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\ -“ABALHO - CAPITAL y NOPOLISTA A cgradagao, doi Trabalho no! Seculo XX (2 : = | | 2 | |e \ = a He sal \"@ Wee a |S > i] = 3 Pa 0 Bc} Be O7E thos réeweos Ecerncs eam | ee INDICE Agradecimentos . 7 fécio por Paul M. Sweezy ... 9 Tntroduszo 1s I Pawre: Trabalho e Geréncia .. a 1 Trabalho e Forga de Trabalho .. ° 2 As Origens da Geréncia ... 6 3 70 ind Monopoly Cay 4 2 The Degradation of Wor ieth Century 5 112 6 14 mn 1974 por Monthly MI Paxre: Ciéncia e Mecanizacda 135 7 A Revolugo Técnico-Ci cose z cri, 8 A Revolugto Ci 148 9 Maquinaria, a 160 10 Outros Efeitos de Geréncia eda Tecnolop do Trabalho . 203 u a3 ais 220 2 22 IV Panne: A Crescente Diversifiapio da Classe Trabathadora ... 247 15 Trabathadores em Escrtério : 29 16 Prestagio de Servigos ¢ Comércio Menor 303 sem permisslo expressa Haarruagio po TRABALHADOR 125 surgtam, dentro dos deparamentos do de relag6es trabalhistas, nas organizagbes apoio ex. clas ‘ar as de relagdes is ,_departamentos sos de Sociologia e outras isttuiges académica © pare as, um complexo de disciplinas académicas ¢ préticas, des- Logo depois de Taylor, surgiram industrial para aperfcigoar os CAPITULO 6 A HABITUACAO DO TRABALHADOR AO MODO CAPITALISTA DE PRODUCAO A. transformagiio da humanidade trabalhadora em uma “forga de trabalho”, em “fator de produgio”, como instrumento do cae rma processo'lacastant etic, ritmo de trabalho imposto, indiferenca, neglig 1 produgio, e hostilidede ostensiva i administra, Tal 06 (oe sbalbsdorr W0 se apresenta a maioria dos sociélogos e fisidlogos interessa- : Jno estudo do trabalho © dos trabalhadores, o problema nfo ¢ 0 3 uma vee ‘nfo so destrufdos como seres humanos, mas simple zados de modos inumanos, suas faculdades criticas, ermanecem sempre, em elgum gray, uma ameaga 20 , por mais enfraquecidas ow diminaidas que mais, o modo capitalista de produgio esté continuamente se expan. dindo a novas ireas de trabalho, inclusive aquelas recentemente pelo avango tecnoldgico © 0 emprego do captial a novas ras. Esté, ainda, sendo continuamente requintado ¢ apertei- seado, de modo que sua presiso sobre os trabalhadores é inces- sante, Ao mesmo tempo, a habituagao dos trebalhedores 20 modo empregados” . de produgio de a cada geracio, +i rama na rxposta a quest6es © qulaak as_geragSes sungidas sob 0 capitalismo no sio formadas dentro da matriz da vida de trabalho, wgadas. no trabalho vindes de fora, por ass ips um prolongado perfodo de adolescéncia durante a qual so mantidas na reserva. A necessidade de ajustar 0 trabalhador ao trabalho em sua forma capitalista, ‘de éncia natural intensificada pela tecnologia mutével relagSes sociais antaghnicas © a sucesso. de gerags com a “organizacio cientifica do trabalho”, mas se torna um aspecto permanente da sociedade capi ‘Hanrroagho po TRABALHADOR 126 ‘Tramatno = Caprrat, Monorouista - da degradagio de nadas pe ae lo os interesses da mes com os dagucles fem suas formas mais vigorosas e ampl ar 08 -métodos da escola de da geréncia cientifica. Sua Psi ees ém procurado um modelo de trabalhadores es Siar an produzam os resultados dos pela habituagéo as condigdes do emprego of mas se esses fins sto 0s melhores no de que se encarregue © psicélogo.”* Tendo aliviado sua *ciéncia” desse fardo, ¢ transferido a tarcta de estabelecer os parimetros de suas investigagées aquel controlam o “comércio e a indistria”, 36 quando & sugerido q que sio também pai tomado em consi © vulgar aos inte- , € cle o rejeita duramente: de consulta p: "t para tituto Carnegie de Tecnologia, ira cadeira de Psicologia aplicada numa instituigio acad notte-ameticana. Durante a guerra, as baterias de’ testes. fal amplamente aplicadas nas forgas armadas dos Estados Uni também sob a direséo de Scott, © a popularidade conseguida ‘esse novo instrumento estimulou sua difusio por toda a indi depois da guerre. Na Inglaterra ¢ na Alemanha a tendéncia semelhante, com @ Alemanha talvez a frente de todas as di esse campo. de ativudes, era poss dos trabalhadores a vrios empregos, cio acordo com graus de “inteligéncia”, “habilidade manual”, “pro sio a acidentes”, e adaptasio geral desejado pela réncia. A pritica encarregou-se de exibir muito cedo a inocuida dessa tentativa de calibrar individuos ¢ prever zna dinimica complexa e antagénica da