TECNOLOGIA DO PROJETO
Anos 1965/66
1
ÍNDICE DAS MATÉRIAS Pag
Cinemática 3
Movimento retilíneo uniforme 3
Movimento retilíneo uniformemente variável 7
Queda dos corpos 10
Movimento circular uniforme 12
Velocidade angular 13
Lançamento de um corpo 14
Força 16
Composição de forças 17
Condição de equilíbrio entre forças 20
Polígono de forças 22
Forças reativas 23
Baricentro das figuras planas 24
Resistência dos materiais 28
Força normal 29
Diagrama tensão-deformação - Lei de Hooke 31
Força cortante 32
Momento de força 33
Flambagem 35
Tensão de cisalhamento 39
Vínculos 39
Treliças 42
Flexão 43
Força cortante 47
Torção 49
Flexo-torção 52
Dinâmica 56
Trabalho 56
Potência 57
Rendimento 59
Força de atrito 60
Atrito no ângulo inclinado - ângulo de atrito 61
Coeficientes de atrito - tabela 61
Força necessária para elevar um corpo 65
Energia potencial e cinética 67
Atrito de rolamento 68
Rodas de fricção 70
Correias em V 70
Dimensionamento de engrenagens 73
Engrenagens cilíndricas 73
Rosca sem fim e coroa 79
Volantes 83
Molas 86
Função 89
Tabela de materiais 90
2
CINEMÁTICA
A cinemática tem por objetivo o estudo dos movimentos independentemente das causas que lhe dão
origem porém, relacionando-se com o tempo.
S - espaço percorrido
Unidades de velocidade
Sendo a velocidade o espaço percorrido numa unidade de tempo podemos avalia-la nas seguintes
unidades: m/s (metros por segundo) ou km/h (kilometros por hora)
No sistema internacional utiliza-se m/s
Exercícios
1 - Um corpo percorre em MRU 500m em 50s. Determinar a velocidade em m/s
S 500m
v= = = 10m / s
t 50s
3
4 - Um automóvel tem uma velocidade de 72 km/h com a qual faz um trajeto durante 1600 s. Determinar o
espaço percorrido em metros.
km / h 72
v= = = 20m / s
3,6 3,6
S = v t = 20 1600 = 32000m
5 -: Um automóvel percorre 36 km/h com uma velocidade de 144km/h. Determinar o tempo gasto em
segundos
𝑘𝑚/ℎ 144
𝑣= = = 40𝑚/𝑠
3,6 3,6
𝑆 = 36000𝑚
36000𝑚
𝑡= = 900𝑠
40𝑚/𝑠
6 - Um automóvel percorre um certo percurso com uma velocidade de 288km/h durante 530s. Calcular o
percurso em metros.
km / h 288
v= = = 80m / s
3,6 3,6
S = 80m / s 530s = 42400m
Traçado de um diagrama de velocidade onde o espaço percorrido por um móvel é função do tempo gasto
𝑺 = 𝒇(𝒕)
Função pode ser definida como uma relação entre dois conjuntos onde há uma relação entre cada um dos
seus elementos.
4
Equação genérica
𝑆 = 𝑆0 + 𝑣𝑡
O - Origem
S o - espaço inicial
S - espaço
Exercícios
1- Um corpo percorre um espaço inicial de 300m com uma velocidade de 20m/s durante 12s. Calcular o
espaço percorrido.
𝑆 = 𝑆 0 + 𝑣𝑡
20𝑚
𝑆 = 300𝑚 + ∗ 12𝑠
𝑠
𝑆 = 300 + 240 = 540𝑚
2 - Calcular a velocidade em m/s de um corpo em MRU sabendo-se que no início da contagem do tempo o
corpo dista 420m da origem e que sua posição no fim de 8s é 1480m
𝑆 = 𝑆 0 + 𝑣𝑡
1480𝑚 = 420𝑚 + 𝑣 ∗ 8𝑠
1480𝑚 − 420𝑚
𝑣= = 132,5𝑚/𝑠
8𝑠
3- Um automóvel percorre em MRU um espaço de 144km em 240 minutos. O corpo dista do início da
contagem do tempo 72km. Qual sua velocidade em m/s?
S = 144km = 144000m
t = 240 min = 14400s
S o = 72km = 72000m
S = So + v t
S − So
v=
t
144000 − 72000
v= = 5m / s
14400
4- Um corpo percorre um espaço inicial de 150m com uma velocidade de 72km/h e espaço total de
2,15km. Determinar o tempo em segundos.
𝑆 = 2,15𝑘𝑚 = 2150𝑚
72𝑘𝑚
72𝑘𝑚
𝑣= ∴ ℎ = 20𝑚/𝑠
ℎ 3,6
5
𝑆0 = 150𝑚
𝑆 − 𝑆0 2150𝑚 − 150𝑚
𝑣= = = 100𝑠
𝑡 20𝑚/𝑠
Traçado do diagrama
S=20+5t
6
Movimento retilíneo uniformemente variável (MRUV)
Chama-se movimento retilíneo uniformemente variável ( MRUV) quando a velocidade do corpo aumenta
quantidades iguais em tempos iguais. Este é o conceito de aceleração
Aceleração é a variação de velocidade por unidade de tempo.
Em MRUV, se a velocidade aumenta tempos iguais em quantidades iguais é claro que o aumento de
velocidade é sempre o mesmo.
Unidade de aceleração
Sendo a aceleração a variação da velocidade por unidade de tempo, as suas unidades são obtidas em
unidade de velocidade por unidade de tempo.
𝑚⁄
𝑠 𝑚 1 𝑚
∝= = ∗ = 2
𝑠 𝑠 𝑠 𝑠
Para MRUV é válida a seguinte equação que relaciona entre si a velocidade, a aceleração e o tempo
v = v0 + at
v = velocidade final
v0 = velocidade inicial
a = aceleração
t = tempo
Exercícios:
1 - Determinar a velocidade de um corpo em MRUV sabendo-se que a velocidade inicial é 10m/s e que
tem uma aceleração de 5m/s² com a qual percorre 10s.
𝑣 = 𝑣0 + 𝑎𝑡
10𝑚 5𝑚
𝑣= + 2 ∗ 10𝑠 = 60𝑚/𝑠
𝑠 𝑠
2 - Um corpo sai do repouso com uma aceleração de 3,5m/s² com a qual percorre 20s. Determinar sua
velocidade final.
𝑣 = 𝑣0 + 𝑎𝑡
0𝑚 3,5𝑚
𝑣= + 2 ∗ 20𝑠 = 70𝑚/𝑠
𝑠 𝑠
3 - Um móvel está animado de um MRUV cuja aceleração é de 10m/s². Calcular sua velocidade 15 s após
ter passado por um ponto A na qual sua velocidade inicial era de 15m/s. Traçar o gráfico e diagrama de
aceleração com o tempo variável
v0 = 15m/s
a = 10m/s²
t = 15 s
7
v = v0 + at
m m
m m v = 15 + 10 2 1s = 25m / s
v = 15 + 10 2 15s = 155m / s s s
s s
m m
m m v = 15 + 10 2 2s = 35m / s
v = 15 + 10 2 0s = 15m / s s s
s s
m m
m m v = 15 + 10 2 3s = 45m / s
v = 15 + 10 2 1s = 25m / s s s
s s
Exercícios:
1 - Um automóvel desloca-se com uma aceleração de 5m/s² durante 20s. Sua velocidade inicial é de
10m/s e o espaço inicial percorrido 60m. Qual o espaço total percorrido?
1 2
S = S o + v0 t + at
2
1
S = 60m + 10m / s 20s + 5m / s 2 20s 2
2
5m 400s ²
S = 60m + 200m + s²
2
2000m
S = 60m + 200m + = 1260m
2
8
Traçado do diagrama
S=(f)t
S=10+5t+5t²
2 - Duas esferas deslocam-se em sentidos opostos sobre um plano horizontal sendo: Uma com MRU com
dados S o =30m; v=10m/s. Outra com MRUV com dados:
9
Queda dos corpos
A queda dos corpos é um movimento retilíneo uniformemente variável porém, nas fórmulas utilizam-se
outras nomenclaturas.
S →h
S 0 → h0
a→g
g = aceleração da gravidade
Deve-se levar em conta que um corpo pode ser lançado no sentido ascendente ou descendente.
Para cada uma dessas situações, defini-se as seguintes fórmulas:
v = v0 − gt
v = v 0 + gt
1
h = v0 t − gt ² 1
2 h = v0 t + gt ²
2
Exercícios:
1 - Lança-se um corpo na vertical ascendente com uma velocidade inicial de 200m/s. Determinar depois
de 10 segundos a sua velocidade e a altura na qual se encontra o objeto. No local a aceleração da
gravidade é igual a 9,8m/s².
10
v = v 0 − gt
v = 200 − 9,8 10 = 102m / s
1
h = v 0 t − gt ²
2
1
h = 200 10 − 9,8 10²
2
v = 2000 − 490 = 1510m
2 - Um corpo é lançado na vertical descendente com velocidade inicial de 2m/s e atinge o solo após 40
segundos. A aceleração da gravidade no local é 9,8m/s². Determinar a velocidade com que atinge o solo e
a altura da qual foi lançado.
v = v 0 + gt
v = 2 + 9,8 40 = 394m / s
1
h = v 0 t + gt ²
2
1
h = 2 40 + 9,8 40²
2
v = 80 + 7840 = 7920m
3 - Um corpo é lançado do alto de um edifício com uma velocidade inicial de 1,05m/s e o tempo gasto para
atingir o solo é 0,85s. Determinar a velocidade com que o corpo atinge o solo e a altura do edifício.
v = v0 + gt
v = 1,05 + 9,8 0,85 = 9,38m / s
1
h = v 0 t + gt ²
2
1
h = 1,05 0,85 + 9,8 0,85²
2
v = 0,8925 + 3,54 = 4,43m
4 - Com que velocidade deve ser lançado um corpo na vertical debaixo para cima para atingir a altura de
245m. g=9,8m/s².
