculino do que feminino, isto , existem 111,6 homens para cada
100 mulheres. Em ngulo, por sua vez, ocorre o inverso, o nmero de meninos (0 a 14
anos) menor (90,2) para o grupo de 100 meninas. Os demais municpios da regio,
em geral, mostraram-se em equilbrio quanto razo de sexo tendo como mdia para
a regio 102,5 (Tabela 17).
Em contrapartida, perceberam-se desequilbrios nas propores de homens e
mulheres para a populao adulta em apenas dois municpios e para a populao idosa
em quase todos municpios. Para a faixa etria adulta (15 a 64 anos) os desequilbrios
so irrelevantes, com exceo de Maring (90,1) e ngulo (109,3), a razo de sexo
dos demais municpios variam entre 98,0 e 101,0. Quanto populao idosa (65 anos
ou mais), apenas Iguarau (111,7) apresenta nmero superior proporo de 100

mulheres. Todos os outros municpios da regio apresentaram razo de sexo inferior
a 100, variando entre 75,0 e 98,0. Ou seja, existem mais mulheres idosas que homens
idosos em nossa regio.
)#*# 9^hig^Wj^dYVEdejaVdedg8dg
A distribuio geoespacial da cor da populao no espao urbano relevante, porque
outros elementos esto includos na segregao socioespacial, como se pode perceber atravs
dos dados por AEDs disponvel pelo Observatrio das Metrpoles, no qual Maring possua,
234
234
em 2000, um percentual de 76,52% de populao branca, 19,57% de populao negra ou

parda e 3,53% de populao amarela ou indgena (Tabela 15).
A maior proporo de populao branca (84,97%) est nas cinco primeiras zonas
contidas no plano inicial, onde se concentra a populao com mais alta renda per capita, ou
seja, nas reas mais centrais do espao urbano maringaense (Zonas 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7). A
populao negra ou parda para essas mesmas zonas corresponde a apenas 8,07%. Enquanto
nas AEDs Requio e Olmpico Zona Norte, localizadas no quadrante norte, limtrofe
com os municpios de Sarandi e Paiandu, a populao negra ou parda de 37,11% e
26,3%, respectivamente, e a populao branca de 62,01%, correspondendo aos bairros
populares, ou seja, que concentram a populao de mais baixa renda, afastadas do centro
e dos instrumentos sociais importantes como prefeitura, hospitais, bibliotecas, frum etc.
(Tabela 20).
Ao se fazer uma analogia de Maring com as outras cidades do aglomerado, fica mais
evidente tal separao, tanto na escala urbana como da intrametropolitana (Mapa 10).
Pode-se identificar AEDs da cidade de Maring com ndices da proporo da populao
de cor branca em relao populao de cor negra ou parda inferiores s de Paiandu,

Marialva e da AED mais central de Sarandi. No municpio de Sarandi, as reas onde esto
o maior percentual de populao negra e parda so a Linha do Trem (37,8%) e Jardim
Independncia (32,9%), onde reside o maior contingente de populao de baixa renda

da RM, como j se mostrou anteriormente. Se comparando as mdias se tm grandes
diferenas, ao se comparar todas as AEDs da RMM, desconsiderando os limites municipais,

tem-se uma extrema desigualdade da distribuio da populao por cor.
Nos municpios de Iguarau e Mandaguau, por exemplo, respectivamente, 53,5%
e 47,9% da populao branca e 45,4% e 51,4% negra ou parda, configurando-se com

os municpios da regio onde o percentual da populao negra e parda est prxima ou
maior que a da populao branca. Por sua vez, ngulo e Floresta so os municpios
que tm os maiores percentuais de populao branca da RM, respectivamente, 83,6%

e 82,47%, por estarem em situao geogrfica desfavorvel com relao aos principais
eixos rodovirios, permanecendo a composio de cor populacional sem grandes

mudanas desde a colonizao, quando se recebeu grandes contingentes populacionais
de cor branca.
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
235
235
B6E6&%9^hig^Wj^dYVEdejaVdYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{HZ\jcYdV8dg
CZ\gdEVgYdedg6:9h'%%%
>YZci^XVdYVh6:9h
+#+%"&)#.%
&)#.&"'%#)%
'%#)&"')#*%
')#*&"('#.%
('#.&"*&#)%
(#,%(#,,#)&&#&&)#-`b
:hXVaV&/(,%%%%
;dciZ/>7<:'%%%#
236
236
&#Dabe^Xd"OdcVCdgiZ
)#J:B"=J
*#?VgY^b6akdgVYV
+#GZfj^d
,#KâVBdgVc\jZ^gV
-#6Zgdedgid6ci^\d
&%#OdcVh%&!%'!%(Z%)
&&#OdcV%*
&(#=dgid;adgZhiVa
&+#8ZcigdCdgiZ
&,#A^c]VYdigZb
&-#8ZcigdHja
&.#>\jVgVj
'%#c\jad
'&#BVcYV\jVj
''#EV^VcYj
'(#;adgZhiV
')#BVg^VakV
'*#BVcYV\jVg^
FERREIRA, Y. N. Industrializao e Urbanizao do Paran. Geografia. Londrina, v. 3, p. 113-128,
1986.
GRAZIANO DA SILVA, J. A modernizao dolorosa: estrutura agrria, fronteira agrcola e

trabalhadores no Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.

2002. CD-ROM.
IPARDES. Paran Projees Municipais por sexo e idade 2000 a 2010. Disponvel em: <http:/www.
pr.gov.br/ipardes/pdf/proj_2000_2010.pdf.>. Acesso em: 18 ago. 2005.
IPEA; UNICAMP; IBGE (Org.). Caracterizao e Tendncias da Rede Urbana do Brasil.
Campinas: Unicamp/ IE/Nesur, Ipea, IBGE, 1999.
MORO, D. A. Desenvolvimento Econmico e Dinmica Espacial da Populao no Paran
Contemporneo. Boletim de Geografia. Maring, v. 16, n. 1, p. 1-55, 1998.
MOURA, R; WERNECK, D. Z. Rede, Hierarquia e regio de influncia das cidades: um foco sobre
a Regio Sul. Revista Paranaense de Desenvolvimento. Curitiba, n. 100, p. 27-57, 2001.

em: maio 2004.
SANTOS, M. A Urbanizao Brasileira. 5. ed. So Paulo: Edusp, 2005 [1993].
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
237
237
7d[nei
I67:A6&%Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{!HZ\jcYdV:higjijgV:i{g^VYV
EdejaVd&..&"'%%%
8Y^\d
Bjc^Xe^d
8g^VcVVi&)
Vcdh
?dkZchYZ&*V
''Vcdh
6YjaidYZ'(V
+)Vcdh
>Ydhdh+*Vcdh
ZbV^h
EdejaVdidiVa
&..&
'%%%
&..&
'%%%
&..&
'%%%
&..&
'%%%
&..&
'%%%
)&%&&*
c\jad
'.!+
'-!%
&*!,
&)!'
)*!-
*%!%
+!,
,!.
&%%!%
&%%!%
)&%,.%
;adgZhiV
'-!)
'*!.
&*!(
&)!)
)-!'
*'!'
*!,
,!)
&%%!%
&%%!%
)&&%%%
>\jVgVj
(%!.
'-!'
&+!(
&)!+
)*!)
*%!.
*!'
+!(
&%%!%
&%%!%
)&&)&%
BVcYV\jVj
'.!)
'-!&
&+!&
&)!,
),!*
*&!&
*!%
+!'
&%%!%
&%%!%
)&&)'%
BVcYV\jVg^
'-!*
'+!(
&*!+
&)!*
)-!+
*'!(
*!(
,!%
&%%!%
&%%!%
)&&)-%
BVg^VakV
'-!+
'+!&
&*!*
&*!)
)-!)
*'!'
*!+
+!(
&%%!%
&%%!%
)&&*'%
BVg^c\{
',!-
')!*
&*!(
&*!'
*%!+
*)!(
)!)
+!%
&%%!%
&%%!%
)&&,*%
EV^VcYj
(%!-
'.!(
&,!)
&*!(
)*!)
*%!*
(!-
)!-
&%%!%
&%%!%
)&'+'*
HVgVcY^
(&!* '.!+ &,!& &*!( )*!+ *%!+ (!+
;dciZ/6iaVhYd9ZhZckdak^bZcid=jbVcdcd7gVhâ
CdiV/&8aVhh^XVdhZ\jcYddZhXdgZcVX^dcVa/Ead!Bjîd6aid!6aid!BY^d!7V^md!Bjîd7V^md
)!*
&%%!%
&%%!%
I67:A6&&Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{!HZ\jcYd^cY^XVYdgZhYZ
Adc\Zk^YVYZZBdgiVa^YVYZ&..&"'%%%
8Y^\d
EgdWVWâ^YVYZ EgdWVWâ^YVYZ EgdWVWâ^YVYZ

:heZgVcV :heZgVcV BdgiVa^YVYZ BdgiVa^YVYZ BdgiVa^YVYZ BdgiVa^YVYZ
YZ
YZ
YZ
YZk^YV YZk^YV VijbVcd VijbVcd ViX^cXd ViX^cXd
Bjc^Xe^d
hdWgZk^kcX^V hdWgZk^kcX^V hdWgZk^kcX^V
VdcVhXZg! VdcVhXZg! YZ^YVYZ!
YZ^YVYZ!
VcdhYZ
VcdhYZ
Vi)%Vcdh! Vi)%Vcdh! Vi+%Vcdh!
&..&
'%%%
&..&
'%%%
^YVYZ!&..& ^YVYZ!'%%%
&..&
'%%%
&..&
)&%&&* c\jad
+,!%.
+.!*-
((!%+
&.!*+
(-!%+
''!+-
.%!.*
.'!+.
,*!).
)&%,.% ;adgZhiV
+-!&.
+.!&-
'.!+'
'%!)*
)&&%%% >\jVgVj
++!'.
+,!*&
(*!,'
')!(+
()!&'
'(!,
.&!-)
.'!(-
,,!*(
)&!&
'-!''
.%!',
.&!%&
)&&)&% BVcYV\jVj
+*!'.
+.!*-
(.!&,
,(!.-
&.!*+
)*!%+
''!+-
-.!(.
.'!+.
)&&)'% BVcYV\jVg^
++!)
,'!.(
,'!%.
(*!('
&(!%)
)%!+*
&*!&(
.%!(,
.*!%)
)&&)-% BVg^VakV
+)!.*
,)!'
+.!,'
)%!)&
&.!'+
)+!),
''!((
-.!%-
.'!,.
,&!))
)&&*'% BVg^c\{
)&&,*% EV^VcYj
++!*&
,'!''
()!.,
&)!('
)%!'*
&+!+'
.%!)+
.)!*,
,)!)
+)!.*
+.!,'
)%!)&
&.!'+
)+!),
''!((
-.!%-
.'!,.
,&!))
)&'+'* HVgVcY^
+.!))
,'!.(
'*!..
&(!%)
'.!.+
&*!&(
.'!,.
.*!%)
,.!,-
BY^V
++!+
,%!)
(*!%
&-!&
)%!'
'&!%
.%!*
.(!'
,)!*
238
238
I67:A6&'Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{!>cY^XVYdgZhYZ;ZXjcY^YVYZ!
&..&"'%%%
8Y^\d
Bjc^Xe^d
)&%&&* c\jad
EZgXZcijVaYZ
EZgXZcijVaYZ
EZgXZcijVaYZ
EZgXZcijVaYZ
VYdaZhXZciZhYd VYdaZhXZciZhYd
IVmVYZ
IVmVYZ Xg^VcVhYdhZmd Xg^VcVhYdhZmd
hZmd[Zb^c^cd
hZmd[Zb^c^cd
[ZXjcY^YVYZ [ZXjcY^YVYZ [Zb^c^cdZcigZ [Zb^c^cdZcigZ
ZcigZ&*Z&,
ZcigZ&*Z&,
idiVa!&..& idiVa!'%%% &%Z&)VcdhXdb &%Z&)VcdhXdb
VcdhXdba]dh! VcdhXdba]dh!
a]dh!&..&
a]dh!'%%%
&..&
'%%%
'!*,
'!*
%!'
(!)*
&)!*
)&%,.% ;adgZhiV
'!-
'!,,
%!%*
-!%,
*!,
)&&%%% >\jVgVj
'!)*
'!&,
%!')
&*!&)
+!**
)&&)&% BVcYV\jVj
'!(+
'!'+
%!%&
(!+*
-!'*
)&&)'% BVcYV\jVg^
'!(.
'!'+
'!&&
-!+*
)&&)-% BVg^VakV
'!'&
'!&&
+!)'
&&!.(
)&&*'% BVg^c\{
'!')
'!&&
%!%(
(!,,
*!'*
)&&,*% EV^VcYj
'!+-
'!&&
*!'
.!+-
)&'+'* HVgVcY^
'!(.
'!'*
%!)'
-!&+
.!&)
BY^V
'!*
'!(
%!&
+!'
-!.
I67:A6&(Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edgEdejaVdGZh^YZciZ!
HîjVdYd9db^Xa^d!IVmVYZJgWVcôVVdZIVmV<Zdbig^XVYZ8gZhX^bZcid&..&Z'%%%
EdejaVdgZh^YZciZZhîjVdYdYdb^Xa^d
8Y^\d
Bjc^Xe^dh
IdiVa
&..&
'%%%
HîjVdYdYdb^Xa^d
JgWVcV
&..&
'%%%
'#-)%
GjgVa
&..&
'#&*%
'%%%
IVmVYZ
jgWVcôVd
&..&
+.%
'%%%
IVmV\Zdbig^XVYZ
XgZhX^bZcid'%%%$&..&
IdiVa
JgWVcV
GjgVa
)&%&&*%
c\jad
)&%,.%%
;adgZhiV
)#*',
*#&''
(#)+.
)#(-+
&#%*-
,(+
,+!+
,*!,
-*!+
&!)
'!+
")!%
)&&%%%(
>\jVgVj
*#+.&
(#*.-
)#%'.
'#-&)
&#++'
,-)
,%!-
,-!'
"*!%
"(!.
"-!%
)&&)&%)
BVcYV\jVj &)#+., &+#-'- &&#&'' &)#&&(
(#*,*
'#,&*
,*!,
-(!.
&!*
'!,
"(!%
)&&)'%(
BVcYV\jVg^ '-#%-+ (&#(.* '&#'*% '-#'-&
+#-(+
(#&&)
,*!,
.%!&
&!'
(!'
"-!)
)&&)-%,
BVg^VakV
''#+'* '-#,%' &+#&,, ''#&&(
+#))-
+#*-.
,&!*
,,!%
'!,
(!*
%!'
)&&*'%%
BVg^c\{
')%#'.' '--#+*( '()#%,. '-(#.,- +#'&(
)#+,*
.,!)
.-!)
'!&
'!'
"(!&
)&&,*%(
EV^VcYj
''#&., (%#,+) '%#.., '.#+''
&#'%%
&#&)'
.)!+
.+!(
(!,
(!.
"%!*
)&'+'*+
HVgVcY^
),#.-& ,&#)'' )+#'%- +.#).(
&#,,(
&#.'.
.+!(
.,!(
)!*
)!+
%!.
IdiVa
(-+#%.+ ),.#(') (*,#((& )*+#.*% '-#,+* ''#(,) .'!*
.*!(
'!)
'!"'!;dciZ/>7<:#8ZchdYZbd\g{Xd&..&Z'%%%#BZigdYViVDWhZgkVig^dYVhBZigedaZhCXaZdGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
239
239
I67:A6&)Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edgEdejaVdGZh^YZciZ!gZV
YdhBjc^Xe^dhZ9Zch^YVYZ9Zbd\g{XV'%%%
8Y^\d
Bjc^Xe^dh
EdejaVdIdiVa
gZV`b
9Zch^YVYZYZbd\g{XV]VW$`b
)&%&&*%
c\jad
'#-)%
&%*!,%
'+!-,
)&%,.%%
;adgZhiV
*#&''
&*.!)%
('!'%
)&&%%%(
>\jVgVj
(#*.-
&++!&%
'&!++
)&&)&%)
BVcYV\jVj
&+#-'-
'.)!%%
*,!')
)&&)'%(
BVcYV\jVg^
(&#(.*
((+!%%
.(!))
)&&)-%,
BVg^VakV
'-#,%'
),+!)%
+%!'*
)&&*'%%
BVg^c\{
'--#+*(
).%!.%
*--!%&
)&&,*%(
EV^VcYj
(%#,+)
&,&!%%
&,.!.&
)&'+'*+
HVgVcY^
,&#)''
&%)!(%
+-)!,,
IdiVa
),.#(')
'(%(!-%
'%-!%+
;dciZ/>7<:#8ZchdYZbd\g{Xd'%%%#BZigdYViVDWhZgkVig^dYVhBZigedaZhCXaZdGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{
I67:A6&*Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edgEdejaVdGZh^YZciZ!8dgZV
9^hig^Wj^dYVEdejaVdHZ\jcYdV8dgdjGVVhdWgZVEdejaVdIdiVa&..&Z'%%%
EdejaVdgZh^YZciZZXdg
8Y^\d
Bjc^Xe^dh
EdejaVdIdiVa
9^hig^Wj^dYVedejaVdhZ\jcYdV
XdghdWgZVedejaVdidiVa
8dg
7gVcXV
EgZiV$eVgYd
Djigdh
7gVcXV
EgZiV$eVgYd
Djigdh
)&%&&*% c\jad
'#-)%
'#(,)
)*-
-(!*.
&+!&)
%!',
)&%,.%% ;adgZhiV
*#&''
)#'')
-%(
.*
-'!),
&*!+-
&!-*
)&&%%%( >\jVgVj
(#*.-
&#.')
&#+()
)&
*(!)+
)*!)&
&!&(
)&&)&%) BVcYV\jVj
&+#-'-
-#%+)
-#+),
&&,
),!.'
*&!(-
%!+.
)&&)'%( BVcYV\jVg^
(&#(.*
'(#)(*
,#*,,
(-)
,)!+)
')!&(
&!''
)&&)-%, BVg^VakV
'-#,%'
'&#)&)
+#)',
-+&
,)!+&
''!(.
(!%%
)&&*'%% BVg^c\{
'--#+*(
''%#-+)
*+#).%
&&#'.-
,+!*'
&.!*,
(!.&
)&&,*%( EV^VcYj
(%#,+)
&.#&'(
&&#'(%
)&&
+'!&+
(+!*%
&!()
)&'+'*+ HVgVcY^
,&#)''
)-#'',
''#(+,
-'-
+,!*'
(&!('
&!&+
IdiVa
),.#(')
().#+)&&*#+()
&)#%)'
,'!.*
')!&'
'!.(
;dciZ/>7<:#8ZchdYZbd\g{Xd&..&Z'%%%#BZigdYViV"DWhZgkVig^dYVhBZigedaZhCXaZdGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{
CdiVh/
GZ[ZgZ"hZVeZcVhVedejaVdfjZYZXaVgdjVXdg#
:hi{^cXajhdVXViZ\dg^V^\cdgVYd#
240
240
I67:A6&+Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edgEdejaVdGZh^YZciZIdiVa!
<gjedh:i{g^dhHZaZX^dcVYdhZcY^XZYZ:ckZa]ZX^bZcid'%%%
EdejaVdgZh^YZciZidiVa!\gjedhZi{g^dhZcY^XZYZZckZa]ZX^bZcid
8Y^\d
)&%&&*%
Bjc^Xe^d
c\jad
IdiVa
<gjedhZi{g^dhhZaZX^dcVYdh
%!*.
%V&)
+*ZbV^h
cY^XZYZ
ZckZa]ZX^bZcid
%!+'
%!,%
'*!%.
)&%,.%%
;adgZhiV
&!%,
&!%,
&!(%
',!(&
)&&%%%(
>\jVgVj
%!,*
%!-&
%!-(
''!,-
)&&)&%)
BVcYV\jVj
(!*&
(!,.
(!,+
''!&)
)&&)'%(
BVcYV\jVg^
+!**
+!+(
-!%)
',!&)
)&&)-%,
BVg^VakV
*!..
+!%&
+!,*
'*!%.
)&&*'%%
BVg^c\{
+%!''
*+!-)
+&!+*
')!'*
)&&,*%(
EV^VcYj
+!)'
,!'*
*!(,
&+!**
)&'+'*+
HVgVcY^
&)!.%
&+!.,
&&!+%
&*!'-
IdiVa
&%%
&%%
&%%
''!(+
;dciZ/>7<:#8ZchdYZbd\g{Xd'%%%#BZigdYViV"DWhZgkVig^dYVhBZigedaZhCXaZdGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{
I67:A6&,Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edgEdejaVdGZh^YZciZIdiVaZ
GVodYZHZmdedg;V^mVhYZ>YVYZ'%%%
EdejaVdgZh^YZciZidiVaZgVodYZhZmdedg[V^mVhYZ^YVYZ
8Y^\d
)&%&&*%
Bjc^Xe^d
c\jad
IdiVa
'#-)%
GVodYZhZmd
IdiVa
%V&)
&*V+)
+*ZbV^h
&%&!&(
.%!''
&%.!(%
,*!,&
)&%,.%%
;adgZhiV
*#&''
&%'!+.
&&&!+)
&%&!%&
--!)+
)&&%%%(
>\jVgVj
(#*.-
&%'!'*
&%,!&+
..!()
&&&!+.
)&&)&%)
BVcYV\jVj
&+#-'-
..!--
&%&!%'
..!+.
.+!-*
)&&)'%(
BVcYV\jVg^
(&#(.*
.,!--
&%(!)-
.+!*+
.%!))
)&&)-%,
BVg^VakV
'-#,%'
&%%!+,
&%.!''
&%%!&'
,+!-.
)&&*'%%
BVg^c\{
'--#+*(
.'!'+
&%&!.)
.%!&)
-%!&%
)&&,*%(
EV^VcYj
(%#,+)
..!&+
&%&!&+
.-!(+
.-!%*
)&'+'*+
HVgVcY^
,&#)''
..!&)
&%(!+-
.-!(%
-(!,'
IdiVa
),.#(')
.*!&%
&%'!*'
.(!)+
-(!))
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
241
241
I67:A6&-CkZaYZ>ciZ\gVdBZigdedaîVcVYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edgEdejaVd
GZh^YZciZ!HîjVdYd9db^Xa^d!IVmVYZJgWVcôVdZIVmV<Zdbig^XVYZ8gZhX^bZcid&..&Z'%%%
CkZaYZ^ciZ\gVd
bZigdedaîVcV
Bjc^Xe^dEad
EdejaVdgZh^YZciZZhîjVdYdYdb^Xa^d
HîjVdYdYdb^Xa^d
IdiVa
JgWVcV
GjgVa
&..&
'%%%
&..&
'%%%
&..&
'%%%
IVmVYZ
jgWVcôVd
&..&
'%%%
IVmV\Zdbig^XVYZ
XgZhX^bZcid'%%%$&..&
IdiVa JgWVcV GjgVa
')%#'.' '--#+*( '()#%,. '-(#.,-
+#'&(
)#+,*
.,!)
.-!)
'!&
'!'
"(!&
,%#&,-
&%'#&-+
+,#'%*
..#&&*
'#.,(
(#%,&
.*!-
.,!%
)!(
)!)
%!)
-)#%,+
.,#%*-
+'#'%*
-%#)+'
'&#-,&
&+#*.+
,)!%
-'!.
&!+
'!.
"(!%
BjîdVaid
6aid
BY^d
7V^md
BjîdWV^md
IdiVa
(.)#*)+ )-,#-., (+(#)-. )+(#*** (&#%*, ')#()' .'!&
.*!%
'!)
'!,
"'!,
;dciZ/>7<:#8ZchdYZbd\g{Xd&..&Z'%%%#BZigdYViVDWhZgkVig^dYVhBZigedaZhCXaZdGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{
I67:A6&.CkZaYZ>ciZ\gVdBZigdedaîVcVYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
EdejaVdGZh^YZciZ!gZVZ9Zch^YVYZ9Zbd\g{XV'%%%
CkZaYZ^ciZ\gVdbZigdedaîVcV
EdejaVdIdiVa
gZV`b
9Zch^YVYZYZbd\g{XV]VW$`b
Bjc^Xe^dEad
'--#+*(
).%!.
*--!%
BjîdVaid
6aid
&%'#&-+
',*!(
(,&!'
BY^d
7V^md
.,#%*&#(,-!'
,%!)
BjîdWV^md
IdiVa
)-,#-.,
'#&))!)
'',!*
I67:A6'%CkZaYZ>ciZ\gVdBZigdedaîVcVYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
EdejaVdGZh^YZciZIdiVaZEZhhdVhXdbVa\jbIêdYZ9ZX^cX^V'%%%
CkZaYZ^ciZ\gVd
bZigdedaîVcV
Bjc^Xe^dEad
IdiVa
EdejaVdgZh^YZciZidiVaZeZhhdVhXdbVa\jbiêdYZYZX^cX^V
EZhhdVhXdbVa\jbiêdYZYZX^cX^V
YVheZhhdVhXdbVa\jb
H^b
Cd
iêdYZYX^cX^V
'--#+*(
()#.')
'*(#,'.
&'!&%
&%'#&-+
&(#*%-
--#+,-
&(!''
.,#%*-
&(#,*)
-(#(%)
&)!&,
BjîdVaid
6aid
BY^d
7V^md
BjîdWV^md
IdiVa
)-,#-.,
+'#&-,
)'*#,&%
&'!,*
242
242
I67:A6'&gZVYZEdcYZgVd6bdhigVa6:9hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
EdejaVdGZh^YZciZ!8dgdjGVVZV9^hig^Wj^dYVEdejaVdHZ\jcYdV8dgdjGVVhdWgZV
EdejaVdIdiVa&..&Z'%%%
EdejaVdgZh^YZciZZXdg
6:9
9^hig^Wj^dYVedejaVd
hZ\jcYdVXdghdWgZV
edejaVdidiVa
8Y^\d
EdejaVd
IdiVa
8dg
c\jad
)&%&&*%%%&%%&
'#-)%
'#(,)
;adgZhiV
)&%,.%%%%&%%&
*#&''
)#'')
-%(
.*
-'!),
&*!+-
&!-*
>\jVgVj
)&&%%%(%%&%%&
(#*.-
&#.')
&#+()
)&
*(!)+
)*!)&
&!&(
BVcYV\jVj
)&&)&%)%%&%%&
&+#-'-
-#%+)
-#+),
&&,
),!.'
*&!(-
%!+.
BVcYV\jVg^
)&&)'%(%%&%%&
(&#(.*
'(#)(*
,#*,,
(-)
,)!+)
')!&(
&!''
BVg^VakV
)&&)-%,%%&%%&
'-#,%'
'&#)&)
+#)',
-+&
,)!+&
''!(.
(!%%
BVg^c\{KâVBdgVc\jZ^gV
)&&*'%%%%&%%&
&)#*-%
&&#&%.
'#.+,
*%)
,+!&.
'%!(*
(!)*
BVg^c\{?VgY^b6akdgVYV
)&&*'%%%%&%%'
')#,(&
&-#(.*
*#+'&
,&*
,)!(-
''!,(
'!-.
BVg^c\{J:B"=J
)&&*'%%%%&%%(
&*#%,(
&'#*%%
..-
&#*,+
-'!.(
+!+'
&%!)*
BVg^c\{OdcV%-KâVHVcid
6cidc^d
)&&*'%%%%&%%)
&-#+&.
&)#,''
'#,+,
&#&(%
,.!%,
&)!-+
+!%,
7gVcXV EgZiV$eVgYd Djigdh 7gVcXV EgZiV$eVgYd Djigdh

)*-
-(!*.
&+!&)
%!',
BVg^c\{OdcV%*
)&&*'%%%%&%%*
&)#.%+
&'#,*%
&#'*%
.%,
-*!*(
-!(-
+!%-
BVg^c\{OdcVh%&%'%(%)
)&&*'%%%%&%%+
',#'.+
'(#%(-
'#&&.
'#&(.
-)!)%
,!,+
,!-)
BVg^c\{?VgY^bH#?dg\ZZ
BVcYVXVgj
)&&*'%%%%&%%,
&*#&.*
&'#'*'
'#)).
).)
-%!+(
&+!&'
(!'*
BVg^c\{8dc_jcidI]V^h"
6akdgVYV>>
)&&*'%%%%&%%-
'&#+(.
&+#&*.
*#'.+
&-)
,)!+,
')!)-
%!-*
BVg^c\{GZfj^d
)&&*'%%%%&%%.
'+#&'%
&+#&.,
.#+.)
''.
+'!%&
(,!&&
%!--
BVg^c\{OdcVHja"EVgiZGjgVa )&&*'%%%%&%&%
('#+&'
'(#'.-
-#*+-
,)+
,&!))
'+!',
'!'.
BVg^c\{6Zgdedgid6ci^\d
)&&*'%%%%&%&&
')#('*
&.#.%,
(#(,%
&#%).
-&!-)
&(!-*
)!(&
BVg^c\{8^YVYZCdkV
8deVXVWVcV'
)&&*'%%%%&%&'
''#,**
&,#.).
(#+''
&#&-(
,-!--
&*!.'
*!'%
BVg^c\{=dgid;adgZhiVa
)&&*'%%%%&%&(
&*#&-*
&&#)-.
(#(--
(%-
,*!++
''!(&
'!%(
BVg^c\{Dabe^Xd"OdcVCdgiZ
)&&*'%%%%&%&)
EVgiZGjgVa
&*#+&,
&&#&%&
)#(-&
&(*
,&!%-
'-!%*
%!-,
EV^VcYj
)&&,*%(%%&%%&
(%#,+)
&.#&'(
&&#'(%
)&&
+'!&+
(+!*%
&!()
HVgVcY^8ZcigdHja
)&'+'*+%%&%%&
&-#)..
&(#++%
)#+&+
''(
,(!-)
')!.*
&!'&
HVgVcY^8ZcigdCdgiZ
)&'+'*+%%&%%'
&.#+),
&(#)&*
*#.)+
'-+
+-!'-
(%!'+
&!)+
HVgVcY^?VgY^b>cYZeZcYZcX^V )&'+'*+%%&%%(
&*#-+)
&%#*+)
*#'')
,+
++!*.
('!.(
%!)-
HVgVcYÂ^c]VYdigZb
&,#)&'
&%#*--
+#*-&
')'
+%!-&
(,!-%
&!(.
)&'+'*+%%&%%)
IdiVa
),.#(') ().#+)- &&*#+()
&)#%)' ,'!.*
')!&'
'!.(
;dciZ/>7<:#8ZchdYZbd\g{Xd&..&Z'%%%#BZigdYViVDWhZgkVig^dYVhBZigedaZhCXaZdGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{
CdiVh/GZ[ZgZ"hZVeZcVhVedejaVdfjZYZXaVgdjVXdg#
:hi{^cXajhdVXViZ\dg^V^\cdgVYd#
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
243
243
*
5
Captulo
XVeijad
Altair Aparecido Galvo
Marivnia Conceio de Arajo
+$ 7if[YjeiZW>WX_jWedWH[]_e
Neste captulo, abordaremos algumas caractersticas relacionadas infra-estrutura e

s condies materiais das moradias na Regio Metropolitana de Maring, utilizando dados
sobre qualidade de vida, ofertas de servios pblicos, condio da propriedade etc. Para tanto,
usaremos o conjunto de indicadores construdos a partir da sistematizao de informaes
censitrias dos anos 1991 e 2000 (OBSERVATRIO DAS METRPOLES, 2005). Foi
utilizado um conjunto de tabelas que demonstra o resultado de pesquisas em nove municpios
da RMM por domiclios. As informaes contidas nessas tabelas foram sintetizadas de maneira
a facilitar a leitura e o entendimento das condies de habitao da regio.
Alm de apresentar dados sobre os municpios da RMM, a pesquisa traz informaes
sobre reas mais detalhadas dos dois maiores municpios. O IBGE dividiu-os em reas
de Ponderao Amostral as AEDs e, desse modo, oferece informaes mais detalhadas
sobre eles. Assim, Maring est subdividida em 14 AEDs e Sarandi, em 4. Cada um dos
outros municpios dessa RMM configura-se em uma AED.
Iniciaremos nossa anlise a partir dos dados concernentes s AEDs sobre o total de
famlias conviventes8, domiclios improvisados9, cmodos cedidos ou alugados, domiclio
em aglomerados subnormais10 e dficit habitacional, espacializados no Mapa 11. A cidade
8
Por famlias conviventes entende-se o domiclio particular ocupado por um grupo de seis ou mais
pessoas sem relao de parentesco ou dependncia domstica.
Domiclios improvisados so aqueles que no atendem a condio de fim residencial, embora servisse
de moradia na data do censo. Ex.: lojas, fbricas, armazns, embarcaes, veculos etc.
10
Segundo o Censo Demogrfico, domiclios em aglomerados subnormais so caracterizados como conjuntos (favelas e assemelhados) construdos por unidades habitacionais (barracos, casas etc.), ocupando,
ou tendo ocupado at perodo recente, terreno de propriedade alheia (pblica ou particular), dispostos,
em geral, de forma desordenada e densa, e carentes, em sua maioria, de servios pblicos essenciais.
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
245
245
plo possua, em 2000, dficit habitacional de 6,03%. possvel observar que, dentre as 14
AEDs de Maring, a que apresenta maior dficit habitacional a do Requio11 (um dos
conjuntos destinados habitao popular de Maring), com um total de 7.510 famlias e
dficit de 664 habitaes, perfazendo um percentual de 9,8%. Por ser um bairro popular,
parece ser grande a incidncia de mais de uma famlia coabitando o mesmo domiclio, o
que caracteriza uma carncia por novos imveis. A localidade em torno da UEM e HU
a de menor dficit habitacional, com 3,5%. As zonas 1, 2, 3 e 412 so as de maior nmero
de cmodos improvisados, 37 desses tipos de cmodos de um total de 8.811 domiclios,
perfazendo 0,32% e seu dficit habitacional de 279 habitaes (Tabela 29).
B6E6&&9Xî=VWîVX^dcVaedg6:9hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%%
>YZci^XVdYVh6:9h
(#*%")#&%
)#&&"*#(%
*#(&"+#&%
+#&&"+#)%
+#)&".#-%
(#,%(#,,#)&&#&&)#-`b
&#Dabe^Xd"OdcVCdgiZ
)#J:B"=J
*#?VgY^b6akdgVYV
+#GZfj^d
,#KâVBdgVc\jZ^gV
-#6Zgdedgid6ci^\d
&%#OdcVh%&!%'!%(Z%)
&&#OdcV%*
&'#?VgY^bH#?dg\ZZ
BVcYVXVgj
:hXVaV&/(,%%%%
;dciZ/>7<:'%%%#
11
Cujo cdigo dado pelo IBGE 4115200001009.
12
246
246
&(#=dgid;adgZhiVa
&+#8ZcigdCdgiZ
&,#A^c]VYdigZb
&-#8ZcigdHja
&.#>\jVgVj
'%#c\jad
'&#BVcYV\jVj
''#EV^VcYj
'(#;adgZhiV
')#BVg^VakV
'*#BVcYV\jVg^
Vale ressaltar que em Maring existem cerca de 120 moradores de rua13 que residem
em construes abandonadas, fato diferente de outras cidades, onde essa populao se v

obrigada a pernoitar em praas, embaixo de viadutos e marquises.
Em Sarandi, cujo dficit habitacional em 2000 era de 6,24%. O seu Centro Norte
possui o maior dficit habitacional14, com carncia de 355 habitaes, e tambm possui o
maior nmero de cmodos cedidos ou alugados, isto , 32, num total de 5.738 domiclios.
A taxa de dficit habitacional de Paiandu auferida em 2000 foi de 4,68%, em ngulo,
de 4,97%, em Paiandu, de 4,68%, e em Iguarau, de 5,48%.
Com referncia ao dbito habitacional na RMM, excetuando-se Maring e Sarandi,
verifica-se que Floresta detm a maior incidncia, com 6,3%, e Marialva com a menor,
com 3,5%. Em Sarandi, nas suas quatro AEDs, verificam-se percentuais semelhantes,
em torno de 6,2%.
De acordo com os dados sobre os elementos que proporcionam uma melhor

qualidade de vida das pessoas que vivem na RMM (Tabela 22), verifica-se que houve um
aumento do percentual de domiclios com acesso a servios como gua encanada, banheiro,
coleta de lixo e energia eltrica em todos os municpios da RMM. De modo inverso, o
percentual de pessoas que vivem em domiclios subnormais, que j era baixo em 1991,
praticamente nulo em 2000. Vejamos alguns exemplos desses percentuais: em 1991, a
cidade da RMM com o melhor percentual de pessoas que viviam em domiclios com gua
encanada era ngulo, com 77,69%, em 2000 esse percentual subiu para 98,32%. Quanto
s pessoas que viviam em domiclios com banheiro e gua encanada em 1991, a regio
apresentava ndices positivos (Mapa 12) e a cidade com o menor percentual nesse campo
da RMM era Mandaguau, com 71,13%, passando, em 2000, para 96,94%. Os dados
sobre o municpio com o menor percentual de domiclios urbanos com coleta de lixo em
1991 era ngulo, com 36,72% de residncias favorecidas com esse servio, ao passo que,
em 2000, esse percentual teve um aumento considervel, indo para 98,33%. Quanto aos
percentuais referentes a pessoas que vivem em domiclios com energia eltrica, em 1991,
13
Em 2001, a Secretaria de Desenvolvimento Social e CidadaniaPMM realizou uma pesquisa na cidade e encontrou 120 pessoas em situao de rua, sendo 38% procedentes de outros municpios do Estado do Paran, 20% do Estado de So Paulo e 14% naturais do prprio municpio, alm de pequenos
percentuais oriundos de diversos Estados brasileiros. Nesse universo, a maioria dos indivduos, 86,6%,
do sexo masculino e 13,4%, do sexo feminino (RODRIGUES, 2004, p. 62).
14

8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
247
247
eles eram altos em toda a RMM, contando com mais de 97%, e, em 2000, chegaram a
100%, praticamente.
B6E6&'EZgXZcijVaYZ9db^Xa^dhEVgi^XjaVgZhEZgbVcZciZhedg8VgcX^VYZ\jV
cdhBjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%%
>YZci^XVdYVh6:9h
%#%%
%#%&"%#&%
%#&&"%#'%
%#'&"%#(%
%#(&"'#*%
(#,%(#,,#)&&#&&)#-`b
:hXVaV&/(,%%%%
;dciZ/>7<:'%%%#
248
248
&#Dabe^Xd"OdcVCdgiZ
)#J:B"=J
*#?VgY^b6akdgVYV
+#GZfj^d
,#KâVBdgVc\jZ^gV
-#6Zgdedgid6ci^\d
&%#OdcVh%&!%'!%(Z%)
&&#OdcV%*
&(#=dgid;adgZhiVa
&+#8ZcigdCdgiZ
&,#A^c]VYdigZb
&-#8ZcigdHja
&.#>\jVgVj
'%#c\jad
'&#BVcYV\jVj
''#EV^VcYj
'(#;adgZhiV
')#BVg^VakV
'*#BVcYV\jVg^
As AEDs da RMM tm percentuais positivos quanto a esse conjunto de servios,
porm, aquele que apresenta um percentual maior de carncia em todas as AEDs o
esgotamento sanitrio adequado. Em Mandaguari (dficit habitacional de 6,11%, em 2000),

dos 8.326 domiclios somente 2.737 domiclios tm esse servio, contabilizando 32,87%
do seu total. No Conjunto ThasAlvorada II15, que possui 6.072 domiclios, apenas 3.300
tm o servio, significando 54,35% do total de domiclios. O fato tambm relevante para

a Zona Sul Parte Rural16, com um total de 9.210 domiclios, dos quais 5.313, ou seja,
57,69%, esto sem o servio. V-se, desse modo, que o escoamento sanitrio se caracteriza
como um problema grave para os municpios da RMM. Nesse sentido, a Regio caminha
em consonncia com a prtica ligada s polticas pblicas em nosso Pas, em que obras cujos
benefcios no podem ser visualizados mais facilmente so negligenciadas. sabido que
obras mais aparentes, como praas, chafarizes e conjuntos esportivos, do maior retorno
eleitoral ao responsvel direto pela administrao pblica.
Sobre o percentual de domiclios particulares permanentes ao regime de aluguel
(Tabela 2), notamos que 21,86% dos 138.137 domiclios da RMM esto nessa situao,
o que representa um universo de 15.209 residncias. Em ngulo, verificamos o menor
percentual (4,93%), e, em Maring, o maior (25,95%). Observamos tambm que a
quantidade de domiclios particulares permanentes construdos em terreno prprio
representa 64,98% do total, essa situao mais observada em ngulo (76,77%) e, em
menor proporo, em Maring (62,11%).
O Censo IBGE 2000 mostra que 12,2% das habitaes da RMM so caracterizadas
como domiclios particulares permanentes do tipo apartamento17 (Tabela 9), uma taxa que pode
ser considerada baixa, porm, isso ocorre porque h municpios na regio que no possuem
essa forma de edificao. Nos municpios de Mandaguau, Mandaguari e Marialva, a sua
incidncia nfima (em mdia, 1,5% dos domiclios). Em Maring, essa situao apresenta
grande diversidade, pois, em algumas das AEDs, como a do Horto Florestal e Olmpico,
no h domiclios do tipo apartamento, porm, na regio da UEM HU, essa incidncia
de 74,6%. Assim, temos que, em Maring, (19,2%), essa particularidade se apresenta mais
intensamente e, em ngulo, Floresta, Iguarau e Paiandu ela inexiste.
15
Caracterizada como a AED de cdigo 4115200001008.
16
Caracterizada como a AED de cdigo 4107900001010.
17
Tipo apartamento so edificaes com as mesmas caractersticas do apartamento, ou seja, numa

mesma edificao para diferentes domiclios, ainda que no se trate de edificao vertical.
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
249
249
Em Sarandi, verificamos que a quantidade de domiclios particulares permanentes
de tipo apartamento no significativa, pois na regio Centro-Sul que se apresenta o

maior percentual, com apenas 4,2%.
Entre 1991 e 2000, houve uma melhora nas condies de moradia nos municpios
da RMM, pois as informaes concernentes ao percentual de pessoas que vivem em

domiclios com acesso a bens de consumo evidenciam, que em 1991, o percentual de
domiclios com densidade acima de 2 pessoas por dormitrio foi de 15,9%, enquanto,
em 2000, esse indicador caiu para 10,8%. Houve tambm, em todos os municpios, uma
diminuio dessa incidncia. Enquanto, em Paiandu, verifica-se uma queda de 24,57%
para 13,93%, no municpio de Sarandi, esse ndice comparativamente alto, pois, embora
apresente uma diminuio de 29,68%, foi baixa em comparao com as outras cidades,
visto que, em 1991, era de 22,57% e, em 2000, chegou a 15,87%.
Em relao s informaes sobre as pessoas que vivem em domiclios e terrenos
prprios e quitados nos municpios da RMM, verificamos que, em 1991, o percentual
representava 59,6%. Em 2000, houve um aumento para 68,5%. O municpio que perfez o
maior crescimento desse ndice foi o de Mandaguau que, em 1991, contava com 56,16%
de pessoas vivendo em domiclios prprios e, em 2000, esse nmero passou para 70,12%.
A cidade que apresentou o menor crescimento foi Sarandi que, em 1991, contava com
63,4% de pessoas que viviam em domiclios em terrenos prprios e quitados e, em 2000,
o ndice passou para 70,7%. Vale observar que os dados acima refletem uma melhora na
qualidade de vida dos moradores da RMM, pois demonstram melhores condies de
moradia por domiclio e se caracterizam tambm como um fator de maior independncia
econmica de uma parcela da populao.
*#&# FjVcidVdCkZaYZ>ciZ\gVd
Os dados do censo demogrfico 20001811 relacionados habitao tambm oferecem
informaes quanto ao nvel de integrao metropolitana. Esses dados apresentam
as caractersticas do municpio plo em relao s dos municpios com alto nvel de
integrao Sarandi e Paiandu e com aqueles com baixo nvel de integrao, ou seja,
todos os outros municpios da regio. Por nvel de integrao metropolitana podemos
entender a relao dos municpios da RMM com o municpio plo Maring no que
18
250
''
IBGE (2000); Org.: Observatrio das Metrpoles, Metrodata (2005).
250
se refere ao movimento pendular dos seus habitantes em direo a ele, conurbao,

s relaes comerciais e s prticas pblicas realizadas conjuntamente. Seguem abaixo
alguns desses dados.
No que se refere aos domiclios particulares permanentes com acesso a bens de
uso difundido, verificamos, em Maring, o percentual de 89,22%, em Paiandu e Sarandi,

