A atribulada infância, a criativa adolescência e a crise da
idade adulta do Sr. Universo
Prof. David Sobral, Institute for Astronomy, University of Edinburgh
Pensa-se que o Universo terá “nascido” por volta do ano 14 mil milhões a.C. num parto complicado a que chamamos de Big Bang e com um brilho nos olhos tão intenso que ainda hoje se lhe reconhece no olhar. Os seus primeiros dias estiveram, no entanto, longe de serem brilhantes: foram precisos centenas de milhões de anos até que aprendesse a falar e andar, que é como quem diz, até ser capaz de criar as primeiras estrelas que marcaram o fim da idade das trevas e o verdadeiro início da infância do Universo. Uma infância absolutamente atribulada onde nasceram as estrelas mais luminosas de sempre, mas que rapidamente explodiram em luz e deixaram para trás os elementos que hoje nos constituem. Daí até à sua adolescência revolucionária, e, sobretudo, absolutamente criativa, foi apenas mais um passo. Uma adolescência vivida tão intensamente e tão produtiva que hoje, tendo atingido a idade adulta e olhando para trás; e sobretudo sentindo o seu “corpo” a dar sinais de fraqueza e a energia a escassear, o Universo está “deprimido” e a sua produtividade diminui, dia após dia. São raras as estrelas que forma, e a verdade é que a grande totalidade da sua luz vem de estrelas que criou no pico da sua adolescência e que hoje, milhares de milhões de anos depois, caminham para o fim das suas vidas. O Universo, “ontem” um jovem repleto de luz azul, positivo, capaz de tornar possível o impossível, é “hoje” um adulto barrigudo, deprimido, sedentário, vermelho. Mas como foi que tudo isto aconteceu – o que é que se passou de tão extraordinário na sua infância e adolescência – e o que será que o futuro lhe reserva?
Nasceu no Barreiro em 1986. Licenciado em 2007 pela Universidade de Lisboa
(Física, Ramo de Astronomia e Astrofísica), rumou nesse mesmo ano para o Real Observatório Astronómico de Edimburgo, para começar o doutoramento na área de Astronomia/Astrofísica Extragaláctica, depois de ter feito investigação no Observatório Astronómico de Lisboa, desde 2005. O trabalho de investigação foi pela primeira vez premiado em Abril de 2007, pela Universidade do Algarve. Venceu vários concursos científicos e literários nacionais e internacionais desde 2004 (Concurso Ciência em movimento (2004), Prémio Astro-Cosmos (2004), Concurso Jovens Cientistas e Investigadores (2004), Concurso Jovens Criadores (2005), Prémio Ferreira de Castro (2006), entre outros), e foi distinguido pelo seu desempenho académico e médias entre os 18 e os 20 valores, desde o Secundário ao Ensino Superior. De 2005 a 2007 foi Presidente da Associação Juvenil de Ciência, e Director da Revista Ciência J, tendo também sido um membro activo do Grupo de Técnicas Aeroespaciais e do Grupo de Astronomia. Organizou e colaborou ainda em diversos eventos nacionais e internacionais de diferentes áreas, dos quais se Prof. David Sobral destacam o 23º Encontro Juvenil de Ciência (2005), em Lisboa, e o At the Edge of the Universe, em 2006. Adaptado de: http://jotalinks.ning.com/profile/DavidSobral