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FACULDADE DE ARQUITETURA
MESTRADO EM ARQUITETURA E URBANISMO
SALVADOR, BAHIA
2000
ANGEOLETTO, Fábio. Pirajá: Um Bairro e um Parque – A Vegetação Como
Fator de Aumento da Biodiversidade nos Biomas Urbanos. Mestrado em
Arquitetura e Urbanismo da UFBA. XXX p. ilust.
2
BANCA EXAMINADORA:
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AGRADECIMENTOS
Listas de agradecimentos são muito difíceis de se elaborar. Há um risco de
chafurdar-se em uma pieguice lacrimosa, ou, o que é pior, esquecer de alguém
cujo auxílio foi valioso. Corramos o risco.
RESUMO
A dissertação Pirajá: Um bairro e um Parque - A Vegetação como fator de Aumento da
Biodiversidade e da Qualidade de Vida nos Biomas Urbanos é dividida em duas partes. Na
primeira, é realizada uma discussão teórica sobre o ideário que classifica as cidades como a
antítese da natureza, e as conseqüências negativas desse ideário no planejamento urbano.
Procura-se demonstrar que essa oposição é falsa, uma vez que as cidades também são
ecossistemas, e que, apesar destes sistemas ocuparem uma área ínfima da biosfera - cerca de
3% - seus impactos sobre os demais sistemas são bastante grandes, pois as aglomerações
urbanas importam uma miríade de materiais (cuja obtenção via de regra descaracteriza o meio
ambiente) e exportam grandes quantidades de dejetos e outros poluentes causadores de diversos
impactos ao ambiente. Também é discutida a importância da presença de vegetação - sobretudo
árvores - aos ecossistemas urbanos, pelos inúmeros benefícios proporcionados pelos vegetais
(eles atuam retirando poluentes do ar, proporcionando microclimas mais aprazíveis, estruturando
espaços livres. Há ainda outras benesses); bem como a freqüentemente incorreta e insuficiente
utilização de vegetação nos projetos arquitetônicos e paisagísticos.
ABSTRACT
The thesis Pirajá: a District and a Park - The Vegetation like a Tool to the Increase of
Biodiversity and life Quality in the Cities is divided into two parts. The first part is a
theorical discussion on the common/traditional classification of cities and
nature as opposing entities, and the resultant negative consequences to urban planning. It has
demonstrated that this antagonism is false.
Cities are also ecosystems and (these systems occupy a small area in the planet,
bur their impacts over other ecosystems are to large. The importance
of arborization to cities is also addressed.
The second part shows the results of a case study realized in Pirajá
(Salvador, Bahia, Brazil), a poor district adjacent to the urban, tropical
forest Parque Metropolitano. The main goal of the study case was increase
the presence of trees in the district, to improve quality of life of
Pirajá's residents, and to attract insects, birds and bats: animals
indispensable to the Park's reforestation
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................................................9
SALVADOR, BAHIA.........................................................................................................................1
2000.................................................................................................................................................1
5.1 O MÉTODO DE SINTAXE ESPACIAL.................................................................................................121
5.2 AS CATEGORIAS SINTÁTICAS .......................................................................................................122
5.2.1 Espaço Convexo Médio (Y)...................................................................................122
5.2.2 Integração dos espaços convexos pelas linhas axiais (C / L)...............................123
5.2.3 Conectividade (Co)................................................................................................123
123
5.2.4 Relativa assimetria do sistema axial (RA).............................................................123
5.2.5 ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE O USO DO MÉTODO DE SINTAXE ESPACIAL COMO FERRAMENTA PARA O
PLANEJAMENTO DA ARBORIZAÇÃO URBANA.............................................................................................125
10
INTRODUÇÃO
A reprodução de modelos urbanos que ignoram ou menosprezam fatores
biológicos tem ocasionado diversos impactos ambientais e má habitabilidade, em
parte devido ao despreparo de planejadores, e a atuação de forças político-
econômicas às quais a observação desses fatores é um empecilho.
Um outro motivo para a repetição desses modelos está no ideário que classifica
as cidades e a natureza como entidades separadas. De acordo com esse ideário,
a natureza situaria-se fora dos limites das cidades, ou no máximo, encontraria-se
somente em enclaves, cerceada pelo urbano.
CAPÍTULO 1
Cidades e Natureza: Uma Antítese?
O Projeto Espaço Livre1 (ao qual esse trabalho de pesquisa está vinculado)
solicitou ao Fundo Nacional - que os negou - recursos para a instalação de um
viveiro - escola com capacidade de produzir 6 mil mudas / ano. As mudas seriam
usadas para aumentar a presença de vegetação nos bairros contíguos ao Parque
Metropolitano de Pirajá, um fragmemento florestal com cerca de 1550 hectares,
localizada na capital da Bahia, e assim dinamizar a presença de polinizadores e
dispersores de sementes, vetores que poderiam auxiliar a recuperação de áreas
degradadas no interior do Parque. A justificativa do Fundo para a recusa da
liberação dos recursos foi o fato de tratar-se de um projeto de arborização
urbana.
1
Nas palavras do professor Angelo Serpa, coordenador do projeto, o Projeto Espaço Livre de
Pesquisa-Ação se insere nas atividades de pesquisa do Mestrado em Geografia e do Programa
de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da UFBA, e visa experiementar novas
possibilidades de intervenção no espaço construído para habitação, em Salvador. O projeto
integra estudantes de graduação, pós-graduação e pesquisadores com atuação em áreas de
urbanização popular (SERPA, 1999-e).
14
2
Para BUSARELLO (1990), embora a crise ambiental do planeta venha sendo amplamente
discutida, questões inerentes ao ambiente urbano são relegas a segundo plano pelos movimentos
ambientalistas.
15
como natureza bruta ou museu natural (SERPA, 1995, p. 114; SERPA, 1998, p.
49, 50). Ocorre que, como afirma ELLEN (1989 in DIEGUES, 1996, p. 14),
SPIRN (1995, p. 20) e SERPA (1995, p. 114; SERPA, 1998, p. 49, 50), não existe
natureza em estado puro, e mesmo os mais recônditos ecossistemas sofrem
influência antrópica – direta ou indireta.
O cidadão comum partilha desse ideário: para ele, a natureza situa-se fora dos
limites da cidade, natureza são as praias paradisíacas que o recebem nas férias,
ou a mais inatingível floresta tropical, salva da mácula do urbano. Assim, no
imaginário da sociedade brasileira a questão ambiental refere-se a problemas de
uma ordem distante (a camada de ozônio, as chuvas ácidas, etc. RODRIGUES,
1998, p. 136).
Quando o tema Ecologia é mencionado, salta aos olhos o fato de que poucas
referências são feitas ao problema árboreo nas cidades, como se os problemas
ecológicos só estivessem circunscritos fora do perímetro urbano. Quando há, o
planejamento é pouco eficiente no tocante ao aumento e conservação das
árvores urbanas (KNIJNIK, 1985, p. 199). Em suma, enquanto cresce a
preocupação com o ambiente, ainda enxerga-se a cidade como um lugar de
negação da natureza, ou como o local onde sua presença é restrita a poucos
espaços.
É provável que essa percepção, que classifica a cidade e seu entorno como
categorias antagônicas, seja explicada em parte pela ruptura dos estreitos
vínculos e compromissos que unem os citadinos ao meio ambiente. O indivíduo é
independente em um nível sem precedentes da luz do dia e das condições
metereológicas, das estações do ano e das matérias primas autóctones, assim
como de quase todos os ciclos naturais. É evidentemente uma independência
ilusória. As cidades sobreviveriam poucos dias se o fluxo de matéria e energia
vindo de ecossistemas próximos e distantes cessasse (QUEIJO & MONTAÑEZ,
1989, p. 69).
3
Ou no caso de Salvador, a falta de uma adequada arborização nas encostas. O
desmoronamento de encostas acarreta tragédias previsíveis e que se repetem, como a de maio de
1999, quando toneladas de terra soterraram a Av. Suburbana, matando várias pessoas. É claro
que a atenção não deve ser desviada das questões globais, o fato é que elas necessariamente
serão resolvidas à partir das cidades.
17
Nas palavras da bióloga Maria Angela Faggin Pereira LEITE (1994, p.140):
4
No período modernista, a arquitetura de exteriores era considerada uma atividade periférica. Os
arquitetos dessa época estavam ligados às idéias de progresso, geometria, ordem, e a imagem da
máquina, o que tornava difícil incorporar a natureza orgânica à paisagem construída. Infelizmente,
até hoje o termo paisagismo carrega uma conotação cosmética em relação ao projeto
arquitetônico (FRANCO, 1997, p. 9, 19; LEITE, 1996, p. 62, SOARES, 1984, p. 91).
18
como R. Waldo Emerson, Thoreau, Henry Adams, entre outros. Esses autores
criticam a cidade, sob diferentes perspectivas, e defendem a restauração de um
estado rural compatível com a sociedade industrial (CHOAY, 1992, p. 17).
Uma boa parte da mão de obra qualificada não está preparada para as realidades
e problemas do ambiente urbano. Além disto, há uma falta de comunicação entre
a comunidade científica e os responsáveis pelo planejamento, gestão e tomada
de decisões, por isso, apenas uma pequena parte da pesquisa ambiental é
23
Felizmente, no campo das políticas urbanas vem ganhando espaço, ainda que de
maneira incipiente, a idéia de que uma abordagem integrada dos problemas
urbanos, enfocados sob a óptica do meio ambiente, pode gerar uma nova agenda
de questões a serem contempladas no planejamento e gestão das cidades.