79,58%, e nos demais municpios, 83,97%, o que demonstra uma paridade entre os
domiclios situados em toda a RMM (Mapa 13). Entretanto, se levarmos em conta aqueles
que possuem bens de mdia difuso, notamos uma grande disparidade, pois, enquanto a
cidade plo tem um percentual de 71,57%, Sarandi e Paiandu tm apenas 32,82% e os
demais municpios, 37,30% (Tabela 24).
Quanto aos domiclios particulares permanentes com inadequao por aden-
samento, os dados apresentam um baixo percentual em toda a RMM (3,10%), em

Paiandu e Sarandi essa incidncia maior, com 4,84%. Levando-se em considerao
que esse indicador demonstra a precariedade na habitao, por se tratar de um conjunto

de casas num espao fsico relativamente pequeno para esse fim, vemos que, nos
municpios com alto nvel de integrao com o municpio plo, essa inadequao
mais facilmente observada. Esse fato significa um processo de excluso socioespacial
dos representantes das classes menos favorecidas para os municpios adjacentes a

Maring (Tabela 25).
Os indicadores referentes aos domiclios particulares permanentes com coleta
adequada de lixo demonstram que a RMM est bem servida, com 98,94%. Do mesmo
modo, o abastecimento adequado de gua contempla 95,75% dos domiclios. J o
item que trata do escoamento sanitrio adequado mostra que apenas 54,13% dos
domiclios recebem esse benefcio. Na cidade plo, o percentual de 70,85%. Nos
municpios com baixo nvel de integrao metropolitana, de 40,01%, e, em Sarandi e
Paiandu, onde notamos o maior ndice de deficincia, com 16,12% (Tabela 26).
Os dados sobre os domiclios particulares permanentes alugados mostram
que, em toda a RMM, os percentuais atingem 21,67%, esse fenmeno maior em

Maring, com 25,95%, e o menor nas cidades de baixo nvel de integrao, com
12,85%. Isso significa que nessas localidades a incidncia de domiclios prprios

maior (Tabela 27).
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
251
251
B6E6&(EZgXZcijVaYZ9db^Xa^dhfjZEdhhjZbIdYdhdh7ZchYZJhd9^[jcY^Ydedg6:9hYV
GZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%%
>YZci^XVdYVh6:9h
,,#)%"-&#+%
-&#+&"-)#&%
-)#&&"-+#.%
-+#.&".%#'%
.%#'&".)#)%
(#,%(#,,#)&&#&&)#-`b
:hXVaV&/(,%%%%
&#Dabe^Xd"OdcVCdgiZ
)#J:B"=J
*#?VgY^b6akdgVYV
+#GZfj^d
,#KâVBdgVc\jZ^gV
-#6Zgdedgid6ci^\d
&%#OdcVh%&!%'!%(Z%)
&&#OdcV%*
&(#=dgid;adgZhiVa
&+#8ZcigdCdgiZ
&,#A^c]VYdigZb
&-#8ZcigdHja
&.#>\jVgVj
'%#c\jad
'&#BVcYV\jVj
''#EV^VcYj
'(#;adgZhiV
')#BVg^VakV
'*#BVcYV\jVg^
;dciZ/>7<:'%%%#
Quanto aos domiclios particulares permanentes com at trs cmodos, verifica-se

que o percentual da RMM de 7,4%, essa particularidade maior em Sarandi e Paiandu,
com 12,5%, nas cidades baixo nvel de integrao metropolitana de 6,7%, e, em Maring,
6%. Esse item demonstra, mais uma vez, a peculiaridade de Sarandi e Paiandu, no sentido
em que apresentam dados negativos da RMM em relao cidade plo (Tabela 28).
252
252
9edYbkie
Os dados acima destacados permitem fazer algumas consideraes. Eles demonstram
que as cidades de Sarandi e Paiandu tm alto nvel de integrao com a cidade plo e
caractersticas negativas relacionadas habitao. Isso se d devido ao carter elitista da
organizao espacial da cidade de Maring, que exclui a populao trabalhadora com menor
poder aquisitivo e a direciona para as cidades limtrofes. Por seu turno, nas cidades com
baixo nvel de integrao, vem-se ndices mais positivos quanto habitao, o que pode
demonstrar certa autonomia desses municpios em relao cidade plo. Nota-se que a
cidade plo, no conjunto das suas polticas pblicas, no incorpora todos os municpios
da RMM, suas aes se do de modo independente e centralizado, sem buscar uma
integrao mais efetiva entre todos os municpios que compem a regio. Essa situao
mais evidente no que diz respeito queles municpios em conurbao com a cidade plo,
visto que, se, em Maring, os ndices relacionados habitao so relativamente positivos,
o mesmo no acontece em Sarandi e Paiandu.
As informaes oferecidas pelo censo demogrfico demonstram a necessidade
de se pensar numa ao dos poderes pblicos municipais que visem o desenvolvimento
da RMM como um todo, evitando a reproduo das desigualdades socioeconmicas.
necessrio que fique bem claro para o poder pblico, em especial da cidade plo, que uma
regio metropolitana no se faz com aes unilaterais, mas sim, com atitudes que levem
integrao e ao desenvolvimento uniforme de toda a regio.
1991 Documentao dos Microdados da Amostra. Rio de Janeiro: 1996. CD-ROM.
2002. CD-ROM.
Observatrio das Metrpoles. Metrodata. Rio de Janeiro: IPPUR/UFRJ, 2005.
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
253
253

em: maio 2004.
de Maring. So Paulo, 2004. Tese (Doutorado em Cincias Sociais). Universidade Catlica de

So Paulo.
7d[nei
I67:A6''Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedîVcVYZBVg^c\{HZ\jcYdEZgXZcijVaYZEZhhdVh
fjZK^kZbZb9db^Xa^dhXdb6XZhhdVdhHZgk^dh7{h^Xdh!&..&Z'%%%
8Y^\d
254
YZ
YZ
YZ
YZ
YZ
YZ
YZ
YZ
eZhhdVh eZhhdVh eZhhdVh eZhhdVh
eZhhdVh eZhhdVh
eZhhdVh eZhhdVh
fjZ
fjZ
fjZ
fjZ
YZ
fjZ
fjZ
fjZ
fjZ
k^kZbZb k^kZbZb k^kZbZb k^kZbZb
eZhhdVhfjZ
k^kZbZb k^kZbZb
k^kZbZb k^kZbZb Ydb^Xa^dh Ydb^Xa^dh Ydb^Xa^dh Ydb^Xa^dh
k^kZbZb
Bjc^Xe^d
Ydb^Xa^dh Ydb^Xa^dh
Ydb^Xa^dh Ydb^Xa^dh Xdb
Xdb
jgWVcdh jgWVcdh
Ydb^Xa^dh
Xdb
Xdb
Xdb{\jV Xdb{\jV WVc]Z^gd WVc]Z^gd
Xdb
Xdb
hjWcdgbV^h!
ZcZg\^V ZcZg\^V
ZcXVcVYV! ZcXVcVYV! Z{\jV
Z{\jV hZgk^dYZ hZgk^dYZ
&..&
Zaig^XV! Zaig^XV!
&..&
'%%% ZcXVcVYV! ZcXVcVYV! XdaZiVYZ XdaZiVYZ
&..&
'%%%
&..&
'%%%
a^md!&..& a^md!'%%%
)&%&&* c\jad
,,!+.
.-!('
,(!,(
.+!+
(+!,'
.-!((
.,
..!,)
%!*'
)&%,.% ;adgZhiV
.*!+.
..!*(
.&!**
..!()
.,!'-
..!((
..!&.
..!,(
)&&%%% >\jVgVj
.)!%)
..!+&
.%!++
.,!).
-(!.*
.,!.+
.-!+
..!-.
%!''
)&&)&% BVcYV\jVj
.(!'*
..!%.
,&!&(
.+!.)
+.!*(
.+
.,!+,
..!*&
)&&)'% BVcYV\jVg^
.(!*-
..!'.
-(!*
.,!*(
.*!++
.-!%&
.,!&.
..!-&
)&&)-% BVg^VakV
.*!,-
..!(*
.%!&-
.,!).
.%!*
.+!)
.,!,.
..!-
%!+(
)&&*'% BVg^c\{
.-!,*
..!,*
.*!*)
..!%+
.+!,.
..!)
..!-*
..!.)
%!%'
)&&,*% EV^VcYj
.%!-*
..!&,
-,!-+
.-!%-
.'!%.
.,!*,
.-!*-
..!)*
)&'+'* HVgVcY^
.*!++
..!+*
.%!*)
.-!-+
--!+(
..!&'
.-!-&
..!*
BY^V
.'!..!(
-+!&
.,!.
-(!*
.-!%
.-!(
..!,
%!'
254
I67:A6'(Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg9db^Xa^dhEVgi^XjaVgZh
EZgbVcZciZhEgeg^dh!6aj\VYdhZDjigdh'%%%
9db^Xa^dheVgi^XjaVgZheZgbVcZciZh
8Y^\d
Bjc^Xê^d
)&%&&*% c\jad
Egeg^dh
IdiVa
IdiVa
8dbegdeg^ZYVYZ HZbegdeg^ZYVYZ 6aj\VYdh

YdiZggZcd
YdiZggZcd
.-!((
&!+,
)!.+
Djigdh
-(&
+).
&+!..
)&%,.%% ;adgZhiV
&#),+
&#%+-
.,!,.
'!'&
&(!+*
&)!%'
)&&%%%( >\jVgVj
&#%(%
,%+
.)!-+
*!&)
-!+.
''!,+
)&&)&%) BVcYV\jVj
)#+.-
(#)),
.+!'&
(!,.
&&!%.
&*!*(
)&&)'%( BVcYV\jVg^
.#&+,
+#*''
.,!''
'!,-
&)!(&
&)!*)
&-!(,
)&&)-%, BVg^VakV
-#&%&
*#).&
.*!**
)!)*
&(!-+
)&&*'%% BVg^c\{
-)#''%
*(#..*
.+!--
(!&'
'*!.*
.!.(
)&&,*%( EV^VcYj
-#*,*
+#*+-
.,!+%
'!)%
&*!(.
-!%'
)&'+'*+ HVgVcY^
'%#%)%
&)#'-)
.+!).
(!*&
&-!+(
&%!%.
IdiVa
&(-#&(,
.'#,'.
.+!-%
(!'%
'&!-+
&&!%&
I67:A6')CkZaYZ>ciZ\gVdBZigdedaîVcVYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
9db^Xa^dhHZ\jcYdd6XZhhdV7Zch'%%%
CkZaYZ^ciZ\gVd
bZigdedaîVcV
Bjc^Xe^dEad
IdiVa
9db^Xa^dhXdbVXZhhdVWZch
YZjhdY^[jcY^Yd
YZbY^VY^[jhd
YZjhdgZhigîd
-)#''%
-.!'(
,&!*,
*,!*'
'-#+&)
,.!*-
('!-'
'.!.&
',#-)&
-(!.,
(,!(%
((!.%
BjîdVaid
6aid
BY^d
7V^md
BjîdWV^md
IdiVa
&)%#+,*
-+!''
*+!.%
),!'(
;dciZ/>7<:#8ZchdYZbd\g{Xd'%%%#BZigdYViV"DWhZgkVig^dYVhBZigedaZhCXaZdGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\V#
CdiVh/GZ[ZgZ"hZVdhYdb^Xa^dhXdbidYdhdhWZchYZjhdY^[jcY^Yd#
GZ[ZgZ"hZVdhYdb^Xa^dhXdbeZadbZcdh'WZchYZbY^VY^[jhd#
GZ[ZgZ"hZVdhYdb^Xa^dhXdbeZadbZcdh&WZbYZY^[jhdgZhigîV#
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
255
255
I67:A6'*CkZaYZ>ciZ\gVdBZigdedaîVcVYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
9db^Xa^dhHZ\jcYdVh8dcY^ZhYZBdgVY^V'%%%
9db^Xa^dhXdb^cVYZfjVd
CkZaYZ
^ciZ\gVd
bZigdedaîVcV
IdiVa
Bjc^Xe^dEad
-)#''%
&#+-)
,(
'!+,
%!&,
%!%-
%!&+
%!*(
'-#+&)
+*-
)!-)
%!%+
%!*+
%!'(
&!')
',#-)&
-*(
&)'
'!+)
&!''
%!')
%!.*
'!')
:biZggZcd
HZb
Edg
cdegeg^d hVcî{g^dh VYZchVbZcid
YZ

{\jV
edgXVgcX^V
YZ
cVYZhi^cVd
YZ^chiVaVd
âjb^cVd
Yda^mdjgWVcd
hVcî{g^V

BjîdVaid
6aid
BY^d
7V^md
BjîdWV^md
IdiVa
&)%#+,*
(#&.*
''*
(!&%
%!(+
%!'&
%!((
&!%'
I67:A6'+CkZaYZ>ciZ\gVdBZigdedaîVcVYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
9db^Xa^dh!6WVhiZX^bZcid6YZfjVYdYZ\jV!:hXdVbZcidHVcî{g^d6YZfjVYd!8daZiV
6YZfjVYVYZA^mdZEZgXZcijV^hYZGjVhhZbEVk^bZciVd'%%%
CkZaYZ
^ciZ\gVd
bZigdedaîVcV
Bjc^Xe^dEad
9db^Xa^dheVgi^XjaVgZheZgbVcZciZhjgWVcdh
IdiVa
8dbVWVhiZX^bZcid
8dbZhXdVbZcid
8dbXdaZiVVYZfjVYV EZgXZcijVaYZgjVh
VYZfjVYdYZ{\jV hVcî{g^dVYZfjVYd
YZa^md
eVk^bZciVYVh
-'#.+.
.(!+.
,%!-*
..!)+
"
',#-'%
..!&.
&+!&'
.-!,'
"
'(#)+'
.-!.*
)%!%-
.,!(*
"
BjîdVaid
6aid
"
BY^d
7V^md
"
BjîdWV^md
IdiVa
&()#'*'
.*!,*
*)!&(
.-!.)
"
CdiVh/"Xdch^YZgdj"hZXdbdVYZfjVYdVfjZaZYdb^Xa^dhZgk^YdedggZYZ\ZgVa!XVcVaôVYVZbeZadbZcdhjbXbdYd#
"Xdch^YZgdj"hZXdbdVYZfjVYdVfjZaZYdb^Xa^da^\VYd|gZYZ\ZgVadj|[dhhVhei^XV#
"Xdch^YZgdj"hZXdbdVYZfjVYdVfjZaZYdb^Xa^dViZcY^YdedghZgk^dYZa^beZoVdjXVVbWV#
256
256
I67:A6',CkZaYZ>ciZ\gVdBZigdedaîVcVYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
9db^Xa^dhEVgi^XjaVgZhEZgbVcZciZhEgeg^dh!6aj\VYdhZDjigdh'%%%
CkZaYZ
^ciZ\gVd
bZigdedaîVcV
Bjc^Xe^dEad
Egeg^dh
IdiVa
6aj\VYdh
Djigdh
IdiVa
8dbegdeg^ZYVYZYd
iZggZcd
HZbegdeg^ZYVYZYd
iZggZcd
-)#''%
*(#..*
+'!&&
'!%%
'*!.*
.!.(
'-#+&)
'%#-*'
,%!*,
'!(%
&,!++
.!),
',#-)&
&.#-&'
+-!&%
(!%+
&'!-*
&*!..

BjîdVaid
6aid
BY^d
7V^md
BjîdWV^md
IdiVa
&)%#+,*
.)#+*.
+*!%'
'!',
'&!+,
&&!%)
I67:A6'-CkZaYZ>ciZ\gVdBZigdedaîVcVYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
9db^Xa^dhEVgi^XjaVgZhEZgbVcZciZhXdbVi(8bdYdh'%%%
Bjc^Xe^dEad

IdiVa
8dbVi(XbdYdh
-)#''%
*#%)&
*!.-
'-#+&)
(#*,*
&'!).
',#-)&
&#-*-
+!+,
BjîdVaid
6aid
BY^d
7V^md
BjîdWV^md
IdiVa
&)%#+,*
&%#),)
,!)*
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
257
257
I67:A6'.gZVYZEdcYZgVd6bdhigVa6:9hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{
edgIdiVaYZ;Vba^Vh8dck^kZciZh!9db^Xa^dh>begdk^hVYdh!8bdYdh8ZY^Y^dhdj6aj\VYdh!
9db^Xa^dhZb6\adbZgVYdhHjWcdgbV^hZ9Xî=VWîVX^dcVa'%%%
6:9
8Y^\d
IdiVaYZ
9db^Xa^dh
[Vba^Vh
^begdk^hVYdh
Xdck^kZciZh
9db^Xa^dhZb
9Xî
V\adbZgVYdh
]VWîVX^dcVa
hjWcdgbV^h
c\jad
)&%&&*%%%&%%&
)!'
%!%
%!+
*!%
;adgZhiV
)&%,.%%%%&%%&
*!(
%!'
%!+
+!(
>\jVgVj
)&&%%%(%%&%%&
)!-
%!%
%!*
*!*
BVcYV\jVj
)&&)&%)%%&%%&
(!.
%!%
%!%
)!&
BVcYV\jVg^
)&&)'%(%%&%%&
*!)
%!(
%!&
+!&
BVg^VakV
)&&)-%,%%&%%&
'!*
%!*
%!*
(!*
)&&*'%%%%&%%&
)!-
%!&
%!-
*!.
)&&*'%%%%&%%'
)!)
%!(
%!)
*!(
BVg^c\{J:B"=J
)&&*'%%%%&%%(
'!*
%!&
%!-
(!*
6cidc^d
)&&*'%%%%&%%)
+!,
%!(
&!)
-!.
BVg^c\{OdcV%*
)&&*'%%%%&%%*
(!(
%!%
%!,
)!&
)&&*'%%%%&%%+
(!'
%!)
%!)
)!&
)&&*'%%%%&%%,
(!.
%!%
%!%
)!%
6akdgVYV>>
)&&*'%%%%&%%-
,!(
%!%
%!'
-!%
BVg^c\{GZfj^d
BVcYVXVgj
)&&*'%%%%&%%.
-!-
%!%
%!'
.!-
BVg^c\{OdcVHja"EVgiZGjgVa )&&*'%%%%&%&%
)!(
%!'
%!&
)!.
)&&*'%%%%&%&&
+!%
%!%
%!'
+!+
BVg^c\{8^YVYZCdkV
8deVXVWVcV'
)&&*'%%%%&%&'
+!'
%!%
%!'
+!,
)&&*'%%%%&%&(
*!+
%!&
%!%
+!&
)&&*'%%%%&%&)
EVgiZGjgVa
*!&
%!,
%!&
+!(
EV^VcYj
)&&,*%(%%&%%&
)!)
%!%
%!&
)!,
HVgVcY^8ZcigdHja
)&'+'*+%%&%%&
*!(
%!(
%!)
+!(
HVgVcY^8ZcigdCdgiZ
)&'+'*+%%&%%'
*!%
%!)
%!+
+!'
+!)
HVgVcY^?VgY^b>cYZeZcYcX^V )&'+'*+%%&%%(
*!.
%!%
%!'
HVgVcYÂ^c]VYdIgZb
)!.
%!(
%!*
+!%
%!(
*!,
)&'+'*+%%&%%)
IdiVa
)!.
%!'
;dciZ/>7<:#8ZchdYZbd\g{Xd'%%%#BZigdYViV
CdiV/9VYdhcdidiVaôVb&%%YZk^YdVdXdggcX^VYZYjeaVXdciV\ZbcdhYVYdh#
258
8bdYdh
XZY^Ydhdj
Vaj\VYdh
258
I67:A6(%gZVYZEdcYZgVd6bdhigVa6:9hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
9db^Xa^dhEVgi^XjaVgZhEZgbVcZciZhYZIêdYZ6eVgiVbZcid'%%%
6:9
8Y^\d
IdiVa
IêdVeVgiVbZcid

c\jad
)&%&&*%%%&%%&
-(&
%!%
;adgZhiV
)&%,.%%%%&%%&
&#),+
%!%
>\jVgVj
)&&%%%(%%&%%&
&#%(%
%!%
BVcYV\jVj
)&&)&%)%%&%%&
)#+.-
)+
&!%
BVcYV\jVg^
)&&)'%(%%&%%&
.#&+,
&),
&!+
BVg^VakV
)&&)-%,%%&%%&
-#&%&
&+*
'!%
)&&*'%%%%&%%&
)#).*
-*
&!.
)&&*'%%%%&%%'
,#','
+'-
-!+
BVg^c\{J:B"=J
)&&*'%%%%&%%(
*#%-.
(#,.,
,)!+
6cidc^d
)&&*'%%%%&%%)
*#+)(
&#)--
'+!)
BVg^c\{OdcV%*
)&&*'%%%%&%%*
)#(((
,*)
&,!)
)&&*'%%%%&%%+
-#).+
*#&',
+%!(
BVcYVXVgj
)&&*'%%%%&%%,
)#)**
.-,
''!&
6akdgVYV>>
)&&*'%%%%&%%-
+#%,'
*'
%!.
BVg^c\{GZfj^d
)&&*'%%%%&%%.
+#-)+
,%
&!%
BVg^c\{OdcVHja"EVgiZGjgVa
)&&*'%%%%&%&%
.#*'.
'#)(*
'*!+
)&&*'%%%%&%&&
+#..+
).&
,!%
BVg^c\{8^YVYZCdkV
8deVXVWVcV'
)&&*'%%%%&%&'
+#*''
''-
(!*
)&&*'%%%%&%&(
)#&%(
%!%
EVgiZGjgVa
)&&*'%%%%&%&)
)#(+.
%!%
EV^VcYj
)&&,*%(%%&%%&
-#*,*
%!%
HVgVcY^8ZcigdHja
)&'+'*+%%&%%&
*#''+
'&.
)!'
HVgVcY^8ZcigdCdgiZ
)&'+'*+%%&%%'
*#,(-
&%+
&!-
HVgVcY^?VgY^b>cYZeZcYcX^V
)&'+'*+%%&%%(
)#((+
&&
%!(
HVgVcYÂ^c]VYdIgZb
)&'+'*+%%&%%)
IdiVa
)#,)%
%!%
&(-#&(,
&+#-(*
&'!'
;dciZ/>7<:#8ZchdYZbd\g{d'%%%#BZigdYViV
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
259
259
Captulo
6+
XVeijad
Ivana Veraldo
,$ ;ZkYWedWH[]_eC[jhefeb_jWdW
Z[CWh_d]|
Os ndices educacionais constituem-se importantes referncias para a avaliao
das diferenas sociais entre os vrios segmentos populacionais. Segundo o Boletim
Como anda o Rio de Janeiro, anlise da conjuntura social, elaborado pelo Observatrio de
Polticas Urbanas e Gesto Municipal do Rio de Janeiro: o nvel de instruo, embora no
diretamente ligado captao de bem-estar material e distribuio de bens, geralmente
mantm com essas variveis uma forte correlao (1995, p. 47).
Isso significa que os dados a serem apresentados podem indicar ou ter relao direta
com os ndices de pobreza e distribuio de renda na RM de Maring.
+#&# 6cVa[VWZi^hbd
O Governo Federal tem se empenhado em erradicar o analfabetismo no Brasil,
principalmente atravs de programas de alfabetizao de adultos (Brasil Alfabetizado,
por exemplo) e do estabelecimento da obrigatoriedade da freqncia escolar na faixa
etria de 7 a 14 anos. Contudo, os processos de segregao econmica, social e cultural,
inerentes ao capitalismo, no permitem que todos tenham acesso a esses programas ou
escola em geral. Isso se reflete nos dados que vamos apresentar, evidenciando que ainda
h muito a ser realizado nessa esfera.
Na faixa de 7 a 14 anos, na qual a freqncia escola obrigatria, segundo a nova
Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996),
observamos que Maring apresenta, dentro da RM observada, o menor percentual de
Como Anda Maring
261
8dbd6cYVBVg^c\{
261
analfabetismo em 1991, 4,12%. Em 2000, perde a primeira posio para Mandaguari, que
registra apenas 1,47% de analfabetismo, enquanto Maring registra 2,15%, perfazendo
cerca de 52% de reduo do analfabetismo do ano de 1991 para 2000 (Tabela 31).
Mandaguau exibe o maior percentual de analfabetismo em 1991, 13,92%, mas,
em 2000, apresenta somente 2,45%, demonstrando que foi o municpio da Regio

Metropolitana de Maring que proporcionalmente mais reduziu o analfabetismo.
Na faixa etria de 10 a 14 anos, ainda dentro da faixa de obrigatoriedade da
freqncia escolar, em 1991, novamente Mandaguau que apresenta o maior percentual
de analfabetos, 5,8%. Em 2000, essa posio passa para o municpio de Iguarau, com
3,13% de analfabetos de 10 a 14 anos (Tabela 31).
No ano de 2000, Maring no figura entre os menores percentuais. Enquanto registra
0,96% de analfabetos na faixa etria de 10 a 14 anos, Floresta, Sarandi, Mandaguari,

Mandaguau e Marialva apresentam ndices menores.
Como podemos ver (Tabela 40), conforme a faixa etria vai subindo, os ndices de
analfabetismo tambm crescem. No levantamento feito pelo IBGE, em 2000, ngulo

apresenta o maior ndice de analfabetismo entre as pessoas de 15 anos ou mais, 16,1%. E
todos os municpios da regio metropolitana de Maring, exceto a cidade plo, ficaram com
taxas superiores s identificadas nas AEDs de Maring. Sarandi apresenta 7,8%, na Regio
Centro-Norte, e ngulo, como j foi dito, 16,1%. Nas reas desagregadas de Maring,
as regies que apresentam os menores ndices de analfabetismo correspondem s reas
mais nobres da cidade, isto , as zonas 1, 2, 3, 4, 5 e a regio da UEMHU (Universidade
Estadual de Maring e Hospital Universitrio). O Jardim Olmpico, Zona Norte e Parte
Rural mostram o mais alto ndice de analfabetismo entre as pessoas de 15 anos ou mais
(8,3%), acompanhado de perto pela Vila Morangueira, com 7,0%. As demais regies de
Maring ficaram com ndices entre 4,3% e 6,7%.
O municpio sede apresenta os menores ndices entre os demais da Regio
Metropolitana. Mas, mesmo assim, os ndices so mais altos do que aqueles que esto
registrados nas tabelas expostas anteriormente, que contemplaram a faixa etria de 7 a
14 anos e de 10 a 14 anos. Isso confirma nossa afirmao de que, conforme sobe a faixa
etria, cresce o ndice de analfabetismo.
262
262
Observemos os dados quanto ao nvel de integrao metropolitana na faixa
de 15 anos e mais que no sabem ler no ano de 2000 (Tabela 36). Enquanto a taxa de
analfabetismo nessa faixa etria em Maring, municpio plo foi de 4,9%, Paiandu e
Sarandi, municpios que tm um alto nvel de integrao metropolitana com Maring,

registraram 10,0% de analfabetismo. Os demais municpios, que possuem baixo nvel
de integrao metropolitana com o municpio plo, tambm ficaram na casa dos 10%
(Mapa 14). Percebemos, portanto, que medidas urgentes devem ser tomadas em todos
os municpios que circundam Maring para que as taxas de analfabetismo diminuam a
ponto de, pelo menos, alcanarem os ndices registrados no municpio plo.
B6E6&)IVmVYZ6cVa[VWZi^hbdYdhBjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{
edg6:9hZb'%%%
>YZci^XVdYVh6:9h
+#+"&)#.%
&)#.&"&-#(%
&-#(&"'*#(%
'*#(&"'-#*%
'-#*&"()#'%
(#,%(#,,#)&&#&&)#-`b
:hXVaV&/(,%%%%
&#Dabe^Xd"OdcVCdgiZ
)#J:B"=J
*#?VgY^b6akdgVYV
+#GZfj^d
,#KâVBdgVc\jZ^gV
-#6Zgdedgid6ci^\d
&%#OdcVh%&!%'!%(Z%)
&&#OdcV%*
&(#=dgid;adgZhiVa
&+#8ZcigdCdgiZ
&,#A^c]VYdigZb
&-#8ZcigdHja
&.#>\jVgVj
'%#c\jad
'&#BVcYV\jVj
''#EV^VcYj
'(#;adgZhiV
')#BVg^VakV
'*#BVcYV\jVg^
;dciZ/>7<:'%%%#
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
263
263
Os ndices at aqui apresentados procuram demonstrar o grau de analfabetismo
na populao conforme a faixa etria. O Atlas do Desenvolvimento Humano e o IBGE,

alm de identificar essa varivel, possui outra que tambm chama a ateno sobre o
analfabetismo funcional. Analfabetos funcionais so pessoas cujo grau de alfabetizao
insuficiente para que exeram funes bsicas na sociedade moderna. O analfabetismo

funcional tpico de pessoas que tm quatro anos ou menos de escolarizao.
Nessa varivel, analfabetismo funcional, os ndices so preocupantes. Maring, a
cidade plo da RM, possui ndices baixos nas duas faixas etrias selecionadas e nos dois
levantamentos realizados, em 1991 e em 2000. Enquanto Maring, em 1991, na faixa de
10 a 14 anos, registra 39,71%, (somente Floresta fica abaixo de Maring, com 37,76%), as
demais cidades ficaram com 44,69% a 57,74% de analfabetos funcionais. Na faixa etria
de 15 anos ou mais, Maring registrou, tambm em 1991, 25,92%, e as demais cidades

variaram entre 38,7% e 54,6% (Tabela 33).
Em 2000, na faixa etria de 10 a 14 anos, Maring registrou 22,73%. Mandaguau e
Floresta ficaram com ndices prximos: respectivamente, 19,84% e 21,74%. Na faixa etria
de 15 anos ou mais, Maring registra, em 2000, 16,9%, enquanto os demais municpios

ficaram entre 25,95 e 36,48%.
Mesmo que Maring tenha apresentado ndices mais baixos que os demais
municpios de RM, isso no significa que a situao na cidade plo seja muito melhor.
Analfabetismo funcional impede, com certeza, acesso a postos de trabalho que ofeream
melhor remunerao. Esses postos exigem trabalhadores mais qualificados, resultando no

aumento da pobreza e da desigualdade social. Ou seja, analfabetismo reduz a empregabilidade
e as oportunidades de incluso social.
Na Tabela 3, podemos verificar que a mdia dos sujeitos com mais de 15 anos que
tm menos de quatro anos de estudo em todos os municpios da regio metropolitana,
excetuando Maring, gira em torno de 30% no ano de 2000. Maring registra 16,9%,
mas temos que considerar que alguns municpios da RM servem de cidade dormitrio
para pessoas que trabalham em Maring. Assim, os ndices de Maring so baixos,
mas podem no ser representativos da real situao de analfabetismo funcional dos
trabalhadores da cidade.
264
264
Os percentuais de responsvel pela famlia sem instruo ou com at 3 anos de estudo
em 2000 so dados que tratam, tambm, do analfabetismo funcional. O maior ndice foi
encontrado em Floresta, com 42,8%, seguido de todas as AEDs do Sarandi. Em Maring,

encontramos os menores ndices nas reas mais nobres da cidade, o mais alto ndice se
apresenta no Jardim Olmpico, Zona Norte e Parte Rural, com 33,5% (Tabela 14).
A Tabela 9 registra o nvel de integrao metropolitana nesse mesmo grupo de
pessoas. Enquanto o municpio plo apresenta 19,4% de responsveis pela famlia sem
instruo, ou com at 3 anos de estudo, os demais municpios, tanto os que apresentam
alto como baixo nvel de integrao metropolitana, registraram ndices na casa dos 30%.
Nota-se a grande diferena em relao ao municpio plo, revelando desigualdades sociais
dentro da Regio Metropolitana de Maring.
Observa-se que ficam explcitos os dados referentes faixa etria de 0 a 6 anos de
idade que freqentam creche ou escola. O dado que mais chama a ateno o de ngulo.
Enquanto na Tabela 40 ngulo apresentou o maior ndice de analfabetismo entre as
pessoas de 15 anos ou mais (16,1%) na Tabela 11, o municpio apresenta o maior ndice
de crianas de 0 a 6 anos que freqentam creche ou escola na Regio Metropolitana de

Maring, isto , 61,2%, ndice mais alto do que o apresentado por Maring. A administrao
do municpio de ngulo deve ter feito uma ampla campanha e criado as condies de
expanso da educao infantil, principalmente a oferecida de forma gratuita e pblica.
O menor ndice de freqncia a creches e escolas ficou na regio Centro-Sul de
Sarandi, 23,6%. Maring apresenta ndices altos nas regies mais nobres e o menor ndice
no Olmpico, Zona Norte e Parte Rural, com 30,2%.
Quanto ao nvel de integrao metropolitana, dentro desse mesmo grupo, h vrias
questes que podem ser observadas (Tabela 37). O percentual de pessoas de 0 a 6 anos
de idade que freqentam creche ou escola no municpio plo de 44,2%. Os municpios
que apresentam um nvel baixo de integrao metropolitana registraram 41,6%, ou

seja, na mesma casa de Maring. J Paiandu e Sarandi, municpios bastante integrados
Maring, apresentaram 28,6% de pessoas nessa faixa etria que freqentam creche
ou escola, ndice muito baixo, se comparado ao registrado no municpio plo e demais
municpios da regio metropolitana. urgente a elaborao de polticas de atendimento

a essa faixa etria em Paiandu e Sarandi.
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
265
265
+#'# :ch^cd;jcYVbZciVaZBY^d
Faremos, agora, uma comparao entre a taxa bruta de freqncia no ensino
fundamental e no ensino mdio.
Ao compararmos a taxa bruta de freqncia no ensino fundamental com a do ensino
mdio, vemos que h uma queda acentuada nos ndices, significando que o nmero de
pessoas que fazem o ensino mdio inferior ao nmero daqueles que esto no ensino
fundamental. Dito de outra forma, grande parte daqueles que freqentam o ensino
fundamental param de estudar e sequer chegam a se matricular no ensino mdio.
Maring apresenta uma evoluo no que se refere queles que freqentaram o
ensino fundamental e o mdio. Em 2000, a taxa bruta da populao que estava no ensino
fundamental era de 115,75 e, no mesmo ano, a taxa bruta das pessoas que freqentavam
o ensino mdio foi de 122,59. Floresta tambm apresenta uma evoluo: em 2000, a taxa
bruta da populao que estava no ensino fundamental era de 119,43 e, no mesmo ano, a
taxa bruta das pessoas que freqentavam o ensino mdio foi de 124,19 (Tabela 32).
Nos demais municpios da RM, a taxa bruta de freqncia ao ensino fundamental
superior se comparada com a do ensino mdio no ano de 2000.
Em 1991, se compararmos os ndices de freqncia no ensino fundamental e no
ensino mdio, observamos que todos os municpios da RM apresentam um percentual

inferior. Em Maring, por exemplo, a freqncia no ensino fundamental, em 1991, era
de 114,05 e, no ensino mdio, era de 53,79, representando cerca de 60% de queda. Isso
mostra que apenas cerca de 40% daqueles que cursam o ensino fundamental chegam,
depois, ao ensino mdio.
Os dados demonstram tambm que, de 1991 a 2000, cresceu muito a freqncia no
ensino mdio, grau geralmente exigido para a obteno de empregos mais qualificados e
melhor remunerados. J a evoluo de 1991 para 2000, no que se refere freqncia no

ensino fundamental, no cresceu tanto assim.
Observemos as taxas de pessoas de 7 a 14 anos que freqentam escolas em 2000
na Regio Metropolitana de Maring. A cidade de ngulo apresenta o menor ndice de
pessoas de 7 a 14 anos de idade que freqentam escola, 94,3%. Em Maring, as regies

de Floresta, Jardim So Jorge e Mandacaru mostraram ndices de 100% de freqncia
266
266
escola nessa faixa etria. Sarandi, Iguarau e Mandaguau apresentam baixas taxas (Tabela
12). A faixa etria em destaque nesta tabela corresponde idade em que se espera que as
crianas freqentem o ensino fundamental. Ao se analisar o percentual de pessoas de 7
a 14 anos que freqentam escola e srie adequada, observa-se que os ndices mais altos
aparecem nas regies mais ricas da cidade de Maring, alcanando de 85,3% a 90,1%.
Novamente os ndices mais baixos so encontrados nos demais municpios que compem
a regio metropolitana. Sarandi, na AEDs Linha do Trem, apresenta somente 68,3% de

pessoas nessa faixa etria que freqentam escola e srie adequada (Mapa 15).
B6E6&*EZgXZcijVaYZEZhhdVhYZ,V&)VcdhfjZ;gZfZciVb:hXdaVZbHg^Z6YZfjVYV
cVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg6:9h'%%%
>YZci^XVdYVh6:9h
+-#(%",(#%%
,(#%&",,#,%
,,#,&"-%#.%
-%#.&"-'#(%
-'#(&".%#&%
(#,%(#,,#)&&#&&)#-`b
:hXVaV&/(,%%%%
&#Dabe^Xd"OdcVCdgiZ
)#J:B"=J
*#?VgY^b6akdgVYV
+#GZfj^d
,#KâVBdgVc\jZ^gV
-#6Zgdedgid6ci^\d
&%#OdcVh%&!%'!%(Z%)
&&#OdcV%*
&(#=dgid;adgZhiVa
&+#8ZcigdCdgiZ
&,#A^c]VYdigZb
&-#8ZcigdHja
&.#>\jVgVj
'%#c\jad
'&#BVcYV\jVj
''#EV^VcYj
'(#;adgZhiV
')#BVg^VakV
'*#BVcYV\jVg^
;dciZ/>7<:'%%%#
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
267
267
Sarandi, no entorno da Linha do Trem, apresenta o mais baixo ndice de pessoas
de 15 a 17 anos de idade que freqentam escolas, ou seja, 63,6%, seguido de ngulo

com 66,3% (ver Tabela 33). Maring tem o maior ndice na regio da UEMHU, com
98,1%, e assegura ndices prximos a este nas regies mais nobres da cidade (ver Zona
1, 2, 3, 4 e Zona 5).
Nos deteremos, por fim, nos dados quanto ao nvel de integrao metropolitana
nesse mesmo grupo de pessoas (Tabela 8). Enquanto Maring registra 85,0% de pessoas
de 15 a 17 anos de idade que freqentam escola, Paiandu e Sarandi apresentam taxa de
71,2% e, os demais municpios, 78,0%. Todos os municpios ficam na faixa dos 80%, o
que revela que, entre as pessoas dessa faixa etria que freqentam escola, no h muitas
disparidades na regio metropolitana.
+#(# :ch^cdHjeZg^dg
Maring tem, ultimamente, ganhado visibilidade como cidade de perfil universitrio.
Esse perfil se constituiu no somente pelo crescimento da Universidade Estadual de
Maring (UEM), mas tambm pela criao de vrias Faculdades privadas. Na ltima
dcada, cresceu muito a iniciativa privada no que se refere oferta de cursos superiores e
tambm aumentou o rol de cursos novos que a UEM passou a oferecer.
Mas, se considerarmos que as cidades circunvizinhas a Maring abrigam boa parte
da classe trabalhadora do municpio plo, podemos afirmar que no muito alto o nvel
de educao daqueles que migram em direo a Maring para trabalhar e moram em
outros municpios.
Em comparao aos demais municpios da Regio Metropolitana, Maring apresenta

um razovel ndice de pessoas que freqentam o ensino superior, taxa bruta de 22,66, em
1991, e 40,15, em 2000. Sarandi, municpio contguo a Maring, mostra os piores ndices:
taxa bruta de 1,13, em 1991, e 3,59, em 2000 (Tabela 32).
Vamos fazer comparaes entre os ndices de freqncia no ensino mdio e depois
no superior com o objetivo de verificar o percentual de pessoas que cursam o ensino mdio
e comparar esses dados com os daqueles que adentram no ensino superior.
Percebe-se que todos os municpios da Regio Metropolitana obtiveram ndices
de freqncia no ensino mdio muito maiores em 2000, comparados ao ano de 1991.
268
268
Maring, por exemplo, possua 29,8% das pessoas entre 15 e 17 anos (faixa etria daqueles
que normalmente teriam acesso ao ensino mdio) em 1991 e, em 2000, esse ndice subiu
para 63,58% (Tabela 34).
Em 1991, em Maring, apenas 29,8% das pessoas de 15 a 17 anos freqentava o
ensino mdio. No mesmo ano, somente 10,38% de pessoas na faixa etria de 18 a 24 anos
freqentavam o ensino superior, demonstrando que nem todos aqueles que terminam o
ensino mdio conseguem cursar o superior (Tabela 35).
Em 2000, tambm em Maring, o ensino mdio era freqentado por 63,58%

da populao na faixa etria entre 15 e 17 anos e o ensino superior apresenta 17,76%,
significando, tambm, que baixo o ndice de pessoas que terminam o ensino mdio e
conseguem adentrar na universidade pblica e nas faculdades particulares da Regio.
Sarandi, em 1991, tinha 11,54% da populao no ensino mdio. No mesmo ano,

somente 0,59% freqentaram o ensino superior. Em 2000, 41,49% fizeram o ensino mdio
e apenas 1,24%, o ensino superior. Conclui-se que, em Sarandi, o percentual daqueles que,
em 1991, freqentaram o ensino mdio e depois o superior maior do que o ocorrido
em 2000 (Tabela 34).
A evoluo do ingresso no ensino superior em Maring diminuiu em percentual.
Ou seja, em 1991 era maior a proporo de pessoas que freqentavam o ensino mdio
e depois chegavam ao ensino superior, isto , mais ou menos a metade. Em 2000, essa
proporo diminui muito: dos 63,58% que freqentavam o ensino mdio apenas 17,76
chegavam ao superior, representando muito menos do que a metade.
9edYbkie
Pelo exposto, verificamos que Maring no apresenta os piores ndices de analfabetismo nem de freqncia no ensino fundamental, mdio e superior. Entretanto, as
cidades circunvizinhas, que fazem parte da RMM, e que hospedam grande parte dos
que aqui trabalham, apresentam dados inferiores, cooperando para que relativizemos as
informaes a respeito da cidade plo.
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
269
269
Os ndices demonstram que ainda h muito a fazer no campo educacional. E, mais
do que isso, h ainda muito a fazer no campo social, poltico e econmico para ampliar
as possibilidades de acesso aos vrios nveis educacionais.
Para ns, o governo, seja municipal, estadual ou federal, deveria investir mais na
educao bsica, que deve ser oferecida no somente queles que esto na faixa etria
oficialmente obrigatria, mas tambm a jovens e adultos que nunca tiveram a oportunidade
de freqentar os bancos escolares. Mas isso no significa abandonar o ensino superior,

deixando-o nas mos da iniciativa privada, o que vem acontecendo nos ltimos anos.
Alm disso, so necessrias polticas pblicas educacionais mais inclusivas em todos
os municpios da Regio Metropolitana e no somente em Maring. Isso contribuiria

para aumentar o nvel de integrao e diminuir as desigualdades sociais entre todos os
municpios da regio metropolitana de Maring.
BRASIL. Lei LDB: de diretrizes e bases da educao: Lei 9.394/96. 3. ed. Braslia: DP&A,
2000.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSITCA - IBGE. Censo Demogrfico
em: maio 2004.
RIBEIRO, L. C. Q. (Coord.). Como anda o Rio de Janeiro: anlise da conjuntura social. Rio de
Janeiro: IPPUR/UFRJ, 1995.
270
270
Como Anda Maring
&&!',
-!-
-!+
)&&,*% EV^VcYj
)&'+'* HVgVcY^
BY^V
)!.
'!.
(!&&
'!,*
'!&*
'!'(
&!),
'!)*
)!..
'!%'
+!-+
)!&'
)&&)-% BVg^VakV
*!*'
)&&)'% BVcYV\jVg^
)&&*'% BVg^c\{
&%!)+
&(!.'
)&&%%% >\jVgVj
*!-*
)&&)&% BVcYV\jVj
&%!)(
)&%&&* c\jad
)&%,.% ;adgZhiV
8Y^\d
'!,
&!-&
'!..
%!.&
&!*)
(!%&
*!-
(!%.
&!+-
(!*-
&!%
%!,
&!&'
%!.+
%!-&
%!-
%!&&
(!&(
%!'+
&!((
(!&
'!,(
)!--
&!',
(!%*
&!-
(!+-
'!&-
&!&'
,!%)
&!%
%!))
'!&
%!)-
%!%&
%!))
'!'*
%!),
%!%)
'!*,
)!+
&!.'
)!((
'!%.
'!,,
)!*.
,!,'
)!'&
(!)
&%!('
&!+
%!)*
&!+,
%!('
'!+.
&!'-
'!).
'!%(
&!'(
'!),
&,!-
&+!''
&.!'*
.!&)
&+!&-
&+!&
&-!..
&.!(
&,!(*
',!+)
&&!+
&%!'*
&&!-.
*!(.
.!,,
&&!,,
&'!&
&*!%*
&&!+*
&+!-'
'(!*
'(!'&
'*!+-
&&!-.
&.!.
'%!.*
'*!.+
'(!-,
''!.,
(+!-'
&)!&
&'!*(
&*!'-
+!(,
&'!+
&&!,)
&*!,-
&+!,-
&)!.*
'&!(&
,V
,V
&%V
&%V
&*V
&*V &-V') &-V') &*Vcdh &*Vcdh '*Vcdh '*Vcdh
&)Vcdh
&)Vcdh
&)Vcdh
&)Vcdh
&,Vcdh
&,Vcdh
Vcdh
Vcdh
djbV^h
djbV^h
djbV^h
djbV^h
Bjc^Xe^d
VcVa[VWZiVh! VcVa[VWZiVh! VcVa[VWZiVh! VcVa[VWZiVh! VcVa[VWZiVh! VcVa[VWZiVh! VcVa[VWZiVh! VcVa[VWZiVh! VcVa[VWZiVh! VcVa[VWZiVh! VcVa[VWZiVh! VcVa[VWZiVh!
&..&
'%%%
&..&
'%%%
&..&
'%%%
&..&
'%%%
&..&
'%%%
&..&
'%%%
I67:A6(&Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{!6cVa[VWZi^hbdedg;V^mV:i{g^VYVEdejaVd!&..&Z'%%%
7d[nei
271
8dbd6cYV
6cYVbVhGZ\^ZhBZigdedaîVcVh
272

