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Jornal Laboratório do curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo da Faculdade Pitágoras Campus Londrina-PR | Ano 1 Ed. 3 | Setembro de 2008
Estágio
Crise do Legislativo dói no bolso O cinema que virou mercado O futuro que nunca chega
A crise da Câmara passou a doer no Em Jaguapitã, cinema fundado na Neste o Tubarão busca de uma
bolso do contribuinte, depois que o década de 1950 virou supermercado. vaga na Série D na Copa Paraná.
Legislativo passou a pagar salários Agora os moradores da cidade têm Para o presidente Peter Silva, em
para vereadores afastados e seus duas opções para assistir filmes: cinco ou seis anos o clube pode estar
suplentes. viajar ou alugar DVDs. disputando uma vaga na série A.
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2 LinhaFina Ano 1 Ed. 3 | Outubro de 2008
E E E ditorial
vvvv C Comentário
Expediente Estágio em Jornalismo: Horário não político
uma eterna polêmica
Espaço destinado a discutir a situação da
Entidades procuram evitar que o estágio cidade é utilizado para ataques pessoais e
se torne exploração de mão-de-obra promessas sem lógica
Proibido pela legislação que regulamenta a profissão de Rodrigo Gutuzo vel. Assim, o horário político
jornalista (artigo 19 do Decreto 83.284/79) por reivindica- Estamos em época eleito- se torna o momento de “entre-
Faculdade Pitágoras ção, inclusive, dos próprios estudantes, o estágio voltou a ral, visando às eleições para tenimento familiar”. Parte da
Unidade Metropolitana ser motivo de polêmica e embates especialmente na década vereadores e prefeito. Tempo população assiste para se “di-
Rua Edwy Taques de de 1990. A partir de então, os estudantes passaram a reivin- de acompanharmos o horário vertir” com as rimas, jingles e
Araújo, n. 1100 CEP dicar e pressionar por sua volta, alegando que o contato com eleitoral gratuito, ou pelo me- promessas apresentadas. Ou-
86047-790 o mercado de trabalho contribuiria para a formação profis- nos deveria ser assim. Mas, tros preferem assistir a um
Gleba Palhano sional. infelizmente, são poucos os filme, ouvir uma música, ou
Londrina-PR Por muitos anos, então, jornalistas, professores e estu- que assistem e pior, raros os até desligar a televisão.
dantes de jornalismo debateram e polemizaram em torno da candidatos que aproveitam Esses fatores criaram um
Fone: necessidade e viabilidade da realização do estágio. Os pro-
(43) 3373-7333 bem esse espaço democrático. desinteresse do eleitor com a
fissionais, através da FENAJ e seus Sindicatos, sempre bus- O horário destinado aos política. Deve-se pensar que
www.faculdadepitagoras. cando evitar que, sob a justificativa de estágio, o mercado de candidatos a vereador e pre- raramente alguém consegue
com.br/metropolitana trabalho explorasse mão-de-obra barata e aviltasse a profis- feito deveria ser explorado mudar o que não conhece e
são por demais já atacada. Porque era exatamente essa a para discutir propostas e as assim também ocorre com a
LinhaFina é um jornal realidade.
laboratório do Curso de necessidades da cidade, prin- política. É preciso participar,
Para a FENAJ e Sindicatos, se realmente fosse necessá- cipalmente para os concor- analisar as campanhas dos
Comunicação Social com ria a volta do estágio, este teria de retornar a partir de en-
habilitação em rentes a administrar o muni- candidatos e perceber quem
tendimentos e mudanças que envolvessem não apenas sua cípio nos próximos quatro está usando o espaço eleitoral
Jornalismo. prática, mas todo o processo de formação em jornalismo. De anos. Porém, o que se vê é para discutir o que é melhor
Tiragem: acordo com o presidente do Sindicato dos Jornalistas de um show de marketing pes- para a cidade.
1000 exemplares Londrina, Ayoub Hanna Ayoub, o estágio é muito importan- soal, de promessas e músicas Não assistir ao horário
te para os estudantes que precisam vivenciar a prática, po- de apelo popular. Mais próxi- eleitoral gratuito pode até ser
Impressão: rém deve funcionar como complemento e não como substi-
Gráfica Jornal de mo às eleições, geralmente um sinal de “revolta”. Porém,
tuição de profissionais já formados. começam os ataques pesso- será mais uma forma de man-
Londrina Para Hanna Ayoub se o estudante tivesse a consciência ais, em que derrubar a ima- ter os mesmos políticos no Po-
Diretor Geral do Campus de que o estágio hoje é o emprego que ele não terá amanhã gem do concorrente se torna der. E assim a política conti-
Professor Eduardo ao terminar a faculdade, as irregularidades seriam bem me- mais importante que a pró- nuará em decadência, como
Moreira Dias nores. O Sindicato dos Jornalistas de Londrina tem se posi- pria cidade. uma “bola de neve”. A atual
cionado de forma rigorosa na fiscalização de empresas que Com os escândalos de cor- situação exige atitudes, e cru-
Coordenador do Curso de exploram estudantes que procuram o estágio como aprendi-
Comunicação rupção virando rotina no Po- zar os braços não é o ideal
zado e também ganhar um dinheiro extra. Essa posição do der Legislativo, o eleitor vê a para o momento político do
Prof. Hertz Wendel de sindicato é louvável, considerando que as empresas de co-
Camargo política como algo abominá- Brasil.
municação, com base em interesses econômicos, acabam
C
Coordenação Jornalística substituindo profissionais por estagiários, o que caracteriza
Prof. Fabio Silveira exploração de mão-de-obra. E deve ser combatida.
(mtb 3361-PR)
Crônica
O
Coordenação de Opinião
Opinião
Prof. Celso Mattos
Coordenação de
Fotojornalismo
Prof. Luciano Pascoal
Branco mortífero
Coordenação de
Projeto Gráfico
Prof. Sérgio Mari Jr.