SPIRN (1995, p. 21) preconiza uma nova atitude para com a cidade. Esta precisa
ser reconhecida como parte da natureza e ser projetada de acordo com isso.
Essa desconsideração dos processos naturais tem sido onerosa e perigosa.
Houston é devastada por enchentes, causadas pela urbanização das nascentes,
as árvores de Boston e Detroit morrem pelo excesso de poluição, tornando cara a
sua reposição (SPIRN, 1995, p. 26).
7
Ecossistemas ou sistemas ecológicos, segundo ODUM (1985, p. 10-11) são sistemas abertos
compostos pôr: (1) substâncias inorgânicas; (2) compostos orgânicos, que ligam os fatores
abióticos (ambiente) e os bióticos (seres vivos); (3) os ambientes atmosférico, hidrológico e do
substrato, incluindo o regime climático e outros fatores físicos; (4) produtores; (5) consumidores; e
(6) decompositores
8
Diversos autores corroboram ODUM: FORATINNI, DIAS, GILBERT, CESTARO, ULTRAMARI,
CIUDADES PARA UN FUTURO MÁS SUSTENIBLE.
24
Anne Spirn defende a idéia de uma natureza contínua, com diferentes gradações
que vão da floresta à cidade. A autora prossegue afirmando que o conceito de
ecossistema é uma ferramenta poderosa pois permite a cada morador perceber
seu impacto cumulativo sobre a cidade, e ao arquiteto de cada edifício ou parque
perceber o lugar de seus projetos no todo (SPIRN, 1995, p. 269).
9
RAVEN & EVERT (1996, p. 612) definem um bioma como um conjunto de ecossistemas
terrestres, climaticamente controlados, que são caracterizados por uma vegetação própria e entre
os quais existe um intercâmbio de água, nutrientes, gases e componentes biológicos, incluindo
pessoas.
25
10
É bastante significativo que a primeira grande crise ambiental registrada historicamente tenha
ocorrido na região onde pela primeira vez surgiu uma aglomeração urbana, em 3500 a.C., na
Baixa Mesopotâmia (POITING,1992 in TUR, 1997).
26
Porém, a rápida urbanização que temos assistido nos últimos 50 anos tem
mudado a fisionomia do planeta mais do que qualquer outra atividade humana.
Para WHITE (1985, p. 13) a urbanização é atualmente a maior força ecológica,
que envolve amplas transformações do solo, água, ar, recursos energéticos e de
populações humanas; suficientes para influenciar o clima e os ciclos
biogeoquímicos globais.
Isto significa que embora as cidades sejam descritas como entidades geográficas
isoladas, elas dependem dos recursos naturais de vastas regiões muito além de
suas fronteiras. Para quantificar o volume de recursos consumidos pelas cidades,
REES & WAKERNAGEL criaram um conceito, a pegada ecológica (ou
ecological footprints) para medir a dependência entre as cidades e seus
hinterlands. A pegada ecológica é definida como o total da área de terra produtiva
e água requeridos permanentemente para produzir todos os recursos consumidos
e absorver todos os dejetos produzidos por uma determinada população. Desde o
11
Mesmo após a intensa urbanização ocorrida nos últimos 100 anos, a área ocupada pelos
espaços urbanos é uma pequena fração da superfície dos continentes. Os EUA, por exemplo, têm
53% de sua população ocupando apenas 0,7% do território nacional (DAVIS, 1977, in SERRA,
1987, p. 7). 50% da população mundial vive em cidades com mais de 20 mil habitantes, e ocupam
uma área inferior a 2% dos continentes. No Brasil, em apenas 9 regiões que ocupam menos de
5% do território nacional, vivem aproximadamente 45% da população (CESTARO, 1985, p. 51).
12
Para se ter uma idéia da magnitude do ambiente de saída dos biomas urbanos: cientistas que
estudam a neve da Antártida, os peixes de mares profundos e as águas subterrâneas encontram
resíduos químicos feitos pelo homem (SANTOS, 2000)
27
DARLING & DASMANN (1972, in DIAS, 1994, p. 19) defendem que as cidades
ocupam o mesmo nicho global dentro da biosfera, explorando os mesmos
recursos, das mesmas maneiras. Isso gera uma competição muito forte, que
fomenta crescentes pressões ambientais, ao mesmo tempo em que a qualidade
de vida de boa parte dos citadinos deteriora-se.
Para concluir, o problema não está nas cidades em si, mas na maneira ecológica
e socialmente desequilibrada pela qual são construídas. Urge que sejam
abandonadas formulações simplistas como a de EDE (1999) e SOBRAL (1994),
que classificam as cidades como um câncer, como uma doença progressiva e
sem cura, que se espalha pelo mundo. Pensá-las como compartimentos
destacados da natureza contribui para o agravamento de seus impactos, pois
corrobora uma inércia dos planejadores, preocupados apenas em verificar as
condições técnicas para a execução de uma obra, e não em discutir, por exemplo,
limites ecossistêmicos para a urbanização ou a elaboração de técnicas
arquitetônicas que permitam uma coexistência entre diversos ecossistemas que
compõem os biomas urbanos.
Para corrigir essa visão distorcida dos problemas ambientais, CAMPBELL (1992,
p. 192) propõe a adoção de um novo ethos ambiental, que leve em conta tanto o
bem estar de populações humanas quanto a importância da preservação da
diversidade biológica. Na prática da arquitetura e do urbanismo essa ethos
poderia traduzir-se em combinações mais adequadas entre as três categorias de
sistemas ecológicos mais comuns nas cidades (MONTE-MÓR,1994, p. 178).
13
Essa posição é influenciada por falhas no ensino de graduação. Na minha graduação tive 180
horas de Ecologia, repartidas em três cadeiras e não fazia parte do currículo de nenhuma delas o
tópico ecossistemas urbanos. Em 1997 e 1999 ministrei dois cursos em Encontros de Estudantes
de Biologia, um nacional e um regional e mesmo alunos oriundos de graduações em Biologia
consideradas excelentes ignoravam a noção de cidade como ecossistema.
32
Afinal, a urbanização não é uma catástrofe a ser evitada, mas um processo a ser
dirigido e regulado dando-se prioridade à organização do ambiente humano.
Atitudes ecológicas em relação à prática do urbanismo não devem ser
identificadas como uma restrição ao crescimento urbano. A Ecologia deve criar
com a Tecnologia novas formas de urbanização favoráveis ao homem e seu bem
estar (ZAREMBA, 1986, p. 70, 104), bem como a seus parceiros responsáveis
pela manutenção da vida: os microrganismos, plantas e animais.
CAPÍTULO 2
Urbanização e Degradação Ambiental
Vejo o mundo como um organismo vivo do qual somos parte, não os donos, não os inquilinos,
sequer os passageiros. Explorar esse mundo na escala que fazemos seria tão tolo quanto
considerar supremo o cérebro e dispensáveis as células dos outros órgãos. Seríamos capazes de
minerar nosso fígado em busca de nutrientes para algum benefício de curta duração?
(James Lovelock, 1997)
Para Patrícia BORJA (1997, p. 18), as cidades têm crescido segundo duas lógicas
distintas: a social e a econômica. A primeira - e mais representativa - produz as
cidades dos excluídos, a cidade informal, produto do processo de apropriação do
espaço por um extrato populacional que não tem acesso à terra, moradia,
emprego e renda, através da ocupação de áreas geralmente pobres e insalubres.
A segunda está a mercê dos interesses do capital imobiliário.
14
Os assentamentos empobrecidos em beiras de mananciais, parques, fundos de vale, margens
de córregos têm recrudescido, segundo SACHS (1989 in SILVA & FERNANDES, 1996).
34
MARICATTO (1996, p. 26) conclui que enquanto os imóveis não têm valor como
mercadoria, ou têm valor irrisório, a ocupação ocorre sem intervenção do Estado.
Este só interfere, através da legislação e do direito oficial, quando as áreas
adquirem valor de mercado, isto é, as leis do mercado são mais efetivas que as
normas legais. É comum a remoção de bairros sub-normais15 pelo poder público,
quando seus terrenos adquirem valor de mercado ou causem algum tipo de
constrangimento a bairros abastados que situem-se nas proximidades
(KOWARICK, 1979, p.79).
desapareçam.
Para se ter uma idéia dessa inacessibilidade, dados da cidade de São Paulo são
bastante esclarecedores. Na capital paulista, nos últimos cinco anos, foram
lançados cerca de 61 mil apartamentos de médio e alto padrão, mais de R$ 75 mil
a unidade, contra 47,5 mil unidades para pessoas de "baixa renda" até R$ 75 mil
a unidade, segundo a Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio. Enquanto
isso, o número de favelados subiu de 1,07 milhão,11% da população em 91, para
1,9 milhão, 19% da população em 93 (FLORESTA, 1999).
locais. O balneário, bem como outros pontos do litoral norte, vem experimentando
um processo de urbanização qualificado pela arquiteta Eline MENEZES (1999, p.
102) como convenientemente mal ordenada ou, em termos ainda mais
explícitos, ordenada para o lucro, no qual o aterramento de lagoas de água doce
próximas às praias para fins de construção é uma constante.
O Shopping foi construído no manguezal banhado pelo Rio Cócó, numa zona de
expansão de classe média. É de propriedade do então governador Tasso
Jereissati. Após o término das obras, Jereissati conseguiu aprovar uma lei
estadual impedindo que qualquer outra edificação se instalasse naquela
imediação, usando a argumentação de "proteção ambiental". Depois de
promulgada a lei, o próprio governador infringiu-a, ao construir a via Sebastião de
Abreu, que liga o Shopping aos bairros de Papicu e Dunas, onde localizam-se
residências de classe média alta e mansões. Enquanto isso, em um imenso
manguezal banhado pelo Rio Ceará, numa zona de expansão da pobreza,
centenas de pessoas estão continuamente instalando-se sobre o mangue, sem
que haja uma lei de proteção ou qualquer ação do poder público nesse sentido
(José Clewton Nascimento, comunicação pessoal, 1999).
