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Em primeiro lugar, deixo claro que a Corte no est decidindo pela aprovao
do aborto no Brasil, nem pela permisso de aborto em caso de deformaes. O que
est em pauta, somente a interrupo da gravidez em caso de feto anenceflico.
Na petio inicial, foi pedido o julgamento da inconstitucionalidade da interpretao
dos artigos 124, 126 e 128, incisos I e II, do Cdigo Penal, que impede a realizao
da interrupo da gravidez de feto anencfalo mediante diagnstico por profissional
capacitado.
De
um
lado,
existem
aqueles
que
servem-se
de
discursos
com
ainda pode sofrer danos psquicos, no s ela, mas afeta toda uma famlia, j que
aquele beb no ter continuidade em sua vida. A mulher tem o direito a dignidade,
de interromper a gravidez, a fim de no se martirizar e ainda poder engravidar
novamente, j que se a gravidez perdurasse, o trauma seria ainda maior.
No se deve proteger somente o feto, que no possui expectativa de vida
extrauterina, deixando de lado os anseios de sua me. Cabe ao Estado assegurar a
interrupo de gravidez de feto anenceflico, seguindo os preceitos de que todos tem
direito a liberdade de escolha, a privacidade, a dignidade. Impor a uma mulher que
continue com a gravidez, como j foi citado anteriormente, causar vrios danos a
ela, impondo um sacrifcio a sua dignidade, a sua sade, quer seja mental ou fsica,
reconhecer os direitos pelo qual elas sempre batalharam. Deve se primar pela
mulher, interrompendo seu sofrimento e garantindo a ela toda assistncia necessria,
para que apos a interrupo, ela continue sua vida e possa novamente conceber um
filho, j que para muitas delas, a maternidade um dos maiores benefcios que a
vida pode dar.
Deste modo, feita uma breve explanao sobre o caso julgado, deixo claro que
julgo procedente o pedido para considerar inconstitucional a interpretao dos artigos
124, 125 e 126 do Cdigo Penal brasileiro, que segundo a qual, considera a
interrupo da gravidez de feto anenceflico como crime.