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2010
http://www.jornalw.org/index.php?cont_=ver2&id=844&tem=56&lang=pt
Entre os oito colóquios promovidos pela revista portuguesa, teve lugar em Abril de
1966 a conferência de Schillebeeckx intitulada “A Dolorosa Experiência do Deus
Oculto”.
Nesta linha, António Alçada Baptista gostava de citar Dostoievsky, quando dizia:
“Amar um ser é vê-lo como Deus quis que ele fosse”. E, na linha da “Peregrinação
Interior”, que é um dos grandes livros do século XX português, dizia: “Nós somos seres
inacabados e talvez esteja no plano de Deus que a gente se complete através da nossa
liberdade. (Em certo sentido, a liberdade é uma dádiva e um dever). E como Deus é para
nós uma imagem feita pelo homem. Deus é um Deus inacabado. Ele, como o homem,
vai sendo feito ao longo da história. Em rigor, talvez haja uma aliança subtil entre Deus
e os homens para acabarmos o mundo como deve ser” (in “A Cor dos Dias”, 2003). De
facto, assim, poderemos compreender que fazemos parte do plano da criação e que a
liberdade é um bem precioso que nos chama, permanentemente, à responsabilidade e à
autoria. A palavra latina “libertas” liga-se à libra, a balança livre e equilibrada,
articulando autonomia, igualdade e respeito mútuo, uma vez que os dois pratos da
balança têm de representar a relação de equilíbrio entre nós e os outros. Essa a grande
lição do cristianismo, a de pôr a dignidade humana, a partir de Jesus Cristo, no centro da
vida.