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EXEMPLAR Nº

GNR
LISBOA
09Out03
NEP/GNR – 9.05 CIC

Assunto: EQUIPA DE INVESTIGAÇÃO E INQUÉRITO DO POSTO TERRITORIAL


(EII PTer)

1. SITUAÇÃO

a. Em muitos Postos Territoriais foram-se implementando, ao longo dos anos, pequenas


Secretarias, essencialmente para apoio administrativo aos Comandantes dos Postos e
para promoverem diligências de inquérito no âmbito dos crimes e das contra-
ordenações.

b. Em consequência da Lei n.º 21/2000, de 10 de Agosto – Organização da Investigação


Criminal (LOIC), foi elaborado um Plano Estratégico e estabelecida pelo
Comandante-Geral, em Despacho de 21Jan03, a estrutura de investigação criminal da
Guarda (componente territorial), nas suas três vertentes: investigação criminal
operativa, criminalística e análise de informação criminal táctica.

c. Nos termos do mesmo Despacho, foram atribuídas as competências genéricas dos


órgãos dos diversos escalões de Comando e estabelecidos os respectivos quadros
orgânicos. Estabeleceu ainda que a implementação da estrutura de investigação
criminal será promovida com base em critérios de prioridade, disponibilidade de
recursos e habilitação específica do pessoal para o exercício da actividade, mediante
propostas da Chefia de Investigação Criminal (CIC).

d. As NEP/GNR – 9.02CIC, 9.03CIC e 9.04CIC, vieram regular, respectivamente, as


Secções de Investigação Criminal das Brigadas Territoriais (SIC BTer), as Secções
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de Investigação Criminal dos Grupos Territoriais (SIC GTer) e os Núcleos de


Investigação Criminal dos Destacamentos Territoriais (NIC DTer).

e. Em cada Posto Territorial, com efectivo orgânico (de referência) igual ou superior a 25
militares, a estrutura contempla uma Equipa de Investigação e Inquérito.

f. Anexo A (ORGÂNICA DA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL – COMPONENTE


TERRITORIAL).

2. FINALIDADE

Estabelecer as normas gerais reguladoras do funcionamento da Equipa de Investigação e


Inquérito do Posto Territorial (EII PTer), da sua integração no Comando do Posto e do
relacionamento com outros órgãos.

3. ORGANIZAÇÃO

a. Estrutura

A EII PTer não possui articulação orgânica, assumindo o militar mais graduado ou
mais antigo a Chefia da Equipa e a interlocução com o Comandante de Posto.

b. Recursos humanos

(1) Consoante o efectivo orgânico (de referência) do Posto seja de 25 a 39 (ambos


inclusive) ou superior a 39 militares, a EII PTer é constituída por 2 ou 3 militares;

(2) Nos casos devidamente fundamentados, os critérios de implementação e o número


de militares (nunca inferior a 2) podem ser ligeiramente flexibilizados, por decisão
do Comandante da Unidade (sob proposta do Comandante do Grupo Territorial),
disso sendo dado conhecimento ao Comando-Geral (CIC e 3ª Rep);
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(3) Nos Postos que não possuam EII PTer, a actividade de investigação criminal é
essencialmente desenvolvida pelo NIC DTer ou por EII de outro PTer,
prioritariamente do PTer sede de Concelho, caso exista.

(4) Anexo B (QUADRO ORGÂNICO DA EII PTer).

4. COMPETÊNCIAS

a. Levar a efeito as investigações dos crimes que se revistam de menor complexidade e


que se enquadrem nas competências da Guarda. Sem prejuízo do dever de actuação
em flagrante delito, as EII PTer não promovem investigações de crimes de droga.

b. Promover a investigação de ilícitos contra-ordenacionais e o tratamento dos acidentes


de viação (âmbito cível) mais complexos e satisfazer os pedidos de diligências
efectuados pelas autoridades judiciárias ou administrativas, sem prejuízo do carácter
prioritário da investigação dos crimes.

c. Auxiliar o Comandante do Posto no desenvolvimento da actividade de investigação


criminal e colaborar com o NIC DTer nas investigações que este se encontrar a
realizar.

d. Outras que, directa ou indirectamente relacionadas com a investigação, lhe sejam


atribuídas.

