Você está na página 1de 100
17 Presidente da Republica 17. Definigo e earactr BIBLIOGRAFIA: ALRREDO BaRKosOlJost VICENTE DE BRAGANCA. 0 Presidente du Repibiea: fungi poneres, in Manvo Barnistr CoBLNO (coord), Portgal. O Sistema Poltcw e Consincional 197H/I9S7, Lisboa, 1989, pp. 331 ss: Goars Canovisne/Viral. Moneta, Ox Padres dy Pres dent da Republica, pp. 275s: JORG Misawa. Actos e Funes do President la Republi. n JORGE Mikasa (org, Estados sobre a Const. | Lie bs, 1977, pp 261 ss; leat, Maal. Ill, pp. 386 ss Iota, Preside da Republica, in Diiondri Juric da Adintsiacda Pac 1° suplemento, Lisboa, 1998, pp. 36286: Joni; MIRANDARL MEDEIROS, Const Port ses Anon, I 333 8. 1. 0 Presidente da Republica, sendo 0 primeira érgi0 de soberania iden- Liffcado e dseiplinado na Constituigio artigo 110.*,n. 1). 8, desde logo, um ‘go auténomo face a todos os restantes dros politicos de soberania (i) Auténomo em relagio a Assembleia da Republica, uma vez que no {por elaeleito, nem perane ela politicamente responsavel (ii) Auténomo em relagio ao Governo, pois nem &0 seu chee, no pre Sidindo normalmente ao Conselho de Minisiros, nem aquele & perante ele respooxivel em termes politicos estos, Nao obstante ser deles um drgio independente, a verdad & que 0 Presi- dente da Repablica relaciona-se, nos termes da conliguraso consttucional do principio de interdependéncia de poderes, com a Assembleia da Republica € 0 Governo, E desse relacionamento recfproco entre estes ts drgios de soberania, cspethando as sous equllbrios, as suas rages institucionais e procmingn: cis, resulta o sistema de governo vigente (v infra, $21. 20 Erte cemtccotis t Rem Imports, neste sentido, aver ‘comegundo agora pelo Presidente Republica 1 © artigo 120, a propésito da definigio do que & o Presidente da Republica, enquanto dry principais Fungies 10 unipessoal, incorpora una sintese das suas tees (a) 0 Presidente representa a Republica Portyguesa (b) O Presidente, tendo jurado “defender, cumprir © fazer cumprie 2 Constituigio" (artigo 127, 223), garante o micle politico da Lei Fundamental, identficado com os segu nes propdsitos: Independéncia nacional Unidade do Esta Regular funcionamento das instituigdes democritieas (c) 0 Presidente & 0 Comandante Supremo das Forgus Armadas Observemes, separudamente, © sentido de eada uma destas Fungies do | Presidente da Repablica (a) Presceme: representa a Repiblica IL, Com representante da Replica Por bia assume uma dup «0 Presidente dla Rep (2) Protagoniza em si, no plano interno e no plano internacional, 2 re presentagio do Estado portugues, assumindo 0 papel constitucional de tinico representante singular da soberania estadual, exercendo ‘uma representagio de grau maximo ov nivel mais elevado: 0 Pres dente da Republica é Chefe de Extado' Muss0\RU Meteor. Contin Porm Amataa, Hp 3), an Esta, equa cep ern dws fn substan amb sia de ee A expr Chefs de Esta excise ais, cotagads om diverio ext eter ona vinultvos Jo Estado por a com hed, le exemple ‘Convery de ic se Bt dw Tad de 2% de Main de 1969 artigos 7-2 sates} 67. n° 2)¢Trutado da Unido Europa segue n vero reste do Ts ‘Se Litto unig sae SoD, ar 0 estatuto le eada um desies SrgH0s, S172 Prete (ii) Ele € 0 nico érgS0 consttucional singular que, sendo eleito di rectamente por todo @ pove (ou toda & Republica, legitimidade politica elorgada que, por incorporat em si a repre sentagio de toda a coletividade, Ihe conte ritica, susceptivel de promover inte oza de uma uma autoridade cats ago de todos”: 0 Pre sidente da Republica 6, neste sentido, © Presidente de todos 0s No Presidente da Repiilica resid 2 enquanto drgio a quem compete representar a Repiblica Portuguesa, um conjunto de poderes de inervengao na esfea interna e internacional IV, No plano interno, le midade politica do Presidente da Repblica, _enquanto representante da Republica, isto no duplo sentido de que represents © Estado ea vontad da colectividade ou povo, habilita uma intervengio pre sSidencial eentrada nas seyuintes manifestagbos (i) © Presidente da Repéblica nunca se encontraimpedide de procurar caplar os anseios e as necessidades da eolectividade,inteirando-se dialogando ¢ promovendo consensos, Fazendo-o ditectamente, sem imermodiag0 partidria ou de qualquer otro Srgio constitucional, seja por iniciaiva prépria (vg. informando-se, soliitando infor: magdes ou mediante as designadas “presidéncias abertas"™!0) através de iniciativas dos interessados junto do Presidente (\ uigneias aos sinicates, associagSes patronais a individualida des da sociedade evi) (Gi) Habilitado com as informagdes que recolheu sobre os anseios ¢ as necessidades da coletividade ou de alguns dos sous membros ov rupos socials, o Presidente da Repablieaavalia os ementos, po: era os meios ao seu alcance ¢ decide o encaminhamento a dar. thes, exereendo uma “magistratura de influéneia""" que, visando a “activagio do sistema, passa por pers "Nests din sn, ce AL¥IOO Baexoolot VKEATE IE BeAcangn. 0 Pre eda pica pp. 32 No ue oi ropes is “pesincis aon", ef, Gants Canonnno'Vra Mona, Os Pere do Pree da Repb p37, 04 "4 expo de ge aia ff Li PAL AD, Dir Coton, 48), ‘par de apisivel em Pongal cle Arai Hse. Vite Bes, OP sine Repl p32, {Che Susan Livan a, Preside ela Republica, Padova 1986. p38. Thar, advert, encorajar, exortar ou até pressionar. pod ter quae ro formas principals de expresso (1) Diliggnias inlormais junto do Primeieo-Ministro, nunca po dondo, odavia,da-the ordens. insirugdes ou impor the solugies cconcrets, nem emanar directivas sobre o mado de @ Governo ‘exereer os seus padres consitucionas ©) Dirigir uma mensagem formal a Assembleia da Republica ow islativas das regides auténoms: tum poder informal de exteriorizago junto dos mcios de comunicagio social (¥. supra, n° 4.3.2 ) Convocar extraordinariamente a Assembleia da Republica (il) Se ja a “magistraura de influgncia revela 0 exereicio de uma in Uiscutivel Fuagio de orientagie politica protagonizada pelo Pres dente da Republica’, corolirio dcccto da sua earaterizago cons titucional como let que a fungdo de oriemagdo politica protagonizada pelo Presi dente da Replica, permitindo-Ihe influenciar as ewcolhas polit ‘eas nucleares do Estado, apesar de nunca poder colidir com as es 10 representante da colectividade, a verdude feras de competéncia conferidas pela Constituigao a outros Srgdos cconfere-Ihe uma srea de intervengdo que assume um especteo bas- tante amples (1) 0 Presidente da Republica escolhe com uma variivel ampli- tude de discricionariedade o Primeiro-Ministo © pode, por via de convengio constitucional (¥. supra, n° 1S, IX), condi Rlocomand diecanente a eeusncn deo Presented Replica se gaan ‘hn uidade cial ees arc ppt gue deve confer ao exec dee es sen fe Kate Binion, Ber Bandsmisent 3 Che Bruns Comat Cours. ps 177 17% SITE Presidente da Replica 20 'wcional: © titular do poder moderador nio se pode deixar “eapturar” pelos J00s poltico-paridérios ou enredar em “beigas” e “bias” poitcas Como titular da “chave" da garantia politica da Constituigio. o Pre sidente da Repitblica zoza de diversos mecanismos, expressos ov impli cites, tendentey a assegurar esse propdsito “moderador” silientando-se os (1) Exercerjumo do Governo um poder de acompanhiamento da sua vetividade. pedindo esclarecimentos a0 Primeito-Minisino e. por imermédio deste. aos Ministros, owvindo as suas explicagies ou informagies prévias 2s decisbes a adoptar, enconirando-se 0 Presi dente da Republica habilitado a emitiropinides, apresentar su tes ou conselhos gue podem. naturale adoptados pelo Govern’ (ii) Solicitar 40 Tribunal Constitucional a fisealizagio prevemtiva da cconsttucionalidade de normas constants de les, deeretos le ‘convenes iternacionais (artigo 134, alinea g)). tal como a fis Onis emo eptans esas mpm nea hy) (ii) Exercer veto politico sobre os diplomas que the tenham sido envia dos para promulgagio (artigo 136°), tal como a posibilidade de recusar a assinatura das resolugties da. Assembleia da Repablica {que aprovem acordos internacionais ou dos resantes deeretes do Govern (artigo 1342, alinea by), assim com pode recta a rtf cagio de tratados intemacionas (artigo 135.*, allnea b). se enten der que qualquer um destes actos nio comporta & melhor solugio politica que garantaa independneia nacional, unidade do Estado ‘ou que atente contra a sua visio do que seja © regular funciona mento das instituigbes democrticas: (iv) Pronunciarse publicamente sobre qualquer stuagio de (que, no seu five critéro, entenda ser atenatsria da Constitu (artigo 134. alinea e)): 0 Presidente da Repiblica poder a ‘exeteero poder informal de extriorizagao da sua opinifo di se directamente a0 pais (v. supra 42 14.3.2. \ °C Games Cawmo/ViIAL Mowres, Ox Poe lo Presiden Repl e633, (1) Em casos extremos, visundo ainda garantr a Consttuigdo,o Presi dente da Replica poderi demitiro Govern, nas termos Jo artigo 195. n° 2, dissolver a Assembleia da Republi (artigo 133°, alinea ¢}) ou as assembleias legisltivas das regives (artigo 133. linea j) (i) Em situagdes de noeessidadee urgencia consttucional,verficendo se uma agressio efectiva ou iminente por forgas estrangeiras, uma _zrave ameaga ou perturbagio da ordem constitucianal democrit ‘or uma calamidade piblica (antigo 19°, n.* 2), o Presidente da Republica pode cumpridos os requistos Jo antigo 138, declarar 0 estado de sto ou 0 estado de emergéncia (artigo 134°, alin d)): (ii) 0 Presidente da Republica pode ainda yervir-se do Representante da Replies fa regio autGnoma, por si nomeado, para obter «a garamia politica da ConsttuigSo a0 nivel dos diplomas regionais, ‘exercende este tltimo érgio veto politico (artigo 23), na se ‘quencia de solcitagio da fiscalizagdo preventiva da constitucions- Tidade dos decretos legislativos rey (artigos 2782, n° 2,6 2798, n° 1), jonais, passivel veto jure Eis alguns exemplos de mecanismos ao servigo do Presidente da Rept biica, enquanto titular de um poder moderador de garante politico ds Const twigio, tutelando a defesa da independéncia nacional, da unidade do Estado © 4o regular funcionamento das instituigBes demoeritiens, Vill. A importancia do pupel politico do Presidente ds Republica ns sgarantia da Constituigio, senda passivel de fundamentar a assung0 de pode res implictos decorrentes das suas fungBes como garante da independéncia nacional, da unidade do Estado e do regular funcionamento das insiuigies \demoecritcas, nio pode deixar de eavolver uma ierente asstingdo de respon: sabilidade E que, bem ao contririo do que sucedia quando monarca ers titular Jo poder moderador a luz da Carta Consttucional, mostra-se agora © exereicio esse poder susceptivel de alicergar uma dupla responsabilidade do Presi- dente da Republica coma garante da Const (i) © modo como o Presidente da Republica exetse as suas fungdes 6 objecto de responsabilidade politica difusa: a opiniio piblica, se gundo 0 relatos fetos pelos meias de comunicagao social, "juigu” 2s presidenciais (ii) Os atentados graves e intencionais do Presidente da Republica i ntia da Constiuigdo, colocando em causa a independéncia as aegis e as omiss S17 Prose da Re nacional a unidade do Estado ou subvertendo (ou permitindo que se subverta) o regular funefonamento dis insitigBes demoertiess no podem deixar de consttui crimes, encontrando-se 0 lesislador obrigado 3 sua tipifieayo como tais na lei definidora da respon sbilidade do titular do cargo de Presidente da Republica (artigo 117.) ese. apd julgamento, for condenado, isso determinard a sua destiuigtio do cargo e a impossibilidade de reeeigao (artigo 130." (6) Mem: Comandante Supremo das Forgas Armadas IX. © Presidente da Repiblica é ainda caracterizado como send Co. ‘mandante Supremo das Forgas Armd, fungi essa que. articulando-se com © facto de representar a Republica e surgir como garante da independéncia nacional ¢ do regular funcionamento. das instiuigdes democritiea (artigo 120.°, the confere ts tipos de competéncia (i) © Presidente da Repiblica exerce fungdes protocolares, eerimo: niais © de representa i formal no mbit das Forgas Armadas™, ‘ccupando o primeieo lugar na sta irarquia, falando em seu nome, Podendo assist, presidire discursae em cerimvnias © efemérides nilitares, vista instal mle pesca rendre ml tlle cs (iO President da Replica tem, ns termes do antigo 134 alice 2 competnla parts pti deacon pops coo Comte Supreme ds Fores Armadansalenan se noe domino (1 Proce nomeaso exonerate, sob propo dx pina cefis mia ango 33°) (2) ree wo Cons Superior de Defess Nala! atigos 133"vilne oye 24 {do Governo, © Cte Ginns Crs nesVin Mone, Or Pare de Prisdemte ds Reps, Par unpaid dp «ta Replies comm Comandante Saprem ds F ‘onsttuiomal de 1942 cf, Drovo FREITAS BO AMAKAL. Pita Externe Piva de Deva, pl Para um desenvolvimento det fan do Preside a Replica do Dio tian, eft SHvAN Lata 1 Pesan del Rpabiien p.2P 0 rar a Repti 3) Panicipar na definigdo governamental da politica de defesa e «em tudo agulo que Se relaciona com as Forgas Armadas, sendo informado, aconselhando ¢ sugerindo, verticando-se a obriga toricdade de ser consultado antes da utilizagio interna ov ex tema das Forgas Armadas por decisio de Governo: (4) Assumir a autoria directa, sob proposta do Govern, dos actos {de promogio dos oficiais aos postos superiores da carreira mi litae™? 0 acto devers ser de homologagio e nio de simples contirmagao; (5) Declarar‘ estado de excepede constitucional (artigo 134. all= neu dh), assim como declarar a guerra e fazer paz (artigo 135. alinea ©), sendo possivel envolver, em ambas as hipste ses, 0 uso 01 a reafectagio das Forgas Armadas (artigo 275.*, ne? (6) Possibilidade de assungio de poderesefeetivos de eomando das Forgas Armadas em cendrios de estado de excepcio constitu incluindo a Faculdade de trans cional ou de esto de guerra mitir ordens 3s tropa Iniervengao. igualmente como Comandante Supreme das For ‘gas Armads, no imbito de convengBes interacionais sobre ssunlos militares ¢ relatives & defesa nacional (ii) © Presidente Ja Repablica goza ainda de um poder informal de se relacionar directamente com as Forgas Armadas € as suas chefs sem qualquer medig3o do Governo, consultando-as, ouvindo-as, fencorajando-is ou advertindy-as, numa espécie de “magistratura de influéncia” militar e, simultaneamente, de tinular de um poder raderador, passivel até de intervir na resolugio de confitos entre as Forgas Armadas e o Gover. X. No exereicio das suas fungdes como Comandante Supreme das Forgas Armada, o Presidente da Repiblica deveré reforgar a sua neutral dade apartidria, evitando a todo 0 eusto qualquer entorse & imparcialidade politica das Forgas Amadas (attigo 275°. n° 4), ¢ sancionando politica mente, se necessirio, como grave atentado ao regular funcionamento das instiwigdes democriticas, qualquer tentaliva governamental ov das che 7 Para dss dh gee stn do teen do Govern,» pti da evi so const de 192, eh maria de promos den Jas Forgas Arma, por fouks, Dons Pains Aska, Poltin Euernn © Pole de Deen, pp 139-10 © 1913 res de instrumentalizagio politica ow partidarizagio das Forgas Armada. [Nem ser de estranhar,atendendo ao postulado constivecional de que as Forgas Armadas “so rigorosamente apatidras”. que o Presidente da Rep biiea, exereendo uma magisiraura moderadora € neutra, tena assumido 0 papel de Comandante Supremo das Forgas Armada para ultapassoda 6 pe rode revolucionsrio baseado na lliago militar do Presidente da Republica tendo uma inierveneio mais activa neste sector, coloci-fo agora acima dos ieresses contingentes de uma qualquer maria politica passivel de gover rnamentalizar ou politizar as Forgas Armadas ) Concluso 14 shuese caraeterizadora do Presidente da Republica XI. Atendondo 1 tudo 0 que jd se disse, segundo devorte das fungBes ‘aracterizadoras do Presidente da Republica i luz do antigo 120:, poe eon- (i) Aosepresentar a Repiblica, Consttuigdo confere uo Presidente da Repablica poderes de orientagio politica e de intervengio politica agem de Montesquieu, em faculdades stir (¢poderes pasitivos)c em Faculades de impedir(: pode i) Na qualidade de garane politico ou fiel tutor da Constituigao, 0 Presidente da Republisa & configurado como serio titular de um poder moderador, neuro, colocado acima de todos os demtais pode ‘es politicos © exercide de forma imparcial (iii) Como Comandante Sepremo das Forgas Armd, por dltimo, 0 Presidente da Republica & titular de posleres politicos de interven io orientadora c decisis ov, em tertnos altenativos, de um poder ‘moderador junto das Forgas Atmadas e do seu relacionamento com 0 Governo, intese, a caracterizagio consttucional do Presidente da Repablicn ine frase: 0 Presidente da Republica & protagonista politica «, simultaneamente, drbitro e juz dos estantes prot Sistas politics. Trata-se de uma frmula constitucional que, atendendo & complexidade 4a earacterizagio funcional do Presidente da Repablica,ndo é isemta de per plexidade e conitualidade interpreativa, tuto BIBLIOGRAFIA: ALrkebo Baxnoso/ost VICINITY De BRAGAangn, O Pa sideme de Replica. pp- 3265: Jowcl. Mika, Presiden da Republica, 1p. 362 x: Jona Maca Ren MEDS. Ci Topp. 341 Portuguesa Anta, 172.1. Bleigao BIBLIOGRAFIA: Jonc: Murano. eli do Presidente da Replica ‘em Poringl, in Polis — Revita de Estado Jratco-Polticos, 2 2, Janie Margo de 19S. pp. 29 ss; I4at, Manna. Vy ppe 208, |. 