Disque 100 medo Naiane Souza
Vejo-me sentada nova-
modada... não gosto dessas
inovações. Desligo novamen-
No primeiro semestre de 2008 as mente em frente ao computa-
dor sem ter idéia do que es-
te. Penso. Mas não existo.
O telefone toca, tenho cer-
Redação:
Aíme Lima denúncias de violência e abuso sexual crever. Entro no Google, teza que é o Joça desesperado
porém não encontro nada que pelo meu atraso, e eu ainda
Alessandra Cristina
Alika Moro
aumentaram em 78% seja relevante e que mereça mais por não ter escrito algo
Ana Luiza Elias os meus minutos de desespe- que considerava relevante
Camila Ramos Caroline Moretti feminino. E sobre os tipos de ro antes do Joça ligar pedindo para publicação. Atendo, e é
Camilla Ribeiro Os casos de violência e denúncias, duas são as mais algo para apresentar. Ele vai ele. Deixa claro: tenho poucos
Daniela Ishiyama abuso sexual contra crianças freqüentes: negligência 35% e me matar. minutos... Começo a digitar
Daniele Machado e adolescentes aumentam to- violência (psicológica ou físi- Penso em escrever sobre sobre minhas angústias do
Davi Baldussi dos os dias. Para tentar mu- ca), 34%. política, afinal estamos em tempo, das horas, minuto e
Fabiana Torres dar essa situação o Governo Alcoolismo, desemprego, o época de eleição, mas lembro segundos cada vez mais valio-
Fábio Bortoleto criou o Disque-denúncia para uso de drogas são alguns dos que não gosto nem um pouco sos. Quando vi, termino um
Janaina Oliveira auxiliar no combate à violên- fatores que mais levam aos desse grande espetáculo que artigo digno dos filósofos gre-
Janaína Portello cia e abuso sexual contra maus tratos a crianças e ado- é a nossa “demo-cracia”. Jor- gos. Entro no meu e-mail, en-
Jane Marques crianças e adolescentes. Em lescentes. Só o auxílio nas de- nalista frustrada. Pareço-me vio o texto.
João Calor Nascimento 2006, o número mudou para núncias não é suficiente para com Dimitri Borja Korosec, o Minutos depois ele liga no-
Mariana Gatzk outro de mais fácil assimila- diminuir os números. Faltam homem que matou Getúlio vamente. Grita de novo pelo
Mariana Sapia ção: o disque 100. programas públicos de orien- Vargas que, segundo meu meu atraso. Fala dos impor-
Osvaldo Henrique No primeiro semestre de tação para que as pessoas não amigo Jô, fora um assassino tantes minutos que perdeu,
Thaiz Vaz 2008 as denúncias aumenta- tenham medo de denunciar e treinado para matar, mas mas acaba elogiando o que
Valdemar Loredo ram em 78% se comparado com sofram menos com essa situa- nunca atingira o sucesso. fiz. Calores de satisfação pas-
Valero Junior o mesmo período do ano passa- ção, além da melhora das es- Treinada para escrever, mas sam pelo meu corpo. Tarefa
do. Esse aumento pode ser re- truturas nos órgãos de de- sem atingir o sucesso. cumprida.
Diagramação: sultado de uma maior divulga- núncia. Saio da mesa. Tomo água, Levanto-me da cadeira,
Caroline Moretti ção e a troca por um número de É importante que exista fumo um cigarro, ligo a televi- trago mais um cigarro, tomo
Leandro Munhóz memorização mais fácil. um tratamento e acompanha- são, mas está passando a tal uma dose de whisky Johnnie
Naiane Souza Os registros da Secretaria mento psicológico tanto dos de A Favorita. Não entendo Walker de oito anos. Perfeito.
Natália Lima Castro Especial dos Direitos Huma- abusadores e principalmente essa jogada do João Emanuel Tomo um banho, janto, relaxo
Rodrigo Gutuzo nos (SEDH) mostram que em das vítimas. Não é raro que a Carneiro em revelar a verda- e durmo tranqüilo no fim de
Stephane Massareli 61% dos casos de abuso e vio- esta se torne um abusador no de no meio da trama; acho mais um dia de desespero
Vinícios Souza lência às vítimas são do sexo futuro. que estou ficando velha e aco- inútil de minha vida.
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Ano 1 Ed. 3 | Outubro de 2008
Professor de cursinho:
educador ou show man?
Pág. 4
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Produção da Indústria Gráfica
deve crescer 30% com campanhas
eleitorais. Pág. 5
“
Londrina aumenta em 3,7%
sua frota e trânsito preocupa
Geral população. Pág. 7
A CONTA
Biodiesel: IAPAR pesquisa
Crise aumenta em 12% novas alternativas
Instituto Agronômico do Paraná pesquisa novas
Fábio Bortoleto
aumento com o pagamento paralelo de afastados e suplentes do Paraná, (IAPAR) está pes-
quisando algumas plantas que
têm potencial para a produção
Valero Junior e também possuem um bom
A crise da Câmara Muni- aproveitamento das tortas re-
Valero Junior
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Ano 1 Ed. 3 | Outubro de 2008
Geral
Educação
Professor de cursinho:
educador ou show man?
Diretores e professores de cursinho dizem que esse método está em desuso
Janaina Portello
“Uma fimose é igual a um
pinguelo mais uma pelinha”.
É assim que, dentre outros
métodos (aulas em laborató-
rios, experimentos e exercí-
cios), o professor Rodrigo
Mendonça, do Colégio Ateneu
e do curso pré-vestibular Sig-
ma, embora seus alunos da
“fórmula da fimose” - 1/f = 1/p
+ 1/p, o nome com o qual ele
batizou a Equação Conjugada
de Gauss. Quem nunca se
apegou a uma musiquinha ou
ainda uma combinação de
macetes como este para deco-
rar alguma fórmula?
