Você está na página 1de 11

1

Igreja Gnóstica
(A Igreja dos antigos Cristãos)

A Igreja Gnóstica, embora fiel à Tradição, é uma moderna forma de adoração da Divindade do
Homem que, através da Iniciação Real, alcança o máximo de sua Evolução, neste final de ciclo.

Visão Gnóstica do Mundo


1. O que é GNOSE e GNOSTICISMO
Gnosticismo é o ensino baseado na Gnose, o conhecimento da transcendência, ao qual se chega através
de meios intuitivos interiores. Embora o Gnosticismo se baseie na experiência religiosa interior, nem
todas podem ser reconhecidas como gnósticas. O Gnosticismo refere-se a uma específica experiência
religiosa, uma experiência que não se presta à linguagem da teologia ou da filosofia, mas que com elas
tem grande afinidade, e expressa-se por meio do mito. Com efeito, vê-se que a maioria das escrituras
gnósticas tomam a forma de "mitos". O termo "mito" não deve ser entendido como "estórias que não são
verdadeiras", ao contrário, que as verdades contidas nesses mitos são de uma ordem diferente dos dogmas
da teologia ou das conclusões da filosofia.

GNOSE, possuída pelos Iniciados, opõe-se à vulgar PISTIS (crença) dos fiéis. É mais uma
revelação secreta e misteriosa. As seitas gnósticas possuem livros de origem alógena, ou seja, de origem
exterior e superior ao mundo em que vivemos. Tais obras são atribuídas a enviados celestes. Exemplos: o
"Livro Sagrado do Grande Espírito" uma das obras usadas pelos Setianos (de Set, um dos filhos de
Adão); o "Neo Liber Legis", atribuído a Horus e recebido na Igreja Gnóstica dos Templários Universais
(IGTU). Por sua vez, todos os gnósticos cristãos pretenderam haver herdado através de vias misteriosas os
ensinamentos secretos dados por Jesus a seus discípulos: Basílides recebeu de Matias as doutrinas
esotéricas a este reveladas pelo Salvador. Os sectários gnósticos fizeram circular muitos evangelhos
apócrifos: "O Evangelho Segundo os Egípcios", "O Evangelho de Maria", o "Livro Secreto de João".
2

2. O Cosmos
Não endossamos o pessimismo de muitos gnósticos. Para eles, "O mundo é o sítio da morte, do
sofrimento, da feiúra e do mal" e ainda uma fortaleza hermeticamente fechada e rodeada de muros e
poços aparentemente intransponíveis aonde o homem é atirado para permanecer numa prisão, sem
esperança... Acham que existe uma luta eterna entre o homem e Deus, "que teria sido obrigado a
fortificar-se para ficar fora do alcance do mundo."... Assim, utilizando a doutrina astronômica das esferas
de cristal, que giram em torno da Terra, alguns gnósticos afirmam que elas constituem um obstáculo
intransponível para as almas que tentarem evadir-se do mundo, pois frente às portas escavadas em cada
uma das sete esferas acham-se postados guardiões inexoráveis: os ARCONTES. Afirmam ainda que tais
Arcontes seriam forças malignas que imporiam ao mundo uma rigorosa fatalidade, garantida pelos
Arcontes Planetários e os doze guardiões das Estrelas...

Muitos gnósticos sustentam que o mundo é imperfeito porque foi criado de maneira imperfeita. À
semelhança do Budismo, o Gnosticismo começa com o fundamental reconhecimento de que a vida
terrena é cheia de sofrimento. Para se alimentarem, todas as formas de vida consomem-se mutuamente,
causando dor, medo e morte umas às outras (até animais herbívoros vivem destruindo as vidas das
plantas) Além disso, as assim chamadas catástrofes naturais -- terremotos, inundações, incêndios,
enchentes, erupções vulcânicas -- causam mais sofrimento e morte. Os seres humanos, com suas
complexas fisiologia e psicologia, não são conscientes somente dessas características dolorosas da
existência terrena, mas sofrem ainda com o freqüente reconhecimento de que são estranhos vivendo num
mundo que é imperfeito e absurdo.

Muitas religiões sustentam a idéia de que os humanos são culpados da imperfeição do mundo.
Defendendo este ponto de vista, elas interpretam o Mito do Gênesis como uma declaração de que as
transgressões cometidas pelo primeiro casal humano tenham provocado uma "queda" da criação,
resultando no presente estado corrupto do mundo. Os gnósticos respondem que esta interpretação do mito
é falsa. A culpa da queda do mundo cai não sobre os humanos, mas sobre o Criador. Isto porque --
especialmente nas religiões monoteístas -- o Criador é Deus, esta posição gnóstica pode parecer blasfema,
e é freqüentemente vista com alarme até por incrédulos.