--!&&
*)!.*
+(!,
-(!,-
)&'+'* HVgVcY^
,)!)&
BY^V
-'!'
--!)
-%!,*
)&&,*% EV^VcYj
.)!+&
+,
+(!.(
*+!*-
+-!(,
,&!)'
+&!'
**!-
.%!-+
)&&*'% BVg^c\{
.%!'(
--!'(
-,!.
-)!.*
--!(*
-(!&-
-.!,*
-(!.
-&!%&
)&&)&% BVcYV\jVj
-(!-'
-%!,
)&&%%% >\jVgVj
)&&)-% BVg^VakV
-'!+*
)&%,.% ;adgZhiV
)&&)'% BVcYV\jVg^
,'!(,
Bjc^Xe^d
)&%&&* c\jad
8Y^\d
-)!(
,,!-)
,.!'(
.'!',
-(!&-
-.!..
-&!*-
-&!.(
.'!%&
-%!'.
&%*!(
..!+'
&%&!+*
&&)!%*
&%*!',
&%.!,+
.+!+*
&%*!))
&&(!)
&%&!-,
&&,!)
&'&!(&
&&-!,+
&&*!,*
&&)!&-
&''!.+
&&*!&-
&&(!+)
&&.!)(
&&*!+
)'!'
')!&+
&,!-+
*(!,.
)-!&
)%!'*
(%!''
,%!(.
+)!),
(%!'
..!,
-%!&'
.)!(+
&''!*.
.&!++
&%.!*+
.*!*-
.)!+(
&')!&.
-)!,-
.!&
&!&(
&!,,
''!++
&'!--
&'!+*
-!*
&&!,,
,!)'
'!,+
&,!,
(!*.
+!+*
)%!&*
'+!')
'%!-)
&)!.-
&'!''
')!(.
&%!%.
IVmVWgjiVYZ IVmVWgjiVYZ IVmVWgjiVYZ IVmVWgjiVYZ

IVmVYZ
IVmVYZ
IVmVWgjiVYZ IVmVWgjiVYZ
IVmVWgjiVYZ IVmVWgjiVYZ
[gZfjcX^VVd [gZfjcX^VVd [gZfjcX^VVd [gZfjcX^VVd
Va[VWZiôVd! Va[VWZiôVd! [gZfcX^V| [gZfcX^V|
[gZfjcX^VVd [gZfjcX^VVd
[jcYVbZciVa! [jcYVbZciVa! Zch^cdbY^d! Zch^cdbY^d!
&..&
'%%%
ZhXdaV!&..& ZhXdaV!'%%%
hjeZg^dg!&..& hjeZg^dg!'%%%
&..&
'%%%
&..&
'%%%
I67:A6('Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{!>cY^XVYdgZhJiâôVYdhcd>9="B:YjXVd&..&'%%%
Como Anda Maring
273
8dbd6c
BVcYV\jVg^
BVg^VakV
BVg^c\{
EV^VcYj
HVgVcY^
)&&)'%
)&&)-%
)&&*'%
)&&,*%
)&'+'*
*,!,)
(.!,&
)+!'(
))!+.
*(!-&
'.!,,
''!,(
(&!-)
',!&.
&.!-)
()!*,
'&!,)
',!(
BVcYV\jVj
)&&)&%
)*!+(
(,!,+
BY^V
),!&
>\jVgVj
)&&%%%
',!),
(%!,,
;adgZhiV
)&%,.%
*&!-(
)+!+'
c\jad
Bjc^Xe^d
)&%&&*
8Y^\d
&-!*
&-!'
'(!,'
.!&'
&(!'(
&)!+*
'.!+.
'&!',
.!.)
'+!(+
,!&
)!)-
-!(+
(!*)
-!)&
(!))
&)!&-
+!(&
)!%*
&&!(&
&-!&
&*!--
'&!%,
-!-)
&%!'
&*!)(
'(!'
'&!',
&*!.,
(&!&
-!)
.!&'
.!*,
'!*'
.!&&
+!&,
&&!'.
.!&.
*!)(
&(!'+
)&!,
)'!%)
)(!-&
'*!.'
(-!,
(-!')
),!)*
)'!,.
)&!*-
*)!+
'-!-
'-!(-
(%!-&
&+!.
'-!&,
'*!.*
(%!-+
(%!.'
(%!.
(+!)-
&%V&)Vcdh &%V&)Vcdh &*V&,Vcdh &*V&,Vcdh &-V')Vcdh &-V')Vcdh &*Vcdhdj

&*Vcdhdj
XdbbZcdhYZ XdbbZcdhYZ XdbbZcdhYZ XdbbZcdhYZ XdbbZcdhYZ XdbbZcdhYZ bV^hXdbbZcdh bV^hXdbbZcdh
fjVigdVcdhYZ fjVigdVcdhYZ fjVigdVcdhYZ fjVigdVcdhYZ fjVigdVcdhYZ fjVigdVcdhYZ YZfjVigdVcdh YZfjVigdVcdh
ZhijYd!&..&
ZhijYd!'%%%
ZhijYd!&..&
ZhijYd!'%%%
ZhijYd!&..&
ZhijYd!'%%%
YZZhijYd!&..& YZZhijYd!'%%%
I67:A6((Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{!6cVa[VWZi^hbd;jcX^dcVaedg;V^mV:i{g^VYVEdejaVd!&..&Z'%%%
274
274
Conjuntura Urbana
Volume 7
+)!)-
*.!+)
)(!-'
*'!+,
*(!&.
+.!&-
)'!*&
)'!.+
)&%,.% ;adgZhiV
)&&%%% >\jVgVj
)&&)&% BVcYV\jVj
)&&)'% BVcYV\jVg^
)&&)-% BVg^VakV
)&&*'% BVg^c\{
)&&,*% EV^VcYj
)&'+'* HVgVcY^
,&!*'
,%!)'
-*!%&
,(!-*
-%!**
,*!%,
,*!'*
-%!%,
+-!*.
BY^V
*(!'
,*!+
*%!*-
)&%&&* c\jad
8Y^\d
(!&
'!,(
)!--
&!',
(!%*
&!-
(!+-
'!&-
&!&'
,!%)
&!%
%!))
'!&
%!)-
%!%&
%!))
'!'*
%!),
%!%)
'!*,
&-!*
&-!'
'(!,'
.!&'
&(!'(
&)!+*
'.!+.
'&!',
.!.)
'+!(+
,!&
)!)-
-!(+
(!*)
-!)&
(!))
&)!&-
+!(&
)!%*
&&!(&
,(!+
-(!*&
-(!))
+(!+
+(!-+
,%!+(
-(!%'
+-!*+
+)!'-
-&!(*
(.!&
)*!-(
)'!+-
'*!*(
)*!*&
(-!(
)*!&)
((!+'
(%!-+
))!'+
'&!+
&&!*)
&%!.+
'.!-
'.!,.
')!)+
&+!),
'+!,
'.!(*
&*!(,
)-!-
)&!).
))!**
+(!*-
))!-+
*&!)*
)+!+'
)-!(+
**!'&
)'!.+
&*V &*V&, &*V

Z&*V &*V&,Vcdh &*V&,Vcdh &*V&,Vcdh &*V&,Vcdh &*V&, &*V&,
&,Vcdh VcdhcV &,Vcdh
&,Vcdh XdbbZcdhYZ XdbbZcdhYZ XdbbZcdhYZ XdbbZcdhYZ Vcdhcd
Vcdhcd
Bjc^Xe^d
cVZhXdaV! ZhXdaV! VcVa[VWZiVh! VcVa[VWZiVh! fjVigdVcdhYZ fjVigdVcdhYZ dîdVcdhYZ dîdVcdhYZ
Zch^cd
Zch^cd
&..&
'%%%
&..&
'%%%
ZhijYd!&..& ZhijYd!'%%% ZhijYd!&..& ZhijYd!'%%% bY^d!&..& bY^d!'%%%
''!)
&'!'
&%!.,
(&!-+
'.!-&
'*!%)
&+!*(
'-!)(
(%!,&
&*!+)
*&!+
)'!)-
),!'*
+,!,,
)+!&)
*(!,.
).!)&
*'!--
*.!'
)*!*)
&*V&, &*V&,
VcdhXdb
VcdhXdb
VXZhhd
VXZhhd
VdZch^cd
VdZch^cd
bY^d!&..& bY^d!'%%%
I67:A6()Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{!CkZa:YjXVX^dcVaYVEdejaVdZcigZ&*Z&,Vcdh!&..&Z'%%%
Como Anda Maring
275
(!)
)!'&
,!,'
)!*.
'!,,
'!%.
)!((
&!.'
)&%,.% ;adgZhiV
)&&%%% >\jVgVj
)&&)&% BVcYV\jVj
)&&)'% BVcYV\jVg^
)&&)-% BVg^VakV
)&&*'% BVg^c\{
)&&,*% EV^VcYj
)&'+'* HVgVcY^
%!)*
&!+,
%!('
'!+.
&!'-
'!).
'!%(
&!'(
'!),
BY^V
)!+
&!+
&%!('
)&%&&* c\jad
8Y^\d
&-V
&-V
')Vcdh
')Vcdh
Bjc^Xe^d
VcVa[VWZiVh! VcVa[VWZiVh!
&..&
'%%%
&-!&
&*!--
'&!%,
-!-)
&%!'
&*!)(
'(!'
'&!',
&*!.,
(&!&
-!)
.!&'
.!*,
'!*'
.!&&
+!&,
&&!'.
.!&.
*!)(
&(!'+
+&!(
,&!&-
,(!&
)(!&*
*-!(+
*+!)&
,'!*'
*)!%(
*+!%+
++!.'
&-V') &-V') &-V')

VcdhXdb VcdhXdb VcdhXdb
bZcdhYZ bZcdhYZ bZcdhYZ
fjVigdVcdh fjVigdVcdh dîdVcdh
YZZhijYd! YZZhijYd! YZZhijYd!
&..&
'%%%
&..&
(*!)
)'!.,
),!&
&-!.
'.!*'
((!%&
)&!&)
('!'+
(%!**
)(!).
*!)
&!+'
&!-*
&&!)'
+!*(
.!+(
)!%.
,!)(
)!'(
&!-
&-V')
&-V')
VcdhXdb
VcdhXdb
bZcdhYZ
YdoZVcdh
dîdVcdh
djbV^hYZ
YZZhijYd!
ZhijYd!&..&
'%%%
+!-
&!&+
&!+'
&*!-'
&%!%,
,!+*
-!&
*!+
+!)*
)!.(
&-V')
VcdhXdb
YdoZVcdh
djbV^hYZ
ZhijYd!'%%%
(!)
%!*.
%!.,
&%!(-
*!,'
+!&(
'!+)
'!,'
&!+'
%!&+
&-V
')Vcdh
cdXjghd
hjeZg^dg!
&..&
+!-
&!')
'!%,
&,!,+
&'!))
-!,(
,!,*
'!+*
*!),
'!+*
&-V
')Vcdh
cdXjghd
hjeZg^dg!
'%%%
(!+
%!*.
&!((
&&!'.
*!,(
+!&(
'!+*
'!-,
&!+,
%!('
,!%
&!')
'!%,
&-!+(
&'!,)
-!,(
-!&&
(!)
*!*
'!,(
&-V') &-V')
XdbVXZhhd XdbVXZhhd
VdXjghd
VdXjghd
hjeZg^dg!
hjeZg^dg!
&..&
'%%%
I67:A6(*Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{!CkZa:YjXVX^dcVaYVEdejaVdZcigZ&-Z')Vcdh!&..&Z'%%%
I67:A6(+CkZaYZ>ciZ\gVdBZigdedaîVcVYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
EZhhdVhYZ&*6cdhZBV^hfjZCdHVWZbAZg'%%%
EZhhdVhYZ&*VcdhZbV^h
IVmVYZVcVa[VWZi^hbd
IdiVa
FjZcdhVWZbaZg
'&,#-.'
&%#+((
)!.
,'#%(-
,#'%'
&%!%
,&#)(-
,#,(-
&%!-
IdiVa
(+&#(+;dciZ/>7<:#8ZchdYZbd\g{Xd'%%%#BZigdYViV
'*#*,(
,!&
Bjc^Xe^dEad
BjîdVaid
6aid
BY^d
7V^md
I67:A6(,CkZaYZ>ciZ\gVdBZigdedaîVcVYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
EZhhdVhYZ%V+6cdhYZ>YVYZfjZ;gZfZciVb8gZX]Zdj:hXdaV'%%%
CkZaYZ^ciZ\gVd
bZigdedaîVcV
Bjc^Xe^dEad
CbZgdYZeZhhdVhYZ%V+VcdhYZ^YVYZ
7$6Zb
IdiVa6
FjZ[gZfZciVbXgZX]ZdjZhXdaV7
(%#,)+
&(#*,,
))!'
&)#'.,
)#%.)
'-!+
BjîdVaid
6aid
BY^d
7V^md
&&#'&'
)#++)
)&!+
IdiVa
*+#'*+
''#((+
(.!,
I67:A6(-CkZaYZ>ciZ\gVdBZigdedaîVcVYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
EZhhdVhYZ&*V&,6cdhYZ>YVYZfjZ;gZfZciVb:hXdaV'%%%
CbZgdYZeZhhdVhYZ&*V&,VcdhYZ^YVYZ
7$6Zb
IdiVa6
FjZ[gZfZciVbZhXdaV7
&+#(-&
&(#.'*
-*!%
*#.-*
)#'+&
,&!'
*#-(+
)#**(
,-!%
IdiVa
'-#'%(
''#,(.
-%!+
Bjc^Xe^dEad
BjîdVaid
6aid
BY^d
7V^md
276
276
I67:A6(.CkZaYZ>ciZ\gVdBZigdedaîVcVYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
GZhedch{kZaeZaV;Vba^VHZb>chigjddj8dbVi(6cdhYZ:hijYd'%%%
CkZaYZ^ciZ\gVd
bZigdedaîVcV
HZb^chigjddjXdbVi(
IdiVa6
VcdhYZZhijYd7
-.#%))
&,#(%(
Bjc^Xe^dEad
BjîdVaid
6aid
(%#&+.
BY^d
7V^md
'.#&%'
BjîdWV^md
IdiVa
&)-#(&*
7$6Zb
&.!)
&%#%*.
((!(
.#.*'
()!'
(,#(&)
'*!'
I67:A6)%gZVYZEdcYZgVd6bdhigVa6:9hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
EZhhdVhYZ&*6cdhZBV^hfjZCdHVWZbAZg'%%%
6:9
8Y^\d
c\jad
;adgZhiV
>\jVgVj
BVcYV\jVj
BVcYV\jVg^
BVg^VakV
BVg^c\{J:B"=J
BVg^c\{OdcV%-KâVHVcid6cidc^d
BVg^c\{OdcV%*
BVg^c\{?VgY^bH#?dg\ZZBVcYVXVgj
BVg^c\{8dc_jcidI]V^h"6akdgVYV>>
BVg^c\{GZfj^d
BVg^c\{8^YVYZCdkV8deVXVWVcV'
BVg^c\{Dabe^Xd"OdcVCdgiZEVgiZGjgVa
EV^VcYj
HVgVcY^8ZcigdHja
HVgVcY^8ZcigdCdgiZ
HVgVcYÂ^c]VYdIgZb
IdiVa
)&%&&*%%%&%%&
)&%,.%%%%&%%&
)&&%%%(%%&%%&
)&&)&%)%%&%%&
)&&)'%(%%&%%&
)&&)-%,%%&%%&
)&&*'%%%%&%%&
)&&*'%%%%&%%'
)&&*'%%%%&%%(
)&&*'%%%%&%%)
)&&*'%%%%&%%*
)&&*'%%%%&%%+
)&&*'%%%%&%%,
)&&*'%%%%&%%)&&*'%%%%&%%.
)&&*'%%%%&%&%
)&&*'%%%%&%&&
)&&*'%%%%&%&'
)&&*'%%%%&%&(
)&&*'%%%%&%&)
)&&,*%(%%&%%&
)&'+'*+%%&%%&
)&'+'*+%%&%%'
)&'+'*+%%&%%(
)&'+'*+%%&%%)
EZhhdVhYZ&*VcdhZbV^h
IdiVa
FjZcdhVWZbaZg
IVmVYZ
VcVa[VWZi^hbd
'#%+'
(#,.*
'#*-*
&'#&%)
'(#&)+
'&#'&+
&&#()'
&-#.(.
&'#')+
&)#)%*
&&#,-*
''#%'(
&&#+)(
&*#+,%
&-#*'%
'(#*(&
&-#'%'
&+#..(
&&#'+,
&&#('+
'&#,)%
&(#',&
&)#+,&
&%#,)*
&&#+&&
(*)#-(-
((&
*%)
(%.
&#*')
'#&&+
'#%.(
,.,
&#'&,
&'.
+''
(',
(.+
*.(
&#%)+
&#%(&#'.(
-&'
-(,
*.%
.(+
'#*)'
&#'.%
&#&))
&#%'*
&#'%&
')#,&'
&+!&
&(!(
&&!.
&'!+
.!&
.!.
,!%
+!)
&!&
)!(
'!&!*!&
+!,
*!+
*!*
)!*
)!.
*!'
-!(
&&!,
.!,
,!.!*
&%!(
,!%
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
277
277
I67:A6)&gZVYZEdcYZgVd6bdhigVa6:9hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
EZhhdVhYZ%V+6cdhYZ>YVYZfjZ;gZfZciVb8gZX]Zdj:hXdaV'%%%
CbZgdYZeZhhdVhYZ%V+VcdhYZ^YVYZ
6:9
8Y^\d
FjZ[gZfZciVbXgZX]Z
djZhXdaV7
7$6Zb
c\jad
)&%&&*%%%&%%&
(%*
&-+
+&!'
;adgZhiV
)&%,.%%%%&%%&
**-
'**
)*!-
>\jVgVj
)&&%%%(%%&%%&
(.&
'&%
*(!+
BVcYV\jVj
)&&)&%)%%&%%&
'#%.-
-&*
(-!-
BVcYV\jVg^
)&&)'%(%%&%%&
(#,**
&#,..
),!.
BVg^VakV
)&&)-%,%%&%%&
(#'&,
.&)
'-!)
)&&*'%%%%&%%&
&#*%&
+*'
)(!)
)&&*'%%%%&%%'
'#*..
.+%
(+!.
BVg^c\{J:B"=J
)&&*'%%%%&%%(
&#&&(
*,'
*&!)
)&&*'%%%%&%%)
&#-(-
.*(
*&!.
BVg^c\{OdcV%*
)&&*'%%%%&%%*
&#&-'
+'*
*'!.
)&&*'%%%%&%%+
&#..)
&#&-*
*.!)
)&&*'%%%%&%%,
&#+'*
.',
*,!&
)&&*'%%%%&%%-
'#,+*
&#%--
(.!(
BVg^c\{GZfj^d
)&&*'%%%%&%%.
(#%+,
.+'
(&!)
)&&*'%%%%&%&%
)#%(%
&#-&.
)*!&
)&&*'%%%%&%&&
'#+&-
&#&.*
)*!,
)&&*'%%%%&%&'
'#+',
&#&-'
)*!%
)&&*'%%%%&%&(
&#,%)
-'-
)-!+
)&&*'%%%%&%&)
'#%-)
+'.
(%!'
EV^VcYj
)&&,*%(%%&%%&
)#('+
&#(&)
(%!)
HVgVcY^8ZcigdHja
)&'+'*+%%&%%&
'#(-+
*+(
'(!+
HVgVcY^8ZcigdCdgiZ
)&'+'*+%%&%%'
'#(*.
+.-
'.!+
)&'+'*+%%&%%(
'#)'.
+))
'+!*
HVgVcYÂ^c]VYdIgZb
)&'+'*+%%&%%)
'#,.-
-,+
(&!(
**#(+-
'&#-*&
(.!*
IdiVa
278
IdiVa6
278
I67:A6)'gZVYZEdcYZgVd6bdhigVa6:9hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
EZhhdVhYZ,V&)6cdhYZ>YVYZfjZ;gZfZciVb:hXdaV'%%%
CbZgdYZeZhhdVhYZ,V&)VcdhYZ^YVYZ
6:9
8Y^\d
IdiVa6
FjZ[gZfZciVb
ZhXdaV7
7$6Zb
c\jad
)&%&&*%%%&%%&
),(
))+
.)!(
;adgZhiV
)&%,.%%%%&%%&
,+.
,+.
&%%!%
>\jVgVj
)&&%%%(%%&%%&
+''
+%'
.+!.
BVcYV\jVj
)&&)&%)%%&%%&
'#+'+
'#*))
.+!.
BVcYV\jVg^
)&&)'%(%%&%%&
)#).)
)#)(%
.-!+
BVg^VakV
)&&)-%,%%&%%&
)#'+.
)#&))
.,!&
)&&*'%%%%&%%&
&#,(,
&#,&(
.-!+
)&&*'%%%%&%%'
(#&.(
(#&%+
.,!(
BVg^c\{J:B"=J
)&&*'%%%%&%%(
&#,&)
&#,%*
..!*
6cidc^d
)&&*'%%%%&%%)
'#(,+
'#(*&
.-!.
BVg^c\{OdcV%*
)&&*'%%%%&%%*
&#.(.
&#.',
..!)
)&&*'%%%%&%%+
(#',.
(#')*
..!%
BVcYVXVgj
)&&*'%%%%&%%,
&#.',
&#.',
&%%!%
BVg^c\{8dc_jcidI]V^h
"6akdgVYV>>
)&&*'%%%%&%%-
(#'%)
(#&+)
.-!,
BVg^c\{GZfj^d
)&&*'%%%%&%%.
)#*((
)#)%,
.,!'
BVg^c\{OdcVHja"EVgiZ
GjgVa
)&&*'%%%%&%&%
*#%*&
)#.*'
.-!%
)&&*'%%%%&%&&
(#*%*
(#)*+
.-!+
BVg^c\{8^YVYZCdkV
8deVXVWVcV'
)&&*'%%%%&%&'
(#&(*
(#&&-
..!)
)&&*'%%%%&%&(
'#'&)
'#&-*
.-!,
BVg^c\{Dabe^Xd"OdcV
CdgiZEVgiZGjgVa
)&&*'%%%%&%&)
'#'%,
'#&+.
.-!(
EV^VcYj
)&&,*%(%%&%%&
)#+.-
)#)-'
.*!)
HVgVcY^8ZcigdHja
)&'+'*+%%&%%&
'#-)'
'#,*.
.,!&
HVgVcY^8ZcigdCdgiZ
)&'+'*+%%&%%'
'#+&,
'#*-,
.-!-
HVgVcY^?VgY^b
>cYZeZcYcX^V
)&'+'*+%%&%%(
'#+.%
'#*-)
.+!&
HVgVcYÂ^c]VYdIgZb
)&'+'*+%%&%%)
(#%%(
'#--&
.*!.
+.#&&-
+,#+*'
.,!.
IdiVa
;dciZ/>7<:#8ZchdYZbd\g{Xd'%%%#BZigdYViVhdVhYZ&*V&,6cdhYZ>YVYZfjZ;gZfZciVb:hXdaV'%%%
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
279
279
I67:A6)(gZVYZEdcYZgVd6bdhigVa6:9hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
EZhhdVhYZ&*V&,6cdhYZ>YVYZfjZ;gZfZciVb:hXdaV'%%%
CbZgdYZeZhhdVhYZ&*V&,VcdhYZ^YVYZ
6:9
8Y^\d
FjZ[gZfZciVb
7$6Zb
ZhXdaV7
c\jad
)&%&&*%%%&%%&
&.'
&'-
++!(
;adgZhiV
)&%,.%%%%&%%&
',-
'&(
,+!*
>\jVgVj
)&&%%%(%%&%%&
'%,
&)-
,&!+
BVcYV\jVj
)&&)&%)%%&%%&
.*,
,'&
,*!(
BVcYV\jVg^
)&&)'%(%%&%%&
&#-(&
&#),*
-%!+
BVg^VakV
)&&)-%,%%&%%&
&#,)&
&#'-)
,(!-
)&&*'%%%%&%%&
+,'
*'-
,-!+
)&&*'%%%%&%%'
&#'.-
&#%.*
-)!(
BVg^c\{J:B"=J
)&&*'%%%%&%%(
.')
.%+
.-!&
6cidc^d
)&&*'%%%%&%%)
.-.
-(-
-)!,
BVg^c\{OdcV%*
)&&*'%%%%&%%*
,+.
,&.
.(!*
)&&*'%%%%&%%+
&#+&+
&#*'%
.)!&
BVcYVXVgj
)&&*'%%%%&%%,
-,(
,*,
-+!,
"6akdgVYV>>
)&&*'%%%%&%%-
&#'.(
&#%-)
-(!-
BVg^c\{GZfj^d
)&&*'%%%%&%%.
&#-&+
&#)%*
,,!(
GjgVa
)&&*'%%%%&%&%
&#,-)
&#),&
-'!*
)&&*'%%%%&%&&
&#(--
&#&()
-&!,
BVg^c\{8^YVYZCdkV
8deVXVWVcV'
)&&*'%%%%&%&'
&#'%)
&#%%+
-(!+
)&&*'%%%%&%&(
-+&
,(+
-*!)
BVg^c\{Dabe^Xd"OdcV
CdgiZEVgiZGjgVa
)&&*'%%%%&%&)
-.'
,'*
-&!)
EV^VcYj
)&&,*%(%%&%%&
&#,'-
&#'&+
,%!)
HVgVcY^8ZcigdHja
)&'+'*+%%&%%&
&#&(,
-,'
,+!,
HVgVcY^8ZcigdCdgiZ
)&'+'*+%%&%%'
&#&,-
.'*
,-!+
HVgVcY^?VgY^b
>cYZeZcYcX^V
)&'+'*+%%&%%(
.'.
+%(
+)!.
HVgVcYÂ^c]VYdIgZb
)&'+'*+%%&%%)
IdiVa
280
IdiVa6
280
&#%&)
+)*
+(!+
',#*,(
''#&**
-%!)
I67:A6))gZVYZEdcYZgVd6bdhigVa6:9hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
GZhedch{kZaeZaV;Vba^VHZb>chigjddj8dbVi(6cdhYZ:hijYd'%%%
6:9
8Y^\d
IdiVa6
HZb^chigjddjXdbVi
7$6Zb
(VcdhYZZhijYd7
c\jad
)&%&&*%%%&%%&
-+,
()*
(.!,
;adgZhiV
)&%,.%%%%&%%&
&#*+%
++,
)'!-
>\jVgVj
)&&%%%(%%&%%&
&#%-*
(.(
(+!'
BVcYV\jVj
)&&)&%)%%&%%&
)#-.%
&#,'+
(*!(
BVcYV\jVg^
)&&)'%(%%&%%&
.#,&-
'#.)-
(%!(
BVg^VakV
)&&)-%,%%&%%&
-#()*
'#--&
()!*
)&&*'%%%%&%%&
)#,'-
&#&.(
'*!'
)&&*'%%%%&%%'
,#+',
'#&.,
'-!-
BVg^c\{J:B"=J
)&&*'%%%%&%%(
*#''*
)'+
-!'
6cidc^d
)&&*'%%%%&%%)
+#%-'
&#%+,
&,!*
BVg^c\{OdcV%*
)&&*'%%%%&%%*
)#)-'
,')
&+!'
)&&*'%%%%&%%+
-#-&,
-%(
.!&
BVcYVXVgj
)&&*'%%%%&%%,
)#+),
.+-
'%!-
"6akdgVYV>>
)&&*'%%%%&%%-
+#*),
&#(+'
'%!-
BVg^c\{GZfj^d
)&&*'%%%%&%%.
,#*&%
&#-%,
')!&
GjgVa
)&&*'%%%%&%&%
.#.-'
&#+),
&+!*
)&&*'%%%%&%&&
,#))(
&#()*
&-!&
BVg^c\{8^YVYZCdkV
8deVXVWVcV'
)&&*'%%%%&%&'
+#.+&
&#(&&
&-!-
)&&*'%%%%&%&(
)#(*)
-.-
'%!+
BVg^c\{Dabe^Xd"OdcV
CdgiZEVgiZGjgVa
)&&*'%%%%&%&)
)#+(,
&#**(
((!*
EV^VcYj
)&&,*%(%%&%%&
-#.+.
(#(('
(,!'
HVgVcY^8ZcigdHja
)&'+'*+%%&%%&
*#*()
&#-(%
((!&
HVgVcY^8ZcigdCdgiZ
)&'+'*+%%&%%'
+#%+%
&#+.+
'-!%
HVgVcY^?VgY^b
>cYZeZcYcX^V
)&'+'*+%%&%%(
)#+%,
&#)**
(&!+
HVgVcYÂ^c]VYdIgZb
)&'+'*+%%&%%)
IdiVa
*#%%%
&#,)*
()!.
&)*#+-%
(+#(''
')!.
Como Anda Maring
8dbd6cYVBVg^c\{
281
281
Captulo
7,
XVeijad
Ana Lcia Rodrigues
Simone Pereira da Costa
-$ H[dZW[JhWXWbê
Brasil, terra de contrastes ... Contrastes geogrficos, contrastes econmicos,
contrastes sociais.
Mas preciso ir ainda adiante. Se at no contraste existe harmonia, o conjunto
persiste tambm na conciliao dos antagonismos
Assim, o socilogo que estuda o Brasil no sabe mais que sistema de conceitos
utilizar
76HI>9:!&.*.!e#*!.Z&&
Nos anos 1950, Roger Bastide fortaleceu uma determinada representao do

Brasil, aquela que o identifica como uma terra de contrastes. Firmava-se a idia de que
a Sociologia teria que compreender, analisar e descrever os antagonismos existentes em
um pas estruturado pelas diferenas de classe, cultura, etnia, religio etc.
Bastide, portanto, contribuiu para a construo de uma interpretao do Brasil
como o lugar no qual as diferenas, de alguma forma, se equilibram, o que apresentaria
aos analistas o desafio de elaborar novas classificaes que explicassem esse poderoso
jogo de ser uma coisa e tambm outra. Essa percepo do Brasil como espao no qual os
antagonismos se equilibram tornara-se uma espcie de idia fixa para as Cincias Sociais
brasileiras, ao menos, desde os anos 1930.
Naquela poca, a realidade social brasileira estava assentada em um passado

escravocrata, pautado na explorao monocultural da terra e no latifndio. Esse complexo,
como apontou Gilberto Freyre no livro Casa-Grande e Senzala, em 1933, teria conformado
um sistema de produo com poder para aristocratizar e democratizar a sociedade
Como Anda Maring
283
8dbd6cYVBVg^c\{
283
brasileira, criando mecanismos de mobilidade social, ao mesmo tempo que consolidava a

diferena entre senhores e escravos. O complemento da segunda frase de Bastide, citada
na epgrafe deste trabalho, detalha a idia de que a sexualidade e a conformao de um

povo miscigenado ajudaria a diluir, por exemplo, o preconceito de cor.
Hoje, vrias dcadas depois de iniciado esse debate sobre como e por que, em nosso
Pas, teria sido criada uma surpreendente habilidade para se promover o equilbrio de
antagonismos, continuamos a nos perguntar como e por que, ao analisar os indicadores

de renda e trabalho, gerados pelos censos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica
(IBGE) nos anos de 1991 e 2000, particularmente para a Regio Metropolitana de Maring
(RMM), constatamos a existncia de uma srie de contrastes e antagonismos no interior
dessa regio. Diferenas que permanecem quando comparamos a situao vivida pelos
habitantes da RMM quela experimentada por moradores de outras regies brasileiras.
Parece, como bem pontuou Bastide (1959), que ainda procuramos um sistema
de conceitos suficientemente bom para pensar alguns retratos da realidade que saltam
dos levantamentos estatsticos que ora temos em mos. Portanto, nosso objetivo, neste
trabalho, refletir sobre como e por que:
a Regio Metropolitana de Maring desponta como uma das mais ricas e
pujantes regies brasileiras, mesmo que as taxas de intensidade da pobreza e da
indigncia tenham apresentado uma elevao substancial entre 1991 e 2000;
os municpios de Maring e Sarandi tiveram ampliao percentual da intensidade
de indigentes19, particularmente as crianas, entre 1991 e 2000, mesmo quando
todos os outros municpios da regio tiveram diminuio;
os municpios com alto grau de integrao (Maring, Sarandi e Paiandu) tiveram

as maiores ampliaes nas taxas de intensidade de pobreza e indigncia entre
1991 e 2000;
19
284
Distncia que separa a renda domiciliar per capita mdia dos indivduos indigentes, ou seja, inferior a
R$ 37,75 (um quarto do salrio-mnimo), do valor da linha de pobreza, definida por uma renda domiciliar per capita mdia inferior a meio salrio-mnimo, R$ 75,50 (valores de julho de 1999), Atlas do
IDH-M (2003).
284
em toda RMM h, entre 1991 e 2000, um aumento no percentual da renda

proveniente de transferncias governamentais e uma diminuio no percentual
da renda proveniente de rendimentos do trabalho;
enquanto Maring, municpio plo dessa Regio Metropolitana, tem a maior
renda per capita, em 1991 e em 2000, Sarandi e Paiandu so as cidades da regio
com as menores rendas, para o mesmo perodo;
h uma diminuio do percentual da renda apropriada pelos 20% mais pobres

em toda a regio, destacando-se que o municpio sede e os que com ele tm alto
grau de integrao (Sarandi e Paiandu) tiveram as maiores taxas de diminuio,
respectivamente, 1% a menos em Maring e 1,5% em Sarandi e Paiandu;
o percentual da renda apropriada pelos 40%, 60% e 80% mais pobres da populao
de toda a RMM diminuiu;
o percentual da renda apropriada pelos 20% e 10% mais ricos aumentou;
em 2000, a renda familiar per capita de todos os municpios da RMM concentrava-se entre meio e trs salrios-mnimos;
no interior da RMM h uma diferena muito grande na renda per capita das
famlias e na renda mensal do responsvel pelo domiclio, quando comparamos
algumas reas de ponderao amostral (AEDs), localizadas no municpio de
Sarandi, com outras localizadas em Maring;
a populao em idade ativa tem uma diviso equilibrada; contudo, a populao

economicamente ativa majoritariamente masculina;
a maior parte das pessoas que afirmaram ter alguma ocupao entre os dias 23 e
29 de julho de 2000, eram homens, brancos e com menos de 8 anos de estudo;

entretanto, em Maring a escolaridade desses ocupados aumenta;
o grau de formalizao no mercado de trabalho em toda a RMM baixo, somente

em Mandaguau, Maring e Sarandi ele chega aos 50% ou um pouco mais;
o rendimento mdio no trabalho principal muito baixo em todos os municpios
da regio; contudo, ele ainda mais baixo para as mulheres e para os negros.
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
285
285
,#&# >cY^XVYdgZhYZEdWgZoVeVgVGZ\^d
BZigdedaîVcVYZBVg^c\{ZcigZ&..&Z'%%%
Falar sobre pobreza e indigncia no tarefa fcil de ser feita quando o foco da anlise
uma regio conhecida como uma das mais ricas do Brasil em razo das imagens at ento
construdas de e sobre Maring, cidade de mdio porte, que o municpio plo dessa RM.
Alm disso, preciso pontuar que mais do que compreendidas, analisadas ou utilizadas
como referncia para a elaborao de polticas pblicas de combate pobreza, as taxas de
intensidade da indigncia e da pobreza vm sendo utilizadas como instrumento de barganha

por representantes do executivo municipal e por outros agentes sociais que buscam combater
a pobreza e a misria no Pas. Esses indicadores viraram moeda de troca no momento de
captao dos recursos disponveis para a implementao das polticas sociais.
Entre os anos de 1991 e 2000, na Regio Metropolitana de Maring, o percentual

de pobres diminuiu em todos os municpios que a compem, e o percentual de indigentes
s no diminuiu nos municpios de Maring e Sarandi, que tiveram, respectivamente, a
seguinte ampliao: 1,79% para 2,82% e 6% para 7%. Contudo, quando observamos as
taxas de intensidade da pobreza e da indigncia, temos um quadro um pouco diferente.
As taxas de intensidade de pobreza diminuram entre 1991 e 2000 em ngulo
(38,15 para 35,37), Floresta (32,9 para 30,23), Iguarau (35,78 para 34,25), Mandaguari
(38,43 para 32,69), Marialva (35,63 para 33,21). Porm, nesse mesmo perodo, elas
tiveram um ligeiro aumento no municpio plo e naqueles que estabelecem com ele alto
grau de integrao: em Maring, a ampliao da intensidade foi de 28,89 para 38,73; em
Paiandu, de 32,1 para 35,97, e Sarandi, 33,08 para 43,46 (Tabela 47).
Houve, ainda, uma ampliao significativa da taxa de indigncia, entre 1991 e
2000, em todos os municpios da RM, merecendo destaque a situao do municpio plo

que ampliou a indigncia de 31,29 para 62,1 e Paiandu e Sarandi que tiveram a taxa de
indigncia ampliada, respectivamente, de 27,88 para 58,55 e de 28,76 para 70,32.
Como explicar essa aparente contradio nas informaes? Pois, se o percentual de

pobres diminuiu em toda a RM, e o percentual de indigentes teve um pequeno aumento
apenas em Maring e Sarandi, como pode ter ocorrido uma ampliao to expressiva da
taxa de intensidade da indigncia em toda a RM?
286
286
Talvez, tenhamos que observar com um pouco mais de cuidado o fato de que se o
percentual de crianas pobres diminuiu em todos os municpios da RMM, o percentual