Conhecidos pelos métodos
de show man, os professores de
cursinhos pré-vestibular já não
são tão adeptos a esses tipos de
práticas. Segundo eles, foi-se o
tempo em que o professor can-
tava qual seria a questão do
Janaina Portello
Matrículas no EJA
Colégio Estadual Vicente Rijo e do
Segundo Mendonça, do cursinho pré-vestibular SIGMA
Ateneu e do curso Sigma, o Rodrigo Mendonça – gradua-
professor que canta muito em do em Engenharia Eletrônica, es-
sala de aula, logo perde o em-
crescem; Índice de
pecialização em Automação In-
prego, visto que os alunos es- dustrial e Graduando de Física.
tão mais interessados no con- Professor do pré-cursinho vesti-
teúdo. “Hoje se você começa a bular Ateneu.
Regional
Quando abrem suas caixas este mês foi de 30% a 40% e cos de apenas 1,41%, entre ja-
de correio, habitantes de esperamos que a demanda au- neiro e maio deste ano. Mas
Rolândia e região, dificilmen- mente ainda mais”. Nos fun- com o impulso de 30% na pro-
te encontram cartas ou contas dos da Gráfica é possível ver cura, motivada pela eleição, a
a pagar. É mais provável que centenas de panfletos embru- perspectiva é que o segmento
se deparem com santinhos e lhados com papel craft, onde cresça 14,4% neste ano, acu-
folhetos de candidatos à elei- escrevem com canetinha pre- mulando um total de R$ 3,1
ção. Muitos nem sequer olham ta: 5 mil, 10 mil e 15 mil. É o bilhões, contra R$ 2,71 bilhões
o papel colorido e já o jogam no método utilizado para separar em 2007.
lixo. O candidato pode não ter os santinhos dos diferentes A Gráfica Bortolassi, tam-
ganho seu voto, mas a gráfica, candidatos, que segundo ele bém de Rolândia, espera atin-
contratada pelo aspirante a giram em torno de 30, incluin- gir esta previsão de cresci-
cargo público recebeu o seu do concorrentes de Rolândia, mento. Segundo a direção da
pagamento. Antes do início Prado Ferreira, Florestópolis, empresa, a Gráfica está impri-
destas eleições o departamen- entre outras cidades. “Essa é a mindo santinhos de 15 candi-
to de Estudos Econômicos da época em que a gráfica fica datos a vereador da cidade.
Associação Brasileira da In- mais movimentada. De quatro “Até agora cerca de 500 mil Folhetos amontoam-se na mesa enquanto funcionário retira
dústria Gráfica (Abigraf), já em quatro anos passamos por panfletos já saíram das má- mais santinhos da impressora. Com o desenrolar das campa-
estimava que as campanhas estes três meses de muitos pe- quinas”, estimou. Apesar des- nhas eleitorais começou a “corrida do ouro” para gráficas
eleitorais de 2008 promove- didos”, comemora Kendrique te enorme montante ele reve-
riam um crescimento de apro- se referindo a julho, agosto e lou que a última eleição serviço fora. Na última eleição pode não ter igualado sua pro-
ximadamente 30% no setor. setembro, meses que antece- municipal deu mais lucros o serviço estava bem mais cor- dução à de quatro anos atrás,
Neto Kendrique funcioná- dem as eleições municipais. para a gráfica. “Não fechamos rido, as máquinas trabalha- mas os santinhos continuam
rio da MG Gráfica em Rolân- De acordo com dados da com muitos candidatos neste vam 24 horas de domingo a preenchendo as caixinhas de
dia confirma: “nosso cresci- Abigraf, houve um acréscimo pleito. Muitos foram procurar domingo”. A gráfica Bortolassi correio.
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Ano 1 Ed. 3 | Outubro de 2008
Geral
A encruzilhada dos “sete palmos”
Suicídios motivados por “forças inferiores” foram marcas do
edifício Julio Fuganti. Uma história desconhecida de Londrina
A imprensa não noticia fatos um dos corredores do prédio.
desse tipo para não motivar Um rapaz abriu a janela e se
outros, como recentemente jogou”, conta. “Isso aconteceu
ocorreu com a menina Isabela há muitos anos, e não sei di-
Nardoni, em São Paulo. O reito como foi e o que moti-
caso não foi de suicídio, mas vou”, completa.
levou uma enfermeira de Mas, o principal motivo da
Curitiba a praticar o mesmo quantidade de suicídios que
ato com a sua filha. ocorreram é a grande dimen-
Advogada, especialista em são das janelas dos escritórios
adoção de crianças, Maria Ig- e dos corredores do edifício.
Consumismo e falta
de dinheiro empurram
Com sua fachada imponente, o prédio tem localização estratégica
jovem para o crime
João Carlos Nascimento com imponência na fachada, Maioria dos jovens que comete atos infracionais
Uma pessoa está passando além de excelente insolação têm baixa renda e pouca escolaridade
pela rua Minas Gerais, atra- durante todos os dias, em to-
vessa a rua Santa Catarina, dos os lados. Valdemar Loredo tado com a criança e com ado-
tem de pegar a imperdoável Sendo um prédio exclusi- Uma equação entre o ape- lescente, políticas de base na
Celso Garcia Cid e, finalmen- vamente comercial, resguar- lo para o consumo e o baixo área da educação saúde”, ava-
te, chega à rua Souza Naves. da várias histórias interes- poder aquisitivo contribui lia.
