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Possuindo uma utilidade, as mercadorias derivam seu valor de troca de duas fontes: de
sua escassez e da sua quantidade de trabalho necessria para obt-las. (Princpios,
p.24)
Todas devem possuir utilidade, pois se no, tambm seria destitudo de valor de troca.
Algumas mercadorias tm seu valor determinado somente pela escassez. Nenhum
trabalho pode aumentar a quantidade de tais bens, e, portanto, seu valor no pode ser
reduzido pelo aumento da oferta. Algumas esttuas e quadros famosos, livros e moedas
raras... so todos desta espcie. Seu valor totalmente independente da quantidade de
trabalho utilizada originalmente necessria para produzi-las (p.24)
(A teoria marginalista/neoclssica generaliza, no entendem que essas mercadorias so
uma parte muito pequena da massa de artigos diariamente trocados...).
Se o trabalho uma mercadoria como outra qualquer, a troca entre capital e trabalho
obedece ao mesmo princpio da troca das mercadorias em geral: troca se valor por valor,
equivalente por equivalente. Logo, a lei do valor vale tanto para a sociedade prcapitalista como para a sociedade capitalista.
Assim como em Smith, Ricardo afirma que toda mercadoria tinha dois preos: o preo
natural (valor) e o preo de mercado que oscila em torno do valor, conforme a oferta e a
procura.
Se, porm, como faz Ricardo, tomamos os preos como invariveis (so invariveis
porque ele entende a economia sob regime de concorrncia perfeita), ento os lucros
dependem exclusivamente dos salrios.
A suposio que sempre estar presente em sua preocupao com o valor das
mercadorias a da uniformidade da taxa de lucro: todos os setores econmicos e todas
as empresas devem ter a mesma taxa de lucro (nvel geral).
Os salrios dependem dos preos dos bens essenciais de consumo que so constitudos
essencialmente de produtos agrcolas.
Poder-se-ia dizer que parto do principio de que os salrios monetrios aumentaro
quando aumentar o preo dos produtos agrcolas, mas que isso no de modo algum
uma conseqncia necessria, j que o trabalhador pode contentar-se com um consumo
mais reduzido.
No entanto, segundo Ricardo,
(...) podemos tomar como certo que, em circunstncias normais, todo aumento
permanente dos bens de primeira necessidade ocasiona um aumento dos salrios. (...) e
qualquer fator que aumente os salrios necessariamente reduz os lucros (Princpios,
p.85).