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bore vy POR UMA REV LRAVOLTA A chapa Reviravolta surgiu da necessidade de modifcar 0 XI e 0 movimento estudantl na Sanfran, para que ambos estejam a altura dos muitos desafios que estamos enfrentando vamos enfrentar. Queremos apresentar uma proposta séria e diferente de todos os outros coletivos da faculdade. Como independentes, JUNTOS!, RUA - Juventude Anticapitalistae PrAlém das Arcadas, nos unimos para queoXIvoltea ser um instrumento de todas as e todos os estudantes. no XI, na Sanfran @ na USP ta Te) Pens erica Se een K de Agosto no movimento estudantil, e enxergé-lo como uma ferramenta das e dos estudantes para lutarmos pela Sanfran que a gente quer! CHEGA DE POLITICA ACADEMICA! Reconhecemos 0 XI de Agosto como uma importante entidade estudantil, que jd teve um peso relevante na historia das lutas e mobilizagbes de jovens, de estudantes ede trabalhadores. 0 papel do X1,no entanto, foi desvirtuado. Hoje, nao s60 XI, mas a propria polica na faculdade parece muito distante dos nossos interesses. Desde assembleiase atividades vazias ou poucointeressantes a lutas enfraquecidas e fragmentadas, a impressdo & de que 0 XI nao é de todas as e todos 0s estudantes, mas somente do grupo politico que faz a gestéo. Inclusive, esse & um dos efeitos da burocratizaco: distanciamento e incompreenséo dase dos estudantes em relacdo asua ferramenta de organizacéo politica Ainda, as gestdes so em geral muito parecidas e acabam enfrentando os mesmos velhos problemas de burocraca, opressoes e manutencéo da estrutura do Xl, que mais se parece com uma microempresa prestadora de servos. Os proprios "partidos" passam o ano seguindo a légica da disputa desse aparato, discutindo somente assuntos internos € corganizando pouco as @ os estudantes em torno das lutas dentro e fora da universidade. Para nés, esas mobilizagGes tém um papel essencial na disputa de projeto de educagio e sociedade que queremos. Todo esse cendrio faz com que nossas lutas paream cada vez mais dficis efortalece aqueles que nos titam direitos. No a toa cada vez mais 0 PT no governo federal realiza cortes de verbas da educacao, Cada vez mais 0 governo Alckmin fecha escolas, cada vez mais a retoria de Zago fecha creches e bandejées e 0 diretor Tucci restringe nossa atuacao. E preciso que nos organizemos e que fortalecamos os nossos instrumentos de lutas, por isso que acreditamos que essas eleigGes para 0 XI sio t3o importantes: é hora de recolocar nosso C.A. no caminho das mobilizagées e da defesa da educacéo publica! POR UM MOVIMENTO ESTUDANTIL INDEPENDENTE E QUE MOBLLIZE! Entendemos que a principal funcgo do centro académico € organizar e mobilizaras eos estudantes da Sao Francisco na luta pelas demandas do préprio corpo discente. Assim, sua disputa deveria se dar em tomo de projetos politicos. Por isso, em nossa concepcéo, € fundamental que o movimento estudantil, sempre em didlogo com os grupos auto-organizados e os de extensdo,esteja conectado 20 papel social que acreditamas que a universidade deve cumprit Diferimas da légica atual no que podemos chamar de politica académica’- preparacdo de alguns para a careira politica, disputa interna e fechada no Ambito da faculdade pela maior capacidade de geri 61ga0s burocraticos. Queremos construir um movimento estudantilfortalecid,ligado as demandas do resto da USP e da sociedade em conjunto, que debata projtos politicos e a reais necessidades das e dos estudantes - e no um trampolim politico para cargos em prefeituras e governos. Nao acreditamos no velho modelo personalista de gestio do XI de Agosto, que concentra poder € status na figura de um presidente ou de uma presidenta. Entendemos que oXI deve ser parte de um movimento, no qual estudantes se apropriam das tarelas —colocadas, com —socializagdo das responsabilidades. Por isso, vemos a colegiada como uma resposta - defendemos no uma auséncia de responsabilizagdo das membras e dos membros da esto pela entidade, mas sim uma construcéo coletiva concreta e uma devida diviséo de tarefas que materialize o papel transformador que queremas para © nosso Centro Académico. Precisamos de um XI independente dos governos, que combatao ajuste fiscal sem medo de dizer que é0 PT que nos tir direitos, mas que ao mesmo tempo combata a oposigéo conservadora de Aécio e do PSDB @ 0 congresso corrupto de Eduardo Cunha e Renan Calheiros. Precisamos de um XI que também seja independente de reitorias, que seja ferramenta na mobilizago contra os ataques de Zago e Tucci fortaleca nossa luta por permanéncia, pesquisa, extensdo popular, liberdade de partcipacao politica e por uma grde e um PPP construidos democraticamente. Um XI que tenha uma politica permanente e consequente contra as opressGes. Por isso, convidamos todas e todos @ se envolverem comosco em nossa proposta em defesa de uma USP e Sanfran verdadeiramente pablica, gratuita e de qualidade Vamos repensar todo o movimento estudantil para que ele seja mais efetivo na conquista de nossas demandas! a MVR UCeC COMME OM een Cm Cy TERR edy aca. OCMORC MONAT Tes tenets OOM CRO CERT ITO EMSC RRL TU Ree ke eC UUCEN ee ec Crerece emu IPCI [>Por um XI coerente e consequente com o debate Oa CONT UNTURA NACLONAL CerremitceCTi SSA ean i oa lta O Congresso de Estudiantes da USP [eas eleiges do XI] acontecem num momento em que a crise econémica mundial, que se arta desde 2008, colocando paises como Gréca, Espanha, Portugal na faléncia, se aprofunda. Nesse sentido, viverios hoje no s6 tempos de dificuldades econémicas para divessos patses, mas também uma cise politic, social ee humanitéria sem precedentes, que gera um fluo de imigracao da Africa e Oriente Médio para uma Europa em crise, e que muitas vezes, de maneira xendfoba, se recusa a aceitar esses refugiados da guerra e da fome. 0 Brasil, onde por muito tempo se dizia que a crise nao chegaria, tem tido um 2015 que prova 0 contréio. Se nos iltimos 12 anos o PT promoveu certa ampliagéo do consumo e acesso ao crédito para os mais pobre, fez isso apenas desde que os mais rcos enriquecessem como nunca. Frente a isso, com a chegada defintiva da crise internacional 2o pals, era evidente qual lado Dilma escolheria privlegiar ¢ proteger, e qual lado seria escolhido para pagar a conta, Desde 0 inicio do ano ficou evidente que 0 governo Dilma, apoiado no seu ministro Levy e no conservador congresso federal “- —eleito majoritariamente em alianca de longa data com o FT-, esto dispostos a aplicar toda uma série de ataques 8 juventude e & classe trabalhadora em nome da suposta estabilidade econdmica. Os cortes de orgamento da educagio, as MPs 664 e 665, 2 Agenda Brasil, entre outras medidas que atacam nossos direitos visando enxugar 0 orgamento demonstram como 0 programa politico de Dilma e do PT se centram no ajuste fiscal que reir os direitos da populagso. No Congresso Nacional, deputados e senadores querem limitar as liberdades democrticas. A Reforma Politica pretende legalizarofinanciamento privado de campanhas eletoras e retiraros partidos de esquerda do horério eletoral e dos debates de televséo. A Lei Antiterorismo visa aprofundar a criminalizaggo dos movimentos socias e dos ativstas. Mea PCR Se ee Rea Meer Cece Rent envolvendo e A proposta de reduggo da maioridade penal também se mostra como um enorme retrocesso, uma vez que no vai diminuir a criminalidade, mas expandir 0 encarceramento dos jovens brasileros. 