vida s: ¢¢ exaustivos experimentos levados a efeito pela sua fébrica do lado oeste de 1. Naguelas expe: rigncias, a equipe da Escola de Administragio da Harvard, sob 4 chefia de Elton Mayo, chegou sobretudo a conclusées negitivas — conclusées, ademais, notavelmente semelhantes aquelas com que ‘Taylor iniciara suas investigagées quase meio século antes. Ficaram sabendo que 0 desempenho dos trabalhadores tinha pouca relacio com a “capacidade” — ¢ de fato mostrava freqiientemente uma relagio inversa quanto aos gabaritos dos testes, quando esses mediam niveis inferiores ¢ vice-versa — ¢ que agiam coletivamente para resistit aos padrées ¢ exigéncias patronais de ritmo de trabalho. “A crenca”, disse Mayo, “de que 0 compor- tamento de um individuo no seio da fébrica antes do emprego com base em testes de laborat6rio e verificacio pormenorizada de suas capacidades mecinicas e outras é, sobretudo, smente, equivocada.”!° ‘A principal concluséo da escola de Mayo era de que as moti- vases dos. trabalhadores nfo podiam ser compreendidas numa base paramente individual, € que a chave de seu comportamento reside nnos grupos sociais da fébrice. Com isto, 0 estudo da habit dos trabalhadores a seu trabalho transferiase do plano da Psico- Togia para 0 da Sociologia. O enfoque das “relagées humanas”, Haprruagko po TRABALETADOR 129 de uma série de escolas de comportamento sociolégico, ise no aconselhamento pessoal ¢ nos estilos de insinuasio Hilo itivagio de supervisio “face a face”, Mas essas escol fam poueo para as gexéncias em resultados sélidos ¢ tang nals, as origens da idéia de ‘relagées humanas® coinci- ito a Depressio dos anos 30, ¢ @ onda de revolta da classe ‘a que culminoa na Iizacio das indiistrias bésicas udos Unidos. No foco de luz projetado por esses fatos, f apatecia subitamente nao como um sistema de organizacio modelo weberiano, no como um sistema de ferpretagio de Mayo © seus de forga, de antagonismos nunca S© recupe- lese De seus como “cincias” Mice dlscebrit os méveis. do. comportamento humano © pulagio mais eficez. dele nos interesses patronais, cnveredar nfoques confusos € confundidores & procura de interpretactes oldgicas, sociolégicas, econ6micas, mateméticas ou de “sistema: wa, com pouco impacto conereto sobre a ‘gio do trabalhador ov do trabalho.* Sadaptagio do trabalhador ao modo capitalista de pro- i ios ¢ ideo- Sg deve pouce aos esforgos dos manipoladores préticos e ide fe eee de fat ca se relaa? Nato is tea. zotes i ‘talista, durante o ultimo século e meio, ge mundo caiattesamento, dos conflitoe e revolts lager para pretender um sumétio ‘© da primeira linha de montagem sume Dastard como ilustragio de que a retirada elo capital € um processo isico no qual os principals papéis so desempenhades néo pela 130 ‘TrawatHo ® CaprraL MoNorouisra lagfo ou bajulacio, mas por condigdes e forgas s ndmicas, ‘Quando inaugurada a Ford Motor Company, em 1903, fal gutoméveis eta fang reservada 2 profisionais’ que obtivera formagao nas oficinas de bici tas © viaturas de Michigan € que eram, naquela época os centros daquelas it a tagem final, por exemplo”, escreve Eli Chinoy, “era no inicio funcio altamente qualificada. Cada carro era'montado num Por certo nimero de mecinicos competentes “Na fibrica Ford ¢ em todas as dem: © procesto de montagem “de um auton 1908 que de moncagen eo A demands para o Modelo T foi tio grande que exigiu um falento especial da engenharia pata reviser os métodor de\ prov dlacio da companbia. O clemento chave da nova organizacie’ de trabelho era a intermingvel esteira transportadora, na qual os com, Ponentes do carro eram transportados © que, & medida que passeva, som paradas periddicas, os homens executavam operacées simples, Esse sistema entrou em funcionamento primeiro em diversas eab, montagens, comecando ao mesmo tempo em que o Modelo Tera seis anos seguintes, até que culminon magio da primeira esteita nna fabrica da Ford em Hi Park. Em trés meses, 0 tempo: de montagem do Modelo T° hy Sido reduzido «um décimo do tempo anteriotmente necesséron ee ene eae eet ee eee eee eee es Hanrruagio po TRABALHADOR Bt i crinda nizagio que _produzia tee por dis guanton havi. sido faeadon da fabrcasio do, Modelo ae cs umento do indice de produgio, neste caso, i'dange na orgiiaao do tro, is dom a geréncia conseguiu; de um s6 golpe, sobre 