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Jornal Laboratório do curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo da Faculdade Pitágoras Londrina-PR | Ano 2 Ed. 4 | Julho-Agosto de 2009
EEditorial O Opinião
Tempos de transição
Em menos de um ano Londrina teve um processo eleitoral
traumático, com três turnos e três prefeitos diferentes. Da
vitória de Antonio Belinati (PP) em 26 de outubro, cancelada
dois dias depois pelo Tribunal Superior Eleitoral - que cassou
o registro da sua candidatura - até a posse de Barbosa Neto
(PDT), no feriado de 1º de maio, a política municipal percor-
reu um caminho até então desconhecido. O período foi mar-
cado por uma interinidade de quatro meses e pelo chamado
“terceiro turno”, que foi a solução definida pelo Judiciário
para resolver o impasse.
Foi um período marcado por incertezas e por uma campa-
nha eleitoral dura, na qual segundo e terceiro colocados do
E
dade e comprometido com a exigência do diploma mina a rária ocupada por discipli-
verdade, deu à imprensa o liberdade de expressão dos nas técnicas”.
A
Impressão:
Gráfica Jornal de Londrina
Diretor Geral do Campus
Professor Tarcisio Manso Vilela Artigo
Coordenador do Curso de Comunicação
Prof. Hertz Wendel de Camargo
Coordenação Jornalística Governo analisa mudanças
na caderneta de poupança
Prof. Fabio Silveira (mtb 3361-PR)
Coordenação de Projeto Gráfico
Prof. Sérgio Mari Jr.
“
Reforma ortográfica tenta
unificar o português
Pág. 4
“
Aumenta a procura por
produtos orgânicos
Pág. 5
“
Stress tira profissionais da
Geral
saúde do trabalho
Pág. 6
industrialização só foi apro- morte. “Você tem lá debates e de repouso e oito horas de mara de Londrina, realiza-
fundado entre as décadas de negociações que foram traba- educação”, explicou Rossi. das em 2008, apenas duas
1920 e 1930, na era Vargas. lhadas durante dois anos e O sociólogo explica que, no mulheres foram eleitas. As
No dia 1º de maio de 1886, somente depois veio se defla- Brasil, a economia nessa épo- duas representam, 10,5%
milhares de trabalhadores grar e conflagrar uma greve”, ca era basicamente agrícola. dos vereadores, embora o
da industrializada Chicago lembrou Rossi. Ainda havia uma cultura es- eleitorado feminino de Lon-
foram às ruas. Além de me- Segundo Rossi, em 1891, cravocrata. Por isso ainda não drina seja superior a 50%.
lhores condições, queriam re- cinco anos depois, a Interna- existia uma organização dos Sandra Graça (PP), a pri-
dução da jornada de trabalho cional Comunista, que na- trabalhadores, “salvo alguns meira mulher a ser eleita
de 13 para 8 horas. De acordo quela época ainda era Asso- tipos de organizações anar- três eleições consecutivas.
com o sociólogo Marco Rossi, ciação Internacional dos quistas que já trabalhavam Ela diz que entrou na políti-
foi uma luta longa. Durante Trabalhadores, declarou o em alguns centros como São ca influenciada por seus
as manifestações os grevistas dia 1º de maio, Dia Interna- Paulo e Rio de Janeiro. Mas pais. “Nasci num lar onde
acabaram entrando em con- cional do Trabalhador. “Foi muito menos do ponto de vis- meus pais sempre participa-
flito com a polícia. Milhares uma homenagem aos márti- ta da organização da classe ram ativamente da política e
ficaram feridos, muitos fo- res de Chicago, mas sobretu- trabalhadora e muito mais este convívio diário com a
ram presos e cinco trabalha- do à luta dos trabalhadores”. como cultura anarquista de democracia e a política sau-
dores foram condenados à Marco Rossi ressalta que difusão de ideias”. dável me fizeram, desde Vereadora Sandra Graça, PP
4 LinhaFina
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Ano 2 Ed. 4 | Junho de 2009
Geral Educação
A língua portuguesa é a como mini, maxi, semi, sub, Ensino Médio, Daniella Bal-
sétima mais falada no mun- agro, anti, auto, contra e ex- duino, a mudança está cau-
do, ficando atrás apenas dos tra dobra-se o “r” e “s”. sando alguns problemas: “eu
idiomas chinês, hindi, in- Exemplo: mini-saia agora é já era acostumada de um jei-
glês, espanhol, bengali e minissaia, isso mesmo, sem to, agora tenho que acostu-
árabe. Ao todo, são oito os hífen e com dois “esses”. mar de outro. Claro que mu-
países que têm o português Outra novidade são os dar é bom, mas enquanto
como idioma oficial - Portu- acentos agudos (não mais não me adapto ainda estou
gal, Brasil, Cabo Verde, São utilizados) nas paroxítonas achando ruim”.
