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Dose em pacientes em radiografia digital

Alessandro Martins da Costa

Universidade de São Paulo


Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto
Departamento de Física e Matemática

1 de março de 2010
Produção de raios X

I Raios X são produzidos quando elétrons altamente


energéticos interagem com a matéria e há conversão de
energia cinética em radiação eletromagnética
I Um dispositivo que realiza esta tarefa consiste em:
I uma fonte de elétrons
I um caminho (vácuo) para a aceleração dos elétrons
I uma fonte de energia externa para acelerar os elétrons
Espectro de bremsstrahlung

I Os elétrons do catodo movem-se para o anodo acelerados


pela diferença de potencial elétrico entre estes eletrodos
I A energia cinética adquirida por um elétron é proporcional
à diferença de potencial entre o anodo e o catodo
I as energias dos elétrons acelerados por diferenças de
potencial de 20 e 100 kVp são 20 e 100 keV,
respectivamente
Espectro de bremsstrahlung (continuação)

I No impacto com o alvo, a energia cinética dos elétrons é


convertida em outras formas de energia
I A maioria das interações produzem calor
I O aquecimento limita o número de raios X que podem ser
produzidos em um determinado tempo sem destruir o alvo
I Ocasionalmente um elétron chega perto de um núcleo no
eletrodo alvo
I Forças coulombianas atraem e desaceleram o elétron
I Um fóton de raios X com energia igual à energia cinética
perdida pelo elétron é produzido
Eficiência de produção de raios X

I Os principais fatores que afetam a eficiência de produção


de raios X incluem o número atômico do material do alvo e
a energia cinética dos elétrons

Perdas radiativas ∼ EC Z
=
Perdas colisionais 820.000
Eficiência de produção de raios X (continuação)

I Para elétrons de 100 keV colidindo com tungstênio


(Z = 74), a razão aproximada entre perdas radiativas e
colisionais é 0,9%
I Mais de 99% da energia incidente gera calor
I Para elétrons de 6 MeV, a razão aproximada entre perdas
radiativas e colisionais é 54%
I O excesso de calor é menos problemático em energias
maiores
Espectro de raios X característicos

I Energias de ligação são únicas para um dado elemento, e


assim são as suas diferenças
I Os raios X emitidos têm energias discretas que são
características desse elemento
I Os raios X característicos predominantes na faixa de
energia de radiodiagnóstico resultam de vacâncias na
camadas K, que são preenchidas por elétrons vindos das
camadas L, M e N
Espectro de raios X característicos (continuação)

I A camada da captura do elétron designa a transição do


raio X característico
I Um subscrito α ou β indica se a transição é a partir de
uma camada adjacente (α) ou não adjacente (β)
I Dentro de cada camada (com exceção da camada K), há
sub camadas discretas de energia, o que resulta na
divisão fina da energia dos raios X característicos
Espectro de raios X característicos (continuação)

I Raios X característicos que não os gerados por transições


para a camada K são irrelevantes no radiodiagnóstico,
porque eles são quase inteiramente atenuados pela janela
do tubo de raios X ou pela filtração adicional
I Raios X característicos da camada K são emitidos apenas
quando os elétrons que colidem com o alvo têm uma
energia cinética que excede a energia de ligação de um
elétron da camada K
I Interações entre raios X de bremsstrahlung e elétrons por
meio do efeito fotoelétrico também contribuem para a
produção de raios X característicos
Tubos de raios X

I Componentes principais:
I Catodo
I Anodo
I Rotor/Estator
I Invólucro de vidro (ou metal)
I Alojamento do tubo
Condições de operação típicas

I Para radiodiagnóstico, a tensão de pico varia de 20 a


150 kVp
I As correntes no tubo (a taxa de fluxo de elétrons do
catodo para o anodo) estão na faixa de:
I 1-5 mA para fluoroscopia contínua
I 100-1000 mA para radiografia de projeção (com tempo de
exposição curto, muitas vezes inferior a 100 ms)
I A kVp, mA e o tempo de exposição são os três principais
parâmetros selecionáveis no painel de controle do gerador
de raios X
Catodo

I O catodo é constituído por um filamento helicoidal de


tungstênio rodeado por um focalizador
I O circuito do filamento fornece uma tensão de até cerca
de 10 V para o filamento, produzindo uma corrente de até
cerca de 7 A
I A resistência elétrica aquece o filamento e libera elétrons
I Elétrons liberados a partir do filamento fluem através do
tubo (vácuo) para o anodo positivo quando uma voltagem
é aplicada ao anodo em relação ao catodo
Focalizador

I Rodeia o filamento e determina a largura do feixe de


elétrons
I Um focalizador isolado pode ser polarizado com uma
tensão mais negativa (cerca de 100 V menos) que o
filamento
I Cria um campo elétrico mais estreito ao redor do filamento
I Reduz a divergência do feixe de elétrons
I Resulta em uma largura pequena do ponto focal
Corrente no filamento

I A corrente no filamento determina a temperatura do


filamento e, assim, a taxa de emissão termoiônica de
elétrons
I Quando nenhuma voltagem é aplicada entre o catodo e o
anodo, uma nuvem eletrônica (carga espacial) é criada em
torno do filamento
I A aplicação de alta tensão no anodo com relação ao
catodo acelera os elétrons em direção ao anodo e produz
um corrente no tubo
I Pequenas mudanças na corrente no filamento podem
produzir relativamente grandes mudanças na corrente no
tubo
Anodo

I O anodo é um eletrodo alvo metálico que é mantido a uma


diferença de potencial positiva em relação ao catodo
I O tungstênio é o material mais usado para o anodo devido
ao seu alto ponto de fusão (3422◦ C) e alto número
atômico (Z = 74)
I O anodo de tungstênio pode lidar com substancial
deposição de calor deposição sem rachaduras ou poros na
sua superfície
Configurações do anodo