Modos de escapar do reconhecimento da criação imperfeita e da imperfeição de seu criador têm sido
apresentados de tempos em tempos, mas, segundo vários autores, nenhum ainda impressionou os
gnósticos. Os gregos antigos, especialmente os platônicos, chamaram as atenções das pessoas para a
harmonia do universo, de modo que, venerando sua grandeza, poderiam esquecer-se de suas aflições
imediatas. Mas desde que esta harmonia contém ainda os cruéis defeitos da desesperança e da alienação
da existência, estas considerações são consideradas de pouco valor por muitos gnósticos. Nem a idéia
oriental de Karma é considerada pelos gnósticos como uma adequada explicação da imperfeição da
criação e do sofrimento. O conceito de Karma, na melhor das hipóteses, pode explicar somente como a
cadeia de sofrimentos e imperfeições funciona. Ele não nos explica, em primeiro lugar, por que um tão
triste e maligno sistema deva existir.

Sustentamos que a conclusão de que o mundo é imperfeito pode ser válida, mas apenas dentro dos
parâmetros de uma determinada visão. Muitos conseguem perceber, como foi dito mais acima, no
conjunto das características existentes, uma grande harmonia, um equilíbrio superior, que prevalece
apesar de todos os excessos do homem!... esse ser insaciável de conhecimento e de poder, que
freqüentemente vê a si mesmo digladiando-se com a própria divindade e auxiliares, que ele criou com sua
imaginação delirante e fértil... Criou porque não suporta a idéia de reconhecer-se como o único e
3
verdadeiro Deus, exilado na vida material, que o priva, embora provisoriamente, do discernimento
pleno, da Gnose, que fatalmente levará cada um à realização de seu glorioso destino....

A tão propalada imperfeição do mundo é uma ilusão intelectualista, uma criação inferior do ser
humano, que assim se colocando, rebaixa-se e à própria "divindade", somente para explicar aquilo que
não consegue entender!... Mas lembremo-nos de que esses que defendem essa idéia degradante são os
mesmos que sustentam a incapacidade do homem para compreender a Deus, ao chamado "Deus
Verdadeiro", o Incognoscível... Ora, se existe essa incapacidade, essa limitação da mente humana, como
supor que sua idéia da criação e das características essenciais do mundo, do universo, do cosmos sejam
essas negatividades que tão afanosamente defendem alguns espiritualistas fanatizados, perante os olhares
atônitos do homem comum, que pressente em seu íntimo e sente a beleza da vida e a alegria de estar no
mundo?

Pura doença, suicídio institucionalizado e fanatismo, aferrar-se à idéia de culpa, seja do chamado
Primeiro Homem (Adão), seja do imaginado Criador Imperfeito (Demiurgo). Não há culpa, não existe
pecado. O mundo é perfeito em seu conjunto, visto dentro da harmonia cósmica. É o homem que,
geralmente preso à matéria, às limitações de sua mente, não consegue entender os intrincados
mecanismos e leis que governam a totalidade... Diríamos, "não compreende os desígnios de Deus". Para
uma humanidade que se debate contra a fatalidade da morte, ignorante do que acontece após ela, apesar
dos incontáveis testemunhos de mestres altamente qualificados sobre a continuidade da existência em
outros planos; para uma humanidade, que desdenha dos seus próprios esforços no campo espiritual,
enquanto se utiliza de esquemas intelectuais para anular as conquistas de seus verdadeiros Mestres, --
para esta humanidade tem de haver um mundo imperfeito e um Deus maligno... Caso contrário, ela não
suportaria viver a felicidade plena da harmonia cósmica, cujo resultado é a UNIDADE -- visto que
separa, sistematicamente os mundos material e espiritual, colocando, entre eles, uma barreira
intransponível!...

Aceitamos a doutrina das emanações, com a criação de seres "intermediários", com funções
definidas, como explicações práticas, acessíveis à compreensão humana, na tentativa de esclarecer
processos que nos parecem complicadíssimos, dada a nossa quase insuperável limitação. Mas não
achamos exeqüível a idéia de que essas emanações divinas passem a degradar-se mais e mais, à medida
que se distanciam da fonte! É verdade que o iniciado pode perceber diferenças importantes nas obras e
procedimentos dos vários seres que se sucedem no processo da criação, especialmente à medida que se
dirigem cada vez mais rumo à materialidade. Todavia, julgamos arbitrário atribuir à matéria qualquer
resquício de malignidade! Aí reside um equívoco fundamental, que plasmou os absurdos que
encontramos em tantas teorias de respeitáveis filósofos!...