Tomé e Príncipe, Angola, que continham éi e ói (jibóia Já a professora de gra-
Moçambique, Guiné-Bissau fica jiboia e platéia vira pla- mática, Roberta Tomuya,
e Timor-Leste-, totalizando teia). Os acentos circunfle- aprovou a reforma: “toda re-
mais de 230 milhões de fa- xos, das palavras termina- novação é positiva. Essa re-
lantes no planeta. das em êem e ôo e os forma com certeza veio para
Mas desde sempre ela so- diferenciais de verbos como facilitar nossa vida. Antiga-
freu transformações. Uma parar e coar também caíram. mente nossos avós não fala-
prova disto é a Reforma Or- Agora enjôo passa a ser en- vam voismecê? Agora fala-
tográfica da Língua Portu- joo e crêem fica creem. Pára, mos apenas você, e acho que
guesa, que está em vigor presente do imperativo, pas- mais para frente nossos ne-
desde o dia 1º de janeiro des- sa a ser para igual à preposi- tos falarão apenas ‘cê’. Pare-
te ano. Alterando quase 1% ção. A diferenciação agora ce estranho, mas é assim”.
do vocabulário brasileiro, a será pelo contexto. As mu- Como a mudança ainda é
reforma trouxe novidades danças valem apenas para a recente, ela gera algumas
quanto ao uso do trema – ele forma de escrever. A pro- dúvidas na hora de escrever. registradas as novas formas do Haddad, disse que o voca-
não é mais utilizado – e tam- núncia continua a mesma. Para facilitar isso, a Acade- oficiais da escrita. Com mais bulário ortográfico será
bém as colocações do hífen – Ah! e não esquecendo tam- mia Brasileira de Letras de mil páginas, os primeiros distribuído nas 200 mil esco-
agora microondas se escreve bém: o alfabeto ganha mais (ABL) já disponibilizou des- exemplares já chegaram a las públicas do país. De acor-
com hífen (micro-ondas). três letrinhas: k, y e w, ten- de o dia 19 de março o Voca- Brasília e foram direto para do com o ministro, todas re-
Quando as palavras seguin- do agora 26 letras na sua bulário da Língua Portugue- o Palácio do Planalto. O mi- ceberão, pelo menos, um
tes ao hífen começarem com composição total. sa (VOLP) no qual estão nistro da Educação, Fernan- exemplar.
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SUSTENTABILIDADE
Daniele Machado
Aumenta
procura por Loja comercializa cerca de 500 produtos
Produtos Orgânicos
Daniele Machado a levou entrar neste ramo foi muito simpáticas”, comple- mite que a qualidade é in- sábados e domingos, quando
O mercado de orgânicos a necessidade de melhorar a menta. comparável. “Tudo que não aumenta a frequência no
cresce a cada dia e abre es- alimentação de sua família. Mesmo com este cresci- se encontra em outros mer- mercado Shangri-Lá. Segun-
paço aos produtores da re- “Quando comprei a loja, ela mento, muitas pessoas ain- cados, se encontra lá, mas do Érica, fica difícil calcular
gião. Em Londrina, a loja já existia há três anos no da deixam de comprar os por um valor bem mais alto, quantas pessoas passam por
Orgânica Alimentos, locali- mercado e tinha estabilida- produtos comercializados no o que impossibilita muita dia na Orgânica Alimentos.
zada no Mercado Municipal de. Tive curiosidade de co- Mercado Shangri-Lá, pelo gente de adquirir produtos A Orgânica Alimentos
Shangri-lá, comercializa nhecer os produtos e seus preço relativamente alto. de qualidade, como os que atende de segunda à sábado,
aproximadamente 500 pro- benefícios. Gostei do resul- Elaine Gomes, a moradora são vendidos lá”. das 8h às 19h e aos domin-
dutos orgânicos e 250 natu- tado e resolvi entrar nesta do Jardim Ideal, afirma que A funcionária Érica Fran- gos, das 8h às 12h, na rua
rais, desde chás medicinais área também”, relata. raramente consegue com- cisca da Graça, diz que o mo- Visconde de Mauá, 168, box
até cereais, ovos, frutas, car- O analista de relaciona- prar algum produto, mas ad- vimento maior da loja é aos 69/70.
nes, legumes e produtos de mento com clientes, Plínio
limpeza. Eduardo Petroli, é cliente da
Rosana de Andrade, 35 loja há dois anos e disse que
anos, dona da Orgânica Ali- sempre teve bons resulta-
mentos, acredita que este
mercado tem tudo para dar
certo e diz que sua loja conta
dos. “O brócolis que compro
aqui na Orgânica é o melhor
que já encontrei na cidade”,
Portabilidade numérica
atinge todo o Brasil
com vários clientes fieis. elogia Petroli.