I O tipo mais simples de tubo de raios X tem um anodo


estacionário (fixo)
I Consiste de uma placa fina de tungstênio incorporada em
um bloco de cobre
I O cobre carrega o tungstênio e remove eficientemente o
calor do alvo
I Uma pequena área do alvo limita a taxa de dissipação de
calor, limitando o valor máximo da corrente no tubo e,
portanto, o fluxo de raios X
I Utilizado em unidades de raios X odontológicos e
aparelhos de raios X portáteis
Anodos giratórios

I Anodos giratórios são utilizados para a maioria das


aplicações de raios X diagnósticos
I Maior capacidade de armazenamento de calor e
consequentemente maior capacidade de rendimento do
tubo de raios X
I Os elétrons transmitem energia para um alvo
continuamente girando, espalhando a energia térmica
sobre uma área e massa grande
Rotor e estator

I O rotor é constituído de barras de cobre dispostas em


torno de um núcleo de ferro cilíndrico
I Electroímãs ao redor do rotor fora do tubo de raios X
compõem o estator
I Uma corrente alternada atravessa os enrolamentos do
estator, causando o giro do rotor
I As velocidades de rotação são de 3.000-3.600 (baixa
velocidade) ou 9.000-10.000 (alta velocidade) rotações por
minuto (rpm)
Ângulo do anodo

I O ângulo do anodo é definido como o ângulo da superfície


do alvo em relação ao raio central no campo de raios X
I Ângulos do anodo em tubos de raios X diagnóstico variam
de 7-20◦ , ângulos de 12-15◦ são mais comuns
Tamanho do ponto focal

I O tamanho real do ponto focal é a área sobre o anodo que


é atingida pelos elétrons
I Determinado principalmente pelo comprimento do
filamento do catodo e pela largura do focalizador
I O tamanho efetivo do ponto focal é o comprimento e
largura do ponto focal projetados abaixo do raio central no
campo de raios X
Tamanho do ponto focal

I A largura efetiva do ponto focal é igual a largura real do


ponto focal
I O comprimento efetivo do ponto focal é igual o
comprimento real do ponto focal×senθ
I Esta redução do tamanho do ponto focal, visualizado
abaixo do raio central, é chamado de princípio do foco
linear
Efeito anódico

I O efeito anódico refere-se a uma redução da intensidade


do feixes de raios X na direção do lado do anodo no
campo de raios X
I Para um determinado tamanho de campo, o efeito anódico
é menos proeminente com uma distância fonte-imagem
maior
I O tubo de raios X é melhor posicionado com o catodo
sobre as partes mais espessas do paciente para equilibrar
os fótons de raios X transmitidos incidentes sobre o
receptor de imagem
Alojamento do tubo

I O alojamento carrega, isola e protege o tubo de raios X


I Óleo no alojamento fornece condução de calor e
isolamento elétrico
I Uma blindagem de chumbo dentro do alojamento atenua
os raios X que são emitidos em todas as direções
Filtração

I Em radiodiagnóstico, filtros adicionais atenuam raios X de


baixa energia do espectro que não têm praticamente
nenhuma chance de penetrar no paciente e atingir o
detector de raios X
I A dose no paciente é reduzida
I O alumínio é o material mais comumente adicionado como
filtro
I Normas requerem filtração mínima (por exemplo,
2,5 mm Al para máquinas projetadas para funcionar em
potenciais acima de 70 kVp)
Compensadores

I Compensadores são filtros adicionais com uma forma


destinada a alterar o padrão espacial da intensidade de
raios X incidente sobre o paciente, de modo a
proporcionar uma maior uniformidade na exposição do
detector aos raios X
I São colocados externamente ao sistema de colimação
Colimadores

I Os colimadores ajustam o tamanho e a forma do campo


de raios X
I Obturadores de chumbo paralelo-opostos ajustáveis
definem o campo de raios X
I Colimadores positivos automaticamente limitam o campo
para o tamanho da área útil do detector
Gerador de raios X

I Fornece a corrente para aquecer o filamento do catodo


I Fornece a voltagem para acelerar os elétrons no tubo
I Controle automático de exposição
I Fonte de energia
I As características do gerador têm uma forte influência na
geração da imagem radiográfica
I A tensão no tubo (kV) contribui para a quantidade de
radiação que chega ao receptor de imagem
I A corrente no tubo (mA) é igual ao número de elétrons que
fluem da catodo para o anodo por unidade de tempo
I O tempo de exposição (s) deve ser o mais curto possível
para eliminar borramentos na imagem devido ao
movimento do paciente
I A quantidade de raios X é aproximadamente proporcional
ao produto kV2 × mAs
I O valor da voltagem de pico influencia o poder de
penetração do feixe
I Tem de ser relacionado à questão médica
I Que estrutura anatômica está sendo investigada?
I Que nível de contraste é necessário?
I Para um exame de tórax: 140–150 kV é apropriada para
visibilizar a estrutura do pulmão
I Somente 65 kV é necessária para ver a estrutura óssea
Forma de onda

I Geradores convencionais
I monofásico 1-pulso (odontológicos e portáteis)
I monofásico 2-pulsos (retificação de onda completa)
I trifásico 6-pulsos
I trifásico 12-pulsos
I Geradores de potencial constante
I Geradores de alta frequência → inversor
Monofásico 2-pulsos (retificação de onda completa)
Trifásico 6-pulsos
Inversor de alta-frequência
O “ripple”, r , de um gerador tem de ser o menor possível
kVmax − kVmin
%r = × 100
kVm ax
Controle Automático de Exposição

