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Mestre em tecnologia educacional, professor e pesquisador da FACNOPAR, roteirista, diretor de TV,
cinema e vídeo
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Resumo: Este trabalho tem como objetivo levantar um debate, sobre o modo que
o cinema americano cria seus heróis e como esta subjetividade foi criada. Como a
sociologia e a psicologia social contribuíram na formação da sociedade americana
e influenciaram roteiristas e diretores. Assim, influenciando na maneira de se
fazer cinema neste país. Usaremos os pressupostos destas áreas para
compreender a linguagens cinematográfica atual.
Introdução
Nossa sociedade contemporânea vem passando por diversas mudanças
e uma delas é no campo social, aonde o advento de novas tecnologias vem
diminuindo barreiras e criando novas maneiras de raciocínio e cognição 2 . Na
Antiguidade e Idade Média a filosofia, que Pitágoras teria afirmado que é a
sabedoria plena e completa dominou o modo de pensar e ver a vida. A filosofia
respondia, ou tentava responder o mundo. Porém, com as mudanças políticas e
sociais do século XVIII como a revolução industrial e a revolução Francesa, surgiu
a necessidade de outro tipo de explicação que a filosofia não comportava.
Deixando aberto os caminhos para o surgimento, no século XIX, da sociologia,
uma ciência que teria como principal função estudar o comportamento humano.
Pensadores como Saint-Simon, Auguste Comte, Emile Durkheim e Max Weber
contribuem para a fortalecer e fixar a nova ciência.
Sociologia
Originalmente a sociologia surge como derivação da filosofia com as
mudanças sociais advindas no século XIX . Com a revolução industrial, surge o
proletariado, pessoas que saíram do campo e foram morar nas cidades. E agora
passam a residir em um espaço físico pequeno, começam a se interagirem de
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usaremos a definição de cognição como o fenômeno básico que ocorre no processamento
simbólico de informação, velocidade de raciocino, adaptação, apreensão dos dados e do
conhecimento.
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modo como dantes não havia. O esforço físico em demasia, mais de 12 horas de
trabalho, mulheres e crianças trabalhando geraram sentimentos de revolta na
população, que foi traduzido na forma de destruição de máquinas, sabotagens,
explosão de oficinas, roubos e outros crimes.
A Sociologia surgiu como resposta aos desafios da modernidade, com o
surgimento de grupos interagindo próximos. Os sociólogos tentavam compreender
os grupos sociais que nasciam da revolução industrial e os seus caminhos.
Entendendo a “massa” o grupo, seria mais fácil, entender seus passos futuros, se
adaptando ou corrigindo futuros erros, o que para a elite seria interessante, alem
de ser uma forma de diminuir os futuros distúrbios.
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Quando analisamos o cinema, basicamente o americano, que tem uma
grande influencia em vários paises chegando a mais de 70% de exibição em
alguns, vemos que o mesmo também se apresenta como um grande produtor de
ideologias do Séc. XX. Para Canevacci, (1990) o destino da ideologia será o de
não ser jamais completamente verdadeira nem completamente falsa.
O Esquema mental 3
Segundo Piaget (1996) os esquemas são estruturas mentais, ou cognitivas,
pelas quais os indivíduos intelectualmente se adaptam e organizam o meio, eles
estão em constante desenvolvimento, o que permitem que o indivíduo se adapte
aos desafios do meio. Os esquemas mentais não são rígidos, são adaptados
através da experiência do individuo. Cheng e Holyoak, Apud Ana Andrade
Cordeiro – 2006, defendem a idéia de que as pessoas raciocinam utilizando
regras aprendidas indutivamente com o objetivo de tomar decisões e prever
eventos futuros. O modelo mental seria uma maneira da mente agir,
reproduzindo o que já foi vivenciado, analisado ou visto. Apreendendo o espaço e
os acontecimentos a mente fica “livre” de futuras surpresas, sabendo como agir
dentro de uma situação. Exemplo. Quando você sai de casa de carro e vai a um
bairro pela primeira vez, e não sabe o caminho fica mais “ligado” no que esta
fazendo e para onde deve ir. Depois que consegue chegar, fica mais tranqüilo. E
na terceira ou quarta vez que você for ao mesmo bairro, vai mais tranqüilo, pois a
mente já “decorou” o caminho e você pode ficar livre pra pensar outras coisas.
