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Toda escolha ou decisão técnica constitui-se num indicador das relações sociais
e da cultura técnica vigentes num dado território. Em cada projeto está implícita uma
ideologia, expressa em um modelo técnico, em uma concepção de tecnologia.
Apenas uma parcela minoritária da população mundial pode usufruir dos bens
e serviços produzidos pela indústria e empresas dinâmicas. O modelo de produção e
consumo nesse sistema é excludente e degradador do meio ambiente. Há setores que
caminham pela reversão desse quadro utilizando da heterodoxia metodológica e
construindo o vetor de desenvolvimento tecnológico também a partir do olhar da
“senzala”, afastando-se da exclusividade da paisagem vista da “casa grande”.
Há de haver uma participação democrática dos atores sociais, visando ao
desenvolvimento local e regional sustentáveis. Assim, pode-se compreender a inovação
tecnológica como um conceito, como aprendizagem dos cidadãos e dos atores sociais,
visando a um desenvolvimento humano em equilibro com a natureza.
Mas essa alteração não se dá de uma hora para outra, e sim através de um
longo processo de conscientização. O engenheiro é o indivíduo que encontra-se
habilitado para realizar sonhos e os ideais em todos os setores da vida humana.
Por isso, a extensão não deve ser encarada como uma atividade à parte do
ensino e da pesquisa. O que é importante, nos projetos de extensão, é representar uma
continuidade das ações de ensino e pesquisa e trazer um retorno para essas.
Não é só pelo motivo da elitização que boa parte dos formandos está
preocupada em gerar capital para seus contratantes, diga-se trabalhar para uma grande
empresa. Pessoas, que mesmo vindo de classes mais baixas, ainda estão motivadas em
formarem-se profissionais e poderem garantir seus altos salários de trabalhadores de
nível superior. O Brasil não tem a cultura de formar pesquisadores e profissionais que
alavanquem o desenvolvimento nacional de forma social e não econômica.
A extensão tem um papel muito importante no que cerne a formação de um
cidadão capacitado, que possa mudar as condições sociais de um país. E é isso que um
aluno de ensino superior realmente deve olhar. Não é só pelo dinheiro que se deve
cursar o ensino superior, mas, também, pelo poder que tem nas mãos um profissional
que conhece as necessidades de sua nação.