I Otimização de parâmetros técnicos a fim de evitar


repetições de exames (kV, mA)
I Detector de radiação atrás (ou na frente) do cassete (com
a devida correção)
I A exposição é terminada quando a dose necessária é
integrada
I Compensação para a kV para uma dada espessura
I Compensação para espessura para uma dada kV
Potência nominal

I Descreve a energia por unidade de tempo que pode ser


fornecida (gerador) ou recebida (tubo)
I A potência nominal em kW é a potência média que pode
ser entregue pela corrente máxima no tubo em 100 kV e
0,1 s de tempo de exposição

Potência=100 kV × Imax para uma exposição de 0,1 s


A escolha do número de pulsos

I 1 pulso: potência baixa (<2 kW)


I 2-pulsos: potência baixa e média
I 6-pulsos: potência média e (compensação manual ou
automática para queda de tensão)
I 12-pulsos: usa 2 sistemas trifásicos deslocados, potência
alta até 150 kW
I Potencial constante: elimina qualquer variação de tensão
ou corrente no tubo
I Custo alto (equipamento e operacional) e espaço imenso
necessário
I Alta frequência: combina as vantagens de potencial
(quase) constante e geradores convencionais
I reprodutibilidade e consistência da tensão no tubo
Armazenamento de calor

I A “Heat Unit” (HU) é utilizada para expressar a deposição


de energia e a sua dissipação no anodo de um tubo de
raios X

Energia (HU)=kV × mA × s

I Subestima a deposição de energia para geradores


trifásicos, de alta frequência ou potencial constante
I Um fator multiplicativo entre 1,35 e 1,40 compensa esta
diferença
I Para fluoroscopia

HU/s=kV × mA
Carta de exposição nominal

I Utilizada para determinar os limites operacionais de um


tubo de raios X para exposições únicas ou múltiplas e o
armazenamento de calor permitido no anodo e no
alojamento do tubo
I É específica para um tubo de raios X e não deve ser
utilizada para outros tubos
Carta de exposição única

I Fornece informação sobre as combinações permitidas de


kV, mA e tempo de exposição para um particular tubo de
raios X, tamanho de ponto focal, velocidade de rotação do
anodo e tipo de gerador
Ponto focal de 0,3 mm, 10 kW, 3000 rpm
Ponto focal de 0,3 mm, 10 kW, 10000 rpm
Ponto focal de 1,2 mm, 120 kW, 3000 rpm
Ponto focal de 1,2 mm, 120 kW, 10000 rpm
Utilização das cartas

I Encontre a intersecção do requerido kV e tempo de


exposição
I Determine a correspondente mA. Esta é a mA máxima
permitida pelo ponto focal do tubo
I Compare a mA desejada com a máxima permitida. Se a
exposição desejada é maior, a exposição não é permitida
I Para gráficos da mA em função do tempo com vários
curvas de kV, as regras são as mesmas
Carta de aquecimento/resfriamento do anodo
I Mostra a capacidade de armazenamento de calor restante
no anodo em função do tempo de resfriamento
I A capacidade de armazenamento de calor máxima é o
maior valor no eixo y do gráfico
I Após uma série de exposições, o total de calor acumulado
no anodo é calculado como a soma dos HU’s incidentes
por exposição
I Se for preciso esperar antes de reutilizar o tubo, a fim de
evitar danos no anodo, a carta de resfriamento especifica
quanto tempo de espera
I O mesmo gráfico mostra o calor que corresponde às
curvas de entrada contínua de calor resultante de uma
operação de fluoroscopia
I Útil para determinar a quantidade de calor acumulada no
anodo após uma determinada quantidade de tempo
fluoroscopia
Carta de resfriamento do alojamento do tubo

I O calor gerado no anodo eventualmente é transferido para


o alojamento do tubo
I O gráfico é utilizado da mesma forma como o gráfico de
resfriamento do anodo
I A capacidade de armazenamento de calor do alojamento
do tubo normalmente é superior à do anodo
Radiografia de projeção

I refere-se à aquisição de uma imagem bidimensional da


anatomia tridimensional do paciente
I imagem de transmissão Ô conceitualmente diferente da
imagem de emissão e da imagem de reflexão
Sistema tela-filme
Telas intensificadoras

I o filme por si só pode ser utilizado para detectar os raios X


I relativamente insensíveis
I muita energia é necessária para produzir um filme exposto
adequadamente
I telas intensificadoras são utilizadas para reduzir a dose no
paciente
I as telas são feitas de uma material cintilador chamado de
fósforo
I os raios X interagem no fósforo; luz visível ou UV é emitida
I detecção indireta
Materiais

I em boa parte do século 20, o tungstato de cálcio (CaWO4 )


foi o mais comumente utilizado
I no início dos anos 1970 foram introduzidos os fósforos de
terras raras
I oxissulfeto de gadolínio (Gd2 O2 S)
I oxibrometo de lantânio (LaOBr) e tantalato de ítrio (YTaO4 )
I eficiência de conversão intrínseca (fração da energia
absorvida que é emitida como luz visível ou UV) maior que
a do tungstato de cálcio (CaWO4 ) utilizado no passado
I o iodeto de césio (CsI) é utilizado em fluoroscopia e
radiografia digital; sensível à umidade e frágil para o uso
em radiografia tela-filme
Espessura do fósforo

I usualmente expressa como espessura de massa (produto


da espessura pela densidade) do fósforo, excluindo o
aglutinante
I para radiografia geral são utilizadas duas telas, cada tela
tendo uma espessura de aproximadamente 60 mg/cm2
I para mamografia é utilizada uma única tela de
aproximadamente 35 mg/cm2
Funções da tela

I a tela tem duas função:


I absorver os raios X incidentes
I emitir luz visível (ou UV) que expõe o filme
I a eficiência de conversão é definida como a fração da
energia absorvida que é emitida como luz
I a do CaWO4 é aproximadamente 5%
I a do Gd2 O2 S:Tb é aproximadamente 15%
I nem todos os fótons emitidos alcançam o filme
Eficiência de detecção quântica

I fração do fótons de raios X incidentes que interagem com


a tela intensificadora
I modo mais fácil para aumentar a EDQ é fazer a tela mais
grossa
Efeitos da espessura
Resolução

I a resolução espacial na ausência da tela intensificadora é


quase perfeita Ô então por quê ela é utilizada?
I para reduzir a dose no paciente
I reduz-se os requisitos de rendimento do sistema de raios X
I reduz-se os requisitos de geradores de raios X mais
potentes e de capacidade de aquecimento do tubo alta
I tempos de exposição menores Ô artefatos devido ao
movimento são reduzidos
I a exposição dos trabalhadores aos raios X espalhados
também é reduzida
Características do filme: composição e função

I o filme não exposto consiste de uma ou duas camadas de


emulsão sobre uma folha flexível feita de Mylar
I a emulsão consiste de grãos de haleto de prata (AgBr e
AgI) em uma base de gelatina
I a emulsão de um filme não exposto contém a imagem
latente
I processamento Ô redução química do haleto de prata em
grãos de prata metálica
Densidade óptica

I o filme de raios X é um registro negativo Ô um aumento


na exposição à luz (ou raios X) torna o filme revelado mais
escuro
I o grau de escurecimento de um filme é quantificado pela
densidade óptica (DO), medida com um densitômetro
I a transmitância e a DO são definidas como:
I
T =
I0
   
1 I0
DO = − log T = log = log
T I
Exemplos de densidade óptica

T DO Comentário
1,0000 0 filme perfeitamente transparente (não existe)
0,7760 0,11 filme não exposto (base+véu)
0,1000 1 cinza médio
0,0100 2 escuro
0,0010 3 muito escuro
0,00025 3,6 DO máxima utilizada em radiografia médica
Curva Hurter & Driffield
Contraste

I inclinação da curva H & D:


I regiões de maior inclinação têm maior contraste
I regiões de inclinação reduzida têm menor contraste
I um único número, que define o contraste total de um dado
tipo de filme radiográfico, é o gradiente médio
Gradiente médio

I DO1 = 0, 25 + base + fog


I DO2 = 2, 0 + base + fog

DO2 − DO1
Gradiente médio =
log E2 − log E1
I o gradiente médio para filmes radiográficos varia de 2,5 a
3,5
Velocidade
Latitude
Sistema tela-filme

I a emulsão do filme deve ser sensível aos comprimentos


de onda da luz emitida pela tela
I o tungstato de cálcio emite luz azul
I tela de terras raras emitem luz verde
I telas e filmes são normalmente adquiridos como um
conjunto
Lei de reciprocidade
Radiação espalhada
Grade anti-espalhamento
Outros parâmetros da grade

I distância focal Ô inclinação das fendas


I frequência da grade Ô número de barras por unidade de
comprimento
I fator de grade Ô razão da exposição de entrada no
paciente quando a grade é utilizada pela exposição de
entrada sem a grade na qual se obtém a mesma
densidade no filme (depende da kVp e da espessura do
paciente)
Artefatos causados pelas grades
Processamento do filme
I filme Ô tecnologia do século 19
I inovação quando os raios X foram descobertos em 1895
I nos primórdios da radiografia a base do filme era uma
placa de vidro e as telas intensificadoras não eram
utilizadas
I com o início da Primeira Guerra Mundial em 1914, o
fornecimento de placas de vidro pela Bélgica parou,
enquanto a demanda por radiografias médicas de
soldados feridos aumentou
I foi desenvolvido um filme com base de nitrato de celulose
e emulsão simples que era utilizado com uma única tela
intensificadora
I por volta de 1918 foi desenvolvido um filme com emulsão
dupla que era utilizado em um cassete com duas telas
intensificadoras
Processamento do filme

I o nitrato de celulose era altamente inflamável e foi


substituído pelo triacetato de celulose menos inflamável
I nos anos 1960 o poliéster foi introduzido e tornou-se a
base padrão dos filmes na indústria
I o processamento do filme era realizado manualmente,
utilizando um sistema de tanques químicos
I a primeira processadora automática foi introduzida em
1956 (tinha mais de 3 m de comprimento, pesava
aproximadamente 640 kg e produzia uma radiografia seca
em 6 min)
Emulsão do filme

I 95% AgBr 5% AgI


I ligações iônicas
I rede cristalina cúbica Ô defeitos introduzidos pelo AgS Ô
propriedades ópticas na região do centro de sensibilidade
Ô essencialmente um deslocamento de carga positiva
para a superfície do cristal
Imagem latente

I elétrons fracamente ligados nos haletos de prata podem


absorver a energia dos fótons
I os elétrons livres podem entrar em contato com os centros
de sensibilidade positivos e apenas alguns átomos no grão
são sensibilizados:

Ag+ + e− → Ag

I um filme exposto mas ainda não processado possui a


imagem latente
I a imagem latente não é visível mas está codificada na
emulsão do filme
Processamento

I os cristais de haleto de prata que não foram expostos na


emulsão são inertes aos efeitos do revelador químico
I os átomos de prata metálica expostos agem como um
catalisador para a redução dos íons de prata restantes em
um grão de prata metálica
I cada grão escurecido contribui um pouco para a
densidade óptica total
I áreas mais escuras do filme têm uma maior concentração
de grãos (por mm2 )
I o tamanho de um grão é de 1 a 5 µm
Processamento