“Tenho clientes que apare- Já a empregada domésti-
cem por aqui toda semana ca, Marizete Oliveira, não é
procurando por chás e tam- consumidora direta, mas
bém produtos de limpeza da compra os produtos para a Aíme Lima do setor e que tem como base portabilidade por ter se ar-
casa”, afirma. casa onde trabalha e acha A portabilidade numérica os números da Anatel. rependido de trocar de ope-
Segundo Rosana, a ideia importante a mudança nos chegou em Londrina em 1º O balanço da portabilida- radora.
de trazer estes produtos foi hábitos alimentares. Além de setembro do ano passado de em Londrina e no Brasil O principal motivo é a
iniciativa de profissionais da de gostar do ambiente agra- e em 2 de março de 2009, o ainda não pode ser medido qualidade do atendimento ao
área de pesquisa alimentí- dável da loja. “Venho com- Brasil todo tem acesso à por- com dados mais precisos, cliente, já que a Sercomtel é
cia, como forma de oferecer prar produtos para a minha tabilidade. Em seis meses de pois, as operadoras mantém uma operadora local e qual-
alimentos saudáveis aos patroa e gosto muito de con- portabilidade foram 18.581 estas informações em sigilo quer tipo de problema que o
consumidores. A comercian- versar com as meninas e com pedidos de transferência de absoluto. De acordo com o usuário tenha ele pode ir a
te comenta que o motivo que a dona Rosana. Elas são operadora na telefonia mó- coordenador do Grupo de uma das lojas da operadora e
vel no código 43, que abran- Portabilidade da Sercomtel, conversar com os atendentes,
ge aproximadamente 100 José Luiz Marussi, não hou- sem depender apenas do ser-
municípios. ve muitas diferenças até viço de atendimento ao clien-
O impacto da portabilida- agora. “Nos primeiros dois te por telefone. Segundo Ma-
de em algumas operadoras meses perdemos muitos russi, os clientes vêm para a
foi positivo, como é o caso da clientes que já planejavam loja para desfazer a mudança
Daniele Machado
Claro que obteve bons resul- sair da operadora e viram dizendo: “eu era feliz e não
tados. A Sercomtel Celular com a portabilidade uma sabia”.
não foi afetada e a Vivo foi a oportunidade para fazê-lo. O coordenador da portabi-
operadora que mais perdeu Já no terceiro mês tivemos lidade também admite que a
clientes. Mesmo assim, a uma mudança, clientes que empresa perdeu clientes de-
Vivo continua sendo a de- haviam mudado de operado- vido ao marketing poderoso
tentora de mais usuários. ra voltaram para a Ser- de algumas concorrentes. Al-
Em 2009, ela está com 45 comtel aproveitando a opor- gumas ofereciam aparelhos
milhões de clientes em todo tunidade de mudar de gratuitos e serviços bem van-
o país. Dados divulgados serviço sem precisar mudar tajosos. Mas, na avaliação
pela Anatel indicam que o o número do telefone”, relata dele, a operadora “pé verme-
Brasil começou o ano de Marussi. lho” conseguiu contornar a
2009 com 151,9 milhões de No código 43, a Sercomtel situação com mais campa-
celulares e uma densidade Celular fechou 2007 com 73 nhas na rua e o desbloqueio
de 79 celulares para cada mil usuários, e em 2009, co- gratuito de celulares no cal-
100 habitantes, segundo o meça o ano com 89 mil clien- çadão de Londrina e nos
site www.teleco.com.br, que tes. De acordo com Marussi, shoppings, lugares de inten-
É um mercado que tem tudo para dar certo pertence a uma consultoria muitos clientes desfizeram a sa circulação de pessoas.
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Ano 2 Ed. 4 | Junho de 2009
Geral
Tabagismo
ENTREVISTA
na dimensão política”
erência. Aquilo que não sou- ca, fundamental, apaixonan- me lapidar, conhecer mais Agora: é apaixonante traba- isso é livre nos meios de co-
ber vou recorrer às pessoas. te até, por administrar uma sobre a política, conhecer lhar com o povo. Porque o pa- municação, mas acho que a
Mas é trabalhar com tran- cidade do tamanho de Lon- mais o povo, poder servir dre não é somente aquele que imprensa podia respeitar
quilidade, continuar esse drina, sendo ela segunda melhor. Acho que agora não está no altar, para celebrar a um pouco mais. Acho que o
trabalho que estou fazendo maior do Paraná, terceira do tem volta. Sempre é levan- eucaristia, embora eu ache ali respeito no diálogo, na con-
junto com a população e Sul do país, com todos os tar voos maiores nessa di- importantíssima a presença versa, antes de soltar uma
mostrar que é possível, atra- problemas e sua complexi- mensão política. dele, como administrador pa- notícia que possa embara-
vés de uma Câmara com ve- roquial também. Eu vou con- lhar a cabeça das pessoas.
readores decentes e hones-
tos, juntamente também “Trabalho de roçagem, tinuar com espiritualidade e
religiosidade, mas vou deixar
Eu vejo assim: tem que ter
liberdade na imprensa, mas
com um prefeito transparen-
te e honesto fazer essa par
limpeza, mutirões de saúde, o ministério sacerdotal para
um segundo momento.
acredito que tem que ter res-
peito com o cidadão, seja ele
ceria e a cidade só tem a ga-
nhar com isso.
essas coisas que todo governo LF: Como o senhor
quem for.