5. DEPENDÊNCIA

a. Orgânica

A EII PTer constitui um órgão do Posto, dependendo directamente do seu


Comandante.
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b. Técnica

A EII PTer depende tecnicamente do NIC DTer, no que respeita à prevenção e


investigação de crimes.

c. Funcional

Nos termos da Lei, a EII PTer (tal como a Guarda, globalmente considerada) actua no
processo crime sob a direcção e na dependência funcional da autoridade judiciária
competente.

6. ACTUAÇÃO E EMPREGO

a. Sem prejuízo da excepção consignada em b., a competência territorial da EII PTer


corresponde à área sob a responsabilidade do Posto.

b. A EII PTer pode, ainda, levar a efeito investigações (inquéritos) relacionados com
crimes ocorridos em áreas sob a responsabilidade de outros Postos, se isso lhe for
determinado pelo Comandante do Destacamento.

c. As necessidades de empenhamento da EII PTer fora da área do Posto em cuja área


ocorreu o crime, são canalizadas (via Comando do Posto) para o Comandante do
Destacamento, implicando, para que sejam realizadas, que sejam levadas a efeito as
necessárias medidas de coordenação.

d. A ocorrência ou denúncia de crimes em que seja presumível a necessidade de


inspecção ocular (crimes de cenário) implica, por regra, a deslocação da EII PTer (um
militar, no mínimo) ao local dos factos, designadamente nos casos em que for
solicitada a presença do NAT. Nas situações em que não se possa deslocar ao local um
militar do NIC DTer, a presença de EII PTer é imprescindível. Sempre que possível, o
militar (ou militares) da EII PTer deverá acompanhar a Patrulha às Ocorrências. Sem
prejuízo da competência técnica do NAT, cabe aos investigadores a responsabilidade
táctica da condução das inspecções oculares.
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e. A actuação dos militares da EII PTer não se limita a acções no âmbito dos inquéritos,
podendo aqueles levar a efeito acções preventivas de investigação criminal nos lugares
públicos mais críticos.

f. Os militares da EII PTer podem ainda prestar apoio ao Comandante de Posto em


aspectos relacionados com a Secretaria do Posto. Contudo, estas tarefas terão sempre
carácter residual, não podendo prejudicar as actividades de prevenção e de
investigação criminal.

g. Das resenhas de arguidos, efectuadas pelos militares da EII PTer, são enviadas cópias
ao NAT, visando a centralização da informação relativa a esta matéria.

h. Os relatórios e perícias recebidos pela EII PTer, em resposta a pedidos do NAT, são
enviados a este órgão, para conhecimento e controlo da sua actividade.

i. As instruções relativas à contribuição da EII PTer para o funcionamento do SIIC serão


difundidas em documento próprio.

7. RECRUTAMENTO E FORMAÇÃO

a. Recrutamento

(1) A afectação de recursos humanos para a EII PTer é efectuada, por princípio, em
regime de voluntariedade, incidindo, apenas, em militares com habilitação
específica em investigação criminal operativa ou que, logo de seguida ao
recrutamento, obtenham essa qualificação;

(2) Na fase de implementação da estrutura de investigação criminal, atendendo à


elevada quantidade de militares a formar, as EII PTer podem iniciar o seu
funcionamento com militares que, sendo-lhes reconhecida alguma aptidão e
apetência para este tipo de actividade, não possuam habilitação específica;
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(3) Os critérios e os parâmetros das acções de recrutamento para os órgãos que


desenvolvem a actividade de investigação criminal, são estabelecidos pelo
Comandante-Geral, sob proposta da CIC (após prévia coordenação com a 1ª Rep.).

b. Formação

(1) A aceitação de convite para a frequência de cursos de especialização implica a


aceitação para a subsequente colocação na actividade, pelo período mínimo
estabelecido e nos termos da NEP/GNR 1.14, ficando esta dependente da selecção
e do aproveitamento no curso;

(2) Os cursos de habilitação específica para a função são estabelecidos pelo


Comandante-Geral, sob proposta da CIC (após prévia coordenação com a 6ª
Rep/CG), podendo ser ministrados em território nacional ou no estrangeiro.
Complementarmente, serão ministrados cursos, acções de formação ou estágios de
subespecialização, de acordo com as necessidades formativas dos militares para
desenvolverem determinadas actividades investigatórias ou para operarem meios
que exijam especial habilitação.