0 sistema carcerdrio jé se mostrou falido diante da pretensio de evitar crimes, pois o indice de reincidéncia depois das penas & de 70%, no sendo eficz para a suposta “ressocializacdo” dos encarcerados, mas se mostrando apenas um ambiente de reproducéo da segregacio e violéncia policial Dessa forma, esse sistema pode ser considerado um dos maiores crimes da humanidade. A juventude negfa € a principal vitima da violéncia policial e da verdadeira guerra civil que se dé por conta da criminalizagio das drogas, que promovem um real genocidio nas periferias. Ao mesmo tempo, também segue a brutal perseguigéo ao povo indigena, a exemplo do recente assessinato de uma lideranca Guarani-Keiow se momento de crise econdmica se revela também como crise politica. Dilma tem dlficuldades para governar, 0 PMDB se mantém no governo ao passo que flerta com a oposigdo em especial Eduardo Cunha, presidente da Cémara que jé se declarou deputado de oposigéo -, além de diversos outros partidos e figuras que vem abandonando o governo. A Operasso Lavadato, que revela esquemas de comupgdo escusos ligando politicos, empreiteios ¢ diretores de estatals mostra a faléncia de um regime politico. Nesse sentido, a governabilidade vem sendo desestabilizda e, apesar do ajuste fiscal ser um ampla consenso entre PSDB, PMOB, PT e outros partidos da cordem, a disputa pelo poder se avira, tanto na cimara quanto nas ruas. Nesse cenario, ha dois setores que disputam os rumos para o prdximo periodo, mas que no apresentam nenhuma alternativa real para a crise econdmica e politica. De um lado, iniciatvas pré-governo, que tentam conter a justa indignacéo da populagéo, defendendo Dilma contra uma suposta 3 CONUNTURA NACIONAL ameaca golpista da direta, De outro, manifestagdes da direta, que se valem dessa indignagéo pare desestabilizar o governo e fazer avancar 0 ajuste - que jé tem sido aplicado com firmeza por governos estaduals como o do Alckmin em Sao Paulo. Nesse sentido, 0 Movimento Estudantil da USP deve rechagarambos os lados eser pare ativa da construgo de um polo independente de mobilizaggo da juventude e da classe trabalhadora, contra 0 governo federal, contra o ajuste fiscal e contra a oposiggo de direta. A Marcha Nacional dos Trabalhadores € Trabelhadoras, que ocorreu no dia 18/09 em So Paulo, foi um importante passo nesse caminho, assim como 05 dias nacionais de luta unitios em defesa dos direitos dajuventude, em 26 de marco € 11 de agosto e demais iniciativas de movimentos sociais independentes. 0 exemplo de junho de 2013 e das indmeras greves e manifestagdes que se seguiram desde entéo, entre elas as da USP, como as greves de 20132014, entre outrs, comoas greves da Ford eda GM que so importantes pontos de apoio para a luta conta 0 ajuste, deve nos motivar para construir novos levantes no pais, dessa vez com capacidade de apontar saidas polices independentes, A educacéo entra nesse bojo do ajuste fiscal Tendo corte de mais de 10 bilhdes, estudantes de ‘todas as instituigdes tem sido afetados. 0 travamento do FIES e diminuigéo do PROUNI cortam a expectativa de milhares de jovens que depositaram suas apostas de melhoria de vida nesses programas que enriquecem barbes de ensino e que na primeira crise S80 cortados. As universidades federais esto uma verdadeiracalamidade, tendo uma explosdo de greve que jé atravessa meses. Nesse sentido, fica evidente que a educagao nao € prioridade do governo, e que a “patria educadora’ j4 deixou claro que prefere 0 “ajustar para avancar’: movimento estudantil da USP estaréna linha de frente daslutas que sequirao em defesa dos direitos dos trabalhadores, dos estudantes e do povo brasileiro. USP E PROJETO DE UNIVERSLDADE Se em todo o Brasil a educacdo ¢ sucateada pelos cortes de Dilma, que jé chegam & marca dos 10 bilhdes e atingem desde as bolsas do FIES até verbas das Federais (a exemplo da UFRJ, que ficou sem aulas por no conseguir pagar seus funcionérios tercerizados), em Séo Paulo, 0 governo Alckmin tem aprofundado ainda mais 0 processo de privatizacéo, precarizagéo, sucateamento e desmonte da educacao em todos os seus niveis. Seu mals recente ataque é o fechamento de escola piblicas estaduais que esté levando as ruas milhares de estudantes por todo o Estado. Nesse cenério,no que depender dos governos, da teitoria e das diretorias (como a de Tucci na Sao Francisco), cada vex mais a USP se distancia das demandas da populacgo, formando um ambiente sempre elitizado. Iso se reflete no tripé universtai, atrelando 0 ensino @ a pesquisa aos interesses mercadolégicos e negligenciando a extensio universitaria. 4 Enquanto as e os estudantes lutam por cotas raciais e para que as mulheres se sintam seguras na universidade, a reitoiarecusa bolsas emergenciais @ calourase calouros e fecha vagas nas creches. Também fecha bandejdes, ou ameaca tercerizé-los, ao mesmo tempo em que leva a cabo 0 PDV, demitindo mais de 1.400 funcionérias e funcionéros, precarizando os servigos e sobrecarregando ainda mais as e os que ficam.A pretexto da questio da seguranga, intensifca a presenga da Policia Militar nos campi da USP: enquanto os estupradores seguem impunes na universidade, e medidas tao simples quanto garantir iluminagao & noite no sdo toriadas, a PM serve como constrangimento e repressdo as negras e aos negros, sejam estudantes, trabalhadores ou membros da comunidade do entomo. Cada medida de Zago é mais uma evidéncia do projeto da reitoria e do governo Alckmin: © aprofundamento do cardter elitista e excludente da universidade USP E PROTETO DE UNIVERSIDADE Na Sanfran, 0 diretor Tucci arbitrriamente restringe o uso dos espagos por estudantes, usa de sua posicdo de autoridade para constranger mulheres em atividades polticase, além