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SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DE PERNMBUCO

PROJETO POLÍTICO
PEDAGÓGICO

ESCOLA ANTONIO DE AMORIM COELHO


PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

1. APRESENTAÇÃO

Tendo em vista a importância de direcionar e legitimar as ações desenvolvidas por esta


Unidade de Ensino e a compreensão de que o Projeto Político Pedagógico é a própria
organização do trabalho da escola, nasceu o desejo de elaborá-lo, não como mais um
documento burocrático para ser arquivado ou remetido às autoridades, mas como um
documento norteador, construído a partir de um compromisso coletivo para ser vivenciado
em todos os momentos.
Para elaborá-lo muitas dificuldades foram enfrentadas: falta de tempo, rotatividade de
professores e a própria forma estrutural do Projeto Político Pedagógico, interferindo na sua
concretização. Entretanto a partir da realização de um trabalho coletivo, articulado,
estimulando a integração essencial entre as esferas administrativas e pedagógicas, as
dificuldades foram superadas e na medida do possível houve a participação dos diversos
segmentos da escola na sua construção efetiva.

2. IDENTIDADE/ HISTÓRICO

A Escola Antonio de Amorim Coelho – Ensino Fundamental e Médio, localizada à Rua


Vasco da Gama s/n, bairro periférico-urbano, Lagoa Grande – PE, foi fundada em 10 de
fevereiro de 1993 pelo Decreto Lei nº. 16.465 publicado no Diário Oficial de 11 de fevereiro
de 1993, tendo como Cadastro Escolar o nº. E-654-028.
É valioso fazer um resgate da história falando sobre a origem e o porquê da Escola ter
recebido esse nome.
O fato de Lagoa Grande só existir escola de 1º grau e a quantidade de estudantes
aptos a cursarem o 2º grau não ter condições de estudar em Petrolina, levou Hermes
Amorim, vereador na época, doar o terreno para o estado realizar a obra.
A escola recebeu esse nome em homenagem ao pai do referido vereador falecido em
13 de abril de 1998 como forma de valorização de um filho ilustre de Lagoa Grande, cuja
trajetória certamente serve de exemplo para os seus habitantes.
A Escola Antonio de Amorim Coelho, única escola de Ensino Médio na cidade, caracteriza-
se por ser uma escola moderna, ampla e arborizada que dispõe 07 (sete) salas de aula,
biblioteca, sala de professor, cozinha com deposito para merenda, pátio para recreação
quadra esportiva, secretaria, almoxarifado, laboratório de informática, banheiros com
vestiário masculino e feminino. Pertence a rede pública estadual de ensino mantido pela
Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco e está jurisdicionada à GRE do Sertão
do Médio São Francisco. Atende a clientela do Ensino Fundamental (5ª a 8ª) e Ensino
Médio (Estudos Gerais) incluindo o Projeto Travessia (Programa de Aceleração e
Correção de Fluxo do Ensino Médio). Atualmente contamos com 18 professores efetivos,
01 estagiário para Educação Física, 13 professores com contrato temporário, sendo um
Coordenador do Projeto Travessia e dois Técnicos Educacionais. A Equipe Gestora é
formada por: uma gestora, uma gestora adjunto, uma secretária, duas educadoras de
apoio, uma coordenadora de biblioteca e uma coordenadora de CTE, atendendo ao
quantitativo de 1030 alunos distribuídos em 21 turmas na própria escola e três turmas do
Projeto Travessia funcionando em prédio da Prefeitura, assim organizado:
1º TURNO 2º TURNO 3º TURNO
7:30 às 11:30 13: 30 às 17:30 18:40 às 22:00
5ª A – 41 alunos 5ª C – 42 alunos 1º E. G– B 49 alunos
5ª B – 42 alunos 6ª C – 46 alunos 1º E.G – C 48 alunos
6ª A – 48 alunos 7ª C – 42 alunos 2º E.G – B 49 alunos
6ª B – 44 alunos 8ª B – 44 alunos 2º E.G – C 50 alunos
7ª A – 39 alunos 1º E.G – A 50 alunos 3º E.G – B 49 alunos
7ª B – 38 alunos 2º E.G – A 53 alunos 3º E.G – C 49 alunos
8ª A – 42 alunos 3º E.G – A 34 alunos Travessia A (2007) 25 alunos
Travessia B (2008/anexo) 27
alunos
Travessia C (2008/anexo) 26
alunos
Travessia D (2008/anexo) 21
alunos
Travessia E (2009) 35 alunos

Faz parte das ações desenvolvidas por esta instituição de Ensino, e realização de
projetos que permitem o desenvolvimento das potencialidades e habilidades dos alunos,
através do esporte e atividades artísticas, culturais, destacando importantes títulos
conquistados nos jogos escolares em Petrolina e região e a existência da FANAAC
(Fanfarra Antonio de Amorim Coelho) que tem participado ativamente dos eventos da
escola, da cidade e em outros municípios, oportunizando a potencialidade do talento dos
seus integrantes.
A grande maioria dos alunos são filhos dos trabalhadores das vinícolas localizadas
na região, trabalho este, que contribui para realização da Festa da Uva e do Vinho que
movimenta o comércio, incentiva o turismo e favorece emprego temporário, lazer e
divulgação da cultura local.