A Lei do Carma, ou de Causa e Efeito, não considerada um castigo, mas uma oportunidade de
evolução, é perfeita. Ela não se destina a explicar o conjunto do processo cósmico, como desejariam
alguns pesquisadores, que por isso cometem equívocos. As condições do mundo, onde seres se utilizam
ou dispõem das vidas de outros seres para sobreviverem, não são nem deveriam ser afetadas pela Lei do
Carma, que simplesmente funciona dentro do esquema geral pré-estabelecido. A discussão, aqui, deve
girar, isto sim, em torno do real significado da vida material e da vida espiritual. Se prestarmos atenção ao
ensinamento do Bhagavad-Gita, constataremos que a Vida, em última instância, é indestrutível. Há uma
passagem na qual o discípulo Arjuna, diante da iminência de uma guerra, na qual combateria contra seus
irmãos, certamente tendo que sacrificar algum ou alguns deles, dirigiu-se, atormentado, a Krishna,
indagando do acerto ou não das ações que fatalmente ocorreriam. Atordoava-o a idéia de ter que matar
um semelhante... Atendendo ao fiel discípulo, o Deus Krishna respondeu: "E quem é você que pensa ser
capaz de matar um Espírito? Não! O Espírito é imortal. Apenas o corpo material é destruído. Vá,
portanto, à luta e cumpra o seu dever, para que não seja considerado desonrado pela sua covardia!..."
4

3. Divindade
O conceito gnóstico de Deus é mais sutil do que o da maioria das religiões. A seu modo, ele une e
reconcilia Monoteísmo e Politeísmo, assim como Teísmo, Deísmo e Panteísmo. Na visão gnóstica, há um
verdadeiro, último e transcendental Deus, que está além de todos os universos criados e que nunca criou
qualquer coisa diretamente, Deus nada criou, mas "emanou" ou lançou de Si Mesmo a substância de tudo
que existe em todos os mundos, visíveis e invisíveis. Num certo sentido, pode-se dizer e ter como
verdadeiro que tudo é Deus, pois tudo consiste de Sua substância.

O mito gnóstico básico tem muitas variações, mas todas elas se referem a Aeons, seres
intermediários deificados, que existem entre o Deus fundamental e nós. Eles, junto com o Deus
Incognoscível, formam o reino da Plenitude ou Pleroma onde a potência da Divindade opera
completamente. A Plenitude mostra-se em contraste com nosso estado existencial, que, em comparação e
devido à nossa insensibilidade pré-iniciática, pode ser chamado de Vazio.
Um dos seres aeonicos que tem o nome de Sophia ("Sabedoria") é de grande importância para a visão
gnóstica do mundo. No transcurso de suas viagens, Sophia veio a emanar de seu próprio ser uma
consciência, um ser que se tornou o criador do cosmos material e psíquico, tudo feito à sua própria
semelhança. Lançou mão da já existente essência divina, moldando-a em várias formas, sendo chamado
de Demiurgos ou "meio-fabricante", porque na verdade trabalhou em perfeita UNIÃO com o Deus
Incognoscível e com seus subalternos cósmicos, os Arcontes, ou "governantes".
Para alguns gnósticos, DEMIURGO, o Deus Criador do mundo e seu governante, opõe-se, no
entendimento humano, ao Deus desconhecido, estranho, invisível, oculto, transcendente. O primeiro é o
Deus Justo da Bíblia, e o segundo o Deus Bom, anunciado pelo Evangelho. Com efeito, Cristo se
apresenta como o Filho de um Deus desconhecido e absolutamente bom, ao passo que o Jeová do Antigo
Testamento é diferente de um Deus de pura bondade, sendo todavia um Deus de Justiça. Esta a concepção
dos marcosianos (discípulos de Marcos, um Valentiniano). A Lei de Moisés não foi estabelecida pelo
Deus Incognoscível diretamente, mas pelo Demiurgo, criador do mundo e de tudo que nele se contém.
Demiurgo é denominado freqüentemente com os nomes hebraicos Ialdebaoth (Filho do Caos) ou
Sabaoth (Deus dos Exércitos) para mostrar que é o Deus do Gênesis -- é representado como um ser muito
severo, o qual, com o propósito de animar a "Jerusalém Terrestre" ou seja, a matéria, arrebatou um raio do
"Pai das Origens". É ele quem coloca em prova as almas desgarradas, fazendo-as passar por incontáveis
transmigrações, na busca do aperfeiçoamento...
Segundo os maniqueístas, existe uma guerra primitiva entre a Luz e as Trevas. Sua é a teoria dos "Três
Momentos": o anterior, em que os dois princípios existem separadamente; o intermediário, em que se
produz a mescla da Luz e das Trevas, considerada por eles como "desastrosa", e o momento final, que é o
retorno à separação. Segundo Manes, "o universo é o sítio onde se curam os corpos luminosos, mas ao
mesmo tempo a prisão onde os demônios negros os aprisionam". Eles não consideram a possibilidade de
uma síntese final com a união, em níveis mais altos, dos dois princípios, ou melhor, com a transcendência
das polaridades, como preceitua a nossa Igreja Gnóstica dos Templários Universais.
Basílides e Valentim, considerados "grandes gnósticos", vinculam-se à teoria das "Emanações
Divinas". Basílides coloca nas origens uma Divindade tão inconcebível que nem se pode dizer que ELA
É. "O Deus não é nada." É o nada existente, a semente universal.
5
Geralmente as gnoses mostram a interferência de uma complexa hierarquia de entidades, forças ou
poderes: os EONES ou ARCONTES (= Os Eternos) agrupados segundo certos paralelismos numéricos,
às vezes como macho e fêmea.
Em Valentim, o mais célebre dos gnósticos cristãos, a eonologia se ordena em função de uma
espécie de dialética: Bythos (Abismo) e Sigé (Silêncio), atributos do Deus desconhecido; Nous
(Inteligência) e Alétheia (Verdade); Logos (Verbo) e Zoé (Vida); Anthropos (Homem) e Ekklesia (A
Igreja), etc. Como Platão, afirma: Os Eones são seres eternos, os modelos, dos quais a criação nada mais é
que uma imagem imperfeita. O conjunto dos Eones constitui o PLEROMA, a plenitude, análoga ao
mundo inteligível dos platônicos. Alguns Valentinianos davam ao Pai desconhecido uma companheira:
SIGÉ; outros afirmam, ao contrário, que o Deus Supremo reina só em Sua Eternidade e que a criação foi
para Ele um modo de estender seu amor. Na verdade Valentim deseja resolver o problema do mal
mediante uma cosmogonia emanacionista. Os Eones são como as manifestações diferenciadas do que se
acha confundido no Abismo, como os "nomes" do Ser Infinito; mas o último da série dos Eones,
Sophia, a Sabedoria, caiu do Pleroma e suas "paixões" deram nascimento à matéria, à KENOMA
(Carência). Por esse motivo, Deus se viu obrigado a separar o imperfeito mundo visível, do mundo
perfeito, ou seja, o Pleroma; esta separação foi realizada pelo Eon Horos (O Limite).
Toda separação é ilusória. Existe apenas na mente humana. Note-se, entretanto que se trata de uma
"Ilusão verdadeira", isto é, que, existente na mente humana, não pode ser considerada como "nada". Seus
efeitos são efetivos e duradouros. Assim, Deus, que é o próprio Homem ou Anthropos, estabeleceu os
limites descritos como obra do Eon Horos (O Limite), e todo o drama de Sophia (Sabedoria) nada mais é
do que a nossa consciência, limitada, na encarnação, pelas leis da matéria.
Também o aspecto feminino de Deus é altamente considerado pelos gnósticos. O culto da Mulher
divina, da Mãe, do eterno feminino: é o caminho entre Deus e o mundo. Alguns não hesitam em fazer da
Mãe, assimilada ao Espírito Santo, a terceira pessoa do Absoluto manifestado: é o Deus-Mãe Sophia,
Nossa Senhora: é também o Paracleto. Em muitas seitas, a doutrina e o culto giram ao redor de uma
entidade metafísica, BARBELO, (talvez derivado do hebraico Barbhé Eloha = "Deus em quatro", alusão à
Tétrada Divina: Pai, Filho, Pneumá Feminino e Cristo). BARBELO é a primeira exteriorização, a força, a
imagem, a luz do Pai: desempenha no mundo o papel atribuído ordinariamente ao LOGOS.