Logo percebe que está debai- santes ou não, impregnadas para que alguns jovens enve- Para o professor universi-
xo de um edifício totalmente nas paredes e janelas. redem por caminhos tortuo- tário e sociólogo Marco Rossi,
diferente dos outros da cidade Porém, há uma história sos e partam para prática de é preciso “admitir que as for-
pela sua arquitetura e pelo com relação ao prédio que é crimes para poder saciar seu ças paralelas de sedução como
fato de ser o único edifício da quase desconhecida por todos desejo de consumir. A avalia- o crime e a publicidade têm
a ocupar duas esquinas de que residem em Londrina. ção é da promotora da Vara sido mais eficientes do que a
uma mesma quadra. Um edi- Uma série de histórias de sui- da Infância e Juventude de lógica, o convívio e a educa-
fício de pastilhas amareladas, cídios que moldaram a fama e Londrina, Édina Maria de ção família”. “Estas são ques-
com janelas grandes e maio- a imaginação das pessoas em Paula. Para ela “o consumis- tões do capitalismo, que surge
res que o convencional, que relação ao prédio. Os suicídios mo está de um lado falando como promessa de desenvol-
não se “comunicam” devido as começaram na década de que para você se integrar pre- vimento, mas cria uma exclu-
João Carlos Nascimento
divisões por vigas e lajes ex- 1970, segundo pessoas que já cisa disso. Por outro lado tem são. E para conter essa exclu-
ternas. Este é o edifício Julio trabalharam e que continuam uma impossibilidade real eco- são ele tem que criar formas
Fuganti, um bloco de 12 an- a trabalhar no edifício. nômica social”, analisa. de contenção”, analisa Rossi.
dares, localizado bem no cora- Na imprensa, por questões De acordo com a promoto- Para o sociólogo, uma dessas
ção de Londrina. Um edifício de ética, não há registros de ra, a maior parte dos atos in- formas é “a publicidade de
de esquina estrategicamente acontecimentos do gênero no fracionais são cometidos por mau caráter, que vai gerar
posicionado para proporcio- prédio, o que dificultou o enri- jovens entre 15 e 17 anos, com essas necessidades artifi-
nar requinte arquitetônico, quecimento de informações. renda familiar de um salário ciais”.
mínimo e com baixo nível de A outra é permitir que
escolaridade. Os crimes mais uma série de grupos excluídos
“Louco”, Razgulaeff já previu o “desequilíbrio” cometidos são roubos e tráfico crie seus nichos de sobrevi-
de drogas. “O problema hoje é vência como é o caso do tráfi-
Na primeira planta de Londrina, desenhada pelo projetista russo espe- que os adolescentes estão aí co de drogas. “O tráfico é um
cializado em Geodésica, Alexandre Razgulaeff (foto), a idéia de se cruzar sete na vida. Televisão todo mun- negócio e essa rapaziada que
ruas já era visível no projeto, elaborado segundo os padrões ingleses de ur- do tem em casa e ela está vê o pai e a mãe trabalhando
banismo. As ruas Minas Gerais, Santa Catarina, Senador Souza Naves, a Ala- mostrando que pra você ser dessa maneira e sendo vítima
meda Manoel Ribas, as avenidas Paraná e Celso Garcia e a travessia Maestro incluído em um grupo você de uma vida desgastante e
Egídio do Amaral se cruzam no quarteirão do edifício, dando a “idéia” do precisa usar uma roupa, um sem sentido, troca tudo isso
cruzamento dos sete palmos, como é conhecida a confluência dessas vias. tênis de marca”, avalia Édina por uma arma na mão, presti-
Quando Razgulaeff desenhou a primeira planta, em março de 1932, não de Paula. Ela diz que a difi- gio entre as meninas e R$ 500
imaginava que sua idéia de se cruzar sete ruas resultaria em tantos suicídios culdade de acesso a esses por semana. Para esse jovem
como acabou por acontecer. Segundo o misticismo, o cruzamento de sete
bens de consumo empurra al- é (um bom) negócio”, explicou
guns adolescentes para a cri- o sociólogo.
ruas indica disparidade de forças espirituais, o que justificaria o desequilí-
minalidade. “Não adianta fi- Rossi e Édina de Paula
brio. Mas isso é só lenda, pois não há nada que comprove.
carmos procurando culpados concordam que para melho-
A primeira planta da cidade, desenhada pelo geodesista. No não há um único culpado, to- rar esta situação é preciso re-
detalhe, o quarteirão do edifício e o cruzamento das sete dos são. A falta de políticas ver a base educacional destes
ruas, conhecido por “sete palmos” públicas, a falta de atenção jovens, não só a escolar, mas
tanto dos pais quanto do Es- também familiar.
Ano 1 Ed. 3 | Outubro de 2008 LinhaFina 7
Frota cresce
Zona norte
preocupa a
da cidade. E não há nem previsão para que “se faça a luz”
Naiane Souza
população
O descaso da prefeitura de
Londrina fica claro, ou melhor,
escuro em vários pontos da ci-
dade. Um deles é a rotatória
Naiane Souza
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Ano 1 Ed. 3 | Outubro de 2008
Geral
Mercado imobiliário vive “gangorra”
Especialistas dizem que clientes preferem pagar financiamento
a aluguel. Mudança desaquece mercado de locações
Thais Vaz prefere vender seu veículo (Secovi/PR), Marla Cristian
Thais Vaz
O mercado de imóveis de para se capitalizar, na tenta- Joaquin, de janeiro a agosto
Londrina vive uma gangorra: tiva de realizar o sonho da de 2008 foram edificados 628
enquanto as vendas estão em casa própria”. prédios em Londrina. “Houve
alta, o mercado de locações um crescimento imobiliário,
Aquecimento
está em queda. Segundo a co- principalmente em condomí-
ordenadora executiva da Ins- O aquecimento no merca- nios fechados e prédios refe-
tituto Paranaense de Pesqui- do de vendas também reflete rentes”, explicou. Conforme
sa e Desenvolvimento do na construção civil. Segundo Marla, em 1999 a cidade con-
Mercado Imobiliário e Condo- a coordenadora do Sindicato tava com 734 prédios residen-
minial (Inpespar), Bernarde- da Habitação e Condomínios ciais e comerciais.
te Jede, os imóveis para loca-
ção cresceram 0,96% entre
Thais Vaz
janeiro e agosto deste ano, se
comparados com o mesmo pe-
ríodo do ano passado. Já o nú-
mero de vendas de aparta-
mentos, casas e terrenos são
em média 2.413 ao mês, o que
representa um crescimento
de 5,4% entre julho de 2007 a Pedro Filho: “o crescimento de locação é pequeno, pois a maior
este ano. procura está nas compras”
O gerente de vendas imo-
biliárias Pedro Filho afirma prando suas próprias casas.”