38
urbanização que estende-se para além das cidades, em redes que penetram
virtualmente todos os espaços, integrando-os em malhas mundiais, o que representa
a forma sócio-espacial dominante que marca a sociedade de Estado contemporânea
(...).
designações como "região urbana" ou "zona rural" ganham um novo conteúdo. Numa
área onde a composição orgânica do capital é elevada, onde quantidade e qualidade
das estradas favorece a circulação e as trocas, onde a proximidade de uma grande
cidade e a especialização produtiva e espacial conduz a complementariedades, o
campo se industrializa, torna-se objeto de relações capitalistas avançadas (...).
(SANTOS, 1992, p. 69).
39
a natureza não esta mais além dos muros da cidade; as cidades não têm mais muros,
mas estendem-se em desesperadores labirintos de cimento, desfiam-se nas sórdidas
periferias de barracos e, para lá da cidade, ainda é cidade, a cidade das auto
estradas e dos campos cultivados industrialmente (ARGAN, 1993).
Outrossim, não é mais possível sustentar a distinção entre meio ambiente natural
e construído, uma vez que as paisagens ecológicas tendem a ser ilhadas pelas
redes da urbanização extensiva (ANGEOLETTO & SERPA 1997, p. 84).
18
De acordo com uma projeção das Nações Unidas, apenas 7% da população do 3 o mundo será
rural em 2010 (CAMPBELL, 1992, p. 184).
19
Segundo cálculos da ONU, 1 bilhão de crianças poderão tornar-se adultos incapacitados em
2020, a menos que uma agressiva campanha de alimentação seja lançada em todo o planeta
(ZEEK!CLIP, 2000) .
41
p. 33-34)
De fato, a partir dos anos 1990, os seres humanos têm gastado apenas 11 anos
para dobrar sua população20 (SUPERINTERESSANTE, 1993, p. 28, 29).
Entretanto, essa discussão está fora de foco. Quase sempre quando o tema
superpopulação vem à tona, há uma mensagem subliminar (ou, às vezes,
explícita) que diz: interrompa-se o crescimento da população humana. Ora, o
crescimento vegetativo da humanidade per se não é o problema, e é risível
20
Porém, a reprodução da população urbana é apenas uma das causas da explosão urbana. Na
média mundial, 40% do crescimento da urbanização se deve à migração do campo para a cidade
(TOLEDO, 1999). E ao que parece, o crescimento populacional caminha para um cenário de
estabilização. As projeções sobre crescimento da população vêm sendo revisadas para baixo pela
ONU, porque a taxa de fecundidade tem caído rapidamente (LEITE, 1999).
43
E este é precisamente o foco: estamos crescendo num sistema que prima pelo
desperdício e pela desigual distribuição de recursos, onde cada recém-nascido é
ou um novo perdulário ou um novo miserável, e, ambos, cada qual a seu modo,
irão contribuir para a destruição daquilo que LOVELOCK (1997, p. 622) afirma ser
nossos órgãos externos, tão importantes quanto os internos: os sistemas
ecológicos.
Mas, sem dúvida, como assinalou ESTEVAN (1998, in ESPÍ, 1998), uma análise
mais meticulosa dos dados disponíveis demonstra que o consumo per capita de
energia cresceu nos países "desenvolvidos" cerca de 10%, enquanto que os
países pobres foram obrigados a reduzi-lo em 7% (ESPÍ, 1998). As afirmações de
Mariano Vásquez Espí traduzem-se em uma equação muito simples: menos
recursos e energia para os países em desenvolvimento, menores possibilidades
de resolução de seus problemas urbanos e ambientais.
21
Nova Iorque, Londres e Tóquio são exemplos de cidades globais.
45
22
A respeito da enchente que desabrigou milhares de pessoas em janeiro de 2000, na região
Sudeste, o coordenador da Defesa Civil do estado de São Paulo, coronel Jorge Lopes, declarou:
"O poder público (...) não mandou ninguém construir sua casa de forma irresponsável", referindo-
se às moradias localizadas próximas ao rio Paraíba do Sul (FOLHA DE SÃO PAULO, 10/01/2000).
46
Mesmo assim, é preciso que fique claro que é o capital - e não a sua força de
trabalho, e muito menos os elementos naturais - o grande responsável pela
deterioração da vida metropolitana (KOWARICK, 1979, p. 53). O capital deteriora
a metrópole, ao não dar acesso à cidade para as classes trabalhadoras e ao
promover diretamente a urbanização da especulação e, indiretamente, aquela
realizada pela pobreza, ambas cegas às premissas ambientais.
Nos anos 90, a urbanização brasileira tem tomado novos rumos. Estudo inédito
mostra que há uma interiorização do crescimento: as cidades médias, entre 100
mil e 500 mil habitantes, foram as que registraram o maior crescimento absoluto
nos anos 90, superando as metrópoles (FOLHA de SÃO PAULO, 1999-a; FOLHA
de SÃO PAULO, 1999-b). Essa tendência pode ser bastante positiva, se as
municipalidades conseguirem tramar uma sólida parceria entre os diversos
segmentos do poder público, incluídas aí as universidades, organizações civis e
população, pois as cidades médias que contarem com esse pacto poderão obter
significativos progressos através do planejamento participativo, inclusive a
redução de custos na implantação e manutenção de projetos.
CAPÍTULO 3
Arborização Urbana: Uma Ferramenta para a Melhoria da Qualidade de Vida
e Atração de Biodiversidade
GREY & DENEKE (1978, in MILANO, 1994, p. 210) definem a arborização urbana
como o conjunto das terras públicas e privadas revestidas de vegetação
predominantemente arbórea que uma cidade apresenta. Para Sattler, arborização
urbana é o conjunto da vegetação arbórea natural e cultivada que uma cidade
apresenta. (SATTLER, in SANCHOTENE, 1994, p.16).
Para MEIRA FILHO, 1976; WALLACE, 1939 e BLOSSFELD, 1983 (in LIMA,
1993, p. 5) a primeira notícia sobre arborização no Brasil data do século XVIII,
onde o arquiteto e naturalista Antônio José Landi teria plantado mangueiras em
Belém do Pará. Estes autores também assinalam como data provável o início do
século XIX, no Rio de Janeiro, época em que os plantios de árvores nas cidades
difundiam-se pelo mundo.
Para SERPA & MUHAR (1996, p. 19-25), as características visuais das plantas,
podem alterar a percepção de um usuário no espaço aberto. Plantas de textura
fina, por exemplo, aparentam ser maiores e estarem mais distantes do
observador, deste modo dando a impressão de um espaço ser maior do que de
fato é. Essa ilusão de ótica pode ser usada a favor do planejador, quando este
seleciona vegetação adequada aos espaços para os quais planeja, evitando que
os usuários possam desenvolver sensações de claustrofobia devido ao pouco
espaço ou de desolação por estarem em área muito grande.
diversos modos. Conjuntos de árvores com troncos largos podem criar muros,
tão perceptivos quanto maior for a largura dos troncos. A folhagem das árvores é
outra maneira de criação desses muros. A densidade e altura das folhas afeta a
sensação de cerceamento. Quanto mais altas forem as árvores, e mais próximas
e grandes suas folhas, maior é essa sensação.
No plano aéreo, acima da altura média de um ser humano, podem ser criados
tetos que obstruem total ou parcialmente a visão do céu, afetando a escala
vertical do espaço. A sensação de teto é mais forte quando a copa das árvores
estão sobrepostas.
Os espaços fechados são obtidos pelo uso de conjuntos de árvores com copas
densas. Deste modo obtemos tetos fechados, com a vista orientada para as
aberturas entre os troncos. Pode ser criado um túnel de árvores ao longo de uma
estrada, contribuindo para a orientação do tráfego. Para obtenção de privacidade,
arbustos podem ser plantados entre as árvores de copas densas, obstruindo a
visão do usuário e de observadores externos a ele.
Espaços verticais são criados com árvores de copas afiladas, que orientam a
vista para o céu. Em resumo, o paisagista pode criar diferentes tipos de espaço
usando plantas como elemento de definição. Ele pode ainda usar as plantas para
criar espaços seqüenciais interligados. Podem negar ou acentuar espaços criados
pelo relevo. As plantas podem ser usadas para modificar espaços criados pelas
edificações, originando subespaços em uma escala mais aprazível e humana, o
que é recomendável para grandes espaços abertos.
As plantas também podem ser usadas como pontos focais dominantes, como
53
A umidade relativa do ar sob a vegetação é maior que nos espaços sem ela, entre
3 e 10%, sendo os maiores valores obtidos no verão, devido a maior densidade
foliar verificada nessa estação e os menores valores verificados na primavera,
devido à existência de vazios nas copas (período de floração). O sombreamento
da vegetação ajuda a atenuar condições extremas de frio e calor intenso nos
espaços urbanos (MASCARÓ, 1996, p. 77, 79, 86)
23
A pavimentação irradia 50% a mais de calor que a grama (SPIRN, 1995, p. 71). Idéias simples
e pouco onerosas, como a utilização de blocos entremeados por grama na pavimentação de
estacionamentos, podem reduzir as ilhas de calor (SPIRN, 1995).