LF: Qual o grande pro-
Rodrigo Gutuzo
Participaram da
entrevista os alunos:
Janaina Portello
Pedro Spiacci
Pablo Fares
Isabela Tacaki
Davi Baldussi
vão mostrar”
Kerly Tavares
Daniela Ishiyama
Juliano Dias (PP)
Fábio Fumis (PP)
Entrevista com
BARBOSA NETO Janaina Portello e Pedro Spiacci
No dia 27 de abril, véspera de ser diplomado prefeito de Londrina, Barbosa Neto (PDT),
eleito no terceiro turno, esteve na Faculdade Pitágoras- Campus Metropolitana para uma
entrevista coletiva concedida aos alunos do 5º período de Jornalismo.
Num ambiente descontraído, em tom de bate papo informal, ele respondeu a todas as
questões feitas pelos estudantes/repórteres do Linha Fina, apesar dos rodeios em algumas
questões. Os temas abordados passaram pelas promessas feitas pelo então candidato durante
a campanha eleitoral, como escola integral, trânsito, esporte, saúde, alianças políticas, dentre
outros. Os 40 minutos de entrevista não poderiam passar sem nenhum deslize. Questionado
sobre sua relação com o deputado estadual Antonio Belinati (PP), Barbosa tropeçou. “Eu sou
o que sou”, disse com veemência. Depois ele admitiu que a frase não tinha nenhum significa-
do e provocou risos na platéia. Confira a entrevista:
Davi Baldussi
profunda essa (risos). Acho o político mais popular que a disse que nós estamos vi-
que às vezes eu vejo umas cidade já teve mas, o Belinati vendo agora, viemos de
análises: ‘ah o Barbosa ten- é o Belinati, o Barbosa é o uma administração de oito
tou migrar para uma área e Barbosa, cada um tem a sua anos. Estamos chegando
depois não deu certo, voltou maneira de ser e eu não que- com uma nova visão, mas
para a outra’. Quem tem que ro me desvencilhar do Beli- não podemos resolver todos
julgar é a opinião pública. nati e não quero me aproxi- os problemas do dia para a
Não é a nossa trajetória, eu mar do Belinati. Eu sou noite. Vamos colocar pesso-
acho que vocês é que vão po- aquilo que os meus atos vão as capacitadas para fazer.
der, ao longo da minha admi- mostrar que eu sou, o que a Escolhemos o secretário da
nistração, julgar as coisas. minha trajetória já mostrou, Cultura, que é uma pessoa
Às vezes é muito discurso, é o que eu sou, e a opinião pú- do meio que vivencia essa
muita fala e muita gente não blica e vocês que vão ter que realidade há muitos anos
acredita nos políticos. Mas julgar. aqui em Londrina e vamos
pelo secretariado que escolhi, buscar juntamente com o
LF: Estamos aí com
acho que você já vê o que é o governo do Estado e gover-
notícias do aumento da
Barbosa Neto, o que quero no Federal os recursos ne-
passagem de ônibus. Eu
fazer. Eu tenho procurado fa- cessários para resgatar
quero saber se a prefeitu-
lar pouco e fazer bastante e isso. A cultura de Londrina
ra está de acordo com
tenho evitado entrevistas e é é muito forte, tem uma ebu-
isso e o que ainda pode
ate o primeiro lugar que eu lição muito grande. Mas eu
ser feito pra evitar?
venho para falar de política não quero só isso, quero po-
BARBOSA: Eu não sei
franca, uma roda viva com pularizar a cultura, levar
ainda o que a planilha identi-
vocês aqui. A cadeira está para os bairros. Como eu já
ficou sobre a questão do au-
igualzinha. E aqui a gente disse aqui, às vezes as pes-
mento do transporte coletivo.
não tem medo de pergunta, soas têm um monte de
É uma questão técnica, não
mas eu não quero ser taxado ideias, muita vontade, mas
sou eu que elaboro a planilha,
como uma pessoa que fica vamos enfrentar uma crise
existem instituições, existem
como papagaio de pirata, um internacional, vamos en-
métodos que são analisados
cara que fica dando entrevis- frentar uma dificuldade no
no sistema de concessão do
ta a todo momento, apesar de caixa, mas vamos buscar
mundo inteiro. Tem o Minis-
eu ser jornalista, gostar de alternativas, parcerias com
tério Público vigilante, tem
falar, gosto mais de pergunta a sociedade, envolvimento
uma legislação em vigor.
até do que falar de mim, es- das pessoas, fazendo com
pecialmente então para que LF: Nos últimos anos que elas participem ativa-
vocês mesmo possam formar Londrina foi abandonada mente da nossa adminis-
a opinião de vocês. Ao longo pela prefeitura, no senti- tração. Acho que Londrina
do tempo nós vamos mostrar do de cultura, turismo, pode retomar em breve a
o que é a nossa administra- lazer. O que o senhor vai auto-estima que foi deixada
ção. E sem fugir da pergunta, fazer sobre isso no seu e nós não temos preconcei-
“Londrina deve recuperar sua auto-estima” o Belinati foi importante mandato? tos em buscar.