que “o crescimento de locação Londrina Para a da corretora de
vendas Aparecida dos Santos,
é pequeno, pois a maior pro-
cura está nas compras, ou conta com 365 “os investidores ficam entre
seja, nas vendas dos imóveis
novos ou usados”. “As agên-
imobiliárias que 10, 20 ou 30 anos, pagando
um financiamento por um va-
cias de bancos estão facilitan- trabalham com lor menor, sendo assim que
as agências bancárias finan-
do as formas de financiamen-
to” justificou. Na avaliação de locação, imóveis ciam 80%, desde que o com-
prador tenha 20% em dinhei- Aparecida dos Santos: “as agências bancárias financiam 80%,
Pedro Filho, “agora as pesso-
as se sentem aliviadas com- novos e usados ro”. Segundo ela, “muita gente desde que o comprador tenha 20% em dinheiro”
Corretoras buscam
clientes em Londrina
Camilla Ribeiro sa área. As pessoas só inves- nores”, analisa. Para Kusch-
O mercado de investimen- tiam através de bancos, até nir, ainda há muita informa-
tos tem cada vez mais, se tor- então não existiam corretoras ção a ser absorvida: “a
nado acessível a pessoas físi- completas, focadas em aten- corretora está focada a aju-
cas no Brasil. Seguindo dimento, com estruturas para dar o cliente a ter mais fun-
Publicidade mercados de Primeiro Mun-
do, a Bovespa (Bolsa de Valo-
o assessoramento dos clien-
tes”, relata o corretor. Segun-
damentos, tanto técnicos
como culturais e informações
res de São Paulo) tem busca- do ele, os londrinenses são de mercado para poder tomar
do alcançar uma ampla gama mais receptíveis a esses pro- decisão de forma mais ativa”,
de investidores, possibilitan- fissionais do que os clientes afirma. “A E.UM está com
do que os investimentos em de grandes cidades, como São uma agenda de cursos mon-
empresas de capital aberto Paulo. tada para capacitar o inves-
vão além das grandes finan- De acordo com David Kus- tidor e despertar seu interes-
ceiras. Sendo Londrina consi- chnir, diretor comercial da se”, completa.
derada uma cidade de desen- corretora E.UM Investimen- Londrina tem se beneficia-
volvimento regional e de tos, serão lançados progra- do com esse momento parti-
grande influência em todo o mas como palestras, eventos cular da Bolsa de Valores, no
Estado, para as corretoras de e disponibilização de infor- qual as corretoras seguem o
valores – intermediárias no mações sobre a corretora em mesmo interesse e estendem
processo de investimento - o diversas mídias, com o obje- essa oportunidade a um pú-
município é um campo aberto tivo de facilitar o conheci- blico mais diversificado.
ao mercado financeiro. mento e a inserção de um
Para o corretor de valores maior número de pessoas “É um mercado
Tiago Schietti, Londrina tem nesse mercado, o que segun-
uma demanda de pessoas físi- do ele, é interesse da própria
virgem, com espaço
cas e jurídicas para o merca- Bovespa. “A Bovespa abriu para a atuação
do de ações. “É um mercado espaço para pessoas físicas,
virgem, com espaço para a para ter uma lucratividade
dos profissionais
atuação dos profissionais des- maior com investidores me- dessa área.”
Ano 1 Ed. 3 | Outubro de 2008 LinhaFina 9
Mariana Sapia
fraude a prestação de servi- prática, mas todo o processo
no programa nacional, que acon- O estagiário não pode substi-
ços profissionais gratuitos, de formação em jornalismo. tecem a partir de um acordo entre tuir o jornalista no mercado de tra-
ou com pagamentos simbóli- Por isso a entidade incentiva, a faculdade, a empresa e o sindica- balho. Ou seja, o estágio acadêmi-
cos, sob pretexto de estágio, promove e coordena o desen- to, sem que o aluno se desvincule co é voltado para aprimorar a
bolsa de estudo, bolsa de volvimento de projetos pilo- do curso. A faculdade deve dispo- formação do estudante de jorna-
complementação, convênio tos de estágio acadêmico. nibilizar um professor para super- lismo. O site da entidade afirma
ou qualquer outra modalida- Para Ayoub, o estágio é visionar o aluno e a empresa deve que em hipótese alguma deve ser-
de, em desrespeito à legisla- muito interessante para os es- Ayoub: se comprometer com as normas vir para atender às necessidades
tudantes, pois existem situa- do programa: valor da bolsa auxí- empresariais ou do mercado.
ção trabalhista e a este regu- “fiscalização é rigorosa”
lamento”. ções no curso que os alunos
De acordo com artigo pu- precisam vivenciar na práti-
blicado na página da Federa- ca. Porém, funciona como Fiscalização é
ção Nacional dos Jornalistas “complemento” e não “substi-
(Fenaj), esta regulamentação tuição” da atividade escolar. rigorosa, diz
pretendia “moralizar” o mer- Sem a regulamentação, mui- sindicato
cado de trabalho, pois a lei tos empresários da comunica-
Mariana Sapia
O último Boletim Infor- ção registrados pelas regio- quinhos plásticos e panfle-
mativo divulgado pelo Minis- nais no Paraná é de 868. tos.
tério da Saúde com dados da Esta estatística foi retirada De acordo com Rogério
17ª Regional de Saúde de da Coordenação Estadual do Lampe, diretor de Saúde
Londrina, registrou 337 ca- Programa de Controle da Ambiental, o objetivo das
sos de dengue na região nor- dengue. campanhas é multiplicar as
te do Paraná, sendo 311 con- Em 2007, Londrina viveu informações sobre os cuida-
traídos nas próprias cidades um período crítico, com 819 dos necessários quando o as-
e 26 importados. Segundo in- casos confirmados. Neste sunto é o Aedes Aegypti.
formação da secretária do se- ano, algumas ações de com- A proliferação do mosqui-
tor de epidemiologia da Se- bate ao mosquito foram pre- to nesta época do ano preo-
cretaria Municipal de Saúde, paradas pelo poder público cupa, já que as epidemias
Sonia Fernandes, deste nú- em parceria com empresas acontecem normalmente no
mero, Londrina concentrou privadas para evitar o au- verão. O clima frio não pro-
101 casos da doença. mento deste índice. As ações picia o aumento dos casos e
De acordo com o respon- são feitas por meio de blitzes os registros nesta estação
sável pelo setor de epidemio- educativas, através das deixaram alerta para a pri-
logia da 17ª Regional de quais as autoridades saem mavera, quando o mosquito
Saúde em Londrina, Marce- pelas ruas e abordam moto- costuma multiplicar-se em
lo Viana de Castro, o total ristas sobre os riscos dos ambientes como água para-
de casos de dengue e febre criadouros do mosquito. Na da em plantas e pneus.