3. Visão: Homem, Mundo, Sociedade e Conhecimento.


Um dos grandes papéis da educação na atualidade é de efetivar-se enquanto
instrumento fundamental de transformação da sociedade; isto é, a educação através de
suas ações pode possibilitar a mudança das pessoas, dos grupos, das instituições onde
está inserida. Dessa forma, não podemos conceber a educação como uma ação
imobilizadora, muito pelo contrário deve ser entendida em sua plena função mobilizadora,
dinâmica, construtora de uma sociedade mais cidadã em uma perspectiva de
democratização de seus espaços. A partir dessa premissa, cabe a toda instituição de
ensino e principalmente à escola, a função de propiciar oportunidades para o aluno gerar e
não somente consumir o conhecimento. Baseada nessa concepção, a E.A.A. C
compreendendo que esse é o princípio de toda instituição realiza o seu trabalho
fundamentado na visão de que o conhecimento não pode ser concebido nem de uma
forma inata ( sujeito nasce com os saberes ) como defende o Inatismo e nem produzido a
partir das sensações e experiências (o sujeito é uma tabula rasa onde as experiências vão
fornecer os conhecimentos ao longo da vida), como preconiza o Empirismo, mas sim, que
o conhecimento é construído permanentemente a partir das experiências (fatores externos
ao indivíduo) e pelas características próprias do sujeito (fatores internos do individuo), ou
seja, cada indivíduo passa por várias etapas, em que organiza o pensamento e
afetividade, isto é, o conhecimento resulta de uma construção continua e é socialmente
construída pelas e nas relações humanas.
A parir dessa visão de conhecimento, essa instituição de ensino está vislumbrando
a construção de um novo caminho: construir uma educação pautada em praticas
realmente democráticas, que considere o homem na sua totalidade: na multiplicidade de
suas relações com outros, na sua especificidade cultural, na sua dimensão histórica, ou
seja, em processo de construção permanente. Nesse sentido o homem é entendido como
um ser social e a interferência de outras pessoas, pais, professores colegas é um aspecto
fundamental para o seu desenvolvimento, pois a interação com os colegas, o trabalho em
grupo, além de estimular a interação social, pode ser um bom momento para o
amadurecimento de idéias e aprimoramento dos conhecimentos. Essas concepções de
conhecimento e de homem impõem à escola novos desafios, novas realidades e novas
exigências, inclusive a compreensão de que ela não é a única agencia de transmissão do
saber, pois a educação ocorre em muitos lugares: nos meios de comunicação, nas
empresas, na rua, nos clubes, nos movimentos sociais, o que demonstra que a sociedade
tem passado por expressivas transformações (políticas econômicas, culturais, sociais) e
cabe à escola acompanhá-las, tendo em vista que elas interferem diretamente na sua
função. Nessa perspectiva, a E.A.A. C trabalha no sentido de contribuir para a
transformação e superação das desigualdades, para a construção de uma sociedade mais
justa, humana e igualitária, que possibilite promover a realização pessoal, a participação
social e política, o exercício da cidadania de seus alunos e alunas.

4. MISSÃO

Nossa escola tem por missão contribuir para a constante melhoria da educação oferecida,
possibilitando ao educando a construção do conhecimento e a formação indispensável
para o exercício da cidadania, fundamentada nos valores essenciais à dignidade humana.

5. OBJETIVOS

5.1 OBJETIVO GERAL

Assegurar a construção do conhecimento na perspectiva de uma aprendizagem


significativa em consonância com os Parâmetros Curriculares Nacionais e novas
tendências pedagógicas, num processo de gerenciamento interdisciplinar, através de
projetos que possam proporcionar a formação indispensável para o exercício da cidadania,
fundamentada nos valores essenciais à dignidade humana.

5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Dinamizar ações educativas, utilizando os espaços físicos e recursos de apoio


disponíveis.

• Ampliar as oportunidades de aprendizagem dos alunos, utilizando os


equipamentos existentes na escola, aulas passeio, oficinas, seminários, etc.;

• Garantir a participação do alunado em eventos que propiciem o crescimento


intelectual;

• Proporcionar aos funcionários da escola momentos efetivos de aprendizagem


coletiva e crescimento profissional.