de ser um antigo defensor das catracas, esse ano tentou instalar cémeras no prédio histérico apesar da construgdo de um movimento contrério por parte de estudantes, professores e trabalhadores. Mais recentemente, chegou ao absurdo de baixar uma portaria que profbe microfones fora da sala de aula, em um ataque sem tamanho as liberdades democraticas, ao pitio, as arcadas, e a todos aqueles cuja voz Tucci ndo deseja ouvir: trabalhadores, funciondrias e funciondtios, mulheres, LGBIs, movimentos sociais, estudantes, negras enegros.A\reitoria de Zago ea dietoria de Tucci no s6 tomam decisdes de maneira antidemocratica como ameacam @ perseguem aqueles que questionam suas medidas, enquanto se perpetua na USP uma estrutura completamente impermedvel as demandas de quem estuda e trabalha na universidade. Mais do que nunca, o mavimento estudantil na Santran precisa se unifcar para em conjunto vencer um projeto de universidade que colacatais politcas sobre nds. € imprescindivel que estudantes se oponham a essa politica de desmonte da universidade. Precisamos exigir a imediata implementagdo de cotas racials na universidade, e lutar com toda force por verba para permanéncia estudantil sem deixar passar batida a negligéncia de Tucci e Zago com esse diteto dase dos estudantes, na Sao Francisco eem toda a USP. Queremos de vagas nas creches e manutengdo dos bandejdes as bolsas de pesquisa e extensdo, que permitem a dedicagéo a essas atividades e tém um papel essencial em garantir o caréter pablico da universidade! Em defesa da universidade publica gratuita, de qualidade, a servigo das trabalhadores e dos trabalhadores e que reprove qualquer forma de opressao! Pe eR em ec eT) direito! Por mais vagas na moradia estudantil e por auxilio-morad Ce CEU OeR CUCU Rca ice ete eu Caen Ics TEU CuRee RLU Pret eee eco} Pelo apoio institucional aos grupos de extenséo e seu fortalecimento! ROCCE eMac Cece Vea ee OER ecg CCR eC m eC Rec Ee ROU WC Ie CEOS at Da eMC Ome Brecon cee cun! SRC Cen Cmca ROE RSE} REE Ca cece aT Re CU COn A een EMU RTE Creme ea SUC [> Por cotas para travestis e transexuais, pelo combate a transfobia e pelo eR MCE A SANFRAN QUE A GENTE QUER TAMBEM £ PUBLICA, GRATULTA E DE QUALIDADE! Apés os primeiros momentos na faculdade, é comum as e aos estudantes da Sanftan uma certa sensacao de chaque. Aimpressdo geralmente é de que nem mesmo a maioria das professoras e dos professores leva a faculdade a sério, de que a grade 6 extremamente mal estruturada e de que o periodo de matriculas€ caético Toda a nossa graduacio é baseada em um Projeto Politico Pedagégico(PPPI, que determina as dretizes e finalidades da organizacao do curso. 0 nosso PPP atual foi aprovado em um procedimento bastante bscuro e distante dos estudantes, na époce do ex-diretor e exreitor Jodo Grandino Rods. Esse PPP e a grade desenvolvida a partirdele,cheia de disciplinas obrigatérias e com pouco incentivo & pesquisa e & extensio, 6 uma das origens do problema No segundo semestre de 2013, apds as Jomnadas de Junho contra o aumento das tarfas, o sentimento de que € preciso lutar e de que & possivel vencer tomou conta do movimento estudantil e, na Sanfran, os estudantes deflagaram uma greve contra a situaco insustentével de duas semanas deaulas com boa parte dos alunos ainda sem matricula. greve foi bastante vitoriosa ao dar voz as e aos estudantes em relacao aos problemas do curso, além de conquistara matrcula de todas e de todos para aquele semestie e a possibilidade de cursar 49 créditos livres, em vez de 12 Apesar disso, vivemos agora uma situagdo de verdadeirarepresdlia, tanto dentro quanto fra da sala de aula. O cenario é de estudantes presas e presos 8 sala de origem sem poder escolher os professores de sua preferéncia, muitas matérias obrigatérias, ejeio dornovo PPP defendido pelas e pelos estudantes, aulas dadas por monitores e baseadas em leituras de cédigos, com professores se esquecendo até mesmo de dar provas. Diante disso, cada vez mais devemosrefletir sobre a formagéa oferecida pela faculdade e se esse eenério& compativel com a Sanfran que queremos. Ao guiar nossa formaggo através de tantos temas pré-determinados, como com a grande quantidade de matérias obrigatérias dos departamentos de direito Chil e direto comercial, a faculdade demonstra que seu cumiculo esté a servo de _interesses ‘ principalmente privatistas. Assim, percebemos na pele que a nossa formacio est precarizada. Cada vez mais Sanfran e a USP se fecham e se distanciam do projeto de universidade publica, gratuita, de qualidade e 2 servigo da classe trabalhadora que defendemos. Fora das salas de aula as represdlias continuam. Desde que foi eleito de forma totalmente antidemocratica e sem a participacdo de toda a comunidade académica, o diretor Tucci busca nos intimidar e reprimir a nossa organizacéo politica e 2 nossa utilizaggo dos espacos estudantis. Inimeros relatos de alunos abordadas de forma agressiva e opressora pelo diretor, chegando até a ameacas de sindicancias, somam-se proibigéo do jantar de formatura, 8 retiada da mesa de ping-pong, e, notoriamente, proposta de implantardo de cimerase 8 prolbiggo do uso do microfone no patio, E preciso notar que, apesar de o antigo reitor Rodis persona non grata - te sido autor de muitas repressdes ao movimento estudantil na Sanfran e na USP, além de responsével pelo convénio com a PM € pelo fim da biblioteca da nossa faculdade, a reitria de Zago no ficou para trés, comecando pela probigao as festas nos campi. O novo reitor superou as gestées anteriores na aplicagao do projeto de desmonte, precatizagzo e elitizacio da universidade, como podemos constatar pelo fechamento de vagas nas reches, pela terceirizacdo e pelo fechamento de bandejdes e pela implementagdo do sistema de policiamento Kaban. Temos certeza de que, para a aplicacéo do projeto de desmonte, Zago tem em Tucci um aliado formidével. Autor de um antigo projeto de catracas na faculdade, Tucci também quis colocar cimeras na faculdade, sem qualquer didlogo com as € os estudantes ou qualquer estudo e projeto para apresentar 8 comunidade académica sob a justificativa pouco convincente de que isso resolveria um problema de seguranca. Em um momento de cortes de bolsas de pesquisa ede extenséo, enquanto a Casa das dos Estudantes ndo recebe um centavo da USP nosso diretor afirmou que a faculdade tem dinheito para custear cdmeras (que, em projetos anteriores, eram avaliadas em algo como 80 mil reais, duas vezes 0 valor da dvida do X! com a Casa). A SANFRAN QUE A GENTE QUER Esse ataque je iniciou com a instalacdo