0 Presidente da Replica ¢ eleito por sulnigio universal, directo & secreto de todos 0 portugueses eleitores que se enconirem recenseados no cerritirio nacional ™ e ainda dos emigrantes (121. n° 1, regitando-se que 1 inlorvengio destes dtiaos no provesso eleitoral, carecendo de regulagio legislativa, encontra-se depeadente da “existGneia de lagos de efetivaligag A. comunidade nacional” (anigo 121°, n.° 2) I. A cleigio ocorre acs sessenta di anteriores ao termo do mandato do Presidente da Replica que, endo sido cleito, se encontre em exercicio ‘de Fungies ou, tendo ocorrigo vagatura do cargo, a clei realizat-sexi nos ‘sessenlas dias posteriores& wagatura (artigo 125., n° 1). 36 assim ndo sera se, entetanto, se tiverem realizado cleigdes para 2 Assembleia da Republica, deerminando o antigo 125.*, 2 2, que as eleigdes presidencias nfo se podem efectuar nos noventa dias anteriores ou postrio es is eleigbes parlamentares, Verificando-se este cenitio, as eleigdes presi: enciais realizarse-io nos dez dias posteriores aos referidas noventa dias artigo 1252, n° 3) ‘Em qualquer hipsiese, o dia exacto das ek ppelo Presidente da Repiblics (antigo 133.*, linea b)). gies presidenciais é marcado | Notes que. ema d atigo 121% 3.0 dit de voto to mio at execu presentnet Il, Quem pode ser eleito Presidente da Repsiblica? A Icitur das noemas da Consttuigdo permite extrair as sobre quem & clegivel como Presidente da Replica (i) Tem de ser cidado eleitor,portuguts de origem e maior de 35 anos (antigo 122.) (ii) E necessirio que tenha manifestado vontade em candidatar-se que a respectiva candidatura soja proposta por um minimo de 7.500 © um miximo de 15.000 eidadios eleitores (artigo 124 n° 2y (itt) A candidatura tem de ser apresentada pe inte © Tribunal Consti- tuciomal, isto até tinea dias antes da data marcoda para a eleigio (antigo 242,02) {i0) Nao ¢ elegivel, todavia, como Presidente da Repiblica aquele cida- «io que. sendo ou ja tendo sido Presidente da Repiblica, sever «que uma das seguintes sitwagies ‘Se encontte a completar dois mandatos consecutivos como Presi {dente da Repabicas ou, tendo-os ji completado, tena terminado © seu segundo mandato nos aihimos cinco anos (artigo 123, ae: ~ Se tiver renunciado ao cargo de Presidente da Replica, desde ‘que se tater de cleigses presidenciaisrelizadas nos cineo anos subsequentes 2 renincia (artigo 123.*, n° 2) Sc tiver sido condenado pela pritica de crimes cometidos. no cexereicio das suas fungbes com Presidente da Replica (artigo 1302, m2 3), IV. O sistema clitoral previsto na Const dz-nos que seri eleito Presidente da Repiblica o candidato que, na sequeneia do acto eleitoral, ob ‘hia maioria absoluta dos votos validamente expressos, descontando-se nesse eileulo os votos em branco fartigo 126°, n* 1) E se, por hipsiese, nenhum candidato obtver, nessa votaga, a mioria absoluta de votes? ‘A Constituigdo esipula que, no prazo de vinte dias apis realiagio da primeira votugio, realizarsesé uma segunda volo (artigo 126, n° 2) tratase da vu mente designada “segunda volta" ou “segunda tro” da cleo presidencil Sucede. porém, que a segunda volta € apenas disputada pelos dois cai {datos que tenham sido mais votados na priciea volta (artigo 1262, n.° 3). Sé ‘assim mio sucederd se o ou os eandidatos mais votados tiverem retired a ca dlidatura (an didatos sucessivamente mais votados que nio tenham retirado a candidaturs No limite, a segunda volta realizar-seai sempre que, por efeito de suees widaturas, reste um tnico candida: ainda que reste um quem serio vencedor, nunca deisa 126.2. n2 3)", hipstese essa em que serio chamades os can sivas retiradas de ca sé candidato,sabendo-se antecipadamen do ser nocessria a realizagio da cleigao™. E se. numa hipStese extrema, todas os eandidatos que se apresentaram as eleigdes presidenciaisretarem a candidatura, impossibilitando a realiza ‘90 da segunda volta das eleiges presidenciai Uma tinica solugio existe: a eabertra do proceso tral, Num tal ‘ceniria, wands inefieaes os resultados da primeiea votugio, alo existe "qualquer tipo de sancionamento 20s eandidatos que retiraram a sua candida nate 80 novo process tua no anterior proceso elstoral, podendo apres 1 aber, 172.2. Mandate (0) Inicio ¢ term do mda 1. © mandato do Presidente da Repiblica ‘em a duragio de cinco anos {artigo 128,12 1) iniciando-se com a sua tomada de posse, peranle a Assen Dieia da Repiblica (antigo 127.. n° 1), sendo acompanhado de uma deel ragio de compromisso que consubstancia um juramento (artigo 1272, 1. 3). ‘A data da tomada de posse do Presidente eleito deve fazer-se no wt sia do mandato do Presidente cessante ou, liver ocorrido vagatura Jo varg 1 tomada de posse faz-se no oitavo dia posterior & publicacio dos resultados eleitorais (antigo 127°, n° 2) 1, Nio obstante © mandato do Presidente da Republica ser de cinco nos, a verdade € que i uz da Constituiglo, esse prazo pode ser prolongudo fem divers situagbes encisis coincide com (i) Verificando-se que a data das eleigdes presi 0 noventa dias amteriores ou posteiones a data da eleiglo da 1 Sars we de iti da cata cf Peto Ore RA Rein Pre ee a Repos pp 5-53 7. ‘Neste lima set ef ec: MianARUs MEskms, Con Porgh wad. 5%, "SNe mie Set fr JOR: MIRAMAR MEbLMGR, Coma Porng ada, p56 Assembleia da Republica, a realizagio da cleigéo presidencial nos ex dias posteriores a esse prazo determina a prolongamento do ‘mandato do Presideme da Repiblica pelo periodo nevessirio (artigo 125.2, 9.3): (ii) Ocortendo a morte ou aincapacitagio de qualquer candidato para 0 cxercicio da fungdo presidencial, a reabertra do processo eeitoral (artigo 124.°,n2 3) poder’ também determinaro protongamento do ‘mandato do Presidente da Repiibica?™” (iit) O mesmo sucederd se existir anulagio judicial das eleigbes ji rea lizadas, desde que ocorra antes da tomada de posse do Presidente cleito, reabrindo.se novo processo eletoral, sitagao et que 0 ‘mandato do Presidente da Repiblica em exereicio se profonga’™: (iv) De igual modo, se, num cenério de segunda volta das eeig pre sidenciais, todos os candidatos desistrem, veriicando-se a neces: dade de reabertura do processo eleitoral (¥. supra, n 17.21, 1V) Poder ocorrerjustiicagdo de pralongamenta de mandato do Presi= ddente da Repaiblica: Seo Presidente da Repiblicaeleto morrer ou declarar, antes da sua tomada de posse, que ndo pretende assumir as funges de Presidente dda Replica ou recusar tomar posse", ou, sem que nada declare, rio comparecer no acto de tomada de posse, inexistindo motivo atendivel. igualmente se deveri prolongar 9 mandato do Presideote da Repablica em exereici Em termos semethantes, se © Presidente da Repiblica eleito ao tomar posse por razdes decorrentes da impossibitidade Je reoniio dda Assembleia da Repiblica ou da sua Comissdo Permanente, exis ‘iri prolongamento do mandato do Presidente da Republica ces ic Em sid contri. considera que Preside ds Republic inetns dover sssumir Ganges cf Jone: MiANDARUY Menem, Conia Porc Anaad, 1 Cf, Pt Or, A Renna ao Prine aR «p64 tam 18, Em eo corso, conserando ques be raga cargo haga verve ‘od Presiden ds Rep nif Jomc Mason Maes, Contin Por Tagen Ana p34 Par um desenvalviment dx eos decrees dest Snag, Path Oriko Presidente Replica pp, 488 “Em seid com, cmserando oe existe aa vate ata ‘so Presiden da Repl trina ws fangs ft Jot Maser Mento Const Porters Anat pp. 338 340 rau comin Reps {1ti) Em casos de excep constitucional, tomando-se impossive area- lizagGo da eleigSo presdencial no prazo fixado ou a tomads de posse do Presidente eleto, o Presidente da Repiblica om exercicio tambsim prolongari o seu mandato™l Em qualquer uma destassitugies, note-se, nunca existe vagatura do ‘motive pelo qual nio fs lugar a substituigo inerina do Presidente da Republics 2, antes se verifiea o prolongamento do mandato do Presidente ‘da Repitblica em exerecio HL. O mandato do Presidente da Republica termina com a tomada de posse do Presidente eleito (artigo 128°, n.° 1), salvo se ocorrer qualquer situagio que se traduza numa antesipagio do term do seu mandato, Serio que se procurari averiguar de imediato, (b) Antecipagdo do terme ds mandate IV, A antecipagie do terme do mandato do Presidente da Repiblica ppodendo verificar-se imediatamente aps sua tomada de posse, mostr-se ppussivel de ocorrer em dois di (i) Pode ocorrer durante os cinco anos do mandato presidencal, envol- ‘endo uma antecipagio do termo normal de durago do mandato do Presidente da Republica (i?) Ou, em alternativa, a aniecipagio do termo do mandato pod ocor- rer ji durante © periodo de prolongamento de FungGes (9. supra, 12 ID), isto & ente a data do termo dos seus cinco anos de mandato © dala da posse do novo Presidente, \V. Quais as circunstncias que podem determinar a antecipagdo do termo ‘do mandato do Presidente da Repiblica? uma leitura global da Consituigio, verificase que a antceipagSo do ‘termo do mandato do Presidente da Repéblica, gerando a vagatura do cargo pode acorrer nas seguintes stuagies: lug mse fave a restbtcimetn d maida contiional longo mato ‘Cis Portree Ande, p36 > Em sete conti, cl Joc MANOA RUM MEDKIROS Como Parag nena p30. A172 Preside da Reis x (i) Moree ou incapacidade Fisica permanente do Presidente da Rep biica, devendo ser, respectivamente, verficada ov declarada pelo Tribunal Consttucional (antigo 223.°, n° 2 alinea a); (ii) Avséncia do Presidente da Repablica do terrvirio nacional sem 0 asentimento da Assembleia da Repablica (ou da sua Comissio Permanente antigo 129°, n= 3), apis ser veriticada pelo Teibunat Constitucional (artigo 223.°, n° 2. alinea 6) (ii) Destiwigio do cargo, caso seja condenad pela pritica de erimes ‘cometidos no exercicio das suas fungies como Presidente da Rep blica antigo 130., .° 3), devendo ser verifieaa a perda do cargo pelo Tribunal Constitucional (artigo 223., n° 2, alinea b)}: (iv) Se ocorrer abandono de fungées por parte do Presidente da Repic biiea, permanecendo em teritério nacional, devendo considerar-se ue, apesar da lacuna constiucional, hi aqui perda do cargo (v supra, n° 13.7., IV), som prejuito da necessidade de intervengio clarficadora Jo Tribunal Consttucional ou, no limite, da Assen bieia da Repablica, enquanto titular do poder de revisio constitu sional (+) Rentincia 26 mandato, em mensagem do Presidente da Repsiblica ‘irigida & Assembleia da Repiilica (artigo 131) 17.23, Substinigao BIBLIOGRAPIA: Ana Main oe Casas BALDASSARRE, Lr Supplence set Presidente della Repubblica, Napoli, 15R, AtsAt DO BawseosarTost Vices Ot Baxcanca. O Prsideme da Republica... pp. 33486; CARMELO CxMbO ‘Lr Supplenca delta Presidenc delle Repubblica, Milano 1963; Patio ORO 0 Poaer de Substinign. , .474; IES, A Remick do Presidente da Rep ‘lca... 107s. 1. 0 Presidente da Repiblica tem como seu substtuto o Presidente da Assemblein da Replica ou, no impedimento deste. o eputado que 0 subs titua (artigo 132.%,n2 1). Net aif Patt Orb, A Remicade Preside a Rep. p89, “Pramas desenvolvimento cnc, rcsliment fees dea rnini, ‘te Puxo OUtH0, A Reid Preside de Re Dini ds ra remiaci de Presta Repibi. in Revises et Facwlae de Em qualquer das solu titulo substitutivo, o mandato de deputado do Presidente da Republica inte- 2s. eenquanto exereer as Lungdes presidenciais ‘no suspende-se automaticamente (artigo 132." n 2), passundo a gorar de todas as honrase prerrogativas do cargo de Presidente da Replica, sem pre Jjuizo de possuir apenas os direitos do cargo de Presidente da Assembleia da Republica ou de deputado (artigo 132., n° 4). NNote-se, porém, que no se exige qve o Presidente da Replica interino soja cidado portugués de origem ou maior de trintae cinco anos", uma vez bilidade, «que para os deputads no existem tas condigSes de eleg 1. A subsituigdio do Presideate da Repibliea pode, a luz do artigo 132° ‘n° |, ocorrer em dois cenérios completamente distintes: (1) Poder verficur-se perarte uma situagio de vagatura do cargo, em ‘qualquer hipétese de antccipago do termo do mandado presidencial (Ge supra, n° 17.22.. V) caso em que o interno exeree os seus poderes sem que exista titular do dro substtuido: (ii) Pode taar-se de uma sitsagd0 de impedimento temporitio do exer ciclo das fungSes pelo Presidente da Repibliea (v., docnga, queso, captura pelo inimigo iavasor) que, tendo de ser vertical pelo Tribunal Consiucional (artigo 223°, n.” 2, alinea a), deter ‘mina uma substtuigio em que o Srgio substituido tem titular sem possibilidade de exercer os respectivos poderes ‘Sem que, em situagdes de impediment temporiria,exisia um period maximo de exercicio de fungies a titulo yubstitutive. salvo o préprio limite decorrente do termo do mandato do Presidente da Repablicae a inrente mar ‘cago de novas eleiges, naturalmente que, por diversas vieiysitudes, 0 impe. dimento temporirio poder transformar-se em impedimento permanente ov ‘em qualquer outra causa de vagatura do car Nesta iim hipétese, nos sesentas dias postriores & verfiewgio da ‘vagatura do cargo, por intervengdo do Tribunal Constitucional, proceder se 2 cleigdo de nove Presidente da Republica (artigo 125°, n° 1), devendo 0 Presidente interino marear as eligBes presidenciais em conformidade com ‘esse praz, sem prejuizo do disposto no artigo 125.*.n22 63 IL, Cumpre sublinhar, desde jd, que o Presidente da Republica inering tem um estatuto funcional diminuido (artigo 139.°), uma vez que no possi 5 Che Pua Om, © Per de tiie Yep todas as competéncias que a Constitigio confere ao Presidente substitu. isto através de duas configurayées diferentes; (a) Hi, em primeiro lugar, competéncias presidenciais que nBo podem ser exercidas pelo Presidente da Repiiblica interino (artigo 139° net: Dissolvera Assombleia da Repibice: — Nomear membros do Conselho de Estado e vogais do Consciho Superior da Magistratura ~ Convoearreferendos: (b) Ha, em segundo lugar. competéncias presidenciais eujo exercicio plo Presidente interno depende da prévia audineia do Conselho de Estado (atigo 139. .°2y ~ A marcagio do dia das eeigbes previstas no artigo 133: alnea b); ‘A convocaso extraordiniria da Assembleia di Repiblica ‘A nomeagio do Primeiro-Ministo; = A niomeagio ou a exonerago do Presidente do Tribunal de Con. tus e do Procurador-Geral da Repblice ~ A nomeagio ou a exoneragio das chefias militares previstas no anigo 133°, alinea py ~ © exercicio das fungdes de Comandante Supreme das Forgas Armadas; ‘A nomeagio de embaixadores, cOnsules e enviados extraordiné Fios, assim como aceitar a acreditagio de representantes diplom- ticosesteangeiros, AA Consttuigio esolveu, deste moda, limitar a plona identidade de poe res entre Presidente substitutoe Presidente substitido, Poder mesmo dizer-se que, no especifico dominio dos poderes tpicos do Presidente da Republica que se encontram interditos o exercicio pelo Pre sidente da Republica interino, a substiuigde tend prodiido um “congela ‘menio” do exerecio dessas competéncias™®, Até ao momento em que 0 Presidente da Republica eassume as suas fungdes, em caso de impedimento temporiri, ov um novo Presidente eleito ‘ome posse, agora em situagbes de vagatura do cargo, nenhum érgio poder ‘exereer as competéncias presidencias previstas no artigo 139.°, n° 1: haverd aqui uma tempordria ausGneia de Sepia habilitado para o efeto ou, tal como 1 Net semi, espcifcamente quant sss Ue sitio por cet ‘icin do Presented Republics, apes de tn omdraes tren sarge a sg de substi, Patt Orin A Reina do Presidente a Repailew -p18 sucede com os designados “direitos som sujeita”™7 ou “direitos transitoria mente desprovides de iular™,estaremos diante de um Fendmen de pode- IV. Sabendo-se que a substituiglo do Presidente da Republica comega ‘no momento em que v Tribunal Constitucional verifiea ou dectara o impedi ‘mento temporirio ou a vagatura do caryo, isto sem necessidade de o Presi importa registar que o termo da substtuiglo presidencial pode verficarse mas seguintes cieuns. dente interino tomar posse ou prestarjuramento™! (4) Pelo reassumir de fungSes do Presidente da Republica impedido, essando 0 rospectivo impedimento temporirio: (Hi) Pela tomada de posse do novo Presidente da Repablica ele (it) Peta renincia do Presidente interno a0 seu cargo de Presidente da Assembleia da Repibliea ou de deputado, envolvendo a sua conse ‘quente cessagio imediata das fungies presidenciais que exerce a {tulo substtutivo™ tal como pela verficagdo na pessoa do Pres dente da Repiblica interino de qualquer uma das restantes Vis tudes geradoras de antecipasio do termo do mandato do Presidente dda Replica (v, supra, n° 17.2.2., V), sem prejuieo de sempre x zgerar aqui uma automiticasubstiuigio do substituto do Presidente da Repiblics (artigo 132. 