1
h = v0 t − gt ²
2
gt ²
v = v0 − gt h = v0 t − = v 0 t − 4,9t ²
2
v=0 v v ² v ² v ²
245 = v 0 0 − 4,9 0 245 = 0 − 0
v0 − gt = 0 v0 = gt v0 = 9,8t 9,8 9,8² 9,8 19,6
v0 v ²
t= 245 = 0 v 0 ² = 245 19,6
9,8 19,6
V0 = 4802 = 69,3m / s
11
5 - Dois corpos são lançados simultaneamente: Um do alto de um edifício de 180 m de altura em queda
livre. O outro é lançado do pé do mesmo edifício na vertical para cima com velocidade inicial de 60m/s.
Determinar graficamente o ponto de colisão dos mesmos.
Queda Lançamento
1 1
h = v0 t +gt ² h = v0 t − gt ²
2 2
v0 = 0 h = 5t ² h = 60t − 5t ² -
Frequência: é o numero de voltas realizadas pelo móvel em cada unidade de tempo. A letra n é indicada
1
como frequência e a relação é n =
T
12
Indicando-se a frequência em rotações por minuto (rpm) temos a seguinte fórmula fundamental para
cálculo da velocidade que neste caso é denominada tangencial, periférica ou linear.
2 R n
v= = m/s
60
v = velocidade − ( m / s )
R = raio − ( m)
n = rpm
= 3,1416
Dn
v=
60
Exercício
Determinar a velocidade tangencial ou periférica de uma engrenagem cujo raio é 180mm e que gera
400rpm
2 R n
v=
60
R = 180mm = 0,18m
2 0,18 400
v= = 7,53m / s
60
Velocidade angular
Define-se velocidade angular como sendo o ângulo descrito na unidade de tempo. É representado pela
letra grega
Sendo a velocidade tangencial dada em metros por segundo e o raio em metros obteremos a velocidade
angular em radianos por segundo- rad/s
v
= = rad / s
R
13
Exercício:
A roda de um trem gira a razão de 125 rpm e o seu diâmetro é 650mm. Determinar sua velocidade linear
ou tangencial e a velocidade angular.
Dn
v=
60
D = 650mm = 0,65m
0,65 125
v= = 4,25m / s
60
v 4,25
= = = 13,07rad / s
R 0,325
Dedução da fórmula
v0 y S = vt
sen =
v0 x = v 0 cos t
v0 x 1
cos = h = v0 t − gt ²
v0 2
v0 sen = v0 y y = v0 sen t −
1
g t²
v0 cos = v0 x 2
v0 ²
F= sen²
2g
v ²
A = 0 sen2
2g
sen2 = 2 sen cos
14
Exercício
Um corpo é lançado com uma velocidade inicial de 50m/s numa direção que faz com a horizontal um
ângulo de 30°. Determinar as coordenadas do corpo após 2 segundos, bem como a flecha e a amplitude.
Considerar aceleração da gravidade g=10m/s².
1
y = v0 sen30 t − gt ²
x = v 0 x cos 30 t 2
x = 50m / s 0,866 2 s 10m / s ² 2² s ²
y = 50m / s 0,5 2 s −
x = 86,6m 2
y = 50m − 20m = 30m
v0 ² v0 ²
F= sen² A= sen 2
2g g
50m / s ² 50m / s ²
F= 0,5² A= 0,866
2 10m / s ² 10m / s ²
2500m 2500m
F= 0,25 = 31,25m A= 0,866 = 216,5m
20 10
Deve-se notar que variando-se o ângulo de tiro teremos variações na amplitude e na flecha. Conclui-se daí
que deverá existir, evidentemente, um ângulo de tiro ideal que formará a máxima amplitude. Demonstra-se
que este é o ângulo de 45°. Concluímos a seguir que todo ângulo de tiro inferior ou superior a 45° nos
fornecerá uma amplitude menor do que a amplitude máxima aos 45°. Finalmente concluímos que dois
ângulos de tiro que nos forneça 90° quando somados obteremos de cada um amplitudes iguais porém com
flechas diferentes.
Há uma linha geométrica que envolve todas as trajetórias e que tem o nome de parábola de segurança.
Esta parábola é a linha limítrofe abaixo da qual todos os pontos podem ser atingidos, variando-se o ângulo
de tiro. Acima desse ângulo nenhum ponto será atingido mantendo-se a mesma velocidade inicial.
15
DINÂMICA
Força
Chama-se força a tudo que é capaz de modificar o movimento ou repouso de um corpo ou provocar uma
deformação no mesmo.
Unidades para as forças:
d - dina (sistema CGS)
N - Newton (sistema internacional)
Kgf - quilograma força (sistema técnico)
No sistema internacional, que utiliza as unidades kg (kilograma), m (metros) e s (segundos), para levantar
um peso de massa 1kg na superfície da Terra será necessário uma força de 9,8N para poder vencer a
ação da gravidade que em geral é de 9,8m/s².
O sistema técnico só considera a superfície da terra como área de atuação e então para levantar um peso
de massa 1kg se conveniou que a força necessária será de 1kgf.
Relação entre as forças
kgf = 9,8N = 980000d
Características da força:
1 - Intensidade.
2 - Direção
3- Sentido
4- Ponto de aplicação
16
Composição de forças
Compor forças significa determinar uma única força chamada resultante.
Processo gráfico
Método do paralelogramo
R= Força resultante
F1 e F2 = Forças
Método do polígono
O comprimento dos segmentos representam a intensidade das forças e devem ter dimensões
proporcionais no mesmo gráfico.
Processo analítico
No processo analítico, sendo dadas duas forças determina-se a intensidade e a direção da força resultante
pela trigonometria.
17
Determina-se pela
Lei dos cossenos:
R = F1 ² + F2 ² + 2 F1 F2 cos
Exercícios:
1 - Duas pessoas deslocam um corpo sobre uma superfície horizontal, exercendo forças através de cordas
horizontais. Uma pessoa puxa para o lado direito com 16kgf e a outra para cima com uma força de 12kgf.
Que valor teria uma força única que aplicada ao bloco produzisse o mesmo efeito dessas duas forças em
conjunto? Em que direção desloca o corpo?
Processo gráfico
Processo analítico
Direção
F2 12
tg = = = 0,75
F1 16
= 36
R F
= 2
sen sen
20 12 12
= sen = sen = 0,6 = 36
1 sen 20
Força resultante
R = F1 ² + F2 ² + 2 F1 F2 cos
R = 16² + 12² + 2 16 12 cos 90
R = 256 + 144 + 0 = 20kgf
18
Decomposição em duas forças
Sendo dada uma força é sempre possível decompo-la em duas direções desde que sejam dados os
ângulos adjacentes.
Processo gráfico
Processo analítico
R F F2
= 1 =
sen sen sen
Rsen
F1 =
sen
Rsen
F2 =
sen
Exercício
Determinar analiticamente F1 e F2 sendo dados
R= 10kgf
= 90°
Rsen
F1 =
sen
10 sen60 10 0,866
F1 = = = 8,66kgf
sen90 1
Rsen 10 sen(90 − 60) 10 0,5
F2 = = = = 5kgf
sen 1 1
19
Condição de equilíbrio de um corpo
A condição necessária e suficiente para que um corpo esteja em equilíbrio é que sejam nulas as
componentes segundo dois eixos ortogonais.
Exercícios:
1 - Dizer em que sentido se desloca o corpo abaixo sob a aplicação de 4 forças esquematizadas no
desenho abaixo
Dados:
F1 = 100kgf
F2 = 40kgf
F3 = 20kgf
F4 = 30kgf
Conclusão: A força resultante na direção horizontal tem sentido para a direita com intensidade de 25,98kgf
2 - Um peso de 50kgf está preso ao meio de uma corda inicialmente horizontal, cujas extremidades
prendem-se a duas paredes afastadas 15 m entre si. Sov ação do peso mencionado, a corda cede 2 m em
seu ponto médio. Determinar as tensões nos dois ramos da corda. Se a corda aguentasse somente 70 kgf
seria possível o equilíbrio?
20
Condição de equilíbrio
Fh = 0
Fv = 0
Fh− F 1 cos + F2 cos = 0
F2 cos = F1 cos F1 = F2
FvF sen + F sen − 50 = 0
2 1
2 F1 sen = 50
Aplicando _ teorema _ de _ Pitagoras
2 2
sen = = = 0,26
2² + 7,5² 7,7
sen = 0,26
2 F1 0,26 = 50
50
F = = 96kgf
0,52
Resposta: Se a corda aguentasse somente 70kgf iria se romper antes de chegar a posição final.
3 - O pequeno anel B sustenta uma carga vertical P e é suportado por dois fios AB e BC, distendido este
ultimo em sua extremidade livre pelo peso Q = 5 kgf. Determinar a carga P e a força de tração F no fio AB,
estando o sistema em equilíbrio.
21
Polígono de forças
É o polígono formado pelos vetores representativos quando tomados numa certa ordem
Polígono funicular
É a linha obtida pelos segmentos obtidos através do polígono de forças
22
Traçar o polígono e achar a força resultante na seguinte viga
Força F1 = 2,5kgf
Força F2 = 3,5kgf
Escala: 1kgf = 1 cm
Forças reativas
A aplicação mais importante do polígono funicular é a determinação das forças reativas na estrutura,
quando na aplicação de cargas verticais.