de uma camera no 14° andar do prédio anexo, sem qualquer consulta & opinido do restante da faculdade Acteditamos que o real intuito deste projeto ¢ acabar ainda mais com a nossa liberdade académica e com a nossa organizacéo politica, na estera das punigbes e das proibigbes. final, querem nos vigiat, mas nao querem nos ouvir. Tanto isto éverdade que odiretor proibiu o uso de microfones no patio, apés ter interrompido de forma grosseira diversas atividades, inclusive oprimindo mulheres reiteradamente. Acreditamas que, em um momento como esse, de ajuste fiscal, cortes na educagéo pelo governa federal, fechamento de escolas pelo governo estadual e desmonte da universidade, fica mais nitida a intengSo de calar estudantes € atrapalhar nossasativdades, numa atitude digna dos periodas mais sombrios da dtadura militar, Também nao ¢ demais lembrar que foi 0 nosso diretor que assinou um parecer em favor do corte de salério das funcionarias e dos funcionérios em greve ano passado, um verdadeiro atentado contra o direito de greve. Foi somente na Sanfran, diferentemente de toda a USP, que os professores em greve tiveram seus salarios cortados. £ razodvel notar, portanto, que 0 nosso ditetor busca cada vez mais atacar nao s6 estudantes e suas organizacies politcas, mas também trabalhadoras e trabalhadores - responséveis por manter a faculdade funcionando - e professoras e professores que a eles se aiarem, Assim, defendemos uma Sao Francisco aliada a0 nosso projeto de universidade, com aulas de qualidade, bolsas publicas de pesquisa, incentivo 8 extensio, uma formagio 100% gratuita e que esteja de fato 2 servigo dos trabalhadores. Sé poderemos alcangar um novo PPP e uma nova grade e barrar os mandas e desmandos do Tucci se os estudantes e o XI estiverem fortalecidos e mobilizados! Dam B Me WMI mee CoR M UL Co On RNC e Mm Clea ec SCCM CCH R OM Neamt} Ceol eon MeCN Rec aU MU ele CCEA an CTU eC) CCRC ee NON COFCO SRM e lcd PTC RM eC Meee eC RMR CMC A CM TR AMT (101 CUM ORCC lar M em CUCL (os eee CMM Cr CR UCIM Teme UTC haa (g Ce CRORE Mea RCM CLC em eles) Pea REECE UCC Com CRI e das negras e dos negros e de LGBTs! [> Desburocratizar para mobilizar! PESQULSA Como parte do projeto de desmonte da universidade publica, todas as bolsas de iniciagéo cientifica destinadas a faculdade foram cortadas pela teitoria, de forma que as e os estudantes foram notificados somente apds a entrega de toda a documentacgo e da elaboragio dos projetos. Entendemos que as bolsas néo apenas permite que mais estudantes facam atvidades de pesquisa, mas também que possam se dedicar a ela sem ter que dividir 0 tempo e o esforco com um estagio, se assim for sua preferénca, Isto reflete a falta de compromisso que a reitoria tem com a formacéo de um curso que busque se adaptar 8 realidade, uma vez que a producéo cienttca € pega fundamental para o desafio de entender e repensar 0 diteto - uma faculdade que néo produz pesquisa fica presa a contetidos ultrapassados. EXTENSAO Defendemas que a disputa da universidade passa pela defesa de um cardter pablico, gratuito e de qualidade. Para esse tiltimo ponto identifcamos a importéncia da extenséo na construgio de um conhecimento libertador, que, dentro do tripé universtéri, pode romper o academicismo fechado em si mesmo. Através da aividade extensionista se faz o didlogo com a comunidade e, nessa toca, traz para a universidade - contra todo o seu carter eliita € higienista - a experiéncia da comunidade que é historicamente excluida de todo o processo de producao de conhecimento, Na extensdo, 0 desmonte da universidade continua: 80% das bolsas do programa Aprender com Cultura e Extensao foram cortadas no ultimo period pelo reitor Zago, fazendo com que estudantes paguem pela crise da USP e n3o consigam se envolver com estas atividades. Por isso, é tarefa do movimento estudantil disputar um modelo de extensio popular que efetive 0 potencial transformador da sociedade Pois, como se sabe, além da falta de reconhecimento institucional - em um nitido boicote ao setor da educagéo de maior autonomia estudantil - 0 projeto eltista ea entrada do investimentoestatal se refletena USP por meio das fundag6es, verdadeiras empresas Pelo maior estimulo a pesquisa na Denes oo et incentiv Ue uma semana eee eect) SOOO eee Cea Mele que se passam pelo projeto extensionista e lucram com suas atividades Além disso, entendemos a importincia da demanda por espagos dos grupos de extensio, obrigados a se reunirem em locais pequenos e insuficientes. Po isso, € central a disputa do espago da Saraiva. para os diversos grupos de extenséo da Sanfran, viabilizando a realizagio dos projetos extensionistas! DOC arte fundamental ERM TOE Peer ical a eR CCC) aie) eee CuCl eu Ok Conse) .0-3 COC aeRO eC Oxcuny Eo EC IC ENTREE) COMBAT E AS OPRESSOES universidade reflete as _contradicGes sseniicn ta sociedade, insttucionalizando 0 machismo, o racismo e a LGBTfobia. Por conta disso, mesmo com uma subrepresentagdo dos setores primidos, viveros um momento de crescimento de suas lutas, cumprindo um papel fundamental de articulagéo de mulheres, negras € negros e \GBTs, visando ocupar os espagos politicos dos quais nos retiram. Entendendo as opressoes como problema que permeia todos os aspectos de nossas vidas, é necessério que seu combate seja transversalizado para todas as pautas do movimento estudantil-afinal, somos parte essencial dele! MULHERES Com o crescimento do movimento ferinista da USP tivemos grandes vtéras para nossa articulacdo e repercussdo. As dendincias de estupro e assédio na CPI das universidades paulistas, 0 Il Encontro de Mulheres Estudantes da USP, os atos de mulheres contra a violéncia na universidade e a expansdo do debate feminista nos espacos da So Francisco so exemplos nitidos do avancos na nossa organizacao. Apesar disso, a nossa luta continua. Afnal, como mulheres, vivenciamos diversas formas de violéncia todos os dias: assédio sexual nas ruas, no transporte piiblico, no trabalho, nas festas, na salas de aula, na imposigéo de padrées estéticos e comportamentais, na duple ou até tripla jomada de trabalho © na violencia doméstica Nao podemas esquecer, ainda, do papel da mulher negra, potagonista de muitaslutas, que além de enfrentar 0 racismo lida com o machismo combinado, na matoria dos casos. Séo elas mae do Eduardo, morto pela PM no complexo do Alemao; as terceirizadas; empregadas domésticas; moradoras da periferia; estudantes que lutam por creches, cotas, permanéncia na universidade. Todos esses exemplos evidenciam 0 projeto que Zago, Alckmin e Dilma planejaram