de crianas indigentes teve uma ampliao em Maring e Sarandi. O aumento de crianas
em situao de indigncia, entre 1991 e 2000, em Maring, foi de 2,7% para 4,5%, e
Sarandi, de 8% para 10%.
Esses indicadores, quando associados leitura da ampliao substancial da
taxa de indigncia em todos os municpios da RM, informam que a orientao para o

desenvolvimento dessa rea tem gerado diferenciaes internas importantes e, como
conseqncia, o pagamento de baixos salrios, como detalharemos no prximo item
deste trabalho. Isso se traduz no empobrecimento global da populao da RM, e as
crianas e os moradores dos dois municpios mais populosos (Maring e Sarandi) so
os que mais sofrem.
,#'# GZcYV;Vbâ^VgEZg8VeîVYVGBBZb'%%%
Na Regio Metropolitana de Maring, a maior parte das famlias tem uma renda per
capita que fica entre um e trs salrios-mnimos. Tomemos como referncia o municpio
plo e os que com ele mantm alto grau de integrao: em Maring, 43% das famlias
recebem entre um e trs salrios-mnimos; em Sarandi 40% das famlias esto nessa
mesma faixa de renda e, em Paiandu, 38%. A nica exceo na RMM o municpio
de Iguarau, onde a concentrao da renda per capita fica na faixa de mais de meio a um
salrio-mnimo, nesse municpio, 35% das famlias esto nessa condio.
Destacamos que, ao juntarmos as famlias com renda per capita de mais de meio a um
salrio-mnimo quelas que esto na faixa seguinte, de mais de um a trs salrios-mnimos,
percebemos que essa a condio da maioria das famlias em todos os municpios da
RM. importante salientar que 71% das famlias de Maring recebem de meio a trs
salrios-mnimos, e essa situao ainda mais generalizada nos municpios de Paiandu
e Sarandi, nos quais, 94% e 93% das famlias possuem, respectivamente, essa composio
de renda per capita, como pode ser observado no mapa abaixo.
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
287
287
B6E6&+EZgXZcijVaYZ;Vba^Vhedg8aVhhZYZGZcYVBZchVaEZg8VeîVfjZGZXZWZbVi
bZ^dHVa{g^d"Bc^bdedg6:9hGBBVg^c\{'%%%
>YZci^XVdYVh6:9h
'#(("+#.+#.."&&#)&
&&#)'"&*#('
&*#(("'%#'%
'%#'&"'*#')
(#,%(#,,#)&&#&&)#-`b
:hXVaV&/(,%%%%
&#Dabe^Xd"OdcVCdgiZ
)#J:B"=J
*#?VgY^b6akdgVYV
+#GZfj^d
,#KâVBdgVc\jZ^gV
-#6Zgdedgid6ci^\d
&%#OdcVh%&!%'!%(Z%)
&&#OdcV%*
&(#=dgid;adgZhiVa
&+#8ZcigdCdgiZ
&,#A^c]VYdigZb
&-#8ZcigdHja
&.#>\jVgVj
'%#c\jad
'&#BVcYV\jVj
''#EV^VcYj
'(#;adgZhiV
')#BVg^VakV
'*#BVcYV\jVg^
;dciZ/>7<:'%%%#
Est, portanto, configurado o quadro de baixa renda das famlias da RMM, o que,
em certa medida, auxilia a compreender o porqu da ampliao da taxa de indigncia dessa
RM. O quadro fica ainda mais preciso quando observamos a situao de algumas AEDs
da RMM. Assim, a leitura por reas desagregadas, principalmente para os municpios de
Maring e Sarandi, possibilita uma leitura intra-urbana mais precisa e fica fcil perceber
como algumas delas concentram os piores indicadores.
288
288
No caso especfico da renda per capita, temos o seguinte cenrio: em duas reas
localizadas no municpio de Sarandi, ao norte, no Jardim Independncia e adjacncias,

e, ao sul, em todos os bairros acima da Linha do Trem, encontramos 61,5% e 63,7% das
famlias vivendo com uma renda per capita entre meio e um salrio-mnimo. No surpreende
que essas mesmas AEDs tenham os menores percentuais de famlias que recebem mais
de trs salrios-mnimos: 2,8% e 2,6%, respectivamente.
A situao dessas regies de Sarandi bem diferente daquela encontrada em
algumas AEDs do municpio plo, no qual podemos encontrar regies que concentram
sempre os melhores indicadores. Particularmente no que se refere renda per capita
das famlias, temos a seguinte configurao: em duas reas de Maring: UEM-HU
e Zonas 1, 2, 3 e 4, 66,1% e 65,5% das famlias tm uma renda per capita acima de
trs salrios-mnimos. So essas mesmas reas que possuem os menores percentuais

de famlias vivendo com um renda per capita de meio a um salrio-mnimo: 2,3% e
3,3%, respectivamente.
Ressaltamos que essa anlise intra-urbana ilustra muito bem o nvel das diferenas
internas dessa RMM. Por um lado, as duas AEDs de Sarandi so exemplares dos processos
de periferizao da pobreza e da misria em curso na RMM. Por outro lado, a situao das
AEDs de Maring denotam a tendncia concentrao de melhores rendas em algumas

regies muito precisas da RMM. As duas reas de Sarandi retratadas acima se referem a
regies reconhecidamente pobres daquele municpio, e as outras duas de Maring abarcam
as regies centrais da cidade plo e alguns bairros que so prximos da regio central e,
ainda, aquele no qual est localizada a Universidade Estadual de Maring. A anlise por
AED habilita a afirmar que est em curso, nessa RMM, um processo de diferenciao
interna que aproxima alguns bairros e, at mesmo, alguns municpios de outras reas de
pobreza e indigncia localizadas nas regies mais pobres do Brasil e assemelha outros s
reas mais ricas.
A seguir, observamos (Tabela 45) que, em duas reas do mesmo tipo em Maring
e, em Curitiba, a situao muito similar, ou seja, o percentual de chefes de famlia com
renda at dois salrios-mnimos em uma rea no tipo superior (assim qualificado por agregar
moradores cuja posio na ocupao de trabalho garante rendas altas) de 14,14%, em
Maring, e de 10,52%, em Curitiba. Enquanto, nessa mesma rea, o ndice de chefes cujas
rendas so maiores de dez salrios-mnimos de 46,26% e 45,58%, respectivamente.
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
289
289
Quanto s caractersticas do responsvel pela famlia em rea do tipo popular
operrio, observamos que, em Maring, 50,63% dos chefes recebem at dois salrios-
mnimos e, em Curitiba, 49,52%. Ao contrrio, quando se trata de faixas acima de dez

salrios-mnimos, notamos apenas 3,75% dos responsveis na AED de Maring e
1,93% na de Curitiba.
I67:A6)*CbZgdYZ;Vba^Vhedg8aVhhZYZGZcYVBZchVaZbBVg^c\{Z8jgî^WV!HZ\jcYd
IêdHdX^dZheVX^Va'%%%
IêdHdX^d
:heVX^Va
HjeZg^dg
EdejaVg
deZg{g^d
6:9
CbZgdYZ
CbZgdYZ
YZ;Vba^Vh/
YZ;Vba^Vh/
;Vba^Vh/8aVhhZ
;Vba^Vh/8aVhhZ
8aVhhZ
CbZgd
8aVhhZ
YZGZcYV
YZGZcYV
YZGZcYV
YZ
YZGZcYV
BZchVaYd
BZchVaYd
BZchVaYd
;Vba^Vh/
BZchVaYd
GZhedch{kZaZb
GZhedch{kZaZb GZhedch{kZa
IdiVa
GZhedch{kZa
HVa{g^dBc^bd
HVa{g^dBc^bd
ZbHb"
ZbHb"6i'
"Vi'
"6X^bVYZ&%
6X^bVYZ&%
BVg^c\{OdcVh&!'!(Z)
--&&
&')+
&)!&)
)%,+
)+!'+
8jgî^WV)&%+.%'...%&'
HVgVcYÊf#6akVbVg
8jgî^WV)&%+.%'...%*(
,'.(
**()
*),.
,+,
'-%'
',&(
&%!*'
*%!+(
).!*'
((')
'%&%+
)*!*-
(!,*
&!.(
;dciZ/B^XgdYVYdhYVVbdhigVYd8Zchd9Zbd\g{XdYZ'%%%!>7<:0B:IGD96I6!DWhZgkVig^dYVhBZigedaZh
Ainda acerca de similaridades da ocupao residencial em reas que agregam

moradores de maiores e de menores rendas, observamos que, no mbito municipal,
Maring e Curitiba (que se caracterizam por agregar moradores de maiores rendas que os
municpios do entorno) tm o mesmo perfil. A renda per capita dos dois municpios de,
respectivamente, R$ 465,37 e R$ 619,82. Enquanto em Sarandi, municpio do entorno
de Maring, essa mesma renda de R$ 187,13, e, em Fazenda Rio Grande, da regio de
Curitiba, a renda per capita de R$ 194,31.
I67:A6)+GZcYVEZg8VeîVZbBjc^Xe^dhYVhGZ\^ZhBZigdedaîVcVhYZBVg^c\{ZYZ
8jgî^WV!'%%%
Bjc^Xe^dhEg
BVg^c\{
EV^VcYj
HVgVcY^
c\jad
8jgî^WV
;VoZcYVG^d<gVcYZ
;dciZ/6iaVhYd>9=!ECJ9!'%%(
290
290
GZcYVEZg8VeîV'%%%:bGZV^h
)+*!(,
&-'!'(
&-,!&(
'%*!*&
+&.!-'
&.)!(&
Retornando RMM, observamos que a conformao da renda per capita das famlias
de outras AEDs do municpio plo e o conhecimento emprico que temos dessas reas
permitem afirmar que est em curso a delimitao de alguns bairros que tm um perfil
operrio, visto que, neles, mais de 50% das famlias recebem entre 1 e 3 salrios mnimos,
nos referimos s reas do Jardim Alvorada, Horto Florestal, Vila Morangueira, Conjunto
ThasAlvorada II e Cidade NovaCopacabana II (Tabela 53).
Ao avaliarmos a situao da renda mensal dos que foram classificados como
responsveis pelas famlias, percebemos que, com exceo do municpio plo, em todos
os outros, a maior parte dessas pessoas recebe at dois salrios-mnimos: em ngulo,62%
dos responsveis pelas famlias recebem at dois salrios-mnimos; em Iguarau, 58%;
em Floresta e Mandaguau, 56%; em Paiandu, 55%; em Mandaguari, 54%; em Sarandi,
53%; em Marialva, 49%; e em Maring, 32% (Tabela 48).
Destacamos que Maring o municpio da RM que tem o maior percentual de
responsveis de famlia que recebem acima de dez salrios-mnimos (17%) e, na maioria
dos demais municpios, esse percentual no ultrapassa os 5%. Essa a situao de Sarandi e
ngulo (3%) e Paiandu (2%). Esses dados levam a pensar que a composio da renda per
capita das famlias da RMM depende da participao de outros membros da famlia.
A anlise por AED da condio da renda mensal do responsvel por domiclio, em
2000, mostra que aquelas reas com menor renda familiar per capita so tambm as que
tm o maior percentual de responsveis recebendo at dois salrios-mnimos.
Em todos os municpios da RMM, a maioria dos ocupados com rendimento no
trabalho principal, em 2000, eram homens, brancos e tinham menos de oito anos de estudo.
Entretanto, h uma diferena que precisa ser destacada: em Maring a maioria dos ocupados
tambm constituda por homens brancos, mas eles possuem mais de oito anos de estudo. Essa
informao indica que o municpio sede possui uma mo-de-obra com escolaridade mais alta e,
portanto, mais bem qualificada. Quando observamos essa informao do nmero de ocupados
por AED, percebemos que a tendncia de a maioria ser masculina, branca e ter menos que
oito anos de estudo se reproduz em todas as reas. Em Maring, a situao tambm bem
parecida, contudo, em vrias AEDs dessa cidade, os ocupados tm maior escolaridade.
No Brasil, a maioria dos ocupados tambm so homens e, no Paran, o quadro
o mesmo. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar (PNAD, IBGE,
2004), as pessoas de dez anos ou mais de idade, ocupadas na semana do levantamento,
totalizavam, no Brasil, 82.816.911. Destes, 48.077.644 (58%) eram homens e 34.739.267
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
291
291
(42%), mulheres. Do total de ocupados, 21,3% tm at trs anos de estudo e 34,3%, 11

anos ou mais de estudo. No caso das mulheres, 41% das ocupadas tm mais de 11 anos
de estudo, contra apenas 28% de homens com o ensino mdio concludo. O rendimento
mdio mensal dos brasileiros ocupados R$ 733,00. Os homens recebem, em mdia, R$
835,00 e as mulheres, R$ 579,00, ou seja, 69,3% do rendimento mdio dos homens.
A maioria da populao ocupada na RMM est trabalhando no setor informal; pequenas
diferenas podem ser percebidas em Mandaguau, Maring e Paiandu, que tm uma ligeira
vantagem para o setor formal. O grau de formalizao do trabalho nos municpios da RMM
baixo. Somente em Mandaguau, Maring e Sarandi ele atinge a marca dos 50% ou um pouco
mais. O que indica que essa regio repete os mesmos ndices de informalidade das relaes de
trabalho que se apresentam no Brasil e no Estado do Paran (Mapa 17).
B6E6&,<gVjYZ;dgbVaôVdYZIgVWVa]dedg6:9hGBBVg^c\{'%%%
>YZci^XVdYVh6:9h
('#)%")*#(%
)*#(&"),#-%
),#-&").#,%
).#,&"*(#+%
*(#+&"*)#+%
(#,%(#,,#)&&#&&)#-`b
:hXVaV&/(,%%%%
&#Dabe^Xd"OdcVCdgiZ
)#J:B"=J
*#?VgY^b6akdgVYV
+#GZfj^d
,#KâVBdgVc\jZ^gV
-#6Zgdedgid6ci^\d
&%#OdcVh%&!%'!%(Z%)
&&#OdcV%*
&(#=dgid;adgZhiVa
;dciZ/>7<:'%%%#
292
292
&+#8ZcigdCdgiZ
&,#A^c]VYdigZb
&-#8ZcigdHja
&.#>\jVgVj
'%#c\jad
'&#BVcYV\jVj
''#EV^VcYj
'(#;adgZhiV
')#BVg^VakV
'*#BVcYV\jVg^
O rendimento mensal mdio no trabalho principal, medido em salrios-mnimos,

muito baixo em todos os municpios da RMM. A melhor situao a do municpio plo e as
piores, as dos dois municpios a ele altamente integrados (Paiandu e Sarandi). Em ngulo, so
trs salrios-mnimos; em Floresta, 2,9; em Iguarau, 2,7; em Mandaguau, 3; em Mandaguari,
2,8; em Marialva, 3,9; em Maring, 5,4; em Paiandu, 2,4 e em Sarandi, 2,6.
As mulheres e os negros recebem sempre os menores salrios. Observe-se a seguinte
situao: em Maring, os homens tm um rendimento mdio no trabalho principal que
de 6,6 salrios-mnimos; os brancos recebem 5,9 salrios, entretanto, as mulheres recebem
apenas 3,8 salrios-mnimos de rendimento mdio, e os no-brancos recebem o mesmo
montante. As mulheres de Paiandu e Sarandi tm o menor rendimento mdio de toda
a RM, recebem 1,8 salrios-mnimo. As mulheres de Maring tm o maior rendimento
mdio de toda a RMM, 3,8 salrios-mnimo. No que se refere aos no-brancos, em
Marialva, essa populao tem um rendimento mdio de 4,2 salrios-mnimo e, em ngulo
e Mandaguari, ela recebe em mdia apenas 1,8 salrios-mnimo (Tabela 49).
Em todas as AEDs da RMM, conforme Tabela 10, os homens brancos so os que tm
o melhor rendimento mensal mdio. Destacando-se a mdia salarial acima de dez salriosmnimos dos homens de trs reas de Maring: as Zonas 1, 2, 3 e 4 (15,5 salrios-mnimos);
a regio da UEM-HU (13 salrios-mnimos) e a Zona 5 (11,3 salrios-mnimos).
,#(# EdejaVdZb>YVYZ6i^kVZEdejaVd:Xdcdb^XVbZciZ6i^kV
cVGBBZb'%%%
A diviso sexual da populao em idade ativa da RMM, conforme Tabela 6, bastante
ponderada, apesar de, na mdia, termos um percentual um pouco mais alto de mulheres
nessa condio (52%) do que de homens (48%). Contudo, mesmo as mulheres compondo
a maioria da populao ativa, elas so a minoria entre a populao economicamente ativa:
na mdia da RMM, os homens integram 58% da populao economicamente ativa e as
mulheres, 42% (Tabela 51). A diviso ponderada por sexo da populao em idade ativa
permanece em todos os municpios da RMM, mas a diferena de sexo entre a populao
economicamente ativa expressiva quando observamos a situao dos municpios. Na
maior parte deles, o percentual de homens integrando a populao economicamente ativa
ultrapassa os 60%: em ngulo, 66%; em Mandaguau, 64%; em Sarandi, Paiandu,
Marialva, Mandaguari e Iguarau, 61%; em Floresta, 60%; e em Maring, 56% (Tabela
52). A tendncia dessa diferena por sexo entre a populao em idade ativa e a populao
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
293
293
economicamente ativa permanece a mesma quando observamos essa RM pelas reas

desagregadas de Sarandi e Maring. Contudo, lembramos que a mdia do Brasil
equivalente, ou seja, do total da PEA, 58,2% so homens e 41,2% mulheres, e a estadual

tem, entre os ocupados, 57,3% de homens e 42,7% de mulheres (PNAD, 2004).
Em todos os municpios da RMM, a maior parte da populao em idade ativa est
concentrada na faixa etria de 25 a 49 anos. A populao economicamente ativa tambm

est concentrada nessa faixa. Esse quadro se reproduz em todas as AEDs da RMM.
ANDRADE, Thompson Almeida; SERRA, Rodrigo Valente (Org). Cidades Mdias Brasileiras.
ARAJO, Marivnia Conceio de. Construo do espao urbano e representao social: um
estudo de caso em Maring. Araraquara, 2004. Tese de Doutoramento. UNESP.
BASTIDE, Roger. Brasil Terra de Contrastes. So Paulo: Difuso Europia do Livro, 1959.
CALVINO, S. As cidades invisveis. So Paulo: Cia. Das Letras, 1990.
COSTA, Simone P. Estrada da Vida Organizao do mundo dos rodeios no Brasil. Rio de Janeiro,
2003. 268 p. Tese (Doutorado em Cincias Sociais). Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
GONALVES, Jos H. Rollo. Quando a imagem publicitria vira evidncia factual: verses e
reverses do Norte do Paran 1930-1970. In: DIAS, Reginaldo; GONALVES, J. H. Rollo
(Coords.). Maring e o Norte do Paran. Maring: Eduem, 1999. p. 88-121.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSITCA - IBGE. Censo Demogrfico,
2000 (Metrodata), 2005.
_____. Censo Demogrfico 1991 Documentao dos Microdados da Amostra. Rio de Janeiro:
1996. CD-ROM.
IPEA - Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada. PIB - Dados Preliminares. Braslia: 2001.
294
294
Observatrio das Metrpoles. Metrodata. Rio de Janeiro: IPPUR/UFRJ, 2005.

PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar. IBGE, 2004.
em: maio 2004.
LIMA, Maurcio. Dallas no Paran. Revista Veja, n. 20, So Paulo, 1999.
LUZ, France. O fenmeno urbano numa zona pioneira: Maring. Maring: A Prefeitura, 1980.
MARICATO, Ermnia. Brasil, cidades Alternativas para a crise urbana. Petrpolis, RJ: Vozes, 2001.
MEDEIROS, Marcelo. As teorias de estratificao da sociedade e o estudo dos ricos. Braslia,
novembro de 2003, home page do Ipea, 2003. (Texto para discusso, n. 998).
MEDEIROS, Marcelo. Os ricos e a formulao de polticas de combate pobreza e desigualdade no
Brasil. Rio de Janeiro: Ipea, 2003. (Texto para Discusso, n. 984).
MENDONA, Jupira G. Segregao e mobilidade residencial na regio metropolitana de Belo
Horizonte. Rio de Janeiro, 2002. 228 p. Tese (Doutoramento em Planejamento Urbano e Regional).
IPPUR Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional/UFRJ.
METRODATA. Observatrio das Metrpoles. Rio de Janeiro: IPPUR/UFRJ, 2004.
MOURA, Rosa; FIRKOWISKI Olga. Metrpoles e Regies Metropolitanas: o que isso tem
em comum? Anais do IX Encontro Nacional da Anpur. Rio de Janeiro: IPPUR/UFRJ, 2001. p.
105-114. v. 1.
NEGRI, Silvio Moiss. A expanso da periferia na Regio Metropolitana de Maring PR: cidade de
Paiandu, um estudo de caso. Maring, 2001. Dissertao (Mestrado em Geografia). Universidade
Estadual de Maring.
maio de 2004.
de Maring. So Paulo, 2004. Tese (Doutorado). Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo.
TOMAZI, Nelson Dacio. Norte do Paran histrias e fantasmagorias. Curitiba: Aos Quatro
Ventos, 2000.
Cadernos metrpole desigualdade e governana. So Paulo, n. 10,p. 103-140, 2003.
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
295
295
296
296
)&&%%% >\jVgVj
&!,.
-!'&
+
)&&)-% BVg^VakV
)&&*'% BVg^c\{
)&&,*% EV^VcYj
)&'+'* HVgVcY^
+!..
,!%(
'!-'
*!)+
*!)
,!((
+!*&
(!((
,!-+
BY^V
-!+
*!.
&&
-!),
)&&)'% BVcYV\jVg^
&%
+!'
&%!-)
)&%,.% ;adgZhiV
)&&)&% BVcYV\jVj
&)!+*
Bjc^Xe^d
)&%&&* c\jad
8Y^\d
(&!)
'.!&.
(%!)-
&%!-
(%!,)
'-!,-
((!.)
)%!.-
'-!(&
).!*,
'%!.
'%!+*
'(!&)
-!(*
'&!%*
''!)(
')!(&
')!&*
&+!+'
',!&+
&'!-
,!-*
&&!,.
'!,
&'!')
&+!-)
&*!.-
&*!*(
.!-'
''!('
-!-
.!*-
.!%+
)!)-
-!-&
-!(.
&%!,
&%!,,
*!)&
&'!''
YZ
YZ
YZ
YZ
YZ YZ
Xg^VcVh Xg^VcVh
>cY^\ZciZh! ^cY^\ZciZh! edWgZh! edWgZh!
^cY^\ZciZh! ^cY^\ZciZh!
&..&
'%%%
&..&
'%%%
&..&
'%%%
)&!'
(,!-.
)&!&'
&*!,(
)'!..
(-!)&
)+!-*
*%!&)
(-!*.
*.!&'
(%!*
'-!%-
(&!*)
&'!,(
((!)&
('!).
()!,.
(+!-*
')!*'
)%!%(
()!*
((!%-
('!&
'-!-.
(*!+(
(-!)(
(*!*-
(*!,-
('!.
(-!&*
(*!*
)(!)+
(*!.,
(-!,(
((!'&
('!+.
(*!,.
()!'*
(%!'(
(*!(,
'-!,
'-!,+
',!--
(&!'.
'.!*'
(&!.-
')!%'
',!*,
'+!&)
(%!,)
*(!-
,%!('
*-!**
+'!&
*'!&&
**!')
*%!..
)*!%*
)-!+.
)%!.-
YZ
YZ
>ciZch^YVYZ >ciZch^YVYZ >ciZch^YVYZ >ciZch^YVYZ
Xg^VcVh Xg^VcVh
YVedWgZoV! YVedWgZoV! YV^cY^\cX^V! YV^cY^\cX^V!
edWgZh! edWgZh!
&..&
'%%%
&..&
'%%%
&..&
'%%%
I67:A6),Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{!>cY^XVYdgZhYZEdWgZoV!&..&Z'%%%
7d[nei
I67:A6)-Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{HZ\jcYd8aVhhZYZGZcYV
BZchVaYdGZhedch{kZaZbHVa{g^d"Bc^bd'%%%
8Y^\d
8aVhhZYZgZcYVbZchVaYdgZhedch{kZaZbhVa{g^dbc^bd
Bjc^Xe^d
IdiVa
Vi'
bV^hYZ'V*
bV^hYZ*V&%
VX^bVYZ&%
)&%&&*%
c\jad
-+,
+'!(-
',!&%
,!*(
'!..
)&%,.%%
;adgZhiV
&#*+%
**!*.
'+!,+
&'!')
*!)%
)&&%%%(
>\jVgVj
&#%-&
*,!*(
(%!&*
+!,(
*!*.
)&&)&%)
BVcYV\jVj
)#-.%
*+!%*
'+!%-
.!,)
-!&)
)&&)'%(
BVcYV\jVg^
.#,&-
*)!'-
(%!('
.!%&
+!)%
)&&)-%,
BVg^VakV
-#()*
).!%,
'.!-)
&'!,)
-!(*
)&&*'%%
BVg^c\{
--#..,
(&!,(
('!*.
&.!%-
&+!+%
)&&,*%(
EV^VcYj
-#.+.
*)!-%
()!+.
-!%-
'!))
)&'+'*+
HVgVcY^
'&#'%%
*'!.)
(+!('
-!&-
'!*+
IdiVa
&)*#+'.
)%!&('!+'
&*!')
&&!.+
I67:A6).Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{HZ\jcYdGZcY^bZcid
BY^dcdIgVWVa]dEg^cXêVaZbHVa{g^d"Bc^bd'%%%
GZcY^bZcidbY^dcdigVWVa]deg^cXêVaZbhVa{g^dbc^bd
HZmd
8Y^\d
Bjc^Xe^d
IdiVa
8dg
:hXdaVg^YVYZ
=dbZch
Bja]ZgZh
7gVcXdh
Cd
7gVcXdh
BZcdhYZ
-VcdhYZ
ZhijYd
-ZbV^h
VcdhYZ
ZhijYd
)&%&&*%
c\jad
(!%
(!(
'!)
(!'
&!-
'!,
(!*
)&%,.%%
;adgZhiV
'!.
(!)
'!%
'!.
'!+
'!-
(!%
)&&%%%(
>\jVgVj
'!,
(!%
'!'
(!(
'!&
&!-
(!*
)&&)&%)
BVcYV\jVj
(!%
(!*
'!%
(!)
'!*
'!(
(!-
)&&)'%(
BVcYV\jVg^
'!-
(!)
&!.
(!'
&!-
'!%
(!+
)&&)-%,
BVg^VakV
(!.
)!+
'!+
(!-
)!'
'!.
*!'
)&&*'%%
BVg^c\{
*!)
+!+
(!-
*!.
(!-
(!(
+!+
)&&,*%(
EV^VcYj
'!)
'!-
&!-
'!,
'!%
'!&
(!%
)&'+'*+
HVgVcY^
'!+
(!&
&!-
'!.
'!&
'!*
(!%
IdiVa
)!)
*!(
(!'
)!.
(!&
'!.
*!,
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
297
297
I67:A6*%Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{HZ\jcYdVEdejaVdZb>YVYZ
6i^kV!EdejaVd:Xdcdb^XVbZciZ6i^kVZIVmVYZ6i^k^YVYZ'%%%
8Y^\d
Bjc^Xe^d
EdejaVdZb^YVYZVi^kV
IdiVa
=dbZch Bja]ZgZh
EdejaVdZXdcdb^XVbZciZVi^kV
IdiVa
=dbZch Bja]ZgZh
IVmVYZVi^k^YVYZ
IdiVa
=dbZch Bja]ZgZh
)&%&&*% c\jad
'#(+.
*&!*)
)-!)+
&#))+
+*!,-
()!''
+&!%'
,,!--
)(!%.
)&%,.%% ;adgZhiV
)#'-&
*%!('
).!+-
'#+&.
+%!).
(.!*&
+&!&,
,(!*)
)-!+)
)&&%%%( >\jVgVj
'#.,%
*%!)%
).!+%
&#,**
+&!(,
(-!+(
*.!&%
,&!.+
)+!%)
)&&)&%) BVcYV\jVj
&(#,+(
).!-&
*%!&.
,#,(.
+)!))
(*!*+
*+!'(
,'!,)
(.!-*
)&&)'%( BVcYV\jVg^
'+#%-,
).!&-
*%!-'
&+#')+
+%!,-
(.!''
+'!'-
,+!.+
)-!%+
)-!.'
)&&)-%, BVg^VakV
'(#.-,
).!,%
*%!(%
&*#'(-
+&!',
(-!,(
+(!*(
,-!('
)&&*'%% BVg^c\{
')(#,&'
),!*%
*'!*%
&*&#+*'
*+!''
)(!,-
+'!'(
,(!+)
*&!.%
)&&,*%( EV^VcYj
')#,*,
).!*.
*%!)&
&*#%'%
+&!(.
(-!+&
+%!+,
,*!&'
)+!)+
)&'+'*+ HVgVcY^
*,#''-
).!(&
*%!+.
(*#&-%
+%!-,
(.!&(
+&!),
,*!-.
),!)*
IdiVa
(..#&*)
)-!'.
*&!,&
')+#-.*
*-!'%
)&!-%
+&!,.
,)!*&
).!-.
I67:A6*&Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{HZ\jcYdVEdejaVd
:Xdcdb^XVbZciZ6i^kV!EdejaVdDXjeVYVZIVmVYZDXjeVd'%%%
8Y^\d
Bjc^Xe^d
EdejaVdZXdcdb^XVbZciZVi^kV
IdiVa
=dbZch Bja]ZgZh
EdejaVddXjeVYV
IdiVa
=dbZch Bja]ZgZh
IVmVYZdXjeVd
IdiVa
=dbZch Bja]ZgZh
)&%&&*% c\jad
&#))+
+*!,-
()!''
&#(*&
+,!%'
('!.-
.(!)
.*!'
.%!%
)&%,.%% ;adgZhiV
'#+&.
+%!).
(.!*&
'#'+(
+&!.'
(-!%-
-+!)
--!*
-(!(
)&&%%%( >\jVgVj
&#,**
+&!(,
(-!+(
&#)+-
+*!(+
()!+)
-(!+
-.!&
,*!%
)&&)&%) BVcYV\jVj
,#,(.
+)!))
(*!*+
+#.+(
+*!'.
()!,&
.%!%
.&!'
-,!-
)&&)'%( BVcYV\jVg^
&+#')+
+%!,-
(.!''
&(#-,)
+'!*&
(,!).
-*!)
-,!-
-&!+
)&&)-%, BVg^VakV
&*#'(-
+&!',
(-!,(
&(#,%%
+'!()
(,!++
-.!.
.&!*
-,!)
)&&*'%% BVg^c\{
&*&#+*'
*+!''
)(!,-
&((#*+,
*,!*(
)'!),
--!&
.%!&
-*!)
)&&,*%( EV^VcYj
&*#%'%
+&!(.
(-!+&
&'#*'+
+'!.&
(,!%.
-(!)
-*!*
-%!&
)&'+'*+ HVgVcY^
(*#&-%
+%!-,
(.!&(
'.#)+)
+(!&&
(+!-.
-(!-
-+!-
,.!%
IdiVa
')+#-.*
*-!'%
)&!-%
'&*#&,+
*.!+*
)%!(*
-,!'
-.!(
-)!&
298
298
I67:A6*'Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{HZ\jcYdCbZgdYZDXjeVYdh
XdbGZcY^bZcidcdIgVWVa]dEg^cXêVa'%%%
CbZgdYZdXjeVYdhXdbgZcY^bZcidcdigVWVa]deg^cXêVa
HZmd
8Y^\d
Bjc^Xe^d
IdiVa
8dg&
:hXdaVg^YVYZ&
=dbZch
Bja]ZgZh
7gVcXdh
Cd
7gVcXdh
BZcdhYZ
-VcdhYZ
ZhijYd
-ZbV^h
VcdhYZ
ZhijYd
)&%&&*%
c\jad
&#'*%
+,!*%
('!*%
-)!*+
&*!))
+&!%*
(-!.*
)&%,.%%
;adgZhiV
'#'&,
+'!).
(,!*&
-*!-'
&)!&-
*&!.&
),!+(
)&&%%%(
>\jVgVj
&#))*
+*!*.
()!)&
*'!-(
)+!*+
)(!.(
*)!)-
)&&)&%)
BVcYV\jVj
+#-('
+*!'*
()!,*
*%!.-
).!%'
*)!%-
)*!%.
)&&)'%(
BVcYV\jVg^
&(#((.
+'!,%
(,!(%
,(!'%
'+!**
*%!.&
)-!%%
)&&)-%,
BVg^VakV
&'#(%+
+*!+,
()!((
,*!*)
')!)+
*(!''
)*!+.
)&&*'%%
BVg^c\{
&(%#).*
*,!-,
)'!&(
,+!%'
'(!,&
()!+*
+)!**
)&&,*%(
EV^VcYj
&'#(..
+(!%)
(+!.+
+%!%(
(-!-&
+%!++
(.!%)
)&'+'*+
HVgVcY^
'-#.)-
+(!'.
(+!,&
+,!*(
(&!-'
*.!(,
(,!.,
IdiVa
'%.#'(&
+%!&%
(.!.%
,'!-,
'+!,.
)'!,*+!&+
CdiV/dcbZgdYZdXjeVYdhedYZcdXd^cX^Y^gXdbdidiVaYZdXjeVYdhYZk^YdVXVhdhYZcdYZXaVgVdYdgZ[Zg^YdVig^Wjid#
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
299
299
I67:A6*(gZVYZEdcYZgVd6bdhigVa6:9hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{
HZ\jcYdEdejaVdedg;V^mVYZGZcYV;Vbâ^VgEZg8VeîV'%%%
6:9
8Y^\d
IdiVa
Vi&$' bV^hYZ&$'V& bV^hYZ&V( VX^bVYZ(
c\jad
)&%&&*%%%&%%&
-+,
'%!&
(*!)
(*!,
-!-
;adgZhiV
)&%,.%%%%&%%&
&#*+%
&*!(
(+!)
(+!-
&&!*
>\jVgVj
)&&%%%(%%&%%&
&#%-&
'%!%
()!,
('!-
&'!)
BVcYV\jVj
)&&)&%)%%&%%&
)#-.%
'&!.
(&!*
((!,
&'!.
BVcYV\jVg^
)&&)'%(%%&%%&
.#,&-
'&!)
'.!(
(,!)
&'!%
BVg^VakV
)&&)-%,%%&%%&
-#()*
&,!*
'.!.
(-!%
&)!,
)&&*'%%%%&%%&
)#,'-
.!%
&-!%
*'!+
'%!)
)&&*'%%%%&%%'
,#+',
&%!-
'&!&
*(!&
&*!%
BVg^c\{J:B"=J
)&&*'%%%%&%%(
*#''*
'!(
)!.
'+!+
++!&
)&&*'%%%%&%%)
+#%++
(!.
&,!&
)'!+
(+!)
BVg^c\{OdcV%*
)&&*'%%%%&%%*
)#)-'
)!'
&(!(
('!+
).!.
)&&*'%%%%&%%+
-#-&&
(!(
*!,
'*!*
+*!+
)&&*'%%%%&%%,
)#+(*
,!%
&,!-
(.!-
(*!)
)&&*'%%%%&%%-
+#*),
&&!,
'-!%
*&!*
-!-
BVg^c\{GZfj^d
)&&*'%%%%&%%.
,#*&%
&+!%
'-!(
),!)
-!)
)&&*'%%%%&%&%
.#.-'
&&!-
'%!'
(.!&
'.!%
)&&*'%%%%&%&&
,#))(
-!)
&.!-
)-!&
'(!,
)&&*'%%%%&%&'
+#.).
,!,
&-!&
*%!.
'(!(
)&&*'%%%%&%&(
)#(*)
-!-
''!&
*(!&
&+!%
)&&*'%%%%&%&)
)#+(,
&)!+
(&!(
)*!%
.!%
EV^VcYj
)&&,*%(%%&%%&
-#.+.
'&!+
()!)
(-!&
+!%
HVgVcY^8ZcigdHja
)&'+'*+%%&%%&
*#*()
'%!'
(%!*
)&!&
-!&
HVgVcY^8ZcigdCdgiZ
)&'+'*+%%&%%'
+#%+%
&(!)
'-!'
)+!)
&&!.
)&'+'*+%%&%%(
)#+%,
'(!(
(-!'
(*!-
'!-
HVgVcYÂ^c]VYdIgZb
)&'+'*+%%&%%)
*#%%%
'*!'
(-!*
((!+
'!+
&)*#+'. &(!'
')!&
)&!&
'&!+
IdiVa
300
CbZgdYZ[Vba^Vhedg[V^mVhYZgZcYV[Vbâ^VgeZgXVeîV
300
I67:A6*)gZVYZEdcYZgVd6bdhigVa6:9hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{
HZ\jcYdGZcY^bZcidBY^dcdIgVWVa]dEg^cXêVaZbHVa{g^d"Bc^bd'%%%
GZcY^bZcidbY^dcdigVWVa]deg^cXêVaZbhVa{g^dbc^bd
HZmd
6:9
8Y^\d
IdiVa
8dg
:hXdaVg^YVYZ
BZcdhYZ -ZbV^h
Cd
=dbZch Bja]ZgZh 7gVcXdh
-VcdhYZ VcdhYZ
7gVcXdh
ZhijYd
ZhijYd
c\jad
)&%&&*%%%&%%&
(!%
(!(
'!)
(!'
&!-
'!,
(!*
;adgZhiV
)&%,.%%%%&%%&
'!.
(!)
'!%
'!.
'!+
'!-
(!%
>\jVgVj
)&&%%%(%%&%%&
'!,
(!%
'!'
(!(
'!&
&!-
(!*
BVcYV\jVj
)&&)&%)%%&%%&
(!%
(!*
'!%
(!)
'!*
'!(
(!-
BVcYV\jVg^
)&&)'%(%%&%%&
'!-
(!)
&!.
(!'
&!-
'!%
(!+
BVg^VakV
)&&)-%,%%&%%&
(!.
)!+
'!+
(!-
)!'
'!.
*!'
)&&*'%%%%&%%&
(!-
)!*
'!-
)!%
(!&
(!%
)!(
)&&*'%%%%&%%'
(!*
)!)
'!(
(!,
'!,
'!-
)!&
BVg^c\{J:B"=J
)&&*'%%%%&%%(
&%!-
&(!%
-!)
&&!)
,!.
+!,
&&!(
6cidc^d
)&&*'%%%%&%%)
*!,
,!&
(!-
+!%
)!(
)!'
+!(
BVg^c\{OdcV%*
)&&*'%%%%&%%*
-!-
&&!(
*!,
-!-
-!)
*!'
.!.
)&&*'%%%%&%%+
&&!+
&*!*
,!&
&'!'
-!+
&&!&
&&!,
BVcYVXVgj
)&&*'%%%%&%%,
+!,
,!,
*!'
,!&
*!&
(!(
-!'
6akdgVYV>>
)&&*'%%%%&%%-
'!-
(!(
'!%
(!%
'!)
'!)
(!'
BVg^c\{GZfj^d
)&&*'%%%%&%%.
'!,
(!)
&!-
'!-
'!+
'!)
(!&
)&&*'%%%%&%&%
)!.
+!%
(!*
*!,
(!%
'!,
+!&
)&&*'%%%%&%&&
)!'
*!'
'!-
)!)
(!(
(!(
)!,
BVg^c\{8^YVYZCdkV
8deVXVWVcV'
)&&*'%%%%&%&'
)!)
*!(
(!%
)!)
)!)
(!%
*!'
)&&*'%%%%&%&(
(!,
)!*
'!*
(!.
(!%
'!+
)!)
)&&*'%%%%&%&)
EVgiZGjgVa
'!,
(!&
'!&
(!%
'!&
'!)
(!'
EV^VcYj
)&&,*%(%%&%%&
'!)
'!-
&!-
'!,
'!%
'!&
(!%
HVgVcY^8ZcigdHja
)&'+'*+%%&%%&
'!-
(!)
&!-
(!&
'!%
'!*
(!'
HVgVcY^8ZcigdCdgiZ
)&'+'*+%%&%%'
(!'
(!,
'!(
(!+
'!(
(!%
(!*
HVgVcY^?VgY^b>cYZeZcYcX^V )&'+'*+%%&%%(
'!'
'!*
&!*
'!(
&!.
'!%
'!)
HVgVcYÂ^c]VYdIgZb
'!'
'!+
&!*
'!'
'!&
'!'
'!'
)!)
*!(
(!'
)!.
(!&
'!.
*!,
)&'+'*+%%&%%)
IdiVa
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
301
301
Captulo
8-
XVeijad
Willian Antonio Borges, Ana Lcia Rodrigues,

Gislaine Elizete Beloto e Fabola Castelo de Souza Cordovil
.$ CeX_b_ZWZ[[JhWdifehj[fWhWkcW
FefkbWe9h[iY[dj[0WI[]h[]Wef[bW
7kidY_WZ[?dj[]hWe
-#&# >b^\gVd
Este captulo busca avaliar a capacidade de mobilidade da populao relacionada s
possibilidades de transporte para o trabalho ou lazer, bem como refletir acerca do processo
de imigrao que se reflete nas discusses dos captulos precedentes, nos quais se observa
que a Regio Metropolitana de Maring (RMM) apresenta um incremento demogrfico
crescente desde o seu surgimento.
Para caracterizar o processo migratrio que deu origem atual configurao
demogrfica dos municpios que integram a RMM, utilizaremos alguns indicadores.
O primeiro se refere proporo de imigrantes de cinco anos ou mais de idade que
realizou migrao no perodo entre 1995 e 2000. O municpio de Sarandi apresenta
o maior ndice, com 23,3% dos atuais moradores tendo se mudado para l no perodo,
seguido por Paiandu, o municpio que recebeu o segundo maior contingente de novos
moradores (18,6%). No outro extremo, Mandaguari aparece como o espao cujo conjunto
de imigrantes foi o menor, com um ndice de 9,6% de novos habitantes, e ngulo, como
o segundo municpio de menor incorporao de novos moradores (11,2%). Destaca-se
que, para o conjunto metropolitano, a mdia de imigrantes recebidos foi de 16,4%, o que
demonstra ser essa regio incorporadora de populao (Tabela 56).
Como Anda Maring
303
8dbd6cYVBVg^c\{
303
Uma anlise interna nos municpios de Sarandi e Maring, possibilitada pelos

dados desagregados por AED20, mostra que a intensa imigrao no resultou numa
ocupao homognea do espao, mas ocorreu mais intensamente em algumas regies
das duas cidades. Por exemplo, em Sarandi, houve uma anexao de 30,3% e 30,8% de
moradores, respectivamente, nos bairros Jardim Independncia e adjacncias da rea que
denominamos Linha do Trem, que abarca todos os bairros localizados acima da estrada
de ferro que cruza a cidade. Ou seja, mais de um tero da atual populao desses espaos
se mudou para l no perodo citado, gerando a ampliao urbana e incrementando um
mercado imobilirio que comercializou terrenos sem obedecer aos instrumentos urbansticos
mnimos que garantissem uma qualidade residencial.
Maring o outro municpio para o qual temos dados que possibilitam uma anlise
intra-urbana, ou seja, de espaos internos, compostos por um conjunto de bairros com
caractersticas homogneas. A rea que recebeu o maior contingente de imigrantes (24,2%)
foi a que compreende a regio UEM-HU, justificado pela caracterstica universitria que
possui, pois onde se localiza a maior universidade da cidade, bem como o complexo
universitrio de sade (Tabela 61).
As outras regies da cidade que mais incorporaram imigrantes no perodo foram as das
imediaes do Horto Florestal (19,6%), dos bairros Cidade Nova e Copacabana 2 (17,4%),
e a que apresentou o menor nmero de novos moradores foi a Vila Morangueira.
Considerando o conjunto metropolitano, segundo o nvel de integrao dos
municpios com o plo21, observamos que aqueles que tm um alto nvel de integrao
com Maring (cujo ndice de imigrantes foi de 15%) foram os que receberam o maior
contingente de imigrantes (21,9%) e os de baixa integrao incorporaram, conjuntamente,
13,3% de novos moradores (Tabela 59).
O conjunto desses novos moradores oriundo de diversas localidades. Os dados
permitem analisar a origem dos moradores que vieram de outros Estados ou pases, de
304
20
rea de Expanso Demogrfica, IBGE (2000). Aqui podemos olhar para Maring e Sarandi (tendo em
vista serem estes os dois nicos municpios da regio com essas reas desagregadas) e percebermos quais
so as regies nesses municpios que mais sofreram o impacto para cada um dos indicadores analisados.
21
Que apresenta dois conjuntos distintos que incluem os municpios da RMM. Com alto nvel de integrao, Sarandi e Paiandu e com baixo nvel, Marialva, Mandaguari, Mandaguau, Iguarau, ngulo
e Floresta (Relatrio da Atividade 1: Identificao dos espaos metropolitanos e construo de tipologias, Observatrio das Metrpoles, 2005).
304
outros municpios do Paran ou da RMM. Assim, observa-se que, dentre os que se mudaram
para a RMM, 31,5% veio de outros Estados ou pases, 45,7%, de municpios paranaenses e
20% trocaram de residncia entre municpios da prpria RM. Ou seja, os novos moradores
da rea metropolitana de Maring so oriundos, principalmente, de outros municpios do
Estado, mas quase um tero veio de outros Estados brasileiros (Tabela 57).
Cabe destacar a origem daqueles imigrantes que vieram para Sarandi, considerando
ter sido o municpio que mais recebeu populao. O maior contingente dos novos
moradores (36,9%) oriundo de outros municpios do Estado, porm 20% deles vm
de municpios da prpria RMM. Isso se justifica pelo fato de muitos habitantes que,
inicialmente moraram em Maring (cidade plo), migrarem para Sarandi em busca de
viabilizar a casa prpria. Inferimos que boa parcela deles so ex-moradores de Maring
que, no conseguindo comprar a casa prpria no municpio sede, se deslocaram para uma
cidade com imveis a preos mais acessveis. Isso aparece em alguns trechos de entrevistas
realizadas por Borges (2004)22, quando o pesquisador pergunta a moradores de Sarandi
por quais motivos moram l (id.):
Motivo foi dificuldade financeira (...) Por causa que a gente construiu casa, comprou a
data e construiu a casa. Aqui mais em conta a moradia (desempregado, 43 anos).
(...) de Maring para Sarandi foi porque eu queria uma residncia e aqui em Maring
os imveis so assim, em relao ao padro de cidade, so bem mais caros do que em
Sarandi. Eu fui comprar em Sarandi, porque eu comprei o mesmo padro de casa
que eu compraria aqui, mas pela metade do preo, o mesmo tempo que eu gastava da
minha casa para o servio eu estou gastando de l at aqui (bancria, 41 anos).
( ...) porque uma cidade grande como Maring, s no fiquei para morar l, porque
uma cidade muito exigente, na rea social, comrcio, questo de dinheiro, questo
de tudo, profissionalismo tambm. (...)Voc paga gua aqui mais barato, voc tem
carncia de baixa renda de luz, as coisas aqui so mais perto do centro. Quando voc
tem uma carncia, voc tem que buscar o lado mais fcil (...) Eu comprei aqui uma
data bem mais barato do que l, agora eu estou construindo aqui, seria bem mais fcil
do que l tambm. Ento tudo carncia, o que seria, a renda que d possibilidade
para se viver na cidade (desempregado, 31 anos).
O aprofundamento sobre a origem dos imigrantes mostra, para os municpios de

Sarandi e Maring, que a rea em Maring (UEM-HU), para onde se dirigiu a maior
parte dos imigrantes, recebeu 53,4% de municpios do prprio Estado e 30% de outros
22
Texto extrado de sua Dissertao de Mestrado Geografia-UEM.

