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QUINTA-FEIRA
– Valor infinito da Santa Missa. A nossa participação no Sacrifício. A Santa Missa, centro da
vida da Igreja e de cada cristão.
A entrega plena de Cristo por nós, que culmina no Calvário, constitui o apelo
mais premente para que correspondamos ao seu grande amor por cada um de
nós. Na Cruz, Jesus consumou a entrega plena à vontade do Pai e o amor por
todos os homens, por cada um: Ele me amou e se entregou por mim2.
Nós, que queremos imitar Jesus, que só desejamos que a nossa vida seja
reflexo da sua, devemos perguntar-nos na nossa oração de hoje se sabemos
unir-nos ao oferecimento de Jesus ao Pai, aceitando a vontade de Deus em
cada momento, nas alegrias e nas contrariedades, nas coisas que nos ocupam
diariamente, nos momentos mais difíceis, como podem ser o fracasso, a dor ou
a doença, e nos momentos fáceis, em que sentimos a alma cheia de felicidade.
Também não existe um modo mais perfeito de dar graças a Deus por tudo o
que Ele é e pelas suas contínuas misericórdias para connosco: nada na terra
pode ser mais grato a Deus que o Sacrifício do altar. E, ao mesmo tempo, de
cada vez que se celebra a Santa Missa, dada a infinita dignidade do Sacerdote
e da Vítima, repara-se por todos os pecados do mundo: a Missa é a única
perfeita e adequada reparação, e a ela devemos unir os nossos actos de
desagravo; ela é realmente “o coração e o centro do mundo cristão”8. Neste
Santo Sacrifício, “está gravado o que há de mais profundo na vida de cada um
dos homens: a vida do pai, da mãe, da criança, do ancião, do jovem e da jovem
adolescente, do professor e do estudante, do homem culto e do homem
simples, da religiosa e do sacerdote. De todos, sem excepção. É assim que a
vida do homem se insere, mediante a Eucaristia, no mistério do Deus vivo”9.
Este Sacrifício será então o ponto central da nossa vida diária, como o é de
toda a liturgia e da vida da Igreja. A nossa união com Cristo no momento da
Consagração será tanto mais plena quanto maior for a nossa identificação com
a vontade de Deus, ao longo das nossas jornadas. Em união com o Filho, não
só oferecemos ao Pai a Santa Missa como nos oferecemos a nós mesmos por
Ele, com Ele e n’Ele. Este ato de união deve ser tão profundo e verdadeiro que
influa decisivamente no nosso trabalho, nas nossas relações com os outros,
nas nossas alegrias e fracassos, em tudo.
Contamos com muitas ajudas para viver bem a Santa Missa. Entre outras, a
dos anjos, que “sempre estão ali presentes em grande número para honrar
este santo mistério. Unindo-nos a eles e animados da mesma intenção,
receberemos necessariamente muitas influências favoráveis dessa companhia.
Os coros da Igreja triunfante unem-se e juntam-se a Nosso Senhor, neste ato
divino, para cativarem, n’Ele, com Ele e por Ele o coração de Deus Pai, e para
tornarem eternamente nossa a sua misericórdia”11. Recorramos a eles para
evitar as distracções e esforcemo-nos por cuidar com mais amor desse tempo
único em que participamos do Sacrifício da Cruz.
(1) Jo 3, 16; (2) Gal 2, 20; (3) Lc 23, 46; (4) Hebr 4, 14-15; (5) São Josemaría Escrivá, Via
Sacra, IVª est., n. 1; (6) Paulo VI, Enc. Mysterium Fidei, 3-IX-1965, n. 4; (7) Cura d’Ars, Sermão
sobre o pecado; (8) João Paulo II, Homilia no Seminário de Venegono, 21-V-1983; (9) idem,
Homilia no encerramento do XX Congresso Eucarístico Nac. da Itália, 22-V-1983; (10) cfr.
Conc. Vat. II, Const. Sacrossanctum Concilium, 48 e 11; (11) São Francisco de Sales,
Introdução à vida devota.