A socialização nos dias de hoje é muito mais do que apenas a família,
amigos, escola, igreja, colegas de trabalho, pessoas da cidade e do país em que
vivemos. A TV e o Cinema também contribuem para “moldarem” nossas crenças
e valores de modo inconsciente. O audiovisual também nos influencia por meio da
linguagem e da estrutura do sub texto 4 , do que apreendemos da historia narrada.
Se sairmos do pressuposto que em um dialogo com amigos estamos modificando,
criando ou apreendendo novos modelos mentais. As NITCs (novas tecnologias
de informação e comunicação) que na verdade são apenas suportes, meios, que
contribuem para que novos modelos mentais, pré-estabelecidos por profissionais
de mídia sejam processados pelo espectador.
Por ter acesso a modelos mentais, não significa que o espectador ira
modificar os seus, apenas abre possibilidade de conhecer novas realidades que
podem ser incorporadas aos seus. Não estou dando todo poder aos meios de
comunicação e falando que o espectador é um papel vazio que a mídia ira
persuadi-lo com informações, claro que não, sabemos que as pessoas tem suas
visões de vida, sua subjetividade e que a interação com o meio dependera de
como cada um ira internalizar o apreendido. Estamos levantando a hipótese de
que a mídia apenas ira criar um contraponto ou reafirmar seus esquemas
mentais. O mesmo acontece quando dialogamos com amigos, pedimos conselhos
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Usaremos a definição de Esquemas mentais como representações práticas de partes da realidade. São
como modelos em pequena escala da realidade
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Sub texto é a idéia que esta atrás do texto e não apenas o texto literal. “oi tudo bem?” pode ser uma
expressão de cordialidade ou de amor, dependendo do modo que é expresso pelo enunciador e o que se
deseja passar ao enunciatario.
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ou lemos um livro. Construímos nossos modelos mentais, transmitindo-os ou
tendo acesso aos de outras pessoas, por isso, a TV e o cinema podem estar
contribuindo para a criação de um padrão mental comum para alguns grupos
sociais. com a exibição de padrões, de modelos de vida que podem ser
assimilados. Vide a industria cultural e as novelas, roupas e o pop rock.
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Segundo Piaget a incorporação de um elemento do meio é assimilado e depois acomodado, surgindo a
adaptação e o equilíbrio.
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raciocinam com modelos mentais. Que são como blocos de construção cognitivos
que podem ser combinados e recombinados conforme necessário. Segundo o
autor, estes modelos representam o objeto ou situação em si. Para Laird, ao invés
de uma lógica mental, as pessoas usam modelos mentais para raciocinar; por
isso, estamos levantando a hipótese de que os meios de comunicação
contribuem para a criação de modelos mentais, sua força é indireta e inconsciente.
Para Hampson e Morris, apud Marco Moreira 1997, A lógica que aparece
em algum lugar não está na construção de modelos e sim na “testagem” das
conclusões, pois esta implica que o sujeito saiba apreciar a importância lógica de
falsear uma conclusão, e não apenas buscar evidência positiva que a apóie. Vejo,
compreendo, realizo, funciona, repito. Por isso os meios de comunicação de
massa contribuem para criar, modificar um modelo mental, apresentar uma
situação onde passo a passo o personagem ira interagindo fazendo com que o
espectador mude ou adapte o seu modelo mental, faça inferências e questione a
vida do personagem e a sua própria. Vivenciando e se conhecendo. Isto é uma
interação com o meio e uma nova forma de conhecer limites do grupo e ao mesmo
tempo uma forma de conhecer entender a subjetividade da personagem e
também a própria.
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aprender o novo que sempre “nos da medo”, pela insegurança do que pode
acontecer, ate criarmos um esquema mental.
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Psicólogo brasileiro, professor da California State University suas pesquisas versam basicamente sobre o
comportamento social humano
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de forma a obter resultados imediatos, com a intenção de recuperar uma nação,
garantindo o aumento da produtividade econômica. Para Farr não é para menos
que os temas mais desenvolvidos foram à comunicação persuasiva, a mudança
de atitudes, a dinâmica grupal etc., voltados sempre para a procura de "fórmulas
de ajustamento e adequação de comportamentos individuais ao contexto social".