0 See de modo que podia agora eee e pelt e: es « Ges a serem executadas deviam obedecer € Ros aba adores a uma_intensidade eae "Tendo conseguido isso, Ford entdo passou a acl me frm de pagamento como medida adicional de redugio de eu pagiment en Gar ex pass as Rathore S54 doles por dia, teen gue er pal Desse modo, foram estebelecidas, primelto na Ford Motor is novas condicées de emprego que deveriam tomarse s da indistria automobi ode por eae Jum niimero ctescente de indi io ct ge a ere fie cates uniforms A tapos esta manga fl gprs, ‘gomo,relata Sward: ‘Tranatno © Capra Monororisra ha que admitir 963. Nesta reacio inicial contra a li perce! a reps aatra do abalhador Sco oes de tn © que toma possvel peeebet isso caramente 0 fato de Ford, como pioncre do novo. mado de. producto, etava Endo com modes anttiores de organizagio do trabalho que cage restante da indistrla’ automobilistica “e ou neste campo, Nese microcsmos hum ilstapfo lasse trabalhadora est progressivamente submet € is formas sucessivas que odo capita de produce formas i ite ¢ dest todas le organizagto do trabalh Sram els todas as alerativas para a popilagio.tabalada A media que Ford, pela vantagem concortencal que adgu iva 4 linha de montagem ao resinte da india automa RO mesmo graa os trabalhadores exam obrigados a subs desapatecimento tego dade, ne Oe Sites ema de a A crise sindicalzadora com grande délares. por nfo iado, aumentou os alarde, em prinefpios de 1914, d dla, Conquanto esse aumento’ espetacula éj panto esse aumento espetacular de sa & ercussao esperada por Ford "yuando = 3 oe ace Ford ee das taxas vigentes no ramo a pou por um momento ambas as ameagas. Proporcic hon Bashin um rane reer de. tho de qual cher eo mo tempo, inaugurava novas possibilidades para a intensificaga ba trabalho dentro das fabricas, on¢ “ tidhsian cel agora ansoros por manter sex. tabilho, “O_pagamento de cneo s por uma jotnada de oito horas”, escreveria Ford er autobiografia, “era uma das mais refi guicbloeraia, era una das mals refinadas manobres de fedugzo Hasrruagio Do TRABALHADOR 1a manobra pode-se perceber um segundo clemento no dos trabalhadores a fungées cada vez mais impopulares, i elevados para uma conside- de assegurar a producto inin- da Segunda’ Guerra in fangio dos mineizos que restassem nas Mnovimento de. trabalho organizado nas indéstrias sexui aberta ou veladamente, nas décadas seguintes. E essas pi facilitadas pela estratura monopolistica das eram sacrificados, ow les que jamais haviam entrado para as indvstrias manufatar evido a0 encolhimento proporcional | daquel i massas para novos ramot da ind jores. "as manipulagdes dos depattamentos de pessoal, a Jlgia e Sociologia da industria nio desempenharam papel mais portante na babituagio do trabalhador 20 trabalho, conseqien: Hemente isto nio significa que o “ajustamento” dot onto de elementos manipulativos. Pelo contrétio, oncionamento do sistema capitalista, a manipulagio vem em pri- fneiro lugar e a coergio é mantida na reserva — exceto qué esta IManipulagio € 0 produto de forcas econdmieas poderoses, politica le emprego e barganha, ¢ a atuacio ¢ evolugio intimas do préprio we ¢ mio. primacialmente dos habeis esquemas de ioe cm relagdes trabalhistas, A. aclimatagio aparente do trabs- [Kador aos novos modos de producéo surge da destruigéo de todos foe modos de vida, a contundéncia das barganhas salarisis que er certa malezbilidade dos costumeiros niveis de subsistéa- fia classe trabalhadora, o emaranhado da rede da vida copitalista fnoderna que torna finalmente todos os outros meios de vida im- is. "Mas ‘por baixo dessa aparente,habituagio continua a iade dos trabalhadores as formes degeneradas de trabalho ides, como uma corrente subterrinea que abre a que sio obti dee per aminho para a superficie quando as mitem, 08 quando te it ‘trabalho ultrapassa_ 0s ovase em geragies sucessivas, exprime-se no incontido 134 TramALHO & CapiTaL Monopouista ¢ repulsa que grandes massas de trabalhadores sentem pot TI ParTE ttabalho, e vem a tona repetidamente como um problema. exigente’ de solugio. CIGNCIA E MECANIZAGAO Notas Commission on Technology, Anto :mplogment Uma breve histéris da Psicologis ind te of Power, i Chinoy. "Manning the Pacer L. Bere Thider, pp. 48-49. 38 Tider. 9. 56.

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