Apresentada como uma figura ambivalente, semelhante às "perturbadoras" deusas dos antigos cultos
mediterrâneos da fecundação (Asterté, Astargatis, etc.) BARBELO simboliza a virgindade sem mácula e
também o poder gerador, a luxúria sagrada. Temos aqui a Magia Sexual colocada como instrumento
importante no processo de reintegração do homem à sua própria divindade. Através da mulher, do aspecto
feminino da Divindade, pode o homem reconciliar as forças terrenas e celestes dentro de si, no amplexo
sagrado, despertando e fazendo ascender a serpente Kundalini, que repousa, adormecida no chakra
muladara ou básico.

Segundo uma explicação de autores gnósticos antigos, os sistemas em que intervém BARBELO são
muito complexos. Citam um exemplo nos nicolaítas: as trevas (o Abismo, as Águas) rechaçadas pelo
Espírito não engendrado, ascendem com fúria para atacá-lo; esta luta produz uma espécie de matriz que,
de parte do Espírito, engendra quatro Eones, que por sua vez engendram outros quatorze, depois do que
se formam a direita e a esquerda, a Luz e as Trevas. Um dos poderes superiores, emanados do Espírito,
BARBELO, a MÃE CELESTE, engendrou a entidade (Iadalbaoth ou Sabaoth), criadora deste mundo;
mas, "arrependida" de seu ato, serve-se de sua beleza para começar a "salvação" do cosmos inferior.

O acima descrito é naturalmente fruto de uma visão espiritual autêntica, mas cuja tradução em palavras
não corresponde à realidade metafísica, porque: a) As águas do Abismo não atacam o Espírito Não-
Engendrado, mas buscam dEle se aproximarem, dentro da Lei da Evolução. É assim que logram obter a
6
criação de uma matriz que engendra Eones, culminando com a formação da Luz e das Trevas, ou seja,
das polaridades, necessárias ao processo evolutivo. b) Barbelo, geradora do Criador do Mundo, não se
arrependeu disto, mas continuou seu trabalho, ajudando na evolução do cosmos inferior. Dizer que ela se
arrependeu, isto é, que errou e sentiu culpa, mostra apenas os preconceitos e limitações dos
estudiosos daquela época, e das dificuldades que tiveram para expressarem as verdades superiores. c) A
referida salvação do cosmos inferior também não deve ser tomada sem exame. Os elementos "inferiores"
têm sua finalidade, ocupam seus lugares dentro do processo. Se buscam aproximação das esferas
superiores, isto obedece simplesmente à Lei Natural. A ajuda prestada, apresentada como uma ação
salvática, pode assim ser vista pelos que consideram inferior tudo que não se situa no ápice... mas existe
uma Lei, às vezes esquecida, que esclarece este ponto: "Como é em cima, é em baixo... para que se
realize o milagre da UNIDADE".

