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QUARTA-FEIRA
– Sentido redentor do trabalho. Recorrer a São José para que nos ensine a trabalhar com
competência e a co-redimir com as nossas tarefas.
Em Nazaré, todos conhecem Jesus. Conhecem-no pelo seu ofício e pela sua
família: é o artesão, filho de Maria. Tal como acontece com tantas pessoas, o
Senhor seguiu o ofício daquele que fizera as vezes de pai junto d’Ele, aqui na
terra. Por isso chamam-no também filho do artesão2; teve a profissão de José,
que possivelmente já morrera havia anos. A sua família, que guardava o maior
dos tesouros – o Verbo de Deus feito homem –, foi como outra qualquer entre
as da vizinhança.
A oficina de José, herdada depois por Jesus, era como as outras que havia
naquele tempo na Palestina. Talvez fosse a única em Nazaré. Cheirava a
madeira e a limpeza. José, como também depois Jesus, devia cobrar o normal;
talvez desse todas as facilidades possíveis a quem estivesse em apuros
económicos, mas não deixaria de cobrar o justo. E os trabalhos que José e
Jesus realizavam nessa pequena oficina eram os próprios desse ofício, em que
se fazia um pouco de tudo: construir uma viga, fabricar um armário simples,
ajustar uma mesa que balançava, aplainar uma porta que não fechava bem...
Ali não se fabricavam cruzes de madeira, como querem fazer-nos crer alguns
quadros piedosos: quem se lembraria de encomendar-lhes semelhantes
objetos? Também as madeiras não eram importadas do céu, mas adquiridas
nos bosques vizinhos.
O nosso exame pessoal diante de Deus e a nossa conversa com Ele hão de
versar frequentemente sobre essas tarefas que nos ocupam para ver se nos
dedicamos a elas a fundo, com valentia: se procuramos trabalhar
conscienciosamente, se nos esforçamos por fazer render o tempo,
espremendo-o ao máximo; se conseguimos actualizar, completar e enriquecer
dia a dia a nossa preparação profissional; se abraçamos com amor a Cruz, a
fadiga e os contratempos do trabalho de cada dia.
O cristão, que é outro Cristo pelo Baptismo, deve converter os seus afazeres
humanos rectos em tarefa de co-redenção. O nosso trabalho, unido ao de
Jesus, ainda que segundo o conceito dos homens seja pequeno e pareça de
pouca importância, adquire assim um valor incomensurável. O próprio cansaço
que qualquer trabalho traz consigo, como consequência do pecado original,
adquire um sentido novo. O que parecia um castigo é redimido por Cristo e
converte-se em mortificação gratíssima a Deus, que nos serve para
purificarmos os nossos próprios pecados e para co-redimirmos com o Senhor a
humanidade inteira. Aí está a diferença profunda entre o trabalho
humanamente bem realizado por um pagão e o de um cristão que, além de
estar bem acabado, é oferecido em união com Cristo.
Peçamos hoje a São José que nos ensine a trabalhar bem e a amar os
nossos afazeres. José é um Mestre excepcional do trabalho bem realizado,
pois ensinou o seu ofício ao Filho de Deus; teremos muito a aprender dele, se
recorrermos ao seu patrocínio enquanto trabalhamos. Podemos invocá-lo com
esta oração antes de iniciarmos as nossas tarefas:
(1) Mc 6, 1-6; (2) cfr. Mt 13, 55; (3) cfr. J. L. Illanes, A santificação do trabalho, págs. 24-25; (4)
João Paulo II, Enc. Laborem exercens, 14-IX-1981; (5) Oração a São José; cfr. Orações do
cristão, 2ª ed., Quadrante, São Paulo, 1989, pág. 11.
(Fonte: Website de Francisco Fernández Carvajal AQUI)