Turma: B
Campinas, 22/11/2012
Introdução
Esse experimento tem como objetivo o aprendizado dos conceitos básicos de fibras
ópticas e dispositivos optoeletrônicos, a caracterização de perdas em fibras ópticas,
além da aplicação de fibras ópticas em sistemas de sensoriamento.
Assim, sabendo que hoje em dia, os sistemas de comunicação óptica figuram como a
única alternativa viável para transmissão de dados com alta capacidade, da ordem de
Terabits/s, através de longas distâncias dentre as inúmeras aplicações desse
componente, veremos a aplicação de enlaces em um circuito óptico, a atenuação do
sinal transmitido devido a perdas na estrutura de transmissão, a abertura numérica do
feixe de luz, e uma aplicação prática na análise sensorial de misturas líquidas.
Portanto, para que se possa compreender cada passo dessas análises e aplicações da
fibra óptica, é necessário entender como funciona estruturalmente a transmissão de
dados através das fibras ópticas.Para entender por exemplo como um feixe de luz é
difratado precisa-se entender o básico, que é o enlace óptico. Logo, para entender
também a difração, é necessário também compreender a diferença entre multimodo e
monomodo bem como quais os índices de refração dos materiais que compões uma
fibra óptica e como se caracterizam.
Tais elementos foram usados para as simulações e testes realizados, nos circuitos de
transmissões, os enlaces, as conexões e atenuações e o sensoriamento dos cabos
conectorizados com fibra óptica monomodo e multímodo. Utilizando as fontes
luminosas, de 1310/1550 nm e de 633nm, para geração de sinais e estudo do mesmo. E
o medidor de potência para quantificar os valores de luz transmitidos, junto a um
reflectômetro de fibra óptica. Segue abaixo as fotos de tais elementos.
Enlace óptico: A partir dos dados na forma de um sinal elétrico no qual são inseridos
no sistemas por um transmissor, como mostra a Figura 6, temos a transdução deste sinal
no domínio elétrico para um sinal no dominiio óptico através da modulaçao da fonte.
Assim o sinal óptico, luz, é lançado no inteior da fibra, propagando-se até a terminação
do enlace, ou seja ,onde o sinal óptico encontra o recpetor para transformar o sinal no
domínio óptico no domínio elétrico novamente. O sinal ao longo da fibra óptica pode
sofrer atenuações, ou seja perda na potencia do sinal. Assim um amplificador ou
componentes para controle de dispersão podem ser colocados na fibra óptica com o
intuíto de restabelecerem a força do sinal.
Fibra óptica: A fibra óptica nada mais é que um guiador de onda, cuja forma é
clindrica. A fibra óptica é composta de um núcleo de sílica dopada, com um índice de
refração de n1, circundada por uma casca de sílica pura e essa é circundada ainda por
uma camada de plásticos que proporciona proteção mecânica à fibra, como mostra a
Figura 7. Essa casca de sílica pura possuí índice de refração de n 2, tal que n1>n2. Assim
o deslocamento do sinal óptico ao longo da fibra é realizado por reflexão total da luz.
Isso acontece devido à diferencça entre os índices de refração do núcleo e da casca, no
qual se o índice de refração do primeiro meio for maior que o segundo, o sinal incidirá
no segundo meio e sofrerá reflexão.
Figura 7 - Seção de uma fibra óptica e perfil do índice de refração (Agrawal, 2002)
Para haver reflexão total interna, como mostra a Figura 8, o ângulo de incidência
do feixe luminoso i no interior da fibra necessita ser maior do que o ângulo crítico
LED: Na tradução diodo emissor de luz, é um compontente que emiti luz de maneira
espontânea. Os saltam espontaneamente da banda de condução para a camada de
valencia, emitindo um fóton no lugar. Assim a radiação emitida é incoerente, pois os
fótons não possuem mesma frequência, direção e fase. A largura do espectro é na ordem
de 30 a 60 nm.
Fotodetectores: Com uma junção p-n e com uma determinada energia de gap, o
fotodetector absorve fótons, propiciando um salto de elétrons da banda de valência para
a condução sempre que a energia do fóton for maior do que a energia do gap. A corrente
elétrica gerada é proporcional à potência óptica incidente, mas devido aos baixos níveis
de corrente em que operam os fotodetectores (da ordem de µA), há necessidade de
implementação de circuitos para amplificação e redução de ruído.
P[
mW]
P
[
dBm
] 10
log .
1
mW
A atenuação do sinal ocorre, principalmente, devido a três fatores:
i. Tamanho compacto;
ii. Liberdade de distribuição geométrica;
iii. Imunidade à interferência eletromagnética;
iv. Alta sensibilidade;
v. Possibilidade de medições pontuais e distribuídas e capacidade para
multiplexação de sinais.
Essa tecnologia pode ser empregada em diversas soluções, como: calculo de pressão,
deslocamento linear, rotação, temperatura, corrente elétrica, umidade, viscosidade,
composição química e identificação de agentes biológicos.
Laser
Circuito de
controle
Circuito de
Acoplador
recepção
Fotodetector
Procedimento Experimental
1. Componentes de um enlace óptico
Conectou-se um enlace de fibra óptica, monomodo, a uma fonte portátil capaz de emitir
sinais de comprimento de onda de 1310nm e de 1550nm. Para um estudo mais eficaz,
definiu-se apenas um comprimento para ser avaliado, o de 1310nm.