10 LinhaFina
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Ano 1 Ed. 3 | Outubro de 2008
“
Cia de Teatro Fase 3 completa
22 anos marcados por oficinas e
espetáculos. Pág. 12
“
Projeto “Quizomba-samba e
outros batuques” reúne os mais
variados ritmos. Pág. 12
“
Wagner Moura e outros atores
Cultura
do filme Topa de Elite encenam
Hamlet em São Paulo. Pág. 14
Os sonhos de um equilibrista
Aos 15 anos, Eric se equilibra entre a luta pela sobrevivência no semáforo e o sonho de ser ator
Janaina Portello a instabilidade no emprego Preconceitos? Sempre
O sorriso, o aceno com a de seu padrasto – pintor existe. “Preto feio” e “maca-
Janaina Portello
cabeça e o assovio são os si- (“nem sempre ele tem servi- co” são palavras que não o
nais de partida para um novo ço”). atingem mais. “Eu nem ligo
espetáculo. Em tempos seg- Eric até então se desdo- quando eles me chamam de
mentados pelo simples piscar brava fazendo “shows” com macaco, preto, preto feio”, diz
ascendendo e apagando as os dois irmãos mais novos no o garoto, referindo-se a al-
luzes de um farol, ele entra calçadão de Londrina. O vio- guns colegas da escola. No
em cena. Eric é o seu nome. lão era a base e com apenas semáforo, alguns dos que as-
Em sua mão três bolinhas um acorde ou dois de uma sistem o espetáculo chamam
vermelhas. Seu olhar acom- única música, da qual ele de ”emprego de vagabundo” o
panha o vai e vem dos movi- lembra apenas o refrão: “uru- que para ele é arte.
mentos de sua arte. bu rei, urubu rei”. Ele e os Mesmo assim Eric arreca-
O menino de 15 anos, alu- irmãos encantavam as pesso- da cerca de R$ 30 reais por
no da 6ª série do Colégio Es- as que passavam pelo local. dia durante a semana, e aos
tadual Professor Carlos Au- Depois passou a fazer a má- finais de semana R$ 70. De-
gusto Mungo Genez e gica do dedo falso no farol, pois de trabalhar ele vai a
morador no Conjunto Habi- ele presenciou um malaba- um supermercado, onde com-
tacional Jamile Dequech rista dando o seu espetáculo. pra mantimentos e em segui-
(Zona Sul), é o filho mais ve- Instantaneamente o interes- da vai para casa se arrumar
lho de três irmãos. Morando se surgiu e como um desper- porque uma outra arte come-
com a mãe e o padrasto em tar, Eric viu ali uma nova ça no período da tarde. A arte
uma casa de apenas um cô- possibilidade de garantir o de se preparar para a vida: a
modo (dividido em três) que sustento de sua família. escola. Eric arrecada cerca de R$ 30,00 por dia
ele considera “muito aperta- Entre uma pausa e outra Sonhos? Ah... eles são tan-
da”, pois tem que dormir na no farol da avenida Madre tos. Seu último pedido foi um Mas em que tipo de dra- Funcart. Ainda almeja fazer
sala. “Queria uma casa maior Leônia Milito, perto do Shop- apartamento. Pedido de ani- maturgia? Independe, sua faculdade de Artes Cênicas
com mais quarto”, sonha Eric ping Catuaí, Eric luta pela versário feito a Deus. Segun- principal cena é variável, o na UEL. Filhos e casamentos
Augusto Mendes, que se vê sobrevivência. Devidamente do ele ainda não foi possível. desejável mesmo é estar lá. também estão nos seus pla-
responsável pelo sustento de caracterizado o menino pas- “Eu tenho vários sonhos, o Sua parte ele já está fazendo, nos, mas isso é um sonho que
sua família. A principal cau- seia entre os olhares dos primeiro sonho é ser ator e o galgando os primeiros pas- ainda pode esperar para que
sa é uma doença ainda não curiosos e a indignação dos meu segundo é morar num sos. Eric faz aula de teatro a própria vida se encarregue
detectada que sua mãe tem e insensíveis. apartamento”, relata. três vezes por semana no de realizá-lo.
C
Ano 1 Ed. 3 | Outubro de 2008
Cultura Quizomba
divulga o
Teatro com muita jovialidade e encanto samba em
A Cia. de Teatro Fase 3 completa 22 anos, marcados por oficinas de teatro e espetáculos Londrina
Rodas de samba,
Divulgação
oficinas variadas
e animação
Natália Lima Castro
O Projeto “Quizomba-
samba e outros batuques”,
reúne os tipos mais variados
do ritmo e atrai um público
cada vez maior. O evento, re-
alizado em parceria com a
Casa de Cultura da Univer-
sidade Estadual de Londrina
(UEL), acontece há três anos
e surgiu da necessidade da
reunião de pessoas com um
objetivo em comum: apreciar
o gênero popular da música
brasileira e as suas variadas
manifestações.