para a mulher negra, pobre, trabalhadora ¢ estudante das zonas mais peifrias. Fora dos muros da universidade, a realidade nao 6 diferente. Avioléncia contra a mulher é tao grave que chega a ser considerada uma epidemia mundial, sendo o Brasil um dos lideres nas listas de violéncia Nés acreditamos que um Centro Académico tem 0 papel de serir como ferramenta delutade estudantes, incluindo 0 combate a todo e qualquer tipo de opressio. Agestao do XI de Agosto deve sempre estar a frente das mobilizagbes, envolvendo mulheres, negras @ negios e LGBTS e colocendo suas demandas como prioridades do movimento estudantil. € preciso, também, que @ gestéo tenha o compromisso de fortalecer os coletivos auto-organizados, construindo um movimento estudantl solidario e avo no apoio dos setores oprimidas em suas pautas contra a mulher, ocupando o 7° lugar no ranking de feminicidios da ONU e 02° destino mals perigoso para mulheres, de acordo com 0 jornal inglés Daily Mail. No entanto, 0 governo Dilma tem investido cerca de 0,26 centavos por mulher anualmente no combate & violéncia contra a mulher, isso em periodos de establidade econdmica, Apesar de ser uma mulher, Dilma ainda se cala diante das milhares de mulheres mortas em procedimentos de abortos clandestinos, tudo para garantir 0 apoio das bancadas religiosas e conservadoras. Além disso, com a crise, as primeiras a sofrerem cam os cartes so as mulheres: a ministério. de politicas para a mulher, principal responsével por tacar os programas de combate a violencia, perderd seu status de ministério para se transformar em secretaria, e contaré com RS 109 milhdes a menos esse ano para suas ages, ou seja, um corte de 56,2% no seu orcamento. Na universidade, além da reproducéo sistemtica do machismo, enfrentamos a falta de apoio institucional e, até, um agravamento dessa opressao..0 corte de creches pela reitoria da USP ataca diretamente as maes estudantes de baixa renda, aprofundando 0 quadro da falta de permanéncia estudantil entre mulheres, Além disso, 0 dlretor da Séo Francisco tampouco escapa dessa légica: reiteradas vezes silenciou mulheres em espacos publicos,seja durante falas de representantes discentes da Congregacao ou durante atividades feministas na faculdade. 4 Lars A tetirada dos debates de género e orientacio sexual nos Planos Municipais de Educacdo, com a concordancia da maior parte da Camara de Vereadores e ainda da prefeitura de Haddad, a aprovacdo da definigio de familia como unio entre homem e mulher na Camara de Deputados, a violéncia e assassinatos disrios de LGBTs, e a falta de apoio e negligéncia de governos, do Congresso Nacional e inclusive de reitorias nas universidades mostram a centralidade da nossa luta contra a LGBTfobia. Brasil segue sendo um dos pafses onde mais ha mortes de pessoas LGBIs, e, enquanto proliferam figuras como Eduardo Cunha, 0 governo federal do PT, ao invés de investir em politicas de combate & violéncia sofrida pelas LGBTs, faz aliancas com os setores mais conservadores, _reacionérios LGBTI6bicos. Nao se pode ignorar, ainda, que a crise econdmica também ataca de forma mais dura a populacéo LGBT, que muitas vezes jé ocupa os postos de trabalho mais precarizados, com mais rotatividade, como o telemarketing, e sofre com o desemprego e os, cortes de direitos trabalhistas. A excluséo social de travestis e transexuais, com lum ingresso pouco expressivo na universidade, faz com que ocupem postos de emprego também extremamente precarizados, como na terceitizaggo e na prostituicéo. Com isso, percebemos a urgéncia da instituigéo de cotas T na universidade e do direito a0 NEGRAS E NEGROS A organizacéo de negras e negros ¢ fundamental para qualquer debate que se faca no Brasil e no mundo, deve perpassar todas os temas em programa Ha uma reorganizacio do movimento negro, que este ano ganhou grandes avangos na mobilizagio e destaque nas lutas, Um forte ascensoe fortalecimento das lutas raciais em Baltimore, Fergunson, a resistencia contra @ Redugio da maioridade Penal, na USP a Ocupagio Preta, as paralisacdes por cota racais e a realizagio do vitorioso | Seminrio de Negras e Negros da USP, incentivando a cacao ou reforgando diversos Coletivos auto-organizados em varios lugares da USP. Nao é demais lembrar que o Congresso de Estudantes da USP, realizado recentemente, aprovou resolugéo indicando a necessidade de um percentual de negios na diretoria do OCE. 10 uso do nome social, garantindo um reparo, ainda que apenas como primeito passo, 8 opressio e 3 marginalizaggo que esses setores_sofrem. Defendemos, ainda, a aprovacSo do projeto de lei Jodo Nery, que dispde sobre o direito identidade de género Na universidade, mesma com o crescimento da corganizaco LGBT, aumenta 2 negligéncia as nossas demandas: politicas de conscientizaglo, um projeto de educagio emancipadora, canais de _dislogo, permanéncia e seguranga dentro da universidade sao pautas basicas que néo séo atendidas. Alem disso, ressaltamos as agressées, sejam morais ou fisicas, que as LGBTs so submetidas no dia a dia universitrio. Nisso, & essencial fazer o recorte da identidade de género feminina, uma vez que mulheres lésbicas bisseruais sofrem ——violéncias desde a hipersserualizaggo de seus corpos até. o ndo-reconhecimento de suas sexvalidades. £ fundamental um movimento estudantil que combata as apressées cotidianamente, garantinda a visibiidade incorporagdo das LGBTs nas lutas estudantis. Precisamos de um coletivo auto-organizada que represente as demandas da totalidade das LGBTs do curso e de um Centro Académico combativo as opressées, que viabilize um canal de dentincias eacolha asvitimas de LGBTfobia na faculdade, das salas de aula as festas Na Sanfran o debate racial esteve na ordem do dia, com 0 surgimento e crescimento do Quilombo Oxé, que impulsionou uma das paralisagdes mais cheias da faculdade, garantiu ofoco no debate no caso Jodo Custédio, aumentou o numero de eventos com recorte racial e ¢ referéncia em qualquer assunto do género devido 20 espago que conquistou em té0 pouco tempo. Mas sabemos que nossa lutaestd muito distante de acabar. Enfrentamos as pichag6es no banheito do segundo andar a falta de prioridade com petmanéncia na Univessidade e a dificuldade para aprovar o saque do fundo do XI repassando a divida com a Casa do Estudante e o descaso da reitoria, que cotta bolsas de permanéncia, teceiriza e precariza 0 trabalho e que, mesmo quando discute acesso a universidade, se recusa a colocar o debate de cotas COMBATE AS OPRESSOES: NEGRAS E NEGROS raciais em pauta. Pelo contrério, reforga convénio