Ate em função da grande imigração sofrida pelo povo americano, sentiam uma
necessidade de “ajustar” as pessoas a uma ordem comum. Assim, enquanto a
sociologia estudava o grupo e a interação entre eles, o psicologia social estudaria
o ser e sua psique com um viés mais cognitivo
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este aluno, futuro roteirista e diretor, ira apresentar, representar, nos seus
trabalhos o seu modo de ver a vida, um modo onde o importante não é o meio
influenciando o ser, mas o ser se superando graças a seu cognitivo. Criando um
super herói, uma pessoa / personagem, que apresenta uma cognição superior aos
outros. E este elo começa a se disseminando na sociedade.
Este modo de vida americano, ligado a cognição superior pode ter sido
influenciado pela psicologia social, pois passa a mente a ser o mais importante e
não o meio que é apenas uma conseqüência do que a mente cria.
Conclusão
Apenas desejamos com este trabalho levantar um debate no meio
acadêmico, sobre a inclusão da psicologia social e da sociologia não apenas
para entender a sociedade e o ser humano, mas como estas áreas do
conhecimento influenciam diretamente as pessoas que produzem, criam e usam
as NTIC´s. E como roteiristas, editores, repórteres de certa forma estão usando
estas áreas do conhecimento sem saber. Talvez com uma nova visão destas
áreas no meio de comunicação, ou apenas sua ampliação poderemos estar
produzindo profissionais melhores e mais capacitados.
Já os filmes europeus tem um viés mais social, por isso, ate a narrativa é
mais lenta, para mostrar uma briga que não existe é necessário cortar a imagem
para criar a ilusão de continuidade, já no filme europeu onde apresenta o
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personagem e suas reflexões, não há necessidade de cortar 7 tanto a imagem.
Defendemos a hipótese de que por ter uma psicologia social voltada a
sociologia, os filmes europeus estão mais voltados ao âmbito social, como o
social contribui para mudanças do personagem. Pois foi assim que os roteiristas e
diretores europeus aprenderam, o meio influenciando o homem. Diretores como
Bergman, Antonioni, Bertolucci, Truffaut e Fellini dentre outros, são exemplos
desta afirmação. Acredito que a narrativa dos filmes europeus são mais lentos do
que o americano também em função disto, por usar um viés social em vês de
cognitivo. Pois a narrativa lenta e poucos cortes da ênfase a contemplação, a
entender o roteiro. Já o corte rápido ira dar ênfase à ação, deixando de lado o
conteúdo, roteiro.
Queremos levantar um pensamento que a psicologia social nos cursos de
pós-graduação contribuiu para levar a sociedade americana um novo modo de
ver e pensar. Será que no Brasil os cursos de pós-graduação estão cumprindo seu
papel social? Na área técnica vemos as mudanças sociais principalmente na
agroindústria, mas e na área social? Quantos doutores em educação nos temos e
por que a educação no Brasil tem índices tão ruins? Será apenas em função das
políticas publicas? Ou os doutores e doutorandos no Brasil, muitas vezes
formados com dinheiro publico não estão cumprindo o seu papel social?
São apenas divagações que espero sejam analisadas e repensadas por outros
pesquisadores.
Bibliografia
BERGER, Peter L; LUCKMANN, Thomas. A Construção Social da Realidade . Ed vozes, Rio
de Janeiro 2005
CANEVACCI, Massimo. Antropologia do Cinema. 1990. Ed. Brasiliense, São Paulo, SP.
CAPUZZO, Heitor. O Cinema Além da Imaginação. 1990. Ed. Fundação Ceciliano Abel de
Almeida, UFES.
CORDEIRO, Ana Andrade; BORGES Maria Bompastor. A teoria da lógica mental e as teorias
competitivas.Revista interamericana de psicologia. N. 003. Porto alegre 2006
EISENCK, M.W. e KEANE, M.T. Psicologia cognitiva: um manual introdutório. Artes Médicas.
Porto Alegre, RS: 1994
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corte é a passagem de um plano para outro, visão de outro ponto de vista da ação
cinematográfica.
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GARDNER, Howard. A nova ciência da mente. São Paulo: Editora ÛSP, 1996.
PEPITONE, A. (1981). Lessons from the history of social psychology. American Psychologist,
SILVA, A. & Pinto, J. Uma visão global sobre as ciências sociais. Metodologia das Ciências
Sociais . Porto: Edições Afrontamento. 1986
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