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População reclama de
superpopulação de pombos
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Redução de IPI anima lojistas
e consumidores
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“
Circo mantém público fiel na
Opinião
Era da Informática
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Cristovam Buarque
quer filhos de políticos
estudando em
escolas públicas
Ana Luiza outros também têm acesso a
Um por todos e minoria educação de qualidade.
pela minoria. Com certeza Esta não é a primeira vez
se existissem, Dartaham e que o senador resolve apre-
os três mosqueteiros diriam sentar uma lei que contraria
exatamente esta frase a políticos e governantes do
Cristovam Buarque (PDT), pais. Em 2007 ele também
senador pelo Distrito Fede- apresentou um projeto de lei
ral e aparentemente, mila- obrigando todos os gover-
gre, vejam só, único político nantes a usar os serviços de
do Brasil preocupado com a saúde, transporte, educação
educação. e todas as outras coisas ad-
Contrariando muita gen- ministradas - mal e porca-
te e ganhando a admiração mente por sinal - por eles
de tantas outras, ele apre- mesmos, para que tomassem
sentou em 2007 um projeto consciência do “trabalho”
de lei (inconstitucional, diga- que fazem. Na campanha
se) que obriga que, até 2014, eleitoral de 2006, quando
todos os filhos e dependentes disputou a presidência da
de políticos sejam matricu- República, o senador de Bra-
lados em colégios púbicos e sília lembrava que os servi-
estaduais durante toda a ços públicos usados pelo
educação básica. Em que povo, como a educação, são
isso fere a Constituição? Se- relegados ao segundo plano.
gundo a lei maior, as pesso- Já os serviços usados pelas
as perdem o direito da esco- elites, como os aeroportos,
lha de onde querem que seus requerem maiores e mais
filhos estudem. cuidados das autoridades.
Segundo Buarque, raras Mas infelizmente para a
são as exceções em que os fi- população, essas leis nunca
lhos dos políticos não estão serão aprovadas, uma vez
Buarque é o autor do projeto em colégios particulares, que os políticos se preocu-
onde podem desfrutar de pam consigo e trabalham
uma boa educação. Pelo jei- para si. Mas como não custa
to, os pais políticos não se sonhar, o senador ainda vai
importam se os filhos dos tentando até 2014.
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Opinião
Superpopulação de
pombos incomoda
muita gente
População reclama do mau
cheiro e descaso da prefeitura
Janaina Oliveira a falta de predadores, além São mais de 200 mil aves na área central
A superpopulação dos da arquitetura dos prédios,
pombos é um assunto que onde são encontrados abri- Para que haja um contro- se ao fato do intestino dessa pombas. Isso é um absurdo”,
tem preocupado Londrina. gos nas frestas e beirais de le da superpopulação, algu- ave ser muito pequeno, tor- concluiu a balconista.
São mais de 200 mil aves janelas. Tudo isso facilita mas medidas devem ser to- nado um agravante para Já para o vendedor Si-
que circulam pelo perímetro sua domesticação. Outro fa- madas. “Devemos dificultar quem trabalha ou transita valdo Bento, 23 anos, a pre-
urbano – segundo reporta- tor que atrai os pombos para sua reprodução, e uma das no Calçadão ou no Bosque. feitura deveria tomar me-
gens publicadas pela im- o perímetro urbano é a faci- maneiras mais simples de Para a balconista Patrícia didas mais drásticas: “o
prensa londrinense –, po- lidade que eles têm para en- fazer isso é não alimentá- Dias, 22 anos, o mau cheiro é decreto assinado pelo Pa-
dendo causar diversas contrar alimentos, já que las. Na escassez de alimen- insuportável: “eu trabalho dre Roque não adiantou
doenças, tais como a cripto- muitas pessoas, principal- tos, ela deixa de investir no aqui no Calçadão e não nada, porque não há uma
cocose, neurocriptococose, mente idosos, jogam milho e seu potencial reprodutivo. aguento o cheiro horrível que fiscalização. Se você passar
além de alergias. Outros fa- farelo no calçadão, que ser- Quando há alimentos de so- as fezes causam. Tem dia que pelo centro ou pelo bosque
tores que causam transtorno vem de alimento para eles. bra, ela vai investir no seu me dá até dor de cabeça de vai ver pessoas alimentan-
devido a esse acúmulo são as Apesar do decreto muni- potencial reprodutivo, au- tão forte que é o cheiro. Quan- do pombas sem medo ne-
fezes e o mau cheiro que as cipal 320/2009 assinado pelo mentando a população, po- do chove então aí ninguém nhum”. Na opinião de Ben-
mesmas provocam. ex-prefeito interino José Ro- dendo reproduzir até doze aguenta. Sem falar no peri- to, “a prefeitura deveria
A concentração é causada que Neto (PTB), proibindo a descendentes por ano”, ex- go, fica tudo liso e escorrega- esclarecer a população so-
pelo desequilíbrio ambien- população de alimentar plica o biólogo João Antonio dio”, reclama. “Esses dias bre as doenças que as pom-
tal. Em Londrina os pombos pombos, tanto em áreas pú- Cyrino Zequi. atrás mesmo, eu ajudei um bas podem causar, além de
encontraram facilidades de- blicas como em particulares, Além disso, ele explica senhor a se levantar porque tomar outras medidas para
vido à monocultura da soja, a prática persiste. que o acúmulo de fezes deve- ele escorregou nas fezes das sua diminuição”.