4. O Ser Humano
A natureza humana espelha a dualidade que se acha no mundo: em parte ela contém os agravos dos
preconceitos e tabus que prejudicam o caminhar na Senda da Luz; em parte consiste da Luz do Deus
Incognoscível. A Humanidade contém um componente físico e psíquico perecível, assim como um
componente espiritual que é um fragmento da essência divina. Esta última parte é freqüente e
simbolicamente referida como uma "centelha divina". O reconhecimento desta natureza dual do mundo e
do ser humano tem garantido aos gnósticos o epíteto de "dualistas".
Os seres humanos geralmente ignoram a centelha divina que reside em seu interior. Essa ignorância é
mantida em sua natureza pela influência de falsas religiões e filosofias, fatores que, juntos, contribuem
para manter homens e mulheres ignorantes de sua verdadeira natureza e destino. Tudo que sirva para nos
manter aferrados às coisas falsas serve para que continuemos escravizados às mais baixas leis cósmicas.
A morte libera a divina centelha de sua prisão rebaixadora, mas, se não houver um substancial trabalho de
Gnose realizado pela alma antes da morte, torna-se provável que a centelha divina venha a ser atraída
para trás e recolocada dentro de outro invólucro para sofrer as penas e a escravidão deste mundo, com
seu sistema alienante.
Nem todos os humanos são espirituais (pneumáticos) e assim prontos para a gnose e a liberação.
Alguns são seres terrenos e materialistas (hílicos), que reconhecem somente a realidade física. Outros
vivem especialmente em seus psiquismos. (psíquicos). Tais pessoas geralmente confundem falsas
concepções com verdadeiras e têm pouca ou nenhuma consciência do mundo espiritual além da matéria e
da mente.

No curso da História, os humanos progridem da escravidão materialista por meio de uma


religiosidade ética para a liberdade espiritual e a gnose liberadora. Como G. Quispel escreveu: "O espírito
do mundo em exílio precisa passar pelo Inferno da matéria e pelo Purgatório da moral para chegar ao
Paraíso Espiritual." Este gênero de evolução da consciência foi antevisto pelos gnósticos, muito antes que
se tornasse conhecido o conceito de evolução.

Aprisionado a um mundo inferior e malévolo, o gnóstico sente-se abandonado, vítima de terrível


solidão: aspira desesperadamente a transcender o mundo, a um domínio que concebe como o da
verdadeira vida, da liberdade e da plenitude. "Somos estranhos ao mundo, e o mundo nos é estranho.
Acha que pertence a um mais além e que não é originário deste mundo, mas pertence à raça dos eleitos,
dos inquebrantáveis, dos seres superiores, hipercósmicos. Somente mediante o conhecimento, pode a
alma reconhecer sua origem primeira e salvar-se. O conhecimento do homem é a perfeição; o
conhecimento de Deus é sua consumação. Para muitos o homem é um prisioneiro do mundo. Alguns
gnósticos mostram-se obsessivos em relação ao problema do mal : "Qual é sua origem?", "Por que
existe?". Partindo para uma perspectiva dualista, chegam a opor a Deus a matéria ou um princípio do mal,
7
distinguindo do Deus transcendente, desconhecido, alheio ao mundo e absolutamente bom, um Deus
inferior e inimigo, criador do mundo e dos corpos... Há gnósticos que sentem dolorosamente o fato de
haverem sido arrojados a um mundo mal, alheio, absurdo, com o qual não sentem qualquer afinidade.

Novamente a Igreja Gnóstica rejeita esse modo de colocar e de sentir a realidade humana e divina.
Conhecemos e respeitamos o sentir e o pensar de nossos Irmãos na Gnose, mas sentimo-nos no dever de
discordar e apresentar uma outra maneira de ver e de sentir, alinhada com a concepção thelemica, que nos
apresenta o mundo sob a regência da Criança Coroada e Conquistadora, que transcende a fórmula do
Deus Moribundo, da tristeza e da dor, inaugurando uma Nova Era de Alegria, Otimismo, Felicidade e
Paz.

5. Salvação
Forças evolucionárias sozinhas são insuficientes para trazer a liberdade espiritual. Os humanos vivem
aprisionados numa situação que consiste de existência física combinada com ignorância de suas
verdadeiras origens, sua natureza essencial e sua última destinação. Para se libertarem dessa situação, os
seres humanos precisam de ajuda, embora tenham também de contribuir com seus esforços.

