Resenha crítica da dissertação apresentada por Daniela Regina da Silva (graduada em Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1997) e em Educação Artística pela Universidade Estadual de Campinas (1998). Também possui licenciatura em Educação Artística pela Universidade Estadual de Campinas (2007) e mestrado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (2007) ) para a obtenção do título de Mestre em Educação. Seu trabalho aborda o uso da ética na prática publicitária e reflete sobre a atuação educacional do professor na formação dos futuros profissionais da área.
Resenha crítica da dissertação apresentada por Daniela Regina da Silva (graduada em Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1997) e em Educação Artística pela Universidade Estadual de Campinas (1998). Também possui licenciatura em Educação Artística pela Universidade Estadual de Campinas (2007) e mestrado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (2007) ) para a obtenção do título de Mestre em Educação. Seu trabalho aborda o uso da ética na prática publicitária e reflete sobre a atuação educacional do professor na formação dos futuros profissionais da área.
Resenha crítica da dissertação apresentada por Daniela Regina da Silva (graduada em Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1997) e em Educação Artística pela Universidade Estadual de Campinas (1998). Também possui licenciatura em Educação Artística pela Universidade Estadual de Campinas (2007) e mestrado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (2007) ) para a obtenção do título de Mestre em Educação. Seu trabalho aborda o uso da ética na prática publicitária e reflete sobre a atuação educacional do professor na formação dos futuros profissionais da área.
A IMPORTNCIA DO ENSINO DA TICA AOS FUTUROS PROFISSIONAIS
DE COMUNICAO
ENGENHEIRO COELHO 2014
SILVA D. R. A formao do publicitrio e sua responsabilidade social: por
uma prtica publicitria mais tica. Campinas, 2007, 147f. Dissertao (Programa de Ps-Graduao na rea de Educao) - Pontifcia Universidade Catlica de Campinas, So Paulo, 2007. Ellen Rachel Gonalves da Silva1
A autora Daniela Regina da Silva graduada em Comunicao Social
com habilitao em Publicidade e Propaganda pela Pontifcia Universidade Catlica de Campinas (1997) e em Educao Artstica pela Universidade Estadual de Campinas (1998). Tambm possui licenciatura em Educao Artstica pela Universidade Estadual de Campinas (2007) e mestrado em Educao pela Pontifcia Universidade Catlica de Campinas (2007). Atualmente professora do Centro Universitrio Salesiano de So Paulo e coordenadora dos cursos Publicidade e Propaganda e Rdio, TV e Multimdia das Faculdades Ipep. A dissertao apresentada pela autora para a obteno do ttulo de Mestre em Educao do que trata a presente resenha. Seu trabalho aborda o uso da tica na prtica publicitria e reflete sobre a atuao educacional do professor na formao dos futuros profissionais da rea. Seu trabalho sugere, portanto, que uma prtica publicitria mais tica e consciente pode se tornar cada vez mais comum, se, to somente, for orientado aos alunos de publicidade a sua responsabilidade perante sociedade. O estudo foi realizado em uma instituio de ensino superior do interior do estado de So Paulo, no curso de Comunicao Social, onde ocorreu uma experincia pedaggica que mostrou-se como um timo meio de conscientizao de alunos e futuros profissionais. Seu trabalho caracteristicamente reflexivo sobre a prtica docente. A educao, assim como a publicidade, possui enorme potencial de influenciar pessoas, formar opinies e ditar comportamentos. Ao observar isso, a autora uniu esses dois assuntos, dando maior enfoque sobre educao, ou ensino. Ela deixa claro a grande responsabilidade dos professores em formar 1
Aluna do curso de Publicidade e Propaganda do Centro Universitrio Adventista de So Paulo (Unasp).
E-mail: ellenrac@gmail.com.
