O documento descreve a história do direito do trabalho no Brasil, dividida em 4 fases: 1) período da colonização com trabalho escravo; 2) de 1888 a 1930 com abolição da escravatura e primeiras leis trabalhistas; 3) de 1943 a 1988 com a consolidação da CLT; 4) a partir de 1988 com novos direitos na Constituição e leis trabalhistas.
O documento descreve a história do direito do trabalho no Brasil, dividida em 4 fases: 1) período da colonização com trabalho escravo; 2) de 1888 a 1930 com abolição da escravatura e primeiras leis trabalhistas; 3) de 1943 a 1988 com a consolidação da CLT; 4) a partir de 1988 com novos direitos na Constituição e leis trabalhistas.
O documento descreve a história do direito do trabalho no Brasil, dividida em 4 fases: 1) período da colonização com trabalho escravo; 2) de 1888 a 1930 com abolição da escravatura e primeiras leis trabalhistas; 3) de 1943 a 1988 com a consolidação da CLT; 4) a partir de 1988 com novos direitos na Constituição e leis trabalhistas.
As relaes de trabalho existem desde a Pr-Histria. Inicialmente, com a
busca pelas suas prprias coisas e, depois, com o trabalho escravo na Idade Mdia. Surge na Idade Moderna o trabalho livre. O Renascimento, a Revoluo Francesa e a Revoluo Russa foram eventos que transformaram a vida dos trabalhadores. Apareceram ideias como o trabalho livre, liberdade e igualdade. Nesse perodo j era possvel contratar pessoas e utilizar o contrato para formar a relao entre as partes. Em seguida, na Revoluo Industrial, ocorrida nos sculos XVIII e XIX, que comeou a se falar de empregado e empregador. O incio do sculo XIX marca o sentimento de revoluo que fazia parte da classe trabalhadora. Os operrios comeam a reivindicar seus direitos e a exigir melhores condies de trabalho. Se v, a seguir, como se deu o desdobramento do Direito do Trabalho no Brasil.
2. HISTRIA DO DIREITO DO TRABALHO NO BRASIL
O Brasil, antes de 1888, era um pas de formao colonial, com uma
economia predominantemente agrcola, construdo em cima das relaes escravistas de trabalho. Partindo do pressuposto de que o trabalho juridicamente livre requisito para o surgimento do trabalho subordinado e, portanto, da relao entre empregador e empregado, somente a partir da abolio da escravatura, em 1888, que se pode comear a falar sobre a formao e consolidao do Direito do Trabalho no Brasil. No se trata de dizer que no existia, antes de 1888, qualquer tipo de relao empregatcia no pas, mas sim de aclarar que nesse perodo anterior, caracterizado por economia rural e escravatura, no havia lugar para o desenvolvimento das condies viabilizadoras do ramo justrabalhista. No era possvel falar de trabalho livre, de industrializao, de formao de grupos proletrios que viabilizassem a produo de ideologias de ao e organizaes coletivas. O perodo de 1888 a 1930 foi o primeiro momento significativo na evoluo do Direito do Trabalho no Brasil. Aqui, a relao empregatcia se apresentou relevante no ramo agrcola cafeeiro de So Paulo, assim como no segmento porturio e de ferrovias, que concentravam o maior nmero de trabalhadores. Surge, ento, um movimento operrio ainda sem fora e sem capacidade de organizao, que no traziam at ento manifestaes autonomistas e de negociao privada.
Maurcio Godinho Delgado explica que:
Paralelamente a essa incipincia na atuao coletiva dos trabalhadores, tambm inexiste uma dinmica legislativa intensa e contnua por parte do Estado em face da chamada questo social. que prepondera no Estado brasileiro uma concepo liberal no intervencionista clssica, inibidora da atuao normativa heternoma no mercado de trabalho. A esse liberalismo associa-se um frreo pacto de descentralizao poltica regional tpico da Repblica Velha -, que mais ainda iria restringir a possibilidade de surgimento de uma legislao heternoma federal trabalhista significativa. Surgiram, dispersamente, algumas normas trabalhistas de carter social, como o Decreto n. 1.313, de 17.1.91, que regulamentava o trabalho do menor. Ainda, surge o Decreto n. 1.162 de 12.12.1890, que derrogou a tipificao da greve como ilcito penal, mantendo como crime apenas os atos de violncia que eventualmente fossem praticados no desenrolar do movimento. Outro decreto de destaque o que determinou a concesso de frias de 15 dias aos ferrovirios da Estrada de Ferro Central do Brasil, acrescida de aposentadoria (Decreto n. 221, de 26.2.1890), que em seguida se estendeu a todos os ferrovirios, conforme Decreto n. 565, de 12.7.1890. Havia leis ordinrias que tratavam de trabalho de menores (1891), da organizao de sindicatos rurais (1903) e urbanos (1907), de frias etc. Em 1919 surge a legislao acidentria do trabalho (Lei n. 3.724, de 15.1.1919), acolhendo o princpio do risco profissional, mesmo que com vrias limitaes. Em 1923, surge a Lei 4.682 de 24.1.1923, que instituiu as Caixas de Aposentadorias e Penses aos ferrovirios. Esses benefcios foram, posteriormente, estendidos s empresas porturias e martimas. Comea a surgir uma poltica trabalhista idealizada por Getlio Vargas em 1930. O Ministrio do Trabalho, Indstria e Comrcio foi criado em 1930, passando a expedir decretos, a partir dessa poca, sobre profisses, trabalho das mulheres (1932), salrio mnimo (1936), Justia do Trabalho (1939). A Constituio de 1934 a primeira constituio brasileira a tratar especificamente do Direito do Trabalho. a