57
detectadas até em pequenos pátios (SPIRN, 1995, p. 69). Isto quer dizer que as
ilhas não estão circunscritas a grandes ou pequenas escalas. Mesmo um
pequeno quintal sepultado pelo concreto pode gerar uma ilha de calor.
SPIRN (1995, p. 86) recomenda a criação de uma zona tampão formada por
árvores entre áreas residenciais e ruas, como forma de diminuir a concentração
de poluentes no ar. É preferível que as árvores estejam plantadas em áreas não
pavimentadas, pois o solo também é um eficiente absorvente de poluentes.
25
Cerca de 200 árvores são suficientes para absorver o CO2 expelido por um carro que percorra
16 mil quilômetros anuais em jornadas para o trabalho, compras, etc.(VALE & VALE, 1996, p. 174)
61
1987; BARTEINSTEIN, 1981; GREY & DENEKE, 1978; SMITH & DOCHINGER,
1976; BERNATZKI, 1980; IN DETZEL, 1994 p. 50; YOKOHARI & KATO, 1995, p.
19; SMARDON, 1988, p. 88; LAPOIX (In: MILANO, 1988, p. 6); JENSEN (In:
MILANO, 1988, p. 6); ROBERTS, 1980 (In: MILANO, 1988, p. 6); CESTARO,
1987 (In: MILANO, 1988, p. 6); SPIRN 1995, p. 75; KIELBASO, 1994, p. 4; VALE
& VALE, 1996, p. 174; DIAS, 1994, p. 57; ROMERO, 1988, p. 97; CAVALHEIRO,
1994, p. 228; FOX & KOEPPEL, 1985, p. 10, 11; LOVELOCK, 1991, p.
151;LOMBARDO, 1990; FIRKOWSKI, 1990; ANGEOLETTO, 1999-b; CIUDADES
PARA UN FUTURO MÁS SOSTENIBLE, 1998-A).
Árvores com pecíolos grandes, numerosas folhas, e folhas com pelos têm uma
maior capacidade de absorção de poluentes. Árvores e folhas mais velhas ou
árvores de folhas largas resistem mais a poluição (LIMA, 1993, p. 21).
26
Para FELDMANN (1996, p. 1), a indústria já não é a principal responsável pela degradação
atmosférica. O ex-secretário de meio ambiente de São Paulo sustenta que atualmente as
emissões veiculares são responsáveis por cerca de 90% da poluição do ar, em parte pelo
planejamento (inconseqüente) que estimulou o transporte individual em detrimento do coletivo.
KOSLOWSKI (1980, in LIMA, 1993, p.20) aponta outros dados: são 30% da poluição seria
causada pelas indústrias e 28% pelos veículos.
62
MILANO, 1988, p. 6) afirma que as árvores possuem também uma ação anti-
microbiana. Comparando a quantidade de germes no ar de uma floresta em
Fontainnebleau, com a quantidade existente no ar de uma grande loja de Paris, o
autor chegou as seguintes cifras: 50 germes / m3 na floresta, contra 4.000.000
germes / m3 na loja.
ULRICH (op. cit., 1986) estima que os pacientes submetidos à vista com árvores
tiveram um período pós-operatório 8,5% menor do que aqueles submetidos a
outra vista, o que representa um benefício econômico inquestionável,
recomendando a adoção de um planejamento paisagístico que leve em conta
esse fator. Muito dinheiro pode ser economizado, se o arquiteto optar por um
projeto que não trate a edificação como algo descolado do seu entorno.
MOORE (In: CARR, 1995, p. 227) constatou que prisioneiros cujas celas tinham
vistas para paisagens naturais precisavam de menos cuidados médicos do que
aqueles prisioneiros que não tinham acesso àquelas vistas. Essas pesquisas
reforçam o senso comum, segundo o qual elementos naturais podem relaxar,
acalmar e refrescar o espírito, especialmente quando a experiência diária de um
usuário envolva estresse, super estimulação, trânsito por ruas abarrotadas de
pessoas etc. A sensação de relaxamento é fortalecida se o cenário natural do
parque ou praça "remova" o usuário, ainda que temporariamente, dos ruídos da
sua agitada vida urbana.
65
Segundo GOLD (in: MILANO, 1988, p. 6) e BOOTH (1983, p. 70) as árvores nas
cidades aumentam a satisfação dos usuários de parques e praças e contribuem
para o aumento do valor das propriedades. Há uma relação direta entre o
aumento de preço de lotes residenciais e a proximidade de áreas verdes, parques
67
Áreas comerciais com falta de vegetação geralmente são preteridas por aquelas
com vegetação abundante. Construções cujo entorno é vegetado são
freqüentemente mais lembradas pelos passantes, pois isto aumenta sua
68
atratividade, tornando-as mais notáveis (SMARDON, op. cit.; ULRICH, op. cit.,
1986). ULRICH (op. cit., 1986) argumenta que paisagens construídas tal qual
áreas residenciais tendem a ser valorizadas quando contém árvores
proeminentes e que há preferência por vias de circulação residenciais que
contenham abundância de vegetação.
28
Os pombos são hospedeiros de vários parasitas e do toxoplasma gondi, protozoário causador
da toxoplasmose, uma infecção que pode atingir vários órgãos, inclusive do sistema nervoso
central e do aparelho da visão (RAMOS, 2000). Sua proliferação é um entrave à conservação do
patrimônio arquitetônico
71
A presença per si de muitas áreas verdes podem ter pouco valor à diversidade
biológica, se melhorias para atração de fauna e flora não forem um objetivo do
planejamento (NATURE CONSERVANCY COUNCIL, 1989, p. 39).
Entretanto, isso é particularmente difícil, pois os dados sobre a vida na Terra são
ainda escassos e inconclusos. Não se conhece nem o número total de espécies
vivas do planeta - as estimativas variam entre 5 e 30 milhões - e muito menos se
sabe sobre sua ecologia.
Grande parte das árvores plantadas nas cidades brasileiras, em parques e ruas, não
é nativa, mas importada de outros continentes. Essa estratégia de paisagismo impede
que os próprios brasileiros conheçam a riqueza de sua flora e que os turistas
identifiquem o local em que estão. Selecionar e utilizar espécies nativas, ornamentais
ou frutíferas, poderia trazer uma série de vantagens para as cidades beneficiadas e
valorizaria a natureza brasileira aos olhos das futuras gerações.
O calor emitido por ruas asfaltadas aquece a superfície das árvores e pode até
matá-las, se as plantas estiverem sob condições de pouca drenagem
(ANDRESEN, 1976, in LIMA, 1993, p. 24).
Pequenas diferenças no ambiente físico das ruas fazem uma enorme diferença na
taxa de sobrevivência. As ruas poderiam ser projetadas para fornecer, às raízes,
espaço, ar e água. Em vez disso, práticas correntes agravam as condições já
hostis. As ruas do centro são pavimentadas de uma fachada a outra. A
pavimentação diminui a quantidade de água que chega às raízes. Nessas ruas,
as árvores são plantadas em pequenas covas, que em caso de chuvas
prolongadas podem ficar inundadas, apodrecendo as raízes (SPIRN, 1995, p.
194, 196).
29
BIONDI (1985, in LIMA, 1993, p. 35) constatou que Recife, mais 1 / 3 das árvores plantadas nas
ruas e avenidas apresentavam danos físicos causados por atos de vandalismo, embora a autora
tenha constatado posteriormente uma melhora do quadro (BIONDI, 1990). Em Curitiba, 37% das
2750 mudas plantadas em 1999 foram arrancadas; esse percentual chegou a 60% em alguns
bairros (GAZETA DO POVO, 22/12/1999).
74
elétrica (em algumas cidades as árvores representam cerca de 50% das causas
de interrupção do fornecimento de energia e de telefonia); emboloramento e
danos nas fachadas da edificações e encobrimento de letreiros e placas de
sinalizações. É importante salientar que esses problemas não podem ser
atribuídos aos vegetais e sim ao planejamento, que é falho ou mesmo inexistente
(FERREIRA, 1985, p. 92; MAGALHÃES 1990 in LIMA 1993, p. 43; PEDROSA,
1983; SANTINI & BUENO, 1987 in LIMA, 1993, p. 33; HOEHNE, 1944, in LIMA,
1993, p. 33; MELLO FILHO, 1985, p. 120).
76
O entupimento de bueiros, por exemplo, pode ser evitado com a coleta regular
dos resíduos orgânicos das árvores: esses resíduos podem ser aproveitados em
programas de compostagem. Toneladas de composto orgânico seriam produzidos
anualmente nas cidades e poderiam ser utilizados na própria arborização, na
adubação das mudas.
CAPÍTULO 4
Pirajá: Um Bairro e um Parque
30
Para MACEDO (1997, p. 38) o índice da ONU de 12 metros quadrados de área verde por
habitante é defasado, pois não esclarece critérios de cálculo, distribuição espacial e de
características climáticas. É preciso que ele seja substituído por parâmetros onde o clima tropical
e a realidade das cidades (adensamento, circulação de veículos, poluições e morfologia) sejam
criadores de critérios que definam melhorias ambientais eficientes.
80
Salvador reflete a pobreza que predomina na Bahia, que ocupa a 20ª posição no
ranking de índice de desenvolvimento humano (IDV) da ONU, em comparação
com as outras 26 unidades da Federação. Se fosse um país, a Bahia ocuparia o
106º lugar, num ranking de 174 países (FOLHA DE SÃO PAULO, 9/9/1998). As
elevadas taxas de subemprego e desemprego e a questão habitacional estão
entre os principais problemas da cidade (CENTRO DE ESTUDOS SÓCIO
AMBIENTAIS, 1997, p. 4).