8. EMPENHAMENTO E PERMANÊNCIA

a. Empenhamento

(1) As funções desempenhadas pelos militares da EII PTer são as que constam na
presente NEP, não sendo acumuláveis com outras funções orgânicas (regime de
parcial exclusividade funcional);

(2) A nomeação dos militares da EII PTer para serviços de escala, designadamente
para serviços ordinários e eventuais, é efectuada segundo o regime estabelecido no
Regulamento Geral do Serviço da Guarda (RGSGNR);
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(3) Sem prejuízo da gestão criteriosa das dispensas de serviço, os militares da EII
PTer apenas são nomeáveis para as escalas diárias de serviço interno do Posto.

b. Permanência

(1) Os militares da EII PTer desempenham as funções em regime de inamovibilidade


funcional por um período de três anos, contados a partir da data da colocação ou
da data do final do curso, no caso de já se encontrarem na função (NEP 1.14);

(2) Os períodos de inamovibilidade poder-se-ão repetir desde que, no termo de cada


período, o militar denote ser voluntário para continuar na actividade e o seu
desempenho seja objecto de uma avaliação positiva;

(3) Durante o período de inamovibilidade, os militares podem requerer colocação em


outras Unidades, Subunidades ou Postos. Contudo, dentro desse período, apenas
podem ser transferidos para funções semelhantes às que se encontram a
desempenhar, tendo por base o critério da habilitação e de acordo com as vagas
que forem estabelecidas (NEP 1.14);

(4) A permanência dos militares na EII PTer fica dependente da manutenção do perfil
para a actividade de investigação criminal, podendo ser excluídos, a todo o tempo,
por decisão do Comandante-Geral, sob proposta fundamentada do Comandante da
Unidade.

9. INSTALAÇÕES E MEIOS MATERIAIS E INFORMÁTICOS

a. Instalações

A EII PTer deverá ser instalada em local que garanta a funcionalidade do serviço que
desempenham os militares que a compõem, nomeadamente no que respeita à adequada
segurança e sigilo das matérias e conteúdos manuseados.
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b. Meios materiais e informáticos

(1) O material de aquartelamento necessário para o funcionamento da EII PTer deverá


incluir equipamento que favoreça o sigilo e a custódia da prova e outros
documentos, tais como armários, cofres e máquinas destruidoras de papel;

(2) Enquanto não for possível a atribuição de uma viatura descaracterizada, a EII PTer
utiliza as viaturas existentes no Posto. As necessidades imperiosas do emprego de
viaturas descaracterizadas serão colocadas, pelo Comandante de Posto, ao
Comandante do Destacamento;

(3) Além dos equipamentos informáticos destinados à normal utilização como


escritório electrónico, a EII PTer será dotada de equipamentos informáticos
necessários para operar os sistemas e os programas informáticos específicos das
actividades que desenvolvem;

(4) Em serviço, apenas podem ser utilizados materiais do Estado, designadamente no


que respeita a equipamento informático e viaturas, sem prejuízo das situações em
que o dever de disponibilidade, estatutariamente previsto, obrigue um militar, não
se encontrando de serviço, a assumir a sua qualidade de agente de autoridade;

(5) São utilizados os sistemas de reabastecimento em vigor, com as especificidades


que forem superiormente definidas, nomeadamente no que se refere a materiais
consumíveis.

10. ARMAMENTO E FARDAMENTO

a. Armamento

(1) Os militares da EII PTer necessitam de ter arma distribuída. O armamento pessoal
e de apoio será do tipo e modelo que vierem a ser definidos em plano de
armamento para a actividade de investigação criminal;
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(2) Em serviço, apenas pode ser utilizado armamento do Estado, sem prejuízo das
situações em que o dever de disponibilidade, estatutariamente previsto, obrigue um
militar, não se encontrando de serviço, a assumir a sua qualidade de agente de
autoridade.

b. Fardamento

Os militares da EII PTer actuam de acordo com o plano de uniformes, trajando


civilmente apenas nos casos em que isso seja relevante para o cumprimento de uma
determinada acção, em concreto.