2 1, in fine) 17.24. Responsabilidade criminal BIBLIOGRAFIA: Francisco Ac mniae..pp. M6-347 0380383 Jon: Mikanoa. Imunidedes constteionas..p. 35 58: JORGE MIRANDA Moras, Constinigo Portnguexa Aveta pp. 36338, 1. 0 regime da responsubilidade criminal do Presidente da Repiiblica, previsto no artigo 130.°,estrutura-se a partir da diferenciagdo de dus situa” 8es radicalmente distinas (hr Jost ve Oniveea AScEASKO, Dire Cl. Teor Gera, Combs, 203, p80 1 ce Jost Dus Maxours Tara Gera do DiieCii Coimbra, 1958.39, Chr Peto Grind. A Rene do President da Replica» 10K Ctr atu Oren, O Par de Sutil p74, ae 251 807 Presidente da Repibca x (2) Crimes praticados no exereicio das suas fungdes: (b) Crimes estranhos ao exerecio das suas fangs, Observemos, separadamente, cada uma desta stuagie. (a) Crimes praticados no exercicio das suas fungies 1. A responsablizagio criminal do Presidente da Repiblica por crimes Praticados no exereicio das suas fungBes permite recorar, segundo 0 artigo 130. aexisigncia de duas fase: 4) Ha uma primeira fase, passvel de sor designada de aeusagdo, jumto dda Assemblein da Replies: by Ha uma (evertual) segunda fase, se a primeira tiverformutadk 10. que seri de julgamento, a decorret no Supreme Teibunal de Jstiga Vejamos, sucintamente, cada uma destas fase IU, a) A fase de acusagio do Presidente da Republica obedece as se _guintes panticuaridades consttucionais (i) © processo tem de ser deseneadeado junto da Assembleia da Repablica (artigo 130.°, .° 2), substituindo-se esta 20 que seria Encia normal do Ministrio Paiblico (artigo 219. 1® 1): €0 parlamento que, num primeiro momento, tend de Je cidir se 0 Presidente da Republica deve ou nio ser responsabili uma comps zado ou, em termos mais rigorosos, a Assembleia da Repil avalia se uma alegada conduta (por aegi0 ou omissio) do Presi dente da Repablica preenche ou no, segundo 0 seu entendiment, (0s pressupostos justificatives da acusagio da pritiea de um ou bias (ii) O procedimento de acusagio junto da Assembleia da Assembl dda Repablica assenta em duas especificidades (artigo 130.2, n° 2) ‘A Ineiativa do processo¢ feta por meio de uma proposta de um {uinto dos deputados em efectividade de FungOes: A sua apmovagio tem de se fita por msioria de dois tergos dos Governo, Conselho de Estado, Partdos polities com representagio parlamentar, sabendo-se todavia, o seguint: Em casos de proposta, © Presidente da Repiblica no se cencontra obrigido a aevitara proposta, apesar de no tera po sibildade de decidir fora daguilo que lhe & proposto: Perante easos de audicao, 0 Presidente da Repiblica no se encontra vinculado ao conteide resultante da audio que, apesar de Ser um acto obrigatério quanto sua realizagdo (6 supra, V), nao assume maturera vinculativ > Natralmente qu, nm se nese epee wens de ager vp sci do Preside Rep cs dota i se ence spre condo 0 jesila pa Consign edomais pbs comida emerges jared vn ‘ulti do Pik plea Neshuta epi exe al por esa mesma vnc tama ve que cla Sempre cama a xen de uaa tpn Be compet 20 rans conto Reva (it) Em tereciro lugar, 0 exercicio da competéncia do Presidente da Repablica pode encontra-se dependente de ums cincunstncia de facto, segundo dois modelos distints: A ceitcunstincia de facto depender de um juizo avaliativo ou densificador a realizar pelo Presidente da Republica (x. “Tendo em conta os resultados eleitorais", estar em ei regular funcionamento das instituigBes democriticas); ~ A circunstincia de Facto ser totalmente independente de qual- ria de-um prazo ou de (quer juize avaliativo (va. a exis ‘uma maioria absoluta parliament) (G0) Em quarto lugar, por cltime, o exereieio da competéncia do Presidente da Repiblica pode ainda encontrar-se dependente Ua intervengio a posterior’ do Governo através da necessidade de referenda ministerial dos actos presidencias, iso &, de uma contra-assinatura do Governo que exerce uma fungal fiscali- zadora ¢ vertficaiva da validade dos actos do Presidente ds Replica Vejamos, seguidamente, as manifestagies constitucionais ilustrat vas de cada um destes quattotipos de competéncia de exercicio condicio xistem poderes cujo nado do Presidente da Republica, sabendo-se que ‘exercicio pode encontrar-se dependente de mais de um tipo destes limites sendo até possivel, numa situagdo de mximo condicionamento, que o P sidente da Republica possua poderes que preenehem os quatre menciona os tipo. VIL. (i) Temos, em primero lugar, a competéncia do Presidente da Repablica cujo exereicio se encontra condicionad a autorizagdo expressa dda Assembleia da Repablica ~ ou, quando esta no estiver reunida, nem for possivel a sua reunizo imediata, da sua Comissio Permanente -, aqui se incluindo as duas seguintes situagoes (1) A declarago de estado de sitio e de estado de emengSneia (anigos 1344, alinea d), 138.%, a2 Ie 161°, alinea 0) 2) A declaragio de guerra feitura dpa (artigos 135°, alinea c),€ Em qualquer dos casos, epita-se.o Presidente da Repiblica nio pode cexereera sua competéncia sem um prévio acto permissive da Assembleia da Republica VIII. (77) Em segundo lugay, no que diz respeito ao exereicio da com> peténcia do Presidente da Republica dependente de proposta om audio de um outro drgo ou entidade, cumpre referenciar as seyuintes stung (1) Competéncia cujo exerccio depende de proposta "Nomeagio © exoneraglo dos membros do Govemo (artigo 13. linea h), salvo tratando-se do Primeito-Ministro: Presidéncia do Conselho de Ministios (artigo 133, alfnea i) = Nomeagio ¢ exoneragio do Presidente do Tribunal de Comtas © {do Procurador-Geral da Repablica (antigo 1332, alinea m)): Nomeagdo ¢ exoneragio das Chefias Miltares (artigo 133°, al nea p)k Convocago de referendo nacional (argo [34.*,alineae)} Nomeagio e exoneragio de embaixadores, (cbnsules) ¢ enviades extraordinitios (artigo 135. alfnea a) ~ Declaragao de guerra ¢ feitura da paz (artigo 135°. alinea e)): (2) Competéacia cujo exercicio depende de audio de dos e/ou enti dads Adissolugdo da Assembleia da Repilblica (antigo 133. linea e)) das assembles lgislativas das regides atGnomas (atigo 133°. linea j) Nomeagio do Peimeiro-Ministro (antigo 133°, alinea 1) A demissio do Governo pelo Presidente da Repsiblica, nos termos do artigo 1952. n2 2 Nomeagdo e exoneragZo dos Representantes da Repsiblica para as zides autGnomas (artigo 133." alinea I) Indultar ¢ comutar pers (artigo 134.*,alinea 1) Declaragdo de estado de sitio © de estado de emergncia (art 1342, linea d), [38.°,9.° 1 Declaragio de guerra e feitura da paz (antigo 135. alinea c)) 1X. (ii) Em tereeiro lugar, oexereiio da compoténcia do Presidente dt Replica que se encontra condicionado a circunstdncias de facta mostra-se passivel de deparar com duas distintas situagdes ilustrativas: (1) Casos de competéncia cvjo exercicio depende de uma circunstincia de facto habilitadora de uma margem de coneretizagio avalatva pelo Presidente da Repablica = Na nomeago do Primeiro-Ministo, 0 Presidente da Repiibica dove ter em conta as resultados eleitoras (artigo 187.*. n° 1) "Sues a evabildade de i ssp 1292, Ears costa Reba A demissio do Governo pelo Presidente da Replica s6 pode ser Feitase“tal se tome necessirio para assegurar © regula funciona ‘mento das instiuigdes democriticas” (artigo 195, n. 2) = Na formulagio do pedido de autorizagio junto da Assembleia da Republica para ser deretado o estado de excepg0 constitucional, 6 Presidente da Repiblica tem de avaliar os peessupostos de facto AdeFinides no artigo 19.2, n.% 2 ¢ 3, al como no pedido de reno. vagio da autorizago parlamentar (artigo 19.2, 2 5): De igual modo, no peuido de autorizagdo junto da Assembleia da Republica para ser Jeclarada a guerra e para a fitura i paz, 0 Presidente da Republica tem sempre de efectuar uma prévia pon: deragio avalativa dos facios que justitiquem 0 exercicio de um tal poder de iniiatva junto da Assembleia da Republics: (2) Cases de competéneia cujo exercicio esté condicionado a uma cle ccunstincia de facto sem margem de desiticago avaliatva pelo Pre- sidente da Repablia A dissolucdo da Assembleia da Repiblica ou das assembleias le sislativas das gids auténomas nto pode ocorrer nos seis meses Pastcriores i respectiva eleigdo, nem nos Ultimos seis meses do ‘mandato do Presidente da Republica, tal como no pode ser Feit durante a vigéncia de estado de exeepsio consttucional (artigos 1722, n2 2.¢ 133°, linea j). ‘A-exisiéncia de uma maioria absoluta parlamentar condiciona cle Jacto 2 margem de liberdade decisria do Presidente da Republica 1a escolhado Primeiro-Minisito, podendo verse numa staiyio de se limitar a “homologar” o nome que he 6 proposto peli maior Em termos semelhantes, exist de uma maioria parlamentat condiciona a operatividade ou a efieicia peitica do veto politico ddo Presidente da Replica, limitando-se a exereer um eleito meramente retardador da obrigagio de promul eo artigo 1362. n 3 teatando-se de matérias a que sere X. (iv) Em quaro lugur observa-se que a competéncia do Presidente dt ‘carecerem de referends ministerial, havendo a difereneiar dua situayies%®, Republica pode ainda estar condicionada pela necessidade de os seus alos (i) Os actos do Presidente da Repiblica excluidos de referenda minis terial, sendo todos aqueles quc, deduziveis « comtrari do artigo V8 Of Daoo Fans vo AMARALPAA.O Ont lor Jie Puy de Ree de Miisteriat p. Ci aan Ano otc, Fett Os 140°, n | ilustram que hoje a relerends ministerial 36 & exigivel nos casos expressamonte previstos na Constiuigia, valendo o seu siléncio como dispensa de referenda, eireunstincia que confere sui a Presidente da Republica poderes autsnoma de Jecisdi, sem pre juizo de se observar que nunea taduzem situagdes de intervengio presidencial wctiva de indiviczo na esfera da actividad ‘Os actos do Presidente da Repiiblica sujitos a roferend ministerial podem, atendendo aos diferentes niveis de intervengio do Governo sobre Os Fespectivos actos presidenciais, conduzir 2 que, & Iz Jo elenco do atigo 140, n.° 1, se recoriem ws grupos distintas: 1.) A referenda de actos do Presidente da Repiblica dependentes, {de proposta do Primero Ministo ou do Govern: A nomeagio ou exoneragl dos membros do Govern, salvo 4o Primeiro-Ministro, dos Representantes da Repablica para a rogides autonomas, do Presidente do Tribunal de Conta, ddo Procurador-Geral da Repiblica, das Chefias Miltares, «dos embaixadores (cénsules) © enviados diplomiticos A promulgagio de dee ‘A assinatura dos decretos do. Go aprovam convengdes imermacionais: A deslarago de puerra ou feitura da pa ‘So ainda expresso do actos do Presidente da Repiibica dependen: otos-leis © de decretos regulamen: &, ineluindo os que tes de uma proposta indirecia do Governo, apesar de formalmente sm provenientes da Assembleia da Republica, uma ver que esta ‘no pode intoduzir untateralmentealteragBesu0s textos apresenta dos pelo Governo para a sua aprovago (0 rejeiglo) = A ralficagio de tratados internacionais que tenham sido aprovados pela Assembleia da Republica’ ‘A assinatura das resolugies da Assembleia da Repibica que sprowem acordos internacional 28) A referenda de actos do Presidente da Republica sujeitos a audigio do Governo: ~ A declaragio de estado de sito ou de estado de emergéneia: 0 induto e a comutagio de penas: os erro em excl 241 "a Cie. Eu Ano Fun gu FWA, Or ders do Preside Repo Esra onsictomas de Replis 3.*) A referenda de actos do Presidente da Repiiblica tex de proposta ou audigzo do Govern: ~ A dissolugio das assembleias legislativas das regives aut ndependen ~ A promulgagio das eis da Assembleia da Repsblica Em suma, todas as presentessituages permitem encontrar Formas de condicionamento do exereicio da competéacia do Presidemte da Replblica () Competéncia de exercici livre XI. Nio obstante a designagio, sabe-se ji que num no existem poderes piblicos totalmente livres: toda a competéncia das esi tura do Poder es limitada e vineulada a respetar a juriicidade. E neste comtexto que se deve compreender a expresso “competéncia de cexercicio livre” do Presidente da Republica: sio poderes do Chefe de Estado «que. apesar de subordinados 2 juridicidade, nao tém 0 sew exereteio condicio- nado por exigéncias especificas, ames comportam uma considenivel margem de lberdade conformadora quanto & escolha do momento em que podem ser ‘exereidos ou quanto a priprio conte dos actos em que depois se traduzem, XIL. Sio manifestagdes de compoténeia de exercicio live do Presid dda Republica as seguintes: (1) Presidir 20 Consetho de Estado (artigo 133, linea a) ¢ 9 Con selho Superior de Defesa Nacional (antigo 133°, alinea 0) (G) Convocar extraordinariamente a Assembleia da Repablica (art 1334, linea ¢) (ii) Disigic mensagens & Assembleia da Republica (artigo 133, al 4a d)} (iv) Nomear cinco membros do Conselho de Estado dois vogais Jo Consetho Superior da Magistraura (artigo 133°, alinea n)) (+) Veta polticamente os diplomas que the tenham sido enviados para promulzagso: (i) Requerer ao Tribunal Constiucional a fisealizagio preventva Ja cconsttucionalidade de normas de leis, decretosteis © convengies imernacionais (argo 134. alinea 19 Cle Mir Gavi Tae Lede de ni TO, pp. 38 ° (vii) Decidir se promulga ou recusa a promulgagio das leis que, tendo sido objecto de prontincia em sede de Fscalizagao preventiva no sentido da sus inconsitucionalidade, a Assembleia da Repiblica 2s confirmou, nos termos do artigo 279.*, n° 2, dexde que no se trate de uma lei violadora de direitos. lit dos de plicabilidade directa (v. supra. V) (ili) Requerer a0 Tribunal Consttucional a fiscalizagio sucessiva abs twacta da. constitucionalidade (e, em gertas casos tipificados no antigo 281.°, 0° 1, também da legalidade) de quaisquer nommas juridieas (artigo 281." .* 2 alineaa))c ainda a verificagio da in- ‘consttucional dade por omissdo (artigos 134. allnea h). © 283, net) (is) Conferie condocoragies (¥. supra, n° 12.9,, Xe exereer as fun ies de grio-mestre das ondens honorificas portuguesa (artigo 134. linea iy (x) Pronunciarse sobre todas a emery Repiblica (argo 134. linea e)); (si) Convocar 0 Conse de Estado e solcitarlhe que se promuncie, aconselhando o Presidente da Republica no exereicio das suas en (ail) Exercer 0 poder informal de exteriorizacio de opines (v. supra, ns 14.3.2. ¢ [7.1 Vi (sili) Informar-see pedi informages, exercendo uma “magistratura de influzneia", assim como ours formas de orientagdo politica de ccunho disericiondrio (v, supra, n° 17.1. IV (iv) O exereicio informal de um poder modsrador,fiscalirando, rege lando e dirimindo conflitos politicos e institucionais (v. pra no 17.1, VPs (09) Na qualidade de Comandante Supremo das Forgas Arm Presidente da Republica pode exercer poderes informais junto das Forgas Armadas, numa posigio de conflugncia entre 0 seu papel de “magistratura de influéncia” e de poder moderador (supra 9 17.1. IX) ‘ori) Renunciar a continua 8 exercer o mancato de Presidente da Reps blica (artigo 131.) neias graves para a vida da fungdes (artigo 145,°,aline wr Espifiamente sobre fa esos honoris he ASTON Pom HB S| fens horas. Di 2 ri Ji Amini Pale, 2° sgl (e) Mem: a competéncia administrativa interna Xill. Ainda no ambite das competéncias de exercicio livre do Presi dente da Repiblica se devem inserir 0s seus poderes de live: mea ‘demiisso dos membros dos érgios e servigos Je apoio directo que inte a Presidéneia da Repiblica™”, Tratase de uma competéncia administrativa interna dy Presidente da Replica, expresso de um poder de auto-organizagio interna de 1oU0s 0s Srgi0s (v. supra, n° 12,5.).registando-se que a Consttvigdo a ele faz uma referencia indirecta,atribuindo a reserva absoluta da competéncialegistativa dda Assembla da Repl time da autonomia organiza tivo, administrativae finanecira dos servigos de spoio do Presidente da Rept blica (antigo 164. definigte do Neste context, tratando-se o Presidente da Repiibliea de um & sober, a autonomia dos rexpectivas servigns de apoio s6 poderia conduzit 8 atribuigdo ao priprio Presidente da Repablica Je uma competéncia adm nistrativa interna que Ihe permitise « liveeescolh e, por essa via, a deinigio superior da orientacdo dos servigos da Prexidéncia da Repiblica 'Nio obstante essa margem de autonomia decisiria do Presidente da Repablica, importa notar que o exercicio desta eompeténcia administativa ierna nunca pode deixar de estar subordinada & jurdieidade administrativa ido hi aqui qualquer zona ajuriica de exercicio da aetividade deciséria do Presidente da Replica, XIV. Ox dno o servos da Prosidéncia da Repiblica cujos membros sio de livre escola do Presidente da Republica, tendo por fungao prestar 0 apoio tGenico, peysoole de geso patrimonial, adminisrativa efinanceira a0 CChefe de Estado, enquadran se em ts grupos (i) Os Servigos de apoio direcio ao Presidente da Republica, neley se Ineluindo as seguintes estruturas A Casa Civil (:servigo de consulta, anise, informagao © apoio ‘enico ao Presidente da Republica ‘A Casa Militar (:servigo de apoio ao Presidente da Repiblica na (qualidade de Comandante Supremo das Forgas Armas) © Gabinete (:serigo de apoio directo e pessoal ao Presidente da Republica) © Cinanigo 3°. n° 2. dae.” 796, de 29 de Feet desig como Ls ds See ‘igs ua President ds Rep: Ye Cle artge 2° ds Ls a? 796,29 Feria S172 Preside da Reis = 0 Servigo de Seguranga (: estrutura encurregue da proteegio & seguranga pessoal do Presidente da Repiblica, das instalagies, dos bens e servigos da Presidéncia da Repiblica e das pessoas ‘que nela exereem Funges): © Centro de Comunieagies ( assegura o sistema de comunica Bes da Presidéncia da Republica 0 Servigo de Apoio Médico (: presta assisténcia médica e de en- fermagem ao Presidente da Repiblics), (ii) © Conseliio Administraivo (: brgodelberativo em materia de gestio patrimonial,administratva e financeira da Presidncia da Republica (iit) A Secrearia-Gerl(: servigo de apoio administrative da Presiden. cia da Republica). Relativamente a todos os membros de tas estruturas orgnicas que sto 4e livre nomeagio pelo Presidente da Repablia, 0 respectivo vinculo cores ponde & duragio do mandato presidencial, salvo se, entretanto, se aposenta rem, se demitirem ou forem demitides. Nos terms da Lei dos Servigos da Presidéncia du Replica, o Chefe da Casa Civil, Chefe da Casa Militar e @ Chefe de Gabinete podem represen tar o Presidente da Repiblica, sempre que este 0 determine™,solugio que ‘mosiracareeer de uma interpretagio em conformidade com a Constituigo. BIBLIOGRAFIA: Aroxso b'Ousuumea MARTI, Promulgayo.in Dio rio Juric es dinitrate Publica, Vi, Lisboa. 