8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
305
305
Estados brasileiros, de cidades da RM maringaense vieram apenas 13%. No obstante,

em todas as reas de Maring prepondera a imigrao oriunda de outros municpios do
Paran (49%). Em Sarandi, dos que se mudaram para a regio do Jardim Independncia,
a maioria (52%) veio de cidades da prpria RM de Maring, e a rea que congrega os
bairros acima da Linha do Trem recebeu a maioria dos novos moradores (38,9%) de outros
municpios paranaenses. A rea de ngulo a segunda que mais recebeu imigrantes da

prpria regio metropolitana (44%) (Tabela 62).
Quando focamos a origem dos imigrantes por municpio, segundo nvel de
integrao com o plo, observamos que os municpios com alto nvel de integrao
receberam quase o mesmo contingente de novos moradores vindos de outros municpios

do Estado (38,3%) e da prpria RM (37,3%), sendo 21,3% de outros Estados brasileiros.
Os municpios com baixo nvel de integrao com Maring receberam mais moradores
de municpios paranaenses (47,4%), alm de 25% de imigrantes da RMM e 25% vindos
de outros Estados (Tabela 62).
Estamos falando de um processo de imigrao que se ampliou muito a partir
dos meados da dcada de 1970, tambm pela substituio do caf pela soja e pelo trigo,
gerando um significativo xodo rural e a conseqente migrao para as cidades23. Nesse
perodo, houve um excessivo crescimento dos maiores plos urbanos paranaenses, dentre
os quais, Maring.
Aps os anos 1970, a urbanizao foi generalizada no aglomerado urbano de

Maring, proporcionando o crescimento, principalmente, de Paiandu e Sarandi. Essas
cidades representaram, para esses trabalhadores migrantes, a oportunidade de ter acesso

moradia. Como se viu no texto sobre habitao, nesses municpios, concentra-se o maior
23
306
A questo no se constitui objeto especfico de nossas anlises. Todavia preciso destacar que a
substituio do plantio de caf e conseqente xodo rural no adveio somente da geada de 1975, mas,
tambm, das novas polticas governamentais que incentivavam outras culturas ou novos processos
para a cafeicultura: Em 1975, 32% da cafeicultura nacional estava instalada no Norte do Paran.
Mas a geada desse ano e a erradicao dos velhos cafeeiros eliminaram cerca de 211 mil ps no Estado, diminuindo a rea destinada cafeicultura em 59 mil hectares entre 1970 e 1975, e mais 224
mil ha. no qinqnio seguinte, totalizando uma reduo da rea plantada de 282.472 ha. durante os
anos de 1970. Por outro lado, ao mesmo tempo em que seguia a erradicao, novas plantaes eram
realizadas sob rigoroso controle, ou seja, em novas bases tcnicas. Assim, entre 1970 e 1979, diminuiu
em 27% o total de cafeeiros adultos no Estado, aumentando em 48% os cafeeiros novos, enquanto a
rea plantada sofreu decrscimo de 26%, o que indica que a produo se tornou mais intensiva. As
novas plantaes passaram a ser formadas sob rigoroso controle por parte das instituies de crdito
(ROSA, 1990, p. 44).
306
contingente de pessoas morando em casa prpria. No entanto, a quantidade de moradores

por domiclio e por cmodo tambm maior, o que resulta numa equao inversamente
proporcional qualidade da moradia.
Quando se perguntou, na entrevista aludida acima, se os moradores tinham inteno
ou simples desejo de voltar para a cidade de origem, a maior parte respondeu que sim,
quando se tratava da cidade de Maring. Os advindos de cidades pequenas e de regies
distantes responderam de forma negativa. Nesse contexto, a grande maioria deseja habitar
Maring, independentemente de esta ser ou no a cidade de origem.
Na verdade, o que expressam esses trabalhadores, em face das dificuldades que
enfrentam na luta pelo direito cidade que os emprega, no o desejo de morar em
Maring, de fato, mas o desejo de conquistar a cidadania e, principalmente, a condio

de igualdade. um desejo de insero territorial. O lugar mais carente de recursos se
apresenta como no desejado justamente pela precariedade das suas condies. Ou, como
Calvino (1990) descreve: ...de agora em diante, vou descrever as cidades e voc identificar
se elas realmente existem e se so como eu as imaginei. (...) a cidade de quem passa sem
entrar uma; outra para quem aprisionado e no sai mais dali...
-#'# BdWâ^YVYZZIgVchedgiZ
O transporte pblico fundamental para garantir a mobilidade das pessoas,
principalmente as que habitam uma aglomerao urbana ou uma regio metropolitana,
pois esta a garantia da condio de deslocamento para trabalhadores e cidados,

frente s grandes distncias que separam os domiclios dos locais de trabalho, de
estudo, de lazer.
No entanto, conforme o relatrio Perfil da Mobilidade, do Transporte e do Trnsito
nos Municpios Brasileiros (Ministrio das Cidades; Associao Nacional de Transportes

Pblicos, 2003), verifica-se que apenas 35% dos municpios (com mais de 60 mil habitantes)
informaram que existe integrao entre as linhas intermunicipais. O percentual referente

integrao metropolitana ainda mais baixo, de apenas 10%.
O transporte coletivo na Regio Metropolitana de Maring no integrado. Assim,
tanto as linhas para Sarandi quanto para Paiandu no esto integradas s linhas de
Maring nem integradas entre si. Isso significa que estes habitantes das cidades adjacentes
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
307
307
no conseguem tomar dois nibus pagando uma nica passagem, como acontece com os
usurios do transporte em Maring (Borges, 2004). A situao se agrava ainda mais se
considerarmos que as trs empresas de transporte compem o mesmo grupo empresarial
e possuem monoplio sobre a concesso pblica.
O fato de o empregador da cidade de Maring ter de pagar quatro passagens dirias
ao invs de duas j est se tornando um obstculo contratao de trabalhadores dos

municpios vizinhos, o que resulta em diminuio para estes da possibilidade de acesso ao
mercado de trabalho maringaense, que muito mais promissor que o das municipalidades
metropolitanas. Isso ocorre principalmente quando a empresa que oferece vagas se localiza
no limite oposto ao municpio de origem do trabalhador, ou seja, quando o trabalhador
no conseguiria se deslocar de nibus utilizando uma nica linha, pois, quase todas as
linhas no aglomerado urbano de Maring partem de um extremo em direo ao centro

e vice-versa.
A falta de uma gesto integrada do transporte coletivo, em meio a uma regio
metropolitana institucionalizada, denota a ausncia de uma gesto metropolitana efetiva.

Mesmo assim, cabe salientar que o grupo proprietrio das trs empresas que monopolizam
esse servio no aglomerado urbano de Maring adotou uma poltica de valorizao das
cidades em que atua, fazendo delas as suas sedes. A empresa que atua em Maring s
contrata moradores dessa cidade, a que faz a ligao de Sarandi a Maring s emprega
moradores de Sarandi, e a que faz as linhas de Paiandu para Maring s aceita como
funcionrios pessoas que morem em Paiandu.
No que se refere proporo de imigrantes de data fixa por AEDs (Mapa 18), a
rea UEM-HU em Maring apresenta o maior nmero de pessoas imigrantes em 2000.
A proporo de pessoas mudando-se para essa rea, no perodo entre 1995 e 2000, 24,2.
As regies Horto Florestal, Cidade Nova e Copacabana 2 tambm mostraram uma intensa
dinmica de pessoas estabelecendo moradia nesses espaos, a proporo 19,6 e 17,4,

respectivamente. A Zona Sul/Parte Rural junto com a Zona 5 compartilham da mesma
proporo, 15,8. A Vila Morangueira, mais uma vez, a regio com o menor nmero,
apenas 11,8. Em contrapartida, o municpio de Sarandi detm os maiores nmeros de
concentrao populacional por migrao em suas AEDs. Na AED Sarandi-Linha do Trem
e no bairro Jardim Independncia, a mdia de imigrantes de 30,8 e 30,3 respectivamente,

enquanto a proporo para as demais reas de Sarandi varia entre 16,0 e 18,0. O municpio
308
308
de Mandaguari o que menos recebeu imigrantes entre 1995 e 2000, sua proporo para
esse indicador 9,6.
B6E6&-EgdedgdYZ>b^\gVciZhYZ9ViV;^mVYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{
edg6:9h'%%%
>YZci^XVdYVh6:9h
.#+"&'#-%
&'#-&"&)#,%
&)#,&"&*#.%
&*#.&"&-#)%
&-#)&"(%#-%
(#,%(#,,#)&&#&&)#-`b
:hXVaV&/(,%%%%
&#Dabe^Xd"OdcVCdgiZ
)#J:B"=J
*#?VgY^b6akdgVYV
+#GZfj^d
,#KâVBdgVc\jZ^gV
-#6Zgdedgid6ci^\d
&%#OdcVh%&!%'!%(Z%)
&&#OdcV%*
&(#=dgid;adgZhiVa
&+#8ZcigdCdgiZ
&,#A^c]VYdigZb
&-#8ZcigdHja
&.#>\jVgVj
'%#c\jad
'&#BVcYV\jVj
''#EV^VcYj
'(#;adgZhiV
')#BVg^VakV
'*#BVcYV\jVg^
;dciZ/>7<:'%%%#
Um diagnstico da situao de mobilidade dos moradores da RMM pode ser
estabelecido com a anlise do movimento pendular, o ato de um conjunto de moradores

8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
309
309
que saem todos os dias de seu municpio de domiclio e se dirigem a outro nas vizinhanas
para estudar ou trabalhar.
Na RMM, o maior nmero de pessoas de 15 anos e mais de idade que trabalham ou

estudam24 fora do municpio de residncia so de Sarandi, com 44,3%; e de Paiandu, com
41,5%. Moradores de Mandaguau (25,5%) e Floresta (21,3) tambm saem e retornam

diariamente para outra cidade. Aquelas municipalidades que fixam mais os seus moradores
so Maring, com apenas 3,1%, e Mandaguari, com 7% dos moradores maiores de 15 anos
recorrendo a atividades fora dos seus espaos de domiclios (Mapa 19) (Tabela 58).
Dentre os que saem diariamente, descreveremos os percentuais daqueles que se

dirigem a Maring: de Paiandu, 94%; de Sarandi, 92%; de Mandaguau, 86,5%; de
Marialva, 72,8%; de Floresta, 69%; de Iguarau, 52%; de Mandaguari, 45%; e de Angulo,

31%. Ou seja, a maioria das pessoas que trabalham ou estudam fora do local onde residem,
em Maring, totaliza um contingente de 73% (Tabela 58).
Podemos realizar uma anlise intra-urbana para Maring e Sarandi no que se refere
a esse movimento dirio dos moradores, observando de quais reas saem mais pessoas.
50% dos moradores da regio acima da Linha do Trem trabalham fora e, destes, quase a
totalidade (95,5%) se dirige ao plo metropolitano; 49% das pessoas residentes na regio
do Jardim Independncia trabalha ou estuda fora do municpio e, destes, 92,8% se dirige
a Maring. Em Sarandi, das reas mais prximas ao centro, 38,4% sai do sul norte para
o trabalho, diariamente, e 41,8% sai do centro norte. De todos eles, a maioria (90%) se
dirige a Maring (Tabela 63).
Destaca-se ainda que, em Maring, a rea que possui o maior contingente de
moradores que trabalham em outro municpio se localiza na regio central e zonas prximas,
com um contingente de 6% de moradores em tal situao. Esta uma das reas ocupadas
pela elite dirigente, conforme se viu no captulo sobre a tipologia socioocupacional da

RMM. Inferimos que muitos dos que se dirigem a outros municpios so, principalmente,
empresrios que tm seus negcios instalados na regio.
24
310
Os dados do IBGE no separam essas duas atividades, todavia, sem dvida, mais expressivo o conjunto dos que saem para o trabalho, considerando que aqui se apresentam percentuais dos que tm
mais de 15 anos.
310
B6E6&.EZgXZcijVaYZEZhhdVhfjZIgVWVa]Vbdj:hijYVb;dgVYdAdXVaYZBdgVY^Vedg
6:9hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%%
>YZci^XVdYVh6:9h
.#+"&'#-%
&'#-&"&)#,%
&)#,&"&*#.%
&*#.&"&-#)%
&-#)&"(%#-%
(#,%(#,,#)&&#&&)#-`b
:hXVaV&/(,%%%%
&#Dabe^Xd"OdcVCdgiZ
)#J:B"=J
*#?VgY^b6akdgVYV
+#GZfj^d
,#KâVBdgVc\jZ^gV
-#6Zgdedgid6ci^\d
&%#OdcVh%&!%'!%(Z%)
&&#OdcV%*
&(#=dgid;adgZhiVa
&+#8ZcigdCdgiZ
&,#A^c]VYdigZb
&-#8ZcigdHja
&.#>\jVgVj
'%#c\jad
'&#BVcYV\jVj
''#EV^VcYj
'(#;adgZhiV
')#BVg^VakV
'*#BVcYV\jVg^
;dciZ/>7<:'%%%#
Quando observamos o movimento pendular para o conjunto dos municpios da
RM, segundo o nvel de integrao, vemos que, para os municpios de alta integrao
com o plo, quase a metade dos que trabalham ou estudam (43%) saem diariamente e,
destes, a maioria (92,5) vem para Maring. Os demais municpios, com baixo grau de
integrao, tm 12,6% dos trabalhadores ou estudantes que saem todos os dias, 67,2% se
dirige cidade plo (Tabela 60).
Enfim, esse um movimento que caracteriza bem o nvel de integrao existente
entre os municpios metropolitanos e a sede, pois o nmero de pessoas que estabelece
relaes de interdependncia com o plo um dos indicadores da integrao existente.

8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
311
311
Observamos que, por exemplo, o municpio de Marialva, apesar de uma condio de

quase conurbao com Maring, possui apenas 10% dos que trabalham fora se dirigindo
a Maring. Isso tambm em funo de um mercado de trabalho interno que consegue
incorporar os moradores, como se viu no captulo sobre trabalho e renda (Tabela 58).
Como dado complementar, uma pesquisa realizada recentemente, Censo Econmico
(Prefeitura Municipal de Maring-PMM e Associao Comercial e Industrial de MaringACIM, 2002), identificou o local de residncia das pessoas que trabalham em Maring.
Constatou-se que 17,0% da fora de trabalho empregada na cidade plo formada por
trabalhadores que moram em municpios circunvizinhos, 7,7% (6.756 pessoas) so de
Sarandi e 3,7% (3.246 pessoas) so provenientes de Paiandu. Considerando-se que o
mercado local empregava 87.737 trabalhadores em 2002, 14.915 praticavam a mobilidade
pendular, j que moravam em outros municpios.
Conquanto seja evidente que Maring polariza uma regio na qual se constata a aglomerao urbana caracterizada por uma interdependncia maior ou menor entre os municpios,
a cidade plo possivelmente atrai mais pessoas destinadas ao consumo do que ao trabalho,
inclusive, porque possui um setor de comrcio e servios bastante significativo. Do total dos
trabalhadores em Maring, 83% residem aqui, corroborando o que afirmamos anteriormente
acerca das resistncia dos empresrios locais para contratar trabalhadores da regio, devido
inexistncia de um sistema integrado de transporte no mbito metropolitano.
<G;>8D&Dg^\ZbYV;dgVYZIgVWVa]dfjZhZ:begZ\VZbBVg^c\{'%%'
DjigVhX^YVYZh
(!)
BVcYV\jVg^
%!-
BVcYV\jVj
%!,
BVg^VakV
%!,
EV^VcYj
(!,
HVgVcY^
,!,
BVg^c\{
;dciZ/EBBZ68>B'*'%%'#
25
312
Associao Comercial de Maring (Acim).
312
-(#%
Quanto ao transporte de massa, o nibus a nica opo na RMM. Conforme
o Censo Econmico (PMM/ACIM, 2002), a maior parte dos trabalhadores (53,6%)

utiliza carro prprio para se deslocar da casa para o trabalho. Em segundo lugar aparece
o transporte coletivo (nibus), com 44,1%. Porm, importante salientar que para os
trabalhadores das indstrias, o nibus se apresenta como o meio de transporte mais
utilizado, com 44,8%, contra 44,5% daqueles que utilizam o carro prprio. justamente
nas indstrias que est a maior parte dos trabalhadores de Sarandi e Paiandu que se
deslocam para Maring diariamente para trabalhar.
Outro meio de transporte muito utilizado pelos trabalhadores da indstria a
bicicleta (28,1%). Segundo Borges (2004), muitos trabalhadores de Paiandu se deslocam

at Maring de bicicleta, principalmente pelo fato de entre essas duas cidades existir
uma ciclovia que as liga. Muitos trabalhadores de Sarandi tambm utilizam esse meio
de transporte para se deslocar at a cidade plo. O centro de Sarandi est apenas a 9
quilmetros do centro de Maring.
Abaixo se observa a representatividade de cada meio de transporte utilizado pelas
pessoas que trabalham em empresas de Maring, contemplando tambm os que habitam
outros municpios da regio. O transporte coletivo e a bicicleta so os meios de locomoo
mais freqentes, conforme o aludido Censo Econmico.
I67:A6**BZ^dYZIgVchedgiZJiâôVYdeZadh;jcX^dc{g^dhZbBVg^c\{'%%'
>iZch
gZaVi^kd
>cYhig^V
8dbgX^d
HZgk^d
IdiVa
8Vggdegeg^d
))!*
*'!'
*,!%
*(!+
c^WjhYZa^c]V
))!-
))!*
)(!*
))!&
6e
'(!,
'&!*
&.!%
'%!+
Bdid
''!'
&+!%
&)!'
&*!-
7^X^XaZiV
'-!&
&(!)
&'!+
&)!+
c^Wjh[gZiVYdeZaVZbegZhV
&!)
%!,
%!.
%!.
8VgdcV
%!%
%!'
%!&
%!&
8Vb^c]d
%!%
%!&
%!'
%!&
KVc
%!%
%!&
%!%
%!%
;dciZ/EBBZ6X^b'%%'#
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
313
313
Conforme pesquisa realizada com trabalhadores na cidade de Maring, que residem
em Sarandi e Paiandu (BORGES, 2004), verificou-se que, para a maioria, ocorreu melhoria
no sistema de transporte com a renovao da frota de nibus e um maior nmero de

horrios e com a construo da ciclovia entre Maring e Paiandu. Mas um morador de
Sarandi reivindicou uma ciclovia para proporcionar uma maior segurana queles que
utilizam a bicicleta ao se deslocar entre Sarandi e Maring.
Com efeito, a centralidade exercida pelo plo e a qualidade urbana assegurada pela
rigorosa legislao urbanstica na formao da cidade de Maring contriburam para um
crescente processo de imigrao em busca, no somente de emprego mas de qualidade
de vida. Diferentemente, a legislao urbanstica de Sarandi e Paiandu, bem como dos

demais municpios da RMM, mais permissveis e flexveis, contriburam para um processo
de especulao imobiliria que resultou numa ocupao urbana desordenada e, muitas
vezes, irregular, gerando uma situao residencial sem qualidade urbanstica e, portanto,
com preos bastante reduzidos, com a manuteno das aes especulativas reprodutoras
dos processos de desigualdade que, cada vez mais, se acirram e se evidenciam no tecido
social urbano.
Atualmente, a RMM se encontra em processo de implementao efetiva e um
dos primeiros e principais desafios que dever ser enfrentado na arena metropolitana diz
respeito ao transporte integrado, pois, como se observou neste trabalho, o movimento
realizado por moradores entre as diversas cidades da regio bastante significativo e
no pode deixar de constar nas pautas a serem encaminhadas para a efetivao de uma
poltica metropolitana.
Enfim, as questes sobre o espao urbano da RMM e a sua dinmica de ocupao

devem incluir, obrigatoriamente, todas as municipalidades envolvidas, pois impossvel
pensar em polticas pblicas para os municpios envolvidos, seja de transporte, sade,
educao, meio ambiente, ou qualquer outra, sem avaliar as especificidades de cada um
e a sua insero no conjunto metropolitano. As pessoas no podem ser duplamente
prejudicadas. Primeiramente, quando no conseguem residir em reas privilegiadas prximas
ao local de trabalho, lazer ou educao, constituindo-se vtimas do processo de segregao
socioespacial (RODRIGUES, 2004), e, a seguir, no encontrando qualquer facilidade para
transpor as distncias do seu dia-a-dia, sejam as sociais, sejam as espaciais.
314
314
ASSOCIAO COMERCIAL E INDUSTRIAL DE MARING ACIM. Censo Econmico
de Maring, 2002.
BORGES, William A. 2004. A periferia decorrente da mobilidade centrada no trabalho: A questo
no Aglomerado Urbano de Maring. Maring, 2004. Dissertao (Mestrado em Geografia).

Universidade Estadual de Maring.
CALVINO, S. As cidades invisveis. So Paulo: Cia. das Letras, 1990.

CODEM Conselho de Desenvolvimento Econmico de Maring. Maring Oportunidades
de Investimento. CD-ROM, 2002.
INSTITUTO BRASEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSITCA - IBGE. Censo Demogrfico

MINISTRIO DAS CIDADES; ASSOCIAO DOS TRANSPORTES PBLICOS. Perfil
do Transporte e Trnsito Urbanos. Braslia: 2003 (Relatrio Final).

em: maio 2004.
de Maring. So Paulo, 2004. Tese (Doutorado em Cincias Sociais). Pontifcia Universidade
Catlica de So Paulo.
ROSA, Maria Cristina. Semeando os fios (re)colhendo a trama: estudo da produo do algodo
no assentamento de bias-frias de Querncia do Norte-PR. 1983 a 1988. Araraquara, 1990.
Dissertao (Mestrado). Unesp.
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
315
315
7d[nei
I67:A6*+Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edgEdejaVdGZh^YZciZ
YZ*6cdhZBV^hYZ>YVYZZ>b^\gVciZhYZ9ViV;^mV'%%%
8Y^\d
Bjc^Xe^dh
EZhhdVhgZh^YZciZh
*6cdhZBV^hYZ>YVYZ
>b^\gVciZhYZYViVmV
EgdedgdYZ^b^\gVciZh
YZYViVmV
)&%&&*%
c\jad
'#+(-
'.*
&&!'
)&%,.%%
;adgZhiV
)#,(&
+-+
&)!*
)&&%%%(
>\jVgVj
(#('&
*.%
&,!-
)&&)&%)
BVcYV\jVj
&*#(.'
'#'*,
&)!,
)&&)'%(
BVcYV\jVg^
'-#-&(
'#,*,
.!+
)&&)-%,
BVg^VakV
'+#)&)
)#&%%
&*!*
)&&*'%%
BVg^c\{
'+,#((%
)&#*+-
&*!*
)&&,*%(
EV^VcYj
',#-'(
*#&+.
&-!+
)&'+'*+
HVgVcY^
+)#((-
&*#%%.
'(!(
IdiVa
))%#-%%
,'#)(&
&+!)
CDI6/GZ[ZgZ"hZVdcbZgdYZ^b^\gVciZhYZ*VcdhZbV^hYZ^YVYZ!fjZgZVaôdjb^\gVdcdeZgdYd&..*"'%%%#
I67:A6*,Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{HZ\jcYd>b^\gVciZh
YZ9ViV;^mVedgDg^\Zb'%%%
>b^\gVciZhYZYViVmVedgdg^\Zb
8Y^\d
Bjc^Xe^dh
>ciZgZhiVYjVadj
djigdheVhZh
>cigVZhiVYjVa
Djigdhbjc^Xe^dh
>cigV"bZigdedaîVcd
Dg^\Zbcd
^YZci^XVYV
)&%&&*%
c\jad
)%
&'*
&(%
'.*
)&%,.%%
;adgZhiV
&%)
(&&
&..
,'
+-+
)&&%%%(
>\jVgVj
&''
&,.
'*(
(+
*.%
)&&)&%)
BVcYV\jVj
)&,
&#&*,
+*-
'*
'#'*,
)&&)'%(
BVcYV\jVg^
.**
&#&-)
*'%
.-
'#,*,
)&&)-%,
BVg^VakV
.*,
'#''*
-*.
*.
)#&%%
)&&*'%%
BVg^c\{
&*#.'+
'%#((,
)#&*&
&#&*(
)&#*+-
)&&,*%(
EV^VcYj
..-
'#&.-
&#+--
'-)
*#&+.
)&'+'*+
HVgVcY^
(#'.(
*#*(&
*#-()
(*&
&*#%%.
IdiVa
''#-&&
((#')&)#'.(
'#%,.
316
IdiVa
316
,'#)(&
I67:A6*-Bjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{HZ\jcYdEdejaVd
GZh^YZciZ&*6cdhZBV^hYZ>YVYZfjZIgVWVa]Vdj:hijYVZEZhhdVhfjZ
GZVaôVgVbBdk^bZcidEZcYjaVg'%%%
CbZgdYZeZhhdVhYZ&*VcdhZbV^hYZ^YVYZ
8Y^\d
Bjc^Xe^dh
FjZigVWVa]VbdjZhijYVb
IdiVa6
IdiVa7
[dgVYdbjc^Xe^dYZ Y^g^\^cYd"hZVdead
gZh^YcX^V8
bZigdedaîVcd9
8$7Zb 9$8Zb
)&%&&*%
c\jad
'#%+'
&#)&,
'('
,'
&+!)
(%!.
)&%,.%%
;adgZhiV
(#,.*
'#)-,
*(%
(+*
'&!(
+-!-
)&&%%%(
>\jVgVj
'#*-*
&#+(.
'%*
&%,
&'!*
*&!.
)&&)&%)
BVcYV\jVj
&'#&%)
,#,('
&#.+-
&#,%'
'*!*
-+!*
)&&)'%(
BVcYV\jVg^
'(#&)+
&*#(-'
&#%,.
)-)
,!%
))!-
)&&)-%,
BVg^VakV
'&#'&+
&)#.'%
&#*%)
&#%.*
&%!&
,'!-
)&&*'%%
BVg^c\{
'&,#-.'
&*(#'&.
)#,))
(!&
%!%
)&&,*%(
EV^VcYj
'&#,)%
&(#+(&
*#+*)
*#(%'
)&!*
.(!-
)&'+'*+
HVgVcY^
*%#'.-
('#+'*
&)#)+,
&(#(&*
))!(
.'!%
IdiVa
(*)#-(- ')(#%*'
(%#(-)
''#))&
&'!*
,(!.
CDI6/dbdk^bZcidYZeZhhdVhfjZZhijYVbdjigVWVa]Vb[dgVYZhZjbjc^Xe^dYZgZh^YcX^VYZcdb^cVYdYZeZcYjaVg#
dX{aXjadYdeZgXZcijVaYZeZhhdVhfjZhZY^g^\ZbVdead!gZaVi^kdVdidiVagZ\^dbZigdedaîVcV!ZmXaj^dhYVYdhYdbjc^Xe^dead#
I67:A6*.CkZaYZ^ciZ\gVdbZigdedaîVcVYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
EdejaVdGZh^YZciZYZ*6cdhZBV^hYZ>YVYZZ>b^\gVciZhYZ9ViV;^mV'%%%
CkZaYZ^ciZ\gVd
bZigdedaîVcV
Bjc^Xe^dEad
EZhhdVhgZh^YZciZh
*6cdhZBV^hYZ>YVYZ
>b^\gVciZhYZYViVmV
EgdedgdYZ^b^\gVciZhYZ
YViVmV
'+,#((%
)&#*+,!,
&*!*
.'#&+&
'%#&,-!,
'&!.
-.#'-+
&&#--'!+
&(!(
BjîdVaid
6aid
BY^d
7V^md
BjîdWV^md
IdiVa
))-#,,,
,(#+'.
&+!)
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
317
317
I67:A6+%CkZaYZ^ciZ\gVdbZigdedaîVcVYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
EdejaVdGZh^YZciZ&*6cdhZBV^hYZ>YVYZfjZIgVWVa]Vdj:hijYVZEZhhdVhfjZGZVaôVgVb
Bdk^bZcidEZcYjaVg'%%%
CkZaYZ
^ciZ\gVd
bZigdedaîVcV
IdiVa6
Bjc^Xe^dEad
8$7Zb
9$8Zb
(!&
%!%
'%#&'&
&-#+&-
)(!*
.'!*
+#%'(
)#%),
&'!+
+,!'
(%#--.
''#++)
&'!*
,(!)
IdiVa7
[dgVYdbjc^Xe^d
YZgZh^YcX^V8
Y^g^\^cYd"hZVdead
bZigdedaîVcd9
'&,#-.'
&*(#'&.
)#,))
,'#%(-
)+#'*+
,&#)(-
),#+.'
BjîdVaid
6aid
BY^d
7V^md
BjîdWV^md
IdiVa
(+&#(+'),#&+,
318
318
I67:A6+&gZVhYZEdcYZgVd6bdhigVa6:9hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{edg
EdejaVdGZh^YZciZYZ*6cdhZBV^hYZ>YVYZZ>b^\gVciZhYZ9ViV;^mV'%%%
EZhhdVhgZh^YZciZh
8Y^\d
*6cdhZBV^h
YZ>YVYZ
>b^\gVciZhYZ
YViVmV
EgdedgdYZ
^b^\gVciZhYZ
YViVmV
c\jad
)&%&&*%%%&%%&
'#+(-
'.*
&&!'
;adgZhiV
)&%,.%%%%&%%&
)#,(&
+-+
&)!*
>\jVgVj
)&&%%%(%%&%%&
(#('&
*.%
&,!-
BVcYV\jVj
)&&)&%)%%&%%&
&*#(.'
'#'*,
&)!,
BVcYV\jVg^
)&&)'%(%%&%%&
'-#-&(
'#,*,
.!+
BVg^VakV
)&&)-%,%%&%%&
'+#)&)
)#&%%
&*!*
)&&*'%%%%&%%&
&(#*)(
&#*.)
&&!-
)&&*'%%%%&%%'
''#.'%
(#'.(
&)!)
BVg^c\{J:B"=J
)&&*'%%%%&%%(
&)#'-%
(#)+%
')!'
)&&*'%%%%&%%)
&,#(*,
'#*.*
&*!%
BVg^c\{OdcV%*
)&&*'%%%%&%%*
&)#%-,
'#'((
&*!-
)&&*'%%%%&%%+
'*#.&*
(#,%+
&)!(
)&&*'%%%%&%%,
&)#&%&
'#(&-
&+!)
)&&*'%%%%&%%-
&.#,'%
'#-+(
&)!*
BVg^c\{GZfj^d
)&&*'%%%%&%%.
'(#.+-
(#%,%
&'!-
)&&*'%%%%&%&%
'.#,(+
)#,%&
&*!-
)&&*'%%%%&%&&
''#*%*
(#*-+
&*!.
)&&*'%%%%&%&'
'%#.'%
(#+)*
&,!)
)&&*'%%%%&%&(
&)#%(+
'#,*%
&.!+
)&&*'%%%%&%&)
&)#')'
&#,**
&'!(
EV^VcYj
)&&,*%(%%&%%&
',#-'(
*#&+.
&-!+
HVgVcY^8ZcigdHja
)&'+'*+%%&%%&
&+#,(&
(#%-)
&-!)
HVgVcY^8ZcigdCdgiZ
)&'+'*+%%&%%'
&-#%'-
'#--*
&+!%
)&'+'*+%%&%%(
&)#&&.
)#'-'
(%!(
HVgVcYÂ^c]VYdIgZb
)&'+'*+%%&%%)
&*#)+%
)#,*-
(%!-
))%#-%%
,'#)(&
&+!)
6:9h
IdiVa
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
319
319
I67:A6+'gZVYZEdcYZgVd6bdhigVa6:9hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{
HZ\jcYd>b^\gVciZhYZ9ViV;^mVedgDg^\Zb'%%%
>b^\gVciZhYZYViVmVedgdg^\Zb
6:9
8Y^\d
>cigVZhiVYjVa
>ciZgZhiVYjVa
Dg^\Zbcd
djdjigdh
Djigdh
>cigV"
^YZci^XVYV
eVhZh
bjc^Xe^dh bZigdedaîVcd
c\jad
)&%&&*%%%&%%&
)%
&'*
&(%
'.*
;adgZhiV
)&%,.%%%%&%%&
&%)
(&&
&..
,'
+-+
>\jVgVj
)&&%%%(%%&%%&
&''
&,.
'*(
(+
*.%
BVcYV\jVj
)&&)&%)%%&%%&
)&,
&#&*,
+*-
'*
'#'*,
BVcYV\jVg^
)&&)'%(%%&%%&
.**
&#&-)
*'%
.-
'#,*,
BVg^VakV
)&&)-%,%%&%%&
.*,
'#''*
-*.
*.
)#&%%
)&&*'%%%%&%%&
+(+
+)(
'(+
,-
&#*.)
)&&*'%%%%&%%'
&#&%*
&#-)(
'*%
.*
(#'.(
BVg^c\{J:B"=J
)&&*'%%%%&%%(
&#''(
&#.('
''+
,-
(#)+%
)&&*'%%%%&%%)
+%,
&#*-(
'.'
&&(
'#*.*
BVg^c\{OdcV%*
)&&*'%%%%&%%*
.+,
&#%%*
')&
&.
'#'((
)&&*'%%%%&%%+
&#)*.
&#,,%
()%
&(,
(#,%+
BVcYVXVgj
)&&*'%%%%&%%,
-%.
&#'*(
&).
&%+
'#(&-
)&&*'%%%%&%%-
&#''-
&#'(-
(%&
.+
'#-+(
BVg^c\{GZfj^d
)&&*'%%%%&%%.
&#(%-
&#((-
)%)
'%
(#%,%
)&&*'%%%%&%&%
'#&('
'#%%'
)+'
&%)
)#,%&
)&&*'%%%%&%&&
&#*((
&#).+
*&+
)&
(#*-+
)&&*'%%%%&%&'
&#+&-
&#+-,
&.&
&).
(#+)*
)&&*'%%%%&%&(
-',
&#)+-
(*-
.,
'#,*%
BVg^c\{Dabe^Xd"OdcVCdgiZEVgiZ
GjgVa
)&&*'%%%%&%&)
),(
&#%,.
&-(
'%
&#,**
EV^VcYj
)&&,*%(%%&%%&
..-
'#&.-
&#+--
'-)
*#&+.
HVgVcY^8ZcigdHja
)&'+'*+%%&%%&
++*
&#)&,
---
&&)
(#%-)
HVgVcY^8ZcigdCdgiZ
)&'+'*+%%&%%'
.-)
.%'
.)(
*,
'#--*
)&'+'*+%%&%%(
+++
&#(+*
'#'',
'(
)#'-'
HVgVcYÂ^c]VYdIgZb
)&'+'*+%%&%%)
.,,
&#-),
&#,,+
&*-
)#,*-
IdiVa
''#-&&
((#')&)#'.(
'#%,.
320
IdiVa
320
,'#)(&
I67:A6+(gZVYZEdcYZgVd6bdhigVa6:9hYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{
HZ\jcYdEdejaVdGZh^YZciZ&*6cdhZBV^hYZ>YVYZfjZIgVWVa]Vdj:hijYVZEZhhdVh
fjZGZVaôVgVbBdk^bZcidEZcYjaVg'%%%
6:9
8Y^\d
IdiVa6
8$7 9$8
[dgVYd
Y^g^\^cYd"
Zb Zb
bjc^Xe^dYZ hZVdead
IdiVa7
gZh^YcX^V bZigdedaîVcd
8
9
c\jad
)&%&&*%%%&%%&
'#%+'
&#)&,
'('
,'
&+!)
(%!.
;adgZhiV
)&%,.%%%%&%%&
(#,.*
'#)-,
*(%
(+*
'&!(
+-!-
>\jVgVj
)&&%%%(%%&%%&
'#*-*
&#+(.
'%*
&%,
&'!*
*&!.
BVcYV\jVj
)&&)&%)%%&%%&
&'#&%)
,#,('
&#.+-
&#,%'
'*!*
-+!*
BVcYV\jVg^
)&&)'%(%%&%%&
'(#&)+
&*#(-'
&#%,.
)-)
,!%
))!-
BVg^VakV
)&&)-%,%%&%%&
'&#'&+
&)#.'%
&#*%)
&#%.*
&%!&
,'!-
)&&*'%%%%&%%&
&&#()'
,#*,'
&--
'!*
%!%
)&&*'%%%%&%%'
&-#.(.
&'#).(
()'
'!,
%!%
BVg^c\{J:B"=J
)&&*'%%%%&%%(
&'#')+
.#''.
))+
)!-
%!%
)&&*'%%%%&%%)
&)#)%*
.#...
)-.
)!.
%!%
BVg^c\{OdcV%*
)&&*'%%%%&%%*
&&#,-*
-#)+)
)(.
*!'
%!%
)&&*'%%%%&%%+
''#%'(
&*#,)*
.%+
*!-
%!%
BVg^c\{?VgY^bH#?dg\ZZBVcYVXVgj )&&*'%%%%&%%,
&&#+)(
,#.&+
')'
(!&
%!%
BVg^c\{8dc_jcidI]V^h"6akdgVYV>> )&&*'%%%%&%%-
&*#+,%
&&#&%.
'%)
&!-
%!%
BVg^c\{GZfj^d
)&&*'%%%%&%%.
&-#*'%
&(#&%*
'%'
&!*
%!%
)&&*'%%%%&%&%
'(#*(&
&+#-+)
(%&
&!-
%!%
)&&*'%%%%&%&&
&-#'%'
&'#.(+
)&.
(!'
%!%
)&&*'%%%%&%&'
&+#..(
&&#,&(
')-
'!&
%!%
)&&*'%%%%&%&(
&&#'+,
,#..+
'%'
'!*
%!%
BVg^c\{Dabe^Xd"OdcVCdgiZEVgiZ
)&&*'%%%%&%&)
GjgVa
&&#('+
-#%,-
&&*
&!)
%!%
EV^VcYj
)&&,*%(%%&%%&
'&#,)%
&(#+(&
*#+*)
*#(%'
)&!*
.(!-
HVgVcY^8ZcigdHja
)&'+'*+%%&%%&
&(#',&
-#,&(
(#()+
(#%&%
(-!)
-.!.
HVgVcY^8ZcigdCdgiZ
)&'+'*+%%&%%'
&)#+,&
.#+.&
)#%),
(#+)'
)&!-
.%!%
)&'+'*+%%&%%(
&%#,)*
+#-)&
(#().
(#&%,
)-!.
.'!-
HVgVcYÂ^c]VYdIgZb
)&'+'*+%%&%%)
&&#+&&
,#(,.
(#,'*
(#**,
*%!*
.*!*
IdiVa
(*)#-(- ')(#%*'
(%#(-)
''#))&
&'!*
,(!.
dX{aXjadYdeZgXZcijVaYZeZhhdVhfjZhZY^g^\ZbVdead!gZaVi^kdVdidiVagZ\^dbZigdedaîVcV!ZmXaj^dhYVYdhYdbjc^Xe^dead#
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
321
321
.
9
Captulo
XVeijad
Simone Pereira Costa, Silvio Jos Bondezan,
Eliseu Pereira dos Santos
/$ 7b]kdi7if[YjeiZWL_ebdY_WdWH[]_e
Os dados sobre homicdios, gerados pelo Ministrio da Sade, a partir das informaes
existentes no Ministrio da Justia, na Secretaria Nacional de Segurana Pblica e nos
Sistemas de Informao sobre Mortalidade (SIM), colocam a Regio Metropolitana de
Maring (RMM) em uma situao razoavelmente confortvel quando a comparamos com
outras regies brasileiras. Informaes disponveis no banco de dados do Ministrio da
Sade Datasus (Ministrio da Sade) e do Ipea de 2003, mostram que o municpio plo
dessa regio e os outros dois, que mantm com ele um alto grau de integrao (Sarandi e
Paiandu), tiveram as seguintes taxas de homicdios, considerando-se um universo de 100
mil habitantes: Maring, 7,6 (23 casos), Sarandi, 23,0 (18 casos) e Paiandu, 6,0 (2 casos).
Em 2002, o Ministrio da Sade, trabalhando com as regies metropolitanas brasileiras,
na forma como foram definidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica
(IBGE), afirma que, nesse ano, a ento regio metropolitana de Maring, naquela poca
composta dos seguintes municpios, Maring, Sarandi, Paiandu, Marialva, Mandaguari,
Mandaguau, Iguarau e ngulo, alcanou a taxa de homicdio de 10,3, tendo ocorrido
51 casos. Se considerarmos a mesma informao para o perodo de 1998 a 2002, foram
registrados 225 casos de homicdio nmeros infinitamente menores do que os 3.703
da regio metropolitana de Curitiba e os 672 casos da regio metropolitana de Londrina,
para o mesmo perodo.
Esses indicadores levaram Maring a ocupar o posto de uma das cidades, com
mais de 100 mil habitantes, menos violentas do Brasil. como se essa regio tivesse
conseguido se manter inclume escalada de violncia que atinge, desde os anos 1980,
boa parte das cidades brasileiras. Uma anlise dos dados produzidos pelos censos e pelo
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
323
323
Ministrio da Sade mostram que a taxa de mortalidade por homicdio cresceu em todo
o Brasil, passando de 130%, ou seja, 11,7 casos para cada 100 mil habitantes, em 1980,
para 27 casos, em 2000.
Sabemos que, no Brasil, falha a busca por polticas pblicas que tratem de forma
eficaz a questo da segurana pblica e, portanto, contribuam para a reduo das taxas
de homicdio. O problema da ordem, ou a falta dela, tem se reduzido a eficincia ou
no do poder policial. E no por acaso. Se o problema de segurana pblica atinge
ndices considerados insustentveis, pode-se, em certa medida, culpar a polcia que,

