Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Aula 1
Eis, por exemplo, uma mulher que foi a um primeiro encontro. Ela
sabe bem das intenes, a seu respeito, do homem que lhe fala. Ela
tambm sabe que cedo ou tarde ela dever tomar uma deciso. Mas
ela no quer sentir a urgncia: ela se liga apenas quilo que a atitude
de seu parceiro oferece de respeitoso e discreto. Ela no apreende
essa conduta como uma tentativa para realizar o que se chama as
primeiras aproximaes, ou seja, ela no quer ver as possibilidades
de desenvolvimento temporal que tal conduta apresenta. Ela limita
seu comportamento ao que h no presente, ela no quer ler nas
frases que ele lhe enderea outra coisa que seu sentido explcito. Se
ele lhe diz: Eu te admiro tanto, ela desarma esta frase de seu panode-fundo sexual. Ela liga aos discursos e conduta de seu interlocutor
significaes
imediatas
que
ela
compreende
como
qualidades
Hacking, Ian; L ame rcrite : tude sur la personnalit multiple et les sciences de
la mmoire, p. 313
imagens.
Algo
muito
distinto
do
desvelamento
da
grego
significa
investigao,
conhecimento
resultante
de
de
exemplos
vindos
do
passado,
mas
implica
Idem, p. 43
ENGELS e alli, idem, p. 122
consequncias
para
maneira
com
que,
partir
de
ento,
reconstituies
operadas
sobre
passado
em
perptuo
causais
temporais
esto
em
contnua
processualidade,
J o segundo objetivo do nosso curso eminentemente clnico. Tratase de mostrar como a racionalidade de alguns processos centrais de
interveno clnica e de construo de categorias nosogrficas funda-se na
elevao
da
rememorao
(Erinnerung)
condio
de
operao
temporal,
de
construo
de
snteses
temporais
que
da
etiologia
das
neuroses.
Pois
uma
das
caractersticas
constituio
esquizofrenia.
do
quadro
dos
transtornos
dissociativos
da
do
conceito
de
rememorao.
Os
textos
serem
ou
como
ela
permeada
por
representaes
sociais
tanto,
procuraremos
compreender como
a temporalidade
da
temporal
transtornos
unificaes
dissociativos
(com
reflexivas
seus
da
identidade,
transtornos
de
como
os
dissociao
de
12
.Ver http://www.nimh.nih.gov/health/statistics/prevalence/major-depressionamong-adults.shtml.
13
KEHL, Maria Rita; O tempo e o co: a atualidade das depresses, So Paulo:
Boitempo, 2009, p. 21
14
Idem, p. 67