I solução reveladora Ô tem a propriedade de transformar


todos os grãos de brometo de prata em prata metálica
I esse processo ocorre com velocidade muito maior em
grãos que já possuem alguns átomos sensibilizados
I solução fixadora Ô interrompe a revelação quando todos
os grãos sensibilizados previamente já foram revelados e
remove os grãos de AgBr não revelados que não contém a
imagem latente
I banho de água Ô remove a solução fixadora
I secagem
Processadora

I processadoras automáticas de filmes devem produzir um


desempenho consistente
I a processadora controla a concentração e a temperatura
dos químicos
I o tempo que a emulsão gasta em cada um dos banhos
químicos é regulado pelo comprimento do caminho do
filme através de cada tanque, que é governado pela
profundidade do tanque e pela velocidade do filme
Controle de qualidade da processadora

I devido à natureza química e o enorme grau de


amplificação que o processamento produz, as
processadoras são tipicamente os instrumentos menos
precisos na geração de uma imagem diagnóstica
I controle de qualidade em um Serviço de Radiodiagnóstico
Ô a processadora é a primeira linha de defesa
I sensitômetro e densitômetro
Os fundamentos e as vantagens de sistemas digitais

I É característica de qualquer dispositivo de radiografia


digital que o estágio de detecção de raios X, o
armazenamento final da informação digital, e os meios
para a exibição da imagem são componentes fisicamente
fisicamente
I Para o campo da comunicação de imagens médicas, os
protocolos no padrão DICOM foram estabelecidos
I No entanto, devido ao rápido desenvolvimento de novas
tecnologias e métodos, a compatibilidade e conectividade
de sistemas de diferentes fabricantes é ainda um grande
desafio
Os fundamentos e as vantagens de sistemas digitais

I Sistemas com fósforos de armazenamento usam uma


placa fósforo de armazenamento para gravar a imagem da
exposição aos raios X como informação latente
I Os sistemas são baseados em cassetes, então os
equipamentos de raios X existentes podem ser usados
sem modificações
I No entanto, os parâmetros de exposição não pode ser
automaticamente armazenados em conjunto com os
dados da imagem
Os fundamentos e as vantagens de sistemas digitais

I O “flat-panel detector” é a evolução mais recente


I A detecção dos raios X e leitura da imagem é realizada em
uma etapa
I Uma montagem integrada composto por um conversor de
raios X e a eletrônica de leitura é uma característica
comum a estes detectores
I Equipamentos de raios X com detectores “flat-panel” são
capazes de armazenar parâmetros de exposição,
juntamente com os dados da imagem
Os fundamentos e as vantagens de sistemas digitais
I Uma das vantagens da digitalização da informação da
imagem é a aplicação de processamento de imagem para
melhorar a visualização
I Como conseqüência destas capacidades de
processamento, já não há uma correlação estreita entre o
brilho (ou escurecimento) da imagem e da exposição
I Uma função disponível em todas as estações de trabalho
é o uso de ”janelas´´, o que permite a especificação de um
subconjunto de toda a gama de valores de pixels para
mostrar
I Todas as informações da imagem fora do intervalo de
janela não é mais visível
I O centro da janela e largura são normalmente transferidos
como parte do cabeçalho DICOM de uma imagem
I Uma janela de configuração incorreta pode também ser
interpretado erroneamente como uma sub ou
superexposição
Os fundamentos e as vantagens de sistemas digitais

I Um dispositivo de exibição de imagem com um


desempenho insatisfatório pode comprometer a qualidade
dos dados adquiridos
I O usuário deve ter informações completas no que diz
respeito a um conjunto mínimo de requisitos para o
dispositivo de exibição de imagem, quer através de
especificação de parâmetros físicos importantes ou por
referência a modelos específicos de dispositivos de
exibição de imagem
Fatores que afetam a dose

I Radiografia convencional
I energia do feixe e filtração;
I colimação;
I grades;
I tamanho do paciente;
I combinações tela-filme e condições de processamento
Fatores que afetam a dose

I Radiografia digital
I CR (Computed Radiography) Ô mesmos fatores que
afetam a dose em radiografia convencional
I DR (Direct Radiography)
Fatores que afetam a dose

I A imagem médica está sendo transformado


significativamente com a transição do analógico baseado
em filmes paras as técnicas digitais
I As informações de diagnóstico fornecidas pelos modernos
detectores digitais podem ser iguais ou superiores às
fornecidas pelos sistemas tela-filme convencionais, com
doses comparáveis nos pacientes
I Imagens digitais tem vantagens técnicas práticas em
comparação com técnicas de filme, por exemplo, ampla
gama de contraste dinâmico, a funcionalidade de
pós-processamento, opções de visualização da múltiplas
imagens, transferência eletrônica e as possibilidades de
arquivamento
Fatores que afetam a dose

I Com sistemas digitais, uma exposição excessiva pode


ocorrer sem um impacto negativo na qualidade da imagem
I Uma superexposição pode não ser reconhecida pelo
radiologista ou pelo técnico
I Na radiografia convencional, a exposição excessiva produz
um “filme escuro” e exposição inadequada produz um
filme de “claro”, ambos com contraste reduzido
I Em sistemas digitais, o brilho da imagem pode ser
ajustado no pós-processamento independente do nível de
exposição
Fatores que afetam a dose