na maioria das cidades brasileiras, mal aparelhada e sofre com a falta de pessoal
qualificado. Os agentes do Estado so, na maior parte, mal remunerados. O trabalho de

reflexo e anlise dos dados sobre o perfil socioeconmico da populao que habita as
regies metropolitanas brasileiras tem mostrado que a soluo para os casos de violncia
que resultam em homicdios muito mais complexa do que a ampliao dos efetivos
policiais ou o investimento em uma poltica intensiva de encarceramento da populao

mais pobre.
de domnio pblico que a fora repressora do Estado tem atuado com extrema
violncia, principalmente, nos bairros mais pobres. Essa prtica, no Brasil, uma questo
histrica que est enraizada na formao da nossa sociedade, como nos lembra Lcio
Kowarick:
Marginalizados desde os tempos coloniais, os livres e libertos tendem a no passar

pela escola do trabalho, sendo freqentemente transformados em itinerantes que
vagueiam pelos campos e cidades, vistos pelos senhores como a encarnao de uma
corja intil que prefere a vagabundagem, o vcio ou crime disciplina do trabalho. O
importante nesse processo de rejeio causado pela ordem escravocrata que qualquer
trabalho manual passa a ser considerado como coisa de escravo e, portanto, aviltante
e repugnante. No poderia ser diferente numa ordem em que o elemento vivo que
levava adiante as tarefas produtivas era tratado como coisa, desprovido de vontade,
que no tinha escolha de onde morar ou quando deveria trabalhar, e que, brutalizado
por toda sorte de violncias, o mais das vezes morria em cativeiro. (KOWARICK,
1994, p. 43-44).
Como se pode observar, a tradio hierarquizada das classes sociais no Brasil
remonta ao perodo da escravido, quando o negro, mesmo alforriado, no tendo
como subsistir, roubava e por isso era considerado criminoso. A mesma lgica pode
ser aplicada aos conflitos agrrios, nos quais o Estado reage contra os camponeses
324
324
sem terra que, em muitos casos, foram usurpados e, se hoje, ocupam a propriedade
para forar a realizao da reforma agrria so considerados invasores e, tambm,

criminosos. Os latifundirios contratam jagunos armados para defender a propriedade
dos vadios. O uso desse tipo de fora uma outra tradio que est enraizada na
ordem senhorial-escravocrata, cuja:
...violncia ganhava plena significao, pois era elemento necessrio para a manuteno
e expanso da grande propriedade. Residual do ponto de vista produtivo, destitudo
de significao social num sistema cujo sentido era dado pela economia escravocrata,
os senhores utilizaram o homem livre para servios de defesa, coao ou morte, enfim,
para toda espcie de violncia, necessria para reproduzir uma forma de dominao
cujo arbtrio podia se manifestar de maneira desenfreada. Esse poderio sem limites
e a violncia nele implcita, cuja sustentao material realizava-se na explorao do
trabalho escravo, s poderiam marginalizar ainda mais o homem livre: pea importante
na sustentao de um sistema que supunha sua excluso para as tarefas produtivas,
esse crescente volume de indivduos, no percorrer dos sculos, foi reproduzido como
uma massa imprestvel para o trabalho, tida e havida pelos potentados como indolente
e vadia. (KOWARICK, 1994, p. 30-31).
Cabe lembrar que fatos como esses foram reforados nas dcadas seguintes e, como
destaca Wacquant, na edio brasileira de seu livro Prises da Misria, h no Brasil, assim
como em vrios de seus vizinhos da Amrica do Sul, uma encruzilhada entre tratar a
misria e seus correlatos de forma social ou de forma penal. Nas palavras desse autor:
Em primeiro lugar, por razes ligadas sua histria e sua posio subordinada na
estrutura das relaes econmicas internacionais (estrutura de dominao que mascara
a categoria falsamente ecumnica de globalizao), e a despeito do enriquecimento
coletivo das dcadas de industrializao, a sociedade brasileira continua caracterizada
pelas disparidades sociais vertiginosas e pela pobreza de massa que, ao se combinarem,
alimentam o crescimento inexorvel da violncia criminal, transformada em principal
flagelo das grandes cidades. (WACQUANT, 2001, p. 8).
Wacquant lembra, ainda, que, desde 1989, a morte violenta a principal causa
de mortalidade no Brasil. Segundo suas anlises, a busca da sobrevivncia na economia

criminosa um desdobramento da poltica neoliberal adotada pelo Estado:
Na ausncia de qualquer rede de proteo social, certo que a juventude dos bairros
populares esmagados pelo peso do desemprego e do subemprego crnicos continuar
a buscar no capitalismo de pilhagem da rua (como diria Max Weber) os meios de
sobreviver e realizar os valores do cdigo de honra masculino, j que no consegue
escapar da misria no cotidiano. (WACQUANT, 2001, p. 8).
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
325
325
O risco de morte aumenta substancialmente nos bairros pobres das grandes cidades
brasileiras. Nessas reas, a fora policial, em geral, exercida de forma mais violenta. O
saldo desses confrontos, entre outras conseqncias, so os acidentes com balas perdidas
e o crescimento das mortes e das mutilaes da populao que reside nessas reas ou
circula entre elas.
O aumento substancial das taxas de homicdio no Brasil tem levado ao fortalecimento
de uma idia, na nossa percepo, errada: acredita-se que a associao entre o uso da fora
policial e a ampliao da poltica de encarceramento, diminuir o nmero de mortes
violentas. No obstante, o problema do encarceramento atinge, substancialmente, as

camadas mais miserveis da populao. A questo racial outro fator que agrava ainda
mais a situao. Os negros e os afro-descendentes, geralmente, recebem as penas mais
severas em comparao com o criminoso de origem branca. A poltica de represso
misria coloca lenha na fogueira da questo racial, uma vez que a populao pobre ,
em sua grande maioria, de origem negra. Segundo Loc Wacquant, esse quadro reflete a
acentuada dominao racial existente na sociedade brasileira. Em suas palavras:
...Sabe-se, por exemplo, que em So Paulo, como nas outras grandes cidades, os
indiciados de cor se beneficiam de uma vigilncia particular por parte da polcia,
tm mais dificuldade de acesso ajuda jurdica e, por um crime igual, so punidos
com penas mais pesadas que seus comparsas brancos. E, uma vez atrs das grades,
so ainda submetidos s condies de deteno mais duras e sofrem as violncias
mais graves. Penalizar a misria significa aqui tornar invisvel o problema do negro
e assentar a dominao racial dando-lhe um aval de Estado. (WACQUANT, 2001,
p. 9-10).
Essas concluses de Wacquant esto aliceradas em pesquisas feitas por Adorno
(1995) e Moraes e Souza (1999). Esses trabalhos mostram, ainda, que o problema se agrava
quando os tribunais mostram um certo desinteresse em promover justia, no atuando
precisamente no campo investigativo, deixando essa prtica a cargo da polcia civil que,
nem sempre, consegue apurar a veracidade dos crimes. Isso, de certa forma, se reflete na
incapacidade do prprio judicirio.
O sentimento de insegurana ajuda, tambm, a reforar o interesse por solues
privadas, esquecendo-se de que o problema da violncia no uma questo de cunho
individual. Portanto, difcil de ser resolvido com a afirmao de um modo de vida urbano
que privilegia, para os que podem pagar, moradias em condomnios fechados, complexos
326
326
sistemas de segurana e a contratao de milcias privadas para proteo da propriedade

e do patrimnio.
Em relao Regio Metropolitana de Maring, observando-se a questo das taxas
de homicdio, importante fazer o seguinte destaque: Sarandi, o segundo municpio mais

populoso dessa regio, teve, em 2003, a maior taxa de homicdios da RM (23 casos para
cada 100 mil habitantes). Assim, possvel indicar que o processo de periferizao da
pobreza na RMM veio acompanhado da ampliao da violncia nesse municpio, que
concentra a populao mais pobre da RMM.
importante observar que a RMM tem uma posio extremamente favorvel
quando comparada com as RMs constitudas em torno de grandes capitais, o que, de certa
forma, torna pouco proveitosa a construo de quadros comparativos que trabalhem com
as temticas da violncia social e da criminalidade. Mas , certamente, produtivo traar essa
comparao entre a RMM e outras regies que tenham um porte semelhante ao dela.
Assim, Maring, talvez, tenha recebido o ttulo de cidade menos violenta do Brasil
por ser a cidade plo de uma regio metropolitana que, em 2003, contabilizou apenas
dez mortes violentas de jovens. Enquanto as regies metropolitanas do Rio de Janeiro e
de So Paulo, nesse mesmo perodo, tiveram, respectivamente, 148 e 195 jovens mortos
(por 100 mil habitantes).
Contudo, comparando-se a RMM com outras de porte semelhante, ela no a
menos violenta. As RMs do Vale do Itaja e Tubaro tiveram, em 2002, respectivamente,

taxas de 4,3 e 5,0 homicdios por 100 mil habitantes. Tambm encontram-se no grupo
das regies com at 5 homicdios por 100 mil habitantes as RMs Carbonfera e Norte/
Nordeste Catarinense.
Dessa forma, Maring, em classificao proposta por Andrade e Figueiredo (2005), a
partir de uma leitura dos dados fornecidos pela Senasp, integra o grupo das RMs que possuem
a taxa de 10 at 19 homicdios por 100 mil habitantes, estando acompanhada, portanto, das
RMs de So Luiz, Vale do Ao e Florianpolis. Ou seja, em relao s taxas de homicdios,

Maring mais violenta do que regies que tm um perfil sociodemogrfico semelhante ao
seu e equipara-se a algumas regies que tm grandes capitais como cidade plo.
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
327
327
Entretanto, considerando a realidade de alguns municpios que tambm se localizam
na regio Norte do Paran, mas que no compem a RMM, acreditamos que algumas
consideraes devem ser feitas. Na Regio Metropolitana de Londrina, observamos um

fenmeno de interligao entre a cidade plo dessa RM, Londrina, e o segundo municpio
mais populoso dessa mesma RM, Camb, muito parecido com aquele que ocorre entre
Maring e Sarandi. Por isso, talvez, valha a pena refletir sobre o que tem acontecido com
as taxas de homicdio dessas duas cidades.
Em 2003, Londrina, com 467.332 habitantes, registrou uma taxa de 39,59 homicdios
para cada grupo de 100 mil habitantes, foram contabilizados 185 casos. Camb, com
92.605 habitantes, teve uma taxa de 43,19, sendo registrados 40 casos de homicdios. O
aumento significativo dessas taxas para Londrina e Camb, quando comparadas com
aquelas de Maring e Sarandi, revela que a violncia e a criminalidade so muito mais
agudas nas duas primeiras. O que poderia justificar diferenas to grandes entre cidades e
RMs to prximas? Apenas o maior nmero de habitantes? Acreditamos que no. Afinal,
se compararmos apenas os municpios de Camb e Sarandi, veramos que Camb tem
apenas 13.564 habitantes a mais que Sarandi, o que no justificaria o fato de esse mesmo
municpio ter mais que o dobro do nmero de homicdios que Sarandi. Portanto, h uma
espcie de blindagem que tem livrado a RMM das situaes de violncia e criminalidade
que se desdobram em mortes; entretanto, faltam anlises mais precisas para explicar como
e por que isso vem ocorrendo.
Os trs principais municpios que compem a RMM constituem casos exemplares,
mesmo quando os comparamos isoladamente a outros municpios vizinhos no Paran.

Vejamos as taxas de homicdio para algumas cidades com mais de 80 mil habitantes e o
nmero de homicdios em 2003: Apucarana, com populao de 111.760 habitantes, tem
12,5 de taxa de homicdio, com o registro de 14 casos. Arapongas, com 91.859 habitantes,
tem 8,71 e 8 casos. Campo Mouro, com 81.259 habitantes, tem 29,54, e 24 casos. Assim,
a cidade de Maring, isoladamente, quando comparada a esses municpios, continua com
a menor taxa de homicdio (7,58).
Outro diagnstico que pode contribuir para um mapeamento mais preciso sobre a
temtica da violncia na RMM o que trabalha com os coeficientes de mortalidade por

agresses que, em 2004, contabilizou 7,6 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes.
328
328
Necessitamos, tambm, de uma anlise das mortes atribudas s chamadas causas
externas: em 2004, 75% das pessoas que tinham entre 15 e 19 anos e foram bito, na
RMM, tem sua morte tributada a causas externas uma populao to jovem, morrendo
em grande parte por esse motivo pode significar uma populao morta em situaes de
violncia, uma vez que sabemos que as causas externas revelam tambm uma parte das
mortes em situaes violentas.
Merece destaque o fato de que, dos 51 casos de homicdios registrados para toda
a RMM, em 2002, 10 deles foram praticados contra adolescentes. Uma outra questo
relevante compreender melhor o impacto de um tipo de violncia que tem dado essa
regio coeficientes de mortalidade bem preocupantes: a violncia no trnsito. Em 2004, as

mortes por acidentes de transporte na RMM, segundo informaes do banco de dados do
Ministrio da Sade (Datasus), foram 33 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes.
Vale a pena destacar que a cidade menos violenta do Brasil tem alarmantes
ndices de mortes por acidentes de trnsito, o que revela uma outra faceta da violncia e
da criminalidade. Informaes colhidas junto Secretaria de Transito de Maring e ao
4o Batalho da Polcia Militar da cidade mostram que, em 2003, tivemos 61 bitos por
acidentes no trnsito e, ainda: 2.424 acidentes com vtima, 2.844 acidentes sem vtima e
319 atropelamentos.
As situaes de violncia que conduziram uma parcela da populao da RMM a
fazer exames no Instituto Mdico Legal (IML) foram preliminarmente levantadas pela
equipe que trabalha na Secretaria Municipal da Mulher, no ano de 2005. Tal levantamento,
mesmo sem a menor possibilidade de gerar quadros comparativos entre a RMM e outras
RMs brasileiras, apresenta informaes importantes.
Em 2002, das 2.338 pessoas atendidas pelo IML, 833 eram do sexo feminino, ou
seja 65%. Em 2003, esse ndice sobe para 67%, e, em 2004, fica em 66,8%. Uma parte
significativa dos casos de agresso registrados no IML so por abuso sexual: em 2002,
contabilizavam 17% dos casos, em 2003 (15%) e 2004 (15%). Em todos os anos, os
levantamentos indicam que em mais de 80% dos casos o agressor conhecido.
Uma concluso preliminar sobre a temtica da violncia na RMM, remete, certamente,
ao modelo de colonizao que vigorou nessa regio. Lembramos que, desde o incio da
explorao capitalista das terras dessa regio do Estado do Paran, alguns valores foram
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
329
329
amplamente difundidos: cidades como Maring e Londrina foram formadas com a idia
de que seriam cidades do futuro, voltadas para as atividades comerciais, privilegiando o
dinamismo econmico e empresarial.
Deveria se aproveitar a disposio para o trabalho em condies adversas e o esprito
pioneiro para se consolidar uma civilizao moderna, futurista e equilibrada, alm de

pacfica e em harmonia com o meio ambiente. Esses ideais foram e so insistentemente
reiterados nessas regies. Os espaos modernamente planejados e conectados com as

melhores aes de constituio de ncleos urbanos teriam ainda propiciado a formao
de lideranas polticas e empresariais que combinam com tanta modernidade. Nesse
percurso, a ideologia dos pioneiros acionada com alguma freqncia, embora se tenha o
entendimento de que ela no conseguiu se manter como um padro hegemnico: resgata-se
dos pioneiros a vontade de fazer, a vocao para o dinamismo, mas acrescenta-se a isso
a exigncia da mudana e da transformao que sobrepem os pioneiros e tudo que faz
parte do passado.
O imperativo do presente e a vocao para um futuro (que visto sempre como
uma fase onde tudo ser melhor) uma marca muito forte na cidade de Maring e em
toda a sua RM: em menos de 60 anos, a ideologia da ao de pioneiros, construindo um
espao, se no foi esquecida, ao menos, diluiu-se na criao de uma outra perspectiva que
soluciona e controla os problemas e que tira Maring do passado de regio pioneira
e a coloca no futuro de cidade com qualidade de vida e um importante plo para uma
regio cada vez mais elstica. Dessa forma, Maring se torna atraente e apresentada
como uma cidade que oferece condies para novas aes empreendedoras.
Entretanto, a ideologia da qualidade de vida deixa de fora tudo que fica nas franjas
da cidade: os pobres, os bairros perifricos, a falta de planejamento, os crimes contra a
propriedade. Enfim, a pobreza e a misria precisam ser apagadas. Assim como o padro
anterior excluiu da histria de Maring e da regio grupos sociais inteiros (ndios,

catadores de caf, ribeirinhos, caboclos e nipo-brasileiros), a ideologia da cidade verde e
com qualidade de vida resolve que os seus pobres no existem, ou que no so to pobres
assim e nem to violentos quanto os dos grandes centros urbanos.
Nessa regio metropolitana brasileira, que tem uma cidade mdia como plo, a
misria e a violncia so apresentadas como problemas sob controle ou passam a no
existir na hora em que a cidade apresentada como um produto a ser vendido.
330
330
ADORNO, SRGIO. Discriminao racial e justia criminal em So Paulo. Novos Estudos Cebrap.
So Paulo, 43, p. 45-63,. nov. 1995.
ANDRADE, Luciana Texeira; FIGUEIREDO, Fernanda Odilla Vasconcellos. Vulnerabilidade

social e criminalidade na Regio Metropolitana de Belo Horinzonte. Trabalho apresentado no XII
Congresso Brasileiro de Sociologia, GT Cidades: Transformaes, governana e Participao.

Belo Horizonte, 31 de maio a 3 de junho de 2005. Mimeo.
IPEA - INSTITUTO DE PESQUISA ECONMICA APLICADA. PIB Dados Preliminares.

Braslia: 2001.
MARING 2020. Disponvel em: <http://www.codem.org.br/codem/?action=maringa>. Acesso
em: 23 ago. 2005.
MORAES, Pedro Rodolfo Bod; SOUZA, Marcilene Garcia. Invisibilidade, preconceito e violncia
racial em Curitiba. Revista de Sociologia e Poltica. So Paulo, 13, p 7-16, nov. 1999.
MORAES, Pedro Rodolfo Bod. Punio, encarceramento e construo de identidade profissional entre
os agentes penitencirios. So Paulo: IBCCRIM, 2005.

maio de 2004.
ROLIM, Rivail Carvalho. O Policiamento e a Ordem. Histrias da Polcia em Londrina 1948-1962.
Londrina: Editora da Universidade Estadual de Maring, 1999.
WACQUANT, Loc. As Prises da Misria. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.
_____. Punir os Pobres. Nova gesto da misria nos Estados Unidos. Rio de Janeiro: Instituto
Carioca de Criminologia e Revan, 2003.
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
331
331
10
XVeijad&%
Captulo
Celene Tonella
'&$=[ije[:[i[cf[dê?dij_jkY_edWb
ZeiCkd_Yf_eiZWH[]_eC[jhefeb_jWdW
Z[CWh_d]|
Esta anlise tem por objeto o desempenho institucional e de gesto dos municpios
a partir de uma tica metropolitana. A incipincia da Regio Metropolitana de Maring
e a ausncia de um rgo metropolitana atuante se apresentam como os principais
obstculos a um projeto comum entre os municpios. Apesar disso, a reunio de informaes
homogneas se apresenta como um passo importante de preparao dos agentes envolvidos
e interessados em tornar a RMM uma realidade.
As informaes aqui reunidas adquirem o carter de plena atualidade j que foram
aplicados questionrios nas oito administraes municipais, em Maring, onde os dados
foram coletados em diversas secretarias. As informaes foram atualizadas para 2005 e,
em alguns poucos casos, foi possvel confrontar os dados coletados com os do Perfil dos
Municpios Brasileiros, gesto pblica, 2001, do IBGE.
Observa-se que os municpios que compem a RMM so bastante recentes,
a maioria foi instalada na dcada de 1950, fruto da frente de expanso capitaneada
pela cultura do caf (Tabela 64). A exceo Mandaguari, cuja data de instalao
anterior: 1937. Desmembramentos posteriores geraram os municpios de Floresta,
Sarandi e ngulo.
Como Anda Maring
333
8dbd6cYVBVg^c\{
333
&%#&#6heZXidhEdai^XdhZYZ<Zhid
Buscou-se observar, na Tabela 65, o grau de instruo dos prefeitos, vice-prefeitos,
bem como partidos pelos quais se elegeram e o grau de incidncia da reeleio. Seis
prefeitos tm superior completo e trs concluram o ensino mdio. Entre os vice-prefeitos,

cinco concluram o ensino superior, dois o ensino mdio, e dois, o ensino fundamental.
Os partidos pelos quais se elegeram foram: quatro pelo PMDB, trs pelo PP, um pelo
PDT e um pelo PT. Foram reeleitos os prefeitos de ngulo, Floresta, Mandaguau,

Marialva, Paiandu e Sarandi, ou seja, mais de 60% foram reconduzidos aos cargos pelos
seus eleitores nas eleies de 2004.
&%#'#EaVcZ_VbZcidBjc^XêVa
Procura-se aqui averiguar a intensidade do planejamento municipal tendo como
referncia a existncia ou no de instrumentos legais: Lei Orgnica Municipal, Lei
de Diretrizes Oramentrias, Lei de Oramento Anual, Plano de Governo, Plano

Plurianual de Investimento e Planos Estratgicos. O resultante da consulta foi que
todos os municpios dispem de Lei Orgnica, Plano Plurianual de Investimento, Lei
de Diretrizes Oramentrias e Lei de Oramento Anual. Quanto a planos Estratgicos,

ngulo, Mandaguau e Paiandu informaram no possuir. Mandaguau informou no
ter elaborado Plano de Governo, conforme consta na Tabela 67.
No que se refere a instrumentos de planejamento urbano (Tabela 68), a totalidade dos
municpios possuem Lei de Permetro Urbano, Lei de Parcelamento do Solo e Cdigo de
Obras. Oito municpios apontaram a existncia de Lei de Loteamento Equivalente (exceo

Sarandi) e Cdigo de Posturas (exceo Iguarau). Quanto ao Plano Diretor, obrigatrio para
os municpios pertencentes s regies metropolitanas, sete municpios indicaram a sua existncia
e ngulo informou no possuir, enquanto Floresta afirma que est em fase de elaborao.
Sobre outras legislaes especficas, como Cdigo de Vigilncia Sanitria, Lei do Solo Criado
e IPTU Progressivo, sete municpios informaram a sua existncia. Quanto legislao sobre
rea de interesse social, apenas cinco municpios informaram possuir tal mecanismo.
&%#(#:m^hicX^VYZ8dchgX^dh>ciZgbjc^XêV^h
Os Consrcios Municipais so instrumentos centrais na consolidao de regies
metropolitanas, pois permitem o encaminhamento de solues conjuntas para problemas

334
334
que extrapolam os limites municipais. No possvel um municpio resolver de forma
individual, por exemplo, a despoluio de um rio. Alguns so tradicionais e recorrentes em
inmeras regies como os Consrcios de Bacias Hidrogrficas, de Transporte Intermunicipal,

de Sade e, mais recentemente, os Consrcios referentes destinao do lixo urbano. Os
instrumentos de cooperao intermunicipal no so recentes, j registrados nas dcadas
de 1980, e intensificados na dcada de 1990, como parte do processo de descentralizao
de algumas polticas pblicas26. A Lei Federal 11.107, de 6 de abril de 2005, que dispe
sobre normas gerais de contratao de consrcios pblicos, transforma-se, hoje, em um

instrumento legal importante que dever incrementar a prtica da cooperao no s
entre governos, mas tambm em parcerias com a sociedade civil. A quase inexistncia de
conscios intermunicipais na RMM um indicador da incipincia do projeto. No entanto,

vale destacar que esto ocorrendo iniciativas importantes na rea de sade e na rea da
destinao do lixo urbano. Na rea de sade, o Conscio Intermunicipal de Sade (CIS)
foi o nico citado pelos agentes municipais (Tabela 69) e abrange no s os municpios da
RMM, mas tambm interliga os 30 municpios pertencentes Associao dos Municpios
do Setentrio Paranaense (Amusep). Sem descartar a sua importncia, destaque-se que
no um produto prprio da RMM, mas sim, de orientao federal.
As iniciativas relativas destinao do lixo urbano so produto de articulaes

intermunicipais. Verifica-se que este um problema de difcil soluo para os administradores
municipais por diferentes motivos: o volume cada vez mais expressivo, a destinao
adequada aterros sanitrios torna a poltica pblica onerosa e quase invivel para os
cofres pblicos municipais. O desemprego estrutural que marca negativamente a economia
brasileira empurra um volume grande de desempregados para a busca da sobrevivncia
na comercializao de reciclveis.
Alm do exposto, um dado que a atividade e o problema no respeitam os limites
tcnicos dos municpios e a busca de solues aponta claramente para a cooperao

intermunicipal. No caso de Maring e dos municpios em seu entorno, o problema saltava
aos olhos das sucessivas administraes, mas solues eram postergadas. O chamado lixo
de Maring, em 2000, j existia por 30 longos anos e, no ano de 2001, a equipe que assumiu
a Prefeitura Municipal de Maring teve como compromisso desocupar e desativ-lo. Uma
deciso judicial imps um ritmo acelerado ao processo de desocupao do espao, onde vivia
26
O tema discutido em CRUZ, M. C. M. T. (2002) Consrcios intermunicipais: uma alternativa de integrao regional ascendente.
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
335
335
do e no lixo um nmero considervel de pessoas. Nas primeiras incurses e tentativas

de desativao do lixo, o poder pblico teve que lidar com a resistncia dos catadores, pois
muitos moravam no local (durante a semana) em barracos precrios. Pode-se perceber por
levantamentos realizados na poca, que a maior parte do contingente de catadores era oriunda
dos municpios vizinhos, Sarandi (a 8 km) e Paiandu (a 15 km). Alm disso, fora registrada
a existncia de mais de 50 crianas vivendo no meio do lixo. O processo de desocupao

teve que contar com um esforo conjunto de vrias Secretarias do Municpio, e os catadores
se retiraram do local por meio da garantia de que tivessem condies mnimas de trabalho.
No bojo dessa ocupao, surgiu a proposta de formatao de cooperativas27.
Diante da complexidade e da necessidade de inmeros encaminhamentos conjuntos,

surgiu a articulao em torno do Conselho Gestor do Complexo do Lixo, frum pouco
institucionalizado, mas com a participao intensa dos segmentos envolvidos: representantes
das cooperativas, representantes das prefeituras de Maring, Sarandi e Paiandu e dos
chamados apoiadores, entidades que contribuam de alguma forma para a sustentabilidade
dos empreendimentos (eram, basicamente, a Universidade Estadual de Maring, por meio
do ncleo da Unitrabalho, a Cut/ADS e, no incio, o Sebrae). Na gesto 2001-2004 da
Prefeitura de Maring, existiu um ncleo de economia solidria ligado Secretaria de
Ao Social e Cidadania (Sasc).
Apesar da existncia das cooperativas, a dificuldade da administrao de Maring
em eliminar o lixo e de dispor de uma coleta seletiva estimulou a recomposio de um
contingente de catadores naquele espao. Segundo um lder informal dos trabalhadores do
lixo, diariamente, cinco compradores de material reciclado passam pelo local. Cada um
27
336
Existem hoje inmeras cooperativas de catadores de materiais reciclveis em Maring, Sarandi e Paiandu. As unidades - COOPERMARING - Cooperativa Maring de Materiais Reciclveis e Prestao de Servios, COCAREMA - Cooperativa de Reciclagem de Maring e COOPERNORTE
- Cooperativa Norte de Maring de Separadores e Separadoras de Materiais Reciclveis e Prestao
de Servios (Usina de Reciclagem) esto localizadas em Maring, mas compostas por moradores dos
trs municpios. Organizou-se, em seguida, duas novas cooperativas em Maring: COOPERCANO -Cooperativa Cano, e COOPERATIVA DAS PALMEIRAS. Estas so de catadores de rua
que esto h algum tempo sendo mobilizados para este tipo de organizao pelos mesmos agentes que
acompanharam e organizaram as primeiras cooperativas, j citadas. No ano de 2003, comeou tambm
a organizao dos trabalhadores catadores do lixo nos Municpios de Paiandu e Sarandi, os quais,
atualmente, esto se organizando em uma Cooperativa: a ASCEPMAR - Associao de Paiandu
de Materiais Reciclveis, e uma em Sarandi, a ASCEMAR - Associao dos Catadores de Materiais
Reciclveis. As cooperativas citadas compem hoje uma Central de Comercializao, uma cooperativa
de segundo grau, que tem por objetivo realizar venda de reciclveis conjuntamente e obter melhores
ganhos na transao. Existem, ainda, em Maring, outras associaes atuando isoladamente com a
reciclagem como a COOPERCICLA e a COLETIVA.
336
deles compra uns R$ 2 mil de lixo por dia. Pesam o que foi recolhido por cada um de ns,
pagam e revendem na cidade, contabiliza. Com uma comercializao de R$ 10 mil ao dia,

e considerando que os catadores trabalham de segunda a sbado, o giro de dinheiro no lixo
de Maring ultrapassa facilmente os R$ 200 mil por ms. So mais de 250 toneladas de lixo
urbano depositado ali por dia. O informante e outras dez pessoas da sua famlia trabalham
no local, que j garantiu a ele a compra de uma casa prpria, de um terreno, o pagamento
da prestao de outro terreno e a aquisio de um carro velho. Junto com minha mulher,
tiramos mais de R$ 1,8 mil por ms e sustentamos os cinco filhos que estudam, disse.
Cerca de 120 pessoas trabalham atualmente no local que, em agosto de 2004, foi reaberto
por ele e outras pessoas que j tinham sido retiradas do lixo e que vem no local uma
fonte de renda, pois Maring recicla em torno de 4% do lixo produzido28.
Aps as eleies municipais de 2004, o grupo que assumiu a administrao de
Maring iniciou uma outra articulao em busca de solues para a destinao do lixo
urbano. Os prefeitos de Maring, Sarandi, Paiandu e Marialva (Mandaguari incorporou-se

posteriormente) firmaram um compromisso verbal de formao de um consrcio intermunicipal para resolver de forma conjunta o problema do lixo urbano. Ocorrem reunies
peridicas do denominado Consrcio Intermunicipal do Lixo, buscando avaliar a melhor
forma para o tratamento do lixo em conjunto. Somando as quatro cidades, a produo

diria de lixo superior a 400 toneladas. De acordo com o presidente da Superintendncia
de Desenvolvimento de Recursos Hdricos e Saneamento Ambiental (SUDERHSA), dos
399 municpios paranaenses, 180 ainda sofrem com o problema dos lixes a cu aberto.
De acordo com a legislao, os aterros sanitrios em todos os municpios j deveriam
estar instalados e funcionando desde dezembro do ano passado, disse.
O prefeito de Sarandi avalia que, com a criao do consrcio intermunicipal, ser
possvel analisar vrias propostas e definir qual a melhor alternativa para solucionar o grave
problema do lixo que atinge os municpios da regio. O consrcio intermunicipal tambm
ressalta a importncia e a necessidade de termos a regio metropolitana regulamentada
pelo Estado, avaliou29. Observa-se que a discusso e as aes que envolvem a destinao
do lixo urbano tm propiciado um alto grau de integrao entre alguns municpios da
RMM, mais intensamente entre Maring, Sarandi e Paiandu.
28
Informaes veiculadas em O Dirio do Norte do Paran, em 13 de maro de 2005, p. 3.
29
Reportagem de Murilo Gatti e publicada em O Dirio do Norte do Paran, de 28 de abril de 2005, p. 3.
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
337
337
&%#)#FjVYgdYZ;jcX^dc{g^dh
A Tabela 3 rene informaes relativas ao quadro de funcionrios da administrao
direta e indireta das prefeituras da RMM. Buscamos comparar os nmeros disponveis
em 2001 com os fornecidos em 2005. Observamos que a totalidade das administraes

tiveram aumento no seu quadro de funcionrios e, algumas, em percentuais bastante
significativos, conforme se verifica por meio dos percentuais: ngulo foi a administrao
que mais cresceu em nmero de funcionrios, 60%; seguida de Marialva, 35,9%; Sarandi,
27,4%; Mandaguau, 24,1%; Paiandu, 23,4%; Floresta, 15,5%; Mandaguari, 14,2%. Cabe
destaque ao baixo crescimento, comparativamente, de Maring, com o incremento em sua
folha de apenas 8,9%. Iguarau tambm registrou baixo crescimento, de 8,1%. Os nmeros
se referem gesto 2001-2004 e aos primeiros meses da gesto que assumiu em 1 de
janeiro de 2005. Mesmo estando em vigor a Lei de Responsabilidade Fiscal, a tendncia

geral foi de crescimento das folhas de pagamento, e sempre necessrio destacar que as
administraes das localidades de menor porte so as principais empregadoras.
&%#*#6i^k^YVYZhIZgXZ^gôVYVhZ6i^k^YVYZh>c[dgbViôVYVh
Conforme consta na Tabela 7, a terceirizao de atividades na RMM se apresenta
ainda com baixa incidncia. A atividade de processamento de dados a mais terceirizada,

com seis indicaes, seguida dos servios de abastecimento de gua (cinco indicaes)
e os demais servios com quatro indicaes cada: obras civis, coleta de lixo hospitalar,
servio de esgoto sanitrio.
Por outro lado, a informatizao ocorre com grande intensidade nos municpios,
conforme Tabela 8. O Cadastro Imobilirio (IPTU) informatizado na totalidades dos

municpios. Itens, como banco de dados de patrimnio, tesouraria/contabilidade, controle
de execuo oramentria, cadastro de alvars, cadastro de ISS, cadastro de funcionrios
e folha de pagamentos, esto informatizados em todos os municpios, com exceo de

Mandaguau. Destaque-se que sete municpios dispem de pgina na internet, cinco
possuem cadastro/banco de dados da sade, e quatro tm mapeamento digital.
&%#+#9ZbdXgViôVdYV<ZhidBjc^XêVa
As prticas participativas se disseminaram no Brasil ao longo dos anos 1990 e, pode-se
afirmar, se consolidaram nos ltimos anos. Hoje possvel afirmar que os conselhos setoriais
338
338
de polticas pblicas esto institudos nos mbitos nacional, estadual e municipal, o que
permite visualizar um sistema nacional de participao no mais restrito aos grandes centros
urbanos, mas oportunamente interiorizado, como demonstraremos. O marco apontado por
todos aqueles que se debruam sobre o tema a Constituio Federal de 1988. Ela trouxe
consigo mudanas significativas para o desenho institucional da democracia brasileira,
medida que reconhecia formalmente uma srie de novos direitos e criava novos mecanismos
de participao poltica ao lado dos tradicionais procedimentos da democracia representativa.

A partir de inmeras proposies por iniciativa, inclusive, de segmentos organizados da
sociedade, polticas pblicas to importantes como as de sade, assistncia social e relaes de

trabalho, no mais seriam prerrogativas da burocracia estatal, mas passariam a ser formuladas
no interior de arenas decisrias que contassem com a participao da sociedade civil. Os

conselhos gestores representam um novo marco institucional do Estado brasileiro.
Passados quase quinze anos desde a promulgao da Carta de 1988, os conselhos
gestores tm se tornado um objeto de estudo cada vez mais recorrente na literatura

acadmica, mas so ainda pouco estudados se levarmos em conta a importncia poltica
e cultural que essas instituies podem ter para a democracia brasileira.
O balano do estgio de organizao dos conselhos gestores na RMM ser
dividido em duas fases: a primeira levar em conta o grau de organizao dos conselhos
gestores obrigatrios por lei federal: sade, criana e adolescente, trabalho, assistncia
social e a intensidade de sua presena no espao pblico municipal, auferindo-se, para
tanto, o seu carter deliberativo/consultivo e a existncia de fundo especial para a rea,

alm de periodicidade de reunies. Numa segunda abordagem, rastrearemos a existncia
de conselhos de iniciativa municipal como turismo, transporte, segurana, mulher, meio
ambiente, poltica urbana e oramento.
Os conselhos de sade, assistncia social, criana e adolescente e emprego/trabalho
esto instalados e regulamentados em toda a RMM. Quanto ao carter dos conselhos, se

deliberativo ou apenas consultivo, a expectativa, diante das atribuies previstas nas leis
que regulamentam esses conselhos (LOAS, Estatuto, Codefat etc.) que sejam todos
deliberativos.
Ao serem perguntados sobre a periodicidade das reunies, os informantes cons-
truram uma imagem que no compatvel com a expectativa de funcionamento ativo.