Medida 1 2 3 4 5
Potência (µW) 0,8 0,9 1 0,8 0,9
Após essa medição estudamos o caso do enlace de mais de uma fibra monomodo, se
haveria perdas, e caso sim, quanto seria tal atenuação da potência medida ao fim do
sistema.
De forma análoga, para uma conexão de duas fibras monomodos através de um conector
de fibras, figura 4, foram feitas cinco medidas para esse enlace, como obervado na
tabela 2 abaixo, e obteve-se uma medição da potência de 0,78±0,0447µW.
Tabela 2 - Potência em enlace de duas fibras ópticas monomodo concatenadas
Medida 1 2 3 4 5
Potência (µm) 0,8 0,8 0,7 0,8 0,8
Para calcular a perda de potência devido ao conector aplicado no circuito, faremos uma
estimativa numérica, lançando mão da condição em que não haveria perdas
significativas devido ao comprimento da fibra óptica, e aplicando a função de atenuação
em dB, vista abaixo, com a escolha de L=1m, estimamos a perda.
Logo, com Pin sendo o valor antes medido no primeiro enlace sem conector, e Pout a
saída após a aplicação de tal elemento, obtemos um valor de atenuação de 0,524dB.
Para cada combinação foram tomadas cinco medidas, semelhante aos casos de enlace
acima, e são descritas na tabela 3 apenas o valor da média e desvio de cada caso.
3. Abertura numérica
A fim de calcular a abertura numérica dos feixes de luz transmitidos pelas fibras
monomodo e multímodo, realizou-se um simples procedimento de medição do diâmetro
observado sobre a projeção de uma emissão conhecida sob um papel em branco,
fazendo uma relação pitagórica entre a altura em que o feixe é projetado e o diâmetro
observado na projeção.
Assim com base nos dados fornecidos pelo sensor, pode-se calcular uma expressão de
correlação entre a intensidade luminosa refletida e o índice de refração da solução,
utilizando métodos de ajuste de curva.
Portanto, testando para o valor encontrado para a cachaça, explicitado na tabela 4 acima,
calcula-se através dessa fórmula o valor da concentração de etanol para ela.
Substituindo na equação encontramos um valor de 49,02% de álcool etílico, o que
sustenta a norma e comprova a qualificação desta cachaça.
E para calcular o índice de refração dessa água ardente, seguimos o mesmo principio de
comparação entre a amostra e um padrão conhecido, que é fornecido pela tabela 5.
Tabela 5 - Indice de refração de mistura
Por interpolação linear podemos também chegar a um valor de índice de refração para a
pinga amostrada, tendo seu valor alcoólico de 49,02° GL seu índice de refração é
1,3613.
QUESTIONÁRIO
1) Dimensionamento de um enlace óptico: Um engenheiro deseja conectar duas
estações (A e B) utilizando um enlace óptico. A distância entre as duas localidade é de
36 km. Para isso, ele dispõe de duas fibras com comprimento de 18 km cada, além de
conectores, laser e detector. Não obstante, com o intuito de fornecer serviço a outras
estações, o enlace necessita de uma derivação em 18 km, utilizando um splitter 21.
Onde:
P0 é a potência do laser;
é a atenuação da fibra;
L é o comprimento do enlace;
n k c é a perda devido aos n conectores;
Logo,
Para λ=1550nm->
Logo,
Logo,
Para λ=1550nm->
Logo,
3) Quais são e qual a utilização de alguns dos principais tipos de fibras ópticas
especiais (NZD+/- Nonzero Dispersion Fiber, DS-Dispersion-shifted fiber, PMF-
Polarization Maintaining Fiber, EDF-Erbium Doped Fiber, PCF-Photonic Crystal
Fiber)?
DS:é um tipo de fibra monomo projetada para ter dispersão zero. Porém pensava-se que
ela suportaria alta capacidade, mas não suporta mais que 4 diferentes tipos de
comprimento de onda.
PMF: A polarização das ondas de luz polarizada linearmente lançada na fibra, é mantida
durante a propagação, com pouco ou nenhum acoplamento cruzado de potência óptica
entre os modos de polarização. Essa fibra é usado em aplicações especiais, onde a
polarização preservação é essencial.
EDF: O Erbio é caracterizado por emitir luz quando excitado, assim quando se emite
uma luz na fibra e emite uma luz mais forte se que se propaga ao longo da fibra. Um dos
problemas existentes neste tipo de fibra são os ruídos existentes nessa emissão de luz.
PCF é uma classe de fibra óptica baseado nas propriedades de cristais fotônicos. Devido
à sua capacidade de confinar luz em núcleos ocos ou com características de
confinamento que não são possíveis em fibras ópticas convencionais.:
Conclusão
Neste experimento foi possível a familiarização com algumas das diversas aplicações
das fibras ópticas. Como o sensoriamento, no qual através da difração foi possível
distinguir concentrações de líquidos. Foi possível também entender como funciona o
sistema de perdas por conexão e transmissão, e também o quanto um amplificador
interfere em uma linha de transmissão de dados em termos da distância. Vemos então
que a fibra óptica é e possuí aplicações importantes e que se relacionam muito bem com
o curso de Engenharia de Controle e Automação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Agrawal G. P. Fiber-optic Communication Systems. New York: John Willey &
Izawa T., Sudo S. Optical Fibers: Materials and Fabrications. Tokyo: KTK Scientific
Murata H. Handbook of Optical Fibers and Cables. New York: Marcel Dekker Inc.,
1998.
1994, 570 p.
http://www.linhadetransmissao.com.br/tecnica/fontes_opticas_tipos.htm
http://paginas.fe.up.pt/~ee97041/RBL.pdf