de zoonoses
mentar as vendas no comér- sentear a mãe. “De presente
cio. É a redução das alíquo- para minha mãe eu comprei
tas de Imposto sobre um fogão e um jogo de cozi-
Emily Müller da Sociedade de Interesse sar o porquê da superpopu- Produtos Industrializados nha. Ela vai gostar muito da
Desde a campanha do Público) SOS Via Animal, lação dessas aves, o dano (IPI) que vigora até o dia 16 surpresa porque fazia uns 15
primeiro turno para a pre- que é uma sociedade civil, de que elas podem causar, de julho. Os produtos benefi- anos que ela não ganhava um
feitura de Londrina, o hoje direito privado, sem fins lu- onde elas se alimentam. ciados foram o fogão, a gela- fogão novo,” diz Rosemery.
prefeito Barbosa Neto (PDT) crativos, que socorre, atende Segundo ele, o ideal seria deira, a máquina e o tanqui- Com esta redução, a arre-
colocou em pauta o projeto e acolhe os cães, gatos e ou- não permitir que os pombos nho de lavar roupa, a cadação federal pode cair até
de criar um Centro de Con- tros animais que necessita- continuassem a se reprodu- chamada linha branca. R$ 173 milhões de reais. Em
trole de Zoonoses na cidade. rem de ajuda. Segundo Ma- zir. “Acho necessário algu- Esta redução do imposto contrapartida, o governo
No último dia 21, Barbosa riana Nogueira, presidente mas reflexões, como por na linha branca tem anima- acredita que os setores da
Neto anunciou algumas me- do SOS Vida Animal, a cria- exemplo, o porquê da vinda do comerciantes e consumi- indústria e do varejo tenham
didas sócio-ambientais. En- ção de um Centro de Zoono- dessas aves para cidade, dores. De acordo com Apare- um aumento nas vendas e
tre elas está a erradicação ses adequado seria uma saber onde elas se alimen- cido Franceschini, gerente na manutenção dos empre-
de 2.800 árvores condenadas grande ajuda para a OCISP. tam e tentar a não reprodu- de uma loja do calçadão de gos no setor.
e o controle da população de “Se um Centro de Saúde ção das mesmas, de manei- Londrina, as vendas aumen- Delourdes Castorina da
pombos, como o vereador Animal for criado, onde os ra química ou biológica, taram já nos primeiros dias. Silva aprovou a medida. De-
José Roque Neto (PTB) já animais são atendidos, colocando, por exemplo, “Percebemos a mudança logo pois de muita pesquisa com-
havia anunciado, durante o acompanhados e não apenas substâncias anticoncepcio- no início e esperamos um prou pela primeira vez o tão
seu período como prefeito in- recolhidos, além de desafo- nais no alimento ou água aumento de 10% a 12% nas sonhado fogão quatro bocas,
terino. Já sobre o Centro de gar a OCISP, o Centro aju- dos pombos”. vendas”, diz Franceschini. “Andei bastante hoje, o ser-
Controle de Zoonoses, o pre- daria a controlar o número Existem hoje em Londri- A redução varia de produto viço é pesado e o dinheiro é
feito afirma ainda não dispor de animais, através da cas- na aproximadamente 40 mil para produto. A alíquota sobre pouco então tem que procu-
de verba para isso, e que tração”, explica. animais de pequeno e gran- a máquina de lavar roupa caiu rar para conseguir o melhor
apenas medidas emergen- Já em relação aos pom- de porte abandonados, além de 20% para 10%. A geladeira preço. Aproveitei a redução
ciais estão sendo tomadas. bos, o veterinário Fernando da superpopulação de pom- de 15 para 5%. E o fogão e o do imposto e hoje vou com-
Atualmente, os animais Augusto Rossi Freitas, es- bos na cidade, portanto além tanquinho de lavar roupa tive- prar pela primeira vez, de-
abandonados de pequeno pecialista em clínica médi- de uma questão de saúde ram a alíquota de IPI zerada. pois de casada, o meu fogão,
porte de Londrina só contam ca de pequenos animais, pública, uma atitude quanto Rosemery Amaro aprovei- porque um fogão novo ajuda,
com a OSCIP (Organização afirma que é preciso anali- a isso seria emergencial. tou os descontos no imposto né”, diz Delourdes.