23
Exemplo
24
No caso de figuras planas que podem ser decompostas em figuras simples pode-se aplicar a seguinte
regra:
1 - Acha-se o centro de gravidade da figura pelo processo gráfico.
2 - Repete-se o mesmo processo para figura decomposta. Liga-se a seguir os baricentros. O centro da
figura estará na linha que as une.
3 - A distância do centro de gravidade do conjunto será inversamente proporcional as áreas.
Exemplos:
Área figura A = 3600mm²
Área figura B = 7200mm²
Proporção B/A = 2
25
Área figura A = 12800mm²
Área figura B = 9600mm²
Proporção B/A= 3/4
Para determinar o centro de gravidade de figuras complexas que podem ser decompostas em figuras
simples, utiliza-se o polígono funicular, dividindo-se a figura de tal forma que as áreas sejam proporcionais
as forças.
Para determinar o baricentro no plano vertical
Para determinar o centro de gravidade no plano horizontal repete-se o procedimento acima girando a
figura 90°.
26
Determinação do baricentro pelo método analítico
xG =
xi Si
Si
yG =
yi Si
Si
x1 S1 + x 2 S 2
xG =
S1 + S 2
2 24 + 5 20
xG = = 3,36cm
24 + 20
y S + y2 S 2
yG = 1 1
S1 + S 2
5 24 + 20 1
yG = = 3,17cm
24 + 20
x1 S1 + x2 S 2 + x3 S 3
xG =
S1 + S 2 + S 3
3 18 + 3 36 + 7 56
xG =
18 + 36 + 56
xG = 5,03cm
y S + y 2 S 2 + y3 S 3
yG = 1 1
S1 + S 2 + S 3
18 12 + 36 7 + 56 2
yG =
18 + 36 + 56
yG = 5,27cm
27
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Classificação dos esforços
Externos
- Ativos
- Reativos
Internos
- Tração ou compressão - tensão normal
- Força cortante - tensão de cisalhamento
- Momento fletor
- Momento de torção
Coeficiente de segurança
É por definição o quociente de tensão admissível. Depende do tipo de solicitação e do material. É dado
pela fórmula:
rup
=
adm
= Coeficiente de segurança
𝜎𝑟𝑢𝑝 = Tensão de ruptura
𝜎𝑎𝑑𝑚 = Tensão admissível
Tensão normal
É o quociente do esforço solicitante de tração ou compressão dividido pela área da secção transversal
𝑁
𝜎= ≤ 𝜎𝑎𝑑𝑚
𝑆
𝜎𝑎𝑑𝑚 = tensão admissível
N = força normal
S = área da secção transversal
28
Força normal
A força normal é positiva quando for de tração e, negativa quando for de compressão
Exercícios
1 - Qual deve ser o diâmetro de uma barra cilíndrica tracionada com 1570kgf sabendo-se que
𝜎𝑎𝑑𝑚 =500kg/cm²
𝑁 𝑁 1570𝑘𝑔𝑓
𝜎𝑎𝑑𝑚 = → 𝑆N= =
N 1570kgf = 3,14𝑐𝑚²
𝑆 = S = 500𝑘𝑔/𝑐𝑚²
𝜎𝑎𝑑𝑚 = = 3,14cm ²
S 500kg / cm ²
S 3,14
S = r² r² = = =1
3,14
r² = 1 r = 1
d = 2 r = 2cm
2 - Calcular o diâmetro de um parafuso que funciona como prensa, sabendo-se que a força de
compressão necessária é 4500kgf e que o material do parafuso é aço ABNT 1030 com tensão admissível
𝜎𝑎𝑑𝑚 = 650kg/cm²
N é a tensão normal ou esforço solicitante=4500kgf
N
=
S
N 4500kgf
S = = = 6,70cm ²
650kg / cm ²
S = r²
S 6,70
r² = = = 2,13 r = 2,13
3,14
r = 1,46cm
d = 2r = 2 1,46 = 2,92cm
29
3 - Determinar a área que devem ter as barras A, B e C sabendo-se que
𝜎𝑎𝑑𝑚 = 1200kg/cm²
Barra A
𝑁 𝑁 1800𝑘𝑔𝑓
𝜎𝑎𝑑𝑚 = →𝑆= = = 1,5𝑐𝑚²
𝑆 𝜎𝑎𝑑𝑚 1200𝑘𝑔/𝑐𝑚²
Barras B e C
̅
𝑁 1800 1800 ∗ 2
𝑁2 = = = = 1273𝑘𝑔𝑓
2 ∗ 𝐶𝑜𝑠45° 2 ∗ √2 2√2
2
𝑁 1273𝑘𝑔𝑓
𝑆= = = 1,06𝑐𝑚²
𝜎𝑎𝑑𝑚 1200𝑘𝑔/𝑐𝑚²
30
Diagrama tensão-deformação. Lei de Hooke
Tensão normal é o esforço solicitante interno situado num plano perpendicular a secção transversal.
Existem dois tipos de tensão normal: Força de tração e força de compressão.
Deformação
Um corpo sofre deformação quando forem aplicadas sobre o mesmo as forças de tração ou compressão.
Calcula-se a deformação pela fórmula
= deformação
l
= l = Variação do comprimento
l
l = comprimento original
Lei de Hooke
A tensão é proporcional a deformação
E=
E= módulo de elasticidade
31
Exercícios
1 - Uma barra de 3m de comprimento tem secção transversal retangular 3cm por 1cm. Determinar o
alongamento produzido pela força de tração de 6kgf sabendo-se que o valor do módulo de elasticidade
E=2000t/cm²
Unificando as unidades em cm e kg: 3m = 300cm
2000t/cm = 2000000kgf/cm
N
=
S
N l
= E = E
S l
l
= N l 6 300
l l = =
E S 2000000 3
E= l = 0,0003cm
2 - Calcular o alongamento de uma barra circular tracionada pelas forças N conforme figura abaixo. N= 9t.
Área transversal 10m². Comprimento da barra 400m. E=2100t/cm²
N l
= E
S l
N l 9000 400
l = =
E S 210000010
l = 0,171m
3 - Calcular a área de uma barra com 3m de comprimento submetida a tração de 7 ton para que sofra um
alongamento máximo de 1 cm . E=2100t/cm²
= E
l N l
= S=
l l E
N l 7000 300
= E S= = 10cm ²
S l 0,1 2100000
Força cortante
É a componente situada no plano da secção transversal e resultante das forças ativas e reativas. Tem
como símbolo a letra Q
32
A força cortante acima é positiva em virtude de se encontrar no sentido horário.
Diagrama da força cortante
Quando a força for aplicada no sentido anti horário, o sinal será negativo
33
Traçar o diagrama da força normal, força cortante e força de torção da seguinte estrutura. P = 10kgf
Força normal
Força cortante
34
Flambagem
Chama-se flambagem ao fenômeno que os materiais possuem ao serem comprimidos no sentido
longitudinal (axial) com esforço solicitante inferior a tensão admissível. Deve-se pesquisar a flambagem
sempre que as barras forem compridas.
O fenômeno de flambagem ocorre quando a carga não está concentrada no centro de gravidade da barra.
Tensão de flambagem
𝜋2 ∗ 𝐸 𝜋 ∗ 𝑑4
𝜎𝑓𝑙 = 𝐼= 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑠𝑒𝑐çã𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟
𝜆² 64
𝐿𝑓
𝜆= 𝐵 ∗ 𝐴³
𝑖
𝐼= 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑠𝑒𝑐çã𝑜 𝑟𝑒𝑡𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟
𝐼 12
𝑖=√
𝑆
E = módulo de elasticidade
𝜋∗ 𝑑4 = índice de esbeltez
𝑑² 𝑑
𝑖 = √ 64 = √ = Lf = comprimento teórico de flambagem
𝜋 ∗ 𝑑² 16 4
i = raio de giração
4
I = momento de inércia da secção
S = área da secção
35
Para que não haja flambagem devemos ter
𝜎𝑓
≤ 𝜎𝑎𝑑𝑚
𝜂
= coeficiente de segurança
𝜎𝑎𝑑𝑚 = tensão admissível
Valores de Lf
Lf = 2L Lf = L Lf = 0,7L Lf = 0,5L
Material E (kg/cm²) f
Aço ABNT 2,1 x 106 100 2050
1010/1020
Aço ABNT 1040 2,1 x 106 93 2400
Ferro fundido 1 x 106 80 1540
Se os valores de forem menores do que os da tabela acima deve-se usar a fórmula de Tetmajer
36
1MPa x 10 = kgf/cm²
Curva de flambagem para a liga de alumínio 6063 (temperas T5 e T6) –kN/cm²
1kN/cm² = 98kgf/cm²
Se os valores de forem maiores do que os da tabela acima deve-se usar a fórmula de Euler
𝜋2 ∗ 𝐸
𝜎𝑓 =
𝜆²
Exercícios
1 - Calcular a tensão de flambagem de um aço ABNT 1040 sendo o índice de esbeltez = 110
𝜋 2 ∗ 𝐸 𝜋 2 ∗ 2100000 𝜋 2 ∗ 2100000
𝜎𝑓 = = = = 1711,23𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
𝜆² 110² 12100
37
2 - Calcular a carga de flambagem de uma barra com as extremidades engastadas com diâmetro 2cm e
comprimento 6m. Determinar também o índice de esbeltez e a tensão de flambagem.