Em suas últimas edições,
trouxe para a realização de
oficinas nomes como Thiago
Spengler, do Studio SR, que
ministrou aulas de samba de
gafieira e o músico Guilher-
me Handa, com a oficina de
A companhia não recebe o apoio necessário maracatu. “A intenção é ter
respeito com os instrumen-
Aíme Lima uma exposição de fotografias da Cultura e as oficinas reali- já existentes. Porém, continua tos, um resguardo e um fun-
A Casa da Fases – Núcleo que conta a trajetória destes zadas na Cia têm o apoio do não recebendo o apoio necessá- damento”, lembra Handa. As
de Arte e História com Senho- 22 anos. “Ponto de Cultura”, do Gover- rio para a realização de seus oficinas reúnem um público
res e Senhoras e a Cia. de The- Em paralelo a Casa das Fa- no Federal. Durante dois anos projetos. “Somos um grupo que diferenciado que busca uma
atro Fase 3 desde 1986 inte- ses trabalha com oficinas de o grupo terá o suporte para re- anda na contramão, pois nosso iniciação com instrumentos e
gram o ciclo das artes em teatro para a comunidade, atu- alizar oficinas na cidade e na público alvo é o idoso e a políti- variadas práticas de dança,
Londrina, sendo uma das pri- almente o grupo é constituído região. “Tentamos descentra- ca pública para o idoso é muito mas acima de tudo diversão.
meiras companhias de teatro por senhoras que conheceram lizar o nosso trabalho, esse for- precária. Nossa cultura não “Freqüento sempre as ofici-
com idosos do Brasil e a que o trabalho da Cia através do mato de oficina nós já fizemos valoriza o velho, e sim dá assis- nas e estão cada vez melho-
está há mais tempo em atua- FILO - Festival Internacional mais de 25, em Brasília, São tência a ele. Mas temos espe- res e variadas”, afirma Ra-
ção. O grupo é formado por ido- de Londrina. Em dezembro a Paulo, e várias cidades no Pa- rança de mudar e por isso esta- quel Sampaio, estudante de
sos acima de 60 anos, alguns equipe da oficina já estará com raná”. mos com este trabalho”, declara Artes Cênicas da UEL.
estão desde a fundação. A Cia a formação completa e irá apre- O Fase 3 já recebeu vários Borges. “Visamos o potencial Para o tempero musical,
de Theatro Fase 3 começou no sentar espetáculos pela cidade prêmios, dentre eles o Prêmio artistíco deles, porque um ator reuniu bandas e músicos da
SESC – Londrina. “A assisten- para além de divulgar o traba- Funarte de Teatro Myriam velho é muito melhor que um cidade. Grupos como Chá de
te social do Sesc dividiu os dias lho, comemorar o aniversário Muniz, que visa apoiar finan- ator novo, pois, ele tem toda a Chocalho, que toca músicas
da semana em várias temáti- de Londrina. ceiramente a produção de gru- bagagem cultural dentro dele”, próprias e funde ritmos bra-
cas, nós fazíamos parte do gru- O projeto com a comunida- pos independentes de teatro, e concluiu. sileiros e a banda Sarará
po de cultura e deste pessoal de foi aprovado pelo Ministério a consolidação de companhias Criolo, que faz uma junção
Serviço entre samba rock e samba
surgiu a idéia de fazer teatro”,
afirma João Henrique Bernar- Cia de Theatro Fase 3 – funk. “Talvez o que marque
di, fundador da Fase 3. Núcleo de Arte e História com mais o samba rock seja a fi-
O elenco permaneceu com o senhoras e senhores gura do Jorge Ben”, diz Je-
apoio da instituição até 1999, e Rua Henrique dos Santos, ferson Mendonça, vocalista
Divulgação
13% - 7 a 13 anos
8% - 14 a 18 anos
79% - Acima de 18 anos
31% - Homens
69% - Mulheres
Vinícius Zanin
Paula Carneiro gião plástico. Para o médico,
O Brasil é o segundo país do “Londrina é uma cidade muito
mundo em número de cirur- preparada para toda essa de-
gias plásticas, com cerca de manda”. “Temos hospitais de
616 mil operações realizadas excelente qualidade em expan-
Sessão de acupuntura. Agulhas a serviço da saúde todos os anos. Os últimos nú- são e novos em término de
meros divulgados pela Socie- construção. Isto reflete o po-
dade Brasileira de Cirurgia tencial de nossa cidade”, justi-
Vinícius Zanin ram como uma ciência e fa- zendo uma posição”, analisa. Plástica (SBCP) datam de fica.
A maioria das terapias al- zem o tratamento”. Segundo ele, a adesão de cele- 2004. De acordo com o assessor No ranking da SBCP, a ci-
ternativas surgiu no oriente, A nutricionista Débora bridades à prática aumenta de imprensa da SBCP, Raul dade de São Paulo lidera a ta-
mais especificamente na Chi- Ideriha recomenda a pratica bastante a procura. Kury, as próximas pesquisas bela, com 126.815 cirurgias.
na e na Índia. Trazidas para o de terapias alternativas e diz Mazeto atribui ao conser- serão realizadas até o fim des- Minas Gerais é o segundo, com
ocidente tiveram seu “boom” que sempre que procurou al- vadorismo da região as difi- te ano. “Apesar de as últimas 87.930 operações. Surpreen-
no final do século passado, gum recurso foi para trata- culdades da disseminação da pesquisas terem sido realiza- dentemente, até mesmo o inte-
impulsionadas pela promessa mento e bem estar. “Eu faço terapia. “Na capital as coisas das e divulgadas há quatro rior de São Paulo ultrapassou
de curar um dos males que porque dá resultados e é um acontecem mais rápido e os anos, estimamos que os núme- o Rio de Janeiro, com 85.309
chegou junto com a era tecno- ótimo tratamento”, confirma. recursos são outros, aqui ain- ros da atualidade não estejam contra 76.078.
