ARACY AMARAL
Em torno a este tema, "Surveying Contemporary Art", gostaria de
enfatizar dois pontos: as caractersticas das grandes exposies ou
eventos e os artistas que trabalham fora dos grandes centros.
Quanto ao primeiro item, assim como vivemos hoje uma poca de
cinema de diretores e no cinema de histrias ou atores nas artes
visuais tambm vivemos, ao que parece, um tempo de exposies de
curadores, e no mais de artistas. Os grandes personagens do meio
artstico internacional parecem ser, de fato, os curadores. Parece
importar, portanto, menos a obra de arte em si, e o artista que se coloca
como seu autor, mas a manipulao dos movimentos artsticos pelos
curadores que produzem esses eventos milionrios que provocam filas
diante de museus, centros culturais e Bienais ou Documentas.
Em consequncia, neste fenmeno vinculado a uma sociedade altamente
consumista, no o produto que importa, mas a maneira como ele
apresentado. Talvez mesmo o excesso de produtos, ou, no caso, de
tendncias, caracterize com uma fadiga peculiar as imagens de nosso
tempo. E, assim sendo, o que importante a forma de apresentao de
novos trabalhos ou de trabalhos que exalam o ritmo veloz de nossos
dias , embora o dj vu esteja presente nessa mesma produo. Por
essa mesma razo, o revival na arte, lembrado por Giulio Carlo Argan
como um sinal da arte de todos os tempos, est mais que nunca presente
na contemporaneidade.
Mas o que significa a manipulao de obras de arte ou de produtos de
artistas por um curador? Significa que, nas grandes exposies, este
profissional se porta como um rgisseur do espetculo, constitudo pelas