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Lixo
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Opinião
Circo mantém público fiel na Era da Informática
Para continuar a ser sucesso de público, o circo se adaptou à tecnologia
Camila Ribeiro ca, iluminação e artes cênicas, acha importante levar os fi- tudo isso veio com o circo”, modernizou, o circo também
A temporada do Le Cir- que foram resgatadas do tea- lhos: “na realidade, os pais, completa. teve que se modernizar”.
que em Londrina tem mos- tro, fazem parte da proposta mesmo gostando do circo, se Para o diretor do Le Cir- Na opinião de Swanovich,
trado que o circo continua do circo moderno. É o que esforçam mais por conta dos que, Jorge Swanovich, as a tecnologia faz a diferença
atraindo um grande número está dando certo hoje em to- filhos, para mostrar como as atrações originais do circo entre o circo de hoje e o de on-
de pessoas. Os espetáculos dos os circos do mundo. pessoas se divertiam antes não são mais suficientes tem: “não podemos nem com-
que misturam antigos perso- Em meio à grande oferta da televisão, do cinema e do para atrair o público deseja- parar, há 30 anos não existia
nagens às atrações moder- de produtos culturais e de teatro”, relata a professora. do. “Há 20 ou 30 anos, o circo informática como existe hoje,
nas, agradam públicos de to- diversão que existem hoje, “Tudo começou com o circo, era o que se tinha de mais as crianças com 5 anos já es-
das as idades. Os artistas se muitos pais optam pelo circo eu acredito nisso. Não sou moderno, mas o que era mo- tão no computador, na minha
apresentam num espetáculo para o entretenimento dos nenhuma estudiosa da arte, derno? Arquibancadas de época não existia isso. O
dinâmico, onde o público in- filhos. A professora Rosan- mas eu acredito que tudo madeira, ‘respeitável públi- mundo evoluiu muito, era
terage com o palhaço e parti- gela Macedo foi a um dos es- veio com ele: a dramatiza- co’ e o locutor falando”, ana- outro público antigamente,
cipa das brincadeiras. Músi- petáculos e explica porque ção, a encenação, esse jogo, lisa. “Então, a geração se era outra cultura”.
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Tardes de rugby no país
do futebol
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A verdade sobre os rodeios
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Esporte
TUBARÃO
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Ano 2 Ed. 4 | Junho de 2009
Esporte
Tardes de rugby no país do futebol
Grupo de londrinenses adere ao rugby e demonstra preferência pela bola oval
Naiane Souza
No dia 25 de abril, Lon- Como funciona
drina recebeu a segunda
etapa do 4º Campeonato Pa-
o rugby
ranaense de Rugby. O cam-
peonato foi disputado no es- “Seven” (modalidades
tilo Union (veja quadro nesta disputada com sete joga-
dores de cada lado em dois
página) e contou com a par-
tempos de sete minutos
ticipação dos times Lobo por um de intervalo).
Bravo (Guarapuava), Casca-
vel Rugby, Ponta Grossa Ru-
gby, Maringá Hawks Rugby, Rugby Union e o Rugby
Londrina Rugby além do League: As diferenças bási-
UniBrasil/CRC de Curitiba, cas consistem no número
este que é o único time para- de jogadores (são 13 no Le-
naense a disputar o campeo- ague e 15 no Union), na
nato brasileiro, chamado de forma da bola (no Union
ela é mais pontuda, no Lea-
Super 8, em que disputam 8
gue é mais oval)
das principais equipes do
país.
Para Adriano Zanutto, O rugby foi trazido para
capitão do Londrina Rugby, o Brasil pelos imigrantes
o esporte além de ser exercí- ingleses e se popularizou
cio físico, é também “um principalmente no sul e su-
meio social onde faço amigos deste do país.
pelo Brasil”. Completa ainda O Londrina Rugby treina no Zerão
que o Rugby ensina aos atle-
UniBrasil/CRC de Curi-
tas a terem disciplina, com- me mantenho entre seus cial os convênios com esco- ros colocados nos últimos
tiba, este que é o único
panheirismo, e responsabili- clientes exemplares. E com- las tendem a reduzir este campeonatos paranaenses, time paranaense a disputar
dade: “a disciplina é rígida, pleta: “nosso corpo está pro- tipo de problema, mostran- vice-campeão em 2006 e o campeonato brasileiro,
ninguém pode ficar falando gramado para uma certa do à sociedade que este é 2007 e terceiro colocado no chamado de Super 8 em
em campo, o único que têm a duração, mas é assim que um dos esportes que ilus- ano passado. Em 2006, o que disputam 8 das princi-
permissão de falar com o ár- me mantenho saudável e tram o que é sentido coleti- time foi campeão da Taça pais equipes do país.
bitro é o capitão, se referindo asseguro um maior tempo vo, espírito de união e coo- Bronze, na etapa nacional
a ele como ‘senhor’”. de vida e com qualidade”. peração, além do respeito às do “Seven”.
Já para o presidente da Segundo a Federação regras, ao árbitro e ao ad- O esporte é viril e de
Serviço contato, mas somente o jo-
Federação Paranaense de Paranaense, além da falta versário.
Aos interessados em co- gador com a bola é que
Rugby, Mauro Callegari, a de incentivo financeiro, o
Londrina pode ser derrubado, sendo
prática vai além da confra- que impede o avanço do ru- nhecer melhor o esporte, o
penalizada a equipe que
ternização, é uma aliada da gby é a falta de conhecimen- O Londrina Rugby foi Londrina Rugby treina no obstaculizar outro atleta
saúde e da boa forma: o meu to do esporte entre os mais fundado em 2003. O time é Zerão às quartas-feiras a que não esteja com a bola
cardiologista sempre incen- jovens. Ele argumenta que composto por 20 atletas e partir das 18h30 e aos do- durante a partida.
tivou (o treinamento), pois projetos sociais e em espe- se manteve entre os primei- mingos a partir das 17h.