• Articular ações preventivas contra a evasão escolar, contribuindo para a


permanência do aluno na escola.

Elaborar projetos de intervenção em conjunto com educadores e outros profissionais da


escola, enfatizando a importância do trabalho coletivo.
Fortalecer a integração escola/ família, na busca de soluções para a superação das
dificuldades no processo ensino-aprendizagem.

Fortalecer os órgãos colegiados da escola, contribuindo para a efetivação de práticas


democráticas no âmbito da escolar.

Articular parcerias com a comunidade e outras instituições fortalecendo a compreensão


de que a escola é patrimônio de todos.

Oportunizar e apoiar momentos que propiciem a formação continuada do professor;

Buscar apoio da imprensa para divulgar os trabalhos desenvolvidos pela escola;

Promover reuniões bimestrais com o conselho de classe para avaliação do processo de


aprendizagem.

6. Fundamentos

6.1. Ético Político


Esta unidade de ensino possui regimento escolar (em anexo) que constitui um
instrumento de caráter normativo, dando, portanto, sustentação jurídica ao nosso P. P. P.
Para cumprir sua missão a escola enfatizará no seu processo educativo valores
considerados essenciais para o exercício da cidadania e dignidade humana: Respeito,
Solidariedade e Diálogo.

Respeito – se traduz pela valorização de cada indivíduo em sua singularidade, nas


características que o constituem. Deve deixar de ser apenas uma atitude baseada nas
empatias das relações pessoais para tornar-se um princípio que norteia todas as condutas.
Ganha significado mais amplo, quando se realiza como respeito mútuo ao dever de
respeitar o outro, articula-se o direito, a exigência de ser respeitado.
Solidariedade – o respeito mútuo tem uma significação ampliada no conceito de
solidariedade. Talvez se possa mesmo dizer que os gestos de solidariedade são
concretamente expressão de respeito dos indivíduos uns pelos outros. Ser solidário é
efetivamente, além de respeito, partilhar de um sentimento de interdependência,
reconhecer a pertinência a uma comunidade de interesses e afetos, tomar para si
questões comuns, responsabilizar-se pessoal e coletivamente por elas.
Diálogo – é a expressão fundamental da relação entre os seres humanos, doação mútua
da palavra, sinal distintivo da humanidade. É uma arte a ser ensinada e cultivada, e a
escola é o lugar privilegiado para que isso ocorra. O diálogo permite garantir o respeito
mútuo e encontrar soluções mais justas para a resolução de conflitos. Ele só acontece se
houver outro a quem se possa destinar a fala, pois quando só um dos interlocutores tem
voz ativa, rompe-se qualquer possibilidade de diálogo.
Os critérios que nortearam a escolha dos valores foram a relevância destes para o
convívio escolar, bem como a contribuição para a efetivação de práticas democráticas e de
cidadania. Os valores selecionados serão trabalhados de forma articulada aos conteúdos
das diferentes áreas do conhecimento, propondo situações significativas que tenham
relação com a vida, a partir de atividades que contribuam para o alcance dos objetivos
propostos.
• Incentivar o convívio com respeito na escola, a partir da valorização da relação de
reciprocidade: respeitar e ser respeitado.
• Compreender a importância das atitudes de respeito nas ações cotidianas, como
instrumento para a construção do convívio pacífico.
• Estimular atitudes que valorizem a pratica da solidariedade na escola, propondo
parcerias e atividades colaborativas.
• Perceber a importância da solidariedade para a construção de uma sociedade mais
justa, estimulando a participação em ações solidárias, coletivas, que possibilitem a
mobilização dos diferentes agentes no enfrentamento de problemas reais da
comunidade.
• Proporcionar aos diferentes segmentos da escola a oportunidade de colocar a sua
opinião acerca de assuntos de interesse coletivo, abrindo um canal de participação
para a expressão de idéias, sugestões e o encaminhamento de soluções que
possibilitem o bem-estar de todos.
• Valorizar o diálogo como estratégia de aprendizagem e superação de situações
conflituosas a partir de atividades que possam enriquecer o currículo escolar e ao
mesmo tempo, melhorar as relações.