𝜋2 ∗ 𝐸 ∗ 𝑆 𝜋2 ∗ 𝐸 ∗ 𝑆 𝜋2 ∗ 𝐸 ∗ 𝐽
𝑃𝑓𝑙 = = =
𝐿𝑓² 𝐿𝑓² 𝐿𝑓²
𝑖 𝐼
𝑆
𝐿𝑓 = 0,5 ∗ 𝐿 = 0,5 ∗ 6 = 3𝑚 → 300𝑐𝑚
𝜋 ∗ 𝑑4 3,14 ∗ 24 50,24
𝐼= = = = 0,785𝑐𝑚
64 64 64
𝜋 2 ∗ 𝐸 ∗ 𝐼 3,142 ∗ 2100000 ∗ 0,785
𝑃𝑓𝑙 = = = 181𝑘𝑔𝑓
𝐿𝑓² 300²
A força peso máxima que se pode colocar sobre a barra sem que a mesma se encurve é 181kgf
𝜋 ∗ 𝑑4
𝑑² 𝑑 2
𝑖 = √ 64 = √ = = = 0,5𝑐𝑚
𝜋 ∗ 𝑑² 16 4 4
4
𝐿𝑓 300𝑐𝑚
𝜆= = = 150
𝑖 0,5𝑐𝑚
𝑃𝑓𝑙 181𝑘𝑔𝑓
𝜎𝑓𝑙 = = = 58𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
𝜋 ∗ 𝑑² 3,14 ∗ 1²
3 - Calcular a tensão de flambagem de uma barra com secção retangular 2,5 x 4,0cm
sabendo-se que a carga de flambagem é devida a um corpo com massa 200kg.
𝜋2 ∗ 𝐸
𝜎𝑓𝑙 =
𝜆²
𝑃𝑓𝑙 200𝑘𝑔𝑓
𝜎𝑓 = = = 20𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
𝑆 2,5𝑐𝑚 ∗ 4𝑐𝑚
𝐵 ∗ 𝐴3 25 ∗ 203 𝐼 16666𝑐𝑚 4
𝐼= = = 16666𝑐𝑚 4 𝑖=√ =√ = √33,3𝑐𝑚² = 5,8𝑐𝑚
12 12 𝑆 500𝑐𝑚 2
𝑆 = 20𝑐𝑚 ∗ 25𝑐𝑚 = 500𝑐𝑚² 𝐿 800𝑐𝑚
𝜆= = = 137
𝑖 5,8𝑐𝑚
38
Tensão de cisalhamento
É a tensão gerada por forças aplicadas em sentidos opostos ou em sentidos com direções semelhantes
porém com diferentes valores. É representada pela letra
A fórmula de cálculo é o quociente da força pela secção transversal da peça submetida ao esforço de
tensão.
F
=
S
Exercícios
1 - Calcular na figura acima qual a tensão de cisalhamento do pino sabendo-se que tem área de 10cm² e
que a força é igual a 5000kgf.
F 5000kgf
= = = 500kg / cm ²
S 10cm ²
2 - Calcular qual deve ser o diâmetro do pino sabendo-se que a força de tração é de 1256kgf e a tensão
de cisalhamento 400kg/cm²
𝐹 𝑆 3,14𝑐𝑚²
𝜏= 𝑅2 = =
𝑆 𝜋 3,14
𝐹 1256𝑘𝑔𝑓
𝑆= = = 3,14𝑐𝑚² √
𝑅 = 1𝑐𝑚² = 1𝑐𝑚
𝜏 400𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² 𝐷 = 2 ∗ 𝑅 = 2𝑐𝑚
Vínculos
Vínculo é todo dispositivo capaz de colocar uma estrutura em equilíbrio ou seja, são orgãos limitadores de
movimento.
Vínculo articulado fixo: Neste dispositivo a resultante das forças deve passar pelo apoio e tem uma direção
qualquer que pode ser decomposta em duas direções.
39
Vínculo articulado móvel: Limita o movimento somente no sentido vertical.
Engastamentos: Existem três reações de apoio, sendo uma horizontal, outra vertical e a terceira em
movimento
Condição de equilíbrio: Uma estrutura estará em equilíbrio quando a soma dos momentos, forças verticais
e forças horizontais forem nulas separadamente.
∑ 𝑉̅ = 0
̅=0
∑𝐻
̅=0
∑𝑀
Exercícios
1 - Calcular as reações da estrutura a seguir
40
RA + RB − V1 = 0
RA + RB = V1
H = 0
H 1 = 10 cos 30 = 10 0,866 = 8,66kgf RA + RB = 5kgf
RA 5 − V 2 = 0 RA 5 = V 2
V = 0 10
V1 = 10 sen30 = 10 0,5 = 5kgf RA = = 2kgf
5
H − H1 = 0 H = 0
RA + RB = 5
2 + RB = 5
RB = 5 − 2 = 3kg
RA + RB = V1 + 50
H = 0
H 1 = 100 cos 45 = 100 0,707 = 70,7kgf RA + RB = 70,7 + 50 = 120,7 kgf
RA 5 − 50 3 − 70,7 1,5 = 0
V = 0 RA 5 = 150 + 106,05
V1 = 100 sen45 = 100 0,707 = 70,7kgf
256,05
RA = = 51,2kgf
5
RA + RB = 120,7 RB = 120,7 − RA
RB = 120,7 − 51,2 = 69,5kgf
RB = 5 − 2 = 3kgf
Tipos de carregamento
1 - Carga concentrada: Neste caso o esforço aplicado na estrutura está localizado num ponto fixo.
41
2 - Carga distribuída: Neste caso a carga pode ter uma distribuição uniforme ou segundo outras leis
Exercícios:
1- Determinar as reações de apoio
RA 6 − 2000 4 − 10001 = 0
RA + RB = 3000kg
RA 6 = 8000 + 1000
RB = 3000 − RA
9000
RA = = 1500kg RB = 3000 − 1500 = 1500kg
6
Treliças
Chama-se treliça a estrutura formada com barras articuladas nas extremidades através dos nós. O esforço
é aplicado no plano da estrutura e as barras podem sofrer tração ou compressão.
42
Processo analítico
Se na solução analítica resultar uma força negativa significa que, no caso da reação, o esforço admitido é
oposto ao real e, na barra da treliça significa que sofre esforço de compressão.
Processo gráfico
O processo gráfico tem a vantagem de ser rápido e pode ser usado para um conjunto de problemas
diferentes
Determinação dos esforços nas barras de treliças pelo método de Maxwell-Cremona.
Quando a barra sofre compressão deve-se verificar a flambagem e a tensão em cada barra deve ser
menor do que a tensão admissível.
RA = RB = 2t
Escala :10mm = 1t
Valores das forças exercidas em cada uma das barras
1, 3, 4, 5, 7 - 2309kg
2 e 6 - 1155kg
43
Flexão
Qualquer barra sujeita a esforços externos tende a se deformar acarretando nas diversas secções os
momentos.
O momento fletor é calculado a partir das condições de equilíbrio
Momento fletor a distância x do apoio A
M = RAx − P1 (x − a ) − P2 (x − b )
Viga
Chama-se viga a estrutura plana com o eixo plano e a carga aplicada neste plano.
44
pelo gráfico
Observação: O gráfico M = f(x) é chamado diagrama dos momentos fletores; a abscissa x representa a
secção e as ordenadas y o valor correspondente do momento fletor.
Exercícios
1 - Determinar o diagrama dos momentos fletores M
45
2 - Traçar o diagrama do momento fletor. 1kN = 1000N = 102kgf
RA 5 − 1000 2 = 0 RA + RB = 1000kg
RA 5 = 2000 RB = 1000 − RA
2000 RB = 1000 − 400 = 600kgf
RA = = 400kgf
5
M = RA 3m M = RB 2m
M = 400 3 M = 600 2
M = 1200kgfm M = 1200kgfm
46
4 - Traçar o diagrama do momento fletor
x
M = Px
2
P x²
M =
2
500 2²
M max = = 1000kgf
2
47
RB = RA = 5000kgf
Px ²
Mf max = RAx −
2
2000 2,5²
Mf max = 5000 2,5 − = 6250kgfm
2
Força cortante
Chama-se força cortante de uma estrutura a soma algébrica das componentes verticais das forças
situadas num dos lados da secção.
48
Calcular os valores das forças de reação e traçar os diagramas das forças cortantes e momento fletor
𝑅𝑎 ∗ 6 − 300 ∗ 4 − 500 ∗ 2 = 0
𝑅𝑎 ∗ 6 = 1200 + 1000
2200
𝑅𝑎 = = 366𝑘𝑔𝑓
6
𝑅𝑎 + 𝑅𝑏 = 800
𝑅𝑏 = 800 − 𝑅𝑎
𝑅𝑏 = 800 − 366 = 434𝑘𝑔𝑓
Torção
No fenômeno de torção verifica-se um deslocamento angular entre duas secções da mesma peça devido
ao efeito do binário.
49
Sem a aplicação do momento de torção Mt tem-se o segmento AB e com aplicação de Mt o material se
deforma tomando a posição AB¹
O momento de torção aumenta do centro para a periferia
Fórmulas
71620 N d
Mt = = kgfcm Mt = Ft
n 2
=
G d4
Mt y J= para _ eixos _ maciços
= 32
J d³
Mt L W= para _ eixos _ maciços
= = rad 16
J G
O acoplamento na figura a seguir é utilizado para unir as extremidades de dois eixos perfeitamente
alinhados. O movimento de rotação é transmitido de uma metade do acoplamento para a outra metade ou
seja, de um eixo para outro, através de pinos de aço que são submetidos a tensão de cisalhamento
Exemplo de aplicação
Na figura acima os eixos transmitem 65CV com 250 rpm. O centro dos pinos estão afastados do centro
dos eixos 120mm. São 8 pinos e o diâmetro de cada um é 19mm. Qual a tensão de cisalhamento a que é
submetido cada pino?
50
71620 N 71620 65
Mt = = = 18600kgfcm
n 250
Mt = Ft R
Mt 18600kgfcm
Ft = = = 1550kgf
R 12cm
d ² 1,9²
S= = = 2,83cm ²
4 4
Ft 1550
= = = 68,4kgf / cm ²
S 2,83 8
S = área da secção do pino
A tensão admissível do material dos pinos tem que ser superior a tensão de cisalhamento.