I Na radiologia digital, uma dose mais elevada no paciente


por imagem geralmente geralmente significa melhor
qualidade de imagem
I Existe uma tendência para utilizar doses mais elevadas no
paciente do que o necessário, e isso deve ser evitado
I Diferentes procedimentos de imagens médicas exigem
diferentes níveis de qualidade de imagem
I Os critérios de qualidade deve ser estabelecido para todas
os procedimentos de imagens médicas
I O objetivo é evitar doses desnecessárias nos pacientes,
i.e., doses que não têm nenhum benefício adicional para o
efeito clínico pretendido
Fatores que afetam a dose
I A qualidade da imagem pode ser comprometida por níveis
inadequados de compressão de dados e/ou técnicas de
pós-processamento
I Isso depende da modalidade
I Os requisitos de compressão de dados e de
pós-processamento devem ser definidos pela modalidade
e procedimento de imagens médicas
I Os dados não processados obtidos com a imagem digital
devem estar disponíveis para o usuário
I Níveis de referência de radiodiagnóstico locais são
ferramentas úteis para gerenciar doses em pacientes nos
procedimentos de imagens médicas
I Níveis de referência para procedimentos de imagem
médica não-digital não são necessariamente aplicáveis
aos específicos e semelhantes procedimentos de imagem
digital
Fatores que afetam a dose

I Parâmetros de dose no paciente devem ser exibidos no


console do operador para auxiliar os técnicos de radiologia
e médicos especialistas na gestão da dose
I A formação básica em gestão de qualidade de imagem e
dose em pacientes em radiologia digital é necessária para
radiologistas, físicos médicos e técnicos em radiologia
envolvidos na utilização de novas técnicas
Dosimetria de pacientes em radiodiagnóstico

I fontes de radiação utilizadas em medicina Ô maior


contribuição à dose da população devido às fontes
artificiais Ô acima de 90% provêm de raios X diagnósticos
I 75% dos exames ocorrem nos paíse com nível de atenção
à saúde I Ô 25% da população mundial
I 1% dos exames ocorrem nos países com níveis de
atenção III e IV Ô 20% da população mundial
I o Brasil é classificado como nível de atenção II
Dosimetria de pacientes em radiodiagnóstico

I é esperado um crescimento na radiologia médica nos


países em desenvolvimento onde ainda faltam instalações
e serviços de radiodiagnóstico
I o Safety Series No. 115 (1996) pede que sejam
estabelecidos níveis de referência
I devem ser derivados de dados obtidos em levantamentos
em grande escala e revisados com o desenvolvimento da
tecnologia e das técnicas de radiodiagnóstico
I são baseados nos valores do terceiro quartil para as
distribuições da grandeza específica encontradas no
levantamento
I não são limites regulamentados
Dosimetria de pacientes em radiodiagnóstico

I as doses recebidas por um paciente são função da


modalidade de imagem, do equipamento, dos fatores da
técnica utilizada, e, no caso da fluoroscopia, da habilidade
do operador em minimizar o tempo de fluoroscopia
I objetivos da dosimetria
I determinar as grandezas dosimétricas para o
estabelecimento e o uso de níveis de referência em
radiodiagnóstico
I avaliação comparativa de risco de dano biológico
I avaliação do desempenho do equipamento como parte de
um programa de controle de qualidade
Dosimetria de pacientes em radiodiagnóstico

I doses típicas nos órgãos em radiografias tela-filme,


incluindo mamografia Ô 1–20 mGy
I tomografia computadorizada, fluoroscopia e
procedimentos intervencionistas Ô 10–100 mGy
I valores muito abaixo dos requeridos para produzir efeitos
determinísticos, mas podem resultar em efeitos
estocásticos
Grandeza dosimétrica: Kerma
I um feixe de radiação indiretamente ionizante deposita
energia em um meio em um processo de dois estágios:
1. a energia transportada pelos partículas não carregadas é
convertida em energia cinética de partículas carregadas
2. partículas carregadas diretamente ionizantes depositam
suas energias no meio por excitação e ionização
I kerma (K ) é um acrônimo para k inetic energy r eleased in
matter
I é o quociente de dEtr por dm, em que dEtr é a soma das
energias cinéticas iniciais de todas as partículas
carregadas liberadas pelas partículas não carregadas em
uma massa dm de material, então
dEtr
K =
dm
I unidade: J/kg
I o nome especial para a unidade de kerma é gray (Gy)
Grandezas dosimétricas de aplicação específica

I o kerma no ar é utilizado como base para todas grandezas


de aplicação específica diretamente medidas
I kerma no ar incidente, Ki
I é o kerma no ar para um feixe de raios X incidente medido
no eixo central do feixe na posição da superfície do
paciente ou do objeto simulador
I a radiação retro espalhada não é incluída
I unidade: J/kg (Gy)
I kerma no ar na superfície de entrada, Ke
I é o kerma no ar medido no eixo central do feixe na posição
da superfície do paciente ou do objeto simulador incluindo
a radiação retro espalhada
I unidade: J/kg (Gy)
I outros nomes: dose na superfície de entrada, dose de
entrada na pele
Grandezas dosimétricas de aplicação específica
I rendimento do tubo de raios X, R
I é o quociente do kerma no ar a uma distância específica,
d, do foco do tubo de raios X pelo produto corrente no
tubo-tempo de exposição

K (d)
R(d) =
PIt
I unidade: (J/kg)/C ou Gy/C ou Gy/(As)
I produto kerma no ar área, PKA
I integral do kerma no ar sobre a área do feixe de raios X em
um plano perpendicular ao eixo do feixe
Z
PKA = K (x, y )dxdy
A

I unidade: (J/kg) · m2 ou Gy · m2
I grandezas específicas para dosimetria em tomografia
computadorizada
Grandezas relacionadas a efeitos estocásticos e
determinísticos
I dose no órgão
T
DT =
mT
I dose glandular média, DG
I dose equivalente
HT = wR DT

I unidade: J/kg ou sievert (Sv)