6.2. Epistemológico
A partir dessa visão acerca do conhecimento, essa instituição de ensino vem
desenvolvendo suas ações pedagógicas baseando-se no construtivismo sócio
interacionista, uma tendência cada vez mais presente na postura dos educadores,
influenciada pelas idéias de Vygotsky que apesar de não ter elaborado uma pedagogia,
deixou idéias sugestivas para a educação.
Dentre as várias idéias defendidas por ele, algumas estão presentes na
prática pedagógica adotada por essa instituição, especialmente a importância da
cultura, da linguagem e das relações sociais como base para uma educação em que o
homem seja visto na sua totalidade: na multiplicidade de suas relações com outros; na
sua especificidade cultural; na sua dimensão histórica, ou seja, em processo de
construção e reconstrução permanente. Neste contexto, o professor deve atuar como
um estimulador, considerando o erro parte do processo ensino-aprendizagem, que
jamais deve ser ignorado, e sim, entendido como forma de provocar avanços nos
conhecimentos que ainda não aconteceram.
Reconhecendo que não se pode tomar uma teoria como verdade absoluta,
mas como possibilidade dentre tantas, de construção de educação diferenciada, a
escola tem vivenciado no seu cotidiano, idéias de outros teóricos que também
contribuem de forma significativa para o contexto educacional.
Em se tratando da história da educação brasileira é imprescindível falarmos de Paulo
Freire, um educador que ao longo da sua fértil vida, produziu muito para a educação e
para a vida dos outros seres humanos. Nesse sentido, suas idéias têm marcado as
atividades desenvolvidas no âmbito dessa instituição, particularmente, a concepção da
educação como princípio transformador da realidade dos seres humanos das relações
sociais, pois segundo ele a educação sozinha não transformará a sociedade, contudo
sem a educação a sociedade não será transformada. Outro aspecto defendido por
freire que tem sido enfatizado no cotidiano dessa instituição, é a concepção de
educação enquanto processo dialético, no qual é fundamental a participação de todos
os atores envolvidos, de forma que o diálogo entre estes é imprescindível, pois não é
possível conceber que existe alguém que sabe tudo e alguém que não sabe e alguém
que somente ensina e alguém que somente aprende. Todos aqueles que estão
envolvidos no processo educativo ensinam e aprendem, transformam-se mediatizados
pelo espaço pedagógico.
Vale salientar que toda educação é direcionada para uma realidade
específica, e é a partir das peculiaridades, cultural e social, de cada realidade, que as
teorias do conhecimento e da aprendizagem devem ser pensadas no âmbito da prática
escolar. É um erro pensar a educação deslocada da vida cotidiana e imediata dos
indivíduos de seus limites e de suas possibilidades. Uma educação de fato,
transformadora caminha no sentido de promover o respeito pela diferença e estimular a
riqueza da diversidade.

6.3 Fundamentos Didáticos Pedagógicos


Os Fundamentos Didáticos Pedagógicos devem direcionar o trabalho pedagógico
em toda a sua dimensão. O processo de apropriação e construção do conhecimento, a
organização coletiva do trabalho de sala de aula e o relacionamento interpessoal são
elementos fundamentais que se constituem na unidade de um trabalho pedagógico. As
relações que se estabelecem entre educador – educando – conhecimento na E. A. A. C
deve refletir os fundamentos epistemológicos que são baseados na teoria interacionista
concebendo que a apropriação de saberes, ou seja, o processo de ensino e aprendizagem
se dá na interação do sujeito consigo mesmo, com outros sujeitos e com os objetos do
conhecimento.
Neste contexto o educando é o condutor de sua aprendizagem e não mero receptor
de informações. É um indivíduo com especificidade histórica, social, individual e sujeito
das relações cognitivas.
É ele quem faz seu percurso de conhecimento, utilizando competências e
habilidades que o educador conhece, trabalha e estimula.
O educador deixa de ser um repassador de conteúdos e respostas imediatas pré-
determinadas, para ser um problematizador da ação pedagógica construída numa atitude
dialógica com os educando como também com os seus colegas educadores e técnicos
administrativos.
Portanto, cabe ao educador e a nossa instituição possibilitar o acesso do indivíduo
ao conhecimento construído e acumulado pela humanidade a partir da visão de que
ensinar/aprender é uma ação compartilhada que acontece através da dinâmica contínua
estabelecida entre os significados que o educador possui e as significações que o
educando traz.
Dessa forma, faz-se necessário uma nova postura por parte do professor,
adotando em sua prática critérios que são imprescindíveis para o desempenho do seu
papel:
• Compreensão da função social da escola;
• Domínio do conhecimento pedagógico, incluindo as novas linguagens e tecnologias,
considerando os âmbitos do ensino e da gestão, de forma a promover a efetiva
aprendizagem dos alunos;
• Conhecimento de processos de investigação que possibilitem o aperfeiçoamento da
prática pedagógica;
• Gerenciamento do próprio desenvolvimento profissional;
• Domínio dos conteúdos a serem socializados, de seus significados em diferentes
contextos e de sua articulação interdisciplinar.

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