Perguntou-se se realizavam reunies com periodicidade semanal, mensal, bimestral ou
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
339
339
trimestrais e semestrais. Os municpios de Mandaguau, Mandaguari, Marialva, Maring,

Paiandu e Sarandi foram homogneos nas respostas, para os quatro conselhos citados,
ocorreram reunies mensais. Os municpios de ngulo, Floresta e Iguarau apontaram
periodicidades diversas e espaadas, entre bimestrais, trimestrais ou semestrais.
No que se refere aos conselhos de iniciativa municipal, o conselho de meio ambiente
teve o maior nmero de indicaes, est organizado em cinco municpios, conforme Tabela
10. O Conselho de Habitao recebeu duas indicaes, assim como o de Oramento. Quanto
aos outros conselhos, os dois municpios maiores dispem de um nmero importante de
rgos em funcionamento. Para Maring: conselho de trnsito, conselho de segurana,
conselho do idoso, conselho dos portadores de necessidades especiais, conselho da mulher,

conselho de cultura, conselho de turismo, conselho antidrogas, conselho de educao e
conselho do desenvolvimento econmico. Quanto ao municpio de Sarandi, indicou-se

a existncia de conselhos como o do idoso e da mulher.
No se defende a criao indiscriminada de conselhos, pois no a quantidade que
implica um maior envolvimento da comunidade na definio e fiscalizao e dos rumos
das polticas pblicas, mas, sim, a qualidade da participao nas estruturas existentes. Em
municpios de pequeno porte, no se justifica a organizao de um nmero excessivo de
conselhos, pois isso provocar duplicidade de participao, como j apontado em trabalho
realizado com os conselhos da regio:
em municpios menores, (...) o nmero de membros por conselho, a quantidade de

conselhos e a existncia de uma sociedade civil pouco organizada, levam a situaes
de dupla, tripla representao e em um caso extremo, pode ocorrer de uma pessoa ser
membro em quatro conselhos ao mesmo tempo. Cada rea de poltica social estabelece,
na legislao especfica, um nmero determinado de conselheiros, sem que sejam
discutidos, no conjunto, se a sociedade local d conta de absorver e fornecer quadros
para uma participao de qualidade. (TONELLA, 2003, p. 135-136).
&%#,#HîjVdYZBdgVY^Vh$AdiZVbZcidhJgWVcdh
As informaes fornecidas e que constam na Tabela 74 apontam uma situao de
certa regularidade no que diz respeito a moradias e loteamentos urbanos. Apenas Sarandi
indicou a existncia de dois ncleos de favelas. Quanto existncia de loteamentos
clandestinos, foi apenas detectado em Marialva e loteamentos irregulares foram indicados

10, em Maring, e 17 em Sarandi.
340
340
&%#-#>cXZci^kdhYZ6igVdYZ6i^k^YVYZh:Xdcb^XVhZ
8VeVXîVdEgdhh^dcVa
A prtica disseminada por todo o Brasil nas ltimas dcadas foi a da guerra fiscal
entre municpios e Estados para a atrao de atividades econmicas que gerassem emprego
e tributos s localidades. Ao se verificar os indicadores de incentivos de atrao de atividades
econmicas, conforme Tabela 78, constatou-se que, dos nove municpios, oito adotaram
a concesso de iseno de IPTU e fornecimento de infra-estrutura como prtica, cinco,

a iseno de ISS, trs indicaram a prtica de doao de terras, cinco municpios dispem
de rea industrial prpria. No que diz respeito a pessoal, os nove municpios apontaram
a existncia de programa de gerao de trabalho e renda e de capacitao profissional.
&%#.#>chigjbZcidhAZ\V^hYZ?jhi^VZHZ\jgVcVEWa^XV
Indagou-se acerca dos instrumentos legais de justia e segurana pblica: comisso
de defesa do consumidor, delegacia da mulher, defesa civil, judicirio de pequenas causas,

conselho tutelar e guarda municipal. Conforme consta na Tabela 79, apenas o conselho
tutelar est estruturado nos nove municpios, a segunda maior incidncia a da defesa civil,
organizada em seis municpios. O juizado de pequenas causas est implantado em cinco
municpios e a comisso de defesa do consumidor, em quatro. J a delegacia da mulher est
implantada apenas nos municpios maiores, Maring e Sarandi, observe-se que so esses
mesmos municpios que dispem de conselho da mulher em funcionamento. Finalmente,

a guarda municipal est estruturada apenas em Iguarau (com at dez componentes).
&%#&%#:fjêVbZcidhYZ8jaijgV!AVoZgZHZgk^dh
O grau de urbanizao no Brasil atingiu 82,1%, segundo o censo de 2000. Tal
informao torna homogneas situaes muito dspares, como tratar da cidade de So
Paulo, com mais de dez milhes de habitantes, e sedes municipais de at 18 habitantes,

como chama a ateno Eli da Veiga (2005). A definio de urbano no Brasil remonta ao
perodo Getulista, mais especificamente, ao Estado Novo (Decreto Lei 311/38) e est
em vigor at hoje. Na maior parte do mundo, h uma classificao territorial que leva
em conta diferenas, como as densidades populacionais, e discriminam assim povoados,

vilas e cidades.
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
341
341
A RMM rene alguns municpios com nmero reduzido de habitantes e detecta-se o
baixo grau de urbanizao que essas unidades possuem. Para auferir o grau de urbanizao,
leva-se em conta a presena/ausncia de equipamentos sociais bsicos da rea de sade,

servios e cultura/lazer.
Nos dois ltimos casos, servios e cultura/lazer, alguns indicadores foram selecionados
para anlise: bibliotecas, cinemas, museus, casas de espetculos/teatros, livrarias, videolocadoras,

entre outros, conforme consta na Tabela 80. Bibliotecas, clubes/associaes recreativas e Ginsio
poliesportivo so os nicos equipamentos existentes na totalidade dos municpios. Casas de
espetculos/teatro e videolocadoras existem em oito localidades. Seis municpios contam
com livrarias e provedores de internet. Lojas de discos, CDs e rdio AM foram registradas
em cinco municpios. Unidades de ensino superior esto presentes em trs municpios. H
rdio FM em quatro localidades. Detecta-se a ausncia ou quase inexistncia de museus,
cinemas e geradoras de TV (existentes em apenas dois municpios) e orquestras de msica.
Observe-se que os municpios menores (ngulo, Floresta e Iguarau) no dispem de
equipamentos importantes, como cinemas, livrarias e museus.
Shopping center um equipamento de servios mais complexo e foi apontado como
presente em Maring e Sarandi. Maring polariza fortemente o comrcio regional, os seus
inmeros shoppings centers e redes de supermercados atraem compradores de toda a regio,
e tal dinmica tem sido apontada pelos agentes locais como inibidora do desenvolvimento
endgeno.
9edYbkie
A desejvel articulao entre os municpios da regio, para buscar a soluo dos
problemas comuns, tem seu processo apenas iniciado, como relatamos, so iniciativas
tmidas diante das necessidades. H um alto grau de articulao em curso a partir da
temtica da destinao do lixo urbano e dos agentes envolvidos. A rea da sade caminha
tambm para a busca de solues partilhadas entre os municpios da regio.
Entende-se que superar as brutais diferenas de nvel de renda, qualidade de vida e
desenvolvimento econmico entre Maring e os de mais municpios, notadamente, Paiandu
e Sarandi, depende de vontade poltica dos governantes. O risco sempre presente as
articulaes em torno da Regio Metropolitana beneficiarem apenas alguns municpios.
342
342
CRUZ, M. C. M. T. Consrcios intermunicipais: uma alternativa de integrao regional ascendente.
In: CACCIA-BAVA, S.; PAULICS, V.; SPINK, P. (Org.). Novos contornos do desenvolvimento local:
conceitos em construo. So Paulo: Polis/FGV-EASP, 2002. p. 197-244.
Cadernos metrpole: desigualdade e governana. So Paulo, Educ, n. 10, p. 103-140, 2003.
_____. Relatrio de Pesquisa (CNPq). Poder Local e Polticas Pblicas: Um Estudo Exploratrio
sobre Conselhos Gestores. Maring, novembro de 2002.
TONELLA, C.; RODRIGUES, A. L. Metrpole regional no contexto da dinmica paranaense.
Anais... ENCONTRO ANUAL DA ANPOCS, 7, Caxambu, 2003.
VEIGA, E. da. A histria no nos absolver nem a geografia. Campinas: Armazm do Ip, 2005.
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
343
343
7d[nei
I67:A6+)6cdYZ>chiVaVdZ6cdYZ>c\gZhhdYdhBjc^Xe^dhcVGZ\^dBZigdedaîVcVYZ
BVg^c\{'%%*
c\jad
6cdYZ>chiVaVd
&..(
YdBjc^Xe^d
;adgZhiV >\jVgVj BVcYV\jVj

&.+&
&.**
&.*&
BVcYV\jVg^ BVg^VakV BVg^c\{ EV^VcYj HVgVcY^

&.(,
&.*&
6cdYZ>c\gZhhd
&..&..&..&..cVGBB
;dciZ/EgZ[ZîjgVhYdhBjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{!'%%*
DG<6C>O6vD/DWhZgkVig^dYVhBZigedaZhCXaZdBVg^c\{
&.*&
&.+&
&.-'
&..-
&..-
&..-
I67:A6+*CkZaYZ>chigjdYdhEgZ[ZîdhZK^XZ"egZ[Zîdh!EVgi^Yd6ijVaZGZZaZ^dYdh
EgZ[ZîdhedgBjc^Xe^dhGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%*
c\jad
;adgZhiV
CkZaYZ
>chigjdYd
EgZ[Zîd
>\jVgVj BVcYV\jVj BVcYV\jVg^ BVg^VakV
B:9
HJE
B:9
HJE
HJE
CkZaYZ
>chigjdYd
K^XZ"EgZ[Zîd
B:9
;JC
HJE
;JC
HJE
GZZaZ^d
EVgi^Yd6ijVa
EB97
EE
E9I
EB97
EE
344
344
BVg^c\{
EV^VcYj
IdiVa
HJE
HJE
HJE
HJE
HJE
B:9
EB97
m
EB97
EE
'%%&"Djigdh
'%%*"8AI
'%%*":hiViji{g^dh
'%%&"8AI
'%%&":hiViji{g^dh
'%%* YZ&%%%
'%%& YZ&%%%
'%%*"*%&V&%%%
'%%&"*%&V&%%%
'%%*"(%&V*%%
'%%&"(%&V*%%
'%%&"'%&V(%%
'%%*"'%&V(%%
'%%*"&%&V'%%
'%%&"&%&V'%%
'%%*"6i&%%
'%%&"Vi&%%
+%& -&,
BVg^VakV
Como Anda Maring

*+%.
+&. ,**
*&')
),, ,%(
+%% +)-
()% )&%
HVgVcY^
&+') '%+. &*%) &-**
+'% ,+*
,(, -)'
(-+ ),.
BVcYV\jVg^
&)% &,*
&,.
'+%
''*
&-* '%%
EV^VcY
'%%*"Djigdh
BVg^c\{
'%%&":hiViji{g^dh
;adgZhiV
&%
&
&(%
)-)
** &'* -'
'. +.
)+
., &')
'
')
'%%&"8AI
BVcYV\jVj
'%%*":hiViji{g^dh
>\jVgV
'%%*"8AI
'
*.
&-
'
&',
'() )( &&% &( ('
') )+ &% ')
*&&
,( &%& &% (+
', '-
'
% '() +.% ()) &,* &&* ,
'%%&"Djigdh
'
'%%*"Djigdh
'%%&"6edhZciVYdh
&( &-
'%%&"EZch^dc^hiVh
&&'
'%%*"6edhZciVYdh
-*
'%%&"H^b
&&% &,+
'%%*"EZch^dc^hiVh
% *'% (,+ % '+% (-+ ),. &.*- ')') ,'(( '%+. .%+- )+*- % &)+ )%' &.* *++ %
'%%*"H^b
EgZk^YcX^V
:m^hicX^V
YZ>chiîjiddj
;jcYd
Bjc^XêVaYZ
'
'%%&"Cd
c\jad
CbZgdYZ
[jcX^dc{g^dh
VedhZciVYdhZ
eZch^dc^hiVh
&
'%%*"Cd
idiV^h
Bjc^Xe^dh
CbZgdYZ[jcX^dc{g^dhVi^kdhcVh
VYb^c^higVdY^gZiVZ^cY^gZiV
CjbZgdYZhZgk^YdgZh
CbZgdYZhZgk^YdgZhVi^kdh
Vi^kdhYVVYb^c^higVd
cVVYb^c^higVdY^gZiV!edg
^cY^gZiV!edgkcXjad
kcXjadZbegZ\ViX^d
ZbegZ\ViX^d
I67:A6++8dbedh^dYdFjVYgdYZEZhhdVaYV6Yb^c^higVd9^gZiV!>cY^gZiVZ;jcX^dc{g^dh>cVi^kdh!edgBjc^Xe^dhGZ\^d
BZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%&'%%*
&
&
&
&
8dcigVidYZEgZhiVdYZHZgk^d
8dbd6cYVBVg^c\{
345
345
I67:A6+,:m^hicX^VYZAZ^Dg\}c^XV!EaVcd:higVi\^XdZ:m^hicX^VYZEaVcZ_VbZcid
Bjc^XêVa!GZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%*
c\jad ;adgZhiV >\jVgVj BVcYV\jVj BVcYV\jVg^ BVg^VakV BVg^c\{ EV^VcYj HVgVcY^ IdiVa
AZ^Dg\}c^XV
EaVcdYZ<dkZgcd
EaVcdEajg^VcjVaYZ
>ckZhi^bZcidh
AZ^YZ9^gZigôZh
DgVbZci{g^Vh
AZ^YZDgVbZcid
6cjVa
EaVcdh:higVi\^Xdh
m
m
m
I67:A6+-:m^hicX^VYZAZ\^haVdZ>chigjbZcidhYZEaVcZ_VbZcidJgWVcd!
edgBjc^Xe^dGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%*
EaVcd9^gZidg
AZ^YZEZgbZigd
JgWVcd
AZ^YZEVgXZaVbZcid
YdHdad
AZ^YZOdcZVbZcid
:fj^kVaZciZ
AZ\^haVdhdWgZ{gZVh
YZ^ciZgZhhZhdX^Va
AZ\^haVdhdWgZ{gZVh
YZ^ciZgZhhZZheZX^Va
8Y^\dYZDWgVh
8Y^\dYZEdhijgVh
8Y^\dYZK^\â}cX^V
HVcî{g^V
AZ^YdHdad8g^VYd
>EIJEgd\gZhh^kd
DeZgVZh>ciZga^\VYVh
DeZgVZhJgWVcVh
346
,
%
IgVch[ZgcX^VYZ
EdiZcX^Va8dchigji^kd
346
&
%
I67:A6+.:m^hicX^VYZ8dchgX^dh>ciZgbjc^XêV^h
YZHVYZ#GZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%*
:m^hicX^VYZ
8>H
FjVci^YVYZYZ
8>H
&
&
&
&
&
'
&
&
&
&%
'
EVgi^XêVd
<dkZgcd;ZYZgVa
EVgi^XêVd
<dkZgcd
:hiVYjVa
CZc]jb
m
m
Ydh9d^h
'
I67:A6,%:m^hicX^VYZHZgk^dhIZgXZ^gôVYdhGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%*
8daZiVYZa^md9db^Xâ^Vg
8daZiVYZa^md=dheîVaVg
8daZiVYZa^md>cYjhig^Va
&
&
KVggZYjgVYZGjVZ
A^beZoVJgWVcV
A^beZoVYZEgY^dhE"
Wa^XdhYV6YbBjc^XêVa
HZ\jgVcVYdhEgY^dh
YV6YbBjc^XêVa
DWgVh8^k^h
EgdXZhhVbZcidYZ9VYdh
m
m
HZgk^dYZ6YkdXVX^V
&
IgVchedgiZ:hXdaVg
BVcjiZcd:higVYVh$
K^VhEWa^XVh
8dciVWâ^YVYZ
HZgk^dYZ
6WVhiZX^bZcidYZ\jV
HZgk^dYZ:h\did
HVcî{g^d
Djigdh
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
347
347
I67:A6,&IêdYZ6i^k^YVYZh>c[dgbViôVYVh!edgBjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcV
YZBVg^c\{'%%*
E{\^cVcV>ciZgcZi
m
m
m
m
m
m
m
,
8VYVhigd$7VcXdYZ
m
m
m
m
m
*
9VYdhYVHVYZ
8VYVhigd$7VcXdYZ
m
m
m
m
)
9VYdh:YjXVd
8VYVhigd$7VcXdYZ
m
m
m
m
m
m
m
m
9VYdhEVig^bc^d
IZhdjgVg^V$
m
m
m
m
m
m
m
m
8dciVWâ^YVYZ
8dcigdaZYZZmZXjd
m
m
m
m
m
m
m
m
DgVbZci{g^V
8VYVhigdYZ6akVg{h
m
m
m
m
m
m
m
m
8VYVhigdYZ>HH
m
m
m
m
m
m
m
m
8VYVhigd>bdWâ^{g^d
m
m
m
m
m
m
m
m
m
.
">EIJ
8VYVhigdYZ
m
m
m
m
m
m
m
m
;jcX^dc{g^dh
;da]VYZEV\VbZcid
m
m
m
m
m
m
m
m
BVeZVbZcid9^\îVa
m
m
m
m
)
I67:A6,':m^hicX^VYZ8VYVhigd>bdWâ^{g^d!Xdb>cY^XVdYZ6a\jbVh8VgVXiZghi^XVh
Yd8VYVhigdedgBjc^Xe^dhGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%*
:m^hicX^VYZ8VYVhigd
m
m
m
m
m
m
m
m
m
.
>bdWâ^{g^d
>c[dgbViôVdYd
m
m
m
m
m
m
m
m
m
.
8VYVhigd>bdWâ^{g^d
8VYVhigdIZggîdg^Va
m
m
m
m
)
EgZY^VaZb8dc_jcid
8VYVhigdIZggîdg^VaZ
m
m
m
m
m
*
EgZY^VaHZeVgVYdh
CJc^YVYZhEgZY^V^h
,*&
&-&&&,*
))%%
.,&+
,&)+
-.%*)
-%&*
&,&%% &(.&,*
8VYVhigVYVh
CJc^YVYZhIZggîd"
)*)
,%%
''&&
'&'.
'%%&
(&,&'
)%'&
&)%(% *,'*g^V^h8VYVhigVYVh
Jai^bV6ijVaôVd
'%%)
'%%(
'%%)
'%%)
'%%&
'%%*
'%%(
'%%)
&..(
EaVciVKVadgZh>EIJ
EZgdYdai^bdGZXV"
'%%%
'%%'
'%%)
&..'%%&
'%%&
'%%&
&..&
'%%&
YVhigVbZcid>bkZ^h
348
348
HVYZ
6hh^hicX^VHdX^Va
9^gZîdhYVXg^VcVZYd
VYdaZhXZciZ
:begZ\d$IgVWVa]d
9Za^WZgVi^kd
8dchjai^kd
GZ\jaVb#$>chiVaVYd
GZ\jaVbZciVYd
;jcYd:heZX^Va
iZb
EZg^dY^X^YVYZ
9Za^WZgVi^kd
8dchjai^kd
GZ\jaVb#$>chiVaVYd
GZ\jaVbZciVYd
;jcYd:heZX^Va
iZb
EZg^dY^X^YVYZ
9Za^WZgVi^kd
8dchjai^kd
GZ\jaVb#$>chiVaVYd
GZ\jaVbZciVYd
;jcYd:heZX^Va
iZb
EZg^dY^X^YVYZ
9Za^WZgVi^kd
8dchjai^kd
GZ\jaVb#$>chiVaVYd
GZ\jaVbZciVYd
;jcYd:heZX^Va
iZb
EZg^dY^X^YVYZ
8dchjai^kd
GZ\jaVb#$>chiVaVYd
9Za^WZgVi^kd
GZ\jaVbZciVYd
;jcYd:heZX^Va
iZb
IdiV^h
. . . . , & , , , + & , ) , * & , * , * ) , * , * )
c\jad
m m m m m
7$I m m m
m
7$I m m
m m
7$I m m
m m
7$I m m
m m
7$I
;adgZhiV
m m m m m
>\jVgV
m m m m m
7$I m m m
m
7$I m
m m
7$I m
m
m HZbi m
m
m HZbi
BVcYV\jVj m m m m m
7$I m m m
m
7$I m
m
m BZch m m
m m m BZch m m
m m m BZch
BVcYV\jVg^ m m m m m
BZch m m m
m
BZch m m
m m
BZch m m
m m m BZch m m
m m m BZch
BVg^VakV
m m m m m
BZch m m m
m
BZch m m
m m
BZch m m
m m
BZch m m
m m
BZch
BVg^c\{
m m m m
EV^VcY
m m m m
m BZch m m m
m BZch m
m
m BZch m
m
m BZch m
m
m BZch
HVgVcY
m m m m m
BZch m m m
m
BZch m m
m m
BZch m m
m m
BZch m m
m m
BZch
DCI:/EgZ[ZîjgVhYdhBjc^Xe^dhYVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{!'%%*
DG<6C>O6vD/DWhZgkVig^dYVhBZigedaZh"CXaZdGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{
HdWgZVhVWgZk^VijgVhcdhîZchYZeZg^dY^X^YVYZ/hZbHZbVcVa!BZchBZchVa!7$IZcigZ7^bZhigVaZIg^bZhigVa!HZbiHZbZhigVa!>gg>ggZ\jaVg
CdhBjc^Xe^dhYVGBBcdXdchiVVZm^hicX^VYdhhZ\j^ciZhXdchZa]dh/8jaijgV!IgVchedgiZ!Edaî^XVJgWVcV
Bjc^Xe^dh
:YjXVd
I67:A6,(6:m^hicX^VYZ8dchZa]dhBjc^XêV^h!edggZVYZ6ijVd!edgBjc^Xe^dh!GZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%*
EZg^dY^X^YVYZ
Como Anda Maring
349
8dbd6cYVBVg^c\{
350
8jaijgV
=VWîVd
BZ^d6bW^ZciZ
EZg^dY^X^YVYZ
9Za^WZgVi^kd
8dchjai^kd
GZ\jaVb#$>chiVaVYd
GZ\jaVbZciVYd
;jcYd:heZX^Va
iZb
EZg^dY^X^YVYZ
9Za^WZgVi^kd
8dchjai^kd
GZ\jaVb#$>chiVaVYd
GZ\jaVbZciVYd
;jcYd:heZX^Va
iZb
EZg^dY^X^YVYZ
8dchjai^kd
GZ\jaVb#$>chiVaVYd
9Za^WZgVi^kd
GZ\jaVbZciVYd
;jcYd:heZX^Va
iZb
EZg^dY^X^YVYZ
9Za^WZgVi^kd
8dchjai^kd
GZ\jaVb#$>chiVaVYd
GZ\jaVbZciVYd
;jcYd:heZX^Va
iZb
IdiV^h
' ' " ' ' ' & & & &
( & ' & ' & ) &

( (
c\jad
;adgZhiV
m
m m
HZbi m cV
m m
HZbi
>\jVgV
BVcYV\jVj
BVcYV\jVg^ m m
m m m BZch
m m
m m
7$I
BVg^VakV
m m
m m m BZch
m cV
cV cV
cV
BVg^c\{
m
m m
BZch m cV
m m
BZch
EV^VcY
HVgVcY
m m m
m
BZch m
m m
BZch
Bjc^Xe^dh
Ijg^hbd
IgVchedgiZ
EZg^dY^X^YVYZ
9Za^WZgVi^kd
8dchjai^kd
GZ\jaVb#$>chiVaVYd
GZ\jaVbZciVYd
;jcYd:heZX^Va
iZb
9ZhZckdak^bZcidJgWVcd
GZ\jaVbZciVYd
;jcYd:heZX^Va
iZb
EZg^dY^X^YVYZ
8dchjai^kd
9Za^WZgVi^kd
GZ\jaVb#$>chiVaVYd
GZ\jaVbZciVYd
;jcYd:heZX^Va
iZb
EZg^dY^X^YVYZ
8dchjai^kd
9Za^WZgVi^kd
GZ\jaVb#$>chiVaVYd
GZ\jaVbZciVYd
;jcYd:heZX^Va
iZb
Como Anda Maring
DgVbZcid
&
9Za^WZgVi^kd
IdiV^h
&
&
&
"
" &
&
c\jad
;adgZhiV
>\jVgV
BVcYV\jVj
BVcYV\jVg^
BVg^VakV
BVg^c\{
m
m
m
7$I
EV^VcY
HVgVcY
m
m
Bjc^Xe^dh
Edaî^XVJgWVcV
>gg
EZg^dY^X^YVYZ
8dchjai^kd
GZ\jaVb#$>chiVaVYd
351
8dbd6cYVBVg^c\{
IdiVa EVgX^Va
<gVjYZ
VWgVc\cX^V
:m^hicX^V
YZ
Xdgi^dh
Cd
.
m
m
m
m
m
m
m
m
m
IdiVa EVgX^Va
<gVjYZ
VWgVc\cX^V
idiVaYZXdgi^dhXVYVhigVYdh
:m^hicX^V
adiZVbZcidh
XaVcYZhi^cdh
H^bVcd
Volume 7
m
&
Cd
m
m
m
m
m
m
m
m
H^bVcd
"
.
m
m
m
m
m
m
m
m
m
IdiVa EVgX^Va
8VYVhigddj
aZkVciVbZcid
YZadiZVbZcidh
XaVcYZhi^cdh
ai^bd
<gVjYZ
VWgVc\cX^V
&
H^bVcd
m
m
+
m
m
m
m
m
Cd
Cd
H^bVcd
H^bVcd
Cd
Cd
H^b
'%%'
&
m
m
m
m
m
m
m
m
&
&
IdiVa EVgX^Va
<gVjYZ
VWgVc\cX^V
:m^hicX^V
8VYVhigddjaZkVciVbZcid
YZ
YZadiZVbZcid^ggZ\jaVgZh
adiZVbZcidh
ai^bd
^ggZ\jaVgZh
H^bVcd
8VYVhigddj
aZkVciVbZcidYZ
Xdgi^dhai^bd
Cd
8VYVhigddj
aZkVciVbZcidYZ
[VkZaVhai^bd
H^bVcd
IdiVaYZYdb^Xa^dhZb[VkZaVh
IdiVaYZ[VkZaVh
IDI6>H
&
"
"
m
'
"
%
.
%
c\jad
m
m
m
;adgZhiV
m
m
m
>\jVgV
m
m
m
BVcYV\jVj
m
m
m
BVcYV\jVg^
m
m
m
BVg^VakV
m
m
m
BVg^c\{
m
m
m
EV^VcY
m
m
m
HVgVcY
m
'%%)
m
'
"
m
Bjc^Xe^dh
:m^hicX^V
YZ[VkZaVh
IdiVaYZadiZVbZcidhXaVcYZhi^cdh
XVYVhigVYdh
I67:A6,):m^hicX^VYZ;VkZaVh!8dgi^dhZAdiZVbZcidh>ggZ\jaVgZhZ8aVcYZhi^cdh!dj6hhZbZa]VYdh!8VYVhigd!<gVjYZ6WgVc\cX^VYd
8VYVhigd:CbZgdYZJc^YVYZh8VYVhigVYVhedgBjc^Xe^dh#GZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%*
Cd
352
Conjuntura Urbana
&,
&
&
&.
IdiVaYZadiZVbZcidh^ggZ\jaVgZh
XVYVhigVYdh
I67:A6,*:m^hicX^VYZg\d:heZXXdcVgZVYZ=VWîVd!8VYVhigdYZ;Vba^Vh
>ciZgZhhVYVhZbEgd\gVbVh=VWîVX^dcV^hZ8dchZa]dYZ=VWîVd!Z:m^hicX^VYZAZ^Xdb
>cY^XVdYdAdiZBc^bd!edgBjc^Xe^dh!GZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{
g\d:heZXXd
edai^XV
=VWîVX^dcVa
8VYVhigd
YZ;Vba^Vh
>ciZgZhhVYVh
ZbEgd\gVbVh
=VWîVX^dcV^h
8dchZa]d
Bjc^XêVaYZ
=VWîVd
Vi&'*b'
BV^hYZ&'*b'
'
'
,
m
m
m
AZ^cd
GZ\jaVbZciVYV
DG<6C>O6vD/DWhZgkVig^dYVhBZigedaZh"CXaZdBVg^c\{
I67:A6,+:m^hicX^VZIêdYZEgd\gVbVdj6dcVgZVYZ=VWîVd!edgBjc^Xe^dh!
GZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%*
c\jad ;adgZhiV >\jVgVj BVcYV\jVj BVcYV\jVg^ BVg^VakV BVg^c\{ EV^VcYj HVgVcY^
8dchigjdYZ
m
m
m
m
m
m
Jc^YVYZh
D[ZgiVYZAdiZh
m
JgWVcôVdYZ
6hhZciVbZcidh
GZ\jaVgôVd
;jcY^{g^V
D[ZgiVYZ
BViZg^VaYZ
m
Xdchigjd
BZa]dg^VYZ
Xdgi^dh
IdiVa
+
&
%
%
&
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
353
353
I67:A6,,IdiVaYZA^XZcVheVgV8dchigjdZIdiVaYZ6akVg{hYZ=VWîVd8dcXZY^Ydh!
edgBjc^Xe^dhGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%)
IdiVaYZa^XZcVh
(
&cV
'*
&%*
&(&.
)*-&
cV
cV
+%*&
eVgV8dchigj^g
IdiVaYZ6akVg{hYZ
(
&.
,+
'*
&%*
&(&.
),&'
(-%
,,%+ &)()*
=VWîVd
I67:A6,-:m^hicX^VZIêdYZ>cXZci^kdheVgV6igV^g6i^k^YVYZh:Xdcb^XVhZ:m^hicX^V
YZEgd\gVbVhdj6ZhYZ8VeVXîVdEgdhh^dcVa
c\jad ;adgZhiV >\jVgVj BVcYV\jVj BVcYV\jVg^ BVg^VakV BVg^c\{ EV^VcYj HVgVcY^
>hZcd>EIJ
m
m
m
m
m
m
m
m
>hZcd>HH
m
m
m
m
m
m
9dVdYZIZggVh
m
m
m
;dgcZX^bZcidYZ
m
m
m
m
m
m
m
m
>c[gV"ZhigjijgV
9^higîd>cYjhig^Va
m
m
m
m
m
<ZgVdYZ
m
m
m
m
m
m
m
m
m
IgVWVa]dZGZcYV
8VeVXîVd
m
m
m
m
m
m
m
m
m
Egdhh^dcVa
IdiVa
+
(
*
.
.
I67:A6,.IêdYZ>chigjbZcidhAZ\V^hYZ?jhi^VZHZ\jgVcVEWa^XV:m^hiZciZh!
Z:m^hicX^VYZ<jVgYVBâîVg!edgBjc^Xe^dh!GZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%*
8db^hhd9Z[ZhV
Yd8dchjb^Ydg
CXaZd9ZaZ\VX^V
YVBja]Zg
9Z[ZhV8^kâ
?jôVYdYZ
EZfjZcVh8VjhVh
8dchZa]dIjiZaVg
<jVgYVBjc^XêVa
CdIZb
<jVgYVBjc^XêVa
Vi&%
354
354
'
&
<jVgYVBjc^XêVa
%
YZ&&V'%
<jVgYVBjc^XêVa
%
YZ'&V)%
<jVgYVBjc^XêVa
%
BV^hYZ)%
I67:A6-%IêdYZ:hiVWZaZX^bZcidh8jaijgV^hZYZAVoZg:m^hiZciZhZYZ7VcYVYZ
Bh^XVZYZDgfjZhigV!edgBjc^Xe^dh"GZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%*
7^Wa^diZXVh
BjhZjh
8VhVhYZ
:heZi{Xjad$IZVigdh
8^cZbVh
8ajWZh$6hhdX^VZh
GZXgZVi^kVh
<^c{h^d
Eda^Zhedgi^kd
7VcYVYZBh^XV
DgfjZhigV
M
M
M
M
M
M
M
M
M
.
M
M
'
M
'
'
I67:A6-&IêdYZ:hiVWZaZX^bZcidhHZaZX^dcVYdhYZ8dbgX^d!HZgk^dhZAVoZg
:m^hiZciZh!edgBjc^Xe^dh"GZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{'%%*
K^YZdadXVYdgV
M
M
M
M
M
M
M
M
M
.
A^kgVg^V
M
M
M
M
M
M
+
Ad_VYZ9^hXdh!
M
M
M
M
M
*
;îVhZ8Yh
H]dee^c\8ZciZg
M
M
'
Jc^YVYZhYZ
M
M
M
(
:ch^cdHjeZg^dg
GVY^d6B
M
M
M
M
M
*
GVY^d;B
M
M
M
M
)
<ZgVYdgVYZIK
M
M
'
EgdkZYdgYZ
M
M
M
M
M
M
+
>ciZgcZi
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
355
355
&&
11
Captulo
XVeijad
Maria Cristina Rosa
Luiz Modesto Costa
''$7d|b_i[Ze:[i[cf[dê<_iYWbZeiCkd_Yf_ei
A anlise tomou por base os dados apresentados no Relatrio de Atividades 1
Identificao dos Espaos Metropolitanos e Construo de Tipologias (verso abril de 2005)
e no Relatrio de Atividades 3c Anlise do Desempenho Fiscal dos Municpios das reas
Metropolitanas (dezembro de 2004), vinculados ao Projeto Anlise das Regies Metropolitanas
do Brasil, e reorganizados nas Tabelas 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9.
Cabe esclarecer que, do Relatrio 1, foram selecionados dados de nove municpios
da Regio Metropolitana de Maring (RMM): ngulo, Floresta, Iguarau, Mandaguau,
Mandaguari, Marialva, Maring, Paiandu e Sarandi, tendo em vista que o Relatrio 3c
apresenta dados de sete municpios, com excluso de ngulo e Floresta. O Municpio de
ngulo foi desmembrado de Iguarau em 1993 e, com Floresta, foi incorporado RMM
pela Lei Complementar 13.565/2002.
Com aprovao do Projeto de Lei Complementar 18, em maio de 2005, a RMM

passou a compreender 13 municpios (ngulo, Iguarau, Mandaguau, Mandaguari,
Marialva, Paiandu, Sarandi, Maring, Floresta, Doutor Camargo, Ivatuba, Astorga
e Itamb), enquanto o Projeto de Lei Complementar 688/2003, que regulamenta
seu funcionamento e cria o Conselho de Desenvolvimento da Regio Metropolitana,
encontra-se em tramitao na Assemblia Legislativa do Paran.
No estudo Caracterizao e Tendncias da Rede Urbana do Brasil (IPEA, 2002),
Maring classificada como Centro Sub-regional. De acordo com o Relatrio de
Atividades 1 (p. 76), na hierarquizao dos espaos urbanos, a RMM est situada no
Grupo 6, sendo considerada uma aglomerao urbana no-metropolitana, visto que, entre
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
357
357
outros indicadores, a maior parte dos municpios que compem a RMM apresenta baixo
grau de integrao na dinmica da aglomerao.
No conjunto da RMM, apenas trs municpios (Maring, Paiandu e Sarandi)

tm alto grau de integrao na dinmica da aglomerao, constituindo uma mancha
contnua de ocupao, envolvendo fluxos intermunicipais, complementaridade funcional
e integrao socioeconmica. Nessa rea, localiza-se a maior parte das agncias bancrias
(39), dos empregos em atividades de ponta (5.571), dos empregos formais (92.315) e a
sede de uma empresa dentre as 500 maiores do Pas. Mas apenas a cidade ncleo tem
condio social muito boa. Paiandu e Sarandi, bem como as demais cidades da RMM,
so classificadas em condio social mdia (Tabelas 1 e 2).
Com base nos dados apresentados na Tabela 3, tem-se que a mdia do PIB30 per
capita do total de oito municpios da RMM (3,92) pouco superior mdia do PIB per
capita das demais cidades excluda a cidade ncleo (3,31). Mas, comparando esses dados
com as demais Regies Metropolitanas do Grupo 6, constata-se que a mdia do PIB
per capita da RMM bem inferior mdia das Regies Metropolitanas Vale do Itaja
(6,43), Carbonfera (5,44), Tubaro (5,29), ficando prxima da mdia do PIB per capita
da Regio Metropolitana Foz do Itaja (3,83) e Vale do Ao (3,03).
Considerando os indicadores de renda e populao, apresentados na Tabela 4
(Anexo), verifica-se que o PIB per capita da cidade ncleo (8,18) bem maior que o PIB
per capita das demais cidades da RMM, sendo 40% a 50% superior ao PIB per capita de
cinco cidades (ngulo, Iguarau, Mandaguau, Mandaguari, Marialva), que tm baixa
integrao na dinmica da aglomerao, e 80% superior ao de Paiandu (1,63) e Sarandi
(1,58), cujos limites geogrficos se confundem com a cidade ncleo e tm alto grau de
integrao na dinmica da aglomerao.
De acordo com o Relatrio de Atividades 3c (p. 9), em diversas Regies
Metropolitanas do Brasil, h cidades perifricas com renda per capita maior que a cidade
30
358
O Produto Interno Bruto (PIB) refere-se ao total dos bens e servios produzidos pelas unidades produtoras residentes, sendo, portanto, a soma dos valores adicionados pelos diversos setores acrescidos
dos impostos, lquidos de subsdios, sobre produtos no includos na valorao da produo. Por outro
lado, o produto interno bruto igual soma dos consumos finais de bens e servios valorados a preo
de mercado, sendo, tambm, igual soma das rendas primrias. Do lado da renda igual remunerao dos empregados, mais o total dos impostos, lquidos de subsdios, sobre a produo e a importao,
mais o rendimento misto bruto, mais o excedente operacional bruto.
358
ncleo. Nas RMs do Grupo 6, isso se verifica nas RM Vale do Ao, RM Carbonfera
e RM Tubaro, mas no na RM de Maring, considerando o PIB per capita em 1996
com preo de 2000 (cf. Relatrio 1, p. 86-92). No ano de 2002, entretanto, Iguarau
apresentou PIB per capita pouco maior que Maring 9.195 e 9.058 respectivamente
(Tabelas 86 e 87).
A variao real mdia do PIB per capita entre 1999 e 2002 foi positiva em quatro
dos nove municpios da RMM (ngulo, Iguarau, Mandaguau e Marialva), e negativa

nos demais, includa a cidade ncleo, embora o crescimento do PIB no mesmo perodo seja
positivo em todos os municpios da RMM, com destaque para Iguarau e Mandaguau,

com os maiores ndices (32,40% e 31,87%, respectivamente), e Mandaguari com o menor
ndice (8,79%) dentre todos os municpios (Tabela 88).
Ressalte-se que Paiandu e Sarandi apresentaram taxas elevadas de crescimento
populacional no perodo 2000-2004 (3,39 e 3,97, respectivamente), se comparadas s taxas
de crescimento das demais cidades da RMM, com taxas entre 1,07 e 2,61. Mas nenhuma
cidade da RMM apresentou crescimento populacional negativo, a menor taxa de Iguarau
(1,07), cuja integrao na dinmica da aglomerao baixa (Tabelas 82 e 85).
Os indicadores de receitas, apresentados na Tabela 8, permitem aferir o grau de
autonomia e de estabilidade das diversas fontes e de liberdade de utilizao em cada
municpio. No caso da Regio Metropolitana de Maring, a receita resultante da arrecadao

municipal prpria, ou seja, a receita resultante dos tributos administrados diretamente
pelo municpio e sobre os quais pode legislar (IPTU, ISS, ITBI e outras taxas), seguindo
a tendncia geral dos municpios brasileiros, maior na cidade ncleo, atingindo 36,92%
da receita total, do que a mdia do total da Regio (16,20%) ou a mdia das demais
cidades excluda a cidade ncleo (12,92%). Os municpios de Iguarau e Mandaguau
apresentam os menores percentuais de arrecadao de recursos prprios (9,04% e 8,66%,

respectivamente), abaixo, inclusive, da mdia das demais cidades, excluda a cidade ncleo
com 12,92% (Tabela 90).
Observe-se que, em geral, a receita prpria das diferentes cidades das Regies
Metropolitanas metade da receita prpria da cidade ncleo (cf. Relatrio 3c, p. 5) e, no
caso em anlise, a mdia da receita prpria das demais cidades (12,92%) representa apenas
um tero da receita prpria da cidade ncleo (36,92%), indicando grande disparidade entre
os municpios da RMM, o que dificulta a cooperao na soluo de problemas comuns.