com a PM, instituig3o que, em chacinas e genocidios, mata nossa uventude negra nas periferias. Os negros representam mais da metade do conjunto demogréfico, séo a maioria nos indicadores de pobreza, integram majoritariamente o sistema carcerério brasileiro e ainda possuem grande probabilidade de serem vitimas do genocidio velado pelo Estado. Cada vez mais sabemos, também, que 0 governo federal do PT no nos serve, eno éaltemativa para a juventude negra que luta por diteto ao seu futuro: quando aplica os cores e 0 ajuste fiscal que recalfortemente sobre a populacao negra, e com cada ataque desse governo. Além disso, repudiamos com toda forge @ Minustah e a ocupagio de tiopas brasileras no Haiti que este governo mantém. COTAS Se mais da metade da populagio do pals é negra, como pode uma universidade piblica como a USP ter apenas 1% de estudantes auto-declarados negras ¢ negios? Afinal, onde estao as negras e os negros da USP? Estéo trabalhando nos corredores, nos postos mais precarizados, nas partes mais invisiveis. Esto ente 0s que tiveram bolsas cortadas, sem permanéncia na universidade (0 Programa de Inclusdo Socal fol insuficiente para mudar este cendrio ea reitoria agora quer a “indusdo dos melhores do ENEM’, que também nao mudaré a situagio. Apenas 2% das vagas abertas para 2016 serdo destinadas para cotas raciais, perpetuando a universidade branca. O racismo existe dentro e fora da universidade, e é preciso de maneira urgente desmascarar e combater 0 mito da democracia racial, que tenta apagar séculos de escravidao e sangue, camuflando a verdadeirasituacio racial do nosso pais, que foi e & de marginalizagdo Defendemas a desmilitarizagio da PM, o fim da ocupacio militar das tropas brasileiras no Haiti, Contra, 0 PL4330 da terceirizacio e a reducéo da maioridade penal, defendemos cotas raciais - nfo 6 como mudanca necesséria nas formas de acesso universidade, mas como forma de reparagéo histrica, porque acreditamos que precisamos entrar, permanecer e enegrecer a universidade. No entanto, mesmo com o processo de ataques e cortes por parte da reitoria que atinge principalmente negras e negros, o movimento tem avangado na sua auto-organizagéo com a Ocupagéo Preta, 0 Quilombo Oxé e 0 | Seminario de Negros e Negras da USP dando 0 recado: a luta por cotas é uma luta de combate 20 racismo estrutural da sociedade e de reparagdo historicat Com grande intransigéncia, a universidade mais racist e eitsta do pats se recusa a travar um debate sério sobre acesso e permanéncia, mas é preciso terem mente que no existe universidade verdadeiramente publica sem a populagéo negra e periférica dentro dela! E pra democratizar a USP, é necessario cotas JA! n OCUFAR O XL cnc: Tec eG Unc Oa DIALOGO E TRANSPARENCLA: A RELACAO ENTRE 0 XI E ESTUDANTES A comunicacéo com as ¢ os estudantes é muito prejudicada no atual modelo de Xi, sendo, inclusive, um dos fatores que contribui pare o afastamento destes de sua entidade representatva. Para solucionar isso, propomos um jomal mensal como instrumento de ransparénciae prestagao de contas da gestao,além de comunicar as principas lutas que estdo ocorrendo no momento, dentro e fora da universidade, convocando todas e todos a se somarem a las. No mesmo sentido, propomos a existéncia de reunides abertas periddicas e com pauta partcipativa, para oxigenar as discussoes e dinamizar a capacidade de resposta da gestio. Além disso, a situagdo financeira delicada pela qual o CA passa demanda medidas urgentes de transparéncla, afinal, ndo & possivel apresentar uma solugdo sem saber exatamente qual € 0 problema, ou mesmo sem a incluso de suas e seus associados na construgéo de uma alternative Por fim, acreditamos que as midias digitas s80 igualmente relevantes para a comunicagio e a transparéncia de uma gestao, cabendo a elas o papel exclusivo de massifcar os debates etrazerinformagoes do movimento estudantil deforma mais dinamica, No entanto, é preciso sempre ter em mente que o debate proporcionado por esses instrumentos digitais jamais sero mais qualificados do que reunides presenciais participativas. CASA DOS ESTUDANTES E PERMANENCLA: FINANCLAMENTO PUBLICO, GESTAO ESTUDANTLL! Aluta por permanéncia estudantil também é um instrumento do combate 8s opressies, € 0 simbolo maximo da permanéncia na S20 Francisco é, sem divida, a Casa do Estudante. Infelizmente, quem financia a Casa é 0 Centro Académico, mas seu repasse € de apenas 5% dos rendimentos do Fundo do XI, verba insuficiente pra fazer 0s urgentes reparos que a Casa. Por isso, & necessirio defender a redivisdo periddica de verbas de acordo com as demandas atuais de cada entidade. ‘Mas essa medida deverd vir atrelada a uma luta dos estudantes para que @ permanéncia estudantil na Sdo Francisco seja financiada pela reitoria, Hoje, a Gnica moradia estudantil financiada pela propria USP em Sao Paulo é o CRUSP no campus do Butanti, que se mostra insuficiente frente a demanda existente. Sendo assim, € essencial que lutemos por permanéncia estudantil proporcional 3 demanda e financiada pela propria universidade. n Além disso, a gestéo operacional do CRUSP por parte da Reitoria provoca diversos problemas, como situagbes vexatorias com as e os moradores, invasdes de privacidade e expulsies como ferramentas de perseguigéo politica, de maneira que é necesséria uma gestéo estudantil de tais espagos de permanéncia Ademais, atualmente, a Casa jé se encontre em uma situacéo bastante precara, tendo varios buracos, grande parte de sua fiagdo exposta e ratos vivos & mottos, nao oferecendo moradia digna para nés. 0 quadro se agrava quando pensamos que se hoje a situacdojé esté complicada pare quem mora na Casa, a vinda de estudantes aprovados pelo ENEM para a faculdade aumentaré ainda mais a demanda por moradia, comprometendo ainda mais a jé precévia permanéncia estudantil. Assim, lutamos conta elitzacio da universidade, por permanéncia e autonomia com financiamento piiblicoe gestao estudantil! Precsamos de mais vagas nas moradias estudantis! OCUPAR O XL PORAO Financas, tabagismo, drogas, seguranca e construgo de festas e um livre ambiente de convivéncia para todas e todos so alguns dos diversos debates que devem ser encarados pelas préximas gestoes do X! de Agosto, no trabalho pelo Pordo que queremos. Para construir um espaco livre de opressGes, néo elitizado e saudavel para trabalhadores, oX precisa ser incisivo na politica: em casos de opresséo, a prioridade a vtima - se € vontade dela, 0 opressor deve ser sempre retirado do espaco; deve, ainda, promover a incluso de nao-alunos naquele espaco, com