lógica: o stress. Professor de yôga há 6 da existe um pensamento tão distantes dos últimos obti- Só o número da cidade de
A cada dia mais pessoas anos, Hudson Mazeto, que conservador”. dos”, explica Kury. São Paulo é suficiente para
descobrem as diversas moda- está em Londrina há apenas O professor chega a co- As cirurgias plásticas mais deixar o Sudeste em primeiro
lidades de terapias alternati- a oito meses comentou que mentar que, ainda hoje, exis- realizadas no Brasil são: lipo- lugar. No ranking das regiões,
vas como o yôga, reiki, shiat- com relação a pratica desta te preconceito com relação aspiração em primeiro lugar; o Sul fica em segundo lugar
su, feng shui, taishishuan e modalidade existem aqueles aos homens, pelo desconheci- mamas em geral e implante com 97.886. Nos duas últimas
acupuntura. Ampliaram-se que procuram por modismo e mento “Os homens costumam mamário em segundo; e em colocações estão , a região Cen-
as técnicas e na mesma pro- na sua maioria são as mulhe- procurar menos, mas os que terceiro lugar, plásticas na face tro-Oeste com 71.897 e as regi-
porção as sugestões para a res. “Um dos fatores que con- começam não param nunca, em geral. ões Norte e Nordeste – juntas
melhoria na qualidade de tribuiu muito para a divulga- porque o homem não vem por De acordo com Flavio Nazi- – com 70.372 cirurgias.
vida. ção do yôga foi o fato de a modismo praticar, ele vem ma – formado pela Universida- A dona-de-casa Marcela (o
A fisioterapeuta Karize Madonna aparecer na capa porque esta procurando me- de Estadual de Londrina (UEL) nome não é o verdadeiro) foi
Silva, especialista em acu- de uma revista americana fa- lhorar, se aprimorar”. e especializado em cirurgia operada há poucos meses em
puntura (técnica que utiliza plástica na Escola do Professor duas regiões: nos seios e nas
agulhas) acredita que já exis- Ivo Pitanguy, no Rio de Janei- orelhas. Mãe de dois filhos, ela
te uma procura pelas terapias ro – o perfil dos pacientes que se queixava da assimetria e da
alternativas como meio de procuram a cirurgia plástica queda dos seios, conseqüências
tratamento. “Existem vários foi diversificado. “Além de ter diretas da gravidez e amamen-
Vinícius Zanin
artigos científicos que com- se tornado acessível a outras tação. Já as orelhas sempre lhe
provam os resultados e a po- parcelas da população, muito incomodaram.
pulação tem acesso e procura mais homens têm realizado os Desde muito nova, Marcela
no intuito de tratamento”. procedimentos”, afirma o cirur- se sentia complexada por não
De acordo com a fisiotera- gião plástico. “A evolução das poder prender os cabelos e se
peuta a mídia tem colaborado técnicas que tornam os proce- sentir à vontade. “Se tivesse
também para divulgar esse dimentos mais seguros, a recu- tido dinheiro para operar as
lado das terapias alternati- peração mais precoce e a me- orelhas, já teria feito há muitos
vas, principalmente da acu- lhora do poder aquisitivo da anos. A decisão de colocar sili-
puntura. “A acupuntura fun- população foram alguns dos fa- cone tomei há cerca de um ano.
ciona para tratamento de tores que cooperaram para a Nunca tinha imaginado que
várias doenças como as do acessibilidade da cirurgia plás- um dia fosse querer, mas preci-
sistema nervoso central... tica”, explica. sava ‘consertar’ o problema.
para as mulheres TPM, me- O cirurgião plástico ainda Assim que tive condições finan-
nopausa e para dores tanto fala da cidade de Londrina ceiras, fiz no ato!”, explica Mar-
crônicas como agudas”, afir- como referência em termos mé- cela. Apesar de ter sido decidi-
ma a acupunturista. dicos de uma maneira geral. “A da e corajosa, a dona-de-casa
Sobre a aceitação, segundo cidade está servida de profis- não ficou totalmente satisfeita
a entrevistada, hoje a técnica sionais de alto padrão. Ao meu com os resultados obtidos. “Os
é vista “com melhores olhos”, modo de ver, nossa cidade não seios ficaram bons, mas as ore-
inclusive superando barreiras deixa a desejar para qualquer lhas poderiam ter ficado me-
de crenças contra a prática grande centro”, afirma. lhores. A gente cria uma expec-
das terapias alternativas. O que poucos sabem é que tativa errônea no pré-cirúrgico,
“Antigamente algumas religi- muitas pessoas de outras cida- de que aquilo tudo que você vai
ões não aceitavam a terapia, des, Estados e até de outros consertar vai ficar perfeito. E o
os pacientes preferiam ficar países vem para cá com a in- bom acaba não sendo suficien-
com as dores, e hoje já enca- Hudson Mazeto, professor de yôga tenção de consultar um cirur- te”, concluiu.
14 LinhaFina
C
Ano 1 Ed. 3 | Outubro de 2008
Cultura A ironia no
Crítica cinema de
Cena I, Ato IV Lucrecia Martel
Divulgação
Wagner Moura e os principais personagens do filme
Tropa de Elite encontram-se novamente, mas desta
vez para enfrentar Hamlet, em cartaz em São Paulo
Naiane Souza tações: “O exagero e o des-
“Como é expressivo, como cuido, no ato de representar,
é admirável”, tomo as pala- podem provocar riso aos ig-
vras da própria peça para norantes, mas causam enfa-
descrever o que é assistir a do às pessoas judiciosas...”
Hamlet, no Teatro Faap em Foram cuidadosos em suas Filme “O Pântano” retrata de forma metafórica
São Paulo, nos 170 minutos emoções, tons e falas, ele-
o sofrimento do povo argentino
Divulgação
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E
Ano 1 Ed. 3 | Outubro de 2008 LinhaFina 15
“
Mesmo com calendário
“encolhido”, LEC consegue manter
a paixão dos torcedores. Pág. 16
“
Linha Fina entrevista o presidente
do LEC, Peter Silva sobre sua
situação no clube. Pág. 16
“
Equipe Londrina Racing Truck
Esporte
é uma das grandes na Fórmula
Truck. Pág. 16