profissionais conscientes e ticos, pois sero estes que detero o poder de
influenciar, e de certa forma, tambm participar da educao da sociedade. Com o objetivo de refletir sobre o comportamento tico dos profissionais de propaganda, a autora nos contextualiza a respeito da prtica da atividade e do ensino de Publicidade e Propaganda aqui no Brasil, uma vez que sua pesquisa faz referncia a uma instituio de ensino superior do pas. De acordo com a autora o primeiro anncio, de que se tem notcia, data de 1808 e foi publicado no jornal "A gazeta Rio de Janeiro". Nessa primeira fase da publicidade brasileira o que prevaleceu foram os classificados em jornais e no havia o uso de argumentao. Em 1900 a publicidade sofreu influncia europeia, principalmente pelo movimento Art Noveau, que exaltava a natureza e fazia referncia vida buclica que comeava a desaparecer com a Revoluo Industrial. O verso, a stira poltica, a caricatura e a viso bem humorada eram utilizados nos anncios. Porm nessa poca a publicidade no contava com profissionais informados sobre os mtodos de vendas e sobre a prpria linguagem persuasiva, muito comum atualmente. A dcada de 1920 foi marcada pela influencia norte-americana na publicidade. A criatividade e a persuaso davam pequenos indcios nos anncios publicitrios. At esse perodo o jornal e a revista tiveram grande destaque, porm na dcada de 1930 foi a vez do rdio. Este se tornou o meio mais popular do Brasil, algo que pode ter contribudo para seu sucesso sua acessibilidade para os analfabetos. Apesar do surgimento do rdio, a mdia imprensa, jornais e revistas no perderam sua importncia. Nesse perodo a linguagem utilizada pelos publicitrios comeou a sofrer maiores mudanas, antes ela era pouco ou nada persuasiva, uma vez que havia pouca demanda de produtos e servios. A partir desse perodo, no entanto, os desejos e gostos dos consumidores passaram a ter destaque nos anncios. Os profissionais perceberam a necessidade de trabalhar com informaes que dessem base s suas criaes. As primeiras associaes da classe publicitria, como a ABP (Associao Brasileira de Propaganda) e a APP (Associao Paulista de Propaganda) foram criadas nas primeiras dcadas do sculo. Em 1949, a ABAP (Agncia Brasileira de Agncias de Propaganda), organizou, fortaleceu e
modernizou, ainda mais, a profisso. As discusses das associaes
impulsionaram o surgimento do ensino de publicidade. A dcada de 1940 foi um tanto difcil para o setor, pois devido II Guerra Mundial o investimento em anncios diminuiu drasticamente. No final da dcada, no entanto, as grandes lojas comearam a explorar o credirio e isso favoreceu o consumo e, consequentemente a publicidade. Na dcada de 1950 surgiram as escolas de propaganda e comunicao. Tambm foi nesse perodo que a televiso se desenvolveu, influenciando, tambm, o desenvolvimento da linguagem publicitria. Novos profissionais especializados em marketing, na linguagem do rdio, da televiso e do cinema surgiram e incrementaram ainda mais a prtica publicitria, acompanhando as exigncias do mundo moderno e tambm as mudanas no gosto do consumidor. Na dcada de 1960, a linguagem passou a ser mais emotiva e menos racional, a criatividade entendida como fundamental. Ainda nessa dcada, somente as revistas mais profissionais continuaram com sua circulao, e as publicaes especficas da rea comearam a surgir e se ampliar. Houve, portanto, uma valorizao do profissionalismo. Setores, como bancos, financiadoras e o prprio governo passaram a investir em publicidade, reconhecendo, assim, sua importncia. A dcada de 1970 foi marcada pela censura, pelos avanos tecnolgicos, pelo aumento do volume de investimentos na rea e um maior comprometimento dos profissionais. Em 1977 surgem mudanas nos currculos dos Cursos de Comunicao Social, o que d origem fase crtica-reflexiva do ensino de comunicao. Em dezembro, desse mesmo ano, ocorreu o primeiro encontro para a fundao da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicao, a Intercom. Seu papel de grande valor, uma vez que possibilita maior credibilidade e seriedade comunicao no pas por meio da discusso, sistematizao e ampliao de prticas e teorias. Em 1990 destaca-se o grande desenvolvimento da linguagem visual, influenciados, principalmente pelo surgimento dos computadores e softwares voltados rea.
A partir de 2000, a aproximao com o pblico-alvo passou a ser o novo
objetivo das empresas. Campanhas segmentadas passaram a usar linguagem de grupos especficos a fim de conquistar e fidelizar clientes. Em 2006 surgem o marketing viral (internet) e marketing de guerrilha (aes inusitadas no ambiente urbano). O que caracteriza a publicidade atual seu grande apelo emotivo, isso se deve aos estudos do comportamento do consumidor atravs de pesquisas que ajudam os profissionais a saberem mais sobre o grupo com quem querem falar e, com isso, praticamente entrar na mente do consumidor. Vemos, portanto, que a publicidade foi se desenvolvendo ao longo do tempo, no incio sua prtica era essencialmente intuitiva, porm com a crescente complexidade do mercado e das relaes de consumo surgiu o marketing, e com ele a necessidade de entender ainda mais o consumidor a fim de satisfaz-lo. Assim, os profissionais foram buscar nos conhecimentos da psicologia, da sociologia, da antropologia e da economia embasamento para interpretar informaes, obtidas atravs de pesquisas. A partir