Com cerca de 80% de sua área constituída por encostas, Salvador vem
experimentando um crescimento acentuado. Diariamente surgem novas
ocupações paupérrimas, sem esgoto sanitário, coleta de lixo ou água tratada,
muitas das quais localizadas em áreas de declividade acentuada. Cerca de 70%
81
da área urbana é ocupada de forma oficiosa31 (SERPA, 1996-d, p. 279; SERPA &
SERPA, 1990, p. 36). Nesse conjunto de áreas moram atualmente cerca de
73,1% da população, afirma a professora Angela Gordilho (GORDILHO in
BANDEIRA, 2000).
31
O termo oficiosa significa que a lei do uso do solo é raramente aplicada: a legislação exige que,
para cada construção, elaborem-se um perfil topográfico, cálculo de volume de desmonte,
relatórios de sondagem, projetos geotécnicos e de escoamento de águas pluviais (SERPA &
SERPA, 1990, p. 36).
32
É mister esclarecer que nos bairros populares residem muitos pedreiros, que, apesar da pouca
escolaridade, são competentes na construção de moradias. Assim, parte dos problemas citados
pela arquitetura popular, podem ser explicados pelas dificuldades topográficas ou outras
peculiaridades que desvalorizam uma área, tornando-a possível de ser ocupada por famílias de
baixa renda.
82
33
A precariedade do subúrbio traduz-se na pouca valorização de seu solo urbano, cujo metro
quadrado é o mais barato da cidade do Salvador (BRITO, 1997).
34
A FABS (Federação das Associações de Bairros de Salvador) estima, no entanto, que a
população atual do subúrbio gire em torno de 600.000 habitantes.
83
35
Segundo SANTANA (1996, p. 79), as ruas dos bairros periféricos de Salvador quase sempre
são estreitas, e não estão devidamente preparadas para desempenhar suas funções.
86
Para VILLAÇA:
Pirajá tem apenas uma praça (FOTOS 11, 12) assim como Pirajá I (FOTOS 13, 14),
com o agravante de ser mal localizada, em mais um erro grave da URBIS.
36
A situação fundiária dos bairros do subúrbio é em grande medida irregular. A família Martins
Catharino vem reclamando o direito de posse de uma propriedade cuja área engloba Plataforma e
estende-se a outros bairros, inclusive Pirajá (SERPA, 1999-c, p.18)
90
37
Estudo realizado pela organização ambiental americana Conservation International (CI), sobre
os pontos biologicamente mais atingidos do planeta, aponta a Mata Atlântica como a área mais
ameaçada do Brasil e a quinta em todo o mundo (REVISTA GALILEU, 1999).
91
Outra razão para a conservação dos fontes de água doce é o custo de tratamento
para garantir o suprimento de água potável: US$ 2,00 para tratar 1000 m3 de
água de boa qualidade contra US$ 8,00 para tratar o mesmo volume de água
degradada (TUNDISI & BARBOSA, 1995 in BARBOSA & PAULA, 1997, p. 260).
Além disso, lagoas e rios são uma fonte importante de alimentos (BARBOSA &
38
PARÉS & BORJA (1996, p. 85), em pesquisa no bairro de Ilha Amarela, dectaram que a quase
totalidade dos esgotos do bairro é despejada no rio Mané Dendê, efluente do Rio do Cobre, e
formador da Cachoeira de Oxum , no interior do Parque.
92
Distribuída de forma desigual pelo planeta, a água chega a ser motivo de conflito
entre países. O mais crítico deles envolve israelenses e palestinos, cujos
mananciais disponíveis dependem de acordos entre Jordânia, Síria, Líbano, Egito
e Arábia Saudita (LOPES, 1999; BÓ, 1999).
(...) a realidade do Parque é hoje a diária ameaça de seu contorno atual, devido, por
um lado, à demanda de solo para habitação, e por outro lado à intensificação de
ocupação lindeira à BR 324 (localizada a leste do parque), principalmente de
equipamentos industriais (...)
39
As agressões ao patrimônio hídrico do Parque não partem apenas dos excluídos que derrubam
mata ciliar para construir. A URBIS (Urbanização e Habitação da Bahia S/A) foi acionada pelo
Ministério Público da Bahia e Ministério Público Federal, devido a construção de um conjunto
habitacional às margens do Rio do Cobre. Também foram acionadas empresas que exploram
arenoso na região da Lagoa da Paixão, nascente do Rio do Cobre (TRIBUNA DA BAHIA,
09/10/1999).
93
O fato é que sua idéia despertou muitas controvérsias. Houve muita pressão
contrária, mas é provável que tenha pesado muito mais o fato dos próprios
beneficiários do loteamento se negarem a ocupá-lo, pois segundo eles o Parque
era moradia de Orixás - divindades do candomblé, e os mesmos não queriam
correr o risco de uma profanação (SERRA, 1984, p. 106).
Objeto de muita polêmica, o Parque foi ameaçado de desapropriação para dar lugar à
instalação de famílias sem residência, mas os representantes dos cultos afro lutaram
para preservar o que consideram um local sagrado para suas práticas religiosas,
chegando agora ao convênio que dará condições a que seja construído o Templo
dos Orixás40, no local.
O convênio foi assinado entre a FEBACAB - Federação Baiana dos Cultos Afro -
e o prefeito Renan Baleeiro. Provavelmente visando reparar sua imagem,
arranhada com a proposta de loteamento do Parque, além de assinar o convênio,
o prefeito Baleeiro criou o Conselho de Administração do Parque São
Bartolomeu, tendo como presidente Mãe Menininha do Gantois, e como vice o
escritor Jorge Amado. O objetivo do Conselho era analisar, estudar, sugerir e
40
O Templo não foi construído.
95
Essas propostas, bem como outras menos significativas e não comentadas aqui,
têm caráter endógeno, isto é, dizem respeito ao Parque, ou melhor dizendo à uma
porção ínfima do Parque Metropolitano, o Parque São Bartolomeu, com seus 75
hectares, que perfazem apenas 4,84% da área total do Parque. Não há menção
ao cinturão de pobreza que o margeia, e não há propostas que atentem para a
melhoria da qualidade das vidas dos moradores do seu entorno.
o cercamento do Parque;
ações educativas (educação ambiental) nos bairros;
promoção sistemática de eventos culturais que garantissem a freqüência dos
moradores do subúrbio.
Quanto ao intento de vigilância por parte dos menores, ele é francamente risível.
Participei da formação de um grupo desses adolescentes em 1995, como
educador, e meus pedidos para excursionar com os "guias e guardiães" dentro
do Parque eram negados, por questões de segurança. Nas poucas vezes que
educadores e coordenadores do projeto caminharam pelo parque, sempre havia
uma escolta da polícia militar.
41
Em tempo: a Associação foi financiada pela prefeitura do Salvador e o mesmo dá-se quanto o
CEASB, daí a ausência de críticas por parte dessas organizações quanto a omissão das gestões
municipais, cujos planos para o Parque não se concretizaram.
101
Ao invés de maquinar planos que quase sempre não são executados, as gestões
municipais poderiam selecionar projetos e estabelecer parcerias que
redundassem em benefícios permanentes aos moradores do entorno do Parque.
Ressalta-se que muitas das ações de melhoria das condições de vida dos
suburbanos são de baixo custo.
Uma intervenção defendida tanto pelas gestões municipais quanto pelas ong's é o
cercamento do parque. O fato é que a idéia da cerca , por si só é inútil: ela não irá
deter invasores. Mas o cercamento com alambrado ou a colocação de marcos
regulares que delimitassem o parque pode ser uma iniciativa interessante, desde
que se trabalhe com o entorno um contrato natural (faço uso aqui de uma idéia
do filósofo Michel SERRES): os moradores atuariam na fiscalização desse limite
(que, afinal, faz o parque "existir", pois o dá forma) e parcerias diversas
desenvolveriam projetos distintos: arborização de espaços livres, reciclagem de
lixo, teatro, saneamento, educação ambiental42. Isso atingiria o também aquele
cidadão que está fora das escolas.
42
A exemplo das experiências do Projeto Espaço Livre de Pesquisa / Ação
(www.ufba.br/~esplivre) nos bairros de Plataforma e Pirajá.
102
Assim, para seus praticantes, a mata e outros elementos naturais do parque são a
morada de vários orixás: Oxumaré, orixá do arco íris; Nanã, orixá da lama, das
águas subterrâneas e dos pântanos; Oxum, orixá da água doce e da fertilidade;
Obaluaiê, orixá das doenças que mantêm estreitas ligações com a terra e os
troncos das árvores; e Tempo, orixá bantu da caça. Ocorre uma sacralização do
espaço físico, a natureza é humanizada. (SERPA, 1996-c, p. 181, 185; MAMNBA,
1982) Não por acaso, disse certa feita a ialorixá Obá Biyi (in RISÉRIO, 1993) que
CAPÍTULO 5
Abordagem Metodológica
Pesquisas citadas por PEPONIS (1992, p. 82) em várias cidades mundo afora -
Londres, Brasília e cidades-satélite, Porto Alegre, algumas cidades gregas,
algumas cidades suecas - demostram que o forte grau de integração de um
espaço está correlacionado com o número de pessoas que se movem nele.
Assim, a movimentação pelos eixos de circulação tem uma lógica espacial
probabilística. As pessoas tem liberdade para escolher seus percursos. Sem
uma outra coordenação, a estrutura espacial parece gerar padrões de difusão,
117
Há, desta feita, uma interdependência clara entre as práticas sociais cotidianas e
os lugares onde estas ocorrem. Em Sintaxe Espacial, define-se práticas sociais
como o campo de encontros das pessoas de um locus.