1994, pp. 580 ss: JORGE Miwana, Manual... V, pp. 21 3; les. Metin icin Juridica db nistacrPalica, W Lisboa, 196, pp 582 6: once Mitarow/RU MDEKos, Consituia Portngneea Anode. I. pp. 402 s.; Cat os Busco DE Mota Curso. 1 pp. V4 ss: Cristins Quem Dirilo Contituciona. pp. 271 ss. Manoation Sateni, O Direto de Veo mt Continicto de 76, Brig, 1980 (a) Caracterizagio gencrica |. A promulgagao, sendo um acto exclusivo do Presidente da Republic, traduz sempre, salvo nos casos em que & de emanagio obrigatria ow vin Che espetivamente, ano 32.1 3, ago 7°. Ie ago 9s Le a? 756, 20d Fevers. culada (x. spr 2° 17.3.) 8 incorporago da vontade polities concordante 4 Presidente da Repiblica face ao conteido de um dos tr6s seguints tipos de actos (anigo 134." linea b) 4) Tados 08 actos bie (ii) Todos 0s actos legisltives provenientes do Governo; (ii) Os regulamentos provenientes do Governo que, assumindy uma natureza independent, tm um conteddo inovador, sob a forma de deeretos regulamentares islativos provenicntes da Assembleia da Repd: Estamos aqui diane de actos normatives que, por eeito da intervengio do Presideme da Repiblica, tendo também presente a proveniéneia das suas solugies, expressam sempre a conjugagio dt vontade de dois Sgios de sobe rani: tai atos gozam, por isso, de uma legitimidade politica reforgada e de uma inerenteforga jridica previlecents Mais raduza-se a promulgagio num acto vinculado ow discriciondrio, © certo & que, fazendo intervir 0 Presidente da Repiblica na fase final do imenio de fetura do acto a ela sujeito, confere-lhe uma especial soe proces nidade ~ a promulgagdo € 0 instituto constitucional herdeiro do espirito da sangdo real Il, Se excepiuarmos as leis de revisto constitucional eyja promul ago ¢ obrigaéria (artigo 286.°, a 3), todos os actos sujeitoy a promule _24¢o poder ser ebjecto de velo politica por parte do Presidente da Rept bea, © veto politico traduz sempre, nes sentido, uma manifestagio de dis. ccondincia do Presidente da Repablica face ao mérito do conteddo (total ou parcial) do aeto que the & sujeito a promalgagior atavés do veto, o Presidente da Repiblics considera que a solugio normativa ¢ inconvenient. inoportuna fu err vetundo-o, devolve 0 diploma ao érgio que o aprovou., fundamen: tando por eserito as razdes da sua diseondincia politica ‘lio diferentes, porém, os efeitos do veto politico que incide sobre diplo ‘mas provenientes da Assembleia da Repiblica ou se Ji respeito a diplomas originirios do Governo: no primeiro caso, 0 Velo ésuspensivo, podendo sem pre a Assembleia da Repiblica confirmar o diploma ¢ obrigat o Presidente ‘da Repaiblica& sua promulgagio: no segundo caso, 0 velo & absolute, pois ‘© Governo munca poderd obrigar © Presidente da Repiblica a promulgat 0 iploma vetato, SITE Presta Ro IIL, Excluindo agora os decreos regulamentares que nfo se encontram Sujeitos a fscalizagio proventiva da coastitucionalidade, todos 08 actos que sJo enviados ao Presidente da Replies para promulgagio so pas sivels de fiscalizagdo preventiva da consttucionalidade junto do Tribunal Consttucional (artigo 278..n2 1), Significa ito, por outas palavras, que, recebido um acto legislativo para ser promulgado, se o Presidente ca Republica tiver dividas sobre a sua con Formidade face 3 Consttuigio, devi solictar que o Tribunal Constitucional aprecie a sua validade E, se Tribunal Constitucional se pronunciar pela inconstitucionalidade 4o diploma, o Presidente da Replica encontra-se ob vendo-o ao dng que 0 aprovou: tatase do veto juridico ox. também dito velo por inconsitucionalidade stants IV, Em sintes, atendendo ao exposta, sempre que o Presidente da Re piiblica recebe um diploma para ser promulgido, mosirase possivel que cle Adopic uma de és eondutas 16 diploma, mandando-0 publicar no Diirio da Rep Pode veti-lo politicamente (salvo se for lei de revisio constitucional). evolvendo-0 80 drgo que © aprovou com a fundamentago das raabes da sua diseordinca ~ Pode solicitar a fiscalizacio preventiva da constitucionalidade (salvo se for um decreto regulamentar), enviando-o ao Tribunal Const ional Analisemos com mais detahe cada uma destas duas ktimas hipstess. (b) Regime do veto politico V. Comecemos por anlisar 0 veto politico do Presidente da Repiibica ‘que incide Sobre diplomas enviados pela Assembleia da Repiblica para efei tos de promulgago, Sabesse ji que 0 veto tem sempre naiwreza suspensiva, pois a Assen: bieia da Republica tem a faculdade de. verificadss certs cicunstncias, obri gar o Presidente da Repablica a promulgaro diploma. Nem sempre. porém, a Assembleia da Republica, apesar de o poder Fazer, reine as condides para obrigar o Presidente da Repablica prom ar o diploma vetado politcamente. 20 arma comnts Relics este modo. reeebido 0 diploma vetado, acompanhado de mensagem fundamentada de Presidente da Repiblica em que se comunicam as razdes do velo ¢ se solicta uma nova apreciagio, a Assembleia da Republica poder adoptar uma de quatro condutas: (1) Pode submeter-x & vontade politica do Presidente da Repiiblica, ‘modificando 0 diploma em conformidade com o sentido que resula ds mensagem jusificativa do veto: (i) Pode, pelo contrivio, nunca postura de confranto politico com & Presidente da Repsiblica, confirmar 0 diploma, segundo duas die rentes situa 1.4) Por via de ogra, exige-se que a confirma 10 se faga pela mao. ria absoluta dos deputados em efectividade de Fungdes (artigo 136,22 22) Tratando-se, todavia, das matérias a que se refere o artigo 136.*, n° 39, cxige-se que a confiemagio parlamentar seja Feita por maioria de dois tergos dos deputadas presentes, desde {que superior maioria absoluta das deputados em efectvidade de fungi Em qualquer das hipste dente Ja Repiblica encontra-se obrigado a promlgat o diploma ‘a maioria confimativa, o Pres: es, obi come leis (ii) Pode ainda suceder que a Assembleia da Repibic, apesar de ter tentado a confiemagio do diploma, no tenhe conseguido obter ‘a maioria exigivel para o efeito, situago em que, permanecendo Vigente o veto, o Presidente da Republica nto tem de promulgar © diploma: (iv) Pode, por dtime, a Assembleia da Replica nem sequer tentar cconfirmar 0 diploma vetado, deixando “morte” ou “esquecer” 0 assunto e fazendo prevalecer, deste modo, 0 veto politic do Pres dente da Rept Leesan a lags exer: Leis ses Himes ene 9 Sector pica, sco piv € waco coaperativg| Las reglasone dw at letras proviso a Contig, que evista S17 Presented Rei 2 VL. Diferente &, no entanto, 0 regime do veto politico que incide sobre diplomas enviados pelo Governo para promulgayo junto do Presidente da Republica, Aqui, ao invés do que suede com os diplomas proveniontes da Assem- bleia da Republica, o veto tem natureza absoluta (artigo 136°, n° 4): 0 Governo nunca podesi, pelos seus priprios meios, obrigar o Presidente da Republica promulgaro diploma, estes termos, devolvido o diploma rernamental abjecto de veto politico pelo Presideate da Republica, o Governo pode adoptar uma de trés posturas () © Governo pode submeter-se & vontade politica do Presidente da Repaiblica alerando 0 diploma vetado em sentido convergente aos \desejos presidenciais; (fi) © Governo pode converter o diploma vetado em proposta de lei a ‘apresentar junto da Assembleia da Republica ou os deputados que © apoiam podem adoptar © diploma vetado, ransformando-o em projecto de ei, verificando-se que qualquer futuro veto presidencial 0 diploma proveniente do parlamento poder ser ultrapassado, por vi de tegra, por maioria absolut (. supra, V), $6 assim nao suce deri, isto &, $6 no poderi odiplonta governamental vetado ser con- vertido em proposta ou projecto de lei junto da Assembleia da Repablica, se © mesmo incidir sobre maiéria reservada & compe- tGncia legisiativa do Governo (artigo 198., m2 |.*, linea 0). € ‘n2 2): aqui o veto politico do Presidente da Repiiblica assume nat 7a absolutssimn; (it) Pode, por dime, 0 Govern nada fazer, conformando-se com 0 veto politic do Presidente da Repablica, deixando “car” 0 props- sito de discipinar a matéria em causa, (€) Regime do veto jurdico on por inconstitucionaidade VI. Imagine-se agora que, reeebido um acto legislative para ser pro Jo como lei ou decree, o Presidente da Repiblica resolve requerer ‘0 Tribunal Consttucional a fiscalizagio preventiva da constitucionalidade ‘de uma, virias ou todss as norma do diploma" Pra mus denenvelvim mp 13 le Cantos Br ascat# Moss, Jeg Conan i Num tal cenério, 6 Tribunal Constitecional, apd a anise do diploma, pode adoptar uma de duas decisses: (2) 0 Tribunal Constitucional pode no se pronunciar pela inconsttu cionalidade. hipstese em que, regressando o diploma ao Presidente dda Repibica, este pode tomar uma de duas atitudes (artigo 136. ne Dy = Peomulga o diploma: (Ou. em alternativa, veta-o politicamente, seguindosse 0 procedi= mento antes exposto(v, supra, V © VI} (© Tribunal Constiicional pode. pelo contro, pronuncia-se pela inconsttucionalidade do diploma, hipstese essa em que o Presidente dda Republica se encontra vinculado a usar 0 veto juridico ou veto por inconstitucionalidade, Jevolvendo-0 a0 drgdo que 0 aprovou (artigo 279°, n° 1. i rc Centremos a atengio nesta lima hipstese. VIIL. Se, tendo por base a prontincia do THibural Constitucional no sen {ido da inconstitucionalidade, 0 Presidente da Repiblica veta o diploma, 0 respoctivo regime assenta na uiferenciagiio de ne 2h lus stuagdes (artigo 279°, (1) Seo diploma é proveniente do Govern, este tem 20 seu disp és } atitudes alternativas: ! Primeia: pode limitarse a expurgar 3 rma julgadainconsi ional, se iso for postel.dixand ilatoo resto do diploma, cenviando-o para o Presidente da Republica promulgar ou exercet veto pits Segunda: pode, iso for possi |. rformular @ conteido do di ploma, modificando-o em conformidade face a0 sentido da pro inincia do Tribunal Constitucional, remetendo-0 de nova a Pre- ‘dente da Replica, caso em que este pode promulgi-fo, vet-lo politcumente ou requerer nova apreciagio preventiva da incense titucionalidade (antigo 279.0,” 3) TTereeira: pode nada fazer, encerrando-se com o velo juriico 0 processolegislatvo, (2) Se. diploma, ao invés, tem a sua origem na Assembleia da Rept blica, este drgdo,além de poder assumir qualquer uma das tris tefe- rida atitudes também disponiveis ao Governo (isto é expurgar & ‘norma inconstitucional ou refermular © digloma, se iso for possi- S175 Preside Repub ES vel, ou nada fazer), poderé ainda confirma diploma por maioria de dois tergos dos deputados presetes, desde que superior & mai. ria absoluta dos deputads em efeetividade de fancies. CObvervemos com mais algum detalhe esta dhtima sitoacio. IX. Na altima sitagio referenciads, existindo confirmagio parlamen- ‘ar do diploma objecto de uma prontincia de inconstitucianalidade pelo Tei bunat Constitucional (artigo 2792, ».° 2), 0 Presidente da Repiblica no se encontra vinculaJo 4 promulgat o diploma, pois, enquanto garunte da defes da Constituigio (v. supra, 47.1. (b)), aunca poderia ser obrigado 8 promulgar como fei um acto que o Tribunal Constitucional entendeu ser inconstituciona © Presidente da Repiblica poder aqui adoptar uma de duas ati tudes: Poderiirecusar fe & promulgagio do diplcima, fazendo prevalecer ojuzo juridico do Tribunal Constitucional sobre uma deci- o politica da Assembleta da Replica: Ou, em sentido contritio, poder promulgar o diploma, arbitrando a favor da Assembleia da Repibliea 0 confito com o Tribunal Const tuctonal. sem prejuizo de, s estiver em causa a violagdo de direitos, liberdadese garantas dotados de uplicabilidade direta, por Forga do antigo 18.*, n° 1, o Presidente da Repdblica se encontrar sempre vi- culado a nio promulgar(v. supra, n° 17.3, Vp NNote-se, porém, que mesmo no caso de promulgasio, a validade cons titucional do diploma pode ser sempre, a qualquer momento, suscitad junto do Tribunal Consttucional ou, a titulo incidental, janto de todos os restantes tribunais: « confirmagio do diploma pela Assembleia da Republica e a sua posterior promulgacio pelo Presidente da Repiiblica no sanam a inconsti tucionalidade, nem fazem preclude a fscalizagdo judicial da sta inconstitu ‘cionalidade ~ pode mesmo afirmarse que 0 diploma fica onerado com uma presungo de inconsttucionalidade 17. Kstatutos “presidencias” especiais |. Tudo quanto até agora se disse sobre o Presidente da Repablica io pode fazer esquecer a suscepibilidade de se revortarem quatro estatutos cons onados com o Pre tiucionais diferenciados e, neste sentido, especais, rel sidente da Repiilica a saber: (@) O Presidente eleto, correspondende aquele candidato que. tendo _gamho as cleigdes para a Presidéncia da Repablia,sinda no tomow posse como Presidente da Replica: (b) 0 Presidente da Repablica imerino, traduzindo aquele que, em situa Ges de impedimento temporirio ou vagatura do eargo, substitu © Presidente da Repiblica () 0 Presidente da Repablicasubstituido, revelando a situagdo em que se enconirao titular do cargo impodido temporariamente de exercer as inerentes Fungies, (d) Oex-Presidente da Republic, posi juridica as Imida por aquele «que, tendo jd sido Presidente da Repiblica durante a viggneia desta Consttuigéo, deixou, entetanto, de exer as fungdes por termo do mandate Vejamos, muito sumariamente, cada um destes estatutos preside nciais cespeciais, (a) Presidente ele MI. O “Presidente ele” & uma expresso que, usuda no artigo 127." 1° 1, visa traduzir a situago juridica em que se encontra aquele que, tendo sido © candidato presidencial vencedor, foi designado Presidente da Rept: bia pelo voto popular, apis a publicagHo dos resultados eletoras fina, mas {que ainda nfo tomou posse como Presidente da Repibica. Nao tendo tomado posse, ele ainda ndo é Presidente da Repilblica, ape sade saber tal como todo pais, que vii a assuenir o cargo de Presidente da Replica, tamando posse no iltimo dia do mandato do Presidente cessante ou, existindo vagatura no oitavo dia subsequente ao dia da publicagio dos resultados eleitoras (artigo 127-, 0," 2) O siléncio da Consttuigdo sobre a figura do Presidente eleto, salva a referéneia que the faz 0 artigo 1272, n° 1, alo inviabiliza, porim, que se ossa extrair um estatuto assente nas seguintes coordenadas (0 Presidente eleto tem o dicito subjectivo a ser investido no cargo para que foi eleto, tomando posse perante a Assembieia da Repablica amigo 127.",n. I): (ii) O Presidente eleto deve, antes da tomads de posse, colocar temo ao exercfcio de todas as fungdes pablicas ou privadas que se mos S17 Presidente da Reson ss team incompativeis com as novasFungies que val assumir (spr ne 13.6. (0) (if) Presiderte eleito deve, « pani do momento em que Foi elit, adoptar uma posturae um comportamento condignos com as alias fungies que vai exercer, encontrando-se ji vinculad aos limites ‘04 Condicionamentes do poder informal de exteriorizayio de opi rides (v. supra, 0.* 14.3.2. (0) iv) Todas as avtrida civ e militares devem respeito ao Presidente elelto, devendo este pautar ji 0 Seu comportummento por um Figo- ovo cumprimento da Consttuigio e ainda pelos prinpios da im- parcialidads ¢ da nouralidade no sew telacionamento com os agen 1es politico ¢ eeonsmicos: © Presidente eleto ¢ livre de declarar que no aeeta a eleigdo ow ic {que recusa tomar posse, abrindo-se novo processo elitoral, vert ceando-se que, por se tratar de ume Lacuna consttucional, nfo softs ‘qualquer proibigso de se candidata is subsoquentes eleigies presi denciais?