influncia do constitucionalismo social, que no Brasil s veio a ser sentida em 1934. Garantia a liberdade sindical (art. 120), isonomia salarial, salrio mnimo, jornada de oito horas de trabalho, proteo do trabalho das mulheres e menores, repouso semanal, frias anuais remuneradas (12 do art. 121). Godinho sustenta: O Estado largamente intervencionista que ora se forma estende sua atuao tambm rea da chamada questo social. Nesta rea implementa um vasto e profundo conjunto de aes diversificadas mas nitidamente combinadas: de um lado, atravs de rigorosa represso sobre quaisquer manifestaes autonomistas do movimento operrio; de outro lado, atravs de minuciosa legislao instaurando um novo e abrangente modelo de organizao do sistema justrabalhista, estreitamente controlado pelo Estado. Como exemplo de legislao profissional e protetiva surgidas na poca, citam-se os decretos: Decreto n.21.471, de 17.5.1932, regulamentando o trabalho feminino; Decreto n. 21.186, de 22.3.1932, fixando a jornada de
oito horas para os comercirios (estendido, posteriormente, aos
industririos); Decreto n. 23.103, de 19.8.1933, estabelecendo frias para os bancrios, e diversos outros que se sucederam durante a dcada de 30 at 1943. O modelo trabalhista estruturado durante todo esse perodo reuniu-se em um nico diploma normativo, a Consolidao das Leis do Trabalho (Decretolei n. 5.454, de 1.5.1943). A CLT alterou e ampliou a legislao trabalhista que j existia, assumindo, dessa forma, a caracterstica de um cdigo do trabalho. Esse modelo manteve-se praticamente intocado nos perodos seguidos a 1930. A fase de institucionalizao autoritria e corporativista do Direito do Trabalho estende-se, assim, desde 1930 at a Constituio de 1988. Excetuando o sistema previdencirio, que sofreu modificaes na dcada de 60, no se observa, nem mesmo na fase democrtica de 1945-1964, nem na fase militar implantada em 1964, a implementao de modificaes substanciais no modelo trabalhista do pas. As discusses da Constituinte de 1987/88, que resultaram na Constituio Federal de 1988, modificaram, em alguns aspectos, o sistema jurdico de relaes de trabalho. Destaca-se como aspectos positivos o redimensionamento das relaes entre sindicatos e o Estado com a adoo de dois princpios: auto-organizao sindical e a autonomia de administrao dos sindicatos. O primeiro permite a livre criao de sindicatos, sem a necessidade de prvia autorizao estatal, enquanto o segundo assegura aos sindicatos liberdade para que possam praticar, de acordo com suas prprias decises, atos de interesse interno com liberdade de administrao. Aps a regulamentao da Constituio Federal de 1988, foi aprovada a Lei de Greve (7.783/89), a Lei sobre poltica salarial (7.788/89), tambm a Lei sobre salrio mnimo (7.789/89) e a lei sobre fundo de garantia do tempo de servio (8.036/90). Amauri Mascaro Nascimento complementa que as transformaes provocadas pela globalizao, o avano da tecnologia e o desemprego tambm afetaram o direito do trabalho no Brasil, o que levou o Estado a elaborar leis destinadas a atenuar os efeitos negativos que advieram. Exemplos de alteraes foram: o contrato por prazo determinado; a compensao de horas quadrimestral, ampliada para anual; pisos estaduais salariais; etc. Tambm, no governo Lula, foram aprovadas diversas leis de extrema importncia, como o repouso semanal remunerado dos empregados no comrcio (lei 11.603/2007); a instalao do Frum Nacional de Direito do Trabalho; a legalizao das Centrais Sindicais (Lei n. 11.648/2008), como entidades de cpula representativas dos interesses gerais dos trabalhadores, desde que renam um conjunto de requisitos que lhes d determinado ndice de representatividade, caso em que estaro habilitadas a receber um repasse da contribuio sindical correspondente a 10% do valor da conta emprego e salrio; entre outras medidas.
3. CONCLUSO
O direito do trabalho pode ser explicado em 4 fases:
1 Colonizao: perodo predominantemente agrcola e de escravatura, aonde no se podia falar na existncia concreta de um direito do trabalho. 2 Perodo de 1888 a 1930: primeiro momento significativo na evoluo do Direito do Trabalho no Brasil; abolio da escravido; criao das primeiras normas relativas ao trabalho; ideologia Vargas momento de maior impacto no mbito do trabalho por conta da criao de vrias e importantssimas normas trabalhistas. 3 1943 a 1988: consolidao das normas criadas no perodo Vargas na CLT; perodo de poucas alteraes substanciais no mbito do trabalho. 4 Constituio de 88: marco no desenvolvimento do direito do trabalho, decorrente do processo de democratizao do pas, diversas inovaes, ampliao de direitos e criao de benefcios, que surgiram por conta tambm da globalizao e do crescimento do capitalismo. O direito do trabalho clssico nasceu como um mecanismo de defesa do operrio das fbricas do incio da primeira revoluo industrial, diante da proletarizao do trabalho e da inexistncia de instrumentos legais para proporcionar um grau mnimo que fosse possvel de interveno na autonomia contratual das partes com o propsito de restabelecer o quanto possvel o equilbrio de uma relao jurdica desigual. Atualmente, as novas leis demonstram que o direito do trabalho se encaminha cada vez mais para a proteo efetiva dos trabalhadores, democrtica, justa, e de forma a dialogar com as instituies empregatcias e as entidades sindicais.