Nas linhas que seguem-se, o método de sintaxe espacial será detalhado, bem
como sua aplicação, para a obtenção de dados que permitam a elaboração de um
plano de vegetação para o bairro de Pirajá. Para a aplicação do método
122
Y=177 m2. Estes dados indicam que é preferencial o uso de vegetação de grande
porte para os espaços livres do tecido planejado. O oposto ocorre em B: é
preferível o uso de vegetação de pequeno e médio porte para os espaços abertos
do tecido espontâneo (ANGEOLETTO, 1998).
43
O programa axial 3, foi desenvolvido pela equipe do professor Frederico de Holanda, na
Universdade de Brasília
125
a noção de axialidade sugerida por Hillier & Hanson se revela na prática incompleta,
já que a axialidade do sistema é muitas vezes ‘quebrada’ por barreiras físicas como
ruas e avenidas de tráfego intenso, barreiras muitas vezes intransponíveis para
determinados grupos etários e não considerados pelos autores no desenvolvimento
da metodologia proposta. Na verdade, quando se fala de eixos de acessibilidade,
nem sempre é clara a distinção entre o sistema de percursos motorizados e as vias
de pedestres (...).
126
5.3 Mapeamento dos quintais (De acordo com ANGEOLETTO & SERPA, 1998,
p. 250)
Há uma escassez de espaços livres públicos em Pirajá. Por isso uma estratégia
de aumento da presença de vegetação no bairro precisa necessariamente incluir
os quintais das residências. Para tanto, traçou-se uma abordagem metodológica
para obtenção de dados sobre a presença de espécies vegetais nos quintais
(FOTOS 22, 23, 24, 25, 26, 27).
Também é importante comentar que parte dos quintais com média ou alta
diversidade apresentam grande parte das plantas em vasos, isto significa que
nesses quintais a área para plantio de arbóreas é diminuto ou inexistente. Dada a
afinadade desses moradores às plantas, recomenda-se o estímulo ao cultivo de
vegetação em vasos, os quais podem contribuir para o abrandamento de
pequenas ilhas de calor geradas nas residências.
CAPÍTULO 6
Arborizando Pirajá
A praça da área planificada, construída pela URBIS, por ser mal localizada - no
início da única via de acesso ao tecido - atrai poucas pessoas, é mal arborizada,
está abandonada, e os moradores não sabem nem mesmo qual é seu nome, ou
se há algum.
Não trata-se apenas de preencher espaços com árvores e arbustos, mas usar os
vegetais como elementos de desenho, para que possam ser criados espaços de
lazer, de socialização, onde antes haviam apenas sobras, vazios permeando a
massa construída. No entanto, é necessário não ceder à tentação da política
simplista do quanto mais, melhor, pois aparentemente, o plantio de imensas
quantidades de vegetação obtém efeitos estéticos menos satisfatórios do que
níveis mais moderados de árvores e outras plantas (ULRICH, 1986, p. 40).
Uma maior diversificação das espécies vegetais utilizadas garante uma paisagem
esteticamente menos monótona (WEBSTER, 1971; RHOADS, 1981; TYZNIK,
1981 in LIMA, 1993, p. 62; LEME & ALMEIDA, 1997, p. 32), além de evitar
problemas biológicos, ecológicos e por extensão, econômicos48. Cada espécie
47
Para uma discussão sobre a importância da manutenção da diversidade biológica, vide capítulo
1.
48
Entre 1955 e 1966, 90% das árvores de Illinois morreram pela pouca diversidade de sua
arborização (SPIRN, 1995, p. 198).
137
Muitas críticas têm sido feitas à aplicação dos corredores verdes urbanos, pois
argumenta-se que as zonas edificadas que separam espaços livres vegetados
não são uma barreira absoluta, como os oceanos. Contudo, para SUKOPP &
WERNER, (1982 e 1987, in NATURE CONSERVANCY COUNCIL, 1989, p. 17), o
grau de isolamento de um sítio pode determinar uma diminuição do seu número
de espécies, e, portanto, há uma justificativa ecológica para a "construção" e
manutenção desses corredores - ademais há outros fatores, como os benefícios
que a vegetação proporciona.
A acessibilidade dos usuários aos espaços livres vegetados é outro fator ao qual
os urbanistas precisam estar atentos. Há uma discussão estéril, e recorrente,
sobre um suposto índice mínimo de área verde / habitante que deveria existir nas
cidades. O propalado índice teria sido elaborado pela Organização Mundial de
Saúde (OMS), e seria de 16 m2 / habitante. Em Salvador, o índice estaria na casa
dos 5 m2 / habitante (CARVALHO, 1996)
49
De fato, na última reunião realizada, quando os materiais tinham sido comprados, e os
trabalhos, iniciados, uma moradora comentou que eu não tinha sido o primeiro a acenar com a
possibilidade de uma área de lazer no local, e que como as outras propostas não se realizaram, os
moradores davam como certo o fracasso dos nossos esforços.
145
Tomás Villasante distingue três redes: A rede do poder; a dos grupos organizados
(ong's, associações populares etc), que perfazem no máximo 5% da população; e
as redes submersas, onde estão a esmagadora maioria da população. Estas
redes informais, do cotidiano, são facilmente construídas (VILLASANTE, 1996, p.
131).
50
Para CAVALCANTE & LIMA (1995), é comum a carência de espaços livres de edificação
privados em bairros periféricos. Isso somado à falta de recursos contribuem para que espaços a
contíguos às residências sejam usados como área de lazer. No caso do "Buraquinho" infelizmente
a presença do esgoto impossibilitava o brincar.
147
Vale observar que esse terreno está localizado em uma área de extrema pobreza
do bairro. Não é precipitado afirmar que naquele locus a miséria é desagregadora,
fragilizando a existência de redes submersas.
A quinta reunião foi a que registrou um maior número de participantes, 26. Seu
51
o vocábulo donos aparece entre aspas porque na verdade poucos são os reais proprietários dos
lotes que habitam. Em geral os terrenos são ocupados.
52
Senhor José, o proprietário do terreno, ao notar a movimentação para a limpeza da área, para a
execução da praça, permitiu que seu lote fosse incorporado ao projeto - não para o plantio de
árvores e locação de bancos, como estava previsto originalmente - mas ao menos para a
colocação de duas pequenas traves de metal para a prática do "bába" (pelada, futebol) pelas
crianças e adolescentes. Essa concessão foi muito importante, pois um espaço abandonado num
bairro com alta densidade populacional pode rapidamente transformar-se num depósito de lixo
(FOX & KOEPPEL, 1985, p. 68).
148
senhor José em uma quadra de chão batido para a prática de futebol e volei foi
dos dos moradores, e eles construíram pequenas traves de madeira e compraram
uma rede. É uma solução interessante, pois durante o dia crianças e
adolescentes batem o "bába" (futebol) e à noite, com a iluminação, os adultos
jogam voleibol.
Registre-se que esses usos já estão ocorrendo, mesmo antes do término das
obras, atraindo crianças e adultos de outros recantos do bairro, mesmo dado o
caráter local da praça. Também é digna de menção uma festa de inauguração,
que as mulheres estão organizando. Elas arrecadaram algum dinheiro, que será
usado para a confecção de doces e salgados e para a compra de refrigerantes.
Inicialmente esta escolha troxe alguns problemas. Surgiu o boato de que a praça,
após concluída, seria cercada com arame farpado, e só Gorette e os demais
participantes poderiam utilizá-la. Ato contínuo, sacos de lixo começaram a
reaparecer53 na área. Foi uma clara reataliação à possibilidade de "privatização"
53
Durante anos a área foi um ponto de lixo, pois os moradores preferiam deixar o lixo acumular
próximo às suas casas, do que subir uma ladeira para depositá-lo no container da LIMPURB.
Alguns moradores resolveram reverter a situação, e conseguiram, não sem alguns conflitos.
150
54
Segundo JANZEN (1980, p. 21), do ponto de vista do vegetal, polinização é uma maneira de
aumentar ao máximo o fluxo de genes para as outras flores e a recepção de genes de outras
plantas (obviamente de uma mesma espécie). Isso garante a produção de sementes que
possibilitam a continuidade da espécie.
55
MORELATTO (In: MORELATTO, 1995, p. 64-65, 67) explica que a dispersão é o transporte das
sementes para longe da planta-mãe. Este processo de retirada ou saída do diásporo (unidade que
será dispersa, seja o fruto ou a semente) da planta mãe pode ser realizado por animais, vento e
mais eventualmente pela própria planta-mãe ou pela água. Na maioria das florestas tropicais, a
maior parte das sementes é dispersa por animais (cerca de 40,8%). Os dispersores mais comuns
são aves, morcegos e macacos.
152
56
Espaços livres de edificação têm sido projetados com mais área pavimentada e menos árvores,
e por isso têm menor potencial em melhorar a qualidade do ar e o conforto climático (SPIRN,
1995, p. 76).
57
O professor de economia da Universidade de Chicago, Alexandre Sheinkman, comparou vários
indicadores sociais com as taxas de violência em centenas de cidades americanas. Não há
nenhuma relação entre renda e crime, constatou. Daí o sucesso da tese do capital social, a
medida das relações que um indivíduo tem, capazes de integrá-lo, evitando a marginalidade. É
medido pela força das igrejas, da família, da escola, dos centros comunitários, dos espaços para
lazer (DIMENSTEIN, 1999). Há, portanto, uma relação entre o fato de Pirajá ser considerado o
bairro mais violento do subúrbio e sua extrema escassez de espaços de socialização.