Exercícios
1 - Um eixo de secção circular diâmetro 45mm está submetido à um torque de 10000kgfcm. Calcular a
tensão máxima de cisalhamento
d³
3,14 4,5³
W = = = 17,8cm ³
16 16
Mt 10000kgfcm
= = = 562kgf / cm ²
W 17,8cm ³
2 - Um eixo maciço de secção circular constante com 5cm de diâmetro e 3 m de comprimento. No ponto
médio do eixo há uma polia ligada a uma correia que transmite 65CV. Esta potência é empregada para
mover duas maquinas; uma na extremidade esquerda que absorve 25CV e outra na extremidade direita
que absorve 40CV. Determinar a tensão máxima de cisalhamento, assim como os ângulos 1 e
A velocidade de rotação é 200rpm e o material é de aço com G=0,84 x 10 6 kg/cm²
Os valores dos ângulos de torção são válidos se houver o acionamento individual de cada maquina mas,
caso haja o acionamento ao mesmo tempo das duas maquinas, as duas polias oferecem uma resistência
a torção no mesmo sentido e então os momentos de torção de ambas as polias devem ser somados e
portanto os ângulos de torção também serão somados para se chegar ao ângulo de torção total
51
=
(Mt1 + Mt 2 ) L = (14324 + 8952,5) 15
J G 61,3 0,84 106
= 0,00678rad
180
0,00678rad = 0,39
3 - Calcular a altura h da viga e o diagrama da força cortante e momento fletor
b h³
J =
12
= 600kg / cm ²
Px ² 500 3²
Mf1 = = = 2250kgfm
2 2
Mf 2 = 3000 3 = 9000kgfm
M max = 9000 + 2250 = 11250kgfm
J M max = 1125000kgfcm
W =
h M max
=
2 W
bh³ 2 1125000
W = 600 =
12 h 3 h²
bh² 11250
W = h² = = 3750cm ²
6 3
h 61,5cm
5 - Dimensionar o diâmetro do eixo da estrutura a seguir, considerando somente o efeito de flexão. Aço
ABNT 1040 laminado a quente. admissível = 750kg/cm²
52
Momento fletor máximo=16290kgfcm
RA 70 − 700 30 − 500 50 𝑀𝑓 𝜋 ∗ 𝑑³
𝜎𝑎𝑑𝑚 = →𝑊=
RA 70 = 46000 𝑊 32
46000
RA = = 657kgf Mf d³
70 = W =
W 32
RA + RB = 1200kgf
16290 16290 32 16290 32
RB = 543kgf 750 = 750 = d³ =
3,14 d ³ 3,14 d ³ 750 3,14
Mf1 = 657 20 = 13140kgfcm 32
Mf 2 = 543 40 = 16290kgfcm d ³ = 221 d = 221 = 6,04cm
RB = 800 − 366 = 434kgf
Flexo-torção
Quando existir flexão e torção deve-se dimensionar a viga ou barra circular
pelo momento ideal Mi que considera as duas solicitações.
Mi = 0,35Mf + 0,65 Mf ² + Mt ²
53
Força resultante F definida pelo processo gráfico: 1mm = 10kgf
1802,8
RA = = 901,4kgf
2
Mf = RA 9cm = 901,4 9cm
Mf = 8112,6kgfcm
Mi = 0,35Mf + 0,65 Mf ² + Mt ²
Mi = 0,35 8112,6 + 0,65 8112,6² + 6250²
Mi = 2839,41 + 0,65 10241
Mi = 9496kgf .cm
Determinação do
diâmetro do eixo de acordo com as características do material
Fórmula para eixos maciços
3 𝑀𝑖 ∗ 32 3 9496 ∗ 32
𝑑=√ =√ = 5,05𝑐𝑚
𝜋 ∗ 𝜎𝑎𝑑𝑚 3,14 ∗ 750
rupt 3300 3700 3900 4300 4800 5300 5300 6000 6300 7000
esc 1800 3100 2100 3600 2600 4500 2900 5000 5500 5900
Along.* 2800 2000 2500 1500 2000 1200 1800 1200 1500 1000
Solicit. Tensões admissíveis em kg/cm²
1 800 1000 1000 1400 1350 1550 1500 2100 2000 2200
Traç 2 500 650 650 900 850 1000 950 1350 1250 1450
ão 3 350 450 450 650 600 750 700 900 800 1000
Com 1 800 1000 1000 1400 1350 1550 1500 2100 2000 2200
press 2 500 650 650 900 850 1000 950 1350 1250 1450
3 350 450 450 650 600 750 700 900 800 1000
1 850 1100 1100 1500 1450 1700 1650 2300 2200 2400
Flex 2 550 700 700 1000 950 1100 1050 1500 1400 1600
ão 3 400 500 500 700 650 800 750 1050 950 1150
1 500 650 650 850 800 1000 950 1250 1150 1350
Torç 2 300 400 400 550 500 650 600 800 700 900
ão 3 200 300 300 400 350 500 450 600 500 700
55
DINÂMICA
Força
Chama-se força a tudo que é capaz de modificar o movimento ou repouso de um corpo ou provocar uma
deformação no mesmo.
Unidades para as forças:
d - dina (sistema CGS)
N - Newton (sistema internacional)
Kgf - quilograma força (sistema técnico)
No sistema internacional, que utiliza as unidades kg (kilograma), m (metros) e s (segundos), para levantar
um peso de massa 1kg na superfície da Terra será necessário uma força de 9,8N para poder vencer a
ação da gravidade que em geral é de 9,8m/s².
F = 1kg 9,8m / s² = 9,8N
O sistema técnico considera somente a superfície da terra como área de atuação e então, para levantar
um peso de massa 1kg se convencionou que a força necessária será de 1kgf.
Relação entre as forças
kgf = 9,8N = 980000d
Trabalho
Chama-se trabalho ao produto da força pelo deslocamento e o ângulo formado entre a direção da força e
deslocamento.
= S F cos
Unidades de trabalho
Sistema internacional (antigo MKS Giorgi): Joule = Nm
Sistema técnico: kgf.m
kgf.m= 9,8J
No sistema técnico uma força de 1kgf deslocando seu ponto de aplicação 1m na direção da força. O
trabalho realizado será
= F S = 1kgf 1m = 1kgf m
Uma força de 8N desloca seu ponto de aplicação 4m na direção da força. O trabalho realizado será
= F S = 8N 4m = 32J
56
Potência
É o trabalho realizado numa unidade de tempo
F S
P= = = F v
t t
A força não considera o ângulo de direção
Unidades de potência
Sistema internacional: W (Watts) = J/s = N.m/s
Sistema técnico: CV (cavalo vapor) = 75kgf.m/s
HP (Horse Power) = 76kgf.m/s
Fórmulas utilizadas
Sistema internacional Sistema técnico
F .v
P = F v =W P= = CV
75
F v F – força em kgf
P= = kW
1000 v – velocidade em m/s
F – força em N
v – velocidade em m/s
Comparando:
- 1W é a potência necessária para deslocar um corpo de massa 1kg a 1m/s² e como na superfície da
Terra a aceleração da gravidade é 9,8 m/s² então há necessidade de 9,8 W para elevar esse mesmo peso
a altura de 1 m no tempo de 1 segundo.
- 1 CV é a potência necessária para elevar um corpo de massa 75 kg a altura de 1 m no tempo de 1
segundo.
- Na superfície da Terra para elevar um corpo de massa 75 kg à altura de 1 metro no tempo de 1 segundo
é necessário uma potência de 75kg x 9,8m/s² = 735 W
Então:
1 CV = 735 W
1 CV = 0,735 kW
1kW = 1,36 CV
Exercícios
1 - Calcular a potência de um motor que produz o trabalho de 735kj em 10 segundos
735kJ
P= = 73,5kj / s = 73,5kW
10s
73,5kW = 73500W = 100CV
57
2 - Calcular a potência de um motor que deve elevar um peso de massa 100kg a altura de 60m no tempo
de 30 segundos. Aceleração da gravidade g = 9,8m/s²
3 - Uma bomba deve tirar água de um poço a razão de 7,5 litros por segundo. Sendo a profundidade do
poço 10m calcular a potência teórica do motor que aciona a bomba hidráulica.
No sistema técnico
1l = 1kgf
7,5l = 7,5kgf
F v 7,5kgf 10m / s
P= = = 1,0CV
75 75
4 - Qual a potência em CV e Watts de uma queda de água de vazão 120m³ por minuto sendo a altura da
queda 10m?
No sistema técnico
1m ³ = 1000litros = 1000kgf
120m ³ / min = 2m ³ / s
h = 10m v = 10m / s
F v 2000 10
P= = = 266CV
75 75
No sistema internacional
1m ³ = 1000litros = 1000kg
120m ³ / min = 2m ³ / s
2000kg 9,8m / s ² = 19600N
h = 10m v = 10m / s
P = 19600N 10m / s = 196000W = 196kW
58
Rendimento
Chama-se rendimento ao quociente do trabalho útil dividido pelo trabalho total.
𝜏𝑢
𝜂=
𝜏𝑡
Um motor elétrico não converte toda sua energia elétrica em trabalho útil quando movimenta uma maquina
qualquer. Parte da energia é perdida em atritos internos nos mancais e principalmente aquecimento das
bobinas.
Conforme catálogo do fabricante, o rendimento de um motor trifásico de 1,5kW é aproximadamente 78%
em relação ao consumo elétrico o que significa que perdeu 22% da energia consumida.