Recordações pés-vermelhos
Isabela Tacaki
Lembranças que pés-vermelhos viveram nos anos 70
são lembradas em uma emocionante história do escritor
londrinense Márcio Américo. Após a repercussão do livro
“Meninos de Kichute”, foi aprovado o projeto de filmagem
de um longa-metragem com recursos do Programa Muni-
cipal de Incentivo à Cultura (Promic).
A história retrata os anos 70 na Vila Nova, em Londri-
na, onde o autor passou sua infância. A história que virou
o livro “Meninos de Kichute” retrata as aventuras na época
em que garotos como Américo jogavam futebol com o tênis
kichute, uma imitação da chuteira, jogavam bolinhas-de-
gude, trocavam figurinhas e assistiam aos Trapalhões.
O diretor Lucas Amberg foi quem abraçou o projeto ao co-
Cultura
nhecer a história de Américo e para contar a história londrinen-
se ele contou com atores como Arlete Sales, Wener Schumann e
Viviane Pasmanter. Márcio Américo conta com emoção a alegria
de ver sua história ir paras as telas do cinema nacional. “Me
sinto privilegiado, afinal é raro alguém ter seu próprio relato de
vida retratado em filme”, observa o escritor.
Quem acha que o filme foi todo gravado no ori- ninos brasileiros desfrutaram deste mesmo so-
ginal bairro de Londrina, está enganado. Por nho”, afirma Américo, referindo-se ao relato da
mais parecido que o cenário seja, o filme foi feito história do sonho de meninos serem jogador de
em uma cidade do interior de São Paulo chamada futebol. Além dessas e outras surpresas, o escri-
Piracaia. “O interessante é que até as plaquinhas tor conta da participação que fez no filme. “Fiz
com nomes de ruas são idênticas aos que tem na uma ‘pontinha vagabunda’ já que estava acompa-
Vila Nova. É como se eu estivesse vivendo minha nhando a gravação das cenas”, lembra Américo,
infância e adolescência novamente”, conta o lon- falando sobre o making off do filme.
drinense. Cenas da época e até relatos em que não só Lon-
“Traduzir meu livro ‘Meninos de Kichute’ para drina vivia, mas o mundo, são contados também no
a tela do cinema é acreditar que milhares de me- filme. É uma aula sobre a história desse período.
C
Ano 2 Ed. 4 | Junho de 2009
Cultura “Significador de
Insignificâncias”
“É de madeira, deve
ser pesado”
Davi Baldussi meu irmão e às vezes vem para exposição e consequen-
“É de madeira, deve ser aqui fazer uma visitinha e temente venda, as pequenas
pesado”. Quem olha pela pri- olhar meu trabalho”. A fir- estátuas servem como mode-
meira vez uma escultura do ma do irmão do artista é lo para pintar meus quadros.
artista plástico Edson Mas- quem disponibiliza a grande Assim eu não preciso que
suci, normalmente tem esta maioria dos materiais utili- uma pessoa fique parada ho-
impressão. Mas, as escultu- zado pelo escultor. ras na minha frente. É um
ras são de papel e por conta Há cerca de dez anos, luxo a mais para mim”, ex-
disto ela são muito leves. Po- Massuci deu início a esta plica.
rém, o pouco peso da obra forma de esculpir, com ma- De acordo com Massuci,
não a qualifica como sendo teriais recicláveis. “Na época o maior desafio de um ar-
frágil, pelo contrário, elas eu trabalhava com resina e tista é lidar com a crítica.
são resistentes. Outro co- fui alertado por um amigo “Minhas primeiras obras
mentário que muitas pesso- que aquele material tóxico de arte eu pintei em couro
as fazem quando olham as iria acabar me matando. Eu de porco. Morava em Cam-
obras de Massuci: “nossa, po Grande (MS) na época e
que belo/bonito”. Nesta im- “Quando eu os críticos acabaram comi-
panha de perto o trabalho de últimos detalhes. Massuci para as latas de tinta, para nandes, Wilson Bueno, Do-
Massuci, é seu sobrinho. conta que suas esculturas as bitucas de cigarro no chão, mingos Pellegrini, o artista
“Ele trabalha aqui ao lado desempenham dupla função: enfim, para o colorido que plástico Willi de Carvalho,
na empresa de reciclagem do “além de obviamente servir rodeia o seu dia a dia. entre outros. Foram envia-
das descrições do artista
utiliza botões, caixas de fós- através de arte postal, uma
foro, latas de sardinha, pali- das paixões de Hélio. Bilhe-
tos queimados, lâmpadas, tes, cartas, envelopes, selos,
abrigando os objetos aban- fotografias. “A minha gran-
donados em miniaturas. Ob- de inspiração são minhas
jetos usados, todos com uma amizades. Sou um arquiteto
carga histórica. “Faço minia- de sonhos”, concluiu Leites.
turas para manter a propor-
cionalidade. O intuito é des-
Natália Lima Castro