154
A integração de todas as áreas livres de uma cidade num plano unificado que
inclua praças e parques, corpos d'água e correntezas, várzeas, encostas,
afloramentos rochosos e até estacionamentos e rodovias podem resultar num
sistema de espaços abertos coeso, cuja finalidade será melhorar o clim a, atrair a
fauna silvestre etc (SPIRN, 1995, p. 287).
O espaço que muitas vezes falta nas calçadas e passeios pode sobrar nos
espaços privados, daí a importância de plantios nesses loci (KNIJNIK, 1985, p.
199, 200).
A maior dificuldade dos plantios foi o deslocamento das mudas pelo bairro.
Mesmo com o aluguel de uma Kombi para o transporte, havia alguns quintais
onde só se chegava a pé, descendo ladeiras íngremes. Isso limitou os quintais
contemplados em 29, de um total de 142 pesquisados.
Por outro lado, a receptividade dos moradores foi ótima, mesmo que muitos não
se lembrassem mais de nossa visita anterior, pois a distância de tempo entre o
final da pesquisa nos quintais e os plantios foi considerável (17 meses). Muitas
pessoas nos abordavam, perguntando se éramos do "governo", da "prefeitura" ou
156
58
Os beija-flores também são capazes de percorrer grandes distâncias na procura por alimento
(JANZEM, 1980, p. 24, 26).
157
RODRIGUES & BREDT (1994, p. 316) alertam para os transtornos que morcegos
podem trazer à população, que em geral tem aversão aos mamíferos voadores,
por desinformação. O mesmo ocorre com as corujas, eficientes predadores
urbanos de ratos e ratazanas, e que infelizmente são perseguidas em
praticamente todo o mundo, inclusive no Brasil, por serem tidas como agourentas
(COSTA-NETO, 1999). Cabe aos educadores a tarefa de desmistificar lendas e
preconceitos, esclarecendo o papel importante que esses animais desempenham
nos biomas urbanos.
6.7 Conclusões
Quanto às áreas verdes urbanas, GRIFFITH & SILVA (In: MILANO, 1988, p. 8;
MILANO, 1990, p. 62) afirmam que, embora a maioria das cidades brasileiras
tenham praças, parques e outras áreas verdes, poucas têm estes espaços
organizados de modo que não sejam apenas mais uma coleção avulsa de
espaços abertos. Muitas áreas verdes podem ter pouco valor para a
biodiversidade, por isso, melhorias progressivas para atração de fauna e flora
devem ser um objetivo do planejamento (NATURE CONSERVANCY COUNCIL,
1989, p. 39). Uma dessas melhorias é a instalação de corredores verdes. Em
Salvador, o Parque Metropolitano de Pirajá poderia ser ligado a outros fragmentos
de mata atlântica, como o Parque de Pituaçu.
158
FOTOS 34 e 35: Lajes das edificações, espaços possíveis par o aumento de vegetação no bairro
FONTE: Fábio H. S. Angeoletto, 1999.
uma disciplina que deveria ser introduzida nos currículos não como optativa, mas
como obrigatória. O jargão ecológico, dominado pelos biólogos, precisa ser de
uso corrente entre os arquitetos59; assim como os biólogos precisam ter como
parte de sua formação noções de planejamento urbano e paisagístico. É preciso
descartar o raciocínio que enxerga a arquitetura e a biologia como profissões
antagônicas, exatamente como enxerga-se cidades e natureza.
ΘΘΘ
espaços abertos.
Uma grande ênfase foi dada à importância da arborização aos biomas urbanos, e
aos vários dilemas ambientais que a vegetação pode resolver ou ao menos
atenuar. Contudo é preciso esclarecer que as árvores não são o remédio
universal, a panacéia para todos os problemas ambientais urbanos.
ΘΘΘ
ΘΘΘ
(ANGEOLETTO, 2000).
ΘΘΘ
ΘΘΘ
Essa falha, é claro, pode ser sanada. A prefeitura poderia estabelecer parcerias
específicas com os comerciantes dos bairros populares, que mesmo não tendo a
pujança econômica de empresários abastados, sabem o valor da propaganda.
Parcerias também poderiam ser estabelecidas com universidades e ong's, no
170
Outra falha grave do programa - esta, muito mais difícil de ser sanada, por
questões de concepção de projetos paisagísticos - é a pouca importância dada ao
aumento da vegetação, principalmente árvores, nas praças "adotadas" por
empresas. O bingo Rio Vermelho, adotou parte do Largo da Mariquita, que é
contíguo à edificação onde a casa de jogos de azar está localizada. Uma de suas
"providências" foi o corte de algumas árvores que atrapalhavam a visualização
de um letreiro eletrônico que faz a propaganda do bingo (CELESTINO, 2000). É
preciso que a prefeitura reveja os critérios adotados para a arborização, se é que
eles existem.
ΘΘΘ
Para SILVA & FERNANDES, (1996, p. 61, 62) apesar de uma tímida
conscientização da população soteropolitana de que a problemática ambiental
não será resolvida somente através de ações do poder público, mas também
através de ações da sociedade, onde ainda predomina a crença de que basta a
criação de leis para assegurar-se uma adequada preservação ambiental. Essa é a
opinião de 52,8% dos entrevistados de todas as classes sociais em pesquisa de
Silva & Fernandes.
171
É óbvio que não se pode isentar o Estado de suas obrigações, mas é urgente que
os citadinos assumam responsabilidades com seu ambiente mais próximo.
Diversificar a cobertura vegetal dos quintais, reciclar o lixo orgânico, dar outras
serventias a garrafas e latas, evitar o desperdício de energia elétrica são atitudes
simples, não onerosas, ao alcance de todos.
Em grande medida essas ações não são correntes porque falta um input de
educação. É preciso que discursos abstratos de preservação do meio ambiente
deêm lugar a ações concretas e cotidianas. É um contrasenso os soteropolitanos
preocuparem-se com a distante floresta amazônica e ignorarem um dos maiores
parque de mata atlântica do Brasil, que fica na sua cidade.
Uma das ações que precisam fazer parte do dia a dia das pessoas é o plantio de
árvores, arbustos e arvoretas. Nos EUA, país com larga tradição em arborização
urbana, para cada árvore existente nas cidades, uma outra poderia ser plantada.
No rítmo atual dos programas de arborização norte-americanos, dobrar o número
de árvores nas cidades levaria 267 anos. Somente um ostensivo programa de
plantios poderia alterar essa realidade (KIELBASO, 1997, p. 8). Não há dados
correlatos sobre a situação brasileira, contudo é bastante provável que o déficit de
árvores nas cidades brasileiras seja maior.
ΘΘΘ
Um projeto mais atento à questões ambientais daria outro destino aos dejetos. Na
China, são comuns sistemas que aproveitam as fezes humanas para a obtenção
de gás metano, que pode ser usado para cozinhar. As soluções existem, mas
muitas vezes esbarram em imperativos político econômicos.
ΘΘΘ
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ANGEOLETTO, Fábio pp. 33, 100, 115, 149, 114, 157
155 CABRERA, Valéria pp. 91, 157
ARAÚJO, Michiko & ARAÚJO, Antonio J pp. CALVINO, Ítalo pp. 147, 157
123, 155 CAMPBELL, Tim pp. 28, 44, 79, 126, 157
ARGAN, Giulio Carlo pp. 37, 155 CARR, Stephen pp. 59, 60, 61, 157
ASHTON, Peter S. CARVALHO, Maria Lúcia A. M pp. 119, 157
ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DO PARQUE CASTAÑEDA, Fernando Casas pp. 34, 157
SÃO BARTOLOMEU / PIRAJÁ PP. 85, 86, CAVALCANTE, Eunádia; LIMA, Verônica pp.
155 127, 157
A TARDE PP. 46, 67, 68, 73, 80, 82, 86, 156 CAVALHEIRO, Felisberto pp 49, 52, 53, 55,
56, 57, 119, 157
BANDEIRA, Cláudio pp. 68, 156 CELECIA, John pp. 114, 157
BARBOSA, Francisco R. & PAULA, João CELESTINO, Samuel pp. 150, 157
Antonio de pp. 69, 156 CENTRE FOR SCIENCE AND
de la BARRA, Ximena pp.28, 32, 156 ENVIRONMENT pp. 34, 157
BÓ, Dino Dal pp. 79, 156 CENTRO DE ESTUDOS SÓCIO-
BÓGUS, Lúcia M. M. pp. 38, 156 AMBIENTAIS pp. 67, 69, 78, 79, 82, 89, 158
BONDUKI, Nabil & ROLNIK, Raquel pp. 77, CESTARO, Luis Antonio pp. 24, 57, 62, 64,
156 117, 158
192
ONU pp. 37, 38, 67, 79, 163 CESAR, Sebastião F pp. 52, 166
PACHECO, Regina S. & LOUREIRO, Maria SILVA, Paulo R. G. pp. 21, 39, 69, 152, 166
R. pp. 14, 21, 43, 163 SIMEOFORIDIS, Yorgos pp. 16, 166
PARÉS, Maria Isabel & BORJA, Patrícia C. SMARDON, Richard C. pp. 49, 53, 56, 57,
pp. 78, 163 59, 61, 167
PAULA, João Antonio de & BRITO, Fausto SOARES, Magda B. pp. 110, 167
R. pp. 21, 42, 163 SOBRAL, Helena R. pp. 29, 167
PAULA, João Antonio de pp. 26, 79, 116, SOUZA, Maria A. L. B pp. 71, 144, 167
164 SOUZA, Hermes M. pp. 117, 167
PAVIANI, Aldo pp. 45, 71, 111, 164 SPIRN, Anne W. pp. 10, 14, 17, 18, 19, 20,
PELA, Ida & ANGEOLETTO, Fábio pp. 84, 21, 22, 23, 28, 43, 51, 52, 54, 55, 56, 57, 58,
164 61, 62, 63, 64, 78, 118, 130, 133, 134, 142,
PELLEGRINI, Giacomo C. pp. 32, 164 148, 154, 167
PESCI, Rubens pp. 21, 164 STEPHENS, Carolyn & AKERMAN, Marco
PEPONIS, John pp. 93, 94, 96, 164 pp. 34, 167
PHANTUMVANIT, Dira pp. 34, 164 SUPERINTENDÊNCIA de PARQUES e
PIGNATARI, Décio pp. 148, 164 JARDINS pp. 81, 82, 114, 167
PMS (Prefeitura Municipal de Salvador) pp. SUPERINTERESSANTE pp. 41, 167
81, 83, 164
PREFEITURA MUNICIPAL DE VITÓRIA pp. TAKAHASHI, Leide & MARTINS, S. S. pp.