Um motor de 2,0CV acionando o eixo de entrada de um redutor de velocidade com engrenagens
helicoidais, com um rendimento de 92%, transmite no eixo de saída uma potência de 2,0*0,92=1,84CV
59
Força de atrito
Sempre que houver o movimento de um corpo, provocado por uma força qualquer, haverá uma força de
atrito em sentido contrário ao movimento do corpo. Então a força de atrito se opõe ao movimento.
Peso
Fatr = N
N = força normal
= coeficiente de atrito
Coeficiente de atrito
É adimensional e por definição o quociente da força de atrito pelo componente normal da força.
Fatr
=
N
Coeficiente de atrito estático. Atua quando o corpo está na iminência de iniciar o movimento.
Coeficiente de atrito dinâmico. Atua quando o corpo já está em movimento e há deslizamento entre os
corpos.
O coeficiente de atrito varia de acordo com as superfícies em contato
60
Atrito no plano inclinado
Ângulo de atrito
O coeficiente de atrito estático entre dois materiais pode ser determinado pelo ângulo de atrito da seguinte
forma:
Coloca-se um bloco sobre uma superfície plana feitos com os materiais a serem pesquisados como
representado na figura acima. Aumentado-se lentamente a inclinação chegará um momento em que o
bloco estará na iminência de movimento rampa abaixo. Nesse exato momento, o ângulo será o valor do
ângulo de atrito estático.
A força de atrito será
Fatr = P cos
Fatr = N e
Fatr = P cos e
e P cos = P sen
sen
e =
cos
COEFICIENTES DE ATRITO
Atrito em repouso Atrito em movimento
Materiais em contato A seco Lubrific Com A seco Lubrifi Com
ado água cado água
Aço / aço 0,15 0,10 - 0,12 0,08 -
Aço/bronze 0,19 0,10 - 0,18 0,06 -
Aço/ferro cinzento 0,28 0,15 - 0,20 0,08 -
Fita de aço s/ferro - - - 0,18 - 0,10
Bronze/bronze - - - 0,20 - 0,15
Cortiça/metal 0,60 0,25 0,62 0,25 0,12 0,25
Couro/metal - - - 0,35 0,30 -
Ferro cinz./bronze 0,30 0,15 - 0,28 0,08 0,10
Ferro cinzento/ferro 0,28 - - 0,20 0,08 -
cinzento
Poliamida/aço 0,35 0,11 0,30 - - -
Poliuretano/aço 0,36
61
Exercícios
1 - Calcular a intensidade da força horizontal necessária para iniciar o deslocamento de um corpo de
massa 1200kg feito de aço sobre uma superfície plana e horizontal feita de poliamida.
no sistema técnico
F Fatr
F = P
F = 1200kgf 0,35 = 420kgf
no sistema internacional
F Fatr
F = P
P = m g = 1200kg 9,8m / s ² = 11760N
F = 11760N 0,35 = 4116N
2 - Um tambor rotativo de raio r suporta um peso de 1500kg sendo freado por meio de um mecanismo
conforme figura a seguir. Calcular a força F mínima necessária para manter o tambor parado. O
coeficiente de atrito estático entre a sapata do freio e o tambor é
est = 0,7.
l = 550mm
a = 160mm
62
Analisando a figura, para manter o equilíbrio, a força de atrito deve ter o mesmo valor da força peso ou
seja, 1500kgf. Então
Fatr = 1500kgf
Fatr
Fatr = N N =
1500
N = = 2143kgf
0,7
a 160
F = N = 2143 = 623,4kgf
l 550
3 - Uma esteira transportadora, representada na figura a seguir, transporta 4 blocos de 150kg cada um.
Desprezar no cálculo o peso da esteira. Sabendo-se que o coeficiente de atrito entre a esteira e a chapa
de apoio é 0,35, calcular o torque necessário no cilindro motor para iniciar o movimento. O raio da polia é
120mm.
No sistema acima os blocos permanecem parados em relação a esteira e, então o atrito está entre a
esteira e a chapa de apoio. A força tangencial no cilindro acionado deverá ter um valor equivalente a força
de atrito. Então
P = 150 4 = 600kgf
Fatr = P = 600 0,35 = 210kgf
Ft = Fatr
Mt = Ft r
Mt = 210kgf 0,12m = 25,2kgf m
4 - Um bloco de peso Q, apoiado sobre um plano inclinado está preso a extremidade de um cabo que
passa por uma roldana que tem na outra extremidade um peso P.
Supondo ser o coeficiente de atrito entre o bloco e o plano, calcular o valor da relação P/Q necessário
para o equilíbrio. Desprezar o atrito na roldana e admitir o ângulo de inclinação do plano maior do que o
ângulo de atrito.
F I = Q sen
P − Fatr − Q sen = 0
FI
sen = F I = Q sen
Q
Fatr = N = Q cos
N = Q cos
Substituindo-se na equação
P − Fatr − Q sen = 0
P = Q ( cos + sen )
P
= cos + sen
Q
P + Fatr − F I = 0
P + Q cos − Q sen = 0
P = Q sen − Q cos
P = Q(sen − cos )
P
= sen − cos
Q
64
5 - Calcular o valor de Q de tal forma que a relação P/Q seja mínima. O peso
Dados: Q = 100kg; = 0,1; = 30°
sen( + )
F =Q
cos( )
cos( )sen
=
sen( + )cos
Utiliza-se sinal + quando F for dirigido para baixo aumentado o atrito entre os corpos
Utiliza-se sinal - quando F for dirigido para cima diminuindo o atrito entre os corpos
Exercício
Sobre um plano inclinado de inclinação igual a 55% acha-se uma caixa com um peso de 25kg. Para se
elevar este corpo a uma altura de 5,5m pergunta-se qual é o trabalho realizado sendo que a força é
aplicada numa direção que forma um ângulo de 20° com o plano inclinado para cima. É conhecido o
coeficiente de atrito = 0,25. Soltando-se o corpo no plano mais alto do plano inclinado, pergunta-se qual
a velocidade do mesmo no fim da rampa e onde irá parar a caixa se há um prolongamento horizontal no
fim da rampa.
55
tg = 0,55 = 29
100
65
Cálculo da força
tg = = 0,25
sen( + ) 25 sen(29 + 14)
= 14 F =Q =
cos( − ) cos(20 − 14)
= 20 25 sen43
= 29 F = = 17kg
cos 6
Cálculo do trabalho
= F S cos
S ² = 10² + 5,5²
S ² = 100 + 30,25
S = 130,25 = 11,4m
= F S cos
= 17kg 11,4m cos 20
= 184kgm
Cálculo do rendimento
Rendimento 75%
Pt = Q sen = 25 sen29
Pt = 25 0,485 = 12kg
Pa = PN = Q cos
Pa = 0,25 0,25 cos 29
Pa = 8,8kg
Fr = 12 − 8,8 = 3,2kg
25
Fr = m a 3,2 = a
9,8
3,2 9,8
a= = 1,25m / s
25
V ² = V0 ² + 2 g S
V = 2 9,8 11,4 = 5,25m / s
66
Cálculo da distância S
Fr = Fa
Fa = ma
Fa = 0,25 25 = 6,25kg
25
6,25 = a
9,8
6,25 9,8
a= = 2,45m / s ²
25
V ² = V0 ² + 2 a S I
V² 5,25²
SI = = = 5,65m
2a 2 2,45
Energia potencial
A energia potencial depende das posições inicial e final de um corpo e obtém-se no caso de deslocamento
vertical, pelo produto do peso multiplicado pela altura.
No caso de um corpo situado a uma determinada altura do solo denomina-se energia potencial
gravitacional
No sistema técnico
Epg = P h
No sistema internacional
Epg = m g h
A energia potencial gravitacional de um corpo com massa 50kg e altura 200cm em relação ao solo
No sistema internacional
Epg = m g h = 50kg 9,8m / s ² 2m = 980Nm
No sistema técnico
Epg = P h = 50kgf 2m = 60kgf .m
Energia cinética
A energia cinética refere-se a velocidade e é por definição o semi produto da massa pela velocidade ao
quadrado.
m v²
Ec =
2
67
A energia cinética de uma bala de 10g projetada com uma velocidade de 600m/s é
no sistema internacional
m v² 0,010kg 600m / s ²
Ec = = = 1800kg m / s ² = 1800J
2 2
no sistema técnico
m v² 0,010kg 600m / s ²
Ec = = = 91,8kgf m
g 2 9,8m / s ² 2
Calcular a energia cinética de um corpo de massa 5kg que cai em queda livre de uma altura de 10m
g = 9,8m / s ²
V ² = V0 ² + 2 g h
V ² = 0 + 2 9,8m / s ² 10m
m v² 5kg 14m / s ²
Ec = = = 490kg m / s ² = 490J
2 2
Atrito de rolamento
Denomina-se atrito de rolamento ao atrito que se verifica teoricamente através do contato de dois pontos
entre um corpo esférico, ou uma linha muito fina no caso de um corpo cilíndrico, e um plano. Quando há
somente atrito de rolamento no movimento rotacional de 180° (A- A¹) do corpo, o mesmo realiza o
movimento de translação r
68
Para movimentar a esfera ou cilindro, pela observação da figura acima, pode-se deduzir as seguintes
fórmulas:
F Fatr
P=N
f
F =P
r
F = P tan
f
r =
r
Mt = F r
f
Mt = P r = P f
r
Mt = P r r
Para calcular a força necessária para manter em movimento um vagão rolando sobre trilhos nivelados,
com peso de 50000kg e diâmetro de roda 400mm sabendo-se que f = 0,05cm.
f 0,05cm
F =P = 50000kg = 125kgf
r 20cm
Para calcular o torque necessário no eixo da roda, caso fosse uma locomotiva
Mt = P f = 50000kf 0,05cm = 2500kgf cm
Para calcular a potência necessária para manter o movimento supondo-se que a velocidade fosse
30m/min.
