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TSUNAMI

Em 26 de dezembro de 2004, um gigantesco terremoto submarino na costa da ilha de


Sumatra, na Indonésia, abalou a Terra em sua órbita. O sismo, medindo 9,0 na escala
Richter, foi o maior desde 1964. Dúzias de tremores secundários com magnitudes de 5,0
ou mais ocorreram nos dias subseqüentes. Mas a conseqüência mais poderosa e
destrutiva desse terremoto devastador foi o tsunami que ele causou. A contagem de
vítimas chegou a mais de 280 mil e muitas cidades foram praticamente devastadas.

A destruição provocada por esse tsunami superou todos os tsunamis já vistos na história
recente. Mas, cientificamente, o curso dos eventos seguiu a seqüência básica de um
tsunami típico. Neste artigo, vamos dar uma olhada nas causas, na física envolvida e nos
impactos de um tsunami. Também vamos examinar os esforços dos cientistas para
monitorar e prever tsunamis e evitar desastres como o de 2004.

ANATONOMIA DE UMA ONDA:


O termo "tsunami" vem das japonesas tsu (porto) e nami (ondas). O tsunami é uma
onda ou uma série de ondas no oceano atingindo centenas de quilômetros de
extensão e alturas de até 10,5 metros. Estas "paredes de água" se deslocam à
velocidade de um avião comercial, ou mais. O poderoso tsunami de 26 de dezembro
de 2004 percorreu 600 km em 75 minutos. Isso corresponde a 480 km/h. Estas paredes
de água são realmente capazes de causar destruição em massa ao longo das terras
costeiras.
A maioria das pessoas está acostumada com ondas vistas em praias ou nas piscinas de
onda de um parque aquático. As ondas possuem uma crista (o ponto mais alto da onda)
e uma cava (o ponto mais baixo da onda). As ondas são medidas de duas maneiras:

 a altura da onda é a distância entre a crista e a cava;


 o comprimento da onda é a distância horizontal entre duas cristas de onda
consecutivas.

A freqüência das ondas é medida pelo tempo que leva para que duas ondas consecutivas
cruzem o mesmo ponto. Isso é chamado de período da onda.

Um tsunami e uma onda normal possuem a mesma composição e são medidos da


mesma maneira, mas há muitas diferenças entre os dois. O gráfico abaixo mostras
algumas delas.

Onda de tsunami x onda gerada pelo vento


Característica da Onda gerada pelo
Onda de tsunami
onda vento
Velocidade da onda 8 - 100 km/h 800 - 1.000 km/h
Período da onda
(tempo requerido
para que duas ondas Intervalo de 5 a 20 Intervalo de 10
passem por um segundos minutos a 2 horas
único ponto no
espaço)
Comprimento da
onda
100 - 200 metros 100 - 500 km
(distância horizontal
entre duas ondas)

As principais diferenças são o tamanho, a velocidade e a origem. Vamos dar uma olhada
no que causa uma onda normal.

As ondas oceânicas são criadas por uma série de fatores (atração gravitacional,
atividade submarina, pressão atmosférica), mas sua origem mais comum é o vento.
Quando o vento sopra sobre uma superfície lisa de água, as moléculas de ar acabam
carregando moléculas de água. O atrito entre o ar e a água comprime a superfície da
água, criando ondulações conhecidas como ondas capilares. As ondas capilares se
movem em círculos. Este movimento circular da água continua verticalmente debaixo
da água, apesar de a potência desse movimento diminuir em águas mais profundas. À
medida que a onda se desloca, mais e mais moléculas de água são reunidas, aumentando
o tamanho e o impulso da onda. A coisa mais importante a saber sobre as ondas é que
elas não representam o movimento da água, mas, ao invés disso, demonstram o
movimento da energia através da água.

Em ondas normais, o vento é a origem desta energia. O tamanho e a velocidade das


ondas de vento dependem de sua intensidade.

O nascimento de um tsunami
As causas mais comuns de tsunamis são os terremotos submarinos. Para compreender
os terremotos submarinos, primeiro é necessário entender as placas tectônicas. A teoria
das placas tectônicas sugere que a litosfera, ou camada superior da Terra, é feita de uma
série de grandes placas. Estas placas constituem os continentes e o fundo do mar. Elas
repousam sobre uma camada viscosa subjacente, chamada astenosfera.

Pense em uma torta cortada em oito fatias. A crosta da torta seria a litosfera e o recheio
quente seria a astenosfera. Na Terra, estas placas estão em movimento constante,
movendo-se umas em relação às outras a uma velocidade de 2,5 a 5 cm por ano. O
movimento ocorre mais intensamente ao longo das linhas de falha (onde a torta é
cortada). Estes movimentos têm a capacidade de produzir terremotos e vulcanismo que,
quando ocorrem no fundo do oceano, são duas causas possíveis de tsunamis.

Formação de um tsunami

Quando duas placas entram em contato em uma região conhecida como limite de placa,
uma mais pesada pode deslizar por baixo de outra mais leve. Isso é chamado de
subducção. A subducção submarina freqüentemente deixa enormes rastros: profundas
trincheiras oceânicas no fundo do mar.

Em alguns casos de subducção, parte do fundo do mar conectado à placa mais leve pode
se romper repentinamente para cima, devido à pressão proveniente da placa que afunda.
Isto resulta em um terremoto. O foco do terremoto é o ponto no interior da Terra no
qual ocorre a ruptura. Depois da ruptura, as rochas se quebram e as primeiras ondas
sísmicas são geradas. O epicentro é o ponto do fundo do mar diretamente acima do
foco.

Quando este pedaço da placa se rompe e dispara toneladas de rochas para cima, com
uma força tremenda, essa energia é transferida para a água, empurrando-a e elevando o
nível do mar. Este é o nascimento de um tsunami. O terremoto que gerou o tsunami de
2004, no Oceano Índico, foi de 9 pontos na escala Richter, um dos maiores já
registrados.

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