™ (vi) O Presidente da Republica cessante, apesar de continuar a exercer com (oda a legitmidade os ilkimas tempos do seu mandato, deve bsterse, apd a eleigdo do seu sucessor. de praticar actos que no sejam estriamente necessities para assegurar a gesti0 dos ne ios pablicas, salvo se for ele prprio, num cenirio de reeleigio, 0 sucestor de si mesmo: (uit) O Presidente da Republica cessante deveri usar de cooperago ins- titucional enm o Presidente eleito™?, encontrando-se este dltimo vineulado a0 devido respeito institucional face ao primeiro: havens agui que garatir um nivel Sptimo de coabiagaoq transigio pacifiea de mandatos™, (0) Presidente interino II. 0 Presidente da Repaiblicainerino, exercendo fungies atta subs ttutivo do Presidente da Republica eleto © empossao, verficando-seimpe- ® Cir Pao Ortho. A Ronin President da Repl ps 54-58 "Neve ibis ere uo exempt. apn hago e adi so Sere Geral da eid da Repiblicswe econita ving pret ao Pes, ‘ent eli. din 262d Let 796, de 29 de Fever "Es tami al ips mo Dino ne mena, eps Jor Uo Pr side Test Acct Dua Faas 00 Asta, Ger de Geib 1S. 28 dimento temporirio deste ov uma situaglo de vagatura do cargo, jé anterior mente foi objecto de desenvolvimemto (¥, supra, n° 17.2.3). ‘Cumpre agora recordar, atendendo a0 que se disse, 0 tragos essenciais do seu estatut constituciona (i) © Presidente interino possuiu, comparativamente com os poderes passives de serem exercidos pelo Presidente da Repiilica subst tuido, uma capitis deminato: esse & 0 sentido do artigo 1 (72) Mesmo nos dominios decisérios em que nfo se verifiea qualquer limitagde decorrente do artigo 139. uma vez que as fungies subs- titutivas do Presidente imterinoassumem eanictertransitorio e tem- Porariamente circunscrito, especialmente em censrios de impedi ‘mento temporirio do Presidente substtuido, aquele deve limitar-se A pritica dos actos esritamente neeesssrios para assegurara gestio dos negécios pablicos e da casa civil militar do Presideme da Repablica: (ii) Os actos que o Presidente fungées, salvo se disserem respeito& casa civil ou militar do Pre sidente da Repablica,ndo sio revogiveis pelo Presidente da Rep biica substituido, em caso de cessagio do impedimento tempori +o, ou pelo novo Presidente da Repiiblica elcito © empossado, caso de vagatura do cargo; (iv) © Presidente interno, apesar de no ter de prestar ju cexereer as suas fungies substitutivs, encontrase vi Fecta € automaticamente, ao compromisso de “defender, cumprir€ fazer cumprie a Consttuigi’ © Presidente imerino, apesar de gozar de tod as hontase presto: sgativas da fungi de Presidente da Repablica, uma vez que os direitos que the assistom sBo os de Presidente da Assembleia da Repiblica ou de deputado (artigo 132.*, n# 4), encontra-se sujeito ‘0 vencimento © a0 regime das imunidades do cargo para que foi eleito no do Presidente da Republica (vi) O Presidente interine no pode recusar exercer essts funges & titulo substitutiva, pois isso traduzir-s-ia numa violagio do print pio da irronunciabilidade da competénca (¥. pra, n° 12.8). nem Pode abandonar o seu exercicio (v, supra, n° 13.7.) se pretender rino praticar no exercicio das suas ic asumir ou no continuar a exercer as fungSes como Presidente iterino teri de renuneiar ao cargo de Presidente da Assembleia da Republica ou de deputado (v, supra, n2 13.8.) (vii) © Presidente interino que renunciar a0 cargo de Presidente da ‘Assembleia da Repiblica ou de deputado para, deste modo, nio ‘exereer ou deixar de continuar a exercer as fungies de Presidente da Repiblica substitute ndo se encontra impedido de se candidatar ‘as eleiges presidencialsimediatas, nem nas que se realizarem 10 4quinguénio imediatamente subsequente: @ artigo 123. n2 2, no tem aqui aplicagio, (6) Presidente substiido IN. Num eenatio de impedimento temporirio do exerefeio das Fungies de Presidente da Republica, aquele que, tendo sido eleto c empossado para ‘a exereer. nfo se encontra no seu fective exereici & 0 Presidente da Repd: blica substituid, Presidente da Repablica substwvido corresponde a situagSo juridiea em que se enconira aquele que & oitulareleito e empossado do cargo de Pre- sidente da Repabiica. ito enquanto © Presidente interno cxerce as suas fun 'gbes de substitu, E qual ¢ 0 estatuto consttucional do Presidente substituido? Pode dizerse que 0 sé bases: i) Salvo sitwagies de vagatura do cargo, 96 & consttucionalmente a substituigdo do Presidente da Republica eeito, apts sua tomada de posse, se acorer um impedimento temporiio ao exer ciclo das suas funy, verificado pelo Tribunal Consttucional: (ii) O Presidente substituido nio deixa de ser, durante todo 0 period da substituigdo, o Presidente da Repiiblica, mantendo, por iso mesmo, todos 08 direitos € 1329, 83) (iti) Nao poder o Presidente substtuido, porém, enguanto dutar 0 res: Pectivo impedimento temporiri, exercer qualquer ds suas Tun 8es: durante esse periodo, s6 0 Presidente interino, som pref a sua capitis deminutio, poder exereer a competéncia constitucio ral do Presidente da Repiblica,tomando decisdes ele imputives (iv) Durante 0 respective impodimenta temporiio, o Presidente subst tudo devera usar uma especial contengio piblics na exteriorizagio. da sua opinio, devendo respeito institucional so President interno: (1) 0 Presidente substiuido nio se encontea impedido, todavia, dete hunciar ao cargo de Presidente da Republica, provocando a sua vagatura: exercerd entio um direito subjective e no uma compe fncia (v. supra, 0 13.8. 1D, lias inerentes & sua fungao (at (a) Ex-Presideme V. Na designagio de ex-Presidente ou antigo Presidente da Repsblica, weno todos os casos de quem. tendo sido eleito ¢ empossado Pre compre sidente da Repibliea i luz da Constituiglo de £976, deixou ji deexercer essas fungbes. por efeita de terme do mandate, hi que diferencia, todavia, duas 4) Os ex-Presidentes que tenham sido destiuides do cargo: ! ) Os ex-Presidentes que. independenfemente de terem ou nie con: cluide 0 seu mandato, no foram desttuidos Jo ca Acad um destes um estatto diferenciado, Vejamos, separadamente, 0 respective estatuto constitucional pos, sem prejuize de aspectos comuns, comesponde Vi. a) Comegando pela situagio dos e Presidentes que tenhum sido deputados so 77 23000 Partido B: 23000 = deputados T1so0 => 15000 Partido C: = | deputad soy!“ IX. Note-se, por dltimo, que a Constituigdo, visando favorocer a repre: sentagao purlamentar de pequenos partides concentrados cm determinados sfrculos eleitorais, eonsagra a proibigdo da designada “eliusula barrens” {artigo 152°. n? I): 4 lei nfo pode estabelecer qualquer limite & eonversio ‘do votos em mandatos decorrente da exigéneia de uma percentagem minima de votos do partido & escala nacional n sistemas onde existe essa “eliusula barzera, tal como sucede com to 6 pode obter representacio parlamentar se, alm de obter sucesso num determinado citculo eletoral,tiveralcangado um deter ‘minado percentual minimo de volos em termos nacionss, Sigitica isto, por ‘otras palavrs,o seguinte; ainda qu seja a primeira Forga politica num deter minado cireulo eleitoral. se a nivel nacional nko conseguir ultrapassar essa ‘baneira”, no ten representagde parlamenta. E isso 0 que 0 artigo 152- ne I, pretende evita, 18.22. Mandato parlamentar BIBLIOGRAFIA: Mauia Benton Ukwane, Rep Porlamemo. pp. 91 wo Polen € (a) Duragiio: inicio termo 1. © mandato dos Deputados 6. normalmente, de quatro anos, corres. ppondendo it duragio de cada legislatura (artigos 171.*, n° toe I745, n° D) iciando-se com a primeira eunito da Assembleia da Repablica apis us clei 88 © terminando com a primera rounidio aps as eleigBes subseque igo 1532. 02 0) ‘A determinacao da primeira reunitio da Assembieia da Repiiblica, en cio do mandato dos novas Deputados e simulltinea termo do man. dato dos antigos Deputados, pode ocorre, todavia, em dois diferentes mo- smentos (artigo 173.7, a2 1) (1) Pode dar-se no terceim dia posterior 20 apuramento dos resultados eras das eleigbes; (ii) Ou, tendo as eleigdes resultado do termo da legistatura, seo refer dia recur antes do termo da logislatura «primeira reunite oooterd no primeico dia da legistatura subsequente Note-se, porém, que o mandsto de quatro anos pode ser abreviado, em termes colectivos, pela dissoluydo da Assembleia da Repablica, sem prejuizo ‘de 6 se veriticaro seu temo efectivo com a primeira reunilo da nova Assen bleia eleita (anigo 172. n° 3). S18 Asrbn de Reps 2 De igual modo, uma vez que a dissolugio parlamentar faz com que & nova Assembleia cleita, apesar Ue iniciar nova legislativa,tenha acrescido ‘© tempo necessrio para completar 0 periado correspondent sesso legis. lativa em curso & data da eleigdo (artigo 171.*, 1° 2), hi agui um inerente ak mento ou acréscinio da duragso do mandato dos respectivos Dep tad. I Podem existir, no entanto, razdes de indole individual que dete minem um encurtamento do mandato do Deputada, abreviando o termo di ‘suas fungies, durante o decurso da legislatura. E 0 que sucede nas seguin- tes situagies: (i) More: ii) Impossibilidade fisica ou psiquica permanente (it) Reotincia 20 mandate (artigo 160.°.n2 2) (iv) Ocorrendo perda de mandato, isto por feito de uma de seis causa indicadas no artigo 160.°, n°: () Se 0 Deputado preencher alguma ds incapacidades ov incom= patibilidades provstas na te (2) Veriticundo-se que © Deputado excedew o némero de falas pre Visto no Regiment (3) Se o Deputado nem tiver tomado assento na Assemblca (4) Se 0 Deputad se inscrever em partido diferente daquele pele (qual foi eleito¥™ (5) Se a0 Deputad, em caso de condenagdo por erime de resp. ssbilidade no ererecio da Fungo, Ihe Tor aplicada a pena espe eifiea de perda do mandato#: (6) Se, independentemente de the ser aplicada essa pena expecitic, © Deputado for condenado por purticipar em organizayies ra cistas ou que perfithem ideologia fascist 90 Trae da design “line checononns” na vez ge ot» Como da {Cesoxkgos.em 1920.0 panies ex somal termina ue» bna eta dese destiuiro depute disse pati pol ese Pe Ast GicoLi Drs Partmetare, 2 Ps 1986p. “2 Esa hes gral dove que cola dGniivamente prem 8 csaidade coms xe da fae ste do arg 29 alin) Regime da Rexpomabiidae dos Tues de Can Pais provid pla Lal n= 3847, se 16 Jl Pri pos ness Ul, Podem ainda sueeder, por outro lado, situagies de suspensio Jo smandato de Deputado, configurando a Consttuiglo as seguintes possiveis hipoteses (4) or meio de pedido de subsituiglo temporitia, formule pelo prs= prio Deputado. exitindo “motivo relevante” (antiga 153.°. 2° 2)" (fi) Ovortendo 1 nomeagio do Deputade como membro do Governo (antigo 1542.2 1) (ii) Se 0 Depuiado for acusado definitivamente da pritica de erime doloso a que corresponda pena de prisio eujo limite maximo seja superior atts anos (antigo 157. m4, in fi) (iv) Se. no s¢ tratando de erime doloso a que corresponds pena de prisio cujo limite miximo seja superior a wes anos, for movido procedimento criminal contra um Deputado, tendo sido acusido dfinitivamente, a Assembleia da Repablica pode deliberar a sua suspensio para efeitos de seguimento do processo (art ne 4) (+) © mandato suspende-se ainda sempre que, nos termos do Estatuto ‘dos Deputados, o Deputado venha a exercer uma incompatibilidade¥, IV, Note-se que, ocorrendo vagas ou substituigBes temponirias de man {datos parlamentares. os Deputados que vierem a preeneier essis vagas ou exercer fungie a titulo substitutive no tm uma duragio de quatro anos de ‘mundato antes completam 0 mandato do anterior titular até wo temo da legis- Jatura ou, tratando-se de substituigdo entretanto terminada, até ao reassumir pelo substtuido do seu mandato parlamentar {7 Bspecifcamente mre pbk gi usta conic “mtv relat Jonct Maas, Dita Canstinetna I.p. 281 "Nese sem, fe doaign 4*.n° Ian ch do Lat mn 29%. de Mang. cama sens do mand de Depa tami dis pis anges np Represents da Replica pra 3 ei uo ‘Membr de ede gover pip da Emboae ni ra cts ph Preside. vesicle ost ‘aver pr mide mio period ni pei 1 is Fancinario Jo Estado de otras poss cctv pbs Alo cag Tang teracions, efor ned do xeric do ano pa eta Bet come aac de aganina trachoma de ES sage, I do president ¢ vere temp in Em qualquer das casos, trate-se de subsitigdo por vagatura ou suspen- slo do mandato, o Estauto dos Deputadas determina que a substituigio Jo Deputado se faga polo primeira candidato no ck precedéncia da lista que foi submetd a sufigi# Naturalmente que. se no exstrem ji candidatos efeetivas ou suplentes no eleitos na lista de Deputados a substituir, nfo seré possivel asta subs toda respectiva ordem de tituigo" e, uma vez que no hi eleigdes parciais e imercalares para nova 30 de um Deputado pelo ciralo eleitoral em causa, fieando 0 lugar sem titular, haveré aqui uma situagio em que o& Deputados em electvidade de che Tungies sero em numero inferice aos 230 que compaem a Assembleia da Repibica (D) Esau funcional V._ © mandato de Deputado envolve, tal como 0 de qualquer titular de tum drgo do Poder, um determinado estatuto funcional, enquanto conjunto de sonhece so Deputado pelo simples posigies juriicas que a ordem juridica re Facto de sor Deputit, Sabemos ji que parte do estatuto funcional dos Deputados integra a assungio de stuagies funcionais de natureza subjeetiva(v, supra, n° 13.5.) ‘cumpre agora salientar, todavia que esse estatulo funcional se caracteriza por rss diferentes componentes (7) Existem poderes funcionss, taduzindo um conjunto de facukades (que, sem prejuizo de poderem ser alargadas por via do Regiment dda Assembleia da Republica (artigo 156. alinea x), a Const ‘0 confere aos Deputados, em termes inividusis ou colectivos, os {ais se podem sintetizar em quatro grupos (1) Poderes de iniciativa procedimental jan da Assembleia da Re- publica (v.g.0 desencadear de um processo de revisao da Cons 0, de um procedimento legslaivo, eferendirio ou reei- meatal) (2) Poderes de participagio nos debates parlamentares (v.., usando 4a palavra, volando, elegendo e senda elit 8 Ce ago 9°, 1a Lam? 79%. de de Marg, 412 Gf aig 92m Sida Ln? 793d | de Marg 4 Sisemativando ess pdtv, en dis ropes oes de dai Ja competznls do Avsmblsn ds Reps poses Ue patio ms Ses taba: Home Misano. Dito Conia lp. 248 13) Poadcees se tseaizagin politic, tend como alvos especta » Govern © & Administragio Publica ¢ questionande © experando obter respest, requerenkl element ke dloctmentos. solicitande a consttniio de eamissie dei 1) Paadores processus de devencader a fiscal {Hiy Obvervany se. por outro. posiges juries subjects ates ‘iutadas pelos Depatados yue se recondazem veins subjects fa privilegion (0, sprit a 18S. Mh (ity Registam Se ainda, poration a psigoes janis subjects pas sity suportadas pelos Deputies. reundazivers a deveres, ster ges © restrigdes puriculares # divctey Fuamentais (9 ne 1S Uy VIL A densficaga do esate funcional dos mandate Deputs que sil un ei Pela Constiuigio, aos tems expostos, eX dkalise mvestigagio em tomo dt pormenoeizagio aa sta reli junto do Repimento da Assembla da Repti, dy Estatot dvs Deputy sina de putea lezisligan disperse ese propsisito ultras em muito, pam. ams (9 Naame VIL. © mandate parkamentar ala tem que Ver com oneal conte de mandato que se relene 0 ( Civils nie se estabelece qualquer eon lites lusty ou relagio jurica de manalat entee 0 eit © « i A circunstincia dea Constiuizio dstermmar que os Deputalos evercem oifica que os Deputados t2m um malate epresenativa e ny imperative procucs se yaranbr. deste mod, a independence aa iia ch» Deputade, 0s Deputidos iio revebom inseugies das setty eeitaes e. apesar de Sncutados ater um “indispensivel eontacts cam oscil vulados ater de consulta ou a seatirindicagies des seus eletones sine qe Wes coneretas a decir no parkamemt, Isto €-0 que result do testo dt Constitwigio “oficial”, bem fel, neste Hisuragie outentisa do man parlamentae ‘Muito dilerente se mostra, mo emtamt, po feito da intetmediagt part slaia, a natace7a da mat parent cial VILA Constituigie “nie oficial dir mos. em seid eonterio opin ipo da Fibeaiale do evereic 1 iervengi dis parts pte mandate parlamentar dos Deputies, que retia,Himits ow conichana a elena liberal de evereio do manda pees Dept ‘A i assinalada subversio do sentide das eleghes palamemtar, trans formady que esis num process de escola dh Primi Ministn (ssp, He 8.3.. VD. num eens de uma demoeraeia estranztlada pel dino dos Partidos polices ( sypra, 2 8.2., VHD, prio de win Esta ke partis {que foi objecto de ums metamoriase em Esta do partido govemamenta Ge supra, no 83. 40). conduzicam 3 perfeits Tangible der Deputad 6 spr 2? 