I dose efetiva X
E= wT HT
T
I fatores de conversão para avaliação de dose no órgão ou
tecido
dose no órgão ou tecido
c=
grandeza medida ou calculada
Formalismo dosimétrico baseado em padrões de
kerma no ar
I É o formalismo empregado para a determinação das
grandezas dosimétricas utilizadas em radiodiagnóstico
K = (MQ0 − M0 )NK ,Q0
em que MQ0 é a leitura do dosímetro sob as condições de
referência utilizadas no laboratório padrão, M0 é a leitura
do dosímetro na ausência do feixe sob as mesmas
condições, e NK ,Q0 é o coeficiente de calibração do
dosímetro em termos do kerma no ar obtido em um
laboratório padrão
I NK ,Q0 refere-se às condições de referência utilizadas nos
laboratórios padrão e é a razão entre o valor
convencionado verdadeiro da grandeza a ser medida e o
valor indicado pelo dosímetro
I K representa um termo genérico para qualquer uma das
grandezas dosimétricas de aplicação específica ao
radiodiagnóstico
Condições de referência

I As condições de referência representam um conjunto de


valores (valores de referência) das grandezas de influência
para os quais o coeficiente de calibração é válido sem
correções adicionais.
I Exemplos: qualidade do feixe, temperatura, pressão e
umidade relativa do ar ambiente, direção de incidência da
radiação, etc. . .
I Como as condições de medição geralmente não
correspondem às condições de referência utilizadas nos
laboratórios padrões, correções adicionais às condições
de referência utilizadas no laboratório para os efeitos das
grandezas de influência são necessárias
Grandezas de influência

I Definidas como grandezas que não são o objeto da


medição, mas ainda assim podem ter uma influência no
resultado da medição
I Podem ser de natureza diferente → ambientais, do
dosímetro, do campo de radiação
I Podem ter efeitos diferentes em tipos de dosímetros
diferentes → por exemplo dosímetros com detectores
semicondutores geralmente não são influenciados por
mudanças na pressão atmosférica enquanto câmaras de
ionização são.
Grandezas de influência
I Durante a medição, tantas grandezas de influência quanto
praticável são mantidas sob controle
I Muitas grandezas de influência não podem ser controladas
I É possível corrigir para os efeitos destas grandezas de
influência aplicando-se fatores de correção
I Assumindo que as grandezas de influência atuam
independentemente uma da outra:
Y
K = (MQ − M0 )NK ,Q0 ki

em que ki representa uma correção para o efeito da


i-ésima grandeza de influência
I Se M0 for desprezível
Y
K = MQ NK ,Q0 ki
Correções para a densidade do ar

I Câmaras de ionização
  
273, 2 + T P0
kTP =
273, 2 + T0 P

em que P0 =101,3 kPa e T0 =20◦ C


Correções para a qualidade do feixe de radiação

I Câmaras de ionização, assumindo que as outras


grandezas de influência são mantidas em seus valores de
referência

KQ = MQ NK ,Q0 kQ,Q0

kQ,Q0 fornecido pelo laboratório de calibração ou NK ,Q


para todas as qualidades Q medidas

NK ,Q
kQ,Q0 =
NK ,Q0
Correções para a qualidade do feixe de radiação

KQ = MQ NK ,Q0 kQ,Q0

MQ
KQ =
RQ

em que RQ = (NK ,Q0 kQ,Q0 )−1 é a resposta do dosímetro para a


qualidade Q

MQ
RQ =
KQ

RQ0 MQ0 /kQ0


kQ,Q0 = =
RQ MQ /kQ
Outras correções

I Algumas comuns a todos os métodos de medição


I não linearidade de resposta, posicionamento do detector,
não homogeneidade do campo, tamanho do campo
I Outras são específicas da técnica empregada
I câmaras de ionização → recombinação, efeitos de
polaridade, corrente de fuga
I TL → fator de correção individual, desvanecimento térmico
do sinal
Análise de incerteza

I Na dosimetria em radiodiagnóstico a incerteza associada


com a medição é muitas vezes expressa em termos da
exatidão e da precisão
I A precisão especifica o grau de concordância entre os
resultados de medições sucessivas de um mesmo
mensurando efetuadas sob as mesmas condições de
medição
I O termo precisão não deve ser utilizado como exatidão
I A exatidão especifica o grau de concordância entre o
resultado de uma medição e um valor verdadeiro do
mensurando
I Os resultados de uma medição não podem ser
absolutamente exatos e a inexatidão de um resultado de
medição é caracterizado como a sua incerteza
Análise de incerteza
I A incerteza de medição é um parâmetro que descreve a
dispersão dos valores medidos de uma grandeza; é
avaliada por métodos estatísticos (tipo A) ou por outros
métodos (tipo B); não tem sinal conhecido e assume-se
normalmente que é simétrica
I O erro de medição é a diferença entre o resultado de uma
medição e o valor verdadeiro do mensurando; tem um
valor numérico e um sinal
I O erro deve ser entendido como uma quantidade não
conhecida exatamente e os conceitos de erro e incerteza
devem ser cuidadosamente distinguidos
I O erro deve ser estimado da melhor maneira possível e
correções devem ser feitas
I Após a aplicação de todas as correções, o valor esperado
para o erro deve ser zero e a única quantidade de
interesse deve ser a incerteza
Incerteza padrão tipo A, uA
I Valor médio:
N
1X
x= xi
N
i=1
I Desvio padrão:
" N
# 12
1 X
σx = (xi − x)2
N −1
i=1
I Desvio padrão do valor médio:
1
σx = √ σx
N
uA = σx
obtida por análise estatística de repetidas medições e, em
princípio, pode ser reduzida aumentando-se o número de
medições
Incerteza padrão tipo B, uB