eventos culturais € artsticos durante as tardes e com fests, prezando sempre pele manutengéo de um espago saudvel para garantiro bem-estar dos trabalhadores que Id se encontram, 0 uso de drogas ndo deve ser tratado com moralismo. Somos a favor da legalizagSo das drogas, pois vemos que isso acaba com a guerra is drogas, que promove um verdadeiro genocidio da juventude negra nas periferias; além de reconhecer que essa politica proibicionista tem cardter extremamente higienista e nega a necessidade de trata 0 consumo como questo de sadde publica vinculada com programas de reducio de danos. Além disso, consideramos que cabe a cada uma e a cada um decidir que substancias quer usar em seu corpo. Porém hoje vivenciamos um dilema no nosso espaco de convivencia estudanti ja que a prétice exacerbada do fumo esta fazendo com que o nosso ambiente se tore insalubre para os que la trabalham. Dessa forma, néo queremas a reprodugéo da politica proibicionista nos nossos espagos estudantis, mas cabe a nds, estudantes, debatermas maneiras de ctiarmos um ambiente mais saudével para todos que la flequentam e, a0 mesmo tempo, mantendo o porao como um espago de laze econvivéncia Assim, tendo em vista a necessidade de uma ambiente saudével para trabalhadores, que contemple também uma organizacéo da higiene ambiental de dentro e fora do poréo, a chapa Reviravolta! prope a criagio de um fumédromo no Pordo. Tal ambiente seria atrés do mesmo, com acesso pelo que hoje € 0 banheiro de deficentes - o qual é utilizado como depésito de materiais. £ de conhecimento de poucos a existéncia de tal espago entre afaculdadee oconvento, que possui uma érea capaz de receber um néimero signficante de pessoas, e no entanto hoje é sub-utlizado. Sendo assim, com a autorizagéo da faculdade para realizar uma obra de acesso a esse espago, garante-se as e aos estudantes 0 direito de fumar sem no entanto afetara sauide de todos e todas. Tal projeto inclusive poderia contar com a paricipacao da Clinica de Diteito Ambiental e demais estudantes que queiram contribuir. ‘nda, vale ressaltar que a conversio do banheiro de deficientes em passagem pata o fumédromo se efetivaria ao mesmo tempo que a adaptaco dos banheiros usuais as condigées de pessoas com necessidades especias a eer) econ cae eierneneenr COO mm me CEO) ETM an rT a CET ATT (CO OEIC maT saudavel a todas e todos! 13 OCUPAR O XL FESTAS E TRADICOES 0 atual modelo de festas da Sanfran é falido e incapaz de conciliar a diverséo com um retorno financeiro. Além da escalada dos precos, temos teiteradamente casos de machismo, racismo e LGBTfobia, inaceitéveis diante da luta que travamos diariamente contra as opressbes. Isso demanda que uma politica dura de combate as opressées seja implantada nas festas, bem como a experiéncia de formas altemnativas de organizaco: no podemos ter medo de reiventar nossas festa. ‘Ainda, nao podemos ignorar o cerceamento a festas e integragées que o reitor Zago vem implementando, com a proibicio de festas no campus do Butanti, seguido pelo diretor Tucci, com a proibicéo da tealizacdo do jantar de formatura no pateo. Por isso, devemos deixar nitido o cardter politico da integracéo estudanti Portfim, devemos lancar um olharcrtico sobre ‘a Peruada, que pode ser mantida se combinada com a busca pelo fim de sua onerosidade (ela custa, em média, quase um més @ mais da receita do XI!) e seu ‘bvio caréter segregacionista, Enquanto estudantes de Direito € agentes politicos que querem transformar ESTAT © XI de Agosto tem importancia histérica no movimento estudantil enas bandeiras delta dentro e fora da USP - sua relevancia nacional é inegavel. No entanto, 0 cenério que viveros hoje mostra, na verdade, a incepacidade do CA de agir para a mobilizagdo de estudantes, atravancando nossaslutas. Debates rasos,difculdade de massiicar pautase falta de dislogo com trabalhadores e movimentos socais combativos sa0 os efeitos de um Centro Académico ” a universidade eo mundo a nossa volta, temos o dever de repensar nossas tradigdes e combater qualquer resquicio opressor ou eltista que ainda possa existr em cada uma delas. fm relacdo as festas e cervejadas realizadas no Largo, & fundamental a compreenséo de que a utilizagio de grades ou instrumentos de separa¢go fisica ndo so 0s causadores da segregagio racista e elitista presente no Largo, mas seus reflexos! E preciso combater 0 modo através do qual a Faculdade se insere no centro da cidade. Isto é, pior do que uma cewvejada cercada por grades durante uma madrugada é uma Faculdade piblica cercada diuturnamente por segutancas que impedem a livie circulacdo do espago pelas demais pessoas do centro. E fundamental que 0 modelo das festas e cervejadas seja_amplamente discutido com a comunidade académica, buscando formas de mitigar a reprodugéo dessa estrutura racista e elitista. Ainda mais, é preciso discutir a propria permeabilidade do ambiente da faculdade! Que as portas estejam sempre abertas a todas e todos! INTE que fugiu de seu objetivo central - servir coma ferramenta de luta estudanti. OXI que queremos nao é um entrave as lutas, nao deve acumular tarefas que impedem a mobilize nem exercer 0 papel burocrtico e financeio de uma reitoria. € nosso dever disputar o orgamento da universidade e as proridades do reitor: que a verba da USP nao v8 para empresas privadas, mas para a permanénca,o ensino, a pesquisa ea extenséo. ESTATUINTE Nossa proposta para orientaro XI na diregSo das lutas é uma estatuinte. Néo é mais suficiente se falar apenas em mudar a estrutura da chapa, uma vez que € a propria estrutura do XI que dificuta tanto a adequada administragSo dos recursos que possuimos quanto a organizacao politica necesséria para realizar as tarefas que o momento nos impée, como combater 0s cortes de bolsas feitos por Zago e Tucci. Em um contexto de ataques aos estudantes por todos os lados, transformar oXI em nosso maior escudo enossa maior arma é essencial. Por isso, propomos que o ano que vem seja um ano de reestruturacao do XI de Agosto, um ano em que as. os estudantes possam discutir quais 0s rurnos que a entidade deve tomar. Para tanto pretendese corganizar um ciclo de discussées no primeira semestre (abril a junho), enquanto que a assembleia para a aprovacéo do novo estatuto seria em meados do segundo semestre (setembrofoutubro). Lembramos que a estatuinte ngo abarcard apenas as propostas desta carta-programa, e sim todas aquelas que o corpo estudantil vir sentido em debater. FINANCAS E CONSELHO DE TESOURARLA Assim como seu panorama politico, atualmente a questio financeire