1812, 1X9: 0 Deputido & hoje um instumente ao servign do part que el eno a evpressio da vote dos elites! Mais: a dissolucio de qualquer eet igagio entre cleitores e eke, eolocados os partidos politicos cine dnicos media entee ay ds teal dlades! ay com que « Depata, soy pena dese ver alsa nas prin lois da tists do partido que © elege, se tre an instrument cei na nds do respoctieo dteetdrin do pati a quem deve a selec Siem e le eepeionis, fy indo a scp paridtia ou evercendo uma cade ver mas tara Tiberias de conscigneis. Deputies everee bye lisrememe «6 seu mandato: por via de reyes. Depatade init-se a rope dluvir com fielidale as opines que partido determina que ele assume ¢ eens ns Assemleia dt Replica. No limite, se Depatad se des incular do part polities yue a eee. 26 Pris fe ‘© mandato, pois seria necesitio que se inserevesse em part diferente di «quele pelo qual foi eleito (artigo 160.*, m2 I ainea ey; converte-se, todavia hum proserito do partido que 0 elegeu, sabendo que nao seri eandidato a Deputado, por esse partido, na proxima cleigho da Assembleia da Repibica A ligde a extra toma-se clara: se um Deputado quiser fazer “eareira parlamentar, teri de ser obediente ao directirio do partido que o escolhcu como eandidato © 0 fer cleyet. Pode bem dizer-se que © mandato paslamentar nunca foi tio pouco representativo ou, visto de Angulo diferente numa foi tio imperative Face 20 Partido politico que props ¢ fez cleger © Deputado: © Deputido tomou-se um nuncio do partido politico. (0u, numa formulagie diferente da mesma idea, 0 Deputado & um “porta voz" do pando no parlamento, sendo © mandato imperativo wna realidade de facto" IX. A representagio politien de hoje, assente no quadto acabado de tragar, quse nada tem de semelhante com a ieora da representagao politica liberal A eledes parlamentares assentam num grande equivace ou numa vere Udadcia ilusdo colectiva*™: nem a eleiyio dos Deputados constitu 0 motivo principalmente determinante da votagio, nem os Deputados sio realmente es colh los pelo eletores, nem o parlamento &, por consequncia, uma assem bei verdadsiramente representativa dos cidados. Bem ao contririo de tudo aquilo que esti escrito no texto constitucional « nos manuuis do Direto Constitucional “oficial”, verific-se que 0 motivo Principaimente determinante da eleigio dos Deputudes tem que ver com a ‘escolha directa de uma individualidade para chefe do governo, dai que os Deputados sejam realmente escothides pelo partido e, deste modo. 0 parla. mento se trinsforme numa edmara de ropresentaga dos partidos politicos ‘que apenas por fieyo se dirs representarem os cidados. Vive-se hoje numa paraJoxal democracia representtiva sem verdadsira epresentagio®™: os Deputados s6 tericamente se podem ter como vere antes dos cidadios, “FC Perm Vin. Part Onde Giri Miao 8 pp S186 " Cle Pau Ont Awdesemsagi d ico: J aca Tali, 227: Iw. sera henge p38 Cir Paine Onan 4 sms ddr consti 6 18.2.3. Organizagto: os grupos parlamentares BIBLIOGRAPIA: Jonct Meas. Grapoparlamentar, in Poli ~ Ene. “Hops Vero Socio Esta, I LisboaS, Paul 1985. pp. 131s Fou. Ditto Coustuciona ip. 261 993 Mas Bento Uk wo, Rep sewaao Plc e Parlement, pp. 16 (a) Conceito & quaifcagiio I. Tendo 0 propésito de alcangar a mixima efectividade da sua aced0 parlameotar,verfica-se que os deputados de uma mesma corrente politica ou ‘os dias de hoje, cleitos por um mesmo partido ow coligago se assaciam, for ‘mando uma estrutura organizativa coordenadora da respectiva aegio parla- ‘mentar2!: so os designades grupos parkame: Historicamente configurados como meres alidades de facto que foram surgindo © desenvolvende-se no interior dos purlamentos. os grupos parla mentares sio actualmente wma realidade juridica obj expresso roc nhecimento consttucional, funeionando como centros titlares de poderes © de direitos: esse & sentido do artigo 180, HI. Nao se mostra paeifica, no entamto, a qualificasi juridca dos ru pos parlamentares, padendo dizerse que existem, em absiacto ts diferen tes concepgdes (4) Ma quem entends que os grupos parlamentates no so Srp0s Uo amento, antes slo érgdos des partidos politicos com represen ‘0 parlamentar >; (ii) Hi quem, em sentido contriio, configure os como unidades orgdnicas do par buidas pela propria Constituigio rupos parlamentares emto, dotidos de Fangies atri- 2 Para ma sinew do ano een is tess sabe at sera pa Lament fe pot tin, T Manas Conv Leni Mon iste ctr Risin, 1996 pp 47 av: Sas Tes, iri Parame2e.-Nia, le. haect Miwon, Diner Const 2h mt) Min pts 8 Che Pate Vc, Dri Cesncoale p20 ise pees ‘quom considere que os grupos parlanentaes so, sianoltancamente, orgs dy parlament¢srsios do respective pa Qual solugio que, fae a0 ordenamente jen po (do) Regime ju I. Os Const, R (Onganizacio ¢ Funcionaments da Assembleia da Repu, seth prejuin das Jupos parkunemtares encontran a sua regwlagii juidica na cla Assombleia da Repiblica © wna na Li kt fonts informais esulantes a pris pulamentae Tonmndo eome base # normative ezaladora dhs grapes parlansen (0) Os Deputis no Se encontram obrigados a constitu seen pos parlamentares Catia’ 180°, 92 1: os grap parlamentanes so, este sentido, organizes voluntitias de Deputados existen 1) 0s rafidade de Deputados, ito de tal made que am nie Deputiady nke Fore wu rap parame (i) Cala Depucide 6 pode pertencer i urn unico grupo parlamentar tal como cals paride oat coligagio 0 poke constitu wi iow up parlamentar. encontrannlo se também vedado que Deputy sAg0) pos de wirios partys (sen tren side eleitos por nna col itr um grup parame att impedia que Depaitadseleites poor win partie ‘ou coligagio w que sejam independentes possum fazer parte dese 6) Nin se upo paamentse uns se7 que os Depatados id pednbees ele Tosa ist de wm partis (ou eigayo} poem fer parte do grape parlamen. rns se vin que ese a poke ser (171 Nio signitica isto que 0 grupo parlamentar se encoate polit ccamente subordinado ao respective part politica a que perience ‘totalidade ow a musioria dos Deputies registands se means que rts quests mus importantes se a dieoya partiia a delane ® orientagn politica a seguir e aé a dite « sentiks dk vata? verde. pam. & que, em terms estan juridieen. ox Depa tales exervemn Tisrememte © set mate fatigo ISS n> Dh tando.se que essa subordinagie do grupo parlamentar ao pat Fem aatureza merameme facta 6:71 Os grupos parlamentares desempenhany importantes funebes na ‘organizagio © propulsio dos tcabalbos 1 interior do parlament eonvedendo.the a Constiuigio dois privipas tips de podens artigo 1802.22 (1) Padores de participag nu Plenitio, prsluzinds declares Polltieas ow declares de voto mo final das ways finan lob, © ainda de itervir no Ambito dis eomissdes parka Aentares ou de serem ouside a Figo da orem do Ui 2) Padres de propulsio ox iniiativa procedimemtal presen tando projectow de lei. desencanul debates politicos ev prevenga do Governo © mecanismos de electivaysio dt tespm sabilidae politica do Gosemo, requerende consttuicin de ‘amiss parlamentares de inguctitn a eemvixag do Pe sini da Assembleia da Repablica ¢ ita imerpono recurso Ue decisdies da Mesa para Plenii: (2) Simultaneamente, Constituigio eeere quatro direitos Pos parlamentares: (1) 0 ditto potestativw 9 detemnina a onde do dia de wen ecto animero de teunides da Assembleia da Republi (at (2) O direito a setem informados pol Gaver sobrew andament dos prineipaisassuntos de intresse publi arti 182. ne 2 alins jy (3) 0 dieito de cada geupo parlanvemtar dispor de um loa det hull na sede da Assembleia tarige 1802. n2 2h (4) Odincito de cada grupo partamentar ter pessoal tenico eam nisirative da sua confianga (amigo 180.2 3h hii ainda a aici. (ili) & esses direitos rosultantes da Consttuiga nar, por via dele, o direito Jos grupos parlamentares a uma sub vencio anual, a pagar do orgamento da Assemble da Rep bic is) Mostrase ainda possivel exteair da Constituigio que os grupos parlamentares, um vez que so constituidos integralmente por Deputados, garam de irresponsailidade pelos volos © opinives aque emitirem no exereieio dos seus poderes consttucionais™ Agi disso, por eleito do prineipio geral da auto-organizagio in tema (x, supra 12.5.) cada grupo pa mentar tem a Faculdade dd estabelecer livremente a sua organizagio ¢ Funcionamento™? claborando regras interns sobre aalmissio, deverese sangies dis ciplinares,¢ provedendo ainda & designago da sua diresgSio © do seu presidente. IV, 0 reconhesimenia de que os grupos parlamentares ttm 0 diteto 1 dispor de pessoal IGcnico e adminisirativo da sua contianga (arto 180. 12 3) determina que, apesar de competir aos grupos paslamentares ‘oe exoneragio dese pessoal, a respectiva entidade patronal x Assem- blcia da Republics’: observa-s, deste mado, que os grupos patkimentares praticam actos que projectam ox seus feitos na esfera juridiea da Assembleia da Replica. A circunstin a de os grupos parlamentares praticarem actos que si0 juridicamente imputiveis & Assembleia da Republica, nomeando e exone. rando pessoal que tem como entidade patronal a Assembleia da Republica © Togislativas que. se forem accites ou desencadeando iniviativas politic provadas, passa a traduzir a vontade do parlamento, permite conclu "Cian 47°-mi 4S, dds Leds Orgineogioe Fancommente da Aseria «4 Repibie, prvada pla Lab n® 7788, de | lh spy a rac ots dL No mest sen, fe Cotati Mow ici. pS + Chr amigo n° 6, da hd Orgunragie Fanconi da Asem da Rep ‘ia pra peta Len? TTR de de l,m 2 verso ean ds Lei 28 PAW de 30 de Dl {51 Nese smd. cm ems expres, fe aig 6, 0° Hd Lei da Onan © Fusciominenio ds Avensis us Republica, sprvadn pola Lat n° 7K de dul ‘Segundo atexo ergot dL 2H, de 30 de hn, 1° set comrin, een: MitanRI1 MY, Con Prag Aa, ep 2 Pi Rec om aio estamos aqui diame de dngdos dos panides politicos: os grupos part mentares surgem como estruturas associativas de Deputades no interior da ‘Assembleia da Repablica, Ser. porém, que se devem qualificar com drgios da Assembleia da Re piiblca ou. relo contri, os grupos parlamentares so associages de dite pablo que funcionam no interior da Assembleia da Replica? Eis 0 que cumpre esclarocer (ec) Natureca da figura mento sistemitico decorrente de o» pos parlamentares se inverirem num capitulo relerente& “organizagio efuncionamento” da Assem bia da Repibiica diz-nos,elaramente, que estamos aqui diante de uma rew Tidade intrapurlamentar: os grupos parlamentares nia podem ser entendidos coma algo de exterior & Assembleia da Republic Se os rupos parlamentares fossem dngios partidiros,o local de inser. ‘do sistematca do antigo 180." estariaerrado, além de que uma tal tese tad ainda cetafdelidade a uma visio dos partidos politicos como realidades jr ‘dicamente integradas ou imtegrivels no Estado isto quando os poderes que a ‘Constituigio contere aos partidos politicos s30 todos exteriores Assemble ‘da Repablie: os grupos parlamentares no podem ser érgdos de partidos politicos Apesar de os grupos parlamentares poderem ser colonizaos pelos par tidos politics, servindo até de insirumeato do respective partido no pala mentot,o certo & que nada disso é muito diferente daquilo que, de Facto, se [passa como os executivos autirquicos ou com o Governo, sem que isso trans Forme tas esiruturas formais em drgios dos partidos politicos VI. Os grupos parlamentares desempenham, enquanto estrtyras inter. nas da Assombleia da Repiblica, uma tripla fungi i) Desenvolvem, em primeiro lugar, uma Fungo representativa cage linadora Jos Deputados, racionalizando ¢ facilitando a organiza ‘co funcianamento internos da Assembleia da Repiblica “Nese seid, ef CasAIISO MORIA, sino. fp. S15: GREE Vie rts Dirt Coon. p48, "9 Nest iti sete ee Mas, Diet Contion aM p23 S% Nests sent, le Myst Bra Da CHL2AMGLE Lo ASTON: Pa eo BSL m Pram pane i) Exereem, en segundo lugar, uma fungo dinamizadora ou propul- sora da actividade da Assembleia da Repabli, participando nos trabalhos parlamentares ¢ tomando inicativas politicas e legis (it) Implementamn, em terceiro lugar, uma Fungo comunicativa ou de aticulago stre os partidos politicos e a organizagio e o funciona mento intemos da Assembleia da Replica, permitindo de facto. apesar da liberdade jurdica de eada Deputado, 0 exercicio de um poder de orientagdo ou de direegio dos partidos sobre os grupos parlamentaes Em qualquer das situayies, os grupos parlamentares encontram-se sem. pre investidos do exersicio de fungies de natureza piblica: nao se mostra pos sivel atribuir aos grupos parlamentares uma naturezaprivada Seri que tais fungdes, desempenhadas todas no interior da Assembleia da Repiiblica, prmitem afirmar que os geupos palamentares S30 6 Flores do parlamento? Propendemos paiva uma resposta em sentido pati. VIL. Em primeivo lugar, os grupos parlamentares slo destinarins de poderes ¢ direitos coneridos pela Constituigao (artigo 180.°, 2 2€ 3): 36 08 Podleres se mostram compativeis com a natureza de uma esiutura orginica, jd-a tiularidade de verdadeitos direitos pelos grupos parlamentares — alguns eles vendo até direitos potestatives (artigo 176.°, n° 3) — mosirase incom: pativel com a natureza de Gngos ~ os érgios no tim direitos. Uma vez que as posigdes juridicas subjectivas conferidas pela Cons Uituigdo aos grupos parlamentares no se destinam aos Deputacs, torna.se ‘evidente que tém come alvo investi os grupos parlamentares na Gtularidade de tas direitos: es grupos parlamentarestém uma esferajurica que Ihes per mite ser tiulares de direitos Ha agui um apelo a uma subjectivizacio ou peronificagio dos gr os parlamentares que se torna incompativel com a sua qualificagTo como ‘Segios. Resta saber se esse “apelo” se mostra suficiente para se poder configu rar grupos parlamentares, enquanto associagées voluniiias de Deputades, ‘como verdadcirossujcitos de diteito Dois aspectos, prém, mostram-se, desde ja, inequivocos (1) Os grupos partamentaes, envolvendo uma estrutura de base asso: ciativa, ndo podem ter, atendendo aos poderes que exercem © a0 local do seu 2xerccio, uma natureza privada; 18. Anemblea da Repu 2s (Gi) Encontrando-se em normas constitucionais oreconheciment dt sa constituigio e a fonte dos seus poderes¢ direitos, os gruper parla rmentares nio podem ser enquadrados como associagio de facto, ‘nes traduzem uma realidade do mundo juridieo, VIII. Regista-s, em segundo lugar, que os poderes conferidos os gru- pos parlamentares no Ihes faculta emanar decisdes que se traduzam ma ex- pressio de uma vontaue colegial da Assembleia da Republica: nenhum grupo parlamentar isolado representa atotalidade do purlamento#™, nem se mostra vivel que todos os grupos parlamentare traduzam a vontade integral do pare lamento, uma vez que podem existir Deputados nio integrados em grupos parlamentares (artigo 180.,n.° 4) [Neste sentido, ox grupos purlamentares,apesar de prepararem ¢ dinami: zafem que a vontade de cada um se tome a vontade global a expressar pela ‘Assembleia da Repilica, o certo é que nenhum deles veicula uma vontade _lobalmente imputivel ao parlamento: os grupos parlamentares, sem embargo se participarem na formagio da voatade do parlamento, nfo agem em nome do parlamento, nem ror conta dele, antes a respectiva actividde & feta em ‘nome dos préprios grapos paslamentares™”, Tomna-se dificil, sendo mesmo impossivel, configura os grupes parlamen: tares como dries intermos da Assembleia da Repablica: no se mostra susten- vel que « Assembleia da Republica possua drgios que expressem uma voo tae que no pode serimputivel ou idemifiivel com a vontade do parlament, ‘Nem a imputabilidade da contratagdo de pessoal técnica e administrative ‘da confianga dos grupos parlamentares a Assembleia da Repiblica, tornando. a entidade patronal deste pessoal, se tora um argumento decsivo quanto & sua natureza de érgios do Esta: se se entender que os grupos parlimenta. res so associagbes de direito pablico sem personalidade jurdiea ~ a seme- lhanga da figura paralela das asvociagies de diteto privad a que se refere ‘© antigo 195.° do Cécigo Civil -,explica-se cabalmente a solugio legal de ‘configurar a Assembleia da Republica como enti patronal A Assembleia da Repsblica & a entdade patrol do referido pessoal da ‘confianga dos grupos parlamentares e por eles nomeade ¢ exonerido, por ’feito expresso da lei. uma vez que os grupos parlamentares no tém persona: Tidadejuridiea: se 0s grupos parlamentaresfossem drgios internos da Assen bleia da Republica a disposicio que faz do parlamento a entdad patronal seria intl ~ obviamente que os acios seriam imputiveis so parlamento, Ce Gustave Uoo RESCIND, Cort ADL lr Masi Lurse Mazon Honea, Leon’ d iro Parlanentare 16 a Pr pies fact 1X. Em tereciro lugar. o entendimento que configura os grupos parla- mentares como assoc agées de direito publico que Funcionam no interior da Asseibleia da Repdblica, envolvendo Deputados, apesar de mio possuirem Personalidad juridi, mosita-se eonfirmada pela cicunstdncia de os grupos parlamentares, sem embargo de possuirem poderes de natureza pica rem de acordo com o seu priprio interes Cada grupo parlamentar tem uma visio prépria,& luz dos sews interes ses de grupo politico e pré-comprcensdes ideakigieas, do que seja 0 tera. Sueede, porém, que os égios no so itulares de interesses, nem pro gonizam a tiularidide de interesses priprios, E, tutando-se de érgtios piblicos. nunea podem exercer os pares pablicos de acordo com os seus imeresses pessoais: confirma. se, neste dominio, que os grupos parlamentares ‘Ao podem ser Snglas da Assembleia da Repbiica Pelo contritio, o facto de os grupos parlamentares agitem com base em imtoresses proprios mestrase perfetamente compativel com 0 eu estatto Ue associuges de direito pdblico sem persanalidade juridiew: €Iogico que uma associagio prossign inleresses proprios, no & admissivel, todavia, que um Sérgo do Estado o aga, X. Em resumo, tares dever eon! undo 0 regime juridico vigene, os geupos parlamen. arse como associagdes de dircito pablico de Deputados, ormadas e dotadas de poderes de ego no dmbitoinceno da Assembleia da Repiblica, som possutem personalidade juridica 18.3. Organizagio interna BIBLIOGRAFIA: Jonct: Mutan, Dirito Cnsttuiomal Il. pp. 279s (a) Plenério da Assembleta da Republica 1. 