Desde os primórdios dos tempos, Mensageiros da Luz têm vindo assistir os humanos em sua
necessidade de conhecimento. Somente poucas dessas figuras salváticas são mencionadas nas
Escrituras Gnósticas; algumas das mais importantes são Seth (o terceiro Filho de Adão), Jesus, e o Profeta
Mani. A maioria dos gnósticos tem olhado Jesus como o principal Salvador (o Soter). Atualmente, Horus,
com a mensagem libertária do Neo Liber Legis, coloca ao alcance do Homem meios eficientes para sua
total liberação.

Os gnósticos não buscam a salvação do pecado (original ou outro), mas da ignorância, da qual o
pecado ou erro é uma conseqüência. Ignorância -- que aqui significa ignorância de realidades espirituais -
- é dispersada somente pela Gnose, e a decisiva revelação da Gnose é trazida pelos Mensageiros da Luz,
especialmente por Cristo, o Logos, o Chrestos Solar. Não foi por Seu sofrimento e morte mas por Sua
vida de ensinamento e Sua colocação dos Mistérios que Cristo realizou Seu trabalho de salvação.

O conceito gnóstico de salvação, como outros conceitos gnósticos, é sutil. Os gnósticos sustentam que
a gnose potencial e conseqüentemente a salvação, está presente em todo homem e mulher, e que a
salvação não é sacerdotal, mas individual. Ao mesmo tempo, eles reconhecem que gnose e salvação
podem ser e na verdade devem ser estimuladas e facilitadas, a fim de efetivamente elevarem o nível de
consciência. Esse estímulo é dado por Mensageiros da Luz, os quais, além de seus ensinamentos,
estabelecem mistérios salváticos (sacramentos) que podem ser administrados por apóstolos dos
Mensageiros e seus sucessores.

É preciso lembrar que o conhecimento de nossa verdadeira natureza -- assim como outras
realizações associadas -- é negado a nós por nossa condição de existência terrena. O Deus Verdadeiro e
Transcendental é desconhecido neste mundo, sendo de fato freqüentemente chamado de Pai
Desconhecido. É óbvio então a necessidade de uma revelação do Alto para nos trazer a salvação. A
centelha que reside no interior deve ser despertada em sua prisão terrena, pelo conhecimento salvador que
vem "do exterior".

Entende-se, portanto, por GNOSE toda doutrina ou atitude religiosa fundada na teoria ou na
experiência de obtenção de salvação ou liberação pelo conhecimento. Possuir a GNOSE é, segundo
Teódoto, discípulo de Valentim: "Saber o que fomos e o que chegamos a ser; de onde viemos e até onde
vamos e de onde nos chega a Redenção. Qual é o nascimento e qual a Ressurreição".
8

A GNOSE, simbolizada pelo fogo iluminador e gerador -- arranca a alma do eleito, do espesso sonho
em que se achava, daí o emprego de métodos de adestramento espiritual destinados a engendrar estados
especiais de consciência e de supraconsciência. Uma vez alcançada, constitui um conhecimento total,
imediato, que o indivíduo possui inteiramente e que abarca o Homem, o Cosmos e a Divindade. É
somente através desse conhecimento – e não por meio da fé ou das obras -- que se consegue a Salvação
ou Liberação. Sejam quais forem as diferenças entre as várias escolas, a GNOSE se define por esta
posição geral e por sua atitude existencial: é pela condição de experiência vivida que a GNOSE manifesta
sua verdadeira originalidade.

6. Conduta
Se as palavras "ética" ou "moralidade" significam um sistema de regras, então o Gnosticismo opõe-se
a ambos. Tais sistemas usualmente são preparados para servir ao mundo e aos seus propósitos e ilusões.
Se, por outro lado, moralidade for tida como consistindo de uma integridade íntima oriunda da iluminação
proveniente da centelha interior, então o Gnóstico abraçará como ideal esta ética existencial
espiritualmente informada.

Para o gnóstico, mandamentos e regras não são salvadores; eles não são substancialmente
condutores para a salvação. Regras de conduta podem servir a numerosos fins, inclusive a estruturação de
uma sociedade ordeira e pacífica, e a manutenção de relações harmoniosas em grupos sociais. Todavia,
regras não são relevantes para a salvação; que é obtida apenas através da Gnose. A moralidade portanto
precisa ser vista primariamente de um ponto de vista temporal e secular; ela nunca está sujeita a
mudanças e modificações de acordo com o desenvolvimento espiritual do indivíduo.
Como se pode notar na discussão acima, "materialistas hílicos" geralmente tem pouco interesse em
moralidade, enquanto "disciplinadores psíquicos" geralmente lhe emprestam grande importância. Em
contraste, pessoas classificadas como "Espirituais Pneumáticos" são geralmente mais preocupados com
outras, mais altas matérias. Diferentes períodos históricos também requerem atitudes que variam em
relação à conduta humana. Assim, ambos, os movimentos gnósticos dos Maniqueístas e dos Cátaros, que
funcionaram naqueles tempos em que a pureza de conduta era vista como um assunto de alta importância,
atuaram de acordo.
O atual período da cultura ocidental talvez se assemelhe mais com a Alexandria dos segundo e terceiro
séculos. Parece portanto apropriado que os gnósticos de nossa época adotem as atitudes do gnosticismo
clássico Alexandrino, pelas quais as matérias de conduta eram em grande parte deixadas ao arbítrio do
indivíduo.
O Gnosticismo adota numerosas atitudes gerais em relação à vida: encoraja não adesão e não
conformação com o mundo, um "estar no mundo, mas não ser do mundo"; ausência de egoísmo; e
respeito à liberdade e dignidade de outros seres. Contudo, liga-se à intuição e conhecimento de cada
Gnóstico a fim de extrair de seus princípios diretrizes individuais para aplicação pessoal.