do XI de Agosto ndo é nada animadora, Isso ocorte porque o acimulo de patriménio estimulado ao longo da historia do XI - além de sequira ldgica do CA como um micro-Estado nunca veio acompanhada de um planejamento de longo prazo que impedisse que esse patriménio no viesse a se tomar um encargo depois. Assim, a0 longo da ultima década, as receitas ordinrias se mostraram. insuficientes para cobrir as despesas ordinarias, forcando as gestées a buscar entradas extraordindrias € paralisando a atuagéo politica da gestéo, uma vez que essas deslocaram 0 foco para a questio patrimonial Devemos analisar a questo financeira do XI tendo em mente que, hoje, nao existe uma solucio magica que possa resolver todos os nossos problemas, e dizer 0 contrario ndo passa de demagogia. Também no é possivel pensar em uma administracdo “pura dos recursos: as financas do XI, seus problemas e solugGes so questdes politicas e assim devem ser tratadas. Desta forma, a luta por um XI desburocratizado financeiramente saudével passa, necessariamente, por sua mobilizagéo politica, Os repasses dos quais precisam as extensdes ea casa dos estudantes para a sua sobrevivéncia nao deveriam ser pelo Xl, massim pela Universidade! Cabea ela garantir 0 tripé universtério e @ permanéncia estudantil, ndo aos CAs. Também deve ser prioritéio a qualquer gestio ter os direitos trabalhistas das funcionérias e dos funcionérios em dia, sem conivéncia com a precarizacéo. Portanto, um XI de Agosto que lute juntamente ao resto do movimento estudantil contra a precarizagdo da universidade é ao mesmo tempo um XI que luta por sua sauidefinanceira! ‘Além disso, defendemos que o novo estatuto estabelega um Conselho de Tesouraria,composto pela tesouraria das entidades e aberto a todas e todos, de forma a evitar que 0 XI se precaize internamente (como se dé atualmente através, por exemplo, do destespeito aos direitos trabalhistas de suas funcionarias e de seus funcionatios). Esse Conselho serd um espaco em que se discutird coletivamente as finangas cotidianas do XI e suas variag6es. Propomos que se faca uma relat6ro financeiro do Xl que siva de base para as discussdes da estatuinte Pra dar respostas consequentes a todas essas questies, precisamas de uma entidade financeiramente saudével, desburocratizada e estavel, que sirva como ferramenta para a conquista das nossas demandas, endo como mais um obstéculo nossa luta mobilizacéo politica. REDIVISAO PERLODICA DE VERBAS Nao faz nenhum sentido mantermos a estrutura orgamentéria do XI baseada em um acordo que foi feito em 2008. A situacio financeira do CA mudou e mudard de novo. Hoje hé novas entidades ea entrada dos ingressantes do ENEM provavelmente aumentara a demanda por permanéncia na Sao Francisco. Propomosincluir em um novo estatuto do X! um mecanismo de redivisdo periédica de verbas, que permita que entidades e estudantes discutam em conjunto as prioridades financeiras, de acordo com as necessidades de cada momento hist6rico. 15 ESTATUINTE GESTAO COLEGIADA A chapa colegiada hoje néo é mais um tabu. é um modelo que privilegia agilidade e responsabilidade compartlhada, facilta a mobilizacio e a distribuiggo de tarefas. Nao existe possibilidade de se discutic um novo modelo de chapa sem que este esteja dentro de uma proposta de estatuinte -aatual gestéo do XI é um grande exemplo disso. A colegiada consiste na possibilidade maior de se discutir as tarefas politicas do momento em detrimento de uma discussdo a respeito de nomes para ocupar cargos. £ nocivo que no atual momento de enfrentamento com 0s governos (federal e estadual), reitorias e diretorias (Zago na USP e Tucci na Séo Francisco) que avangam sobre a universidade publica, existam aqueles que se limitem a usar o Centro Académico como estégio para compor o quadro de burocratas desses mesmos governos que privatizam e cortam direitos, em vez de mobilizar os estudantes contra o desmonte da universidade. Propomos que no novo estatuto sea instituido uma chapa sem cargos individuais, dotada de subcomissdes e com responsabilidade solidaria entre os componentes da Diretoria. Nos da Reviravoltal pautamos a defesa intransigente desse modelo, entendendo, entretanto, XL DE AGOSTO E que ainda hd muito o que se apronfundernessa forma de organizagéo, em relacao ao que foi apresentado este ano pela gestéo do XI de Agosto. Ajustificativa da atual gestdo para defender esse modelo é de que a horizontalidade seria uma forma de combater as optessées dentro da chapa, no entanto, acreditamos que ela por si s6 ndo garante um combate efetivo as opressGes e que, para isso, precisamos de outras ferramentas. E de extrema importancia defender esse modelo de chapa como forma de evitara disputa personalista por cargos, uma vez que a presidéncia do XI de Agosto 6 usada historicamente como forma de construcéo de carreira em vez de como uma ferramenta para pautar as demandas e as lutas estudantis. A inenisténcia de cargos nfo pode ser motivo para que as responsabilidades néo sejam colocadas, por isso € importante ressaltar que @chapa colegiada no acaba com a divisio de tarefas, mas busca distributlas de forma mais democrtica, sempre tomando o cuidado para que as taefas mals burocéticas no caiam nas m&os das mulheres, negras, negros e LGBIs, que devem ser sujetos ativos em suas formulacdes politics. REPRESENTACAO DISCENTE Separada do Centro Acadmico durante a ditadura civil-militar para enfraquecer o movimento estudanti, RD deve servir como um apoio as nossas lutas: trata-se da voz das e dos estudantes nos espacos de decisdo da univesidade. Neles podemos articular um novo PPP e denunciar o corte das bolsas de iniciagéo ientifica. Infelizmente, por conta da estrutura de poder anti-democratica da USP, as e os estudantes no tém peso sufciente para influenciar nos rumos da Universidade (na Congregagéo, por exemplo, os professores so mals de 80% do colegiado) te Nesse ano, em que pese sua histéricadificuldade de massifcar suas pautas,a RD foia linha de frente no combate & instalagdo de cdmeras na faculdade, bem como de instrumento de dislogo com o movimento negio para a reafimmacdo da necessidade da implementacdo de cotas na universidade. A separacéo entre Xl e RD s6 enfraquece a maobilizagéo dos estudantes, que se veem cada vez menos representados. Por isso, defendemos uma estatuinte que aprove a uniticagdo entre as entidades, para que 0s estudantes tenham condigoes de levar suas pautas até as tltimas consequéncias, em defesa de uma universidade piblica, gratuita ede qualidade.

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