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INTRODUÇÃO
Nesse período, elas tiveram também a oportunidade de acompanhar a Rede Vaga-lume, experiência
entre as escolas municipais Santana de Tucumanduba e Santa Luzia de Pesqueiro, do Pará, e a Escola
Oswald Caravelas, da Vila Madalena, de São Paulo (SP).
A Rede Vaga-lume consiste em um programa educacional que visa promover o intercâmbio cultural
entre as comunidades urbanas da grande São Paulo e as comunidades rurais da Amazônia Legal
Brasileira.
As professoras e diretores das escolas locais participaram de reuniões junto à equipe, nas quais
discutiram sobre a importância de participar desse intercâmbio cultural, apresentando ainda
exposições de trabalhos e produtos confeccionados pelos alunos das escolas envolvidas.
Dentro da programação, foram também apresentadas danças típicas da região, como carimbó, brega
e quadrilhas, além de artesanatos locais de materiais típicos, como couro de búfalo, remédios
fitoterápicos da “Organização Novos Curupiras” e passeios pela comunidade.
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Foi um intercâmbio de culturas e de conhecimento proporcionado pela vivência de representantes
institucionais, troca de cartas e de produções das crianças e adultos inseridos em duas realidades
distintas.
As professoras Lúcia Jordan Gonçalves e Maria Cristina, que representaram a escola paulista, foram
recebidas e homenageadas pelos alunos e dirigentes das escolas locais, apresentando também os
trabalhos enviados por seus alunos.
A Expedição Vaga-lume, cujo objetivo é promover o acesso ao livro e à leitura em comunidades rurais
da Amazônia Legal Brasileira, aconteceu em cinco comunidades: Tucumanduba, Pesqueiro, Céu, Caju-
Una e Pedral. Cada uma delas recebeu estantes móveis com um acervo de 150 livros infanto-juvenis.
A prefeitura, como parceira, viabilizou espaço físico e apoio estratégico.
• Visitas às escolas do município de Soure nas comunidades de Tucumanduba, Pesqueiro, Céu e Caju-
Una
Durante um ano e meio, as escolas municipais dessas comunidades e a Escola Oswald Caravelas, de
São Paulo, trocaram cartas, intercambiando impressões e informações sobre modo de vida, relações
familiares, hábitos e costumes. Crianças e adolescentes comunicavam-se numa ação interativa.
A realidade dessas comunidades não é diferente da que se observa em diversas regiões do Brasil. O
acesso à leitura por meio de livros, jornais e revistas não é uma prática diária; ao contrário, é algo
raro. Isso motivou a Associação Vaga-lume a ter como uma de suas prioridades implantar bibliotecas
comunitárias em regiões eleitas criteriosamente na região da Amazônia Legal Brasileira.
Cada comunidade recebeu 150 livros infanto-juvenis como acervo, além de estantes e tapetes. A
biblioteca é de caráter comunitário, constituindo um espaço onde todos devem ter acesso.
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• Assembléia Comunitária
A assembléia foi realizada também como referência, para que os participantes possam promover
iniciativas semelhantes em suas comunidades e tenham seu regimento específico.
Cinco pessoas das comunidades participantes vieram contar histórias para o público. O repertório
variou entre lendas, histórias de vida e casos da comunidade. O primeiro momento foi de
apresentação das pessoas e de suas histórias pessoais. Depois, cada grupo confeccionou um livro
artesanal e num terceiro momento essas pessoas foram homenageadas e fizeram a apresentação de
seus livros.
A experiência foi interessante para os envolvidos, tanto para quem participou contando as histórias
como para os grupos de ouvintes. Eles tiveram material de primeira mão para trabalhar o resgate de
suas histórias e devolvê-las à comunidade. Na oportunidade, foram discutidos os diferentes tipos de
histórias, como elas chegam até nós e sua importância.