7. Destino
O Gnosticismo não enfatiza a doutrina da reencarnação, mas está explícito na maioria dos seus
ensinamentos que aqueles que não realizarem efetivo contato com suas origens transcendentais, enquanto
encarnados, terão que retornar às tristes condições da vida terrena.

No que se refere à salvação, ou à sorte do espírito e da alma depois da morte, deve-se estar ciente de
que se pode obter ajuda. Valentim, o maior dos mestres gnósticos, ensinou que Cristo e Sophia
esperam pelo homem espiritual, -- o gnóstico pneumático -- à entrada do Pleroma, e ajuda-o a entrar na
câmara nupcial da união final. Ptolomeu, discípulo de Valentim, ensinava que até os não pneumáticos, os
9
psíquicos, poderiam redimir-se e viverem num mundo celestial à entrada do Pleroma. Na consumação
dos tempos, todo ser espiritual receberá a Gnose e se unirá a seu mais alto Ego. -- o Gêmeo angélico --
assim se tornando qualificado para entrar no Pleroma. Nada disto é possível, contudo, sem persistente
esforço pela Gnose.

8. Conclusão
Num sentido, não há gnose sem gnosticismo, pois a experiência da gnose inevitavelmente clama por
uma visão de mundo onde ela possa achar seu lugar. A visão gnóstica do mundo é experiência, baseada
numa determinada experiência espiritual da gnose. Assim, não se deve omitir ou diluir várias partes da
visão gnóstica do mundo, pois, isto feito, a visão do mundo não mais corresponderia à experiência.

A Teologia tem sido chamada de um invólucro intelectual que é colocado em torno do cerne da
religião. Se isto for verdadeiro então também é verdade que a maioria das religiões está sendo
estrangulada por seus invólucros. O Gnosticismo não corre este perigo, porque sua visão do mundo é
afirmada mais em mitos do que em teologia. Os mitos, incluindo-se os mitos gnósticos, podem ser
interpretados de diversas maneiras. Transcendência, iluminação, assim como arquétipos psicológicos,
juntamente com outros elementos, têm seus papéis nessa interpretação. Ademais, tais afirmativas míticas
falam de verdades profundas que não podem ser negadas.

O Gnosticismo pode trazer-nos tais verdades com grande autoridade pois fala com a voz da parte mais
elevada do homem -- o espírito. Esta é a razão pela qual a visão gnóstica do mundo não pôde ser
extirpada, apesar de muitos séculos de perseguição.

A visão gnóstica do mundo tem sido sempre atual, pois responde da melhor forma ao "conhecimento do
coração" que é a verdadeira Gnose. Contudo, hoje, sua atualidade está aumentando, pois o final do
segundo milênio está assistindo à deterioração radical de muitas ideologias que evitaram as grandes
questões e respostas colocadas pelo gnosticismo. A clareza, franqueza e autenticidade da resposta
gnóstica às questões humanas não podem deixar de impressionar e (em tempo) convencer.

Gnostic World View


1. GNOSIS AND GNOSTICISM
GNOSIS as known by the Initiates, is not PISTIS (belief). It is a true and secret revelation. Several
Gnostic sects have their own Holy Book, given by celestial beings and received by inspired religious
men. Examples: the "Sacred Book of the Great Spirit" used by the Setians (Set, one of Adam's sons);
the "Neo Liber Legis", received from Horus by a distinguished member of the Gnostic Church of
Universal Templars. The Christian Gnostics say that they are the heirs of the secret teachings given by
Jesus to His Disciples through mysterious ways.

2. THE UNIVERSE
We do not agree with those who say that the world is a place of death, evil and suffering. For them, the
world is a hermetically closed fortress where Man was thrown to stay forever, without any hope...
They think that there is an eternal struggle between Man and God... There would be several crystal
10
astronomical spheres spinning around the Earth. They constitute an invincible challenge for human
souls trying to evade from the World, because in front of each one there are terrible guardians called the
ARCONTES.

Many Gnostics say that the World is imperfect because it was created in an imperfect manner. Like
Buddhism, Gnosticism begins recognizing the World's imperfection, with the fact that earthly life is full
of pain.

But differently from the Roman Church that attributes the errors to Man, the Gnostics attribute all the
imperfections and evil to the Creator...