No sistema técnico
v
v = d nn =
d
30m / min
n= = 23,88rpm
3,14 0,4m
Mt = 2500kgf .cm
Mt ( kgf .cm ) n( rpm) 2500 23,88
P= = = 0,83CV
71620 71620
69
Rodas de fricção
Fricção cônica
A roda de fricção é empregada para variar a velocidade dos mecanismos. Obtém-se um bom rendimento
aumentando-se o diâmetro da roda e empregando-se material com auto coeficiente de atrito.
Obtém-se o momento constante quando a superfície de contato for uniforme e quando as superfícies
forem impregnadas com lubrificantes.
U = H i
= 0,286 U
U
Pmax =
D B i
Q = D B S i
i - Quantidade de discos
CORREIAS EM V
São usadas devido ao baixo custo de manutenção, trabalham silenciosamente e absorvem o choque de
torção.
Nomenclatura
Polia motora: É a polia ligada diretamente ao motor e apresenta geralmente um diâmetro menor (d)
Polia movida (D): Apresenta geralmente um diâmetro maior do que a polia motora
70
Existem 5 tipos de secções. As que apresentam pequena secção são usadas para serviços leves e as de
secção transversal maior para serviços pesados.
Relação de transmissão (i). Obtém-se dividindo o número de rotações da polia motora pelo número de
rotações da polia movida. O número de rotações da polia movida n2 obtém-se pela fórmula
d
n2 = n1
D n1 - rpm do motor
Comprimento nominal da correia. É o comprimento da correia ao longo da linha neutra.
71
Fator de serviço (Fs)
Comprimento da correia
(D − d )
L = 2 C + 1,57( D + d ) +
4C
72
Fórmula para achar o arco de contato
(D − d )
= 180 − 60
C
Fator de correção do arco de contato (Fac)
90° 0,69 145° 0,91
100° 0,74 150° 0,92
110° 0,79 155° 0,94
120° 0,83 160° 0,95
125° 0,85 165° 0,96
130° 0,86 170° 0,98
135° 0,87 175° 0,99
140° 0,89
Quantidade de correias
CVmotor Fs
q=
CVcorreia Fac
DIMENSIONAMENTO DE ENGRENAGENS
Engrenagens cilíndricas com dentes retos
n - número de rotações por minuto
z - número de dentes
D - diâmetro primitivo
i - relação de redução
v - velocidade angular, periférica ou tangencial
m - módulo
- ângulo de pressão
𝐷2 𝑛1 𝑍2
𝑖= = =
𝐷1 𝑛2 𝑍1
𝜋 ∗ 𝐷1 ∗ 𝑛1 𝜋 ∗ 𝐷2 ∗ 𝑛2
𝑣= = = 𝑚/𝑠
60 60
𝐶∗2
𝐷1 =
𝑖+1
𝐷2 = 2 ∗ 𝐶 − 𝐷1
73
Diâmetro primitivo Dp = m z
Dp
m - módulo m =
z
p - passo p = m
a = 1 m
d = 1,25 m
p m
e - espessura do dente e = =
2 2
r - raio de concordância r = 0,3 m
z - número de dentes.
mínimo 18 dentes para engrenagens de qualidade e ângulo de pressão 20°
mínimo 24 dentes para engrenagens de baixa qualidade.
Fórmula para o cálculo do módulo
3 𝑁∗𝑔
𝑚 = 52 ( √ ) = 𝑐𝑚
𝜆 ∗ 𝑧 ∗ 𝑛 ∗ 𝜎𝑎𝑑𝑚
N - potência em CV
𝜎𝑎𝑑𝑚 -Tensão admissível a flexão do material
n - número de rotações por minuto
b
λ = Relação entre largura da engrenagem e módulo: = 15 a 25
m
g - coeficiente variável em função do número de dentes e do ângulo de pressão
Valores de g
Número de g Número de g
dentes 20° 15° dentes 20° 15°
12 4,6 - 24 3,2 4,13
13 4,35 5,38 28 3,1 3,9
14 4,1 5,22 34 3,0 3,7
15 3,9 5,07 40 2,9 3,5
16 3,75 4,93 50 2,8 3,4
17 3.6 4,80 65 2,7 3,27
74
Cálculo da tensão admissível no pé do dente (conforme AGMA)
𝐹
𝜎= ∗ 𝐾𝑜 ∗ 𝐾𝑚
𝑚 ∗ 𝑏 ∗ 𝐽 ∗ 𝐾𝑣
𝑀𝑡 ∗ 2
𝐹𝑡 =
𝐷
𝐹 = 𝐹𝑡 ∗ 𝑐𝑜𝑠𝜃
71620 ∗ 𝑁
𝑀𝑡 = = 𝑘𝑔𝑓. 𝑐𝑚
𝑛
- ângulo de pressão
Fator dinâmico Kv
3
- engrenagens de ferro fundido Kv =
3+v
6
- engrenagens com dentes usinados sem precisão Kv =
6+v
50
- engrenagens com dentes fresados com precisão Kv =
50 + 200 v
78
- engrenagens com dentes retificados Kv =
78 + 200 v
J - Fator relativo à geometria do dente
75
A curva inferior deve ser utilizada para baixa razão de contato em função de projeto de baixa qualidade.
Curvas superiores para alta qualidade de projeto e raio de concordância no pé do dente de acordo com
norma AGMA. O projeto dos eixos e mancais deve garantir o contato em toda a largura do dente.
Fatores de segurança Fs
𝐹𝑠 = 𝐾𝑜 ∗ 𝐾𝑚
Ko- Fator de sobrecarga baseado nos impactos gerados pelo sistema de motorização e maquina movida.
Classificação de cargas maquina movida
Acionamento Uniforme Choques Choques
moderados fortes
Motor elétrico 0,80 1,00 1,50
ou 1,00 1,25 1,75
Turbina a vapor 1,25 1,50 2,00
Motor a explosão 1,00 1,25 1,75
ou 1,25 1,50 2,00
Motor hidráulico 1,50 1,75 2,25
Km - Fator de distribuição de carga sobre o dente, baseado na qualidade de construção das engrenagens,
eixos e mancais.
Fator Km Largura do dente em mm
Características 0 - 50 150 225 400 ou
mais
Eixos bem dimensionados com 1,3 1,4 1,5 1,8
mínima distância entre mancais.
Engrenagens precisas e montagem
correta
Engrenagens e montagem menos 1,6 1,7 1,8 2,2
precisas mas com contato em toda
largura do dente
Falta de contato total entre os >2,2
dentes
77
Módulo
𝑏
𝑟𝑒𝑙𝑎çã𝑜 𝜆 = = 20
𝑚
𝑔 = 4,13 𝑐𝑜𝑛𝑓𝑜𝑟𝑚𝑒 𝑡𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎
Diâmetros
D1 = m z1 = 1,5 25 = 37,5mm
D2 = m z2 = 1,5 103 = 154,5mm
D2 n2 0,154 420
Velocidade periférica v = = = 3,38m / s
60 60
Mt 2 83,3 2
Ft = = = 44,4kgf
D 3,75
F = Ft cos = 44,4 cos 20 = 44,4 0,939 = 41,7kg
b = m 20 = 0,15 20 = 3cm
6 6
Kv = = = 0,64
6 + v 6 + 3,38
J = 0,36
F 41,7
= Ko Km = 1,6 1,00 = 643kg / cm ²
m b J Kv 0,15 3,0 0,36 0,64
Conclusão: 𝜎𝑎𝑑𝑚 > 𝜎
71620 N 71620 2
- Momento de torção do pinhão Mt1 = = = 83,3kg.cm
n 1720
3 𝑀𝑡1 3 83,3𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
𝑑=√ =√ = 1,08𝑐𝑚
0,1 ∗ 𝜎𝑎𝑑𝑚 0,1 ∗ 650𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
78
Diâmetro do eixo da engrenagem
71620 N 71620 2
- Momento de torção da engrenagem Mt 2 = = = 341kg.cm
n 420
- Diâmetro do eixo
3 𝑀𝑡2 3 341𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
𝑑=√ =√ = 1,7𝑐𝑚
0,1 ∗ 𝜎𝑎𝑑𝑚 0,1 ∗ 650𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
79
Forças
F1 = FN cos Ft
tg ( + ) =
F1 = FN cos Fa
N 2 Ft
Mt = 71620
N
= kgfcm Fa = 71620 =
n n d tg ( + )
d N Fv = FN sen = F1 tg = R cos tg
Ft = 71620
2 n Fv = Ft ² + Fa ² cos tg
N 2 F1 = FN cos = R cos
Ft = 71620 = F tg ( + )
n d
Fv = F1 tg
R = Ft ² + Fa ²
1 - Reações de apoio.