delas tomam decises para a criao e produo das mensagens. Toda essa aparelhagem proporciona ao publicitrio certa capacidade de enganar, omitir e manipular informaes com o objetivo de vender seu produto, ideia ou servio. Isso acaba por colocar o profissional numa posio muito mais vantajosa em relao ao consumidor, que na maioria das vezes se sente desprotegido e passa a observar a publicidade com desconfiana. O aluno e futuro profissional de publicidade precisa, portanto, ser orientado a respeito de sua responsabilidade social, assim ele ter condies de usar seus conhecimentos de forma eficiente, evitando prejudicar a sociedade. Na prtica de sua profisso, muitas vezes o publicitrio, para atender a necessidade do seu cliente, que o de obter lucro, utiliza uma comunicao inadequada que incita futilidade, superficialidade, a violncia, a banalizao do sexo e da mulher, incentiva o abuso de velocidade, causa ansiedade nas crianas, omite informaes importantes sobre os produtos, promete benefcios os quais o produto no atende e reproduz preconceitos e ideologias que, muitas vezes, no so percebidos por boa parcela da sociedade. Essa
influncia negativa acaba prejudicando o bem estar do consumidor e da
sociedade. Para a resoluo desse problema, a tica, que a reflexo sobre o conjunto de normas e padres morais, fator de enorme importncia. O profissional
ao
compreender
sua
grande
influncia
na
sociedade
comprometido com a tica, passa a propagar ideias que incentivam o bom
comportamento e uma convivncia saudvel entre as pessoas. SantAnna defende que impossvel negar a influncia dos meios de comunicao na formao do indivduo, nos seus gostos, nas suas preferncias e nas suas opinies. O que , de fato, difcil de definir o grau dessa influncia, ou seja, at onde esse poder pode anular o mecanismo de defesa, percepo e capacidade seletiva natural do homem. Algumas pessoas podem se sentir incomodadas com certas propagandas, enquanto outras as aceitam sem queixas. De acordo com Giacomini Filho (1991), em meados do sculo XX, surgiu um movimento nos Estados Unidos, chamado de consumerismo. Os consumidores, ao ficarem insatisfeitos com questes relacionadas ao consumo, se reuniram em institutos de defesa do consumidor e acabaram influenciando as leis que regulamentam a publicidade e o consumo em geral. As empresas, ao perceberem a insatisfao de seus clientes, logo aderiram s novas exigncias. Esse novo comportamento do consumidor, muito mais ativo e no mais passivo, tambm foi sentido no Brasil. Os publicitrios tambm precisaram tomar uma atitude. Eles perceberam que sua profisso estava cada vez mais levada ao descrdito por ela se utilizar de mecanismos e estratgias no muito ticos. Devido a isso a sua profisso estava correndo srios riscos, pois se a sociedade no acreditasse mais na publicidade como compraria os produtos, ideias e servios que ela divulgava? A publicidade, portanto, se realinhou s novas exigncias, fazendo, de certa forma, uma boa publicidade de si mesma. Mostrou-se parceira da sociedade contra possveis abusos. No Brasil, por exemplo, foi criado em 1980 o Conar, Conselho Nacional de Autorregulamentao Publicitria, resultado de presses sociais anteriores para regular a ao tica do setor e zelar pela credibilidade da publicidade.
O Cdigo de Defesa do Consumidor, lei n 8.078, publicado em 11 de
setembro de 1990, passou a ser um grande instrumento na luta contra os abusos cometidos nas relaes de consumo e na publicidade. O Cdigo parte do pressuposto que o consumidor sempre estar em situao desfavorvel perante o comunicador. O Procon de So Paulo foi o primeiro rgo pblico de proteo ao consumidor a ser criado no Brasil, em 1976. Assim como outros Procons espalhados pelo pas, um grande aliado do indivduo na fiscalizao e no cumprimento dos direitos do consumidor assegurados pelo Cdigo de Defesa do Consumidor. Conhecendo um pouco mais sobre a histria da publicidade no nosso pas percebemos que ela evoluiu e se profissionalizou ao longo do tempo, principalmente durante o sculo
XX. Nesse perodo os publicitrios
acumularam conhecimentos, estratgias e ferramentas que tornaram suas
criaes (anncios e publicidades em geral) quase que irresistveis ao cidado comum. A sociedade, ao compreender o grande poder da publicidade, exigiu atitudes mais ticas, tanto por parte das empresas, quanto por parte dos publicitrios. Apesar dos cursos de publicidade j terem em sua grade curricular matrias referentes tica profissional desde a dcada de 1970, a regulamentao que sofreu foi resultado de uma influncia muito maior da sociedade do que propriamente dos profissionais da rea. O consumidor atual est em busca de uma publicidade mais verdadeira e tica. O trabalho, a que esta resenha se refere, de grande utilidade tanto para professores e profissionais da rea comunicao. interessante aos professores por abordar a influncia positiva que este pode exercer sobre o futuro profissional de propaganda, ressaltando que esta boa influncia, possivelmente, ser aplicada pelo aluno em sua futura atuao. de grande importncia tambm aos novos e aos atuais profissionais da rea. Alertando-os da nova realidade da sociedade e de sua exigncia por uma publicidade mais tica. Dessa forma o profissional evitar possveis conflitos com os consumidores das empresas que trabalham, influenciando na construo de uma boa imagem do produto/marca/empresa que representa.