8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
359
359
A receita resultante de recursos prprios, acrescida das transferncias de cota-parte
de tributos federais e estaduais (ITR, IRRF, cota-parte do ICMS, cota-parte do IPV,

Fundo de Participao dos Municpios etc.) tambm maior na cidade ncleo (50,31%)
do que a mdia das demais cidades (20,21%), ou a mdia do total da Regio (24,51%),
indicando que a cidade ncleo tem maior estabilidade da receita. Novamente, os Municpios
de Iguarau e Mandaguau apresentam os menores ndices em relao a esse indicador
(14,35% e 17,44%, respectivamente), o que talvez se explique pelas diferenas na forma
de relacionamento com os demais entes federados.
Em relao parcela da receita total que se origina de fontes garantidas por lei
(transferncias compensatrias da assistncia social e transferncias especiais como

sade e educao), a cidade ncleo apresenta menor ndice (69,68%), abaixo da mdia
das demais cidades (84,14%) e da mdia do total da Regio (81,82%). Chama a ateno
Paiandu, que tem 93,28% da receita total garantidos por transferncias legais. Isso
indica menor propenso a cooperar em projetos de interesse comum, tendo em vista

a forte vinculao das receitas e a necessidade de arcar com despesas de competncia
exclusiva do municpio com a parcela livre da receita, como a varrio das ruas, coleta
de lixo e iluminao pblica.
Quanto dependncia de fontes no asseguradas por lei, ou seja, de fontes financeiras
(valores imobilirios, operaes de crdito, de alienao de ativos e de amortizao de

emprstimos), Iguarau apresenta ndice (10,78%) bem acima da cidade ncleo (1,86%) e
da mdia das demais cidades (4,73%), o que indica dificuldades para o desenvolvimento de
projetos de mais longo prazo, enquanto Marialva e Mandaguau apresentam os menores

ndices (0,72% e 0,53%, respectivamente).
Em relao parcela mnima de vinculao das receitas municipais para sade e
educao (transferncias vinculadas na origem como SUS, FNAS e Fundef ), a cidade

ncleo apresenta ndices inferiores mdia das demais cidades, tanto sobre a Receita total
como sobre a Receita fiscal, enquanto Paiandu e Sarandi apresentam os maiores ndices
de vinculao da receita com sade dentre as cidades consideradas na anlise (Tabela 9).
Os indicadores de despesa demonstram a estrutura de utilizao dos recursos por
grupo de despesas e por funo de governo. Na RMM, a cidade ncleo apresenta ndice
(43,01%) na rubrica despesa com pessoal prximo da mdia do total da Regio (43,98%)
e da mdia das demais cidades (44,15%), mas tem ndice relacionado a outras despesas
360
360
correntes (46,65%) superiores mdia do total da Regio (38,95%) e mdia das demais
cidades excluda a cidade ncleo (37,66%). O destaque Sarandi, que apresenta ndice de
48,25% comprometido com despesa de pessoal, superando a mdia das demais cidades,
excluda a cidade ncleo (44,15%), ou a mdia do total da Regio (43,98%).
Quanto parcela correspondente ao servio da dvida, a cidade ncleo tem
comprometimento de 6,44% da receita total, enquanto a mdia do total da Regio

4,95% e, das demais cidades, 4,70%. O ndice de 3,72% de comprometimento da
receita corrente lquida com servio da dvida no caso de Mandaguari, bem menor que
o da cidade ncleo (5,80%), da mdia do total da Regio (5,09%) e da mdia das demais
cidades, excluda a cidade ncleo (4,98%). Vale lembrar que o servio da dvida consome,
em mdia, 7% da receita das grandes cidades, e um alto valor desse item compromete a
capacidade de investimentos.
No indicador investimentos e outras despesas de capital, a cidade ncleo apresenta o
menor ndice (3,91%), bastante inferior mdia do total da Regio (12,11%) e mdia das
demais cidades, excluda a cidade ncleo (13,47%). Iguarau, Mandaguau e Mandaguari
apresentaram despesas com investimentos e outras despesas de capital (17,08%, 18,55%
e 18,05%, respectivamente) muito superiores ao ndice da cidade ncleo (3,91%) e pouco
maior que a mdia do total da Regio (12,11%) e das demais cidades, excluda a cidade
ncleo (13,47%).
Em relao rigidez do oramento total e do oramento fiscal, que indica a parcela
do oramento que estaria comprometida na ausncia de qualquer receita financeira, ou
seja, a despesa resultante de obrigaes legais (educao e sade financiadas com recursos
vinculados) e as despesas relacionadas ao servio da dvida, legislativo e despesa de pessoal
nas demais reas, verifica-se que a cidade ncleo apresenta ndices inferiores (52,29%
sobre o oramento total e 53,28% sobre o oramento fiscal) mdia do total da Regio
(61,77% e 63,94%, respectivamente) ou mdia das demais cidades, excluda a cidade
ncleo (63,35% e 65,71%).
No item prioridade dos gastos, confirma-se a tendncia geral das cidades brasileiras
de priorizar o gasto social, que envolve Assistncia Social, Previdncia, Direitos de
Cidadania, Sade, Educao, Cultura, Trabalho, Desporto e Lazer. Na cidade ncleo, o
ndice de 68,63%, pouco inferior mdia do total da Regio (71,52%) e mdia das
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
361
361
demais cidades, excluda a cidade ncleo (72,01%). O destaque nesse item para Sarandi,
que utiliza 81,50% da receita total com gastos sociais.
Quanto ao gasto urbano total, que envolve os gastos na funo habitao e saneamento,
alm das obras de infra-estrutura, transportes e servios como coleta e tratamento do lixo
e iluminao pblica, na cidade ncleo e no Municpio de Mandaguau, os ndices de
8,61% e 9,64% so bem inferiores mdia de gasto das demais cidades, excluda a cidade
ncleo (19,33%), e mdia do total da Regio (17,80%), com destaque para Mandaguari
(23,53%) e Marialva (22,09%).
Observe-se que as funes habitao e saneamento, em geral, absorvem poucos
recursos. No caso da RMM, os Municpios de Marialva e Sarandi gastam 5,51% e
5,69%, respectivamente, na funo saneamento. Enquanto a cidade ncleo, Mandaguari

e Paiandu nada gastam nessa funo. Em relao aos gastos com a funo habitao,
a cidade ncleo despende 0,11% e Marialva 0,69% do gasto urbano total, e os demais
municpios nada gastam nessa funo.
Indicadores de endividamento e capacidade de investimento permitem examinar a
sustentabilidade do investimento. No caso da RMM, o ndice de investimento efetivo da
cidade ncleo (3,50%) muito inferior mdia do total da Regio (12,31%) e mdia
das demais cidades, excluda a cidade ncleo (13,78%), com destaque para Mandaguari e
Mandaguau que apresentam ndices bem superiores (19,58% e 19,27%, respectivamente).
Vale destacar que Mandaguari disponibiliza o menor percentual (3,25%) da receita para
pagamento do servio da dvida dentre os municpios analisados.
Em relao ao equilbrio de curto prazo, o ndice sobre o total investido na

cidade ncleo (400,06%) muito superior mdia do total da Regio (156,78%) ou
mdia das demais cidades, excluda a cidade ncleo (112,74%). Mas, considerado o
equilbrio de curto prazo sobre o total da receita, o ndice de Maring (14%) bem
prximo mdia do total da Regio (13,10%) e das demais cidades, excluda a cidade
ncleo (12,95%).
Quanto sustentabilidade do investimento no curto e longo prazo, a cidade
ncleo apresenta ndices (384,52% e 363,59%, respectivamente) bem superiores
mdia do total da Regio (129,59 no curto prazo e 116,50% no longo prazo) e mdia
das demais cidades, excluda a cidade ncleo (87,11% e 75,32%, respectivamente).
362
362
Mandaguari apresenta o maior ndice de investimento efetivo (19,58%), dos quais,

32,52% sustentveis no curto prazo e 29,85% no longo prazo, dentre os sete municpios
em anlise, muito acima do ndice da cidade ncleo (3,50%), da mdia do total da

Regio (12,31%) e da mdia das demais cidades, excluda a cidade ncleo (13,78%)
(Tabelas 89 e 90).
9edYbkie
A anlise indica que a disparidade dos ndices relacionados receita resultante
da arrecadao municipal prpria (que varia de 36,92% na cidade ncleo a 8,66% em

Mandaguau), associada forte vinculao das receitas que tm origem em fontes
garantidas por lei (entre 69,68%, na cidade ncleo, e 93,28% da receita total, no caso de
Paiandu), e aos altos percentuais da receita consumidos com o servio da dvida, que
chega a 6,44% da receita total da cidade ncleo e mdia de 4,70% nas demais cidades,
restringem a disponibilidade de recursos para investimentos em projetos de interesse
comum na RMM.
Os ndices de investimento efetivo sustentam a afirmao anterior. A cidade ncleo,
que apresenta maior receita resultante de arrecadao de recursos prprios e o menor
ndice de vinculao das receitas garantidas por lei, consome percentual equivalente
ao das grandes cidades com servio da dvida (em mdia 7%), apresentando o menor
percentual de investimento efetivo (3,50%), enquanto Mandaguari, que tem baixo
grau na dinmica da aglomerao e apresenta o menor ndice de comprometimento da
receita com servio da dvida (3,72%), tem o maior ndice (23,53%) de gasto urbano
total e o maior ndice de investimento efetivo (19,58%) dentre os municpios da RMM
selecionados para anlise.
OBSERVATRIO DAS METRPOLES. Anlise das Regies Metropolitanas do Brasil. Relatrio
de atividades 3c: Anlise do Desempenho fiscal dos municpios das reas metropolitanas. Rio de
Janeiro: Observatrio das Metrpoles, 2004. Disponvel em: <http://www.observatoriodasmetropoles.
ufrj.br/produtos/produto_mc_4.pdf>.
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
363
363
PARAN. Assemblia Legislativa. Lei Complementar 83, de 1998. Institui a Regio Metropolitana
de Maring. Curitiba: 1998.
RIBEIRO, L. C. Q. et. al. Identificao dos Espaos Metropolitanos e Construo de Tipologias. Rio
de Janeiro: Observatrio das Metrpoles, 2005.
364
364
7d[nei
I67:A6-'>cY^XVYdgZhHZaZX^dcVYdheVgV>YZci^XVdYdC^kZaYZ>ciZ\gVdcV9^c}b^XV
YV6\adbZgVdYdh<gVcYZh:heVdhJgWVcdh7gVhâZ^gdh
>cY^XVYdgZh
;Vidg^Va
CeZhhdVh EZgXZcijVa
>ciZ\gVd
IVmVYZ
igVWVa]Vb eZhhdVh EZgXZcijVa
:heVdh
8dcY^d
cVY^c}b^XV
9Zch^YVYZ
Bjc^Xe^d
XgZhX^bZcid
djZhijYVb igVWVa]Vb dXjeVYdh
JgWVcdh
>chiîjX^dcVa
YVV\adbZ" :hXdgZ >cY^XZ
]VW$`b
ede#IdiVa
djigd djZhijYVb c}d
gVd
'%%%
&..&$'%%%
bjc^Xe^d Zbdjigd V\gXdaVh
'%%%
bjc^Xe^d
c\jad
&!.(
',
'-(
&(!,&
*+!'*
7V^mV
"%!,& %!'.
;adgZhiV
&!(('
*,*
&+!()
,)!.%
7V^mV
"%!)' %!(+
>\jVgVj
%!.,
''
'&&
-!*(
,&!-,
7V^mV
"%!+. %!'.
BVcYV\jVj
&!*'
*,
'%('
&-!'%
,+!**
7V^mV
"%!', %!)%
BVg^c\{ BVcYV\jVg^
GB
&!'*
.(
&'%%
*!*'
-(!',
7V^mV
"%!(- %!(,
BVg^VakV
'!++%
&*,)
,!-(
++!'+
7V^mV
"%!*' %!()
EV^VcYj
(!+.
&-%
*.',
(%!&&
.%!,'
6aiV
%!*) %!+&
HVgVcY^
)!*'
+.'
&*&-)
('!+)
.)!&%
6aiV
%!-) %!+.
BVg^c\{
'!%+
*.'
).))
'!()
.*!))
Ead
%!%( %!);dciZ/>7<:!VejY#GZaVig^dYV6i^k^YVYZ&>YZci^XVdYdh:heVdh
BZigdedaîVcdhZ8dchigjdYZIêdad\^VhkZghdVWgâ$%*VcZmd(e#-,#
Dg\VcôVd/DWhZgkVig^dYVhBZigedaZhCXaZdGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
365
365
6cYVbVhGZ\^ZhBZigdedaîVcVh
366
EdejaVd:hi^bVYV'%%)
8VgVXiZgôVdYVGZYZ
JgWVcVhZ\jcYd>E:6'%%%
CYZbjc^Xe^dh
>YZci^XVd
8ViZ\dg^V>chiîjX^dcVa
>cY^XVYdgZhYVYZch^YVYZ
ZXdcb^XV
9^hig^Wj^deZgXZcijVaYV
edejaVdedgXdcY^dYd
bjc^Xe^de#*.
8dcY^d
HdX^Va
ChZYZh
:heVdh
C
C
ZbegZhVh
ZbegZ\dh JgWVcdh!
V\cX^Vh ZcigZ
[dgbV^hZb hZ\jcYd
WVcX{g^Vh Vh*%%
Vi^k^YVYZYZ XViZ\dg^Vh
'%%(
bV^dgZh
edciV'%%'
'%%)
BVg^c\{ 8HG &' & && *(.#%,+
*)
&
+#*(*
7dV
*-!-% %!% )&!'% %!% %!%
KVaZYd>iV_V 8HG &+ - , & +&'#,-(
.%
&
&&#)+*
Bjîd7dV --!)% &&!%% %!,% %!% %!%
;doYd>iV_V 8HG . ' , )(,#-%.
(.
&
)#(,%
7dV
*-!-% )&!'% %!% %!% %!%
GB
8VgWdc[ZgV 8HG &% ' - ()-#,*,
*%
&
(#)+.
7dV
*+!,% )(!(% %!% %!% %!%
IjWVg}d
H$8 &- ' , - & ()(#)-&
)+
%
'#&,-
BY^V6aiV ((!%% (+!(% '+!+% )!&% %!%
KVaZYd6d 8HG '* ( , + * *.+#&,)
)%
&
&-#-+- BY^V7V^mV %!% +,!,% &'!*% &'!*% +!-%
;dciZ/>7<:!VejY#GZaVig^dYV6i^k^YVYZ&>YZci^XVdYdh:heVdhBZigdedaîVcdhZ8dchigjdYZIêdad\^VhkZghdVWgâ$%*VcZmd&e#+)#
Dg\VcôVd/DWhZgkVig^dYVhBZigedaZhCXaZdGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{
8GH8ZcigdHjW"GZ\^dcVaH$8HZb8aVhh^XVd
CYZbjc^Xe^dh
hZ\jcYdXdcY^dhdX^Va
6aid
Bjîd7V^md
6aid
Bjîd7V^md
7V^md
Bjîd7V^md
Bjîd8dcXZcigVYV
BZcdh8dcXZcigVYV
BZcdh8dcXZcigVYV
Bjîd8dcXZcigVYV
Bjîd8dcXZcigVYV
BZcdh8dcXZcigVYV
<gVjYZ
XdcXZcigVd
<gVjYZ
^cigV"V\adbZgVZh
>ciZ\gVd
hZ\jcYdXViZ\dg^V
ZcigZ
cV]^ZgVgfj^VYdh
bjc^Xe^dh
ZheVdhjgWVcdh
e#)-
I67:A6-(GZ\^ZhBZigdedaîVcVhYd<gjed+cV=^ZgVgfjôVdYdh:heVdhBZigdedaîVcdh
BjîdGj^b
Gj^b
BY^V
7dV
Bjîd7dV
BjîdGj^b
Gj^b
BY^V
7dV
Bjîd7dV
I67:A6-)BY^VYdE>7EZg8VeîV$&..+GZ\^ZhBZigdedaîVcVhYd<gjed+
IdiVaYVGZ\d
9ZbV^h8^YVYZhZmXajYVX^YVYZcXaZd
CbZgdYZ8^YVYZh BY^VE>7eZgXVeîV 8dZX^ZciZYZ BY^VE>7eZgXVeîV 8dZX^ZciZYZ
Gbâ$'%%%
KVg^Vd
Gbâ$'%%%
KVg^Vd
BVg^c\{
(!.'
).
(!(&
()
KVaZYd>iV_V
&+
+!)(
)*
+!%%
)%
;doYd>iV_V
.
(!-(
).
(!()
)%
8VgWdc[ZgV
&%
*!))
(+
*!((
(IjWVgd
&*!'.
-&
*!'(
-)
KVaZYd6d
'+
(!%(
&&&
'!+)
&&'
;dciZ/B^c^hig^dYV;VoZcYV$HCI!8dciVhEWa^XVhBjc^XêV^h!'%%(#:aVWdgVd/DWhZgkVig^dYVhBZigedaZh#
GZaVig^d&>YZci^XVdYdh:heVdhBZigdedaîVcdhZ8dchigjdYZIêdad\^Vh6cZmdhkZghdVWgâYZ'%%*#Dg\VcôVd/
GZ\^d
BZigdedaîVcV
DWhZgkVig^dYVhBZigedaZh#8dZX^ZciZYZKVg^Vd2EZgXZciV\ZbYZYZhk^deVYgdZbgZaVd|bY^V
I67:A6-*EdejaVdZE>7EZg8VeîVGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{
GZ\^dBZigdedaîVcV
Bjc^Xe^d
EdejaVd'%%) IVmVYZ8gZhX^bZcid'%%%'%%) E>7eZgXVeîV&..+Gbâ$'%%%
c\jad
(!%++
&!)(
)!%*
>\jVgVj
(!,**
&!%,
)!+BVcYV\jVj
&,!.'&
&!*.
(!(BVcYV\jVg^
((!%.(
&!((
(!,(
BVg^c\{
BVg^VakV
(&!-'%
'!+&
)!&'
EV^VcYj
(*!&*.
(!(.
&!+(
HVgVcY^
-(!)).
(!.,
&!*BVg^c\{
(&(!)+*
'!%-!&;dciZ/B^c^hig^dYV;VoZcYV$HCI!8dciVhEWa^XVhBjc^XêV^h!'%%(#:aVWdgVdDWhZgkVig^dYVhBZigedaZh#
GZaVig^d(86c{a^hZYd9ZhZbeZc]d;^hXVaYZoZbWgdYZ'%%)!VcZmdhe{\#-,"--#
Dg\VcôVd/DWhZgkVig^dYVhBZigedaZhCXaZdGZ\^dBZigdedaîVcV
I67:A6-+EdejaVdZE>7EZg8VeîVHZ\jcYdBY^VXdbZhZb8^YVYZEadGZ\^d
BZigdedaîVcV
GZ\^dBZigdedaîVcV
Bjc^Xe^d EdejaVd'%%) IVmVYZ8gZhX^bZcid'%%%$'%%) E>7eZgXVeîV&..+Gbâ$'%%%

BVg^c\{
(&(#)+*
'!%-!&c\jad
(#%++
&!.(
)!%*
>\jVgVj
(#,**
&!%,
)!+BVcYV\jVj
&,#.'&
&!*.
(!(BVg^c\{
BVcYV\jVg^
((#%.(
&!((
(!,(
BVg^VakV
(&#-'%
'!+&
)!&'
EV^VcY^
(*#&*.
(!(.
&!+(
HVgVcY^
-(#)).
(!.,
&!*IdiVaedejaVd$BY^VGBB
*'&#,''!'*
(!.'
IdiVaede#ZmXaj^YVX^YVYZcXaZd$BY^V
'%-#'+(
'!',
(!(&
;dciZ/B^c^hig^dYV;VoZcYV$HCI!8dciVhEWa^XVhBjc^XêV^h!'%%(#:aVWdgVdDWhZgkVig^dYVhBZigedaZh#
GZaVig^d(86c{a^hZYd9ZhZbeZc]d;^hXVaYZoZbWgdYZ'%%)!VcZmdhe{\#-,"--#
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
367
367
I67:A6-,E>7&...'%%'EZg8VeîVEgZdhYZ'%%'
:heVd
JgWVcd
E>7eZgXVeîVG$'%%'
KVg^VdGZVaBY^V
&...
'%%%
'%%&
'%%'
&...'%%'
c\jad
+#++*
+#&%.
+#*'&
+#,.&
%!+,
;adgZhiV
+#'(.
*#,+,
+#*-,
-#*&(
'!%.
>\jVgVj
-#&.,#-.)
-#(%+
.#&.*
(!.%
BVcYV\jVj
)#.'*
*#%+(
)#+.*#)%(!&,
BVg^c\{ BVcYV\jVg^
+#%%'
*#+*.
*#*((
)#.*+
+!&-
BVg^VakV
+#.-'
+#(&+
+#'))
+#+''
&!,*
EV^VcYj
(#.,'
(#)%'
)#*'(#(*,
*!)+
HVgVcY^
(#.++
(#)%*
(#()(#&-&
,!%.
BVg^c\{
.#+-)
.#)%'
-#,*+
.#%*'!'&
;dciZ/BZigdYViV'%%*#Dg\VcôVd/DWhZgkVig^dYVhBZigedaZhCXaZdGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{#
Bjc^Xe^d
I67:A6--E>7&...'%%'ZKVg^VdcdEZgdYd
:heVdJgWVcd
Bjc^Xe^d
E>7VegZdXdggZciZGbâ
&...
'%%%
'%%&
'%%'
c\jad
&)#+()
&,#*'&
&.#%''
'%#&);adgZhiV
(&#,-'.#,*()#)''
)*#%+%
>\jVgVj
''#.&&
'-#*+'
(%#(()
((#-.(
BVcYV\jVj
+)#'*%
-*#.%&
-%#-%*
.)#(&%
BVg^c\{
BVcYV\jVg^
&)+#'%&,-#-,)
&,+#.%&
&+%#(%*
BVg^VakV
&*)#,(.
&-(#,+(
&-*#-),
'%&#+&(
EV^VcYj
.)#%,*
&%+#*)&)+#%..
&&&#*'(
HVgVcY^
'&,#*-*
')-#(%'
'*'#-)'
')-#*,+
BVg^c\{
'#&(+#%',
'#,)(#((*
'#+%&#).&
'#,)%#&+,
;dciZ/BZigdYViV'%%*#Dg\VcôVd/DWhZgkVig^dYVhBZigedaZhCXaZdGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{#
368
368
KVg^Vd
&...'%%'
',!(,
'.!)*
('!)%
(&!-,
-!,.
'(!'*
&*!+*
&'!),
''!%*
I67:A6-.GZXZîV!9ZheZhV!:cY^k^YVbZcidZ8VeVX^YVYZYZ>ckZhi^bZcidGBB
GZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{
:higjijgVYVGZXZîV
9Zhk^d
EVYgd
<gjed+
9Zhk^dEVYgd$
BY^V>cY^XVYdg
<gjed+
6jidcdb^V7VhZIg^Wji{g^V
&+!'%
&'!.'
&&!+)
(,!+.
6jidcdb^V7VhZIZggîdg^Va
'*!*&
'%!'&
&'!)(
'*!()
HZ\jgVcVAZ\VaYVhGZXZîVh
-&!-'
-)!&)
,!-&
.!(%
)!,(
'!,.
-.!-)
(*!&-
(,!&%
+!))
&,!&-
(+!,*
(-!-)
+!+)
&,!&+
K^cXjaVdAZ\Va HdWgZGZXZîVIdiVa
XdbHVYZ&* HdWgZGZXZîV;^hXVa
(,!&&
(.!,(
+!(.
&+!&-
(-!-)
)&!%%
+!*-
&+!&(
EZhhdVa
)(!.-
))!&*
+!&&
&)!)*
DjigVhYZheZhVh8dggZciZh
(-!.*
(,!++
,!')
&+!(.
HZgk^dYV9k^YV
)!.*
)!,%
'!)*
+&!-.
>ckZhiX$DjigVh9ZheZhVh8VeîVa
&'!&&
&(!),
(!-+
)%!)(
G^\^YZoYdDgVbZcidIdiVa
+&!,,
+(!(*
,!,&
&'!-%
G^\^YZoYdDgVbZcid;^hXVa
+(!.)
+*!,&
-!*'
&(!+.
,&!*'
,'!%&
-!(+
&&!,)
IdiVa
&,!-%
&.!((
-!%'
)%!(%
JgWVc^hbd
&(!**
&)!,&
-!*%
+*!-*
=VWîVd
%!+*
&%'!(-
IgVchedgiZ
(!-,
&),!*)
HVcZVbZcid
)!&+
&,(!''
<Zhid6bW^ZciVa
&!-&
&(,!-%
&'!(&
&(!,-
)!%*
)'!)*
HdWgZIdiVa>ckZhi^Yd &*+!,-
&&'!,)
,-!)-
-&!.(
HdWgZIdiVaGZXZîV
&(!&%
&'!.*
*!**
+)!)(
8jgidEgVod
&'.!*.
-,!&&
,+!)&
.+!',
Adc\dEgVod
GZXZîV
)!((
K^cXjaVdAZ\Va HdWgZGZXZîVIdiVa
XdbHVYZ&' HdWgZGZXZîV;^hXVa
:higjijgVYV9ZheZhV
9ZheZhV
8dZX^ZciZYZKVg^Vd
9ZeZcYcX^V;dciZh;^cVcXZ^gVh
K^cXjaVdYV
GZXZîV
<VhidHdX^Va
Eg^dg^YVYZYZ<Vhidh <VhidJgWVcd
>ckZhi^bZcid:[Zi^kd
:fjâWg^dV8jgidEgVod
:cY^k^YVbZcid$
8VeVX^YVYZYZ>ckZhi^bZcid
BY^V
BY^V
IdiVa
:mXj^cYd
GZ\^d 8^YVYZCXaZd
HjhiZciVWâ^YVYZZ>ckZhi^bZcidYZ
:fjâWg^d
:cY^k^YVbZcidZ8dbegdbZi^bZcid
YVgZXZîV
&&+!*%
,*!('
,'!*+
&&&!,%
9k^YV7gjiV$GZXZîV
)%!*.
8dggZdA^fj^YV
(-!'&
*,!-%
&&&!''
9k^YVA^fj^YV$
GZXZîV8dggA^fj^YV
(%!-+
*-!&.
&)'!+,
()!%(
HZgk^dYV9k^YV$
*!%.
)!.'!,(
GZXZîV8dggA^fj^YV
GZaVig^d(86c{a^hZYd9ZhZbeZc]d;^hXVaYZoZbWgdYZ'%%)!VcZmdhe#)."*%#
++!%&
8dbd6cYVBVg^c\{
Como Anda Maring
369
369
370
GZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{
*!++
".!+(
)!'+
.(!.%
--!)(!,'
*!,-
'%!+'
')!*-
)!'&
',!&(
(&!.-
*!&%
((!-.
)%!+%
IdiVaYV
BVg^c\{ >\jVgVj BVcYV\jVj BVcYV\jVg BVg^VakV EV^VcYj HVgVcY GZ\^d
BY^V
(+!.'
.!%)
-!++
&(!(*
&,!&'
&(!(,
&+!%%
&+!(*
*%!(&
&)!(*
&,!))
'%!-)
',!+)
&.!*.
'&!)&
')!*&
+.!+-&!*-.!',.!(.
-&!*(
.(!',.!-&
-'!%&!-+
&%!,%!*(
*!)%
%!,'
)!(*
+!*)!('
'(!+(
(%!+(
(,!.(
(,!(+
((!&)
)(!-*
(.!,(
(*!&')!%((!-.
(-!&(
(.!).
((!(.
)*!-*
)'!*(
(+!,,
'*!)&
('!+&
)%!(&
(.!%.
(*!&.
)*!-.
)&!'.
(,!&&
'*!.%
(+!**
)%!*(
)&!('
(*!)*
),!.,
))!'%
(-!-*
)(!%&
)&!-(
)(!'+
)(!.)'!,&
))!-)-!'*
)(!.)+!+*
(*!),
((!&,
()!,'
)(!&+
(,!*%
)&!..
(-!.*
+!))
*!+&
*!%'
(!'*
)!'.
*!*,
)!),
)!.*
(!.&
&,!%&-!**
&-!%*
.!-)
&'!%+
*!'&'!&&
*'!'.
+*!-'
+'!,+)!.*
*+!-&
++!)&
+(!()
+&!,,
*(!'+-!%.
+(!&'
+-!++
*,!''
+.!)'
+,!-%
+(!.)
+-!+(
+-!%.
+'!+&
,)!.,&!)%
,(!)-&!*%
,&!*(
-!+&
'&!'*
.!+)
'(!*(
''!%.
&.!()
'%!&,
&,!-%
+!*'%!&)
,!(*
'&!*+
.!.&*!+)
&(!+&(!*+
%!&&
"
"
"
%!+.
"
"
"
&!'&
"
%!+.
%!&&
)!+(
(!(*
"
"
"
&!&&
&!+&
"
*!*&
"
*!+.
"
%!,&
"
"
&!-*
&!',
%!(.
%!-&
"
(!*%
&,!%.
&.!',
&.!*.!*&'!')
)!.*
&'!('
)%%!%+
..!-)
,.!.+
*+!-&'-!%.
-,!+% ''*!%- &*(!.(
&)!%%
&,!%+
&*!)&
&&!&)
&'!',
&%!,'
&&!&)
&(!&&
(-)!*'
(,!,)(!)%
('!*'
&&,!,'
,)!,' '&+!*' &'.!+%
(+(!*.
(,!)(
)'!)'
'.!-*
&&%!&*
*.!)( &,'!+) &&+!*%
)!.-
(%!-+
(-!''
BY^VYZbV^h
X^YVYZhZmXajYV
X^YVYZcXaZd
&'!.'
'%!'&
-)!&*
)!,(
(,!&&
(-!-(.!%+
)&!%%
))!&*
(,!+,
)!,%
&(!),
+(!(*
+*!,&
,'!%&
&.!((
&)!,(
"
"
"
"
&(!,.
&&'!.&
&'!.+
-,!&&
,*!('
I67:A6.%:higjijgVYVGZXZîV!YV9ZheZhV!Z8VeVX^YVYZYZ>ckZhi^bZcidedgBjc^Xe^dGZ\^dBZigdedaîVcVYZBVg^c\{
6jidcdb^V7VhZIg^Wji{g^V
:higjijgVYVGZXZîV 6jidcdb^V7VhZIZggîdg^Va
HZ\jgVcVAZ\VaYVhGZXZîVh
9ZeZcYcX^V;dciZh;^cVcXZ^gVh
K^cXjaVdAZ\VaXdb HdWgZGZXZîVIdiVa
K^cXjaVdYV
HdWgZGZXZîV;^hXVa
HVYZ&'
K^cXjaVdAZ\Va
HdWgZGZXZîVIdiVa
GZXZîV
HdWgZGZXZîV;^hXVa
XdbHVYZ&*
EZhhdVa
DjigVhYZheZhVh8dggZciZh
:higjijgVYV9ZheZhV
HZgk^dYV9k^YV
>ckZhiX$DjigVh9ZheZhVh8VeîVa
G^\^YZoYdDgVbZcidIdiVa
G^\^YZoYdDgVbZcid;^hXVa
<VhidHdX^Va
IdiVa
JgWVc^hbd
=VWîVd
Eg^dg^YVYZYZ<Vhidh <VhidJgWVcd
IgVchedgiZ
HVcZVbZcid
<Zhid6bW^ZciVa
>ckZhi^bZcid:[Zi^kd
HdWgZIdiVa>ckZhi^Yd
:fjâWg^dV8jgidEgVod
HdWgZIdiVaGZXZîV
8jgidEgVod
HjhiZciVWâ^YVYZZ>ckZhi^bZcidYZ:fjâWg^d
Adc\dEgVod
9k^YV7gjiV$GZXZîV
*)!-,
*-!-*
&)!((
8dggZdA^fj^YV
9k^YVA^fj^YV$
:cY^k^YVbZcidZ8dbegdbZi^bZcidYVgZXZîV
*'!%*+!(,
'!'&
GZXZîV8dggA^fj^YV
HZgk^dYV9k^YV$
*!-%
+!',
*!+)
GZXZîV8dggA^fj^YV
GZaVig^d(86c{a^hZYd9ZhZbeZc]d;^hXVaYZoZbWgdYZ'%%)!VcZmdhe{\#).#
GZXZîV
9ZheZhV
:cY^k^YVbZcid$8VeVX^YVYZ
YZ>ckZhi^bZcid
370
Sobre os Autores Como Anda Curitiba

Daniel Nojima Doutor em Economia pela Universidade Federal do Paran (UFPR), pesquisador do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econmico e Social (IPARDES).
Dbora Zlotnik Werneck Arquiteta, pesquisadora do IPARDES.
Dborah Ribeiro Carvalho doutora em Computao de Alto Desempenho, pela COPPE/
UFRJ, pesquisadora do IPARDES, docente na Universidade Tuiuti do Paran e na Faculdades Integradas do Brasil (UNIBRASIL).
Eloise Machado Economista, mestre em Sociologia pela UFPR, pesquisadora do IPARDES.
Frederico Barbosa Bez Batti economista, especialista em Gesto Ambiental pela FAE, consultor autnomo.
Josil R. V. Baptista Economista, mestre em Desenvolvimento Econmico pela UFPR,
pesquisadora do IPARDES.
Lucrecia Zaninelli Rocha Designer, especialista em Coleta e Tratamento Cientfico de Informaes pela UFPR, pesquisadora do IPARDES.
Maria Isabel de Oliveira Barion Administradora, especialista em Planejamento e Administrao de Recursos Humanos pela UFPR, pesquisadora do IPARDES.
Maria Luiza M. S. Marques Dias Economista, curso de mestrado em Teoria Econmica pela
Universidade de So Paulo, pesquisadora do IPARDES.
Marley Vanice Deschamps Doutora em Meio Ambiente e Desenvolvimento pela UFPR,
pesquisadora do IPARDES, pesquisadora da Rede Observatrio das Metrpoles, professora
do Programa de Mestrado em Desenvolvimento Regional da Universidade do Contestado
(UNC) SC.
Paulo Roberto Delgado Socilogo, doutor em Meio Ambiente e Desenvolvimento pela
UFPR, pesquisador do IPARDES.
Ricardo Kingo Hino Economista, vinculado ao Banco do Brasil.
Rosa Moura, gegrafa Pesquisadora do IPARDES, coordenadora do Ncleo da Regio Metropolitana de Curitiba e pesquisadora da Rede Observatrio das Metrpoles.
Sandra Terezinha da Silva Doutora em Desenvolvimento Econmico pela UFPR, pesquisadora do IPARDES, chefe da Coordenadoria dos Planos Regionais de Desenvolvimento da
Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano do Paran.
Srgio Aparecido Incio Estatstico, doutor em Engenharia Florestal pela UFPR, pesquisador do Ipardes e docente da PUC-Paran.
Stella Maris Gazziero Designer, especialista em Coleta e Tratamento Cientfico de Informaes pela UFPR, programadora visual do IPARDES.
Vilmar Gross Socilogo, especialista Polticas Pblicas e em Elaborao e Anlise de Projetos
pela UFPR, pesquisador do IPARDES.
Sobre os Autores Como Anda Maring

Ana Lcia Rodrigues Sociloga, doutora em Cincias Sociais e mestre em Filosofia pela Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo (PUC). Fez Ps-Doutorado na Faculdade de Histria da Arquitetura e Esttica do Projeto da FAU/USP. Professora do Departamento de Cincias Sociais da Universidade Estadual de Maring e do Programa de Ps-Graduao em
Cincias Sociais da UEM. Coordenadora e pesquisadora do Observatrio das Metrpoles
Ncleo de Maring. E-mail: alrodrigues@uem.br
Adeir Archanjo da Mota Gegrafo. Mestre em Geografia pela Universidade Estadual de
Maring. Colaborador do Observatrio das Metrpoles- Ncleo de Maring. E-mail: arcanjogeo@hotmail.com
Altair Aparecido Galvo Doutorando em Geografia na Universidade Estadual de Maring,
UEM, Brasil. Possui mestrado em Geografia pela Universidade Estadual de Maring (maro
de 2007), graduao em Matemtica pela Faculdade de Filosofia Cincias e Letras de Mandaguari (1973), graduao em Cincias Sociais - bacharelado - pela Universidade Estadual de
Maring (2004), graduao em Cincias Sociais - licenciatura - pela Universidade Estadual de
Maring (2005). Atualmente professor de Sociologia e Antropologia na Associao Educacional So Jos. Tem experincia na rea de Sociologia, com nfase em Sociologia Urbana, atuando principalmente nos seguintes temas: espao urbano, condomnios horizontais, moradia,
Estado e segregao.
Celene Tonella Graduada em Cincias Sociais e Mestre em Cincia Poltica pela Universidade
de Campinas (Unicamp). Doutora em Histria Social pela Universidade Estadual Paulista
(Unesp) e Ps-doutora pelo Programa de Ps-Graduao em Cincias Sociais da Pontifcia
Universidade Catlica de So Paulo (PUC-SP). Professora de Cincia Poltica do Departamento de Cincias Sociais da Universidade Estadual de Maring. Professora do Programa de
Mestrado de Geografia (PGE). Pesquisadora do Observatrio das Metrpoles Ncleo de
Maring. Autora das seguintes obras: Poder Local e Polticas Pblicas o papel dos conselhos
gestores, A Experincia do Legislativo Municipal em Maring 1947/1998 (em co-autoria com
Reginaldo Dias), As Memrias do Sindicalista Jos Rodrigues dos Santos a luta dos trabalhadores rurais no Paran (em co-autoria com Jorge Villalobos e Reginaldo Dias), alm de vrios
captulos de livros e artigos. E-mail: celene@wnet.com.br
Eliseu Pereira dos Santos Acadmico do Curso de Cincias Sociais da Universidade Estadual
de Maring UEM. Colaborador do Observatrio das Metrpoles - Ncleo de Maring.
Fabola Castelo de Souza Cordovil Arquiteta. Especialista em Urbanismo e Histria da Cidade, mestre em Desenvolvimento Regional e Urbano e doutoranda em Arquitetura e Urbanismo na EESC/USP. Professora e pesquisadora na rea de planejamento urbano e histria do
urbanismo do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Maring UEM/PR. Colaboradora do Observatrio das Metrpoles Ncleo de Maring. Email: fabiolacordovil@hotmail.com
Gislaine Elizete Beloto Arquiteta. Mestre em Geografia pela Universidade Estadual de Maring UEM. Professora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UEM. E-mail:
beloto@creapr.org.br
Ivana Veraldo Pedagoga, mestre em Educao e doutora em Histria pela UNESP/Assis/SP.

Professora e pesquisadora na rea educacional do Departamento de Fundamentos da Educao da Universidade Estadual de Maring UEM/Pr. Pesquisadora da do Observatrio das
Metrpoles Ncleo de Maring. E-mail: ivanaveraldo@uol.com.br
Lgia Carla C. Ferrari Bacharel em Cincias Sociais pela Universidade Estadual de MaringUEM. Colaboradora do Observatrio das Metrpoles - Ncleo de Maring. E-mail: ferrari_ligia@hotmail.com
Luiz Modesto Costa Acadmico do curso de Cincias Sociais da Universidade Estadual de
Maring-UEM. Colaborador do Observatrio das Metrpoles- Ncleo de Maring. E-mail:
modestomodesto@ig.com.br
Maria Cristina Rosa Sociloga. Doutora em Cincias Humanas pela PPGG/USP. Mestre em
Cincias Sociais pela PPGS/UNESP (Araraquara). Professora Adjunto do Departamento de
Cincias Sociais da Universidade Estadual de Maring - UEM. Pesquisadora do Observatrio
das Metrpoles Ncleo de Maring. E-mail: crisrosa@teracom.com.br
Marivnia Conceio de Arajo Antroploga, doutora em Sociolgia pela UNESP/Araraquara-SP. Professora e pesquisadora na rea de Antropologia urbana, organizao espacial, lotada
no departamento de Cincias Sociais - UEM. Pesquisadora do Observatrio das Metrpoles
- Ncleo de Maring. E-mail: marivaniaaraujo@yahoo.com.br
Silvio Jos Bondezan Aluno do Programa de Ps Graduao em Cincias Sociais da Universidade Estadual de Maring - UEM. Colaborador do Observatrio das Metrpoles - Ncleo de
Maring.
Simone Pereira da Costa Antroploga. Doutora em Cincias Sociais pelo PPGCS/UERJ.
Mestre em Sociologia pelo PPGSA/UFRJ. Professora Adjunto do Departamento de Cincias
Sociais da Universidade Estadual de Maring UEM. Pesquisadora do Observatrio das Metrpoles Ncleo de Maring. E-mail: simone@wnet.com.br
William Antonio Borges Graduado em administrao e Mestre em Geografia pela Universidade Estadual de Maring UEM. Doutorando em administrao pela FGV So Paulo. Pesquisador Associado do Observatrio das Metrpoles Ncleo de Maring. Professor da Faculdade Unissa de Sarandi. Diretor Administrativo da SOMA Ambiental. E-mail:
borgeswilliam@uol.com.br
Ficha Tcnica Colaboradores Como Anda Curitiba Volume 7

Apoio Tcnico
Dborah Ribeiro Carvalho

Frederico Barbosa Bez Batti
Lucrecia Zaninelli Rocha
Ricardo Kingo Hino
Srgio Aparecido Incio
Stella Maris Gazziero
Vilmar Gross

Vol7 Como Andam Curitiba Maringa

Enviado por

Dados do documento

Direitos autorais

Formatos disponíveis

Compartilhar este documento

Compartilhar ou incorporar documento

Opções de compartilhamento

Você considera este documento útil?

Este conteúdo é inapropriado?

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

Vol7 Como Andam Curitiba Maringa

Enviado por

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

Conjuntura Urbana

Copyright Rosa Moura e Ana Lcia Rodrigues, 2009

Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro

CIP-BRASIL. CATALOGAO NA FONTE

Observatrio das Metrpoles

Letra Capital Editora

Tels. (21) 2598-1932 / 2598-1950

Tels. (21) 3553-2236 / 2215-3781

Segundo a Lei Complementar /: I planejamento integrado do desenvolvimento econmico e social;

Outras RIDEs localizam-se nos Estados de Pernambuco/Bahia (Petrolina/Juazeiro) e de Piau/Maranho

A Srie Foi Organizada da Seguinte Forma:

)#)# H^ijVdYZKjacZgVW^a^YVYZHdX^VaTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '()

I67:A6-,E>7&...'%%'EZg8Ve^iVEgZdhYZ'%%' TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (+I67:A6--E>7&...'%%'ZKVg^VdcdEZgdYdTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (+I67:A6-.GZXZ^iV!9ZheZhV!:cY^k^YVbZcidZ8VeVX^YVYZYZ>ckZhi^bZcidGBBTTTTTTT (+.

Como Anda Curitiba

Em 1970, a RMC sequer contava com um milho de habitantes e, em trs dcadas

Conjuntura Urbana Volume 7

O impacto inicial do crescimento populacional e da intensificao no uso do solo

metropolitano foi simultneo ao processo ininterrupto de planejamento urbano em Curitiba,

tributos locais, tornando o processo de ocupao seletivo e induzindo o crescimento da

ocupao de segmentos mais pobres para reas perifricas internas e principalmente

Como Anda Curitiba

Alm dos supermercados, hipermercados, shopping centers, e do setor de hotelaria,

os elementos mais expressivos e reveladores das mudanas em curso relacionam-se s

empresas, eventos e feiras relacionados s demandas do turismo de negcios, livrarias,

A desconcentrao da atividade econmica, ou concentrao dispersa entre

municpios, alterou substancialmente o perfil da economia metropolitana, com trans-

formaes socioespaciais e efeitos ambientais marcantes (IPARDES, 2005a). Ademais,

A estratgia de atrao da atividade econmica acabou por reforar os fluxos

migratrios para a Regio, acentuando a desigualdade, j que mesmo com o crescimento

da oferta de empregos, grande contingente de mo-de-obra permanece fora do mercado.

regional de planejamento e gesto, e as polticas pblicas foram insuficientes para viabilizar

territoriais de municpios economicamente menos dinmicos e financeiramente dependentes

(FPM), muitas vezes em reas de mananciais de abastecimento hdrico de toda a regio ou

A fronteira de periferizao da ocupao metropolitana, iniciada com o extravasa-

o conjunto de municpios limtrofes e insinua-se na direo de outros, prximos a esses.

incorpora as sedes municipais da maioria dos municpios vizinhos a Curitiba, e pores

municpios na dinmica da economia regional, quanto nas condies socioambientais.

Conjuntura Urbana Volume 7

Sob efeitos do processo de internacionalizao da economia, a ocupao seletiva

que formatou o espao metropolitano de Curitiba torna-se mais acentuada, agregando

optando pelas mesmas reas perifricas, at ento redutos de populao de menor

renda, atradas pela oferta de condomnios de luxo, perfeitamente conectados a Curitiba.

plo automotivo do Estado do Paran, alm de grandes empreendimentos comerciais,

As municipalidades menos dinmicas no se encontram capazes de responder s

exigncias de modernizao postas por esses empreendimentos, quanto aos padres de

competitividade e atratividade s atividades modernas, permanecendo excludas do processo,

foram considerados os resultados dos estudos voltados s unidades institucionalizadas

(regies metropolitanas e regies integradas de desenvolvimento - RIDE). Criadas por

dos municpios na dinmica da aglomerao; dimensionar o nvel de concentrao de

O universo dessa pesquisa constituiu-se das 26 regies metropolitanas institu-

cionalizadas at o ano de 2003, das regies integradas de desenvolvimento do Distrito

Federal e de Teresina/ Timon, das aglomeraes urbanas no institucionalizadas, desde

Como Anda Curitiba

O trabalho empregou o conceito de aglomerao urbana para as unidades que

compem uma mancha contnua de ocupao sobre mais de um municpio, envolvendo

aglomerao, destacando-se pelo tamanho populacional e econmico, desempenho de

funes complexas e diversificadas, e relaes econmicas com vrias outras aglomeraes,

a centralidade, definida por indicadores do grau de importncia, aferindo a complexidade

A RM do Rio de Janeiro, com a segunda maior pontuao em todos os indicadores,

Na categoria 5 incluem-se as RMs Norte/Nordeste Catarinense, Baixada Santista,

Conjuntura Urbana Volume 7

A leitura comparativa da posio da RMC perante as demais RMs do Brasil situa

categoria 3 (OBSERVATRIO, 2005c). Tem o ndice fatorial de 0,119 e a somatria de

(ndice 0,146) do que entre ela e a RM de Salvador, em posio imediatamente abaixo

)#)# H^ijVdYZKjacZgVW^a^YVYZHdX^VaTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT '()

I67:A6-,E>7&...'%%'EZg8Ve^iVEgZdhYZ'%%' TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (+I67:A6--E>7&...'%%'ZKVg^VdcdEZgdYdTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTTT (+I67:A6-.GZXZ^iV!9ZheZhV!:cY^k^YVbZcidZ8VeVX^YVYZYZ>ckZhi^bZcidGBBTTTTTTT (+.