They say that the World was created by a Being called DEMIURGOS, an emanation of the Real God,
but very far from the Source. This would be the only explanation for the existence of a so sad and
malignant system like the one we have in this World!

The Gnostic Church of the Universal Templars (IGTU) accepts that the World may be considered
imperfect but only within a determined point-of-view. But one can also see, examining the total of its
characteristics, a great harmony, a superior equilibrium that prevails although all the human excesses!...
Man, this being insatiate of knowledge and power who frequently sees himself struggling against the own
Divinity and Assistants, created by his feeble and fertile imagination... Yes, Man has created so many
beings because he cannot bear the idea of being the only God, exiled in material life, that covers, although
not forever, his full discerning, the Gnosis, that certainly will lead each one to the realization of his
glorious destiny...

3. THE WORLD'S IMPERFECTION


We do not agree with those who say that the world is a place of death, evil and suffering. For them, the
world is a hermetically closed fortress where Man was thrown to stay forever, without any hope...
They think that there is an eternal struggle between Man and God... There would be several crystal
astronomical spheres spinning around the Earth. They constitute an invincible challenge for human souls
trying to evade from the World, because in front of each one there are terrible guardians called the
ARCONTES.

Many Gnostics say that the World is imperfect because it was created in an imperfect manner. Like
Buddhism, Gnosticism begins recognizing the World's imperfection, with the fact that earthly life is full
of pain. But differently from the Roman Church that attributes the errors to Man, the Gnostics attribute all
the imperfections and evil to the Creator... They say that the World was created by a Being called
DEMIURGOS, an emanation of the Real God, but very far from the Source. This would be "the only
explanation for the existence of a so sad and malignant system like the one we have in this World"!

The Gnostic Church of the Universal Templars (IGTU) accepts that the World may be considered
imperfect only within a determined point-of-view. But one can also see, examining the total of its
characteristics, a great harmony, a superior equilibrium that prevails although all the human excesses!...
Man, this insatiate of knowledge and power being, who frequently sees himself struggling against the
own Divinity and Assistants, created by his feeble and fertile imagination... Yes, Man has created so
many beings because he cannot bear the idea of being himself the only God, exiled in material life, that
covers, although not forever, his full perception and understanding, the Gnosis, that certainly will lead
each one to the realization of his glorious destiny...
11
The so-called World's imperfection is an intellectual illusion, an inferior creation of human mind.
Man prefers to put himself and the own Divinity down in order to explain all the facts he is not able to
understand! But remember that the ones who defend this degrading idea are the same who says that man
is unable to understand God, the so called True God... Well, if this incapability does exist, how can we
accept that all these negative ideas on Creation and the essential characteristics of the World can be true?
Yes, these terrible ideas that they fanatically defend before the horrified eyes of common people who feel
the beauty of nature and live the joy of being on our planet...

4. THERE IS NO GUILT NOR SIN

Man is not guilty. God is not guilty. No one is guilty! Things simply ARE AS THEY ARE!...

There is no guilt, nor sin!...

The World is perfect, although not exactly as Man, while living with his conscience focused on the
material World, wanted it to be!... Due to his mind's limitations, Man cannot understand the intricate
mechanism that governs the Laws of Wholeness... He cannot see God's intentions...
We are talking about a Mankind that feels itself condemned to death, who doesn't know what happens
after death, because it doesn't believe in its Great Masters' testimony that tells that live is a continuum...
We are talking about a Mankind that has invented a malignant God because it doesn't support the idea
of being itself the own God!... Yes, Man is unable to be happy!... Man is unable to live the UNITY! He
prefers to separate the worlds or planes: material and spiritual, and put between them a huge barrier!

5. EMANATIONS AND KARMA


We do accept the doctrine of the EMANATIONS, but we do not accept that the beings so created are
more and more imperfect in direct relation with the distance from the source!... We only agree that they
are, of course, different. As a matter of fact, diversification is a very important characteristic of every
creative process! We think that it is a very arbitrary position to attribute to matter any trace of malignity!
Remember that beyond the polarities there is no good and evil, negative and positive... The Law of Karma
or of Cause and Effect should not be considered a penalty but an opportunity to evolve. It is perfect. But
the Law of Karma is not designed to explain the whole cosmic process, as some researchists would like it
to be. The World's conditions, where some beings have to "sacrifice" others to survive, are part of the
general plan of Evolution!... This is not the point to be considered, but the discussion should focus the
real signification of material and spiritual lives, or Life, in the general sense...

According to the Baghavad-Gita, Life is indestructible. There is a passage in which the disciple
Arjuna, confronted by the proximity of a mortal combat against his brothers, addressed himself to
Krishna, asking Him about the right to kill. He was tormented by the idea of having to kill someone... But
Krishna answered this way: "And who are you to assume that you can kill someone? No! The Spirit is
immortal. Only the material body's form can de destructed. Go to the battle and do your duty, in order not
to be dishonored for your cowardice!"

Você também pode gostar