Em grupos, as pessoas visitaram residências e abordaram pessoas pela rua. Nesse trajeto, um fato
interessante aconteceu: um grupo contava histórias em uma casa para sete crianças e essas, ao
observar que na casa vizinha também acontecia o mesmo, foram correndo ouvir outras histórias.
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Assim, foi possível praticar a técnica e o objetivo proposto. Os grupos discutiram sobre essa prática e
como melhorá-la.
GERENCIAMENTO DA EXPERIÊNCIA
A Associação Vaga-lume teve seus trabalhos coordenados pelos seguintes integrantes: Vinólia Vieira
(PA), Sílvia (SP), Cleonice (MA) e Emersom (AM).
Durante todas as atividades, as pessoas estiveram envolvidas com a programação. Nas comunidades,
tudo foi devidamente preparado para a recepção das participantes. Como as atividades eram
intensivas, isso despertou nas pessoas o interesse de aproveitar cada momento.
• Índices qualitativos
• Índices quantitativos
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- Média de 100 crianças e adolescentes participantes.
- Média de 300 participantes das comunidades.
- Realização de uma assembléia comunitária em Tucumanduba.
• Indicadores de dificuldade
As distâncias entre as comunidades tornam-se ainda mais acentuadas pela falta de transporte; esse,
quando existe, é inadequado.
Os representantes das comunidades falaram de sua experiência para sobreviver em um lugar rico em
belezas e recursos naturais, mas ao mesmo tempo desprovido de recursos básicos e fundamentais à
existência humana. A força e a coragem de enfrentamento dessa realidade são ingredientes inerentes
à vontade de viver e conviver.
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ANEXOS
A galinha de ouro
Anda pelas ruas de Tucumanduba uma galinha de ouro com seus pintinhos branquinhos. Ela sai à
noite com seus filhotes. Várias pessoas já tentaram apanhá-la, mas nunca alguém conseguiu.
Quem perseguiu a galinha já viu que ela corre e vai se esconder no oco do pau de uma árvore
enorme, de sombra abundante, à beira da estrada. Essa árvore é muito antiga e nunca deu frutos.
Todos os enterros vindos da região param ali, debaixo dela, para o descanso dos acompanhantes do
defunto. Como as pessoas pegam em seu tronco num momento em que estão muito tristes, essa
tristeza contaminou a árvore.
O melhor mesmo é não perseguir a galinha, pois isso traz mau agouro para a pessoa, dá azar na vida
dela.
A carrocinha de osso
História contada por Dona Raimunda, que recomenda não “brechar” – olhar pela fresta de porta ou
janela. No mês passado (maio), a carrocinha passou e ela escutou. Ela mora sozinha, mas não tem
medo, apenas não “brecha”.
Nas noites mais escuras da comunidade, as pessoas escutam um ruído enorme. É uma carrocinha de
osso que passa fazendo assim: trac-trac-trac-trac. Dizem que ela é mal assombrada. As pessoas não
devem “brechar”, pois isso traz atraso na vida. Ainda hoje ela passa e no outro dia as vizinhas
comentam, muitas escutam.
A raposa e o corvo
A raposa estava andando pela mata, com fome, quando viu um corvo em cima de uma árvore
comendo queijo. Ela ficou embaixo esperando que caísse um pedaço para ela comer.
A raposa, muito esperta, começou a elogiar o corvo, dizendo que ele cantava muito bem e que
gostaria de ouvi-lo cantar alguma de suas músicas.
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Quando o corvo começou a cantar, um pedaço de queijo caiu de sua boca para a raposa, e ela ficou
satisfeita.
• Depoimentos
“Este intercâmbio só tem a nos fortalecer. E é bom que podemos repassar e aprender sobre outra
cultura.”
Sônia - Mediadora da comunidade Pesqueiro
“Achei bacana todos esses livros novos que chegaram! São todos legais e eu gosto de ler.”
Rosiele - 11 anos
Aluna da Escola Santana do Tucumanduba