44, 117, 164 52, 57, 62, 167
TEIXEIRA, Cid pp. 72, 167
QUEIJO, Maria del Carmen & MONTAÑEZ, TEIXEIRA, Wenceslau & SILVA JR, José P.
Margarita pp. 15, 164 pp. 55, 167
TENÓRIO, Fernando pp. 149, 167
RAMOS, Mário pp. 150, 164 TODD, John pp. 150, 151, 167
RAVEN, Peter H. 26, 80, 164 TOGNOLLI, Cláudio pp. 38, 167
RAVEN, Peter H. & EVERT, Ray pp. 23, 164 TOLEDO, José R. 38, 40, 167
REVISTA E pp. 115, 164 TRIBUNA da BAHIA pp. 73, 80, 167
REVISTA ÉPOCA pp.43, 164 TUR, Antonio Aledo pp. 24, 168
REVISTA do CREA / PR pp. 79, 164
REVISTA GALILEU pp. 78, 164 ULRICH, Roger S. pp. 58, 59, 61, 116, 168
RIGATTI, Décio 93, 98, 164 ULTRAMARI, Clóvis pp. 71, 168
ROCHA, Aristides pp. 63, 164 ULTRAMARI, Clóvis & MOURA, Rosa pp.
RODRIGUES, Arlette M. pp. 14, 16, 19, 33, 71, 168
39, 41, 43, 88, 111, 165
RODRIGUES, Maria G. R. & BREDT, VALE, Brenda & VALE, Robert pp. 57, 168
Angélika pp. 63, 141, 165 VERAS, Lúcia M. S. C. pp. 38, 48, 168
ROMERO, Marta Bustos pp. 52, 57, 165 VILLAÇA, Flávio pp. 111, 112, 168
ROSSEL, Quim VILLASANTE, Tomás R. pp. 125, 126, 168
VOSS, Walter
SAHTOURIS, Elisabet pp. 42, 165
SANCHOTENE, Maria do C. C. pp. 46, 52, WHITE, Anne pp. 24, 38, 66, 168
60, 62, 66, 132, 165 WILSON, Edward pp. 26, 150, 168
SANTANA, Marcos Jorge Almeida pp. 71, WINES, James pp. 17, 168
165 WORLDWATCH INSTITUTE pp. 24, 168
SANTOS, Aurora G. F. A. & CARVALHO, WWF pp. 10, 168
Adilson de pp. 49, 165
SANTOS, Laymert G pp. 25 YAMADA, Takashi pp. 124, 168
SANTOS, Milton pp. 36, 37, 39, 40, 165 YOKOHARI, Makoto pp. 57, 168
SATTERTHWAITE, David pp. 34, 165
SEPLAN 82, 83, 165 ZAREMBA, Piotr pp. 19, 21, 30, 169
SERPA, Angelo pp. 2, 14, 34, 37, 49, 68, 71, ZELAZOWSKI, Valdemar Hugo pp. 62, 169
75, 80, 89, 90, 91, 92, 99, 102, 103, 118,
119, 120, 121, 125, 150, 165
SERPA, Angelo & SERPA, Bela pp. 68, 165
SERRES, Michel pp. 89, 166
SERRA, Geraldo pp. 24, 166
SERRA, Olympio pp. 82, 91, 166
SILVA, Jair R. da; BRANCO, Ilda H. D. C.;
194
110, 114, 117, 124, 140, 141, 147 Fauna pp. 13, 61, 62, 85, 114, 115, 117, 118,
Biosfera pp. 5, 9, 20, 25, 26, 27, 31, 37, 143, 131, 134, 140, 142, 151
147 FEBACAB pp. 82, 89, 91
Bogotá pp. 34 Filadélfia pp. 60, 154
Boston pp. 20, 22, 60 Flora pp.13, 62, 63, 85, 89, 115, 117, 142,
Brasil pp. 10 151
Brasília pp. 94, 97 Floresta tropical pp. 10, 14, 22, 78, 80, 141
Broadacre city pp. 18 Fortaleza pp. 35
Frank Lloyd Wright pp. 18
Camada de ozônio pp. 10, 14, 15 Fundo Nacional do Meio Ambiente pp. 13
Candomblé pp. 7, 81, 82, 83, 84, 89, 90, 91
Capanema pp. 11 Gestão pp. 5, 21, 82, 83, 84
Carlinhos Brown pp. 87 Globalização pp. 37, 39, 40
Categorias sintáticas pp. 99 Governo Federal pp. 13
CEASB pp. 86, 87
Chuva ácida pp.14 Homo sapiens sapiens pp. 41
CIAM pp. 16
Ciclos naturais pp. 15, 16, 24, 58, 119 IBAMA pp. 12, 13
Clima pp.24, 51, 52, 53, 55, 63, 133, 134, IBGE pp. 69
140, 149 Ilha de calor pp. 53, 54
Conjunto Habitacional José Bonifácio pp. 34 Impactos ambientais pp. 9, 18, 28, 35, 40
Corredores de vegetação pp. 13, 66, 118, Inversão térmica pp. 55
142
Corujas pp. 141 Jordânia pp. 79
José Clewton Nascimento pp. 36
Daniela Mercury pp. 87
Degradação ambiental pp. 7, 14, 31, 34, 41, Largo da Mariquita pp. 150
152 Le Corbusier pp. 17, 18
Desenho ambiental pp. 147 Líbano pp. 79
Desenvolvimento sustentável pp. 10 Lídice da Mata pp. 82
Desmatamento pp. 10, 12, 14, 83 Londres pp. 24, 25, 94
Detroit pp. 22, 58 Los Angeles pp. 25
Direita pp. 16
Dispersores de sementes pp. 5, 91, 115, Margareth Menezes pp. 87
116, 130, 131 Maringá pp. 124, 175
Diversidade vegetal pp. 9, 61, 77, 104, 110, Mata atlântica pp. 5, 13, 32, 75, 76, 77, 78,
117, 118, 124, 135, 140 142, 152
Maurício de Nassau pp. 48
Ecologia pp. 2, 5, 15, 18, 20, 21, 22, 30, 62, Mercado imobiliário pp. 32
114, 148 Microclima pp. 5, 47, 51, 52, 130
Ecologia da restauração pp. 148 Modernistas pp. 18
Ecossistemas pp. 5, 10, 14, 15, 19, 20, 22, Morcegos pp. 6, 132, 140, 141, 143
23, 26, 27, 28, 29, 31, 35, 44, 46, 48, 52, 61,
62, 63, 78, 88, 92, 114, 115, 118, 140, 147, Nanã pp. 89, 90
148 Natureza pp. 2, 5, 7, 9, 10, 13, 14, 15, 16, 17,
Educação ambiental pp. 5, 28, 84, 85, 86, 87, 18, 19, 22, 24, 26, 28, 29, 37, 41, 42, 43, 47,
88, 89, 119, 132, 142 58, 60, 63, 90, 91, 143, 147, 148, 149
Egito pp. 20, 79 Nova Iorque pp. 40, 60, 123, 143
EMBASA pp. 78, 80
Encostas pp. 43, 88 Omolu pp. 89
Ervas daninhas pp. 26, 142 Organizações não governamentais (ong's)
Especulação imobiliária pp. 35, 44 pp. 7, 10, 88, 89, 126, 150,
Esquerda pp. 16 Orixás pp. 82, 89, 90, 91
Esquistossomose pp. 20 Orla pp. 70, 88
Estado pp. 34, 36, 40, 75, 112, 149, 152 Oxum pp. 84, 89, 90
Estrada do Colono pp. 10, 12 Oxumaré pp. 89, 90
E.U.A.pp. 17
Evapotranspiração pp. 53, 54 Paisagem pp. 16, 17, 23, 47, 49, 62, 68, 73,
117
Família Martins Catharino pp. 75 Paisagem ecológica pp. 23
196
Nasci em Maringá (PR), uma das cidades mais arborizadas do Brasil, em 9 de setembro
de 1970. Dois fatores foram decisivos na minha vida: ter estudado em um bom colégio
particular (graças aos esforços de minha mãe, e a uma bolsa parcial), e ter vivido em um
ambiente onde a leitura era muito estimulada. A pouca escolaridade dos meus pais não
os impediu de gostarem muito de ler, revistas, gibis e jornais, o meu pai, e romances,
minha mãe. Assim, desde cedo me habituei a ler e ser curioso.
Logo após colar grau, diploma na mochila e até logo Paraná. Chegando em Salvador, em
poucas semanas me deparo, maravilhado, com o amálgama tão peculiar entre o Parque
198