0 Plenirio da Assembleia da Repiilica © centro decisério mais importante do parlamento, local de confuéneia do exercicio de todos os pode- res tipicos da aeuvidade pariamentar e Fonte de onde dimanam todas as res- {antes esiruturas organicas: o Plenirio & a sede de toda. poder da Assembleia «da Repablica, configurando-se como o nico érpao titular da competéncia das ‘competéneias parlamentares "Cie Gusta Ise, Corse. 0. (© Plenirio € ainda a expressio orpinica da liberdade, da transparéncia| «© do contraditicio que o pluralismo de um parlamento democritico encerra n0 Plensro que se materilizam juridicamente as opgbes politicas Jo clei torado, se desenvolve a dialética da argumentagio e da contra-argumentagio, da critica eda solidariedade politias, da fiscalizaglo e da responsabilizagio olticas Pe Hsorcamente, 0 Pleiro &o deposiiio da traligo prlamentar, © ‘contro da génese dos usas, das priticas¢ das praxes parlamentares,o local da ‘origem de tudo: @) Foi pelo Plenério que © parlamento comesou © se desenvolveu como instituigio elificadora da demoeracia; (ii) E no Plenirio que o parlamento se realizae ve cumpre como dn de soberania: (it) Seri mo Pleniio que o parlamento nunca pode deixar de exist como drgio de lesitimagio e representatividade da comunidad, fio da Assembleia imento. podem 1. Os poderes que a Constituigio confere a0 Plen da Repablica, sem prejuizo de outros resultantes do sev Re par-se em seis micleox pincipais (i) © Plendrio tem sempre intervengio no procedimento legislativa referente a matéres integrantes da competdncia da Assembleia d Repiblica: (1) Nenhuma ei parlamentar pode ser aprovad som intervengio todos 0$ projectos neraidade do Plea, rexervando a Consiuigio € propostas Ue lei um debate « uma volugdo na ceaso exista aprovagZo, uma votagdo final global (artigo 168. 1n® 3), som prejuizn de face a cen tipo de leis reservar ainda par © Plenério a votugio na especialidade (artigo 168. 2% 4 (2) Mesmo quando 0 Plenirio decida que a voragio na especia tendo-se © (eXto para as Tidade no se fani em Plensrio, ‘comissses, 0 Plenario poder sempre avocar a apreciugio © 8 votagio na expecialidade (artigo 168.*, m2 3) (22) O Plenario exeree uma fungZo testemunhal do compromisso de hhonra do Presiden da Republica na sua tomada de posse (artigo 163.°, linea a) ili) © Plenitio tem compeléncia reservada para aprovar convengies imermacionais e proceder a todas a eleiges de ttulares de cargos pblicos previstas na Consttuiglo ou na ei (iv) © Plenirio tem sempre competéncia decisiria exclusiva face 3 todas os actos eujaaprovagio se tenha de faze por maioria superior A maioria simples: © Plensio surge como instnc dente da Assembleia da Repiblica e da Mes Repablis (v1) O Plendrio goza ainda de uma competéneia residual de natureza politica, petencendo-he todas os povleres de orientagao ¢ fis zacio politica da Assembleia da Republica cujo exereicio no se de recurso das devisdes do Pres da Asvembl fencontra atribuido, nem pelo Plenirio pode ser atribuido, 3 uma ‘otra estrutura decsGria parlamentar (b) Presideme da Assembla da Replica odo IL, O Presidente da Assembleia da Replica ¢eleto pelo Pleni parlamento, por maioria absolota dos Deputados em efectividade de fungties {artigo 175, alinea 6), exercendo um mandato cujo periodo de lempo cor responde & legistatura. © Presidente da Ascombleia da Replica é segunda fi «quia do Estado, pois preside ao drplo repeesentativo de todos os partug -¢substiui Presidente da Repiblica em situagdes de impedimento tempor rio ou vagatura do eargo (\. pra a 17.2.3.) Nao & como Presidente da Republica intctino, todavia, que importa agor ‘estudaro Presidente da Assombleia da Repiblica, pos essa andlse i anteioe mente foi realizada(v. supra, 0.° 17S. (b)). antes cumpre procedst ao estude das suas fungdes no ambito da actvidade parlamenta.E, neste sentido. o esta tulo do Presidente da Assembleia da Republica encontra-se moldado pelos ppoderes que Ihe sio conferidas pela Constituiglo, pela lei e pelo Regiment, IV. 0 Presi mento, sendo dotado de um gabinete consttuide por pessoa da suaconfianga, enle da Assembleia da Republica, enquanto orga do parla ines principaistunges (i) Ditige e coor de poderes desde logo, o seguint: = Marea as rounides plendrias e fixa a respectiva ordem do dia (antigo 1768, 02 1) ~ Preside As reunices plenirias, declarando a sua abertura, suspen So, interupgio e encerramente 0s trabalhos do parlamento, aum exerciciotipico sgrartes do seu estatuto presencia, que significa, Verifica a existéncia de quorum em cada reunito: = Concede a palavra ¢ assegura a ordem dos debates Maniém a ordem, a disciplina ea seguranga no parlament ~ Admite ou rejeita as iniiativas procedimentais = Coloca a discussio € voto as inciativas admits avia para as comissdes parlamentares os documentos, os reque Fimentos as potigses para eleitos de apreciagio: — Impulsiona a formago de éegios internos (permanentes ow tem poririos), envelvendo Deputados, © acompanha os respectivos trabalhos; ~ Relaciona-se com os lideres das estruturas interna de onganiza ‘gio dos Deputados ~ Manda publicar os textos no Jornal Oficial = Comunica formalmente com os restantes drgios de soberania, eenviando-thes o§ textos resultantes da actividade deciséria da ‘Assembleia da Repiblica; (ii) Preside & Mesa da Assembleia da Repablica, 3 Comisséo Perma niente da Assembleia da Repiblica (artigo 179, n° 1) ainda a ‘ultras comisses previstas no Regimento, imegrando também o Consetho de Estado (artigo 142.*, alinea a) (itt) Exerce fungdes especificas quanto 20s Deputados, salientando-se ~ Julgara justifiengdo das suas falas is reunides pleniias: ~ Decidir ox pedidos de suspensio tempor Receber © mandar publica 38 declaragBes de re de Deputado: romover a verificaydo de poderes das Deputad ~ Avtorizardeslocagbes ofciis (iv) Goza de legtimidade processual para solicitar o Tribunal Const {ueional a declaragio de inconsttucionalidade com forga obrigat ria goral de quaisquer normas ow a declaragio de ilegaid forga obrigairia geral das normas previstas no antigo 28 alineasb), ©) ¢ d) (artigo 281.*, n° 2, alnca b) Controia& conformidade consttucional dos projectos © propestas de lei apresentados na Assembleia da Repiblics, devendo proceder 2 sua reject se infringirem a Constiuigh consignados##2; fe 2 Che ago 12% Din ae 125 epi (of) Representa externamente a Assembleia da Replilica: (vit) Exereefungdes de dirceso dos servigas administativas da Assem- bleia da Replica (antigo 181.*), possuindo ainda autoridade sobre todas as Forgas de se Repiblics, anga postas ao servigo da Asvembleia da V. Esclarega-se, por ltimo, que o Presidente da Assembleia da Rept blica € substituide nas suas faltas ou impedimentos por um dos Vice-Pres ddentes du Assembleia da Replica, devendo essa substituiglo comegar por rada, nos trmos do Regimento, pelo Viee-Presidente do grupo pat= © 0 President tura do eargo, por mone, impedimento permanente, perda de mandato (na sequéncia de condenagio detinitiva por crime de res- Ponsabilidade eometido no exereicio das suas Fungdes)*° ou renincia do Pre sidente da Assembleia da Replica, teri o Plenério de proceder a nova cei ‘gio, registindo-se que o novo Presidente da Assembleia da Republica tem a {duragdo do seu manda Fimitada ao perfodo restate da legisttura, lamentar aque pete Em caso de v (c) Mesa da Assemblela VI. A Mosa da Assembleia & a des 10 Sng colegial que, coadjuvando o Presidente da Assembleia da Repablica io eonferida pela Constituigdo ho exereicio das duas fungies, & composto pelos sepuintes elementos — © Presidente da Assemble da Repblic: ‘Quatro Vice Presidente, eleitos sob proposta das quatro maior pos parlamentares (artigo 175., linea b) ‘Quatro Secreto Quatro Vice-Secrtirion, Eetos por sufrigio da maioria absofuta dos Deputados, todos os mem: bros da Mesa tém um mandato correspondente & duragio da legistatura, man tendo-se em FungBes até uo inicio da nova legistatura, Em caso de rendincia de algum dos Vice-Pres Vieo-Secretiies tal como verificando-se vagatura do cargo ou suspensio do rmandato de Deputado, o Plenério da Assembleia da Repablica procede i elei «0 de novo titular entes, Sectetirios ov “Tae de unt sano esi pls ani 117 n° 3. ue tem emer ‘Se kilt an ago 29°, line do Regime du Responds de Titles de Ce tis, apeora pels La.” Mis? de 16d Julbo VIL A competéncia da Mesa da Assembleia pode resumirse as tts seguimtes principais fungdes: (i) Coadjuvar o Presidente da Assembleia da Repiblica no exereicio das suas fungoes de direego © coordenagio dos taballos parla ‘mentares (ii) Elaborar regu do Regimento; iy Declarar a perda de mandato dex Deputies, mentos internos ¢ interpetar e inlegrar a lacunas NNote-se que também os Vice-Presidentes, Secretitios ou Vice-Sexret rigs que eompdem a Mesa so também titulares de competéncia individual de natureza propria ou deleyada, exereendo sempre aqueles que so Vice funsies de substituigdo, nos termos do Regimento, (@) Comissées parlamentares VIIL Se os parlamentos sto inimaginiveis sem Plenirio, a verdade & ‘que os modernos parlamentos nio se podem também imaginar sem comissdes parlamentare, AAs comissées slo 6rgios de desconcentragdo ou descongestionamento as indmeras tarefas que, envolvendo especiildadee tecnicidade de anise € devisio, 0 Plendrio do parlamento thes config, revervando este ultimo a Faculdade de avocar os casos que Ihe intressem € © prov es debates politicos gerai. O antigo 178.*, n° I, tomando obrigatoria a exist@neia de comissbes no seio da Assembleia da Republica, eva, no entanto, ds grande eategorits Je ‘misses parkamentares (i) Ase% imento, as quis assem wna nat - permanenie¥*, podendo organivar-se em fungi da diversi de matérias (¥.. Comissio dos Assuntos Constticionais, Ditcitos, Liberdades e Garantias, Comissdo de Eticay, tim os seus mem iosdes previsias no Reg bros definidos por legistatura manent, cf. Rote Ennsgor Soe Faculte de Dict da Universidade Coimbra, 1980, p. 15539. Aloe ma conform com args UTA 1. Costu, ik rere sd Repco, qc ext combs persica por via do Reg wo eins ds Gi). As comissbes eventuais ou ad hoe, diferenciando aqui a Constitui- ‘dois tipos (1) As comissbes de inquétito que, gozando de poderes de invest eo priprios das autoridades judiciais (artigo 178.*, n= 5)46, investigam, excminam e apreciam (sem nunca, odavia, se subs ‘ituirem sos uitunais) factos referees a marias que, revestindo interesse publico, se integram na competéncia parla ar pelo eumprimento da Consttuigio ¢ das lise apreciar 0s actos do Govertoe da Administragio” (artigo 162°. alinea a) (2) As comissies que se constituam para qualquer outro Fim deter. rminado (que nio sejao inguérito parlamenta). [Nao se toma aqui em consideragdo, notese, a designada Comissio Per- smanente da Assembleia da Repiblica, a qual serd objecto de tratamento wuts momo (v. infra, (e) IX. Sao tragos eonsttucionais do regime comum &s diversas comissdes parlamentares os seguintes: Gi) A composigio Jas comissies parlamentares tem de reflect, se {gundo critvios de proporcionalidade, a ropresentatividade dos par tidos com assento aa Assembleia da Replica antigo 1782, n° 2) (ii) Compete aos grupos parlamentares indivar os seus representantes, rus comissdes parlamentare (antigo 180.°, n° 2 linea a) (ia) Iguaimente a presidéneia das comissbes parlamentares. deve ser reparida em proporsio ao mimero de Deputados integrantes, dos diversas grupos parlamentares (artigo 178°, 6) (iv) Sempre que estiver em causa a discussio de proposiaslegislativas gionais. as eomissdes parlamentares podem contar com partici- pacio de representantes da assembleia legisativa da respectiva 10 automa (artigo 178°, n.° 7) dees distin pipes ds dies dics ari hea Porannent, x Comer Parlamenares de Inguit 193, ulrDereo, pp. 18 8 5 Sos tema, expiant da comes porbamentae nga eda ing ts palaentre ef JORGE MMW, Sl’ a comstsprlonetaes de hy Diet e ai. vl. XIV. 200.33 mats Mactan. See Mo, Ax Come rlamcntare de inguéit~ Peele neti, ne dee des amin in eva a Pro: Dasor Rosi Sonne, Comb, 20 pp 893s. NUN PeaMua, © Ingaia Paramore spec, pp 471 na ica 518 Avemblca da Repl ma (») Também os membros do Governo podem solictar participar ow serem convocados a comparecer perante comissdes parlamentares (artigo 177°, n° 3); (of) Uma ver que as comissdes parlamentares podem ter como objocto a realizagio de inguétitos ou qualquer outro fim determinade (ae 178.*,1n$ 1) iso significa que a ordem juridica hex deve con feti todos os pod ris realizago de um tal propio, segundo uma relagio de adequago entre os mcios © a8 Fins em fieando-se 0 respeito polos demais prinepios constitu- cionais: as comissdes podem exigir a colaboragio de quaisquer auloridades,soleitarinformagdes € documentos, eonvocar pesos a prestar esclarecimentos ou a depor (vii) Nos termos do principio da auto-organizagio interna (V. supra fn? 125.) nunca pode set negado a cada comissio a faculdide de elaborar um regulamento interno prdprio. sem prejuizo do respeito devido & normatividade externa, ao Regimento da Assembleia da Repablica ea as comissdes parlamentats, Resulta ainda do Regimento da Assembleia da Repibliea que cada ccomissio parlameniar fem uma mesa, integrando @ seu presidente © dois ou ris vice-presidentes, podendo constitu subeamissBes grupos de tabalho, (e) Idem: Comivsao Permanente da Assembleia da Republica X. Expressando uma manifestgio do principio gral da permanéncia de Funcionamento da instituigdo parlamentar (supra, n 18.1.2..(g))a Com: ‘so Permanente da Assembleia da Republica é o depo que, trdueindo uma verso concentrada da composigio politica do parlamento,exeree uma Fungo substitutiva do Plenirio da Assemblcia da Republica sempre que esta se en contra fora Jo seu perfodo de Tuncionamentaefectiva ( férias parlamen: tres) ou esti dissolvida, sem prejufzo de autos casos provisos na Const lo (artigo 179°,n° 1), [Nunca poder o Plenrio da Assembla da Republica, todavie, proceder «uma deleyagio de plenes poderes aa Comissio Permanente, remelendo-se aquele reo a um “auto-apagamento ou cometendo um “suicidio constitu tional”: alm de s6 poder existirdelegago de poderes constitucionais nos easos previstes na Const o 111.’ 2), vigorando um prineipio cral de imodiicabilidade da competéncia (v. supra, n.* 12.8,), Comissdo Permanente ni se encontra configura pela Constituigio como Sr io pass vel de proceder ao exereicio substitutiva de toda a eompeténcia do Pensa a Assembleia da Republica, encontrando-se até vinculida, em cendris de ‘actos aulorizatives de devisdes de alla importineia do Presidente da Reps bliea (antigo 179., a 4), a convocar, “a0 prazo mus curto possivel” esse ‘memo Plencio, XL. Cumpre formula. a propssito da Comisséa Permanente da Asvem- bleta da Republica, ues esclarecimentos adicionais (0) & Comissio Permanente. sendo presidida pelo Presidente da Assombleia da Republica, integra os quatro Vice-Presidentes ainda Deputados indicados por todos os partidos, segundo a res pectiva representatividade parlamentar (artigo 179.°. n° 2): (Gi) Nem todas a Fungies da Assembleia da Repblien podem ser exer cidas pela Comissio Permanente, verificando.se que depsrames gui com uma substtuigdo meramente paral: a Comissio Perm. niente apenas pode exercer. em vez da Assembleia da Repablic 1 poderes previsios no antigo 179.*, a 3, ¢ ainda aqueles que, dizendo respeito a assuntes internos de organizago e funciona ‘mento do purlamento, se encontrem ideatificades no Regimento da Assembleia da Repiblica ou resultem de costume ou praxe cons ttueional (v (ii) Por sltimo, nos termes do principio da suto-onganizago inteena (supra, n® 12.5.), Comissio Permanente poder claborar nor imas inernay referentes& sua propria organizagdoe Funcionamento 1 proparagio da abertura Je nova sessio legisls (0) Ouaras estraturas orgainicus XL. 0 Ri ainda de exereicio do principio geral de auto-onganizagio interna do parla mento da Assembleia da Republica, numa manifesagdo mento (¥. supra, n.