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Em primeiro lugar, o niilista declarou guerra contra o que ele descreveu como "a
s mentiras convencionais da humanidade civilizada." Sinceridade absoluta era a s
ua marca registada, e em nome dessa sinceridade ele renunciava, e pedia aos outr
os que tambm renunciassem, s supersties, preconceitos, hbitos e costumes que a sua ra
zo no pudesse justificar. Ele recusava a dobrar-se autoridade excepto da razo, e na
anlise de cada instituio social ou hbito ele revoltava-se contra toda sorte de sofi
sma mais ou menos mascarado.
Essas pessoas no tinham nenhum ideal de reconstruo social em mente, nenhuma inteno re
volucionria. Elas apenas queriam ensinar a massa de camponeses a ler, instru-los,
dar auxlio mdico, e ajud-los de qualquer forma a sair da escurido e misria, e aprende
r ao mesmo tempo quais eram os seus ideais populares de uma melhor vida social.
George Kennan, um americano que visitou a Rssia czarista, tambm se surpreendeu com
a ideia de que os niilistas russos eram "arremessadores de bombas", ento prevale
cente nos pases ocidentais. Para ele, aqueles eram apenas cidados pacficos, que sin
ceramente esperavam que o governo melhorasse a situao de seus sbditos.
M fama
O governo czarista no discriminava os opositores pacficos dos adeptos da violncia,
e a represso policial sufocou o movimento. Em conexo com o recrudescimento do regi
me, um grupo chamado de Pervomartovtsi, pertencente ao Nardnaia vlia (Vontade do P
ovo), assassinou o Czar. Essa aco foi atribuda aos niilistas. Entretanto, esta afir
mao no faz sentido: jamais houve uma organizao formal que ligasse os niilistas, nem a
rcabouo terico que os unificasse, e muito menos lderes tomando decises como a de ass
assinar o Czar. O movimento niilista foi espontneo, e estava muito mais ligado ao
s valores pessoais do que actividade poltica propriamente dita.