I Não pode ser estimada por repetidas medições → inclui


influências no processo de medição, aplicação de fatores
de correção ou dados físicos obtidos da literatura
I Julgamento científico, baseando-se em todas as
informações sobre a possível variabilidade da grandeza
I Muitas vezes assume-se que a incerteza padrão tipo B
tem um distribuição de probabilidades, tal como uma
distribuição normal. retangular ou triangular
I Pode ser derivada estimando-se o limite superior e inferior
para a grandeza (simétrico) e uma fração deste limite é
tomado como uB . A fração é escolhida de acordo com a
distribuição assumida
Incerteza combinada e incerteza expandida

I A incerteza combinada uC associada a uma grandeza é a


soma quadrática de uA e uB
1
uC = (uA2 + uB2 ) 2

I Assume-se que a incerteza combinada tem uma


distribuição normal e é multiplicada por um fator de
abrangência k , para obter-se uma incerteza expandida
U = kuC
I O resultado da medição de uma grandeza qualquer Q é
então expresso por Q ± U
I A incerteza expandida U com um fator de abrangência
k = 2, correspondente a uma probabilidade de
abrangência de 95%, é frequentemente utilizado para
representar a incerteza geral
Propagação de incertezas: um exemplo prático

Y
KQ = MQ NK ,Q0 ki

y = f (x1 , x2 , x3 , . . .)

" 2 2 2 #1
  2
∂f ∂f ∂f
u(y ) ∼
=
2
u (x1 ) + 2
u (x2 ) + 2
u (x3 ) + . . .
∂x1 ∂x2 ∂x3

2 ( 2 2 )1

u(KQ ) u(MQ )

u(NK ,QO ) X  u(ki ) 2 2

= + +
KQ MQ NK ,QO ki
i
Expressão da incerteza e resultados

I Arredondamento de números
I 1,243 → 1,24
I 3,458 → 3,46
I 2,745 → 2,74
I Incerteza
I 0,00546 → 0,005
I 0,0235 → 0,024
Dosimetria de raios X

I medições diretas
I dose de entrada na pele (kerma no ar na superfície de
entrada) com dosímetros termoluminescentes
posicionadas sobre a pele do paciente
I fluoreto de lítio ou borato de lítio
I muito sensíveis
I aproximadamente equivalentes ao tecido
I resposta dependente da energia
I a resposta de dosímetros individuais à mesma quantidade
de radiação varia
I resposta linear com a dose
I radiação de fundo deve ser monitorada em medições de
doses baixas
I dose nos órgãos pode ser avaliada para exames típicos
utilizando um objeto simulador antropomórfico
I também pode ser calculada a partir de dados da dose em
profundidade se a dose de entrada na pele é conhecida
Dosimetria de raios X

I medições indiretas
I câmaras de ionização Ô kerma no ar Ô fator de
retroespalhamento Ô energia e tamanho do campo Ô dose
de entrada na pele
I produto kerma no área Ô independente da distância
I cálculos
I é possível estimar as dose nos pacientes conhecendo-se o
rendimento do tubo
 2
d
Ke = R(d)PIt B
dfsd
Dosimetria de raios X
I medições indiretas
I Com a CR, não há nenhuma ligação física entre o receptor
de imagem e o sistemas gerador de raios X
I Assim, não há possibilidade de capturar os fatores de
técnica utilizados para um determinado paciente
diretamente para o PACS
I Os mais importantes fabricantes de sistemas de CR têm
tentado, para compensar esta dificuldade, a verificação dos
fatores de técnica introduzindo alguns índices de exposição
relacionados com a luz emitida pelas placas de fósforo
durante o processo de digitalização
I O termo índice de exposição refere-se à dose absorvida na
placa fósforo
I Após a leitura da imagem com o sistema laser o
histograma dos sinais é computado e o índice de
exposição é determinado com base nos valores dos pixels
usando uma relação logarítmica
I Este parâmetro é armazenado no cabeçalho DICOM das
imagens
I medições indiretas
I Os fabricantes oferecem os índices de exposição como um
salvaguarda contra doses altas, mas a base para os
valores recomendados não é clara.
I Além disso, os índices de exposição não estão diretamente
relacionados com a dose no paciente
I Note-se que o índice de exposição é uma ferramenta que
fornece indiretamente informações sobre a dose no
paciente mas não é um substituto para a dose de entrada
na pele (ou kerma no ar na superfície de entrada) ou para
o produto dose área (ou produto kerma no ar área)
I Presentemente, um esforço para padronizar estes índices
de exposição foi iniciado pela International Electrotechnical
Commission e pela American Association of Physicists in
Medicine mas a aplicação prática ainda vai exigir vários
anos
I É possível estabelecer um método indireto para calcular os
valores de kerma no ar na superfície de entrada em
pacientes submetidos a exames diagnósticos em sistemas
de raios X com CR com base no índice de exposição
extraído do cabeçalho DICOM das imagens
Avaliação da dose de entrada na pele
I câmara de ionização e eletrômetro, trena
I exames e condições de exposição: kVp, mAs, filtração
adicional, tamanho do campo, ponto focal e distância
foco-filme
I medições com a câmara de ionização
I determinação da CSR
I cálculo
Ke = Ki B
B é o fator de retroespalhamento na água para a
geometria e qualidade da radiação
I as doses equivalentes ou as doses efetivas são
determinadas a partir da dose de entrada na pele
I comparam-se os valores obtidos com os níveis de
referência apresentados no regulamento nacional
Fator de retroespalhamento

I razão entre o kerma no ar medido na superfície de um


objeto simulador (água) e o kerma no ar medido no
mesmo ponto sem o objeto simulador
I fator pelo qual o Ki aumenta devido à radiação retro
espalhada pelo objeto simulador
I é uma função do tamanho do campo e da qualidade da
radiação Ô tabulados
I sugere-se que B para campos retangulares (de
comprimento L e largura W ) seja obtido para campo
quadrado equivalente de lado Lequiv dado por:

2LW
Lequiv =
(L + W )

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