Fv Fa d
Ra = Rb = −
2 2l
Momentos
- plano vertical
Fv l
2 - Mf 1 =
4
Fa d Fv l Fa d
3 - Mf 2 = Mfv = Mf1 + Mf 2 =
4 4 4
- plano horizontal
Ft l
4 - Mfh =
4
5 - Momento fletor final Mf = Mfv ² + Mfh²
d
- plano transversal Ft
2
𝜎𝑓 𝑀𝑖 𝑀𝑖 𝑀𝑖
∝0 = → 𝜎𝑓 = = = → 𝛽 = 1,73
𝛽 ∗ 𝜏𝑡 𝑊𝑓 𝜋 ∗ 𝑑³ 0,1 ∗ 𝑑³
32
𝜎𝑓 = Tensão de flexão
𝜏𝑡 = Tensão de torção
80
Diâmetro aproximado da rosca
3 𝑀𝑖
𝑑=√
0,1 ∗ 𝜎𝑎𝑑𝑚
Detalhes de construção recomendados
Ângulo de Ângulo de y Adendo Dedendo
inclin. da rosca pressão (mm) (mm)
0° a 15° 14,5° 0,10 0,3683.pn 0,3683.pn
15° a 30° 20° 0,125 0,3683.pn 0,3683.pn
30° a 35° 25° 0,15 0,2865.pn 0,3314.pn
35° a 40° 25° 0,15 0,2546.pn 0,2947.pn
40° a 45° 30° 0,175 0,2228.pn 0,2578.pn
Exemplo de cálculo
Dimensionar a rosca sem fim e a coroa de um mecanismo de levantamento cujo tambor exerce um esforço
tangencial de 300kg com velocidade de subida da carga 3,6m/s. Motor 1750rpm. Núm. de entradas sem
fim - 4. Núm. de dentes da coroa - 60
𝜎𝑎𝑑𝑚 = 650𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
n2 z1 4
Relação de transmissão i = = = = 15
n1 z 2 60
n1 1750
Rotação do tambor n2 = = = 116rpm
i 15
Dn v 60 3,6 60
Diâmetro do tambor v = D = = = 0,59m = 59cm
60 n 116
Potência do motor
𝐹∗𝑣 300𝑘𝑔𝑓 ∗ 3,6𝑚/𝑠
𝑁= = = 19,2𝐶𝑉
75 ∗ 𝜂 75 ∗ 0,75
- rendimento do conjunto rosca sem fim - coroa = 0,75
3 𝑁 3 19,2𝐶𝑉
𝑑𝑟𝑠𝑓 = 20 √ = 20 √ = 4,43𝑐𝑚 → 5𝑐𝑚
𝑛1 1750𝑟𝑝𝑚
81
Cálculo da velocidade
Va = Vt tg
d rsf n 0,05 1750
Vt = = = 4,58m / s
60 60
Va = Vt tg = 4,58 tg 20 = 1,66m / s
Cálculo do módulo
3 𝑁∗𝑔
𝑚𝑎𝑐 = 52 ( √ ) = 𝑐𝑚
𝜆 ∗ 𝑧 ∗ 𝑛 ∗ 𝜎𝑎𝑑𝑚
3 19,2 ∗ 2,7
𝑚𝑎𝑐 = 52 ( √ ) = 0,61𝑐𝑚
7 ∗ 60 ∗ 116 ∗ 650
𝑚𝑛 = 𝑚𝑎𝑐 ∗ 𝑐𝑜𝑠𝛼 = 0,61 ∗ 𝑐𝑜𝑠20° = 0,57𝑐𝑚
Forças
N 2 71620 19,2 2
Ft = 71620 = = 314kg
n d rsf 1750 5
Ft 314
Fa = = = 644kg
tg ( + ) tg (20 + 6)
Fv = Ft ² + Fa ² cos tg = 314² + 644² cos 6 tg1430
Fv = 201kg
Momentos
- plano vertical
Fv l 201 30
Mf 1 = = = 1507kg.cm
4 4
Fa d 644 5
Mf 2 = = = 805kg.cm
4 4
Mf v = Mf 1 + Mf 2 = 1507 + 805 = 2312kg.cm
82
- plano horizontal
Ft l 314 30
Mf N = = = 2355kg
4 4
Ft d rsf 314 5
- plano transversal Mt1 = = = 785kg.cm
2 2
Momento fletor ideal
𝜎𝑓 1700𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
∝0 = = = 0,75
𝛽 ∗ 𝜏𝑡 1,73 ∗ 1300𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
𝜎𝑓 = Tensão de flexão
𝜏𝑡 = Tensão de torção
𝑀𝑖 = 0,35 ∗ 3300 + 0,65√33002 + 0,75² ∗ 785²
𝑀𝑖 = 3334𝑘𝑔𝑓𝑐𝑚
Cálculo do diâmetro mínimo da rosca sem fim considerando a tensão admissível
3 𝑀𝑓 3 3334𝑘𝑔𝑓𝑐𝑚
𝑑𝑟𝑠𝑓 = √ =√ = 3,7𝑐𝑚
0,1 ∗ 𝜎𝑎𝑑𝑚 0,1 ∗ 650𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
Verificação da tensão admissível a flexão no dente da coroa de acordo com a equação de Buckinghan
Fa cos Fa cos Fa 644
= = = = = 903kg / cm ²
pn b y pt c cos b y pt c b y 1,9 3 0,125
pn = pt c cos
b - largura da coroa
Volantes
O volante de inércia é um sistema de armazenamento de energia mecânica e sua característica principal é
a de absorver energia e descarrega-la num curto período de tempo.
83
Fórmulas principais
l 6r
P1
P2 =
cos
Ft = P2 sen( + )
Fr = P2 cos( + )
- com ângulo tendendo a 0
P2
Ft = sen( + ) P1 sen
cos
P
Fr = P2 cos( + ) = 1 cos( + ) P1 cos
cos
Exemplo
Calcular as forças no volante para uma máquina a vapor que fornece uma pressão exercida pelo pistão de
10500kgf
Comprimento da manivela r = 22,5 cm
- valores de x
x = r (1 − cos )
x1 = 22,5(1 − 1) = 0
x 2 = 22,5(1 − 0,5) = 11,25
x3 = 22,5(1 − 0) = 22,5
x 4 = 22,5(1 − (−0,5)) = 33,75
84
- pressão P
10500 P3
=
3 11,25 2 11,25
2 11,25 10500
P3 = = 7000kg
3 11,25
7000 P
= 4
2 11,25 11,25
7000 11,25
P4 = = 3500kg
2 11,25
Força tangencial
Ft1 = P1 sen 1 = 10500 0 = 0
Ft 2 = P2 sen 2 = 10500 0,866 = 9100kg
Ft 3 = P3 sen 3 = 7000 1 = 7000kg
Ft 4 = P4 sen 4 = 3500 0,866 = 3030kg
85
Exercício
Verificar se é possível executar um furo de 55mm de diâmetro em chapa de aço com 6mm de espessura e
c = 40kg/mm², utilizando uma prensa excêntrica com capacidade nominal de 100t. A prensa está
regulada para um curso de 120mm
Fu = d e
Fu = 55 6 40 = 41448kg
- Para maior segurança, na pratica, acrescenta-se ao valor 20% a mais
Fu = 414481,2 = 49738kg → 50t
- a seguir calcula-se o Fu máximo da prensa utilizando o gráfico.
120
−y
r−y 2 60 − 7
= = = 0,88
curso → y = e + 1 = 6 + 1 = 7mm 60 60 60
y = r − r cos y = r (1 − cos ) = 2820'
r−y C f 100 1,9
= arc cos Fu = = = 43,1t
r 4,4 4,4
- força utilizável da prensa abaixo da força necessária de corte considerando o fator segurança.
- é possível executar a operação modificando a excentricidade da prensa.
- pela fórmula
y
r=
1 − cos
- temos = 24
Pelo gráfico
7 7 7
r= = = = 8,04mm
1 − cos 24 1 − 0,913 0,087
Molas
Determinar a flexa e a carga de uma mola reta, de planta retangular com os seguintes dados:
- espessura e = 1,5mm - módulo de elasticidade E = 21000kg/mm²
- largura b = 10mm -resistência a flexão = 50kg/mm²
- comprimento l = 90mm
86
Fórmulas
Mf P l 1 P l³
= = f =
Wf b e² 3 EJ
6 b e³
J=
6 P l 12
f =
b e² W
P=
l
b e² 10 1,5² b e³ b e² l
W= = = 3,75mm ² J= =
6 6 12 6 2
W 50 3,75 b e²
P= = = 2,08kg W =
l 90 6
1 P l³ 2,08 90³ l 1,5
f = = = 8,56mm J = W = 3,75 = 2,81
3 E J 3 21000 2,81 2 2
87
Fórmulas para o cálculo de molas comprimidas
Pr p = f + d + 0,1 d CL = np p
d =3
0,196 curso _ total CC = CL − aperto _ inicial
np =
12,6 r ² f CF = CC − curso _ útil
f =
d G num.espiras = np + 1
r = 0,5 D
Exemplos
- Mola comprimida submetida a uma carga gradual com diâmetro D = 31,5mm e diâmetro do arame d =
4mm. = 63kg/mm².
Do diagrama extraímos P = 50kg; f = 6,3mm
- Mola tracionada submetida a uma brusca variação de carga com diâmetro D = 31,5mm e diâmetro do
arame d = 4mm. = 25kg/mm².
Do diagrama extraímos P = 20kg; f = 2,5mm
- Inversamente: Mola comprimida submetida a uma carga gradual com peso 50kg e diâmetro D = 31,5mm.
= 63kg/mm².
Do diagrama extraímos d = 4mm; f = 6,3mm
88
Função
Pode ser definida como uma relação entre dois conjuntos onde há uma relação entre cada um dos seus
elementos.
y=(f)2x + 1
Representação gráfica de uma função
y=f(-2x + 4)
89
PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS MATERIAIS (fonte Unicamp)
TENSÃO DE RUPTURA Tensão Alonga
MATERIAL (Kgf/cm2) Escoamento mento OBSERVAÇÕES
TRAÇÃO COMPRE CISALHA (kgf/cm2) %
SSÃO MENTO Tração
SAE 1010 3500 3500 2600 1300 33
SAE 1015 3800 3800 2900 1700 30
SAE 1020 4200 4200 3200 1900 26 aço carbono, recozido ou
SAE 1025 4600 4600 3500 2100 22 normalizado.
SAE 1030 5000 5000 3700 2300 20
SAE 1040 5800 5800 4300 2600 18
SAE 1050 6500 6500 4900 3600 15
SAE 1070 7000 7000 5200 4200 9
90