* 12.5.) prove a existencia doe seuintes Sra da Assembleia da Repiblica (0A Conferéncia de Lideres, traduaindo uma estutura que com preende os presidentes dos grupos parlamentares ow seus substi tose que reine com o Presidente da Assombleia da Republica, visa regular o funcionamento da Assemblea,incluindo auxiliar 0 Presi “Com um seid diferente fe Secs Muy /Re Mua, Contin Por dente da Assembleia da Republica na mareado das reunides ple niias na fixagSo da respectiva ordem do dia i) A Conferéncia das Presidentes das Comissdes Parlamentares ve send presidida pelo Presidente da Assembleia da Republica, tom por missio acompanar os aspectos funcionais da actividade das comissies, assim como avaliar as condigGes geraiy do. process legislative e a boa execugo das leis! (ii) Detegagses da Assembleia da Repiblica que, podendo ter carter Permanente ou ‘emporio, tm uma eomposigde que represe correlagio de Forgas politicas do Plenirio, visando o desempenhe de uma missdo especifiea no exterior da Assembla da Repiblica (iv) Grupos parlamentares de amizade, rflectindo também a composi ‘politica do pariamento, tm 0 propdsito de promover 0 dislogo © 2 cooperago com parlamentos de Estados amigos de Portugal, intensificando as relagdes entte diferentes parlamentos. a thulo de excurso. que, além desta estruturas XIIL. Indique-se ands nicas de natureza politic, constituidas por Deputados, & Assembleia Ja anizagi ¢ funcio iblica tem ainda, nos termos dale rferente sa o 0 préprios de gestdo dos seus servigos administrativas que. sem prejuizo da intervenedo superior do Present da Assembleia dt Reptic biica e a pantcipagdo decisiria de Deputados, exercem fungies de natureza udministativa. Neste imbito se inserem ax seguintes estruturas onginicas ~ Conselho de Administagio: Sceretirio.Geral da Assembleia da Republic Auditor Juridico, 184, Pune’ BIBLIOGRAFLA: Joucc Mixaston, Dieta Contcianal Il pp. 293 (a) Tempo de fincionamento 1, Sabe-se ji que cada lepisltura tem a Jurago de quateo anos, salve ocorrendo dissolugio da Assembleia da Repibics,situagio que determina 6 inicio de nova legisaturs, nos temas do artigo 171.2, n° 2. Ce ais 20° do Regiment da Asmblen ds Reps, Ci ang 21° do Repent da ASembea Ua Repbic wo Procipos dosts ada legislatura divide-se, por sua vez, em quatro sessies legisativas I7Ie.ne 1), tendo. cada uma duragSo de um ano (artigo 174°, n°. ‘A Assembleia da Repiblica funciona todos os dias stcis, sem prejuizo de, a ttulo excepeional. também poder funcionar em dias feriados (v.25 de Abril 5 de Outubro) ou até om Finais de semana, Il, A sessdo leislativa tem o sew inicio em 15 de Setembro fem 15 de Junho, intervalo esse que eorresponde ao periodo normal de fun- cionamento da Assembleia da Republica (artigo 174.°.n2™ | © 2) E. durante esse periodo normal de funcionamento, o Presidente da Assembleia da Replica Jevers organizar os trabalhos parlamentares tendo em vista garantir quatro periodos de tempo: “Tempo para as rounides do Plenii: ‘Tempo para as rounides das comisses parlamentares ‘Tempo para as reunites dos grupos parlamentares Tempo ainda para o contacto ent ‘0s Deputados ¢ os eleitores, Independentemente do periodo normal de funcionamento, pode «4 Assembleia la Repiblica reunir,& luz do prinepio geral da perma de funcionamento (v. sypra. n° 18.1.2, XV), durante as lias parlamentares ‘ou em caros de suspenso do seu funcionamento. NNote-se que, fora do perfodo normal de funcionamento e ainda durante 1s suspensdes Uo parlamento, 2s comissBes parlamentares podem, por delibe raglo da Assemble 11 Igualmente 0 prineipio gerat de dependneia politica do parkimento do Presidente da Republica (¥.sypra, n° 18.1.2. VID) se faz sentir quanto & ) Uma competéncialeislativa de reserva relativa {) Uma competeneia legistativa concorrencal \ejamos, soparadamente, 0 sentido de cada um destestipos de compe- tncia legislativa da Assembleia da Republica "Cie anign 6. n* 2. da Let da Organiag © Funlonameno ds Assembles ds Republics prvi pla Leia TX, de T de Jao, segundo a ede do texto da Lat (a) Competéneia de reserve absolute I. Se ¢ cemto que a Assembleia da Repibliea tem uma competéncia legislativa genérica (artigo 161.* lfnea e)) também é verdade que & Assen bieia da Republica nio & 0 dinico Gngio com competGneialegislativa no orde namento constitucional vigente: © Govemno e as assembleiaslegislatvas das es auténomas tambsim dispem de competénca legslativa Existem, porém, matéras face as quais a Constituigdo procurou estabe lecer um monopslio ou exclusivo decissrio a favor da Assembleia da Repti blica, determinando que s6 este drgio (e nenhum outro, sob pena de incons- titucionalidade onginica) poderia sobre tis matérias emanat les: surge aqui a designada “reserva absoluta de compoténcia legisltiva” da Assembla da Repablica, Trata-se, numa visio de conjunto, de uma reserva decisétia a favor da ‘Assembleia da Repétlica das prineipais matirias que expressim o exereicio da fungao legislativa num Estado de Direito democritico, excluindo da su imervengio deciséria 0 Governo, Hi aqui, neste timo sentido, um resquicto da pura légica liberal oto centista Je reservar para parlamento o exercicio da fungi legislative, afes ta sis matérias 0 executive, num propisito garantistico e legitimador lara natureza excepcional, todavia, deoto do ccontexto do sistema ennstitucional de repartigio do poder legislativo ente a Assembleia da Repiblica e 0 Governo, «da decisio: a solugo assum IIL, A compoténcia legisltiva de reserva absoluta da Assembleia da Repablica mosia-se pasivel de eomportar dois principais efeitos (0A reserva absolut exelul a intervengo decisoria de todos os res {antes gos lezislativos sobre as matéras em causa sigificando isto que a ccmpeténcia da Assembleia da Repablica compreende Feitura das normas legislativas, a definigio da sua entrada em vigor © a emanagdo de regras de intepretagio autémtica: (ii) A reserva absoluia pode impor ao intérprete © a0 aplicador do Dircito que, verifcando-se uma situagSo de lacuna no mbito de tas ‘matérias, procure a analogia dentro de leis emanadas da Assen bieia da Repiblica ou, endo em atengdo 0 seu canted ¢ os actos de hierarquia superior, se procure encontrar aqui 0 espitito do sis- tema que pemiarecortar a norma que o intérpreteeriaria se tivesse de Ieyistar dentro desse elemento sistemitico, 6 deste Juplo modo se garantri, verdadeiramente, a plenitude da reserva bsoluta da competéncia da Assembleia da Repiblica sobre tas maria. 518 Asem Reps M7 IV. Quais slo as matérias intograntes da reserva absoluta da compet: cla legisltiva da Assembleia da Republica? Fazem parte da competéncia legislativa de reserva absoluta de decisio legisttiva parlamenta as seguintes matéras: (i) Today aquolas a que se refere 0 artigo 164.°, registindo-se aqui aque algumas de tais matéias revestem a forma de leis orginicss « outras de leis simples (artigo 166.*, 0. 2) ii) A aprovagao dos estautos poitico-administraivos das regiies auinomas (antigo 161°, alineab)) (iii) O confers autorizagdies leisltivas a0 Gos legislativas das regides auténomas artigo 161. alineas d)¢ e) liv) O concede: amnistias © perddes genéricos artigo 161°, alinea D): (+) © aprovar as leis das grandes apgées ds planos nacionais ¢ Orgamente do Estado (artigo 161.*, linea 2): (v1) Osutorizaro Govemo a cantrair€a conceder empréstimos ea rea lizar otras operagdes de erédito que no sejam de dvida Mutuanve o-€ as assembleiss ainda a estabelecer o limite maximo dos avales a con cada ano pelo Governo (artigo 161.*, alinea h): (il) Todas as leis que, nfo se encontrando ja inseridus nas anteriores disposigSes, surgem mencionadas no artigo 168.", n° 6, como exi indo aprevagio por maioria de dois tergos dos deputados pre: (ili) A lei-quaco da reprivatizagio dos bens nacionalizados depois de 25 de Abril de 1974, nos temas do artigo 293.%#2 \V, Sem prejuézo da possbilidade que © intérprete tem de encontrar no texto constitucional marias que se itegram na reserva absoluta da compe ‘Cacia legislativa da Assembleia da Republica, a verdade & que vigora aqui ‘um prineipio geral de tipicidade:w reserva absoluta s6 compreende as maté- rigs identficadas, expressa ou implicitamente, na Constituigio como inte- sande o nicleo exclusive de intervengo deciséria da Assembleia da Repti blica, encontrando-se vedada a criagSo pela lei de matérias de reserva absoluta da competéncia lepislativa parlamemta. ‘A definigo das matérias de reserva absoluta da competénca legslativa dda Assembleia da Repiblica integra a reserva de Consttuigo. ‘Par wn lence alg dione das mais ds eer abla da competi eg Ito do Astombia oa Reps, fr lowe Muara MexR, Comte Pret ‘es Anna Hp, S212 a Prine anda Vi. Importa sublinhar, por euro lado, que, tendo «reserva absoluta de competéncia legislativa da Assenbleia da Repibliew um intuito histérico de natureza garamtistica face ao Governo (x, spr, II, a erescente prepon derincia funcional do Governo sobre a Assembleta da Replica (¥. supra, 11° 8... (c) vein esvaziar esse propdsito oitoventisa, tanto mais que também hoje 0 Governo goza de legitimidade politica demoeritica, Alii, se pre que o Govern seja suportado por uma maioria parlamen- tar absoluta, mosira-se destituida de efectiva relevincia politica a exisiéncia de matérias de reserva absoluta da competéncia legslativa do partament. excepto no que diz respeito quel euja aprovagio cxroee de uma maioria de dois tergos dos votos parlamentares (actigos 168. n° 6, € 136°, 3). pois a vontide da Assembleia da Republica é a voniade da maioria e esta reproduz a vontade do seu lider que &, igualmente, Primeito-Ministro e. por isso mesmo, controla toda a vontade politica que fem expresso legisativa (6, supra, n2 18.12. (€)}: © Chele do Governo quer. @ parlimento aprova: ‘0 Chefe do Gaverno no quer, o parla [Num tal eenrio de maioria paelamentar absolut, desde que no se exija «intervengao decissria por dois tergos das votos. a Assembleia da Republica transformai-se num apéndice da competéncia decissria do Governor, dis, nto rejita', ppondo o Governo da competcneia parlamentar como se foste sua: 4 Assen ble da Republica tansfigura-se cm Assembleia Nacional, (6) Comperéucia le reserva celaiva VIL. Veio a Constiuigio no seu artigo 165.°, por outa lado, ear um flenco de mutériasintegrantes de uma reserva de competéncia legisltiva da Assembleia da Republica que obedeve as duas seguintes regras: (2) Se a Assembles dy Replica nuda dispuser em sentido conti s6 ela tem compettacia pura legislar sobre essas materia (ii) No entanto, a Assembleia da Repibliea pode autorizar que sobre cessas mesmas matérias 9 Governo (artigo 165.°. n° 1) ou, num tnimero mais resto de matéras, as assembleias legislativas das regibes autsnomas (artigo 227.*,n.* I, alinea )) possum também legisar 4 Ch Patio OUR, Lega Administ Pili, p13 "Che Patio Orta, A several doce ona *SCit Pain Ott. 0 Paer de Sistine 91 Cie PALL Ott O Par ae Subst hs Exuctamente porque a Assembleia da Repiblica tem a Faculdade de delegar 0 exercicio da competéncia legislativa sobre tais malérias, permi- ‘indo, mediante ci de autorizago lgislativa, e segundo expressa habiltagio consitucional (antigo 161.°,alineas d) ee). que « Govemno ov as assembleias Iegislativas das regides autGnomas diseiplinem por acto legistalive essas natrias,dizse que estamos di a reserva relutva de competéncia legislaiva dy Assembleia da Replica Trata-se de uma reserva relativa precisamente porque a Assembleia da Republica tem nas suas mios duas Formas de exercicio da inerente compe la propria a elaborar a lei que vai diseiplinar a mat slaves ‘Soca legisltivas ou € ria ou, em allerativa, confere ao Governo (ew is assembles I das regides auténomas) essa possibilidad, delegando-Ihes © inerenwe poder legislativo sobre a matéra, VII Imports ainda. a propésito da reserva relaiva da competéneia ativa ds Assembleia da Republica, e sem prejuizo do estudo mais desen- volvido a fazer adiante (¥. infra, Parte II}, tomar em consideragio as seguin tes observagies complementares sativa, a Assembleia da (i) Durante a vigéneia da autorizagio te Repiblica nunca perde a competes legislaiva sobre a dolegadas, nem se encontra impedida de, a qualquer momento revogar a autorizagio concedida, chamando a si a exclusividade do exercicio dos poderes delegados a0 Governo ou as assembleias lativas das regides auténomas (ii) A Assembleia da Repablica tom sempre de definie © sentido © 3 cextensio da autorizagio iva (artigo 165.*,n. 2), exercendo uma fungi de orientagdo politica sobre © modo como deseja que ‘4 matéria seja diseiplinada pelo 6 o legislative delegado: {itt A selegagio lepisativa no pode envolver todas as mattis, antes 4 ei de autorizago tem de definir 0 seu objecto, nem pode sor d duragoilimitads, pois @ autorizago teri de expecificar sa durae eo (antigo 165.*, 1.2), (6) Conpeténcia concorrencial 1X, Pam akém da competéneia legisativa reservada em termos absolu tos. em terms relatives, a Assembleia da Republica goza ainda de uma com. 161, linea e). the ppiéocia logislativa genérica que, nos termos do ati [permite “Iazer leis sobre todas as maria Sucede, porém, que, fora das matéias objecto de reserva (absoluta & relativa) da competéncia legislativa da Assembleia da Republica, igualmente © Governo goza de uma comperénea legislativa genética, tal como resulta do disposto no artigo 198.°,n.* 1, alines a): ha aqui, deste modo, wna deca de competéncia legislativa cancorrencial ou comum entre a Assembleia da Repiblica e 0 Governo, significando isto que ambos os drgios sio compe: tentes para legislar sobre as mesmas matérias. ‘Observemos agora, sem prejuiro de futuros desenvolvimentos, a com peténcia legislativa concorrencial sob a dptica da Assembleia da Rept Dlica X. Como se recortam as matérias integrantes da competéncia eoncor. rencial da Assembleia da Repiblica? Diz-nos o artigo 161°, alinea c), que a Assembleia da Repiblica pode “Taser leis sobre todas as matérias, salvo as reservadas pela Constituigio 80 Governo” Seri que as matérias da compel terminam pela simples exclusio das reservadas pela Constituigie a0 Go- ia legislative concorrencial se de Respondemos em sentido negative, isto por tris ordens de raed: (1) As eoatias da compettncta legislative concor fal so, em pri meiro lugar, aquelas que se encontram excluidas do elenco das matéri da reserva absoluta e da reserva relativa da competéncia logislativa da Assembleia da Repablica. Cumpre aqui diferencia, todavia, graus diferentes de incidéneia reguladora da reserva sobre as matéras, que significa, por exemplo, 0 seguint: (1) Sea reserva absoluta diz respeito apenas is bases do sistema de 2 i), 0 respectivo desenvolvimento no se insere no Abita da reserva abso (2) Sea reserva relativa incide apenas sabre as bases do sistema de soguranga social (artigo 165°, n° 1, alfnea ) ow as bases da politica agricola (artigo 165., n° |, alinean)),o seu desenvol- (@) Se, pelo contri, a reserva compreensle todo o re esi (artigo 164, alin ime juriico mes dos referendos. regime de determinada materia (vg. eral da requisigdo ou expropriagio por utlidade piblica), toda «4 competéncia legislativa se encontra sob a algads da respec= tiva intervengio deciséria exclusiva da Assembleia da Rept: bce (ii) Em segundo lugar, dentro das matéris que se encontram fora do clenco das reservadas & competzncia leyslatva da Assembleia da Republica, as matérias da 30 determinadas por cexcluso de todas aquels que, tendo natura legslativa, se enon a coneortencal tram reservadas a outs Gaps. 0 que signilica 0 (DA competéncia eoncorrencial s6 comega quando termina as marias legislativas reservadas pela Constituigo ao Go: (©) Eainda, por outro lado, quando nio existem matérias legisla vas reservadis pla Const :administeaivos & competéncis das assembleias igo ow polos estautos politico Sativa das (iii) Em tercoro lugar, as matérias da compettacia legistativa concor rencial,akém de ve situarem Fora das matcras inte vas legslativas (absoluta e relativa) da Assembleia da Replica, do Governo ¢ das assembleias leginativas day regides autSnomas, ‘io podem incidi, por efeto do principio da separagio de poderes, sobre reas materia integrantes da reserva deciséria confiada pela Consttuigio a estruturas decisirias que exercem a fungio judicial © fungio administraiva (1) As matériss da competéncia | ddem viola reserva de jurisdigio ou reserva de juiz ou, ands uma expresso sindnima. a reserva de tribunal ~ assim, por lativa eoncorrencial nde po exemplo, a competéncia legisativa concorrencial no habiita a Assombleia da Repiilica & revogar ou madificar uma decisio judicial (2) As matérias da competéncia legislativa coneorrencal nfo per. mitem que a Assembleia da Repiblica possa violar a reserva dde Adminsicagio Publica”, substituindo-se a eta na pica de actos administrativos, na emanagio de regulamentos ou aa ode comrates celebra Deste mado se recorta, por exclusio de partes, sem que exista um elenco do matérias postivado, a competéncia leislativa concorrencial da. Asssm- bleia da Replica [No que espicfcament diz nop 8 reserva de compan sinistva dt Gover ecm gold Admins, lr, BORGE RI Novas, Sepurie de Padre pit

Você também pode gostar