11. REGIME ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO

a. A satisfação das necessidades administrativas da EII é da responsabilidade directa do


Comandante de Posto.

b. Aos militares da EII PTer é aplicável o regime de suplementos estabelecido por Lei ou
Regulamentos. Para usufruírem de suplemento de patrulha terão que cumprir o
mínimo mensal de 40 (quarenta) horas de serviço no exterior, em acções preventivas
ou na realização de diligências de investigação ou outras de carácter operacional (não
especialmente remuneradas).

12. SISTEMAS DE CONTROLO DA ACTIVIDADE E IMPRESSOS

a. Controlo da actividade

(1) A situação e a actividade diária dos militares da EII PTer é registada, pelo
Comandante do Posto, no livro “Relatório Diário”;

(2) Os inquéritos e as diligências avulsas em investigação na EII PTer são objecto de


registo do qual conste, nomeadamente, a data da distribuição, a identificação do
militar designado e as principais acções desenvolvidas;
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(3) Todas as actividades externas de investigação são sujeitas a relatório (Relatório de


Diligência Externa);

(4) Os relatórios elaborados pelos militares da EII PTer, relativos à actividade, são
sempre presentes ao Comandante de Posto, para análise e decisão (despacho),
devendo ser enviados ao Comandante de Destacamento caso contenham matérias
particularmente relevantes;

(5) A EII PTer elabora os relatórios periódicos da actividade, nos termos que forem
estabelecidos superiormente.

b. Impressos

Enquanto não forem estabelecidos, pelo Comandante-Geral, os diversos tipos de


impressos para a actividade, são utilizados os que se encontram em vigor, com as
devidas adaptações.

13. SEGURANÇA DE DOCUMENTOS

a. Os documentos e demais informações relativos a matérias sujeitas a investigação são


sempre classificados, estando os militares obrigados ao cumprimento das regras de
segurança e a segredo de justiça.

b. Os documentos e demais informações que incluam nomes de pessoas ou contenham


elementos que permitam a sua identificação são manuseados segundo a classificação
de confidencial.

14. DISPOSIÇÕES FINAIS

a. Despacho de nomeação de investigador de Inquérito

O despacho de nomeação de militar para proceder a Inquérito é da competência do


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Comandante do Destacamento, sob proposta nominal do Comandante de Posto. Nos


casos de inquéritos ou de diligências isoladas de pouca complexidade, o Comandante
de Destacamento pode autorizar que o despacho de nomeação seja promovido pelo
Comandante de Posto, desde que o Posto tenha EII. Nos Postos sem EII, as diligências
de investigação criminal que sejam determinadas pelo Comandante de Destacamento
devem ser levadas a efeito pelo Comandante de Posto ou pelo Adjunto.

b. Relacionamento com os Órgãos de Comunicação Social (OCS)

Atendendo às características do serviço que desempenham, os militares da EII PTer


não deverão ter visibilidade nos OCS, principalmente naqueles que trabalham
essencialmente a imagem.

c. Âmbito de aplicação

O preceituado na presente NEP é ainda aplicável, com as necessárias adaptações, aos


PTer que não possuem EII.

d. Norma revogatória

São revogadas as anteriores normas internas que sejam contrárias ao conteúdo da


presente NEP.

e. Entrada em vigor

A presente NEP entra em vigor na data da sua recepção.

ANEXOS:
- Anexo A (ORGÂNICA DA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL – COMPONENTE
TERRITORIAL)
- Anexo B (QUADRO ORGÂNICO DA EII PTer)
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O COMANDANTE-GERAL

CARLOS MANUEL MOURATO NUNES


TENENTE-GENERAL

Autenticação

O CHEFE DA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL, INT.º

ALBANO DA CONCEIÇÃO MARTINS PEREIRA


MAJOR DE INF.ª

DISTRIBUIÇÃO:

Listas: A, B, C, D, E e F

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